I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA. Nova ordem mundial e emersão das novas tecnologias na política de Estado para a educação nacional. João Alegria (Multirio/PUC-Rio) Em 2004 a IBM comemora 40 anos do lançamento do mainframe System/360: um computador de grande porte, um sistema de computação de larga escala com alto potencial de processamento de dados. O S/360 levava até uma semana para processar instruções que hoje ocupam apenas 11 segundos da capacidade de um T-Rex!, o mais novo modelo de mainframe da IBM. Essa evolução atesta o incrível desenvolvimento tecnológico e a ampliação da capacidade de processamento e controle de informações que as Tecnologias da Informação e da Comunicação possibilitaram no pós II Grande Guerra e principalmente a partir dos anos 1960, inclusive com o desvendamento da programação individual dos códigos de informação da matéria viva, o genoma. As novas tecnologias e a engenharia genética estão na base da sofisticada arquitetura social contemporânea. Porém, nos mesmos diários onde se lê sobre as comemorações em torno dos 40 anos do S/360, é uma sociedade de desigualdades marcantes, exclusão, dominação, injustiça e guerras o que salta aos olhos em manchetes e notícias. Um mundo dividido entre ricos detentores dos novos meios de controle e processamento da informação, essenciais à nova maneira de organizar a produção e à margem da nova ordem mundial, uma nova ordem produtiva inclusive, em que nações e seus povos replicam em cascata os esquemas de dominação e dependência protagonizados pelos grandes conglomerados transnacionais privados. Este trabalho se propõe a pensar o que a educação tem a ver com essa nova ordem mundial. Aqui se busca saber como as transformações sociais da história recente, e os interesses que as movem, fazem-se presentes na escola pelo viés das mudanças promovidas por iniciativa do poder público. E, principalmente, como se prevê -- nos textos oficiais da LDB, CDB e dos Parâmetros Curriculares Nacionais -- a incorporação das Tecnologias da Informação e da Comunicação na aprendizagem. - 46 -
Maria Teresa Gonçalves PEREIRA Maria José Ferro de SOUSA I M e m o r i a l d o I C H S HISTÓRIA REORGANIZANDO SONS E VIDAS Pretendemos, neste artigo, expor o processo de reorganização do acervo de manuscritos do Museu da Música de Mariana, desenvolvido no período de 2001 a 2003. O Projeto Acervo da Música Brasileira - Restauração e Difusão de Partituras, da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana, financiado pela Petrobrás e coordenado pelo Santa Rosa Bureau Cultural. O qual foi norteado através de procedimentos metodológicos que são fruto de recentes e constantes discussões das áreas de musicologia, arquivologia, paleografia, grafologia e história. Conseqüentemente, a interdisciplinaridade nos possibilitou estreitar o diálogo entre estas diversas áreas e reorganizarmos os documentos manuscritos musicais dos Séculos XVIII a XX, assim como também adquirimos, um manancial de informações das pessoas envolvidas com a música encontradas nas mais variadas situações, tais como: sociais, econômicas, funcionais, artísticas, históricas, psicológicas, etc., incorporadas ao documento na sua trajetória temporal e espacial, resgatadas através de um banco de dados. Para melhor conhecermos a inserção do músico no mundo como sujeito histórico analisamos estes indivíduos e suas obras dentro do contexto histórico, sócio-econômico e simbólico que lhes eram imanentes. Neste sentido, os manuscritos do Museu da Música de Mariana não contêm apenas os registros musicais destes séculos. Trazem também, indícios do vivido das pessoas envolvidas cotidianamente com o universo musical, na sua pluralidade espacial e temporal. Estes documentos nos legaram uma gama importantíssima de informações sobre o músico. Esse indivíduo multifacetado que aparece como compositor, copista, proprietário, educador, desenhista, e nos relacionamentos com seus pares. Assim, o diálogo entre as diversas áreas acima nomeadas nos possibilitou organizarmos a parte física e musical dos documentos e resgatarmos indícios do vivido destas pessoas inseridas neste universo. A utilização da imagem como representação cultural passível de uma análise histórica: uma abordagem culturalista CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUSA 24 O uso de imagens como fontes para uma análise histórica pode ser plenamente empregada em conjunto com a abordagem culturalista, que vê a cultura como sendo socialmente construída através da escolha de determinados símbolos e representações para explicar a visão de mundo, os valores, enfim, a realidade de um determinado povo situado no espaço e no tempo, conforme propõe o historiador Roger Chartier. Segundo Eduardo França Paiva desde os primeiros tempos do cristianismo as imagens sempre foram utilizadas como instrumentos pedagógicos poderosos e eficazes. Partindo deste pressuposto podemos realizar, por exemplo, uma análise das representações imagéticas presentes no interior da capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto, capela esta que foi construída pelos membros desta ordem que correspondiam à nobreza colonial da época; homens brancos, ricos e influentes de Vila Rica, que não escolheram aleatoriamente os símbolos e representações imagéticas que ali 24 Graduando do 8º período de História da Universidade Federal de Ouro Preto. - 47 -
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