12.04.2013 Views

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

co-extensivo com um predicado psicológico: porém, isto não t<strong>em</strong><br />

interesse para a ciência, pois ela está interessada nas correlações<br />

nomológicas, mesmo que os ex<strong>em</strong>plos não esgot<strong>em</strong> todos os casos.<br />

Então, mesmo que todos os eventos psicológicos possuam uma<br />

<strong>de</strong>scrição física, disto não segue que qualquer predicado físico possua a<br />

mesma extensão <strong>de</strong> um predicado psicológico, n<strong>em</strong> que haja um<br />

predicado físico correlato nomologicamente ao predicado psicológico<br />

dado. Assim, todos os recursos da física não são suficientes para<br />

individuar classes <strong>de</strong> eventos (abertas ou infinitas) <strong>de</strong>finidas por<br />

predicados psicológicos. Ou seja, um conhecimento completo do corpo<br />

e do cérebro não representa um conhecimento do pensamento e da<br />

ação. Exist<strong>em</strong>, sim, correlações estabelecidas intuitivamente entre<br />

eventos psicológicos e eventos físicos, ou seja, é possível formular<br />

generalizações estatísticas que não po<strong>de</strong>m ser refinadas<br />

ilimitadamente, pois não são leis estritas <strong>de</strong> uma ciência fechada na sua<br />

área <strong>de</strong> aplicação. Os eventos psicológicos são, sim, idênticos a<br />

eventos físicos, porém isto não nos autoriza a dizer que os eventos<br />

psicológicos são previsíveis como os eventos físicos, ou que são a<br />

estes redutíveis, ou explicáveis da mesma forma como explicamos os<br />

eventos físicos, pela razão <strong>de</strong> que não é possível por <strong>em</strong> correlação<br />

classes <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>scritos <strong>em</strong> termos físicos com classes <strong>de</strong> eventos<br />

<strong>de</strong>scritos <strong>em</strong> termos psicológicos.<br />

Então, a profunda compreensão dos processos físicos <strong>de</strong> Art não<br />

po<strong>de</strong> fazer-nos concluir que Art está zangado, ou que Art “acredita que<br />

p”. Para po<strong>de</strong>rmos <strong>de</strong>cidir isto, <strong>de</strong>veríamos, antes, observar os<br />

movimentos macroscópicos <strong>de</strong> Art e <strong>de</strong>cidir como interpretá-los, assim<br />

como faz<strong>em</strong>os com os seres humanos.<br />

A complexida<strong>de</strong> das atribuições psicológicas, por si só, não<br />

<strong>de</strong>monstra nada, mas a questão é s<strong>em</strong>pre a <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong>mos dar<br />

conta <strong>de</strong>la s<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar a capacida<strong>de</strong> lingüística e a sua complexa<br />

estrutura cognitiva. Os atos lingüísticos são intencionais, então são eles<br />

mesmos ações intencionais, e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser interpretados, ou seja, <strong>de</strong>vese<br />

po<strong>de</strong>r dizer o que as palavras expressam numa <strong>de</strong>terminada ocasião<br />

<strong>de</strong> uso, e isto requer o conhecimento da língua do falante. Não<br />

113

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!