I Memorial do ICHS - ICHS/UFOP

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I M e m o r i a l d o I C H S inconfidentes, co-partícipes e gestores das estruturas de poder implantadas, não seriam completamente infensos a estes comportamentos. Exigir de homens e mulheres do século XVIII certos padrões de coerência e comportamentos compatíveis com expectativas do século XIX ou XX é sempre uma temeridade, compreensível quanto às “urdiduras” da memória nacional no século XIX, mas incompatível com os horizontes de historiografia e prática profissional comprometidas com a objetividade histórica em sua concepção contemporânea. É interessante perceber o fato de que algumas das evidências a serem trabalhadas estão presentes em muitos dos textos que tratam do tema, mas é preciso que se procure com olhar muito atento. O que quer que possa “deslustrar” os inconfidentes, seja do ponto de vista moral, seja do ponto de vista de sua existência material e cotidiana, com freqüência, é colocado em segundo plano, quando não ignorado ou citado em notas absolutamente secundárias. Nesse sentido, podemos afirmar que algumas das opções interpretativas dos historiadores, eivadas de anacronismos de toda espécie, podem obscurecer aspectos importantes na interpretação do tema da Inconfidência Mineira e sua memória. Nome: Francisco Eduardo de Andrade Título da comunicação: Artes do descobridor na América portuguesa: relatos e roteiros sertanistas (séculos XVII e XVIII) O trabalho avalia a prática dos descobridores, particularmente de minerais preciosos, de fazer roteiros ou mapas de suas entradas no sertão. Procura-se conjugar tal prática à arte de sertanejar. Esta significa um saber-fazer das coisas do sertão que, como capital simbólico, mostrou sua eficácia no jogo político e social estabelecido entre os bandeiristas (identificados com os paulistas), autoridades régias e outros segmentos da população colonial. Na minha interpretação, as relações orais, e sobretudo escritas, dos bandeiristas não foram simplesmente acessórios ou auxiliares da ação descobridora, mas participaram diretamente da construção significativa do feito. De certa forma, a narrativa e seus personagens, nas relações, causaram o fato da descoberta de minas preciosas Nome: Jurandir Malerba Titulação: Doutor Instituição a qual está vinculado: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (UNESP), campus de Franca Título da apresentação: De América Portuguesa a Brasil Imperial: revisões recentes do processo de Independência. Resumo da Conferência: A produção sobre a história da Independência do Brasil viveu sensível alento nos últimos 20 anos. Entre os principais temas perseguidos por essa historiografia revisionista recente, a serem amiúde explorados nesta mesa redonda, estão os da nação e da unidade brasileiras face a Portugal na virada do século XVIII para o XIX, a dimensão efetiva da atuação das camadas populares no processo e as questões do 'caráter' e do ‘sentido’ da Independência. - 30 -
I M e m o r i a l d o I C H S TEMA: ESTUDOS LITERÁRIOS NO ICHS Nome: Carlos Eduardo Lima Machado Titulo: Estudos Literários: uma reformulação necessária. Titulação: Pós-doutor Instituição: Instituto de Letras da UERJ - Programa de Pós-Graduação Resumo do trabalho a ser apresentado: Um exame das carências atuais do percurso para a formação do bacharel em Estudos Literários, com argumentação orientada para uma reformulação que inclua tanto uma dimensão interdisciplinar, quanto uma maior especificidade e aprofundamento de estudos no âmbito da literatura. Luiz Tyller Pirola Titulação: Mestre em "Comunicação e Semiótica", PUC/São Paulo; Doutor em Letras, USP; Atualmente, fazendo pós-doutorado na UNESP, Campus de Araraquara. Título da palestra: "A Palavra e a Ação". Resumo: A literatura e sua autonomia estética e a ação no seu sentido mais atual, o sentido revolucionário. Um breve estudo das possibilidades da literatura e da pretensão de se transformá-la em movimento, atrelada a alguma causa. Nome: Lúcia Helena de Azevedo Vilela Titulação: Doutor em Literatura Comparada Instituição a qual está vinculado: UFMG Título da apresentação: Caminhos que se bifurcam: o cânone e as alteridades Resumo da Conferência: Toma-se o enigma proposto por Borges para que sejam exploradas assimetrias de tempo e espaço e a noção de passados presentes. Percorre-se o universo alquímico mítico entre a Irlanda e o Brasil pelos olhares de Yeats e Rosa. Pelas mãos de Silko e Mukherjee, examina-se a possibilidade de espaços aparentemente restritos se metamorfosearem em continentes, através de uma visão da narrativa das literaturas étnicas que abarca passado presente e futuro em uma noção de passados presentes. Cânone e alteridades se desdobram em um número infinito de direções, em uma rede de forças e caminhos simultaneamente convergentes e divergentes, que não são nem absolutos e nem simétricos. Nome:Maria Edith Maroca de Avelar Rivelli de Oliveira Titulação mestre Instituição a qual esta vinculada UFMG (doutoranda) Tema: Entre o fato e a ficção: o indígena na narrativa de fundação da nação brasileira Resumo: Nesta apresentação abordaremos a difícil inserção do indígena na história do Brasil, no momento da fundação da Nação. Entre a narrativa histórica e a literária as opiniões divergiam, demonstrando as dificuldades de elaboração da narrativa de fundação. Tentaremos então retomar estas divergências, principalmente a partir de dois autores: Jose de Alencar e Francisco Adolpho de Varnhagen que, atuando em áreas diversas: Literatura e História respectivamente, nos darão a perceber as verdadeiras dimensões do debate indianista à época. - 31 -
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