ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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psico-físicas) (IBID., p. 196-197), e significa que as proprieda<strong>de</strong>s<br />
mentais <strong>de</strong> um evento são causalmente eficazes.<br />
Porém, segundo Kim, a tarefa que o conceito <strong>de</strong> superveniência<br />
fraca <strong>de</strong>fendido por Davidson po<strong>de</strong>, no máximo, realizar, é a <strong>de</strong> ajudar a<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r não a eficácia causal, mas a mera relevância causal das<br />
proprieda<strong>de</strong>s mentais <strong>de</strong> um evento (cf. KIM, 2003, p. 130). Os sintomas<br />
<strong>de</strong> uma doença, por ex<strong>em</strong>plo, po<strong>de</strong>m ser causalmente relevantes para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento ulterior da patologia, mas isto não quer dizer que<br />
eles possuam eficácia causal no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o <strong>de</strong>curso da<br />
doença (IBID.).<br />
O conceito <strong>de</strong> eficácia causal, segundo Kim, <strong>de</strong>ve expressar uma<br />
conexão necessária entre os el<strong>em</strong>entos que se encontram na relação<br />
causal (IBID., p. 130-131). Ou seja, para que o mental possa ser<br />
consi<strong>de</strong>rado causalmente eficaz, t<strong>em</strong>os que po<strong>de</strong>r afirmar a existência<br />
<strong>de</strong> uma conexão necessária entre as proprieda<strong>de</strong>s mentais e as<br />
proprieda<strong>de</strong>s físicas dos eventos, ao ponto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dizer que, “Se um<br />
evento E t<strong>em</strong> uma proprieda<strong>de</strong> física P, então necessariamente t<strong>em</strong><br />
uma proprieda<strong>de</strong> mental M”. Isto equivale a afirmar uma proposição<br />
contrafáctica da forma seguinte: “Se o evento E não tivesse a<br />
proprieda<strong>de</strong> mental M, então não teria a proprieda<strong>de</strong> física P”. Ou seja,<br />
se o evento não tivesse estas <strong>de</strong>terminadas proprieda<strong>de</strong>s mentais, teria<br />
diferentes efeitos causais (IBID., p. 130).<br />
Por ex<strong>em</strong>plo, supomos que as proprieda<strong>de</strong>s estéticas <strong>de</strong> uma obra<br />
<strong>de</strong> arte, como o misterioso sorriso da Mona Lisa, sejam supervenientes<br />
sobre suas proprieda<strong>de</strong>s físicas, como as proprieda<strong>de</strong>s das tintas<br />
usadas por Leonardo para pintar a obra. Se isto quer dizer que as<br />
proprieda<strong>de</strong>s estéticas têm eficácia causal sobre as proprieda<strong>de</strong>s físicas<br />
das tintas, então <strong>de</strong>veria ser verda<strong>de</strong> que, se as proprieda<strong>de</strong>s estéticas<br />
do misterioso sorriso foss<strong>em</strong> diferentes, as proprieda<strong>de</strong>s físicas das<br />
tintas usadas seriam também diferentes. Se, pelo contrario, isto quer<br />
dizer que as proprieda<strong>de</strong>s estéticas têm uma mera relevância causal<br />
sobre as proprieda<strong>de</strong>s físicas das tintas, então haveria uma mera<br />
conexão <strong>de</strong> fato entre as proprieda<strong>de</strong>s, expressada pela proposição: “As<br />
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