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I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S<br />

as formas de ação <strong>do</strong> ban<strong>do</strong> comanda<strong>do</strong> pelo lendário Mão de Luva, pois este grupo<br />

representou um excelente exemplo de homens que exploraram ilegalmente ouro nos sertões<br />

proibi<strong>do</strong>s, onde foram posteriormente aniquila<strong>do</strong>s pelas forças de repressão <strong>do</strong> governo. As<br />

fontes utilizadas na realização desta comunicação estão concentradas em <strong>do</strong>cumentos<br />

deposita<strong>do</strong>s no Arquivo Histórico Ultramarino, além <strong>do</strong>s Códices 223 ao 242 da Seção<br />

Colonial <strong>do</strong> Arquivo Público Mineiro. Consta ainda, <strong>do</strong>cumentação transcrita presente na<br />

Revista <strong>do</strong> Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e <strong>do</strong> Arquivo Público Mineiro.<br />

A pesquisa concentra-se no âmbito da História social e política, onde será dada atenção a um<br />

estu<strong>do</strong> que contempla o campo da Micro-História, sem esquecer-nos da Macro-História. Em<br />

outras palavras, além da estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> ban<strong>do</strong> de Macacu, tentaremos enfocar a questão<br />

extremamente complexa <strong>do</strong>s Homens pobres livres, além <strong>do</strong>s mecanismos de repressão<br />

envolvi<strong>do</strong>s na repressão à esses indivíduos.<br />

QUANDO A FÉ É REMÉDIO: BENZEDURAS, EX-VOTOS E MEDICINA NO<br />

SÉCULO XVIII NA REGIÃO DAS MINAS.<br />

Walisson Antônio Pereira 47<br />

A presente comunicação, fruto de uma pesquisa de Iniciação Científica PROBIC/FAPEMIG,<br />

tem como objetivo verificar procedimentos medicinais populares e eruditos na região<br />

minera<strong>do</strong>ra setecentista. A medicina na América Portuguesa caracterizava-se por uma<br />

precariedade de recursos e procedimentos. As poucas vantagens profissionais proporcionadas<br />

pelo trabalho na Colônia e o exótico quadro nosológico <strong>do</strong> Novo Mun<strong>do</strong> podem ser<br />

aponta<strong>do</strong>s como causas da quase inexistência de médicos, cirurgiões e boticários na região das<br />

minas vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Reino, o que comprometeu a assistência à população, que “quase sempre<br />

padecia de grandes necessidades” 48 . O sincretismo cultural que se deu a partir <strong>do</strong> convívio<br />

entre indígenas, portugueses e africanos foi crucial para a formação de uma medicina popular,<br />

<strong>do</strong>tada de procedimentos curativos provin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> uso de ervas, minerais, práticas mágicas e<br />

religiosas. A fé, com isso, atrelou-se à magia, geran<strong>do</strong> uma série de procedimentos que<br />

atendessem às necessidades de cura das mais diversas moléstias. A <strong>do</strong>ença era concebida como<br />

um mal que deveria ser expurga<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo. Com isso, a fé em Deus e nos Santos<br />

desenvolveu, na crendice popular, procedimentos curativos para as mais diversas <strong>do</strong>enças,<br />

como o uso de palavras e petições aos padroeiros por curas. Os ex-votos, apresenta<strong>do</strong>s<br />

geralmente em formas de tábuas votivas, eram ofereci<strong>do</strong>s aos Santos como forma de<br />

agradecimento por diversas graças alcançadas , entre elas, curas de diversos males. O uso de<br />

palavras que curam, a benzedura, também era comum como alternativa de expurgar o mal <strong>do</strong><br />

corpo <strong>do</strong>ente. A presente comunicação objeta lançar um olhar sobre como eram concebidas a<br />

<strong>do</strong>ença e a cura pela população mineira <strong>do</strong> século XVIII, utilizan<strong>do</strong>-se de <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong><br />

Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, <strong>do</strong>s ex-votos da Igreja de Bom Jesus de<br />

Matozinhos (Congonhas - MG) e <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> de medicina Erário Mineral, <strong>do</strong> cirurgião licencia<strong>do</strong><br />

Luis Gomes Ferreira.<br />

47 Gaduan<strong>do</strong> em História pela Universidade Federal de Ouro Preto e aluno bolsista PROBIC/FAPEMIG.<br />

48 FERREIRA, Luis Gomes. Erário Mineral. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002, PROÊMIO.<br />

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