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I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S<br />

A FAMÍLIA AMPLIADA: AS RELAÇÕES DE COMPADRIO E<br />

APADRINHAMENTO ENTRE ESCRAVOS NA MARIANA SETECENTISTA<br />

Moacir Rodrigo de Castro Maia 49<br />

Este trabalho visa apresentar as relações de parentesco construídas pelos escravos na Mariana<br />

setecentista, utilizan<strong>do</strong>, para tal, as ligações estabelecidas pelo ato <strong>do</strong> batismo de inocentes<br />

cativos.<br />

Pelo batismo criava-se <strong>do</strong>is tipos de relações o de apadrinhamento e o de compadrio. Essas<br />

ligações são chamadas de parentesco espiritual, alargan<strong>do</strong> assim a família, agora constituída<br />

pelos pais, a criança, e os parentes eleitos - o compadre (padrinho) e a comadre (madrinha) e<br />

também a família destes.<br />

Estas ligações têm uma grande importância nas sociedades de Antigo Regime, pois, a rede<br />

familiar se abria e acabava por criar novos vínculos ou reforçar os já existentes.<br />

O apadrinhamento era um ato com uma pluralidade de senti<strong>do</strong>s e significa<strong>do</strong>s. Revela a<br />

existência de um “círculo relacional”, no qual pretende-se reforçar e estreitar os laços, ou num<br />

círculo que se pretende fazer parte. Nestas duas opções se colocam tanto os desejos <strong>do</strong>s pais<br />

da criança quanto os desejos <strong>do</strong>s padrinhos, escolher e aceitar ser escolhi<strong>do</strong>. O compadrio é<br />

assim, uma relação na qual as duas partes fazem uma aliança e se tornam parentes espirituais.<br />

Perceber se a família escrava buscava os seus parentes espirituais entre o próprio grupo<br />

escravo, ou <strong>do</strong>s ex-escravos ou mesmo <strong>do</strong>s livres é o objetivo da presente comunicação, pois<br />

assim, poderemos entender as ações sociais <strong>do</strong>s escraviza<strong>do</strong>s na urbe mineira.<br />

Para perceber as práticas de escolhas de padrinhos na Mariana <strong>do</strong> século XVIII utilizaremos as<br />

atas batismais, registro precioso, pois, se descortina as relações familiares construídas pelo ato<br />

<strong>do</strong> batismo. Apresentaremos os da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s para os perío<strong>do</strong>s de 1721-1725, 1751-1755 e<br />

1781-1785, registros <strong>do</strong>s inocentes batiza<strong>do</strong>s na Sé Marianense. Estes <strong>do</strong>cumentos se<br />

encontram no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Faremos uso da meto<strong>do</strong>logia<br />

da História Social e Quantitativa.<br />

Erlaine Aparecida Januário ∗<br />

Jóias de a<strong>do</strong>rno, como investimento e de devoção.<br />

O presente estu<strong>do</strong> surgiu <strong>do</strong> levantamento realiza<strong>do</strong> nos inventários post-mortem <strong>do</strong> segmento<br />

composto por homens e mulheres pobres livres e libertos de Vila Rica colonial, existentes no<br />

Arquivo Histórico Museu da Inconfidência/OP, cujo objetivo central da pesquisa foi<br />

compreender a realidade da vida material, a relação e os significa<strong>do</strong>s que a população pobre<br />

vilarriquenha estabeleceu com suas indumentárias, acessórios e jóias uma vez que esses artigos<br />

estiveram incumbi<strong>do</strong>s de marcar as distâncias sociais e simbolizaram poder, prestígio e<br />

reconhecimento da posição social dentro da paisagem urbana, evidencian<strong>do</strong> o caráter<br />

hierarquiza<strong>do</strong>r e simbólico <strong>do</strong> vestuário, jóias e insígnias. Durante a análise desses elementos<br />

que constituíram o universo material <strong>do</strong>s livres e libertos pobres foi observa<strong>do</strong> que a aquisição<br />

49 Mestran<strong>do</strong> em História pela Universidade Federal Fluminense.<br />

∗ Pós-graduada pela Universidade Federal de São João Del Rei. Este trabalho faz parte de minha monografia <strong>do</strong> curso de especialização<br />

em História de Minas Gerais Século XIX, intitulada “A Sociedade das aparências: Vila Rica (1789 –1807). Curso de Pós-Graduação Latu<br />

Senso. São João Del Rei/ UFSJ, 2003.<br />

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