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I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S<br />

História, memória e identidade no Arquivo Público Mineiro<br />

Bruno Franco Medeiros *<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Valdei Lopes de Araujo **<br />

A situação política <strong>do</strong> Brasil, após a Proclamação da República, além de instaurar uma maior<br />

autonomia aos esta<strong>do</strong>s federativos, fez com que esses esta<strong>do</strong>s buscassem forjar um caráter<br />

identitário que viesse a singularizá-los no cenário nacional.<br />

Minas Gerais vai forjar essa identidade cultural através da rememoração de ações e fatos<br />

pretéritos e signos que remetessem a um “passa<strong>do</strong> mineiro”. Este caráter de formação de um<br />

“povo mineiro” será mostra<strong>do</strong> neste trabalho através de estu<strong>do</strong>s feitos sobre o Arquivo<br />

Público Mineiro e suas publicações na Revista <strong>do</strong> Arquivo Público Mineiro, abarcan<strong>do</strong> o<br />

perío<strong>do</strong> que se inicia em 1896, ano de publicação <strong>do</strong> primeiro fascículo da Revista, e vai até<br />

1913, ano em que a periodicidade da Revista é interrompida, voltan<strong>do</strong> a circular oito anos<br />

depois. Será mostra<strong>do</strong> neste trabalho como os autores que publicavam na Revista, muni<strong>do</strong>s de<br />

uma parcialidade política, buscavam suprir anseios ideológicos através da manipulação de<br />

<strong>do</strong>cumentos e fatos históricos, que convergiriam na formação de uma imagem identitária<br />

futura capaz de justificar o presente e o passa<strong>do</strong>, usan<strong>do</strong> em seu campo discursivo aparatos<br />

teóricos basea<strong>do</strong>s na herança de um historicismo romântico além de um historicismo<br />

cientificista.<br />

Para este estu<strong>do</strong> será feita uma análise crítica <strong>do</strong>s artigos da Revista durante o recorte<br />

cronológico proposto, no intuito de demonstrar como um mapeamento, uma territorialização,<br />

uma identidade estavam sen<strong>do</strong> intentada a favor da singularidade <strong>do</strong> “povo mineiro”. Como<br />

sinal desse empreendimento, percebe-se uma descaracterização <strong>do</strong> indivíduo, tornan<strong>do</strong> ele<br />

inteiramente identifica<strong>do</strong> com o esta<strong>do</strong>: não existe um cidadão, mas um povo. Os indivíduos<br />

estão sujeitos a intentos coletivos, mesmo que uma identificação imediata não seja constatada.<br />

Caio Pinheiro Teixeira 26<br />

Debates historiográficos: 1964, causas e personagens<br />

Embora tenhamos nota<strong>do</strong> neste ano um relevante interesse por parte <strong>do</strong> público (ou ao menos<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> editorial, em função da comemoração <strong>do</strong>s quarenta anos <strong>do</strong> golpe) pela a ditadura<br />

militar pós-64, trata-se de um fenômeno recente. Ainda que menos recente, o interesse da<br />

historiografia também não recua muito no tempo.<br />

Esta pesquisa pretende traçar um quadro geral <strong>do</strong>s debates historiográficos acerca das<br />

explicações dadas ao golpe. O debate será desenvolvi<strong>do</strong> através das concepções teóricas de<br />

brazilianists, como Thomas Skidmore e Alfred Stefan, de concepções preocupadas com os<br />

movimentos da estrutura econômica, como Armand Dreifuss e Jacob Gorender, de versões<br />

jornalísticas, como a de Elio Gaspari e memorialistas. Nossa atenção está voltada para as<br />

causas <strong>do</strong> golpe, para os debates acerca da participação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e para a<br />

* Graduan<strong>do</strong> no Departamento de História da <strong>UFOP</strong>.<br />

** Professor Adjunto, <strong>ICHS</strong>/<strong>UFOP</strong>.<br />

26 Graduan<strong>do</strong> em História na Universidade Federal de Ouro Preto.<br />

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