12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Porém, a crítica <strong>de</strong> Kim atinge o alvo no sentido <strong>de</strong> que <strong>de</strong>sperta a<br />

atenção na direção do seguinte ponto obscuro na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Davidson:<br />

se a existência da relação <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> entre eventos mentais e<br />

eventos físicos tomados <strong>em</strong> extensão é suficiente para garantir a<br />

eficácia causal do mental, qual é a função das generalizações não<br />

estritas?<br />

No monismo anômalo, não parece que se possa dizer que a função<br />

<strong>de</strong> garante da relação causal seja própria das generalizações não<br />

estritas, e o mesmo parece valer para as proprieda<strong>de</strong>s mentais.<br />

Davidson não diz que as proprieda<strong>de</strong>s mentais funcionam como as<br />

garantes da relação causal. Com relação a este t<strong>em</strong>a, Davidson afirma<br />

o seguinte: “As proprieda<strong>de</strong>s mentais são causalmente eficazes se<br />

faz<strong>em</strong> uma diferença para o que os eventos individuais causam”<br />

(DAVIDSON, 1993, p. 198). É a superveniência, segundo Davidson, que<br />

assegura esta “diferença” (IBID.). Acredito que a afirmação, um pouco<br />

obscura, <strong>de</strong> que as proprieda<strong>de</strong>s mentais po<strong>de</strong>m fazer uma diferença<br />

para o que os eventos mentais causam, não parece trazer maior luz<br />

sobre a seguinte questão: a eficácia causal é imputável, afinal, aos<br />

eventos tomados extensionalmente, ou às suas proprieda<strong>de</strong>s? No<br />

mesmo movimento <strong>em</strong> que Davidson parece atribuir às proprieda<strong>de</strong>s<br />

mentais uma eficácia causal (enquanto afirma que as proprieda<strong>de</strong>s<br />

mentais faz<strong>em</strong> uma diferença com relação à causação), ele afirma<br />

também que o que causa, o que faz a função <strong>de</strong> causar, são os eventos<br />

individuais.<br />

4.2.3 Sobre as conclusões <strong>de</strong> Davidson <strong>em</strong> relação à eficacia causal do<br />

mental no monismo anômalo<br />

Davidson reconhece, afinal, que o monismo anômalo é, sim,<br />

consistente com a tese epifenomenalista <strong>de</strong> que o mental não causa<br />

nada enquanto “mental”, isto é, com a tese <strong>de</strong> que as proprieda<strong>de</strong>s<br />

mentais dos eventos não são causalmente eficazes (cf. DAVIDSON,<br />

1993, p. 196). Porém, segundo ele, esta consistência não é suficiente<br />

para <strong>de</strong>sacreditar o monismo anômalo, pois <strong>de</strong>la não segue que o<br />

143

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!