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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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existe, “fisicalismo” r<strong>em</strong>ete às variadas doutrinas que visam articular <strong>de</strong><br />

um modo mais preciso aquelas idéias pré-teoréticas (cf. HORGAN,<br />

1994, p. 471).<br />

Segundo a visão fisicalista, <strong>em</strong> sentido amplo, a ciência física<br />

possuiria uma certa autorida<strong>de</strong> ontológica sobre as outras ciências (cf.<br />

CRANE, 1994, p. 480). Porém, como assinala Baker (cf. BAKER, 1987,<br />

p. 4), o conceito <strong>de</strong> fisicalismo <strong>em</strong>bute mais do que isto, pois muitas<br />

vezes a reivindicação principal é a <strong>de</strong> que a ciência seja o exclusivo<br />

árbitro da realida<strong>de</strong>, a medida <strong>de</strong> todas as coisas. Isto é, o<br />

conhecimento científico seria não somente privilegiado, quanto<br />

exaustivo com relação às outras formas <strong>de</strong> conhecimento.<br />

Como afirmou Popper, um princípio que caracteriza fort<strong>em</strong>ente o<br />

fisicalismo afirma que o mundo físico é auto-contido ou fechado, não<br />

possui alguma relação <strong>de</strong> causa-efeito com o que se encontra fora <strong>de</strong>le,<br />

e todos os processos e eventos que acontec<strong>em</strong> no mundo <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

entendidos e explicados inteiramente <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> teorias da ciência<br />

física. Popper chama este l<strong>em</strong>a do fisicalismo <strong>de</strong> “princípio da<br />

inviolabilida<strong>de</strong> do mundo físico” (POPPER; ECCLES, 1995, p. 77).<br />

Neste sentido, a tese do monismo fisicalista se opõe não somente à<br />

ontologia do dualismo, como também à sua tese epist<strong>em</strong>ológica. A tese<br />

epist<strong>em</strong>ológica do dualismo, que <strong>de</strong>scen<strong>de</strong> dos argumentos cartesianos<br />

contra o materialismo, afirma que o mundo físico não é causalmente<br />

fechado (IBID., p. 77-78), n<strong>em</strong> o é o domínio mental (cf. KIM, 1996, p.<br />

147): neste sentido, o mental joga um papel causal ao afetar o mundo<br />

físico, e é por este afetado. Porém, como afirma Chalmers, um dos<br />

l<strong>em</strong>as do dualismo é o <strong>de</strong> que as proposições que concern<strong>em</strong> o mental<br />

não po<strong>de</strong>m ser explicadas <strong>em</strong> termos das proposições que concern<strong>em</strong><br />

o mundo físico, e vice-versa (cf. CHALMERS, 2002, p. 6). Segundo o<br />

dualismo interacionista cartesiano, não po<strong>de</strong> haver alguma primazia das<br />

explicações da ciência física sobre as explicações <strong>em</strong> termos mentais,<br />

pois os eventos mentais e físicos ocorr<strong>em</strong> como anéis <strong>de</strong> uma mesma<br />

ca<strong>de</strong>ia causal. Então, para oferecer uma plena explicação causal do<br />

porque um evento físico ocorreu, é preciso muitas vezes sair do domínio<br />

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