12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

no quadro das referências do naturalismo e do materialismo fisicalista?<br />

(cf. SEARLE, 1984, p. 18; CHALMERS, 2002, p. 1). Esta questão foi<br />

consi<strong>de</strong>rada por filósofos como Thomas Nagel, Chalmers, e Searle,<br />

como absolutamente central no seio da abordag<strong>em</strong> do probl<strong>em</strong>a mentecorpo<br />

(cf. NAGEL, 1985, p. 379; SEARLE, 1984, p. 18; CHALMERS,<br />

2002, p. 2).<br />

Entre os neurocientistas se acredita que não há realmente um<br />

probl<strong>em</strong>a mente-corpo, ou que este po<strong>de</strong>rá, um dia, ser resolvido. O<br />

que suporta esta visão, é a idéia <strong>de</strong> que o que chamamos <strong>de</strong> <strong>em</strong>oções,<br />

<strong>de</strong> pensamentos, <strong>de</strong> estados subjetivos, não seria nada mais do que o<br />

resultado da ativida<strong>de</strong> bioquímica do cérebro (cf. DAMASIO, 1996, p.<br />

15-17). O fenômeno da consciência, que po<strong>de</strong>ria ser compreendido<br />

exclusivamente no interior dos mecanismos neurobiológicos que<br />

governam o nosso corpo, seria o efeito da interação <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong><br />

neurônios, as células que conduz<strong>em</strong> as substâncias químicas que são<br />

responsáveis pela transmissão dos sinais elétricos pelo sist<strong>em</strong>a nervoso<br />

(cf. GUYTON, 1993, p. 1-2). Sab<strong>em</strong>os, por ex<strong>em</strong>plo, que o nosso<br />

estado mental é vulnerável às substâncias que alteram o estado<br />

cerebral, as substâncias psicoativas, como são as drogas ou os<br />

medicamentos psicotrópicos. Sab<strong>em</strong>os, também, que lesões graves do<br />

tecido cerebral na área témporo-frontal do cortex cerebral, <strong>em</strong><br />

conseqüência <strong>de</strong> cirurgias ou aci<strong>de</strong>ntes, traz<strong>em</strong> como conseqüência<br />

uma profunda alteração da personalida<strong>de</strong> (cf. DAMASIO, 1996, p.24-<br />

28).<br />

Isto <strong>de</strong>veria nos fazer realmente supor que o probl<strong>em</strong>a do mental<br />

seria um probl<strong>em</strong>a que po<strong>de</strong> ser resolvido no âmbito do naturalismo,<br />

afirmando simplesmente que aqueles que chamamos <strong>de</strong> estados<br />

mentais não são nada mais que estados físicos, isto é, que a mente é o<br />

cérebro? Ou, ainda mais, que o probl<strong>em</strong>a do mental po<strong>de</strong> ser<br />

dissolvido, pois não haveria possibilida<strong>de</strong> alguma <strong>de</strong> conciliar a visão<br />

naturalística do mundo com a visão <strong>de</strong> uma “mente”? Para po<strong>de</strong>rmos<br />

abordar estas questões é necessário examinar mais <strong>de</strong> perto a noção<br />

<strong>de</strong> naturalismo.<br />

18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!