ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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<strong>de</strong>ntro da <strong>de</strong>scrição científica do mundo. Em geral, a teoria reducionista<br />
do mental procura mostrar que a psicologia po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como<br />
uma ramificação <strong>de</strong> uma ciência mais fundamental, como a<br />
neurobiologia. Isto é, as leis da psicologia po<strong>de</strong>riam, segundo os<br />
reducionistas, ser explicadas segundo as leis da neurobiologia.<br />
A psicologia popular foi entendida pelo monismo reducionista como<br />
uma “teoria” quase-científica da mente, uma teoria proto-científica que<br />
possui traços estruturais e funcionais assimiláveis aos das teorias<br />
científicas (cf. RABOSSI, 2004, p. 13). Os recursos conceituais,<br />
lingüísticos e cognitivos que <strong>em</strong>pregamos ao atribuir estados mentais às<br />
pessoas no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver, explicar e predizer suas ações, são<br />
vistos como constituír<strong>em</strong> um conjunto <strong>de</strong> generalizações e leis que<br />
possu<strong>em</strong> um papel análogo ao das teorias científicas utilizadas para<br />
explicar e prever os eventos naturais na química, na biologia, na física.<br />
Neste sentido, segundo o reducionismo seria perfeitamente possível<br />
traduzir os conceitos da psicologia popular para os conceitos mais<br />
precisos da teoria científica, segundo leis <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong>terminadas (cf.<br />
KIM, 1996, p. 212). O conceito-chave que fundamenta esta “tradução” é<br />
o <strong>de</strong> “redução teórica”, que será abordado na próxima seção. Em linhas<br />
gerais, os reducionistas acreditam que o vocabulário do mental,<br />
caracterizado pelas atitu<strong>de</strong>s proposicionais e pelos conceitos da<br />
psicologia popular, po<strong>de</strong> ser reduzido a conceitos da ciência neurológica<br />
(e, <strong>em</strong> última análise, a conceitos da ciência física), isto è, po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>scrito por um conjunto <strong>de</strong> proposições e princípios que espelham<br />
perfeitamente as proposições e os princípios da psicologia popular, mas<br />
que po<strong>de</strong>m explicar e prever <strong>de</strong> uma forma b<strong>em</strong> mais precisa do que<br />
aqueles os fenômenos com os quais estamos lidando (cf.<br />
CHURCHLAND, 2004, p. 54).<br />
A solução dada pelo fisicalismo reducionista po<strong>de</strong> ser vista como<br />
tendo algo <strong>em</strong> comum com a solução eliminativista. O reducionismo vê<br />
o mental como um processo físico que não implica alguma expansão<br />
n<strong>em</strong> da ontologia n<strong>em</strong> da epist<strong>em</strong>ologia consi<strong>de</strong>radas pela ciência<br />
física. Isto quer dizer que não há outra epist<strong>em</strong>ologia n<strong>em</strong> outra<br />
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