Efeito da preparação nos sítios de cromo....pdf
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__________________________________________________________________________________Apêndice F EFEITO DAS CONDIÇÕES DE PREPARO NA FORMAÇÃO DE SÍTIOS ATIVOS PARA POLIMERIZAÇÃO DE ETILENO EM Cr/SiO2 Alexandre B. Gaspar 1 , Martin Schmal 1 , Leandro dos S. Silveira 2 , Maria Madalena de C. Forte 2 e Lídia C. Dieguez 1 * 1 NUCAT-PEQ/COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro Caixa Postal 68502, CEP 21945-970, Rio de Janeiro, Brasil - FAX (55-215907135) 2 OPP Petroquímica S.A./ III Pólo Petroquímico CEP 95853-000, Triunfo, Brasil - FAX (55-514571073) * e-mail: lidia@peq.coppe.ufrj.br RESUMO Catalisadores Cr/SiO2 foram preparados por impregnação com acetato de cromo ou bis (trifenilsilil) cromato e calcinados em mufla ou num calcinador sob fluxo de ar. A quimissorção de CO foi usada para estimar a atividade dos catalisadores para a polimerização de etileno pela identificação dos sítios ativos Cr 2+ . Antes da quimissorção as amostras foram secas sob vácuo ou fluxo de gás inerte. A influência da preparação e do pré-tratamento na quantidade dos sítios Cr 2+ foi estudada. Os catalisadores calcinados sob corrente de ar e secos sob fluxo apresentaram maior quimissorção de CO, sugerindo a melhor atividade para a polimerização. A eficiente eliminação do vapor d’água residual tem importante papel nos resultados obtidos. 1. INTRODUÇÃO Os catalisadores Cr/SiO2 são utilizados na polimerização de etileno produzindo o Polietileno de Alta Densidade. Características como o teor de cromo, sal precursor utilizado na preparação e condições de calcinação influenciam o estado de oxidação do metal no precursor calcinado obtido. Apesar das pesquisas realizadas neste sistema, em função do seu interesse comercial, sua caracterização ainda apresenta alguns pontos de discussão. Assim, parâmetros como o mecanismo de fixação do metal no suporte [1], o estado de oxidação do cromo que resulta na melhor performance na reação [2] e o mecanismo da polimerização [3, 4] vem sendo estudados. Estudos recentes sugerem que a espécie ativa de cromo na polimerização de etileno seja o Cr 2+ . Assim, a identificação e quantificação destas espécies no sistema Cr/SiO2 empregado na polimerização de etileno é o tópico mais importante para a caracterização destes materiais. A caracterização dos sítios Cr 2+ deve levar em conta sua instabilidade na presença de oxigênio ou umidade do ar. Técnicas como a espectroscopia de infra-vermelho de CO quimissorvido (FTIR) [5], espectroscopia de reflectância difusa (DRS) [6], espectroscopia fotoeletrônica de raios-X (XPS) [7] e espectroscopia RAMAN [8] tem sido usadas para a caracterização de catalisadores Cr/SiO 2 por permitirem que a amostra seja mantida isolada do ar ou que a mesma possa ser reduzida in situ. Nosso grupo de pesquisa tem desenvolvido, de 190
__________________________________________________________________________________Apêndice F maneira bastante satisfatória, um método de análise de adsorção química de monóxido de carbono, permitindo a quantificação das espécies Cr 2+ , sítio ativo na polimerização. Alguns autores [5, 9, 10] detectaram por infra-vermelho a presença de três espécies de Cr 2+ em função do tipo de coordenação do cromo com as hidroxilas superficiais da sílica: Cr A 2+ , CrB 2+ e CrC 2+ . Sugerem que a espécie CrA 2+ é a responsável pela polimerização de etileno, e apenas as duas primeiras quimissorvem CO. Assim, a quimissorção de CO permite obter uma estimativa da atividade do catalisador de acordo com a quantidade de moléculas de CO adsorvidas. Apresenta como vantagens em relação à espectroscopia de infra-vermelho, maior rapidez no procedimento de análise e facilidade na interpretação do resultado final. Assim, neste trabalho se pretende investigar a influência de parâmetros de preparo e prétratamento na formação de espécies Cr 2+ . Também será feita a caracterização das espécies de cromo nos catalisadores após calcinação por espectroscopia de reflectância difusa (DRS) e redução à temperatura programada (TPR). 2. PARTE EXPERIMENTAL Os catalisadores Cr/SiO2 foram preparados por impregnação de solução de acetato de cromo (Aldrich, 99,9%) ou bis (trifenilsilil) cromato numa sílica comercial em rota-vapor. O suporte foi previamente calcinado em mufla a 773K por 1 hora (299m 2 /g e 1,65cm 3 /g). O bis (trifenilsilil) cromato (BTC) foi sintetizado em laboratório [11] e purificado por recristalização com n-hexano. Após a impregnação os catalisadores foram secos a 353K à vácuo e calcinados a 773K em mufla ou em calcinador (tubo de vidro pirex em forma de “U” com placa porosa) sob fluxo de ar comprimido (30ml/min) por 1 hora. Análises de TPR foram realizadas num equipamento com detetor de condutividade térmica, com secagem sob fluxo de argônio até 473K e redução até 1023K (10K/min) com mistura 1,65% H2 em argônio. Também foram realizadas após a calcinação, análises de DRS, num equipamento Varian Cary 5, na faixa de 200 a 800nm, utilizando o próprio suporte como referência. Padrões de CrO3 e Cr2O3 (Aldrich) também foram submetidos a essa análise. As análises de quimissorção de CO foram realizadas num equipamento ASAP 2000-C da Micromeritcs, sendo precedidas por secagem in situ a 773K com vácuo ou fluxo de hélio (30ml/min) por 30 min. Em seguida foi feita a redução das amostras a 623K com CO de modo estático por 1 hora. Após a redução, o CO residual foi eliminado submetendo as amostras a vácuo a 773K por 30 min. Finalmente foi realizada a quimissorção de CO a 298K pelo método estático. Os result ados obtidos representam a diferença entre as isotermas total e reversível. Cerca de 0,5g de amostra foi utilizada em cada experimento. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os símbolos e teores dos catalisadores preparados e os resultados de TPR. Os catalisadores 0,5CrB e 1CrA apresentaram cor amarela e, os catalisadores 2CrA cor amarelo escura, independente da forma de calcinação. O controle de pureza do sal BTC foi feito por determinação do ponto de fusão (303-308K) e análise de infra-vermelho. As análises de TPR e DRS foram realizadas para observar a influência da forma de calcinação nas espécies de cromo presentes e sua redutibilidade. Nas condições utilizadas de TPR, a espécie Cr 3+ é o menor estado de oxidação possível, correspondendo a um consumo de H2 máximo (Cr 6+ → Cr 3+ ) de 30μmoles H2/mgCr [1]. A Tabela 1 apresenta os resultados de TPR. Observa-se que os catalisadores à base de acetato de cromo apresentaram consumo de 191
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__________________________________________________________________________________Apêndice F<br />
maneira bastante satisfatória, um método <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> adsorção química <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong><br />
carbono, permitindo a quantificação <strong>da</strong>s espécies Cr 2+ , sítio ativo na polimerização.<br />
Alguns autores [5, 9, 10] <strong>de</strong>tectaram por infra-vermelho a presença <strong>de</strong> três espécies <strong>de</strong><br />
Cr 2+ em função do tipo <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação do <strong>cromo</strong> com as hidroxilas superficiais <strong>da</strong> sílica:<br />
Cr A 2+ , CrB 2+ e CrC 2+ . Sugerem que a espécie CrA 2+ é a responsável pela polimerização <strong>de</strong><br />
etileno, e apenas as duas primeiras quimissorvem CO. Assim, a quimissorção <strong>de</strong> CO permite<br />
obter uma estimativa <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do catalisador <strong>de</strong> acordo com a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong><br />
CO adsorvi<strong>da</strong>s. Apresenta como vantagens em relação à espectroscopia <strong>de</strong> infra-vermelho,<br />
maior rapi<strong>de</strong>z no procedimento <strong>de</strong> análise e facili<strong>da</strong><strong>de</strong> na interpretação do resultado final.<br />
Assim, neste trabalho se preten<strong>de</strong> investigar a influência <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> preparo e prétratamento<br />
na formação <strong>de</strong> espécies Cr 2+ . Também será feita a caracterização <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong><br />
<strong>cromo</strong> <strong>nos</strong> catalisadores após calcinação por espectroscopia <strong>de</strong> reflectância difusa (DRS) e<br />
redução à temperatura programa<strong>da</strong> (TPR).<br />
2. PARTE EXPERIMENTAL<br />
Os catalisadores Cr/SiO2 foram preparados por impregnação <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong><br />
<strong>cromo</strong> (Aldrich, 99,9%) ou bis (trifenilsilil) cromato numa sílica comercial em rota-vapor. O<br />
suporte foi previamente calcinado em mufla a 773K por 1 hora (299m 2 /g e 1,65cm 3 /g). O bis<br />
(trifenilsilil) cromato (BTC) foi sintetizado em laboratório [11] e purificado por<br />
recristalização com n-hexano. Após a impregnação os catalisadores foram secos a 353K à<br />
vácuo e calcinados a 773K em mufla ou em calcinador (tubo <strong>de</strong> vidro pirex em forma <strong>de</strong> “U”<br />
com placa porosa) sob fluxo <strong>de</strong> ar comprimido (30ml/min) por 1 hora.<br />
Análises <strong>de</strong> TPR foram realiza<strong>da</strong>s num equipamento com <strong>de</strong>tetor <strong>de</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
térmica, com secagem sob fluxo <strong>de</strong> argônio até 473K e redução até 1023K (10K/min) com<br />
mistura 1,65% H2 em argônio. Também foram realiza<strong>da</strong>s após a calcinação, análises <strong>de</strong> DRS,<br />
num equipamento Varian Cary 5, na faixa <strong>de</strong> 200 a 800nm, utilizando o próprio suporte como<br />
referência. Padrões <strong>de</strong> CrO3 e Cr2O3 (Aldrich) também foram submetidos a essa análise.<br />
As análises <strong>de</strong> quimissorção <strong>de</strong> CO foram realiza<strong>da</strong>s num equipamento ASAP 2000-C<br />
<strong>da</strong> Micromeritcs, sendo precedi<strong>da</strong>s por secagem in situ a 773K com vácuo ou fluxo <strong>de</strong> hélio<br />
(30ml/min) por 30 min. Em segui<strong>da</strong> foi feita a redução <strong>da</strong>s amostras a 623K com CO <strong>de</strong> modo<br />
estático por 1 hora. Após a redução, o CO residual foi eliminado submetendo as amostras a<br />
vácuo a 773K por 30 min. Finalmente foi realiza<strong>da</strong> a quimissorção <strong>de</strong> CO a 298K pelo<br />
método estático. Os result ados obtidos representam a diferença entre as isotermas total e<br />
reversível. Cerca <strong>de</strong> 0,5g <strong>de</strong> amostra foi utiliza<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> experimento.<br />
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
A Tabela 1 apresenta os símbolos e teores dos catalisadores preparados e os resultados<br />
<strong>de</strong> TPR. Os catalisadores 0,5CrB e 1CrA apresentaram cor amarela e, os catalisadores 2CrA<br />
cor amarelo escura, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> forma <strong>de</strong> calcinação. O controle <strong>de</strong> pureza do sal BTC<br />
foi feito por <strong>de</strong>terminação do ponto <strong>de</strong> fusão (303-308K) e análise <strong>de</strong> infra-vermelho.<br />
As análises <strong>de</strong> TPR e DRS foram realiza<strong>da</strong>s para observar a influência <strong>da</strong> forma <strong>de</strong><br />
calcinação nas espécies <strong>de</strong> <strong>cromo</strong> presentes e sua redutibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nas condições utiliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
TPR, a espécie Cr 3+ é o menor estado <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção possível, correspon<strong>de</strong>ndo a um consumo <strong>de</strong><br />
H2 máximo (Cr 6+ → Cr 3+ ) <strong>de</strong> 30μmoles H2/mgCr [1]. A Tabela 1 apresenta os resultados <strong>de</strong><br />
TPR. Observa-se que os catalisadores à base <strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> <strong>cromo</strong> apresentaram consumo <strong>de</strong><br />
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