I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
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I M e m o r i a l d o I C H S<br />
de jóias nem sempre estava relacionada ao poder aquisitivo, prestígio social e ao tgosto<br />
estético; ora representaram uma forma de investimento para o momento presente e futuro, ora<br />
objetos de pura devoção. Nesse senti<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong> das jóias, permitiu conhecer o significa<strong>do</strong><br />
desse objeto que compôs o universo <strong>do</strong>s bens, sobretu<strong>do</strong>, a capacidade de perceber os<br />
meandros econômicos e culturais que envolveram a esfera social.<br />
MULHERES SOLTEIRAS CHEFES DE D0MICÍLIO: MARIANA: C.1800 – C.1822<br />
Romilda Oliveira Alves 50<br />
O presente trabalho virá apresentar o projeto PIP que propõe o estu<strong>do</strong> da chefia feminina nos<br />
<strong>do</strong>micílios de Mariana, a partir da primeira metade <strong>do</strong> século XIX, nos anos entre 1800 e 1822.<br />
Nesse estu<strong>do</strong>, analisaremos a estratégia de sobrevivência das mulheres dentro <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios<br />
rurais e urbanos, procuran<strong>do</strong> similaridades e diferenças entre eles. A partir de mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
século XVIII, houve elevada porcentagem de mulheres chefian<strong>do</strong> <strong>do</strong>micílios em Vila Rica,<br />
fenômeno que poderia ser explica<strong>do</strong>, pela baixa freqüência de casamentos e também pela<br />
emigração masculina em busca de terras férteis nas regiões de fronteira agrícola, como era o<br />
caso da Zona da Mata mineira. As mulheres por não terem, aparentemente, um companheiro<br />
apresentavam eleva<strong>do</strong> grau de autonomia social e econômica, em muitos casos para sustentar a<br />
prole ilegítima. A pesquisa que está em andamento utiliza a meto<strong>do</strong>logia da Demografia<br />
Histórica, para analisar os <strong>do</strong>micílios chefia<strong>do</strong>s por mães solteiras de Mariana de fins <strong>do</strong><br />
perío<strong>do</strong> colonial. Dessa forma, os registros paroquiais, inventários post-mortem, testamentos,<br />
listas nominativas e a bibliografia especializada são as bases <strong>do</strong> projeto.<br />
“A CONSTRUÇÃO HISTORIOGRÁFICA Do MOVIMENTO DE 1842”<br />
Valéria Cristina Rodrigues de Souza 51<br />
Este trabalho pretende demonstrar como a historiografia sobre o movimento de 1842 é<br />
recorrente nos livros “História <strong>do</strong> Movimento de 1842” e “A Revolução de 1842” de Cônego<br />
Antonio Marinho e Andrade Martins respectivamente. Os autores <strong>do</strong>s livros analisa<strong>do</strong>s<br />
tiveram participação direta ou indireta no movimento, seus livros foram escritos ainda no calor<br />
da causa onde os autores não tiveram acesso aos <strong>do</strong>cumentos oficiais a respeito <strong>do</strong><br />
movimento, e os perigos da parcialidade na escrita <strong>do</strong> livro são inclusive anuncia<strong>do</strong>s por<br />
Marinho em seu livro. Entender como o movimento é representa<strong>do</strong> por esses autores e a<br />
maneira com que estes livros, por serem os mais importantes acerca <strong>do</strong> tema, afetam a<br />
construção <strong>do</strong> tema ate os dias de hoje é o nosso objetivo. Utilizamos o conceito de Eric<br />
Hobsbawm de a ‘Invenção das tradições’, ou seja, foi produzi<strong>do</strong> um padrão que se tornou um<br />
paradigma para o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> movimento. É interessante também estar atento ao <strong>do</strong>gma<br />
‘mineiridade’ que integra os movimentos mineiros. Pelas palavras de Maria Arminda Arruda<br />
“esboça-se o conceito de que os artífices <strong>do</strong>s movimentos importantes foram homens de razão<br />
suprema.” 52<br />
50 Graduanda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto<br />
51 Aluna <strong>do</strong> 5º perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> curso de Historia.<br />
52 ARRUDA, Maria Arminda. Mitologia da mineiridade: O Imaginário Mineiro na Vida Política e Cultural <strong>do</strong> Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1990 , p.66 .<br />
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