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I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S<br />

ASPECTOS DIACRÔNICOS DOS DITONGOS EM LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Rita de Cássia SILVA 81<br />

Margareth de Souza FREITAS 82<br />

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre a origem <strong>do</strong>s<br />

ditongos, a fim de buscar subsídios diacrônicos para o processo de monotongação bastante<br />

produtivo na Língua Portuguesa e em que se inserem as reduções [ey] > [e] e [ow] > [o], cujos<br />

ambientes sociolingüísticos favorece<strong>do</strong>res investigamos em projeto de Iniciação Científica<br />

intitula<strong>do</strong> “O Apagamento das semivogais [y] e [w] em ditongos decrescentes na região de<br />

Mariana – MG.”. Em latim, havia somente quatro ditongos: ae, oe, au e eu (este último, mais<br />

raro). A tendência para sua redução ascende ao próprio latim vulgar, onde encontramos formas<br />

como: celebs (caelebs), clostrum (claustrum). Na última fase <strong>do</strong> latim vulgar, surge o ditongo ai, que<br />

gera ei em português. Na opinião de Huber, esta mudança parece ter-se opera<strong>do</strong> no séc. IX: amae<br />

> ame,. hai > hei. A perda <strong>do</strong> –o de haio se explica pelo emprego proclítico deste verbo, quan<strong>do</strong><br />

auxiliar. Acha-se <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong> o ditongo ou, desde mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> séc.X. No português moderno,<br />

ou alterna com oi, o que era inusita<strong>do</strong> na língua antiga. O ditongo au pode ainda provir da queda<br />

de fonema medial: amaut por amavit > amou; da transposição <strong>do</strong> –u- para a sílaba anterior: hauve<br />

(houve; da vocalização <strong>do</strong> l diante de c, p , t: fauce (fouce. Cotejan<strong>do</strong>-se o latim<br />

ao português, chega-se à conclusão de que este possui um número maior de ditongos. As<br />

causas que contribuíram para este fato são: a síncope ou a queda de fonema medial: malu ><br />

mau; a vocalização ou transposição de consoante em vogal: factu > faito > feito; a metátese ou<br />

transposição de fonema: primariu > primairo > primeiro; e a epêntese de uma vogal para desfazer o<br />

hiato: creo ( creio, tea ( teia.<br />

HOMEM, ACADÊMICO, POETA E PASTOR: UMA ANÁLISE<br />

SEMIOLINGÜÍSTICA DA CONSTITUIÇÃO DOS SUJEITOS NA OBRA DE<br />

CLAÚDIO MANOEL DA COSTA<br />

ELISSON FERREIRA MORATO 83<br />

Este trabalho investiga a constituição <strong>do</strong>s sujeitos discursivos na obra de Cláudio Manoel da<br />

Costa (1729-1789) através da teoria Semiolingüística de Patrick Charaudeau (1992), segun<strong>do</strong> o<br />

qual, os parceiros de um ato de linguagem instauram um contrato comunicacional em que, no<br />

e pelo discurso, constroem uma representação de si mesmos marcan<strong>do</strong> o papel social destes<br />

que se constituem enquanto sujeitos da enunciação. Através de um discurso acadêmico, de um<br />

prólogo e de um soneto, notamos que Cláudio, homem <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> faz-se enunciar como<br />

acadêmico, o acadêmico, por sua vez, enuncia como poeta, e o poeta, como pastor. O que nos<br />

leva a refletir que, na atividade sócio-linguageira, o sujeito da enunciação não atua em papéis<br />

estanques, mas em papéis específicos exerci<strong>do</strong>s dentro de outros mais amplos.<br />

81 Graduanda em Letras na <strong>UFOP</strong>.<br />

82 Professora Adjunto <strong>do</strong> Departamento de Letras da <strong>UFOP</strong> e orienta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> trabalho.<br />

83 Bacharel em Estu<strong>do</strong>s Lingüísticos, Licencia<strong>do</strong> em Língua Portuguesa<br />

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