I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
I M e m o r i a l d o I C H S<br />
O “Recrea<strong>do</strong>r Mineiro” como fonte para o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Português oitocentista<br />
Aline Peixoto Gravina *<br />
Para se conhecer o português <strong>do</strong> século XIX, é necessário que se tenha um conjunto confiável<br />
de da<strong>do</strong>s, para assim obter um grupo de informações essenciais para estudiosos de diferentes<br />
áreas da Lingüística, mais exatamente, para aqueles interessa<strong>do</strong>s em Sociolingüística,<br />
Lingüística Histórica, Teoria Gramatical, dentre outros. O presente trabalho, que possui<br />
financiamento da FAPEMIG, tem como objetivo buscar tal conjunto de da<strong>do</strong>s com a<br />
transcrição de artigos publica<strong>do</strong>s no Periódico Literário “O Recrea<strong>do</strong>r Mineiro”, edita<strong>do</strong> no<br />
perío<strong>do</strong> de 1845 a 1848, pela Typografhia Imparcial de Bernar<strong>do</strong> Xavier Pinto de Sousa, na<br />
cidade de Ouro Preto (MG). A coleção completa desse periódico encontra-se microfilmada no<br />
Centro de Estu<strong>do</strong>s Literários Luso-Brasileiros (CELLB), no Instituto de Ciências Humanas e<br />
Sociais (<strong>ICHS</strong>) da Universidade Federal de Ouro Preto (<strong>UFOP</strong>). Inicialmente o projeto busca<br />
identificar marcas e características da linguagem falada nas Minas Gerais <strong>do</strong> século XIX,<br />
através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s artigos publica<strong>do</strong>s no jornal e desta maneira formar um corpus de<br />
transcrição <strong>do</strong>s artigos <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> jornal, explicitan<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s referentes àquele que escreveu<br />
tais artigos, isto é, quem era, profissão, idade, situação econômica, escolarização. E ainda, se o<br />
artigo era escrito por um redator ou se eram assina<strong>do</strong>s por outros autores. Essa busca de<br />
fontes <strong>do</strong>cumentais escritas por brasileiros, educa<strong>do</strong>s no país e que aqui permaneceram até a<br />
idade adulta, é um <strong>do</strong>s primeiros passos para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da História <strong>do</strong> Português<br />
<strong>do</strong> Brasil (Ramos,1998).Assim, os artigos publica<strong>do</strong>s no jornal “O Recrea<strong>do</strong>r Mineiro”<br />
permitem separar, na coleta de da<strong>do</strong>s, textos escritos por brasileiros aqui educa<strong>do</strong>s daqueles<br />
escritos por portugueses, ou ainda, brasileiros educa<strong>do</strong>s em Portugal. Concluin<strong>do</strong>, “O<br />
Recrea<strong>do</strong>r Mineiro”, desta forma, permite a formação de um corpus representativo de uma<br />
dada época, que apresente os vários segmentos da sociedade. Essa questão é de suma<br />
importância, quan<strong>do</strong> se propõe fazer um estu<strong>do</strong> de Sociolingüística com da<strong>do</strong>s diacrônicos.<br />
ARTIGOS E ENSAIOS CIENTÍFICOS: DOIS LADOS DE UMA MESMA MOEDA?<br />
Elke Beatriz Felix Pena 91<br />
À partir da constatação de que, em publicações científicas, os gêneros textuais artigo e ensaio<br />
são muitas vezes toma<strong>do</strong>s um pelo outro, procuramos desenvolver uma pesquisa sobre<br />
questões relacionadas à constituição destes gêneros, visan<strong>do</strong> suas semelhanças, suas diferenças<br />
e seus pontos de interseção, a fim de melhor caracterizá-los. O corpus utiliza<strong>do</strong> é composto<br />
por textos de publicações da área das Ciências Humanas e Sociais que trazem explicitamente o<br />
nome <strong>do</strong> gênero a que pertencem. Fizemos, então, uma análise comparativa entre as definições<br />
<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s gêneros já existentes na literatura da área (como manuais de pesquisa e produção<br />
de textos científicos) e os textos classifica<strong>do</strong>s como artigo e aqueles classifica<strong>do</strong>s como ensaio.<br />
Com base em trabalhos de Eduar<strong>do</strong> Guimarães (1995 / 2002), Eni Orlandi (1996), Michel<br />
Foucault (1996), François Rastier (1998) e Luiz Francisco Dias (2004), em nosso estu<strong>do</strong><br />
consideramos tanto aspectos estruturais <strong>do</strong>s textos quanto aspectos discursivos.<br />
* Graduanda em Licenciatura em Língua Portuguesa .<br />
91 O autor desta comunicação é forma<strong>do</strong> em história pelo <strong>ICHS</strong>-<strong>UFOP</strong> (licenciatura e bacharela<strong>do</strong>) e<br />
atualmente cursa o último ano <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em história social <strong>do</strong> IFCS-UFRJ.<br />
- 92 -