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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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que <strong>de</strong>termina as razões <strong>de</strong> aposta que o individuo estará disposto a<br />

aceitar), e o valor (por ex<strong>em</strong>plo, o valor <strong>em</strong> dólar) atribuído ao mesmo<br />

(intensida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sejo) (IBID.).<br />

A vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sta teoria é a <strong>de</strong> postular uma estrutura <strong>de</strong><br />

comportamento (uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores cognitivos) da qual seja possível<br />

inferir crenças e <strong>de</strong>sejos, abandonando a tentativa <strong>de</strong> querer explicar as<br />

ações isoladamente, uma <strong>de</strong> cada vez: “isto elimina a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estabelecer a existência <strong>de</strong> crenças e atitu<strong>de</strong>s separadamente do<br />

comportamento, e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, leva sist<strong>em</strong>aticamente <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração toda a re<strong>de</strong> dos fatores cognitivos e motivacionais<br />

relevantes” (IBID., p. 235).<br />

Esta teoria atribui números para medir os graus <strong>de</strong> crença e <strong>de</strong>sejo,<br />

coisa imprescindível se <strong>de</strong>ve estar apta à previsão, todavia o faz com<br />

base <strong>de</strong> provas puramente qualitativas, como preferências ou escolhas<br />

entre alternativas. Segundo Davidson, porém, não po<strong>de</strong>mos colocar<br />

esta teoria da <strong>de</strong>cisão no mesmo plano <strong>de</strong> uma teoria física, pois é<br />

estática, não t<strong>em</strong> algum po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> previsão, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que as<br />

crenças e os valores mudam no t<strong>em</strong>po. Para testar <strong>em</strong>piricamente a<br />

valida<strong>de</strong> da teoria <strong>de</strong> Ramsey, Davidson elaborou um experimento no<br />

qual os sujeitos faziam todas as possíveis escolhas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

campo <strong>de</strong> alternativas binárias, <strong>em</strong> que, durante sessões sucessivas, o<br />

mesmo conjunto <strong>de</strong> opções era a eles apresentado repetidamente, s<strong>em</strong><br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> e s<strong>em</strong> condicionamento (as alternativas<br />

mascaravam a repetição, e os prêmios eram dados no final do<br />

experimento). Davidson observou que, com o passar do t<strong>em</strong>po, as<br />

pessoas tornavam-se s<strong>em</strong>pre mais coerentes, sendo que as escolhas<br />

irracionais ou intransitivas (quando, por ex<strong>em</strong>plo, o sujeito tinha antes<br />

escolhido A sobre B, B sobre C, e C sobre A) eram corrigidas<br />

sucessivamente (IBID., p. 235-236).<br />

Então, a teoria <strong>de</strong> Ramsey não oferece as condições para gerar<br />

previsões exatas: pois o simples fato <strong>de</strong> operar uma escolha altera as<br />

escolhas futuras. Mas o resultado mais importante, segundo Davidson,<br />

<strong>de</strong> seu experimento, foi o <strong>de</strong> que a freqüência das escolhas provou uma<br />

disposição coerente subjacente, presente nos sujeitos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio.<br />

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