ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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contrastantes. Segundo McLaughlin, a <strong>de</strong>finição que Davidson dá <strong>de</strong><br />
evento mental, não quer dizer que um evento é mental somente <strong>de</strong>baixo<br />
<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scrição ou somente quando <strong>de</strong>scrito como mental 35 . Isto<br />
porque, segundo McLaughlin, a posição ocupada por a no enunciado “a<br />
satisfaz o enunciado mental aberto ‘x é m’” é extensional; e igualmente<br />
com relação à posição ocupada por a no enunciado “a satisfaz o<br />
enunciado físico aberto ‘x é p’” (cf. McLAUGHLIN, 1985, p. 336).<br />
Segundo Johnston, o contexto “x é um evento mental” não po<strong>de</strong> ser<br />
extensional, pois, se assim fosse, a tría<strong>de</strong> “M é um evento mental”, “P<br />
não é um evento mental”, “M = P” seria inconsistente. Portanto, “x é um<br />
evento mental”, é um contexto intensional, assim como “x é um evento<br />
fisico”. Johnston conclui que a teoria da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das ocorrências<br />
expressa um fato lingüístico, ou seja, que todo evento com alguma<br />
<strong>de</strong>scrição mental t<strong>em</strong> alguma <strong>de</strong>scrição física (cf. JOHNSTON, 1985, p.<br />
420).<br />
No contexto do <strong>de</strong>bate com Kim, Davidson não aprofunda este<br />
probl<strong>em</strong>a, e afirma somente que não faz algum sentido supor que<br />
<strong>de</strong>screvê-lo no vocabulário mental po<strong>de</strong>ria privar o evento <strong>de</strong> sua<br />
eficácia causal (cf. DAVIDSON, 1993, p. 195). Evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, ele<br />
acredita que é pacífico que o contexto é extensional. Porém, eu acredito<br />
que isto <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>monstrado no contexto da tese do monismo<br />
anômalo. Em falta <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>monstração neste sentido, eu po<strong>de</strong>ria crer<br />
que, ao afirmar que um evento “mental” possui eficácia causal, estou na<br />
verda<strong>de</strong> atribuindo eficácia causal a uma mera <strong>de</strong>scrição, que po<strong>de</strong> não<br />
existir na realida<strong>de</strong> do mundo.<br />
35 Porém, parece que é exatamente isto que Davidson afirma, ou seja :”um evento é<br />
mental se e somente se possui uma <strong>de</strong>scrição mental” (cf. DAVIDSON, 1970b, p. 211).<br />
Este critério, inclusive, parece tomar todos os eventos como mentais.<br />
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