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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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portanto, os estados mentais seriam atribuídos às pessoas <strong>em</strong> base, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, às leis da neurobiologia (cf. DAVIDSON, 1973, p. 248).<br />

O ponto crucial da posição <strong>de</strong> Davidson sobre o mental, e um <strong>de</strong><br />

seus principais ataques à tradição reducionista, é a idéia <strong>de</strong> que a<br />

eficácia causal dos eventos mentais no mundo físico, e seu caráter<br />

anômalo, são assunções que não estão <strong>em</strong> contradição (IDEM, 1970b,<br />

p. 207).<br />

4.2.1 A crítica <strong>de</strong> Kim ao monismo anômalo<br />

Segundo Kim, o monismo anômalo afirma que o mental é um<br />

epifenômeno 25 , ou seja, não possui eficácia causal no mundo físico,<br />

pois não exist<strong>em</strong>, no monismo anômalo, relações significativas entre os<br />

tipos ou as proprieda<strong>de</strong>s mentais e os tipos ou as proprieda<strong>de</strong>s físicas<br />

(cf. KIM, 1993, p. 269-270; IDEM, 2003 p. 125-126). No monismo<br />

anômalo, sustenta Kim, o mental não opera causalmente, pois no<br />

monismo anômalo os eventos são causas ou efeitos somente na<br />

medida <strong>em</strong> que instanciam leis físicas, então a anomalia do mental<br />

implica que as proprieda<strong>de</strong>s mentais <strong>de</strong> um evento não produz<strong>em</strong><br />

alguma diferença <strong>de</strong> caráter causal (cf. KIM, 1993, p. 269; IDEM, 2003,<br />

p. 125). Para Kim, o argumento do monismo anômalo alega, <strong>em</strong> seu<br />

segundo princípio 26 , que qualquer relação causal que envolve um<br />

evento mental e um evento físico se sustenta somente porque uma lei<br />

estrita da física subsume os dois eventos <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> tipos ou<br />

<strong>de</strong>scrições físicas. Sendo assim, eventos mentais individuais têm<br />

eficácia causal somente enquanto instanciam tipos físicos, e ca<strong>em</strong> sob<br />

leis estritas, ou seja, sob leis físicas. Kim acredita que, no monismo<br />

25 Esta dissertação toma como referência principal, para a crítica feita por Kim a<br />

Davidson sobre a questão da eficácia causal das proprieda<strong>de</strong>s mentais, o escrito <strong>de</strong><br />

Kim “Philosophy of Mind and Psychology” (KIM, 2003), on<strong>de</strong> Kim reorganiza e amplia<br />

algumas reflexões que ele tinha feito já alguns anos antes, <strong>em</strong> seu escrito “The myth of<br />

nonreductive materialism” (KIM, 1993). Para a resposta <strong>de</strong> Davidson a Kim, a<br />

referência principal tomada <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>raçao nesta dissertação é o artigo <strong>de</strong> Davidson<br />

“Thinking Causes” (DAVIDSON, 1993), on<strong>de</strong> Davidson respon<strong>de</strong> diretamente a Kim.<br />

26 O princípio do caráter nomológico da causalida<strong>de</strong>.<br />

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