I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
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I M e m o r i a l d o I C H S<br />
UM DIREITO SAGRADO – OS ADVOGADOS DE MARIANA E SUA ATUAÇÃO<br />
NAS AÇÕES DE LIBERDADE (1871-1888).<br />
Luiz Gustavo Santos Cota 44<br />
A presente comunicação tem por objetivo apresentar parte de um estu<strong>do</strong> sobre o<br />
Emancipacionismo e o Abolicionismo na cidade de Mariana, no perío<strong>do</strong> entre 1871 a 1888.<br />
Nesta pesquisa procuramos, dentre outras coisas, constatar a participação de bacharéis<br />
marianenses na campanha pela extinção <strong>do</strong> elemento servil. Para tanto, analisamos a atuação<br />
de vários advoga<strong>do</strong>s em processos conheci<strong>do</strong>s como Ações de Liberdade, processos movi<strong>do</strong>s<br />
pelos escravos contra seus próprios senhores, visan<strong>do</strong> a obtenção da liberdade. Tentamos<br />
perceber através <strong>do</strong> discurso <strong>do</strong>s bacharéis envolvi<strong>do</strong>s nessas ações elementos da campanha<br />
pela extinção <strong>do</strong> elemento servil. O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercício argumentativo desenvolvi<strong>do</strong> pelos<br />
advoga<strong>do</strong>s é uma peça importantíssima para compreendermos como eles se posicionavam<br />
diante da questão da escravidão e de sua extinção, foco central de nosso trabalho. Não<br />
obstante, também podemos perceber através <strong>do</strong>s processos de liberdade como os escravos<br />
traçavam estratégias para alcançar a tão sonhada alforria, mostran<strong>do</strong> como a lei não é uma via<br />
de mão única. A legislação criada para servir como mecanismo de controle social pode ser<br />
reapropriada pelas classes populares. Muitas vezes, as regras criadas pelos <strong>do</strong>minantes<br />
ajudaram seus oponentes diretos a encontrarem as armas necessárias para a vitória.<br />
AS NOSSAS “ÁFRICAS”: UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A COMPOSIÇÃO<br />
ÉTNICA DOS ESCRAVOS NAS MINAS GERAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX.<br />
Rodrigo Castro Rezende ∗<br />
O presente trabalho tem por objetivo primo analisar e comparar as origens <strong>do</strong>s mancípios das<br />
Gerais <strong>do</strong>s séculos XVIII e XIX, buscan<strong>do</strong> perceber as preferências étnicas cativas pelos<br />
proprietários de escravos, assim como identificar os signos da<strong>do</strong>s pela população mineira sobre<br />
os grupos étnicos <strong>do</strong>s cativos. Por este prisma, o estu<strong>do</strong> incidirá sobre as análises em conjunto<br />
<strong>do</strong>s contextos africano e mineiro, como também, o desenvolvimento de uma leitura <strong>do</strong> tráfico<br />
de escravos da África para os portos luso-brasileiros da Bahia e <strong>do</strong> Rio de Janeiro, e destes para<br />
Minas Gerais. Dessa forma, um outro propósito deste estu<strong>do</strong> seria compreender quais foram<br />
os merca<strong>do</strong>s abastece<strong>do</strong>res de escravos em Minas a pre<strong>do</strong>minarem entre os séculos XVIII e<br />
XIX.<br />
Para os des<strong>do</strong>bramentos desses objetos de análise serão usadas as Listas <strong>do</strong>s Quintos Reais da<br />
Coleção Casa <strong>do</strong>s Contos <strong>do</strong> Arquivo Público Mineiro nos anos de 1718 e 1719, para as<br />
localidades de Mariana e São João del Rei, e das listas da mesma coleção, porém localizadas no<br />
Arquivo Nacional, para o ano de 1804. E,ainda, <strong>do</strong> rol de confessa<strong>do</strong>s para São José no ano de<br />
1796. Dessa forma, pretende-se, também, comparar as etnias das populações cativas das<br />
comarcas de Ouro Preto e <strong>do</strong> Rio das Mortes, procuran<strong>do</strong> perceber suas diferenças e suas<br />
similitudes. Portanto, este é um estu<strong>do</strong> de demografia histórica.<br />
44 Graduan<strong>do</strong> em História pela Universidade Federal de Ouro Preto.<br />
∗ Gradua<strong>do</strong> em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Professor substituto da <strong>UFOP</strong> e aluno <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em<br />
História Social da Cultura da UFMG.<br />
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