ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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Uma crítica contra o i<strong>de</strong>al que funda o materialismo fisicalista foi<br />
expressa por T. Nagel (cf. NAGEL, 1985, p. 385). Ele argumenta <strong>em</strong><br />
favor da tese <strong>de</strong> que exist<strong>em</strong> estados mentais que não po<strong>de</strong>m ser<br />
<strong>de</strong>scritos através do vocabulário das ciências naturais, pois há um<br />
ponto <strong>de</strong> vista subjetivo, que é único e que não po<strong>de</strong> se reduzido à<br />
imag<strong>em</strong> científica do mundo. Isto é, segundo Nagel, os fatos da<br />
experiência subjetiva, os fatos que concern<strong>em</strong> o experimentar o que<br />
experimenta o organismo que t<strong>em</strong> a experiência, o morcego por<br />
ex<strong>em</strong>plo, são acessíveis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um único ponto <strong>de</strong> vista, e portanto o<br />
verda<strong>de</strong>iro caráter das experiências subjetivas não po<strong>de</strong> ser revelado no<br />
funcionamento físico do organismo, que pertence ao campo dos fatos<br />
objetivos, que po<strong>de</strong>m ser observados e compreendidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong><br />
vista diferentes.<br />
Assim, o eliminativista encontrar-se-ia frente a dois gran<strong>de</strong>s<br />
probl<strong>em</strong>as, aquele <strong>de</strong> ter que <strong>de</strong>monstrar como seriam possíveis a<br />
psicologia e as ciências sociais s<strong>em</strong> o mentalismo, e o outro <strong>de</strong> dizernos<br />
<strong>de</strong> que forma os homens po<strong>de</strong>riam conduzir suas próprias vidas<br />
eliminando o quadro racional e normativo que comumente os guia nas<br />
suas escolhas e ações (cf. BECHTEL, 1992, p. 173-174).<br />
Uma expressão do monismo reducionista <strong>em</strong> filosofia da mente é<br />
aquela que é hoje conhecida com o nome <strong>de</strong> Teoria da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
Mente-Corpo, ou Mente-Cérebro, ou <strong>de</strong> Teoria da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
Psicofísica, ou Psico-neural. Ela r<strong>em</strong>ete a uma tese que foi <strong>de</strong>fesa,<br />
entre outros, por Smart (1959) e por Place (1956) (cf. BECHTEL e<br />
HAMILTON, 2007, p. 8), os quais avançaram a proposta <strong>de</strong> que estados<br />
mentais, como ouvir sons ou experienciar sensações visuais, são<br />
estados físicos do cérebro, são idênticos a estados físicos do cérebro<br />
(cf. PUTNAM, 1992, p.110), no sentido <strong>de</strong> que o estado mental e o<br />
estado físico são uma e uma única coisa.<br />
Versões sucessivas da teoria da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> propuseram uma<br />
extensão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> mente-corpo para todos os conceitos mentais,<br />
incluindo os estados intencionais, ou representacionais. Assim, tomou<br />
corpo a idéia <strong>de</strong> que todos os estados mentais são estados cerebrais,<br />
são estados físicos do sist<strong>em</strong>a nervoso central (KIM, 1996, p. 52).<br />
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