I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
I M e m o r i a l d o I C H S<br />
JACQUES PRÉVERT E O SURREALISMO: A REVOLUÇÃO SURREALISTA<br />
SEMPRE<br />
Eclair Antonio Almeida Filho 73<br />
A presente comunicação pretende tratar da participação <strong>do</strong> escritor francês Jacques Prévert<br />
(1900-1977) no Surrealismo, primeiramente de 1924 até sua ruptura com André Breton, em<br />
1930, expressa no panfleto “Un cadavre”, escrito contra Breton. Nesse panfleto, além de<br />
Prévert, outros 11 (onze) dissidentes <strong>do</strong> Surrealismo tornam pública sua insatisfação com o<br />
então chama<strong>do</strong> “papa <strong>do</strong> Surrealismo”.<br />
Em nosso estu<strong>do</strong>, temos 2 (<strong>do</strong>is) objetivos: a) mostrar que, embora tenha rompi<strong>do</strong><br />
violentamente com André Breton em 1930, Prévert não aban<strong>do</strong>na o Surrealismo como atitude<br />
e esta<strong>do</strong> de espírito. B) discutir como, em sua obra poética, embora não tenha publica<strong>do</strong> nada<br />
durante sua esta<strong>do</strong> no grupo surrealista, Jacques Prévert desenvolve uma escritura surrealista<br />
tanto com temas caros aos surrealistas como o amor, a revolução, a poesia e a liberdade,<br />
quanto com associações fortuitas, jogos de linguagem e colagens verbais no plano da<br />
linguagem.<br />
Para realizar tais objetivos, analisaremos poemas de Prévert, <strong>do</strong> seu primeiro livro paroles (1946)<br />
até seu último livro Choses et autres (1972), com base nos escritos teóricos de André Breton<br />
sobre o Surrealismo, exposto nos <strong>do</strong>is primeiros manifestos surrealistas e em suas entrevistas<br />
publicadas em 1960.<br />
Veremos que Prévert pratica em sua obra uma escritura coletiva com os surrealistas e seus<br />
temas prediletos a fim de que “a poesia seja feita por to<strong>do</strong>s” (Lautréamont) com os objetivos<br />
de “transformar o mun<strong>do</strong>” (Marx) e “mudar a vida” (Rimbaud).<br />
Rafael Tibo ∗<br />
Borboletas Tatuadas: Contracultura e arte Contra a Cultura.<br />
O presente artigo é parte de uma pesquisa maior que deu resulta<strong>do</strong> à uma monografia<br />
intitulada Autobiografia e seqüelas sociais da contracultura na obra de Caio Fernan<strong>do</strong> Abreu Onde Andará<br />
Dulce Veiga. Para o presente texto foi feito um recorte específico no que toca a questão da<br />
análise simbológica <strong>do</strong> romance. Através de uma leitura baseada principalmente em materiais<br />
primários, como cartas e entrevistas <strong>do</strong> autor, o texto expõe a significação de três elementos<br />
presentes no romance, são eles: a borboleta, o labirinto de mercúrio e o número sete. Neste<br />
artigo, o leitor encontrará toda uma releitura simbológica <strong>do</strong>s elementos cita<strong>do</strong>s e as diferentes<br />
visões de diversas culturas sobre eles. O objetivo principal é averiguar a função sintática destes<br />
elementos na construção ideológica <strong>do</strong> romance, sem perder de vista o caráter histórico e<br />
social que engloba o desenvolvimento da trama. A partir da análise desses elementos, busco<br />
ressaltar a ligação existente entre o protagonista <strong>do</strong> livro e o autor, Caio Fernan<strong>do</strong> Abreu,<br />
através de uma linha que traço entre as vidas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is.<br />
Para o trabalho geral, me apoiei principalmente no conceito de Grande Temporalidade de<br />
Bakhtin, por onde discuto a relação dialética <strong>do</strong> romance com a sua contemporaneidade e com<br />
73 Mestre em Língua francesa e literaturas de língua pela UFRJ (2001). Doutoran<strong>do</strong> em Língua francesa e literaturas de língua pela USP<br />
desde agosto de 2001.<br />
∗ <strong>UFOP</strong>: Bacharel em Estu<strong>do</strong>s Literários.<br />
- 83 -