I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

I M e m o r i a l d o I C H S
de onda sonora será utilizada para mostrar as características identificadoras do segmento
analisado. A partir deste traçado pode-se delimitar as fronteiras segmentais. Por fim, pretendese
incentivar a comunidade acadêmica à busca de instrumentos que tornem o estudo de
Fonética e Fonologia menos abstrato.
A VARIABILIDADE DO /a/ PRETÔNICO EM CONTEXTO INICIAL, MEDIAL
E PRÓXIMO À SILABA TÔNICA, EM PALAVRAS POLISSILÁBICAS
Adelma L.O. Silva. Araújo 1 (mestranda)
Thaïs Cristófaro Silva 2 (orientadora)
Adriana Silvia Marusso 3 (co-orientadora)
O espectro vocálico oral átono do português brasileiro tem sido objeto de estudo de muitas
pesquisas ao longo das últimas décadas, sendo as vogais médias [Ε,ε, ,ο,] as mais investigadas.
A alternância dessas vogais em sílaba pretônica foi estudada por Lemos (2001), Callou & Leite
(1987), Bortoni et all (1992) Viegas (1987) dentre outros. Viegas atestou uma elevada
probabilidade do processo de alçamento ocorrer quando essas vogais se encontram em
contexto início de palavra. Para Bisol (1981), o alçamento do [ε] ~ [i] estudado por Viegas
pode ser descrito pela regra de harmonia vocálica. Schmidt (1995) corrobora os resultados
apresentados por Bisol e acrescenta, no entanto, que a ocorrência do processo de alçamento se
pontencializa quando no contexto seguinte a vogal alçada se encontrar mais de uma vogal alta
em contigüidade.
Vê-se que já é possível traçar um perfil dos processos aos quais as vogais médias se submetem.
O mesmo, entretanto, não pode ser dito da vogal baixa /a/. Embora já Matoso Câmara
(1983:42) saliente que há no Brasil uma oposição da vogal baixa no registro informal, este
segmento só recentemente passou de desconhecido a fértil campo de investigação. Araújo &
Freitas (2001, 2002) analisaram qualitativamente o /a/ pretônico a partir das produções dos
informantes de Mariana e Ouro Preto. As autoras atestaram que esse processo fonológico,
bastante produtivo na região, é favorecido pela presença em contexto seguinte de consoantes
velares e vogais altas em contigüidade. O presente trabalho pretende mostrar que existe uma
variabilidade do /a/ pretônico influenciada por vários fatores, dentre outros, tipo silábico e
distância em que se insere a vogal em relação à sílaba tônica. As vogais pretônicas de [a. ba. ka.
'ΣΙ] e [a. ba. 'ka. tΣΙ] foram analisadas acusticamente e os resultados tanto inter- quanto
intrafalante serão expostos e interpretados a partir dos gráficos de dispersão do programa
Excel.
1 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Estudos Lingüísticos – FALE/UFMG
2 Profª. Adjunta da Faculdade de Letras da FALE/UFMG
3 Profª. Adjunta do Instituto de Ciências Humanas e Sociais – ICHS/UFOP
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