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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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Há, para Davidson, uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrências, no sentido <strong>de</strong> que o<br />

mesmo evento particular po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como mental e como físico.<br />

Davidson exclui a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre tipos ou proprieda<strong>de</strong>s mentais e<br />

físicas, um dos conceitos que caracterizam a visão reducionista.<br />

O monismo anômalo é uma tese sobre a relação mente-corpo, que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma posição fisicalista não-reducionista. É uma forma <strong>de</strong><br />

monismo fisicalista, pois afirma que os eventos mentais são eventos<br />

físicos. É uma forma <strong>de</strong> fisicalismo não redutivo, pois alega que o<br />

mental é anômalo, isto é, não está sujeito às leis da física (IBID., p.<br />

208).<br />

Davidson afirma que os eventos mentais causam eventos físicos e<br />

são causados por estes. Esta tese, porém, não po<strong>de</strong> ameaçar a tese da<br />

anomalia do mental. Nós atribuímos comumente às pessoas estados ou<br />

eventos mentais, como crenças e <strong>de</strong>sejos, para tentar explicar suas<br />

ações e seu comportamento. Estes estados e eventos mentais são<br />

subsumidos por conceitos s<strong>em</strong>ânticos e intencionais, e isto exclui,<br />

segundo Davidson, que possam ser governados pelas leis através das<br />

quais os físicos tentam explicar e prever os fenômenos naturais. Não<br />

po<strong>de</strong>m existir leis estritas que colocam <strong>em</strong> conexão as proprieda<strong>de</strong>s<br />

mentais e as proprieda<strong>de</strong>s físicas, pois se elas existiss<strong>em</strong> não seria<br />

mais possível atribuir estados mentais às pessoas com base nos<br />

princípios da racionalida<strong>de</strong>, da lógica e da s<strong>em</strong>ântica, mas isto seria<br />

feito com base, por ex<strong>em</strong>plo, nas leis da neurobiologia (IDEM, 1973, p.<br />

248).<br />

O ponto crucial da posição <strong>de</strong> Davidson sobre o mental, e um <strong>de</strong><br />

seus principais ataques à tradição reducionista, é justamente a idéia <strong>de</strong><br />

que a eficácia causal dos eventos mentais no mundo físico, e seu<br />

caráter anômalo, são assunções que não estão <strong>em</strong> contradição (IDEM,<br />

1970b, p. 207), sendo que a eficácia causal do pensamento e da<br />

intenção no mundo material po<strong>de</strong> conviver com a liberda<strong>de</strong> da razão <strong>em</strong><br />

relação às leis naturais (IBID., p. 224-225).<br />

Uma das mais relevantes conseqüências da tese da anomalia do<br />

mental é a <strong>de</strong> que, segundo Davidson, a psicologia não po<strong>de</strong> ser uma<br />

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