ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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causal <strong>em</strong> termos das proprieda<strong>de</strong>s intencionais não po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>senvolvida nos termos da explicação causal que r<strong>em</strong>ete às<br />
proprieda<strong>de</strong>s e às regularida<strong>de</strong>s físicas. Isto é, uma explicação racionalcausal<br />
não po<strong>de</strong> ser uma explicação causal nos termos da ciência<br />
física.<br />
Este probl<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser reconduzido também ao fato <strong>de</strong> que a teoria<br />
da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das ocorrências não po<strong>de</strong> jogar o papel <strong>de</strong> permitir que<br />
uma relação <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> entre um evento mental e um evento físico<br />
possa ser subsumida por uma lei psicofísica, ou seja, por uma<br />
generalização que estabelece uma regularida<strong>de</strong> nomológica que<br />
governa a relação entre as proprieda<strong>de</strong>s mentais e as proprieda<strong>de</strong>s<br />
físicas. Neste sentido, a teoria da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das ocorrências não<br />
permite um elo suficient<strong>em</strong>ente forte entre o mental e o fisico, para que<br />
sejam garantidas as exigências do naturalismo fisicalista <strong>em</strong> termos da<br />
explicação causal.<br />
Como foi afirmado mais <strong>de</strong> uma vez ao longo da dissertação, a visão<br />
<strong>de</strong> Davidson no âmbito do fisicalismo é marcada pela sua concepção<br />
dos conceitos <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, conceitos que Davidson<br />
singulariza, no sentido <strong>de</strong> fazê-los coerentes com a sua “metafísica”<br />
mínima, que ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>flacionar a ontologia reducionista, que categoriza<br />
o existente através <strong>de</strong> tipos, proprieda<strong>de</strong>s, classes. Acredito, porém,<br />
que o t<strong>em</strong>a da individuação dos eventos mentais como particulares não<br />
repetíveis, como os objetos extensionais aos quais a expressão<br />
lingüística se refere, constitui um probl<strong>em</strong>a difícil e <strong>de</strong>licado, que requer<br />
um tipo <strong>de</strong> aprofundamento que vai além do escopo <strong>de</strong>sta<br />
dissertação<br />
36 .<br />
No processo <strong>de</strong> individuação <strong>de</strong> um evento mental, Davidson é<br />
levado inevitavelmente a utilizar <strong>de</strong>scrições construídas através <strong>de</strong><br />
36 Como foi já colocado <strong>em</strong> evidência no segundo capítulo da dissertação, Davidson<br />
não encontra um critério plenamente satisfatório para individuar os eventos. Ele<br />
todavia reconhece que, como uma montanha é i<strong>de</strong>ntificada univocamente fornecendo<br />
a latitu<strong>de</strong> e a longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu pico mais alto, mas na verda<strong>de</strong> ela ocupa mais <strong>de</strong> um<br />
único ponto no espaço, assim, <strong>de</strong> uma forma análoga, e com não maior precisão,<br />
i<strong>de</strong>ntificamos um evento mental (cf. DAVIDSON, 1969, p. 176).<br />
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