ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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s<strong>em</strong>ântico, ou seja, pela re<strong>de</strong> das atitu<strong>de</strong>s proposicionais (cf. BAKER,<br />
1987, p. 16). Em seu conjunto, esses estados intencionais constitu<strong>em</strong> a<br />
essência da inteligência consciente, da forma como a concebe a<br />
psicologia popular.<br />
1.3 O FISICALISMO E O PROBLEMA DO ESTATUTO DA<br />
PSICOLOGIA POPULAR<br />
Da visão naturalista surge uma particular concepção do ser humano,<br />
segundo a qual os eventos e os fenômenos que concern<strong>em</strong> o hom<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser explicados enquanto partes da or<strong>de</strong>m natural, e, portanto, a<br />
natureza humana <strong>de</strong>ve ser vista como sendo constituída<br />
exclusivamente pelas entida<strong>de</strong>s do tipo consi<strong>de</strong>rado pela ciência física.<br />
O hom<strong>em</strong> é consi<strong>de</strong>rado como um complexo sist<strong>em</strong>a físico-químico, e<br />
seus comportamentos, movimentos corporais, ações, são cont<strong>em</strong>plados<br />
como eventos e estados que r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> a concretos acontecimentos,<br />
ocorrências e condições localizados espaço-t<strong>em</strong>poralmente, que<br />
interag<strong>em</strong> entre si segundo relações <strong>de</strong> causa-efeito, e que po<strong>de</strong>m, <strong>em</strong><br />
ultima análise, ser explicados unicamente <strong>em</strong> termos químico-fisicos (cf.<br />
HORGAN, 1994, p. 472). Neste clima, há uma tendência a investigar a<br />
Psicologia <strong>de</strong> “um ponto <strong>de</strong> vista científico”:<br />
“A psicologia está ainda esperando o seu Newton. Mesmo assim, muitos filósofos<br />
e outros estão confiantes <strong>de</strong> que a mente humana, <strong>em</strong> princípio não menos<br />
ingovernável que o restante da natureza, está prestes a ser domesticada pela<br />
ciência. A longa história <strong>de</strong> sucesso na tarefa da explicação <strong>de</strong> fenômenos <strong>em</strong> um<br />
domínio após o outro fornece razões para pensar que nada, n<strong>em</strong> mesmo a mente<br />
humana, permanecerá durante longo t<strong>em</strong>po além do alcance da teoria científica”<br />
(BAKER, 1987, p. 3).<br />
Alguns dos esforços mais recentes para enquadrar a Psicologia no<br />
domínio da ciência física têm alimentado os programas <strong>de</strong> investigação<br />
da Neurociência e do Cognitivismo. A Neurociência preten<strong>de</strong><br />
caracterizar o ser humano, e tudo o que chamamos <strong>de</strong> “mental”, ao<br />
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