12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

uma causa, ou uma explicação causal, <strong>de</strong> um evento, quando é<br />

consi<strong>de</strong>rada como uma causa, ou uma explicação, “plena” e “suficiente”,<br />

parece excluir outras causas ou explicações causais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que<br />

possam ser trazidas. Esta noção, que evoca um <strong>de</strong>terminismo perfeito<br />

(IBID.), encontraria suas raízes na afirmação feita por J. S. Mill <strong>em</strong> “A<br />

Syst<strong>em</strong> of logic”, <strong>de</strong> que “a causa é o somatório total das condições<br />

positivas e negativas tomadas <strong>em</strong> conjunto” (MILL, 1989, p. 185). Neste<br />

sentido, um evento, para po<strong>de</strong>r ser consi<strong>de</strong>rado uma causa “plena” e<br />

“suficiente” <strong>de</strong> outro evento, <strong>de</strong>ve incluir tudo, no universo, que prece<strong>de</strong><br />

o efeito e possui relação causal com o efeito (cf. DAVIDSON, 1993,<br />

p.199).<br />

Porém, para Davidson, uma conseqüência do próprio princípio <strong>de</strong><br />

Mill, é a <strong>de</strong> que não é possível excluir da explicação causal os eventos<br />

mentais, pois este princípio inclui, por <strong>de</strong>finição, tudo o que po<strong>de</strong>ria ser<br />

uma causa. Assim, apesar <strong>de</strong> que os conceitos mentais não são<br />

redutíveis aos conceitos físicos, não há razão para supor que nós<br />

po<strong>de</strong>ríamos per<strong>de</strong>r interesse <strong>em</strong> explicações <strong>em</strong> termos mentais,<br />

somente porque já t<strong>em</strong>os uma explicação física acabada (IBID.).<br />

Obviamente, as explicações mentais nunca são plenas e suficientes.<br />

Como a maioria das explicações, assum<strong>em</strong> que um vasto numero <strong>de</strong><br />

fatores não especificados e não especificáveis que po<strong>de</strong>riam ter<br />

intervindo entre a causa e o efeito, não intervieram. Isto não quer dizer<br />

que elas não são explicações causais, n<strong>em</strong> que as explicações físicas<br />

as exclu<strong>em</strong>: isto po<strong>de</strong> ser concebido somente se confundirmos as<br />

relações causais, que concern<strong>em</strong> somente os particulares, com as<br />

explicações causais, que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que são “suficientes”, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> lidar com<br />

leis, e então com tipos <strong>de</strong> eventos (IBID.). Uma explicação mental é<br />

uma explicação racional-causal, portanto não po<strong>de</strong> levar <strong>em</strong> conta a<br />

totalida<strong>de</strong> dos fatores causais. Para Davidson, as razões das ações<br />

humanas não po<strong>de</strong>m ser governadas pelas leis estritas da física, mas,<br />

mesmo assim, são causalmente eficazes.<br />

Acredito que ulteriores explicações seriam <strong>de</strong>vidas por parte <strong>de</strong><br />

Davidson sobre qual seria a natureza do papel das proprieda<strong>de</strong>s<br />

mentais na produção da eficácia causal dos eventos: esta eficácia é<br />

146

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!