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I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S<br />

Aplicada têm proposto sobre concepções de linguagem e de gramática (Travaglia: 2000, 2003),<br />

já nessa fase inicial da pesquisa, como já esperávamos, identificamos o equívoco que diz<br />

respeito à concepção de linguagem e de gramática. Tu<strong>do</strong> indica que as discussões sobre essa<br />

questão, desde há muito empreendidas pela comunidade científica e pelas universidades,<br />

resultan<strong>do</strong>, inclusive, em inúmeras publicações, já têm chega<strong>do</strong> às escolas. Essas discussões, no<br />

entanto, possivelmente não estão sen<strong>do</strong> acompanhadas de reflexões suficientes para<br />

redundarem em efetiva mudança na prática pedagógica. Desse mo<strong>do</strong>, a substituição da<br />

pedagogia tradicional por outra dita “moderna”, sem suficiente fundamentação teórica, tem<br />

redunda<strong>do</strong> em verdadeiras aberrações, o que torna a situação mais grave, com resulta<strong>do</strong>s piores<br />

que os anteriores.<br />

Ricar<strong>do</strong> Carvalho de Figueire<strong>do</strong>9<br />

Arte-Educação: o “Ouro das Minas”<br />

O estu<strong>do</strong> dentro da área historiográfica tem cresci<strong>do</strong> nos últimos anos. Pesquisa<strong>do</strong>res da<br />

Educação investigam os modelos herda<strong>do</strong>s pela nossa civilização (seriação, aulas<br />

compartimentadas, descanso entre os horários, salas uniformizadas etc.), afim de compreender<br />

e analisar quais eram os propósitos para a instalação <strong>do</strong>s grupos escolares no Brasil.<br />

Caminhan<strong>do</strong> nessa perspectiva, o trabalho ora apresenta<strong>do</strong> é fruto da compilação entre o<br />

Grupo Escolar – na cidade de Ouro Preto – MG e <strong>do</strong> Teatro Municipal de Ouro Preto, visto<br />

que em muitas funções (apropriações, usos e significa<strong>do</strong>s) se dialogam no discurso pedagógico<br />

e republicano e artístico. Dentro <strong>do</strong> centro histórico de Ouro Preto, o primeiro Grupo Escolar<br />

data de 17/11/1908, cria<strong>do</strong> pelo governa<strong>do</strong>r de Minas Gerais Dr. João Pinheiro da Silva, com<br />

a denominação de Grupo Escolar Dom Pedro II 10 . Acredita-se que após a transferência da<br />

capital mineira de Ouro Preto para Belo Horizonte, a primeira “sentiu-se” aban<strong>do</strong>nada pelo<br />

governo, viven<strong>do</strong> dias de melancolia e estagnação. A construção desse grupo veio então<br />

simbolizar o interesse <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> pela “velha cidade”, como forma <strong>do</strong> governo presentear ao<br />

povo ouropretano com o símbolo da modernidade: a escola! O objeto de pesquisa circunda<br />

essa temática, pois se o governo necessitou ampliar horizontes e “substituir a ‘velha e<br />

decadente’ Ouro Preto por Belo Horizonte” 11 , a criação deste grupo escolar teve uma dinâmica<br />

específica, uma vez que as ladeiras, as curvas e a Igreja impregnavam nos corpos, conceitos e<br />

valores decadentes para a modernidade. Como professor de Teatro-educação venho<br />

observan<strong>do</strong> os diversos discursos da escola ao acrescentar as artes dentro <strong>do</strong> seu currículo. A<br />

música, o canto, os trabalhos manuais, as festas escolares e mesmo o teatro fazem parte dessa<br />

“cultura escolar 12 ”. Através dessas manifestações artísticas realizadas no âmbito escolar é que<br />

se deu o “uso” das artes pela escola, construin<strong>do</strong> assim um discurso utilitário e formata<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s<br />

corpos.<br />

9 Professor <strong>do</strong> Departamento de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto.<br />

10 Esse grupo foi o primeiro prédio público ergui<strong>do</strong> na cidade após a mudança <strong>do</strong> poder político-administrativo.<br />

11 Expressão utilizada por Cynthia Greive VEIGA 2003.<br />

12 André CHERVEL (1988); Jean-Claude FORQUIN (1992); Dominique JULIA (1995); Antonio Viñao FRAGO (1995).<br />

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