ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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ontologia senão aquelas que concern<strong>em</strong> estados e eventos físicos, e<br />
nestas os fenômenos mentais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> encontrar seu lugar. O<br />
eliminativismo nega aos fenômenos mentais um lugar no universo físico,<br />
e, assumindo que o mental não existe, leva a escolha epist<strong>em</strong>ológica e<br />
a escolha ontológica fisicalistas até suas extr<strong>em</strong>a conseqüências,<br />
operando uma leitura <strong>em</strong> sentido forte do fisicalismo (cf. CHALMERS,<br />
2002, p. 1; IBID., p. 7). Os eliminativistas acreditam, como os<br />
reducionistas, que os objetos físicos esgotam a realida<strong>de</strong> (cf. BAKER,<br />
1987, p. 11), e, como os reducionistas, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a idéia quineana <strong>de</strong><br />
uma naturalização da reflexão filosófica (cf. QUINE, 1989, p. 67). Mas,<br />
além disso, eles acreditam que o mental não é real, e que os eventos,<br />
os estados e as proprieda<strong>de</strong>s “mentais” não possu<strong>em</strong> conteúdo algum,<br />
constitu<strong>em</strong> um conceito vazio e inconsistente, que não encontra lugar<br />
numa concepção <strong>de</strong> mundo naturalizada.<br />
Muitos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram o eliminativismo, entre eles Quine, Rorty, e<br />
Feyerabend. Esta perspectiva passou a ser, nos anos oitenta e noventa<br />
do século passado, um dos maiores focos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate <strong>em</strong> filosofia da<br />
mente. Numa primeira fase <strong>de</strong> seu pensamento, Stephen Stich foi<br />
consi<strong>de</strong>rado um dos <strong>de</strong>fensores do eliminativismo, assim como o foram<br />
P. M. Churchland, e D. Dennett (cf. BAKER, 1987, p. 11).<br />
O próprio Stich, <strong>em</strong> seu livro Descostructing The Mind (1996), critica<br />
o argumento eliminativista, pois nele haveria um erro catastrófico. Ele<br />
afirma que, mesmo supondo que as crenças e os <strong>de</strong>sejos não po<strong>de</strong>m<br />
fazer parte <strong>de</strong> alguma ciência madura, não po<strong>de</strong>mos concluir disso que<br />
crenças e <strong>de</strong>sejos não exist<strong>em</strong> (cf. STICH, 1996, p. 31). Por ex<strong>em</strong>plo,<br />
hoje sab<strong>em</strong>os que a teoria dos antigos <strong>de</strong> que a abobada do céu fosse<br />
furada para permitir à luz das estrelas <strong>de</strong> penetrar, estava errada.<br />
Porém, isto não nos permite concluir que as estrelas não exist<strong>em</strong>.<br />
Em geral, os críticos do monismo eliminativista não estão dispostos<br />
a abrir mão dos conceitos da psicologia intencional, pois estes nos<br />
ofereceriam a única possibilida<strong>de</strong> para compreen<strong>de</strong>r a escolha e ação<br />
racional humanas, e não po<strong>de</strong>riam ser substituídos por nenhuma<br />
estrutura conceitual puramente <strong>de</strong>scritiva.<br />
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