I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
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I M e m o r i a l d o I C H S<br />
Imaterial [...]" 42 tem como suporte meto<strong>do</strong>lógico a abertura de livros temáticos. Nesses livros<br />
os bens culturais serão registra<strong>do</strong>s depois de agrupa<strong>do</strong>s por sua característica principal.<br />
Um destes é o Livro de Lugares, que deverá registrar aqueles espaços importantes para o<br />
desenvolvimento de uma prática cultural coletiva<br />
Dentro deste trabalho apresentaremos as noções que unem as idéias <strong>do</strong> patrimônio como<br />
preserva<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> espaço como veicula<strong>do</strong>r da memória. Isto leva ao uso da categoria "lugares<br />
de memória", que destaca o espaço físico (material) como suporte para a formação de uma<br />
memória coletiva (imaterial) importante.<br />
Utilizaremos, para tanto, a análise de Nora sobre esta categoria e exemplificaremos este uso na<br />
política preservacionista brasileira com o estu<strong>do</strong> da primeira ação <strong>do</strong> IPHAN na qual se utiliza<br />
a noção de espaço como porta<strong>do</strong>r de um bem imaterial: a preservação <strong>do</strong> terreiro Casablanca<br />
em Salva<strong>do</strong>r no ano de 1982.<br />
A Construção da identidade <strong>do</strong> Instituto de Ciências Humanas e Sociais<br />
(1979-85)<br />
Arnal<strong>do</strong> José Zangelmi 43<br />
Esse trabalho é resulta<strong>do</strong> da realização de uma pesquisa (PIBIC/CNPq – 2003/2004) que está<br />
reconstruin<strong>do</strong> parte da história <strong>do</strong> Instituto de Ciências Humanas e Sociais (<strong>ICHS</strong>-<strong>UFOP</strong>),<br />
trazen<strong>do</strong> como problemática principal o choque entre grupos distintos, com “visões de<br />
mun<strong>do</strong>” distintas, numa dinâmica de articulações políticas, acadêmicas e ideológicas que, como<br />
veremos, foi de fundamental importância para o desenvolvimento posterior <strong>do</strong> Instituto.<br />
Dessa forma, este estu<strong>do</strong> utiliza-se da dicotomia criada entre um núcleo mais antigo de<br />
professores e funcionários <strong>do</strong> Instituto e seus opositores, um grupo que chegou<br />
posteriormente, mudan<strong>do</strong> drasticamente a feição <strong>do</strong> <strong>ICHS</strong> e seus rumos.<br />
Para a consecução desse trabalho lançamos mão de um aparato meto<strong>do</strong>lógico comumente<br />
denomina<strong>do</strong> de História Oral. Essa meto<strong>do</strong>logia esta possibilitan<strong>do</strong> a obtenção, através de<br />
depoimentos, das impressões e reminiscências válidas para o estu<strong>do</strong> em andamento. Os<br />
depoentes são professores, funcionários, ex-alunos e outras pessoas que tiveram, de uma<br />
forma ou de outra, maior participação, nesse perío<strong>do</strong>, com relação à problemática <strong>do</strong> trabalho.<br />
Utilizamos ainda, como fontes complementares, <strong>do</strong>cumentos escritos como, por exemplo,<br />
relatórios, jornais, monografias, atas, etc, disponíveis nos arquivos <strong>do</strong> <strong>ICHS</strong>.<br />
Nosso aparato teórico baseia-se no conceito de memória, enquanto fenômeno seletivo e<br />
resignificante. Cada pessoa entrevistada lembra <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong>, principalmente, com suas<br />
preocupações <strong>do</strong> presente. No momento de acessar sua memória, de dar senti<strong>do</strong> a seu<br />
passa<strong>do</strong>, o sujeito tem uma carga de referências atuais que moldam sua perspectiva sobre sua<br />
lembrança, selecionan<strong>do</strong> e resignifican<strong>do</strong> o que vai ser lembra<strong>do</strong>. Com isso em vista, pode-se<br />
fazer um trabalho histórico, basea<strong>do</strong> em depoimentos, de forma mais rica e consistente.<br />
42 Decreto 3551/2000 de 4 de agosto de 2000.<br />
43 Graduan<strong>do</strong> em História da Universidade Federal de Ouro Preto<br />
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