ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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nível da biologia e da química do cérebro. O Cognitivismo 9 , <strong>em</strong> linhas<br />
gerais, proce<strong>de</strong> do trabalho feito <strong>em</strong> varias áreas <strong>de</strong> pesquisa (como a<br />
Neurociência, a Psicologia Cognitiva, a Inteligência Artificial, a<br />
Lingüística, A <strong>Filosofia</strong>, a Antropologia), e t<strong>em</strong> como sua principal idéia<br />
inspiradora a <strong>de</strong> que a mente humana é análoga a um computador,<br />
<strong>de</strong>vendo ser estudada ao nível <strong>de</strong> seu funcionamento como sist<strong>em</strong>a que<br />
elabora símbolos e processa informação (cf. SEARLE, 1984, p. 54-55).<br />
Uma importante tese do monismo fisicalista r<strong>em</strong>ete a uma particular<br />
concepção da ciência, a <strong>de</strong> que a indivíduos fisicamente indistinguíveis,<br />
com histórias fisicamente indistinguíveis, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser atribuídos os<br />
mesmos estados. Aplicada à psicologia, esta concepção dá lugar à idéia<br />
<strong>de</strong> que indivíduos que se encontram nos mesmos estados físicos,<br />
funcionais e disposicionais, oferec<strong>em</strong> a mesma contribuição a seus<br />
estados psicológicos (cf. BAKER, 1987, p. 4).<br />
É possível falar hoje <strong>de</strong> uma “psicologia fisicalista”, que se impõe<br />
como disciplina e como t<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate no âmbito da ciência cognitiva<br />
(IBID.). Como afirma Pascal Engel, o método experimental da<br />
psicologia, que distingue a psicologia dita “científica” dos outros tipos <strong>de</strong><br />
psicologia (cf. ENGEL, 2000, p. 109-110), e que está fundado sobre um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> inferência estatística baseado na medida dos dados e nas<br />
inferências a partir <strong>de</strong>stes, não é pensado, por muitos psicólogos<br />
experimentais, como contrário ao i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>terminístico da ciência física<br />
clássica. Isto é, porquanto a abordag<strong>em</strong> probabilística po<strong>de</strong> ser lida<br />
como não implicando a existência <strong>de</strong> leis que permitam prever os<br />
fenômenos psicológicos, existe alguma expectativa, no âmbito da<br />
psicologia experimental, <strong>de</strong> que um dia se possa mostrar que<br />
<strong>de</strong>terminados eventos e fenômenos mentais ou psicológicos estão<br />
governados por leis uniformes, que permit<strong>em</strong> um certo grau <strong>de</strong><br />
previsibilida<strong>de</strong> do comportamento humano.<br />
Há porém, no âmbito do naturalismo, um probl<strong>em</strong>a que concerne o<br />
estatuto da relação entre a psicologia entendida como uma ciência, e a<br />
9 O complexo campo da ciência cognitiva não constitui t<strong>em</strong>a <strong>de</strong>sta dissertação. Uma<br />
introdução ao probl<strong>em</strong>a mente-corpo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> vista do cognitivismo e das<br />
neurociências foi <strong>de</strong>senvolvida por Teixeira (TEIXEIRA, 2003).<br />
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