I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
I M e m o r i a l d o I C H S<br />
HISTÓRIA ORAL: RELATOS DA TRAJETÓRIA DO ÚLTIMO MESTRE<br />
CANTEIRO DE MINAS GERAIS<br />
Deise Simões Rodrigues*<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Carlos Alberto Pereira<br />
Co-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo<br />
Este trabalho visa apresentar o Projeto de Pesquisa PIBIC intitula<strong>do</strong> “O resgate <strong>do</strong> ofício de<br />
cantaria na memória de Mestre Juca”. A cantaria, técnica de lavrar pedras destinadas tanto para<br />
a estruturação ou ornamentação de construções arquitetônicas, foi um ofício largamente<br />
emprega<strong>do</strong> nas obras da colonial Vila Rica no século XVIII. Já nos fins <strong>do</strong>s oitocentos os<br />
artesãos canteiros na ausência de demanda pelo ofício perdem sua utilidade na cidade, sen<strong>do</strong><br />
que no século XX, diante da necessidade de restaurar monumentos de cantaria, Ouro Preto vêse<br />
obrigada a contar com profissionais <strong>do</strong> ofício de cantaria oriun<strong>do</strong>s de Portugal e da<br />
Espanha. Somente em 1980, José Raimun<strong>do</strong> Pereira, numa iniciativa pioneira, resgata o<br />
saber/fazer da cantaria e atua hoje, aos 81 anos, como o último mestre canteiro a <strong>do</strong>minar o<br />
ofício em Minas Gerais. Sen<strong>do</strong> assim, busca-se com a pesquisa relacionar as diversas questões<br />
intrínsecas ao processo <strong>do</strong> resgate de cantaria que serão engendradas a partir <strong>do</strong>s relatos de<br />
memória de Mestre Juca e de testemunhas deste momento. Para tanto, escolheu-se a<br />
meto<strong>do</strong>logia de história oral, entendida aqui como sen<strong>do</strong> aquela que possibilita ao<br />
entrevista<strong>do</strong>r/historia<strong>do</strong>r a “criação de fontes orais”, permitin<strong>do</strong>-o escrever a história <strong>do</strong><br />
presente sem reduzir o rigor <strong>do</strong> trabalho historiográfico.<br />
Outros Olhares sobre a cidade de Ouro Preto: "as falas <strong>do</strong> citadino-cidadão".<br />
Ligia Garcia Diniz, Juliano Ferreira e Marcia da Massena. 40<br />
Este trabalho faz parte da pesquisa intitulada "Olhares sobre a cidade de Ouro Preto",<br />
financiada pela Pró-reitoria de Extensão e desenvolvida pela professora Ligia Garcia Diniz -<br />
coordena<strong>do</strong>ra - e pelos alunos de história Juliano Ferreira e Marcia C. da Massena Arévalo.<br />
O recorte escolhi<strong>do</strong> pelos pesquisa<strong>do</strong>res são as "falas <strong>do</strong> cidadão ouropretano", onde trazemos<br />
a tona categorias como patrimonio e cidadania. Observamos principalmente as questões e<br />
possíveis soluções de problemas cotidianos da cidade nos quais se encontram envolvi<strong>do</strong>s os<br />
citadinos-cidadãos. Utilizamos aqui da meto<strong>do</strong>logia da história oral onde procuramos<br />
encontrar os novos sujeitos sociais nas formulações de políticas públicas para a cidade.<br />
Lugares de memória ou a prática de preservar o invisível através <strong>do</strong> concreto.<br />
Marcia da Massena Arévalo 41<br />
O decreto 3551/2000 que institui “o registro de bens culturais de natureza imaterial que<br />
constituem o Patrimônio Cultural Brasileiro [e] cria o programa nacional <strong>do</strong> Patrimônio<br />
40<br />
Respectivamente: professora mestra <strong>do</strong> depto. de pós-graduação em Ciência política da UFMG e coordena<strong>do</strong>ra desta pesquisa,<br />
graduan<strong>do</strong>s de história da <strong>UFOP</strong>.<br />
41<br />
Graduanda de história <strong>do</strong> Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto.<br />
- 59 -