ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...
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afirma, então a primeira pr<strong>em</strong>issa do monismo anômalo 28 é falsa,<br />
portanto as três pr<strong>em</strong>issas do monismo anômalo são inconsistentes<br />
entre si (cf. DAVIDSON, 1993, p. 185). A resposta <strong>de</strong> Davidson se<br />
articula através <strong>de</strong> três pontos:<br />
1. A relação <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> é uma relação entre eventos tomados<br />
extensionalmente. Portanto, a ausência <strong>de</strong> leis estritas para o mental<br />
não implica a ineficácia causal do mental.<br />
2. O mental é superveniente com relação ao físico, isto é, uma<br />
mudança nas proprieda<strong>de</strong>s mentais <strong>de</strong> um evento é s<strong>em</strong>pre<br />
acompanhada numa mudança nas suas proprieda<strong>de</strong>s físicas, s<strong>em</strong><br />
que isto implique a existência <strong>de</strong> leis estritas psico-físicas.<br />
3. Exist<strong>em</strong> generalizações não estritas psico-físicas, e estas suportam a<br />
tese da eficácia causal do mental.<br />
Estas três alegações serão examinadas nas sucessivas seções.<br />
4.2.2.1 Uma primeira estratégia argumentativa <strong>de</strong> Davidson<br />
Davidson opõe a Kim uma objeção: a formulação <strong>de</strong> Kim <strong>de</strong> que, no<br />
monismo anômalo, os eventos são causas somente enquanto<br />
instanciam leis físicas, é surpreen<strong>de</strong>nte, pois é algo que ele jamais<br />
sustentou (cf. DAVIDSON, 1993, p.188). Em seus artigos, Davidson t<strong>em</strong><br />
incessant<strong>em</strong>ente afirmado justamente o contrário: não faz sentido<br />
afirmar que um evento é uma causa “enquanto algo” (IDEM, 1967b, p.<br />
160). Como foi já colocado <strong>em</strong> relevo ao longo do segundo e do terceiro<br />
capítulo <strong>de</strong>sta dissertação, na ontologia <strong>de</strong> Davidson os eventos são<br />
particulares não abstratos, e as relações causais são relações binárias<br />
extensionais entre tais eventos. Tomar um evento extensionalmente,<br />
quer dizer tomá-lo como a extensão da expressão lingüística que o<br />
<strong>de</strong>screve, ou seja, consi<strong>de</strong>rá-lo como aquele objeto particular ao qual a<br />
expressão lingüística se aplica. Um conceito como o <strong>de</strong> “causa<br />
28<br />
A pr<strong>em</strong>issa que estabelece que os eventos mentais interag<strong>em</strong> causalmente com os<br />
eventos físicos.<br />
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