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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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neurofisiológicos são casos particulares dos mecanismos físicos<br />

(hipotizando que seja possível, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Niels Bohr, reduzir a química<br />

dos neurotransmissores à física atómica).<br />

Segundo Davidson, não é <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> alguma, para nós, saber quais<br />

processos físicos ou neurofisiológicos se i<strong>de</strong>ntificam com os eventos<br />

mentais e psicológicos, e com os atos do comportamento humano <strong>de</strong><br />

alguém, se não possuirmos um esqu<strong>em</strong>a interpretativo baseado nas<br />

correlações da experiência da pessoa com outros atos <strong>de</strong> outros<br />

homens. Um conhecimento <strong>de</strong>talhado <strong>em</strong> neurofisiologia do cérebro<br />

permitiria uma modificação enorme no estudo dos fenómenos<br />

psicológicos, mas o conhecimento <strong>em</strong> neurofisiologia não constitui<br />

conhecimento também <strong>em</strong> psicologia.<br />

Supomos po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>screver perfeitamente o processo causal dos<br />

eventos fisiológicos no corpo <strong>de</strong> Art após a picada, no corpo <strong>de</strong> Art,<br />

efetuada com uma agulha, encontrando com precisão as leis físicas que<br />

regulam o processo. Supomos também <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r coligar através <strong>de</strong> leis<br />

psicofísicas a <strong>de</strong>scrição física (o estímulo produzido pela agulha, e<br />

todos os processos fisiológicos que segu<strong>em</strong>) com a <strong>de</strong>scrição<br />

psicológica do efeito (o grito <strong>de</strong> Art, sua expressão <strong>de</strong> dor, o movimento<br />

do rosto, etc.). Se conseguíss<strong>em</strong>os fazer isto, <strong>de</strong>monstraríamos que<br />

todos os eventos psicológicos são rigorosamente previsíveis,<br />

correlacionáveis sist<strong>em</strong>aticamente às suas <strong>de</strong>scrições físicas, e, então,<br />

que a psicologia é redutível à física.<br />

A suposição <strong>de</strong> Davidson é a <strong>de</strong> que para cada evento psicológico<br />

particular possamos dar uma <strong>de</strong>scrição <strong>em</strong> termos físicos. Assim, para<br />

cada classe <strong>de</strong> eventos dada e finita, supomos po<strong>de</strong>r estabelecer uma<br />

correlação entre eventos psicológicos e <strong>de</strong>scrições físicas. Mas, mesmo<br />

se fosse possível fazer isto, não segue que predicados psicológicos<br />

abertos como “x <strong>de</strong>seja a mulher do vizinho” (IBID., p. 249), que<br />

<strong>de</strong>terminam classes potencialmente infinitas, possuam predicados<br />

físicos nomologicamente correspon<strong>de</strong>ntes. É claro que, se uma classe<br />

<strong>de</strong> eventos psicológicos é finita, e cada evento psicológico t<strong>em</strong> uma<br />

<strong>de</strong>scrição física, então há um predicado físico que <strong>de</strong>termina a mesma<br />

classe <strong>de</strong> cada predicado psicológico, ou seja, há um predicado físico<br />

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