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FONSECA, Sherloma Starlet. Memórias de um constitucionalista

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econhece que seu livro tem <strong>de</strong>feitos (embora não os en<strong>um</strong>ere) e aponta, também, o que<br />

consi<strong>de</strong>ra ser as qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu trabalho: “organizado sobre bases certas e<br />

conscienciosamente”, tratando-se <strong>de</strong> <strong>um</strong> “<strong>de</strong>spretensioso registro <strong>de</strong> acontecimentos <strong>de</strong><br />

importância”. O autor comenta ainda as penalida<strong>de</strong>s a que os paulistas foram expostos, entre<br />

elas, a censura e o exílio; e elogia-os porque, mesmo castigados, todos altivamente ass<strong>um</strong>iram<br />

sua participação no movimento 46 .<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> toda a narrativa, o autor reforça a convicção na honra e no heroísmo<br />

dos combatentes paulistas: “os bravos e valentes soldados da Lei e da Liberda<strong>de</strong>” (p. 278).<br />

Por várias vezes expôs que aqueles que se empenhavam na luta acreditavam na vitória e<br />

estavam conscientes da justiça e da gran<strong>de</strong>za da causa.<br />

Quanto ao <strong>de</strong>sfecho do movimento, não se admite a <strong>de</strong>rrota paulista e conclui-se que:<br />

São Paulo vencido?<br />

A essa pergunta, como alguns outubristas o fizeram, todos são obrigados a<br />

respon<strong>de</strong>r:<br />

– Não!<br />

Apenas foi entregue às mãos <strong>de</strong> seus inimigos. (p. 286)<br />

A afirmativa <strong>de</strong> que São Paulo não per<strong>de</strong>u a guerra, mas fora traído, preserva a<br />

dignida<strong>de</strong> daqueles que foram fiéis ao constitucionalismo e manifesta a insatisfação com os<br />

traidores, que tiveram sua reputação questionada. Assim, não <strong>de</strong>sapareceram as dádivas<br />

heroicas e a memória que se registrou foi a <strong>de</strong> <strong>um</strong> povo que não se resignou. O <strong>de</strong>sfecho do<br />

caso foi tratado com <strong>de</strong>sagrado, não sendo reconhecida a fraqueza paulista ou a<br />

responsabilida<strong>de</strong> pela <strong>de</strong>rrota, mas apontando as falhas a que foram subjugados.<br />

3.2 Eucly<strong>de</strong>s Figueiredo: a guerra vista pelo alto comando militar<br />

Durante a revolução <strong>constitucionalista</strong>, o coronel Eucly<strong>de</strong>s Figueiredo foi<br />

comandante da 2ª Região Militar, que tinha como Chefe do Estado Maior o coronel<br />

Palimércio <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>. Os dois militares tornaram-se amigos em 1922 quando serviam ao<br />

gabinete do Ministro <strong>de</strong> Guerra. Des<strong>de</strong> então, estiveram engajados em vários movimentos,<br />

como a oposição ao golpe <strong>de</strong> 1930 e o movimento <strong>constitucionalista</strong>, em que se tornaram<br />

figuras <strong>de</strong> alto relevo. À memória do amigo, Eucly<strong>de</strong>s <strong>de</strong>dica o livro sobre a guerra paulista.<br />

46 Armando Brussolo comenta, em meio a esses gestos, que só <strong>um</strong>a voz soava negando tudo quanto participou: é<br />

a do Dr. Marrey Junior, que passou a ser chamado <strong>de</strong> “político matreiro”. Por sua artimanha, que buscava<br />

satisfazer apenas interesses pessoais, tornando-o ridículo aos olhos dos ex-companheiros <strong>de</strong> luta.<br />

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