ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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Uma famosa expressão da tendência <strong>de</strong> redução à ciência física é o<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> Ernst Nagel, que faz referência às capacida<strong>de</strong>s<br />
explicativas das teorias científicas. Neste mo<strong>de</strong>lo, uma redução é a<br />
explicação <strong>de</strong> uma teoria, ou <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> leis experimentais,<br />
estabelecidas numa área <strong>de</strong> indagação (chamadas por Nagel com o<br />
nome <strong>de</strong> “ciência secundária”), através <strong>de</strong> uma teoria (a “ciência<br />
primária”) usualmente, mas não invariavelmente, formulada para algum<br />
outro domínio (cf. NAGEL, 1961, p. 338). Por ex<strong>em</strong>plo, as leis da<br />
termodinâmica po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>rivadas das leis da mecânica estatística,<br />
uma ciência mais nova e mais básica do que a termodinâmica. Neste<br />
sentido, uma teoria T reduz uma teoria T1 se as leis <strong>de</strong> T1 são<br />
<strong>de</strong>riváveis das leis <strong>de</strong> T. Nagel afirma que, se as leis da ciência<br />
secundária (a teoria reduzida) contêm termos que não aparec<strong>em</strong> nas<br />
assunções teoréticas da disciplina primária (a teoria redutora), a<br />
<strong>de</strong>rivação lógica da primeira a partir da segunda é prima facie<br />
impossível (IBID., p. 352). Por ex<strong>em</strong>plo, a termodinâmica contém alguns<br />
conceitos, como o <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura, que não estão presentes na teoria da<br />
mecânica estatística. Portanto, segundo Nagel, são requeridas duas<br />
necessárias condições formais para que haja redução, a <strong>de</strong>rivabilida<strong>de</strong><br />
e a conectabilida<strong>de</strong>.<br />
A condição <strong>de</strong> conectabilida<strong>de</strong> diz respeito à introdução <strong>de</strong> hipóteses<br />
auxiliarias <strong>de</strong> algum tipo, ou regras <strong>de</strong> correspondência, as quais <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />
postular a<strong>de</strong>quadas relações entre o termo ou o conceito presente no<br />
vocabulário da teoria reduzida e ausente na teoria redutora (este termo<br />
ou conceito é indicado, por ex<strong>em</strong>plo, pela letra A), e termos ou<br />
conceitos presentes na ciência primária (teoria redutora). A condição <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>rivabilida<strong>de</strong> r<strong>em</strong>ete à convicção <strong>de</strong> Nagel <strong>de</strong> que, com a ajuda <strong>de</strong>stas<br />
assunções adicionais, todas as leis da ciência secundária, inclusive<br />
aquelas que contêm o termo A, são <strong>de</strong>riváveis logicamente das leis da<br />
teoria redutora (IBID., p. 353-354). Por ex<strong>em</strong>plo, assumindo que<br />
existam duas teorias T2 e T1 que difer<strong>em</strong> <strong>em</strong> seus vocabulários, T2 é<br />
reduzível a T1 quando os enunciados <strong>de</strong> T2 po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>duzidos <strong>de</strong><br />
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