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ANDREA SCHIMMENTI - Programa de Pós-Graduação em Filosofia ...

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segundo os reducionistas, não po<strong>de</strong> haver lugar s<strong>em</strong> leis estritas <strong>de</strong><br />

ligação psicofísicas. Ou seja, para os reducionistas, toda vez que é<br />

possível afirmar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre tipos <strong>de</strong> estados ou eventos mentais<br />

e físicos, é possível também formular “leis-ponte” psicofísicas que<br />

expressam uma equivalência entre diferentes discursos teóricos, como<br />

por ex<strong>em</strong>plo o da psicologia e o da neurologia (cf. KIM, 1996, p. 214).<br />

No segundo capítulo da dissertação são <strong>de</strong>scritas algumas das<br />

peculiares convicções naturalistas e fisicalistas que distingu<strong>em</strong> o<br />

pensamento <strong>de</strong> Davidson, e que constitu<strong>em</strong> o território no interior do<br />

qual o filósofo aborda as características do que chamamos <strong>de</strong> “mente”.<br />

O naturalismo davidsoniano abraça, para o mental, uma visão que não é<br />

reducionista, n<strong>em</strong> preten<strong>de</strong> ser eliminativista. Um dos alicerces da<br />

crítica <strong>de</strong> Davidson ao fisicalismo reducionista é a tese da anomalia do<br />

mental, que afirma que os eventos mentais não são governados pelas<br />

leis estritas, as leis privas <strong>de</strong> exceções, que reg<strong>em</strong> os fenômenos<br />

físicos. Esta tese davidsoniana não po<strong>de</strong> ser compreendida s<strong>em</strong><br />

esclarecer a particular posição ontológica que Davidson assume no<br />

âmbito do monismo fisicalista. A ontologia <strong>de</strong> Davidson é uma ontologia<br />

mínima, baseada <strong>em</strong> eventos particulares que po<strong>de</strong>m ser individuados<br />

segundo um critério espaço-t<strong>em</strong>poral. Isto é, os eventos são particulares<br />

não repetíveis e colocados no t<strong>em</strong>po, como o nascimento ou a morte <strong>de</strong><br />

alguém (cf. DAVIDSON 1970b, p. 209). A ontologia fisicalista <strong>de</strong><br />

Davidson se caracteriza, assim, pela particularida<strong>de</strong> dos eventos, e não<br />

pela sua materialida<strong>de</strong> ou imaterialida<strong>de</strong>.<br />

Não exist<strong>em</strong>, para Davidson (como para todo fisicalista), coisas<br />

como “mentes”, porém as pessoas possu<strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong>s mentais, ou<br />

seja, proprieda<strong>de</strong>s ou capacida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m ser classificadas por<br />

contraste com relação às coisas como as pedras ou as canetas. Dizer<br />

que as pessoas têm proprieda<strong>de</strong>s mentais é dizer que a elas po<strong>de</strong>m ser<br />

atribuídos certos predicados psicológicos que estão continuamente<br />

mudando, e estas mudanças são eventos mentais, dos quais po<strong>de</strong>mos<br />

dar <strong>de</strong>scrições (IDEM, 1994, p. 231). Por ex<strong>em</strong>plo, enunciados como<br />

“Mario acredita que vai chover”, ou “Paulo <strong>de</strong>seja que a Seleção ganhe<br />

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