I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S Práticas de linguagem no ambiente escolar: a reprodução das desigualdades sociais? Carla Aparecida de Almeida 19 Nossa pesquisa tem por objeto investigar em que medida o uso de certas práticas de linguagem (cultura escrita e cultura oral) contribui para a situação de fracasso escolar, sobretudo em escolas freqüentadas por crianças oriundas de meios carentes. Assim, por cultura entendemos algo que confere sentido a diferentes práticas sociais, produzindo e reproduzindo significado e significante. Desta sorte, ao partir do pressuposto de que vivemos em uma sociedade grafocêntrica, uma vez que nosso universo social e simbólico assenta-se predominantemente sobre formas sociais de escrita, formas estas construídas historicamente contra ou em oposição às formas sociais orais, interessa-nos investigar o que vem acontecendo em escolas cujos alunos têm uma forte tradição oral e esta é desprestigiada em relação à cultura escrita. Será que não haveria nesta relação de poder (predomínio da cultura escrita versus a cultura oral) uma descontinuidade no processo de ensino-aprendizagem? Isto porque a escola (e aqueles que implementam suas normas) freqüentemente classifica homogeneamente o que se deve ensinar, sem levar em conta as particularidades culturais, de classe, gênero e etnia, as quais definem o sujeito dentro de sua realidade circundante. Assim, a partir de um universo empírico bem circunscrito (uma escola localizada em um bairro popular onde estamos realizando a pesquisa) pretendemos cotejar todas as observações realizadas em campo (método etnográfico) no que tange à observância da proposição aventada, cotejando os dados posteriormente com uma escola freqüentada por alunos de classe social mais elevada. Assim, buscaremos perscrutar as formas de linguagem que não são, em absoluto, destituídas de relações de poder e que podem contribuir para o sucesso escolar entre indivíduos que dominam determinado código de linguagem e inversamente para aqueles que não o dominam. INTERDICIPLINARIDADE, POR UMA PEDAGOGIA CONTRA A ESPECIALIZAÇÃO. Everton Moreira Magalhães 20 A interdisciplinaridade, palavra que hoje se encontra em vários projetos pedagógicos, é na verdade uma idéia que já tem algum tempo no meio acadêmico. No Brasil temos os primeiros trabalhos tratando do conceito a partir da segunda metade da década de 70, com Hilton Japiassu trabalhando a idéia no campo da epistemologia e Ivani Fazenda buscando uma visão ampla da prática pedagógica interdisciplinar. Estes dois teóricos brasileiros têm como base metodológica à obra de Georges Gusdorf, que apresenta a idéia de que a divisão do conhecimento em disciplinas leva cada vez mais uma maior especialização, o que por sua vez leva o conhecimento a um plano extremamente abstrato, sendo que ele passa a perder o sentido para qualquer um que não seje o próprio especialista. É neste ponto que os teóricos levantam o questionamento se esta especialização seria realmente “conhecimento”. Este trabalho terá como fontes e metodologia de pesquisa a bibliografia em torno do conceito interdisciplinar, assim como sobre a prática deste conceito em sala de aula. Contando com uma 19 Aluna do 4º período de Letras /ICHS/UFOP. 20 Graduando em história na UFOP. - 44 -
I M e m o r i a l d o I C H S revisão bibliográfica partindo do livro “Interdisciplinaridade a patologia do saber” de Japiassu publicado em 1976, até o estudo sobre a prática interdisciplinar apontada por Heloisa Luck em “ Pedagogia Interdisciplinar” lançado no ano de 1994. No entanto o trabalho se concentra na obra de Japiassu e de Fazenda por serem considerardos os dois teóricos brasileiros basilares do conceito. A Terceira Idade da Vida, A Terceira Margem do rio, O Terceiro Olhar da Arte: Des (re) construindo imagens através dos jogos do Teatro do Oprimido Clóvis Domingos dos Santos 21 Ricardo Carvalho de Figueiredo 22 O trabalho ora apresentado propõe aos atuantes do Projeto de Extensão: “3ª Idade: vivências lúdicas”, parte do Programa: “3ª Idade: vitalidade e cidadania” da UFOP, um exercício ousado, desafiante e crítico: questionar as imagens construídas socialmente sobre os mais variados temas. O Teatro caminha junto com a Educação quando propõe que o homem se perceba com mais profundidade, se transforme pelo contato com o outro, se aprimore pelo exercício artístico e assim derrube todas as correntes que insistem em aprisioná-lo a formas, rótulos e conceitos. O Teatro do Oprimido 23 é um conjunto de técnicas e jogos lúdicos que visam o despertar do Ser na construção de sua verdadeira humanidade: sujeito único, social, criativo, estético e comunicante. O jogo teatral pode estimular também às pessoas mais maduras a desconstruirem preconceitos, a reconstruírem seus sonhos e desejos para a elaboração de uma nova imagem. A Arte está cada vez mais querendo tornar-se conhecimento. E conhecer significa “nascer com”: o homem está querendo ter novos nascimentos, está ele próprio querendo nascer com aquilo que vai aprendendo, ele próprio simbolizando e criando imagens que expressem sua visão de mundo. No meio da vida, no curso do rio e no centro do palco – são esses os lugares que o idoso deve ocupar. 21 Bacharelando em Direção Teatral / Artes Cênicas do Departamento de Artes do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto e bolsista do referido projeto. 22 Professor do Departamento de Artes do IFAC/UFOP e coordenador do referido Projeto de Extensão. 23 Augusto BOAL (1970). - 45 -
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