I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
I M e m o r i a l d o I C H S<br />
O VOCATIVO EM CORPUS DO DIALETO MINEIRO OITOCENTISTA:<br />
UMA ABORDAGEM VARIACIONISTA<br />
Juliana Costa Moreira<br />
Mônica G. R. de Alkmim<br />
O presente trabalho tem como objeto de estu<strong>do</strong> o vocativo em construções de língua<br />
portuguesa coloquial em Minas Gerais no século XIX.<br />
O objetivo primeiro <strong>do</strong> trabalho em questão foi apresentar uma análise variacionista das<br />
sentenças conten<strong>do</strong> vocativo, consideran<strong>do</strong> a posição <strong>do</strong> termo na oração:[Voc + Oração],<br />
[Or+Voc + Or] e [Oração+Voc].<br />
Os da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s na presente pesquisa foram retira<strong>do</strong>s de peças de teatro de escritores<br />
nasci<strong>do</strong>s em Minas Gerais, no século XIX.<br />
No intuito de verificar se um processo de mudança se manifestou nas construções envolven<strong>do</strong><br />
vocativos foi feita a comparação de um corpus diacrônico (séc. XIX), levanta<strong>do</strong> no presente<br />
trabalho, com um corpus sincrônico (séc. XX), obti<strong>do</strong> através <strong>do</strong> trabalho de Alkmim e Garcia<br />
(2003) - Relatório CNPq -intitula<strong>do</strong> "O Vocativo no dialeto mineiro oitocentista: uma<br />
abordagem variacionista".<br />
De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s, a modalidade [Voc + Oração] foi a mais utilizada no século XIX,<br />
enquanto que na 2ª metade <strong>do</strong> século XX, pre<strong>do</strong>minou [Oração + Voc]. Tal resulta<strong>do</strong> pode<br />
sugerir que houve uma mudança na posição <strong>do</strong> vocativo em relação à oração.<br />
O Discurso Cristão Evangélico<br />
nas eleições para a presidência <strong>do</strong> Brasil - 2002<br />
Débora Martins da costa Barbosa 84<br />
O crescente número de evangélicos no Brasil 85 tem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> pela também crescente<br />
representação deles no cenário político-social nacional, inclusive com participação no<br />
Congresso 86 . Hoje, esses são fortes empreende<strong>do</strong>res nos meios de difusão e, em meio a to<strong>do</strong>s<br />
os seus recursos de propagação da fé, estão as suas publicações, que não se atêm ao aspecto<br />
religioso, mas também às questões sociais e políticas da sociedade. A trajetória deste segmento<br />
na sociedade brasileira sugere-nos que essa sensível mudança de postura está diretamente<br />
ligada à sua produção discursiva estrategicamente alterada 87 para alcançar finalidades que<br />
anteriormente não faziam parte <strong>do</strong> horizonte evangélico. Consideran<strong>do</strong> o discurso evangélico<br />
como uma categoria de discurso constituinte, 88 a questão básica que orienta a nossa pesquisa<br />
84 Graduada em Letras- Estu<strong>do</strong>s Lingüísticos, pela Universidade Federal de Ouro Preto em 2004.<br />
85 De acor<strong>do</strong> com o Jornal “Folha de São Paulo”, “Os evangélicos cresceram 8% ao ano na década de 90, enquanto os católicos tiveram<br />
um aumento anual de apenas 0,3%”. Estes da<strong>do</strong>s, diz o Jornal, fazem parte de levantamento realiza<strong>do</strong> pela pesquisa<strong>do</strong>ra Nilza de Oliveira<br />
Pereira, <strong>do</strong> Departamento de População e Indica<strong>do</strong>res Sociais <strong>do</strong> IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apresenta<strong>do</strong> na<br />
54 a . Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada em Goiânia, no mês de julho de 2002. Cf.<br />
FOLHAONLINE, 10/07/2002 – 03h 26.<br />
86 Cf. FOLHAONLINE, 10/10/200 – 08h 04. Ver, também, publicações evangélicas, a exemplo da revista “Eclésia”, de julho 2002.<br />
87 A noção de formação discursiva foi introduzida por M. Foucault, em A Arqueologia <strong>do</strong> Saber, para se referir a um conjunto de<br />
enuncia<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s a um mesmo sistema de regras, historicamente determinadas. Em M. Pêcheux, as formações discursivas,<br />
vinculadas às formações ideológicas, “determinam o que pode e deve ser dito (articula<strong>do</strong> sob a forma de uma arenga, de um sermão, de<br />
um panfleto, de uma exposição oral, de um programa etc.) a partir de uma posição dada numa conjuntura dada”. (PÊCHEUX e FUCHS,<br />
1975: 166).<br />
88 Para D. Maingueneau e F. Cossutta (1995) são constituintes aqueles discursos que desempenham um papel “funda<strong>do</strong>r” para outras<br />
produções discursivas de uma coletividade.<br />
- 90 -