I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
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I M e m o r i a l d o I C H S<br />
AS ELITES COLONIAIS E A COROA NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE<br />
MINEIRA: OS COBRADORES DOS QUINTOS REAIS EM MARIANA (1713-1724)<br />
Simone Cristina de Faria 57<br />
Este trabalho tem como objeto de estu<strong>do</strong> os cobra<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s quintos reais que atuaram na<br />
região das minas, especificamente no termo de Mariana, no perío<strong>do</strong> de 1713 a 1724.<br />
O que se pretende é compreender o papel desse grupo na formação da estrutura social das<br />
Minas Setecentistas, buscan<strong>do</strong> comprovar a hipótese de que eram obtentores de um lugar<br />
específico entre as elites coloniais e, que assim, possuíam poder de negociação com a coroa,<br />
mantinham redes de relações de poder e interdependência e tinham certo grau de interferência<br />
na sociedade. Consideramos que dentre os serviços presta<strong>do</strong>s à coroa dificilmente poderíamos<br />
imaginar um mais importante <strong>do</strong> que a arrecadação de impostos, e dentro desta é evidente que<br />
os quintos possuíam importância fundamental, daí a importância de tal cargo.<br />
Faz-se necessário para o estu<strong>do</strong> compreender o contexto em que esta sociedade está inserida,<br />
bem como a evidência na mesma de elementos que comprovam que segue um modelo de<br />
sociedade de Antigo Regime, caracterizada por padrões nobiliárquicos de reprodução.<br />
Buscan<strong>do</strong> visualizar melhor o panorama das hierarquias sociais, nos apoiamos em estu<strong>do</strong>s<br />
recentes da historiografia brasileira e portuguesa, que têm demonstra<strong>do</strong> percepção da força das<br />
elites coloniais. Esses estu<strong>do</strong>s mostram-se essenciais para a definição dessas elites, bem como<br />
para a compreensão das suas estratégias de acumulação e reprodução social.<br />
As fontes a serem trabalhadas encontram-se no Arquivo Histórico da Câmara Municipal de<br />
Mariana e na Casa Setecentista de Mariana e são respectivamente os livros de recebimento <strong>do</strong>s<br />
quintos de ouro e os inventários post-morten. A meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada será de levantamento e<br />
posterior cruzamento de da<strong>do</strong>s. Primeiramente serão levanta<strong>do</strong>s os nomes <strong>do</strong>s cobra<strong>do</strong>res e os<br />
seus respectivos inventários e depois cruzar-se-á esses da<strong>do</strong>s com a <strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong> Arquivo<br />
Histórico Ultramarino e <strong>do</strong> Códice Costa Matoso.<br />
A Historiografia sobre o debate acerca da economia colonial brasileira<br />
Leandro Braga de Andrade 58<br />
O objetivo desta comunicação é apresentar um esboço geral sobre o debate historiográfico<br />
acerca da economia colonial brasileira. O texto se refere ao primeiro capítulo <strong>do</strong> relatório de<br />
pesquisa sobre a economia mineira no século XIX, envia<strong>do</strong> ao CNPq/PIBIC. A<br />
construção historiográfica tem como elemento importante as exigências <strong>do</strong> presente. Os<br />
temas, as abordagens e os problemas propostos mostram a busca pelo entendimento <strong>do</strong>s<br />
processos históricos. No caso da História <strong>do</strong> Brasil a lógica da colonização é essencial para<br />
entender o processo que culminou na crise e na ruptura <strong>do</strong> sistema colonial. Este, por sua vez<br />
contribui para o entendimento da formação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e da nação brasileiras.<br />
O perío<strong>do</strong> colonial tornou-se, assim, objeto de pesquisa da História Econômica na busca da<br />
compreensão da lógica <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong> sistema colonial brasileiro e conseqüentemente<br />
da formação contemporânea <strong>do</strong> Brasil. Esta área <strong>do</strong> conhecimento histórico alimentou debates<br />
durante o século XX, principalmente a partir da década de 1970. As discussões, tratam, ainda<br />
57 Graduanda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto.<br />
58 Graduan<strong>do</strong> em História pela <strong>UFOP</strong>.<br />
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