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Atomistica - Ricardo Feltre e Setsuo Yoshinaga

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ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

1


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

<strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

ATOMÍSTICA<br />

SÂO PAULO ■ BRASIL<br />

2<br />

Volume 2<br />

Teoria e<br />

Exercícios


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

374a<br />

74-0086<br />

F<br />

7<br />

1974.<br />

FICHA CATALOGRÁFICA<br />

[Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte,<br />

Câmara Brasileira do Livro, SP]<br />

<strong>Feltre</strong>, <strong>Ricardo</strong>, 1928-<br />

Atomística: teoria e exercícios |por| <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong><br />

|e| <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong>. São Paulo, Ed. Moderna,<br />

477p. ilust.<br />

1. Átomos 2. Moléculas I. <strong>Yoshinaga</strong>, <strong>Setsuo</strong>,<br />

1937- II. Título.<br />

Índices para o catálogo sistemático:<br />

1. Estrutura atômica: Química teórica 541.24<br />

2. Estrutura molecular: Química 541.22<br />

3. Física moderna: Ciências puras 539<br />

4. Química molecular 541.22<br />

É proibida a reprodução<br />

total ou parcial deste livro, sob as<br />

penas da lei.<br />

3<br />

CDD-539<br />

-541.22<br />

-541.24


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

PREFÁCIO<br />

4


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

ABREVIAÇÕES ADOTADAS, PELOS AUTORES, PARA OS<br />

NOMES DAS ESCOLAS SUPERIORES<br />

MEDICINA - USP (até 1964) - Faculdade de Medicina da<br />

Universidade de São Paulo.<br />

CESCEM - Centro de Seleção de Candidatos a Escolas Médicas e<br />

Biológicas da Fundação Carlos Chagas.<br />

EPUSP ou POLI - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.<br />

ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica.<br />

FFCLUSP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de<br />

São Paulo.<br />

EE MACKENZIE - Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie.<br />

FEI - Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade<br />

Católica de São Paulo.<br />

EES CARLOS - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade<br />

de São Paulo.<br />

EE MAUÁ - Escola de Engenharia Mauá.<br />

MEDICINA - Santa Casa - Faculdade de Medicina da Santa Casa de<br />

Misericórdia de São Paulo.<br />

FEF ARMANDO ALVARES PENTEADO - Faculdade de Engenharia da<br />

Fundação Armando Alvares Penteado.<br />

ESQ OSWALDO CRUZ - Escola Superior de Química Oswaldo Cruz.<br />

ENE - Escola Nacional de Engenharia (Guanabara).<br />

MEDICINA - GB - Vestibulares Unificados `as Escolas de Medicina<br />

(Guanabara e Rio de Janeiro).<br />

ENGENHARIA - GB - Vestibulares Unificados às Escolas de<br />

Engenharia (Guanabara e Rio de Janeiro).<br />

5


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

6<br />

ÍNDICE<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

CAPÍTULO 1 - introdução à atomística<br />

ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ................................................... 15<br />

O que é onda eletromagnética ........................................ 15<br />

Tipos de ondas eletromagnéticas ....................................... 21<br />

Propagação das ondas eletromagnéticas ............................ 23<br />

DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À ALTA PRESSÃO ........ 25<br />

DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À BAIXA PRESSÃO ...... 26<br />

Explicação do fenômeno .................................................... 27<br />

A ionização inicial ............................................................ 28<br />

Lâmpada fluorescente ........................................................ 28<br />

DESCARGAS ELÉTRICAS NO ALTO VÁCU0 .............................. 31<br />

RAIOS ANÒDICOS - AMPOLA DE GOLDSTEIN ......................... 33<br />

ESPECTRÓGRAFO DE MASSA .................................................... 35<br />

ISÓTOPOS - ISÓBAROS - ISÓTONOS ........................................ 37<br />

RAIOS "X" ..................................................................................... 40<br />

EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 43


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

CAPÍTULO 2 – radiatividade<br />

DESCOBERTA DA RADIATIVIDADE ............................................. 47<br />

NATUREZA DAS EMISSÕES ........................................................ 50<br />

LEIS DA RADIATIVIDADE ........................................................... 53<br />

CINÉTICA DAS EMISSÕES .......................................................... 59<br />

Velocidade instantânea de desintegração ......................... 60<br />

Constante radiativa ............................................................ 61<br />

Vida média ......................................................................... 62<br />

Período de semi-desintegração ou meia vida .................... 65<br />

Relação entre vida média e período<br />

de semi-desintegração ........................................................ 69<br />

FAMÍLIAS RADIATIVAS OU SÉRIES RADIATIVAS ...................... 72<br />

REAÇÕES DE- TRANSMUTAÇÃO ................................................. 77<br />

FISSÃO NUCLEAR ....................................................................... 85<br />

FUSÃO NUCLEAR ......................................................................... 99<br />

ELEMENTOS ARTIFICIAIS ............................................................ 102<br />

Carbono 14 ......................................................................... 102<br />

Iôdo radiativo ..................................................................... 103<br />

Cobalto 60 ......................................................................... 104<br />

EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 106<br />

CAPÍTULO 3 - estrutura do átomo<br />

O ÁTOMO DE DALTON ................................................................ 121<br />

O MODELO DE RUTHERFORD - BOHR .................................... 123<br />

Contradição `a teoria de Rutherford ................................ 126<br />

A teoria de Bohr ................................................................ 126<br />

Distribuição eletrônica ...................................................... 135<br />

Os elementos de transição ............................................... 137<br />

A EVOLUÇÃO DA TEORIA DE RUTHERFORD - BOHR ............ 138<br />

PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI ........................................ 143<br />

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ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

A MECÂNICA ONDULATÓRIA ....................................................... 144<br />

NÍVEIS, SUBNÍVEIS E ORBITAIS ................................................. 147<br />

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E REGRA DE HUND .................... 156<br />

MEMORIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO COMPARATIVO ........... 161<br />

HIBRIDAÇÃO ................................................................................. 166<br />

EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 176<br />

CAPÍTULO 4 - ligações químicas<br />

LIGAÇÃO ELETROVALENTE ........................................................ 192<br />

Estrutura do cloreto de sódio .......................................... 198<br />

Estrutura dos cristais iônicos .......................................... 200<br />

Estrutura eletrônica dos íons ........................................... 201<br />

LIGAÇÃO COVALENTE . ................................................................ 202<br />

Teoria de Heitler - London ............................................... 203<br />

Orientação das ligações covalentes no espaço ................. 208<br />

Covalência coordenada ........................................................ 210<br />

Principais elementos e número de elétrons<br />

na camada externa ............................................................ 213<br />

Contagem dos elétrons na camada, externa .................... 214<br />

Estrutura de hidretos moleculares ................................... 215<br />

Estrutura dos Óxidos moleculares .................................... 217<br />

Estrutura de ácidos oxigenados ........................................ 220<br />

Estrutura dos sais .............................................................. 223<br />

Ligação π (pi ....................................................................... 227<br />

Hibridações parciais ........................................................... 233<br />

Hibridações especiais ......................................................... 239<br />

LIGAÇÃO POLAR E MOLÉCULA POLAR ..................................... 244<br />

Eletronegatividade ............................................................... 244<br />

Ligação polar ..................................................................... 245<br />

Momento polar .................................................................... 247<br />

Molécula polar ................................................................... 249<br />

Constante dielétrica ........................................................... 251<br />

Ponte de hidrogênio ............................................................ 253<br />

Ligação de Van der Waals ............................................... 257<br />

Fusão e dissolução de um sal ........................................ 263<br />

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ESTRUTURAS DAS MOLÉCULAS ............................................... 268<br />

Átomos que obedecem à regra do octeto ........................ 268<br />

Átomos que não obedecem à regra do octeto ................. 275<br />

Estruturas macromoleculares ............................................ 278<br />

PARAMAGNETISMO ...................................................................... 281<br />

RESSONÂNCIA ............................................................................... 284<br />

LIGAÇÃO METÁLICA ..................................................................... 290<br />

Teoria da "nuvem eletrônica" ou<br />

"gás eletrônico" ................................................................... 291<br />

Teoria das faixas eletrônicas ou<br />

bandas eletrônicas .............................................................. 293<br />

Retificador de corrente ...................................................... 302<br />

Transistores ........................................................................ 303<br />

Célula fotoelétrica ............................................................. 305<br />

CRISTAIS METÁLICOS ................................................................ 306<br />

Sistema cúbico de corpo centrado ................................... 306<br />

Sistema cúbico de face centrada .................................... 308<br />

Sistema hexagonal compacto ............................................. 309<br />

EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 311<br />

CAPÍTULO 5 - classificação periódica dos elementos<br />

HISTÓRICO .................................................................................... 333<br />

A MODERNA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA ................................. 337<br />

AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS ELEMENTOS ................. 341<br />

PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS ......................... 348<br />

Densidade ........................................................................... 348<br />

Volume atômico................................................................... 349<br />

Pontos de fusão .................................................................. 351<br />

Raios: atômico, covalente, iônico e de<br />

Van der Waals .................................................................... 352<br />

POTENCIAL DE IONIZAÇÃO ........................................................ 356<br />

Definição de elétron-volt ..................................................... 356<br />

Definição de potencial de ionização .................................. 357<br />

Variação dos potenciais de ionização ................................ 358<br />

ELETRONEGATIVIDADE ................................................................ 360<br />

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PROPRIEDADES QUÍMICAS .......................................................... 368<br />

Natureza das ligações ........................................................ 368<br />

Hidretos ............................................................................... 370<br />

Óxidos .................................................................................. 370<br />

EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 372<br />

CAPÍTULO 6 - óxido-redução<br />

CONCEITOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO .................................. 389<br />

OXIDANTES E REDUTORES ........................................................ 392<br />

NÚMERO DE OXIDAÇÃO.............................................................. 394<br />

Número de oxidação de íons ............................................. 396<br />

Número de oxidação de átomos nas moléculas ............... 397<br />

AJUSTAMENTO DE COEFICIENTES PELO MÉTODO<br />

DE ÓXIDO-REDUÇAO ................................................................... 409<br />

Óxido-redução com 3 elementos ...................................... 416<br />

Presença da água oxigenada ............................................. 419<br />

Equações iônicas ................................................................ 421<br />

MONTAGEM DE EQUAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO ................. 423<br />

EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 427<br />

CAPÍTULO 7 - conceitos modernos de ácidos e bases<br />

CONCEITOS DE LOWRY - BRONSTED ....................................... 439<br />

Definições............................................................................. 439<br />

Ácidos e bases conjugadas ................................................ 441<br />

TEORIA DE LEWIS ....................................................................... 445<br />

FORÇAS DE ÁCIDOS E BASES .................................................. 447<br />

Definições e comparações ................................................... 447<br />

Fatores influentes .............................................................. 451<br />

Efeitos de indução .............................................................. 452<br />

Caráter básico das aminas ................................................ 454<br />

EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 456<br />

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES ................................. 469<br />

10


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

orbitais atômicos<br />

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ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

________________________<br />

O que é onda<br />

eletromagnética?<br />

____________________<br />

14<br />

A ONDAS<br />

ELETROMAGNÉTICAS<br />

Em primeiro lugar vamos recordar o conceito físico de onda.<br />

Imagine a onda no mar.<br />

Um barril flutua no mar onde a onda "não se quebra".<br />

A onda caminha numa direção, mas o barril não<br />

desliza sobre a superfície,o que prova que a água do mar não<br />

se desloca no sentido da onda.<br />

O movimento que a onda vai causar é apenas de<br />

fazer "subir e descer" o barril. Então, pode-se afirmar que a<br />

onda possui energia para suspender o barril. Este "sobe" ao<br />

receber energia e depois devolve a mesma energia ao mar<br />

quando "desce".<br />

Nos desenhos ao lado está uma seqüência dos<br />

movimentos do barril.<br />

Então:<br />

Onda é propagação de ENERGIA.<br />

Imagine agora um lago e os abalos (ondas causadas pela sucessiva queda de<br />

"pedras" no centro do lago). Suponhamos que caem pe-


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

dras de modo periódico, vamos dizer de 10 em 10 segundos.<br />

Formam-se círculos concêntricos equidistantes que se propagam na<br />

superfície da água. Aquela parte "saliente" na superfície da água será chamada de<br />

"avista" da onda. 0 que vemos não é senão um conjunto de "cristas" concêntricas<br />

propagando-se na água a partir do ponto de queda da pedra.<br />

A distância entre duas cristas consecutivas corresponde ao comprimento de<br />

onda X (lâmbda) que,no exemplo acima, é a mesma,qualquer que seja o "par de<br />

ondas".<br />

Vejamos as ondas numa secção de perfil.<br />

Chamemos de "T" (período) ao tempo gasto para caírem duas pedras<br />

consecutivas, que é igual ao tempo para passarem duas ondas consecutivas num<br />

mesmo ponto. Então X será a distância percorrida pela onda no tempo "T".<br />

Sabendo-se que:<br />

espaço percorrido = velocidade x tempo<br />

λ = v . T<br />

Dizemos ainda que os pontos "A" e "B" da superfície são pontos em<br />

concordância de fase, ou seja ,pontos que executam movimentos análogos<br />

simultaneamente.<br />

Então:<br />

_____________________________________________________________________<br />

Comprimento de onda (λ) é a menor distância entre dois pontos atingidos<br />

pelas ondas e que se acham em concordância de fase.<br />

_____________________________________________________________________<br />

15


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

16<br />

introdução à atomística -1<br />

Imagine agora uma rolha que se encontre flutuando na superfície do lago.<br />

Ocorrerão oscilações na cortiça à medida que as ondas, passam.<br />

Vamos anotar o número de oscilações provocadas pelas ondas na unidade de<br />

tempo. Marquemos um minuto como unidade de tempo.<br />

Ora, se cai no lago uma pedra de 10 em 10 segundos,teremos 6 pedras<br />

e,portanto, 6 oscilações para a rolha num minuto. Este número de oscilações é<br />

chamado de freqüência das ondas.<br />

_____________________________________________________________________<br />

Freqüência (f) é o número de oscilações produzidas pelas ondas, na<br />

unidade de tempo.<br />

_____________________________________________________________________<br />

No caso anterior temos: f = 6 ciclos/minuto<br />

Podemos relacionar o período (T) com a freqüência (f).<br />

Vimos que:<br />

PERÍODO (T): é o tempo gasto para caírem duas pedras consecutivas, ou seja,<br />

o tempo para repetir uma oscilação idêntica num mesmo ponto atingido pelas ondas.<br />

FREQÜÊNCIA (f): ê o número de oscilações produzidas pelas ondas, na<br />

unidade de tempo.<br />

Ou seja, o período é o inverso da freqüência. Voltando à fórmula de<br />

propagação de ondas temos:<br />

substituindo


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Daí se conclui que, quanto maior o (X), menor será a (f) das oscilações,já que<br />

a velocidade de propagação é constante em determinado meio.<br />

Poderíamos fazer a seguinte comparação:<br />

Uma rolha "dança" na água (subindo e descendo) ao "ritmo" das pedras que<br />

caem. Quanto mais depressa as pedras caem, mais depressa, "com maior freqüência"<br />

oscila a rolha. Mas, então, formam-se ondas sucessivas umas muito próximas das<br />

outras e diremos que "diminuiu o comprimento de onda" (menor distância entre 2<br />

cristas consecutivas) .<br />

Vamos supor agora que a água do lago ou a água do mar se tornasse<br />

"invisível". Iríamos, então, ver os objetos (barril, rolha, etc) flutuando no espaço e<br />

não numa superfície visível.<br />

Além disso, se nessa misteriosa "água invisível" houvesse propagação de<br />

alguma onda, Iríamos ver os objetos oscilando. Poderíamos até "imaginar" os tipos de<br />

onda que estariam se propagando nessa "misteriosa água".<br />

invisíveis.<br />

Pois bem, existem formas de energia que se propagam em forma de ondas<br />

Seja um recipiente contendo água. Na superfície flutua uma rolha com um<br />

prego. Do lado de fora fazemos oscilar um imã bastante forte.<br />

A rolha também irá oscilar com a mesma freqüência do Imã. É que quando o<br />

Imã oscila, ele produz ondas invisíveis no espaço capazes de atravessarem o vidro e<br />

fazer oscilar o prego. Estas ondas são denominadas "ondas magnéticas" e as<br />

representamos por um conjunto de setas chamadas vetores "campo magnético" (H).<br />

17


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

18<br />

introdução à atomística-1<br />

Outro tipo de "onda invisível" é aquela produzida por cargas elétricas.<br />

Imagine um pêndulo de fio de seda que possui uma esfera carregada elétrica<br />

mente (vamos supor com carga negativa).<br />

Balançando-se diante da esfera um bastão carregado positivamente, a esfera<br />

tentará acompanhar o movimento do bastão.<br />

É porque o bastão, em oscilação, emite ondas invisíveis constituídas de<br />

"ondas elétricas" representadas por vetores denominados de "campos elétricos"<br />

(E).<br />

Na prática constata-se que, quando surge uma "onda elétrica", ela ê<br />

acompanhada de "onda magnética" e vice-versa. Dizemos, então, que se trata de "onda<br />

eletromagnética". Experimentalmente, sabe-se que o "plano dos campos elétricos é<br />

sempre perpendicular ao plano dos campos magnéticos".<br />

A representação ilustrativa da onda eletromagnética seria:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

____________________________________________________________________________<br />

A onda eletromagnética é uma forma de energia constituída de campos<br />

elétricos e campos magnéticos, em planos perpendiculares entre si, capazes de<br />

propagar-se no espaço.<br />

____________________________________________________________________________<br />

As ondas eletromagnéticas propagam-se em diversos meios e, no vácuo a<br />

velocidade de propagação é de 300.000 km/seg, ou seja, 7,5 voltas em redor da Terra<br />

num segundo.<br />

Graças às ondas eletromagnéticas podemos captar emissoras de rádio,<br />

televisão, radar, etc.<br />

Apenas para termos uma idéia ilustrativa de onda eletromagnética, imagine<br />

uma estação transmissora de rádio.<br />

═════════════════<br />

19


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

___________________________________________<br />

Tipos de ondas eletromagnéticas<br />

___________________________________________<br />

20<br />

introdução à atomística -1<br />

As ondas eletromagnéticas apresentam os comprimentos de onda numa vasta<br />

gama de variação e, para cada faixa de variação, a onda eletromagnética recebe um<br />

nome específico. Vejamos os principais nomes.<br />

Os raios cósmicos são constatados em qualquer parte do Universo, sendo<br />

constituídos de partículas subatômicas de altíssima velocidade e "ondas<br />

eletromagnéticas de X curtíssimo".<br />

Em seguida temos os raios gama, observados nos fenômenos quando se "toca<br />

ou modifica a estrutura nuclear dos átomos". È o caso de fenômenos radiativos e<br />

explosões atômicas que veremos adiante, onde são produzidas emissões de "raios<br />

gama".<br />

Os raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem nas "colisões de elétrons<br />

contra anteparos duros".<br />

As ondas eletromagnéticas, nas faixas ultra-violeta, luz visível e infra-<br />

vermelho, correspondem às "energias libertadas" pelos "saltos de elétrons dentro<br />

do átomo".<br />

irradiação” .<br />

Os raios infra-vermelhos são conhecidos popularmente como "calor de


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

As ondas eletromagnéticas de comprimento maior surgem quando elétrons<br />

num condutor sofrem "impulsos".<br />

Ê o caso das ondas hertzianas libertadas duma torre de transmissão. Lá,os<br />

elétrons sofrem "impulsos" e libertam ondas eletromagnéticas.<br />

alguns metros.<br />

As ondas de F.M. (freqüência modulada) e de televisão possuem somente<br />

Exemplos:<br />

o CANAL 9 da T.V. tem À = 1,5 metros<br />

o F.M. da Eldorado tem A = 3 metros<br />

As ondas de rádio estão numa faixa de A maior e temos 3 classes:<br />

A) ondas curtas 10--------- 200 metros.<br />

B) ondas médias 200 --------- 600 metros.<br />

C) ondas longas 600 --------- 1000 metros.<br />

Foi o cientista Hertz quem descobriu a existência de ondas eletromagnéticas.<br />

Em sua homenagem, a unidade de freqüência ê denominada de "hertz".<br />

__________________________________________________________________________<br />

1 ciclo/segundo = 1 hertz<br />

1000 ciclos/segundo = 1 khz (ki1ohertz)<br />

1 milhão ciclos/segundo =1 Mhz (megahertz)<br />

__________________________________________________________________________<br />

Pode-se então caracterizar uma onda eletromagnética, exprimindo o seu<br />

comprimento de onda "A" ou então, a sua freqüência (f).<br />

Lembre-se da relação:<br />

Quando nada se fala da velocidade de uma onda eletromagnética,<br />

subentende-se que a velocidade é de 300.000 km/seg (no vácuo = no ar) .<br />

EXERCÍCIOS<br />

(1) Você está sintonizando uma emissora que opera numa frequência<br />

de 1.000 Khz. Qual o comprimento de onda dessas emissões?<br />

RESPOSTA: são ondas de 300 metros.<br />

21


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

22<br />

introdução à atomística-1<br />

(2) Uma emissora de T.V. utiliza-se de ondas de λ = 2 metros, Qual<br />

a freqüência dessa emissora?<br />

acima indicada.<br />

(3) Seja um rádio de uma faixa:<br />

Você está sintonizando uma estação quando no dial temos a posição<br />

Seu rádio é um receptor de ondas:<br />

a) médias<br />

b) curtas<br />

c) longas<br />

d) F.M.<br />

__________________________________________________________________________<br />

propagação das ondas eletromagnéticas<br />

__________________________________________________________________________<br />

As ondas eletromagnéticas propagam-se em linha reta num meio homogêneo.<br />

Ao penetrar noutro meio, pode ocorrer uma mudança de direção que se denomina<br />

refração.<br />

Pode mesmo ocorrer reflexão das ondas eletromagnéticas.<br />

Se você mora num local vizinho a prédios altos, ou onde passam aviões, as<br />

ondas de T.V. serão refletidas por esses obstáculos, provocando distúrbios no seu<br />

receptor. (Fantasmas pelo prédio e ondulações da imagem pelo avião).<br />

Uma torre de emissão, de T.V. ou de rádio, geralmente emite ondas em todas<br />

as direções, ou seja, ondas tridimensionais, formando se frentes esféricas de ondas.<br />

(Lembre-se que, na água, a onda causada pela queda da pedra tinha propagação<br />

bidimensional e tínhamos frentes de onda circulares).


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Outro detalhe muito importante ê saber o aspecto energético das ondas<br />

eletromagnéticas. Elas são emitidas de modo intermitente em forma de conjuntos<br />

de ondas, que recebem o nome de "fótons".<br />

Resumindo: As ondas eletromagnéticas são emitidas de modo descontinuo,<br />

em forma de quantidades bem discretas, denominadas de "fotons?<br />

A energia do fóton depende do seu comprimento de onda (A).<br />

Quanto maior o "X", menor será a energia. Podemos dizer, então, que a<br />

energia do fóton é diretamente proporcional à freqüência da onda eletromagnética,já<br />

que:<br />

Essa energia variável de cada fóton é denominada de "quantum" (no plural<br />

"quanta"). Segundo o cientista Planck o quantum (q) cor responde a:<br />

q = a energia do fóton<br />

_____________<br />

q = h . f<br />

_____________<br />

h = constante de Planck = 6,62 x 1O -27 erg x seg<br />

f = freqüência da onda eletromagnética<br />

Portanto, cada fóton possui uma quantidade definida de energia. Assim,<br />

quanto mais fótons num feixe de luz, mais intensa será a energia.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(4) Qual a energia do fóton constituinte da luz violeta de 4000 Ǻ?<br />

(5) Qual é a energia do fóton constituinte dos raios-X de λ=1Ǻ ?<br />

23


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no alto vácuo.<br />

24<br />

introdução à atomística -1<br />

B DESCARGAS ELÉTRICAS<br />

NOS GASES À ALTA PRESSÃO<br />

São os gases: bons, regulares ou péssimos condutores de eletricidade?<br />

A resposta seria: "depende da pressão do gás".<br />

Estudemos, então, os 3 casos principais: à alta pressão, à baixa pressão e<br />

De modo geral, os gases à pressão elevada (acima de 1 atm) comportam-se<br />

como isolantes, isto é, oferecem grande dificuldade a passagem de elétrons.<br />

Veja,por exemplo,os fios de luz nos postes que, às vezes estão descobertos,<br />

em contato com ar atmosférico (mistura gasosa) sem que ocorra descarga.<br />

É necessário grande diferença de potencial (AV) entre os pólos e ainda uma<br />

pequena distância entre esses fios para ocorrer uma descarga à alta pressão.<br />

Exemplo: Vela de motor à explosão que utiliza alguns milhares de volts para<br />

produzir a centelha.<br />

Quanto maior a distancia entre os eletrodos,exigem-se maiores tensões.<br />

.


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C DESCARGAS ELÉTRICAS<br />

NOS GASES A BAIXA PRESSÃO<br />

Esses tipos de descargas são realizadas em tubos de Geissler<br />

Um tubo de Geissler é constituído de uma ampola de vidro possuindo 2<br />

eletrodos. No interior da ampola pode-se colocar um gás qualquer a uma pressão de<br />

1 a 30 mm Hg.<br />

Um dos eletrodos é ligado ao polo negativo e será chamado de<br />

"CÁTODO". Outro que é ligado ao polo positivo é chamado de "ÂNODO".<br />

A diferença de potencial, necessária para a descarga, depende do<br />

comprimento do tubo e da pressão interna. Para um tubo de 40 cm e pressão<br />

de 3 mm Hg, pode-se usar uma tensão de 60 volts, quando no seu interior temos<br />

"vapor de mercúrio".<br />

Durante a descarga aparecerá uma boa luminosidade em toda região entre o<br />

"cátodo" e o "ânodo" A cor da luz emitida depende da natureza do gás, da pressão<br />

interna e da tensão utilizada.<br />

Descargas deste tipo são utilizadas em anúncios<br />

25


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luminosos e também nas lâmpadas fluorescentes.<br />

26<br />

introdução à atomística-1<br />

Uma particularidade dessas lâmpadas é que para iniciar a descarga exige-se<br />

uma tensão elevada,a fim de provocar a ionização inicial das moléculas gasosas.<br />

___________________________________<br />

A) EXPLICAÇÃO DO FENÔMENO<br />

Vimos no LIVRO I que as moléculas são formadas de átomos. Os átomos são<br />

constituídos de núcleos e elétrons. Quando o tubo de Geissler ê submetido a<br />

determinada tensão, dá-se a descarga,porque o "CÁTODO". emite elétrons.<br />

Na prática o cátodo ê um filamento incandescente, pois a elevada<br />

temperatura facilita a emissão de elétrons.<br />

Os elétrons acelerados colidem com as moléculas do gás provocando<br />

ionizações. Os íons dirigem-se para o"CÁTODO" (-) enquanto que os elétrons vão<br />

para o "ÂNODO" (+).<br />

Dentro do tubo existem duas espécies de partículas em movimento:<br />

- elétrons no sentido cátodo ânodo<br />

- Íons no sentido ânodo cátodo<br />

Na realidade, além" das colisões elétron x molécula, ainda ocorrem, em menor<br />

número, colisões de molécula que também produzem mais ionizações.


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Os íons chegam até o cátodo, regenerando assim o elétron e voltando a ser<br />

molécula neutra. Mas, uma nova colisão imediatamente provocará nova ionização.<br />

Nessas colisões, uma parcela de energia ê emitida em forma de ondas<br />

eletromagnéticas que podem ser visíveis ou invisíveis.<br />

Utilizando-se gases diferentes, ou pressões variadas, podem-se obter os mais<br />

deslumbrantes coloridos que enfeitam as avenidas na forma de anúncios luminosos.<br />

_________________________________<br />

B) A IONIZAÇÃO INICIAL<br />

Um tubo de Geissler de um metro de comprimento, contendo vapor de<br />

mercúrio como gás residual, trabalha numa tensão de 100 volts aproximadamente.<br />

Mas, para haver descarga nessas condições é necessário que já exista<br />

considerável número de íons no gás.<br />

Como poderemos obter essa elevada ionização?<br />

- Os raios cósmicos que "chovem" em qualquer parte e, portanto, no local de<br />

experiência causam uma pequena ionização do gás, mas isso é insuficiente para se<br />

dar a descarga.<br />

inicia a descarga.<br />

- Um jato de elétrons,que ê lançado pela cátodo, é que realmente<br />

A emissão inicial de elétrons exige condições especiais: "cátodo incandescente<br />

e elevada tensão instantânea" de alguns milhares de volts.<br />

Na prática, como veremos adiante, o cátodo é um filamento incandescente<br />

(como o das lâmpadas comuns) e a elevada tensão inicial é conseguida com um<br />

dispositivo chamado "reator".<br />

Uma vez iniciada a descarga, a tensão pode baixar sem prejudi car a<br />

continuidade da descarga elétrica.<br />

_______________________________________<br />

C) LÂMPADA FLUORESCENTE<br />

É um tubo de Geissler com algumas adaptações.<br />

27


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28<br />

introdução à atomística -1<br />

A parte interna do vidro é revestida com uma tinta fluorescente. Essa tinta<br />

emite luz visível quando excitada por raios ultra-violeta.<br />

Como a lâmpada trabalha com corrente alternada, qualquer dos pólos é um<br />

"ânodo-cátodo". Possui um filamento de tungstênio para facilitar a saída de elétrons<br />

quando aquecido.<br />

Esquema da lâmpada no início da descarga<br />

No circuito existe um "REATOR" e um "STARTER".<br />

O reator destina-se a produzir uma alta-tensão inicial e a manter uma<br />

tensão adequada para a descarga.<br />

O starter é uma chave automática . Ele fecha o circuito no início a logo<br />

em seguida se abre interrompendo o circuito, onde ele foi colocado.<br />

Para uma lâmpada de 20 Watts temos o seguinte esquema:<br />

Inicialmente a corrente atravessa: reator, filamento, starter e outro filamento.<br />

Os filamentos tornam-se incandescentes , facilitando a emissão de elétrons. Então,<br />

desliga-se automaticamente o"S" (starter). Essa abertura do circuito provoca "alta<br />

tensão" entre os filamentos,porque o reator está no circuito. (É preciso noções de<br />

corrente alternada para entender minuciosamente o aparecimento da alta tensão). A<br />

alta tensão instantânea provoca a ionização inicial que iniciará a descarga elétrica no<br />

tubo. Dai por diante, o circuito que possui o starter ficará aberto e sem efeito.<br />

Pode-se mesmo substituir o "S" por uma chave elétrica, que ini


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descarga.<br />

cialmente é fechada e, após alguns segundos, é aberta dando início a<br />

É por este motivo que, quando ligamos o interruptor de uma lâmpada<br />

fluorescente, ainda leva alguns segundos para ocorrer a descarga.<br />

Esse tempo necessário é para aquecer o filamento e esperar o "desliga" do<br />

starter,que é realizado automaticamente após determinado tempo no circuito.<br />

A alta tensão inicial é capaz de "succionar" alguns elétrons das moléculas<br />

vizinhas ao ânodo.<br />

Durante a descarga da lâmpada, o gás (vapor de mercúrio) emite mais<br />

intensamente luz ultra-violeta acompanhada de pequena quantidade de luz violeta. A<br />

luz ultra-violeta (invisível) excita a tinta fluorescente e esta emitira então, a luz visível.<br />

Dai o nome de lâmpada fluorescente.<br />

CONCLUSÃO:<br />

____________________________________________________________________________<br />

Admitindo-se que os átomos possuem elétrons pode-se justificar porque<br />

ocorrem descargas em tubos de Geissler.<br />

____________________________________________________________________________<br />

════════════════<br />

29


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

30<br />

introdução à atomística -1<br />

D DESCARGAS ELÉTRICAS<br />

NO ALTO VÁCUO<br />

As descargas desse tipo são estudadas na “ ampola de Crookes “ . Chama-<br />

se"alto vácuo" uma atmosfera onde se tenta produzir o melhor vácuo possível. Hoje,<br />

consegue-se alto-vácuo da ordem de l0- 11 mm Hg.<br />

volts.<br />

vidro.<br />

Entre o cátodo e o ânodo, estabelece-se uma tensão de alguns milhares de<br />

Observa-se, na região em frente ao cátodo, uma luminosidade esverdeada no<br />

Em 1869, Hitterf demonstrou que a luminosidade era devida aos raios<br />

provenientes do cátodo, pois, se colocasse uma placa metálica entre o cátodo e o vidro,<br />

a luminosidade esverdeada do vidro iria desaparecer.<br />

catódicos".<br />

Como somente o cátodo emitia esses raios, eles foram denominados "raios


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Crookes demonstrou que os "raios catódicos" eram constituídos de partículas<br />

de carga negativa, pois, sofrem deflexões diante de campos elétricos ou campos<br />

magnéticos.<br />

Esta evidência veio provar que o cátodo não emitia raios luminosos, mas sim,<br />

"PARTÍCULAS DE CARGA NEGATIVA".<br />

Alguns anos depois, o cientista Thomson conseguiu determinar a massa<br />

dessas partículas de carga negativa,constatando ser bem menor que o mais leve dos<br />

átomos ,ou seja, mais leve que o átomo de hidrogênio.<br />

Ficou assim esclarecido que "EXISTEM PARTÍCULAS" mais leves que o<br />

"ÁTOMO", ou seja, que "0 ÁTOMO É CONSTITUÍDO DE PARTÍCULAS".<br />

de"ELÉTRONS"<br />

As partículas constituintes dos raios catódicos foram chamadas<br />

Inicia-se,assim, uma nova fase de pesquisa do interior do átomo e,<br />

evidentemente, o abandono da teoria atômica de Dalton.<br />

Hoje sabemos que os raios catódicos são formados de elétrons. Os elétrons<br />

caminham pelo condutor até o cátodo. Como a tensão é muito elevada, os elétrons<br />

saem do cátodo com grande energia cinética rumo ao ânodo. Durante a trajetória, os<br />

elétrons quase não perdem energia porque, no meio rarefeito,quase não há colisões<br />

entre as partículas. No entanto, os elétrons não conseguem curvar sua trajetória e<br />

acabam colidindo contra as paredes de vidro. Al, parte da energia cinética ê<br />

transformada em energia luminosa. A seguir os elétrons são "succionados" pelo<br />

ânodo.<br />

______________________________________________________________<br />

RAIOS CATÓDICOS SÃO ELÉTRONS ACELERADOS<br />

EMITIDOS PELO CÁT0DO.<br />

______________________________________________________________<br />

Uma das importantes aplicações dos raios catódicos está na televisão. O tubo<br />

de imagem da televisão é uma ampola de Crookes que possui o canhão (cátodo)<br />

capaz de, ordenadamente, atirar elétrons<br />

31


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32<br />

introdução à atomistica -1<br />

contra a superfície interna do vídeo, onde se encontra um revestimento<br />

de tinta fluorescente.<br />

10.000 volts.<br />

0 tubo de imagem da T.V. opera com uma tensão de aproximadamente<br />

E RAIOS ANÓDICOS<br />

ampola de Goldstein<br />

Em 1886, Goldstein fez experiências de descargas em ampolas contendo gás<br />

numa pressão de 0,1 mm Hg aproximadamente. Utilizando cátodo perfurado,<br />

observou que no prolongamento dos orifícios do cátodo formavam-se "focos"<br />

luminosos. Sugeriu então que nessas descargas houvesse formação de partículas<br />

positivas vindas da direção do ânodo, que foram denominadas "raios anòdicos".<br />

A evidencia de que os raios anódicos são constituídos de partículas de carga<br />

positiva é que, passando-os em campos elétricos e em campos magnéticos, constatam-<br />

se desviou no sentido oposto no dos raios catódicos.


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A explicação do fenômeno é a seguinte:<br />

Os elétrons dos raios catódicos saem com grande energia cinética e podem<br />

colidir com moléculas do gás residual, transformando-os em íons positivos .<br />

Estes íons são "atraídos pelo cátodo" e regeneram o elétron quando colidem<br />

com o cátodo. No entanto, alguns íons atravessam o orifício e provocam colisões<br />

na parte posterior do cátodo. Essas colisões serão de íons acelerados x<br />

moléculas do gás residual, donde é emitida energia em forma de onda<br />

eletromagnética luminosa. Então o ânodo "não emite raios anódicos.".<br />

___________________________________________________________________________<br />

RAIOS_ANÓDIC0S são íons_do próprio gás residual que são repelidos pelo<br />

ânodo e atraídos pelo cátodo.<br />

___________________________________________________________________________<br />

Existem métodos para determinar a massa das partículas positivas dos raios<br />

anódicos. Constatou-se que a massa das partículas positivas é incomparavelmente<br />

maior que as partículas dos raios catódicos.<br />

Utilizando-se o hidrogênio como gás residual, foram obtidos raios anódicos,<br />

constituídos de partículas cujas massas eram o mais leve possível em relação a outros<br />

raios anódicos. No entanto, essa mais leve partícula positiva,até então conhecida, era<br />

cerca de 1840 vezes mais pesada que o elétron.<br />

Para essa partícula, foi sugerido o nome de "PRÓTON", que ficou estabelecido<br />

como unidade de carga positiva, (pois era a partícula de menor massa e menor<br />

carga observada naquela época).<br />

EM RESUMO:<br />

A descarga numa ampola de Goldstein apresenta:<br />

- elétrons acelerados num sentido,(raios catódicos) e<br />

- íons positivos acelerados no sentido contrário,(raios anódicos).<br />

═══════════════<br />

33


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

34<br />

introdução à atomística -1<br />

F ESPECTRÓGRAFO<br />

DE MASSA<br />

Uma das mais importantes aplicações dos raios anódicos é no espectrógrafo<br />

de massa. Este aparelho permite determinar a massa do átomo.<br />

de "ASTON".<br />

Um dos primeiros espectrógrafos de massa utilizado foi o espectrógrafo<br />

Na ampola onde se encontram o ânodo "A" e o cátodo "B" formam se os íons<br />

positivos, ou seja , os raios anódicos do gás. Como O cátodo "B" tem uma fenda<br />

vertical, muitos íons passam e alguns conseguem atravessar as fendas "C" "D". Entre<br />

"C" e "D^' existe um fortíssimo campo elétrico que acelera bastante as partículas<br />

positivas nesse trecho. Em "E" existe um fortíssimo campo magnético capaz de curvar<br />

a trajetória dos raios positivos, fazendo-os colidir com "F", onde existe um filme<br />

fotográfico.<br />

Conhecendo-se os valores dos campos elétricos e magnéticos, pode-se<br />

determinar a massa do íon.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Se na ampola foi colocado gás de um elemento químico e, se no filme "F", são<br />

obtidas duas ou mais impressões, pode-se concluir que existem partículas do mesmo<br />

elemento químico com diferentes massas.<br />

Ora, essas partículas são íons, ou seja, átomos que perderam elétrons. Como<br />

a massa do elétron é praticamente desprezível,conclui-se que,no elemento gasoso<br />

utilizado na experiência, existem "ÁTOMOS COM MASSAS DIFERENTES". Os átomos de<br />

diferentes massas,porém do mesmo elemento, serão chamados de "ISÔTOPOS", e sua<br />

existência é constatada no espectrógrafo. (Maiores detalhes serão explanados no<br />

próximo assunto.)<br />

"B" e "C".<br />

Então, se no filme "F" tivermos a impressão:<br />

Conclui-se que,o elemento gasoso em estudo tem 3 isótopos<br />

Uma representação esquemática seria:<br />

O isótopo que incide em "A" ê mais leve que aquele que incide em<br />

Quanto menor a massa do íon, maior será o desvio, ou seja, menor<br />

será a curvatura da trajetória.<br />

════════════════<br />

35


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

36<br />

introdução à atomística -1<br />

G ISÓTOPOS<br />

ISÓBAROS-ISÓTONOS<br />

Veremos, nos capítulos II e III, os trabalhos de diversos cientistas que<br />

possibilitaram melhor esclarecimento da estrutura atômica.<br />

Vamos no entanto adiantar que o átomo ê constituído de duas partes:<br />

a) Núcleo: onde se encontram principalmente duas espécies de partículas:<br />

"PRÓTONS e NEUTRONS". Eles possuem massas praticamente iguais. 0 próton ê o<br />

responsável "pela carga positiva".<br />

b) Eletrosfera: onde se encontram "ELÉTRONS", partículas de carga negativa<br />

que contrabalançam as cargas positivas do núcleo. Os elétrons têm massa<br />

desprezível em relação aos protons e nêutrons.<br />

As propriedades químicas de um átomo são determinadas pelo número de<br />

elétrons na eletrosfera, que é igual ao número de prótons do núcleo, também<br />

chamado "NÚMERO ATÔMICO".<br />

químicas".<br />

Em outras palavras:<br />

"Átomos de mesmo número atômico possuem as mesmas propriedades<br />

Os nêutrons são partículas "sem carga" e de massa aproximadamente igual<br />

à do próton e se encontram nos núcleos dos átomos.<br />

Os prótons e nêutrons determinam praticamente amassa do átomo, pois os<br />

elétrons têm massa desprezível em relação àquelas anteriores.<br />

CONVENÇÕES<br />

Z-------número atômico (número de prótons do núcleo).<br />

N-------número de nêutrons.<br />

A-------número de massa (soma de prótons + nêutrons do núcleo).<br />

Logo: A = Z + N<br />

ISÓTOPOS: São átomos do mesmo elemento químico (mesmo número<br />

atômico), porém,com diferentes números de massa (logo, de diferente número de<br />

nêutrons).<br />

ISÓBAROS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números<br />

atômicos), porém, com o mesmo número de massa.<br />

ISÓTONOS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números<br />

atômicos),porém, com o mesmo número de nêutrons.


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Sejam os átomos "1" e "2" que apresentam respectivamente:<br />

número de prótons -----------Z1 e Z2<br />

número de nêutrons -----------N1 e N2<br />

número de massa -----------A1 e A2<br />

Representa-se o NÚMERO ATÔMICO e o NÚMERO DE MASSA de um<br />

átomo do seguinte modo:<br />

════════════════<br />

37


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EXERCÍCIOS<br />

(6) Examinemos os seguintes átomos:<br />

38<br />

Introdução à atomística -1<br />

(7) São dados três átomos, X, Y e Z. 0 átomo "X" tem número atômico 35 e<br />

número de massa 80. 0 átomo "Z" tem 47 nêutrons sendo isótopo de "X". 0 átomo "Y" é<br />

isóbaro de "Z" e isótono de "X". Quantos prótons tem "Y"?<br />

Foram dados:<br />

a = 37<br />

(8) Os elementos A, B e C tem números de massa consecutivos.<br />

"B" é isótopo de "A" e "A" é isótono de "C".<br />

0 átomo "B" tem 21 nêutrons e o átomo "C" tem 22 prótons. Quais<br />

são os números de massa dos átomos "A", "B" e "C"?<br />

(9) Numa fileira horizontal da tabela periódica (período) os elementos A, B e<br />

C são consecutivos. "A" e "B" são isóbaros é "C" e isótono de "B". 0 número de massa<br />

de "C" é 197 e o elemento A tem 119 nêutrons. Calcule os números atômicos<br />

desses elementos.<br />

════════════════


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39<br />

H RAIOS "X"<br />

Em 1895, o físico Wilhelm Konrad Roentgen anunciava a descoberta de raios<br />

misteriosos capazes de atravessar diversos materiais que são opacos à luz.<br />

Roentgen estava fazendo experiências com uma ampola de "Crookes" em<br />

plena descarga. Observou que alguns materiais, como uma placa coberta por sulfeto<br />

de zinco, tornava-se fluorescente quando colocada nas proximidades da região de<br />

colisão dos raios catódicos.<br />

A fluorescência do cartão permanecia, mesmo que entre o cartão e a<br />

ampola fosse colocada uma placa de papelão.<br />

A experiência surpreendeu -o e uma investigação mais meticulosa foi<br />

iniciada a fim de esclarecer a causa da fluorescência.<br />

Então, foi montado o seguinte dispositivo.


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40<br />

introdução à atomística -1<br />

Uma ampola de Crookes foi encerrada dentro de uma caixa de papelão. Do<br />

lado externo, em frente ã região de colisão dos elétrons, foi colocado o material<br />

fluorescente. Os raios misteriosos partiam daquela região de colisão, atravessavam o<br />

papelão e vinham incidir no sulfeto de zinco, tornando-o fluorescente. Como Rôentgen<br />

não conseguiu desvendar a natureza desses raios invisíveis, ele denominou os de<br />

"raios-X".<br />

Em 1912, através de difrações em cristais, foi provado que os "raios-X" são<br />

ondas eletromagnéticas de " λ "muito curto.<br />

__________________________________________________________________________<br />

Raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem na colisão de raios<br />

catódicos contra anteparos duros.<br />

__________________________________________________________________________<br />

Logo em seguida, constatou-se que os "raios-X" eram capazes de<br />

impressionar chapas fotográficas.<br />

Esta descoberta possibilitou "fotografar" o interior de muitos objetos opacos `a<br />

luz, mas transparentes aos raios-X. Uma das aplicações mais notáveis dessa<br />

descoberta foi na obtenção de radiografias.<br />

ósseas.<br />

As primeiras aplicações na medicina foram no diagnóstico de fraturas<br />

Os "raios-X" atravessam facilmente .materiais constituídos de elementos de<br />

baixo peso atômico. Então, o tecido ósseo que apresenta cálcio, de peso atômico 40,<br />

(maior que os do "C", "H" e "N" , principais constituintes da pele, músculo e carne) é<br />

mais opaco aos "raios-X".<br />

da radiografia.<br />

Os "raios-X" não conseguem atravessar o tecido ósseo e daí a mancha branca<br />

Também é por este motivo que o chumbo de peso atômico 207, retém quase<br />

que totalmente os "raios-X". Os operadores de aparelhos de "raios-X" utilizam aventais<br />

de chumbo para proteger-se de eventuais radiações que escapam, pois um excesso de<br />

"raios-X pode causar lesões internas gravíssimas no ser humano.


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Quando uma televisão está ligada, do vídeo deste aparelho emanam<br />

"raios-X". Porém são "raios-X" de comprimento de onda (λ) maior que aqueles<br />

utilizados em radiografias. Esses "raios-X", de"A" relativamente longo (λ = 100<br />

Ǻ), são praticamente inofensivos.<br />

Os "raios-X" de muita energia e portanto, perigosos aos seres vivos, são os<br />

"raios-X" denominados duros, de comprimento de onda curtíssimo (λ = 0,01 Ǻ). São<br />

obtidos fazendo-se colidir raios catódicos bastante energéticos contra anteparos de<br />

tungstênio. O anteparo é chamado "anti-cátodo".<br />

Numa ampola de vidro,como indica o esquema, faz-se o melhor alto-vácuo<br />

possível. Utiliza-se uma tensão da ordem de 100.000 volts e um cátodo incandescente,<br />

os quais produzirão raios catódicos de elevadíssima energia.<br />

Nos aparelhos de "raios-X"reais, o próprio ânodo já ê o anti-cátodo.<br />

A ampola ê envolvida por uma camada de chumbo que protege o operador dos<br />

"raios-X" que poderiam se dispersar. Existe uma janela no envólucro de chumbo<br />

por onde saem os "raios-X' : .<br />

Uma das grandes contribuições científicas foi a aplicação de "raios-X" na<br />

investigação de cristais, que possibilitou determinar distâncias entre núcleos de<br />

átomos. Isto desencadeou o esclarecimento da estrutura da matéria.<br />

═════════════<br />

41


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

TESTES E EXERCÍCIOS<br />

42<br />

introdução a atomística -1<br />

(10)-"Raios-Y" , "raios-X", "ultra-violeta" e "ondas curtas de rádio" são ondas<br />

eletromagnéticas que apresentam freqüências na ordem:<br />

a) crescente<br />

b) decrescente<br />

c) crescente e depois decrescente<br />

d) constante<br />

e) nenhuma das respostas anteriores<br />

(11)-No item anterior, naquela seqüência, suas velocidades no vácuo<br />

apresentam-se na ordem:<br />

a) crescente<br />

b) decrescente<br />

c) crescente e depois decrescente<br />

d) constante<br />

e) nenhuma das respostas anteriores<br />

(12)-Referindo-se ainda à questão 10, aquelas ondas eletromagnéticas<br />

apresentam"λ" (comprimentos de onda) na ordem:<br />

a) crescente<br />

b) decrescente<br />

c) constante<br />

d) crescente e depois decrescente<br />

e) nenhuma das respostas anteriores<br />

(13)-Uma estação de radar emite ondas com 30.000 Mhz. Qual o<br />

comprimento de onda dessas emissões?<br />

(14)-Qual a freqüência da luz de comprimento de onda: λ=5000Ǻ?<br />

(15)-Quantos ergs de energia possui um foton de uma emissão de<br />

λ = 1 micron?<br />

(16) - Seja (q1) a energia do foton de determinado "raios-X" e (q2) a<br />

energia do foton de "infra-vermelho". Pode-se afirmar que:<br />

a) q1 > q2<br />

b) q1 = q2<br />

c) q1 < q2<br />

d) não se pode comparar


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ATOMÍSTICA<br />

43<br />

capítulo 2


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44<br />

radiatividade – 2<br />

A DESCOBERTA<br />

DA RADIATIVIDADE<br />

A descoberta dos "raios X" causou um verdadeiro sensacionalismo no meio<br />

cientifico. Alguns meses após a sua descoberta, os "raios-X" já eram empregados em<br />

clinicas médicas.<br />

Lembremos que esses raios surgem na região esverdeada da ampola de<br />

Crookes,ou seja, de onde seda a fluorescência no vidro pela colisão dos raios<br />

catódicos.<br />

0 fenômeno da fluorescência despertou no cientista Becquerel a desconfiança<br />

de que haveria uma correlação entre os "raios-X" e a fluorescência das substâncias.<br />

Em outras palavras, Becquerel achou que as substâncias, quando fluorescentes,<br />

emitem "raios-X".<br />

Ele se utilizou então de diversas substâncias fluorescentes ao ultra-violeta,<br />

expondo-as a luz solar. (A luz solar contém uma dose de radiações ultra-violeta)<br />

Estas amostras eram colocadas sobre chapas fotográficas envolvidas por<br />

papel negro. Então, a chapa fotográfica estava protegida dos raios da luz solar. Se a<br />

fluorescência na amostra emitisse "raios-X" , então, estes atravessariam o papel negro<br />

e iriam impressionar o filme.<br />

Após diversas tentativas, Becquerel observou que o sulfato duplo de potássio<br />

e uranila K2U02(S04))2 era a única substância fluorescente que conseguira<br />

impressionar o filme. Parecia que as previ


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soes do cientista estavam confirmadas.<br />

Na ocasião em que Becquerel realizava experiências, ele teve que interrompê-<br />

las em face dos dias chuvosos e nublados que se seguiram.<br />

Ele guardou numa gaveta o sal de urânio sobre uma chapa fotográfica. Como<br />

não havia incidência de ultra-violeta no sal, este não poderia emitir "raios-X".<br />

Alguns dias depois, ao revelar por acaso aquele filme da gaveta, com surpresa<br />

notou impressões muito mais intensas que nas suas experiências. Estava provado que<br />

não era a fluorescência a causa das emissões estranhas análogas aos "raios-X".<br />

Logo,foi evidenciado que o K2U02(S04))2 tinha a propriedade de, espontaneamente,<br />

produzir emissões que atravessavam o papel negro e vinham decompor o sal de prata<br />

do filme fotográfico.<br />

Assim, em 1896,Becquerel declarava que o sulfato duplo de potássio e uranila<br />

emitia estranhos raios que, inicialmente, foram denominados de "raios de<br />

Becquerel".<br />

A nova descoberta causou profundo interesse ao casal de cientistas Marie<br />

Sklodowska Curie - Pierre Curie,que trabalhavam no laboratório de Becquerel.<br />

Eles acabaram descobrindo que a propriedade de emitir aqueles raios era<br />

comum a todos os elementos que possuíam urânio, evidenciando assim que o<br />

"elemento urânio era o responsável pelas misteriosas emissões".<br />

Para o fenômeno foi sugerido o nome de radiatividade" ou "radioatividade" que<br />

quer dizer: atividade de emitir raios (do latim - radius).<br />

Constatou-se logo que a radiatividade tem muita semelhança com os "raios-<br />

X" descobertos por Roentgen, sendo, por exemplo, capazes de ionizar gases ou ainda,<br />

capazes de ser retidos por espessas camadas de chumbo.<br />

48<br />

45


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ouro.<br />

46<br />

radiatividade - 2<br />

Isto é comprovado utilizando-se um eletroscópio elementar de folhas de<br />

Quando se encosta um bastão carregado (digamos positivamente) , as<br />

lâminas de ouro se repelem. Se existe no interior do vidro um material radiativo, este<br />

ioniza o gás e, rápida mente, descarrega o eletroscópio. fazendo com que as folhas de<br />

ouro se reaproximem.<br />

Constata-se ainda que, quanto maior o teor de urânio na amostra, mais<br />

rapidamente se descarrega o eletroscópio.<br />

Este aparelho, embora muito simples, foi utilizado pelo casal Curie durante<br />

suas experiências.<br />

Para extrair o urânio., compravam minérios de diversas procedências.<br />

Um deles, apechblenda da cidade de Joachimsthal (hoje na Tchecoslováquia),<br />

apresentava-se muito mais radiativo que ou trás amostras.<br />

Examinando o minério com cuidado, foi observado que uma das frações de<br />

impureza extraída da pechblenda apresentava-se muito mais radiativa que o urânio<br />

puro.<br />

Este fato fez com que o casal Curie desconfiasse da existência de um outro<br />

elemento radiativo até então desconhecido. De fato, em 1898 eles conseguem isolar<br />

um novo elemento radiativo, cerca de 400 vezes mais radiativo que o urânio. Ao<br />

novo elemento foi dado o nome de "Polônio" em homenagem à pátria de Mme.<br />

Curie, natural de Varsóvia.<br />

As pesquisas continuaram e logo depois, o casal Curie anunciava a<br />

descoberta de outro elemento muito mais radiativo que o Polônio e que foi<br />

denominado de "rádio".<br />

O rádio produz intensas emissões; as quais atravessam até mesmo camadas<br />

de chumbo que seriam barreiras para os _ "raios-X": tornam muito fluorescentes<br />

materiais como "sulfeto de zinco" ou "platino cianureto de bário". Estas emissões<br />

exercem ainda efeito enérgico na destruição de células vivas. O próprio Becquerel que<br />

carregou um tubo contendo sais de rádio, no bolso do paletó, quando se dirigia a uma<br />

conferência, recebeu uma forte queimadura na pele que depois se degenerou em<br />

forma de úlcera, levando meses para curar-se.<br />

Hoje, o rádio é também empregado para fulminar células cancerígenas, em


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virtude das suas enérgicas emanações radiativas.<br />

0 sal de rádio emite espontaneamente luz azul e calor.<br />

50<br />

════════════════<br />

B NATUREZA DAS<br />

47<br />

EMISSÕES<br />

Logo após a descoberta da radiatividade,<br />

os cientistas reconheceram que no fenômeno,havia<br />

emissão de "partículas" e "radiações'.<br />

Um engenhoso dispositivo foi<br />

idealizado,como indica a figura.<br />

Num cilindro de chumbo é perfurado um<br />

poço. Ai dentro, coloca-se um material radiativo,<br />

por exemplo, polônio ou rádio.<br />

O material vai emitir radiatividade em<br />

todas as direções, porém, o chumbo estanca a<br />

propagação. Somente na direção do poço escapam<br />

as emissões.<br />

Colocando-se placas fortemente<br />

eletrizadas, cria-se um campo elétrico capaz de<br />

desviar a trajetória das radiações.<br />

No entanto, aparecem 3 direções de<br />

propagação, o que se pode constatar colocando<br />

uma placa fotográfica ou um cartão flúorescente no<br />

plano (XY) (perpendicular à figura).


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48<br />

CONCLUSÕES:<br />

radiativídade - 2<br />

A emissão radiativa é constituida de<br />

partículas de carga positiva, partículas de carga<br />

negativa e radiações, hoje denominadas "ondas<br />

eletromagnéticas” .<br />

As partículas positivas, que foram<br />

chamadas de "partículas alfa" (a), devem possuir massa elevada, já que, o desvio<br />

produzido é bem menor em relação às outras partículas.<br />

O famoso cientista Rutherford conseguiu<br />

demonstrar que as partículas (a) eram núcleos de<br />

átomo de hélio e,portanto constituídos de 2<br />

prótons + 2 nêutrons.<br />

Num tubo barométrico de vidro espesso<br />

foi colocada uma cápsula contendo sal de<br />

rádio.<br />

0 rádio emite partículas "a", que<br />

facilmente atravessam a cápsula, mas não<br />

atravessam a espessa parede de vidro que<br />

forma o tubo.<br />

Após algum tempo, verificou-se que o nível de mercúrio abaixou (Ah),<br />

informando a presença de gás no interior do tubo barométrico. A análise desse gás<br />

revelou ser o gás hélio. 0 gás formou-se a partir das partículas (a) emitidas pelo rádio.<br />

As partículas negativas foram denominadas de partículas beta (β) e possuem<br />

o mesmo comportamento dos raios catódicos. Desta forma,não restava dúvida: tratava<br />

-se de "elétrons em grande velocidade".<br />

Estas partículas têm maior poder de penetração que as partículas (a) .<br />

As partículas (β) sofrem "desvio maior e em sentido oposto" , em relação às<br />

partículas (α), pois são "partículas leves e de carga negativa".


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Enquando as partículas (α) só atravessam alguns milímetros de madeira, as<br />

partículas (β) chegam a atravessar alguns milímetros de aço.<br />

A energia dessas partículas depende também do átomo emissor. As partículas<br />

emitidas pelos átomos de rádio são muito mais penetrantes que aquelas emitidas<br />

pelo polônio.<br />

As emissões que "não eram desviadas" pela ação de campos elétricos ou<br />

magnéticos foram denominadas de "raios gama" (y). Hoje sabemos que "os raios (y) são<br />

ondas eletromagnéticas de (λ) curtíssimo, mais curtos que os "raios-X"e de grande<br />

poder de penetração. Chegam a atravessar dezenas de centímetros de chumbo.<br />

Resumindo temos o seguinte esquema:<br />

A radiatividade é hoje detectada por um aparelho denominado<br />

"contador Geiger" - posteriormente melhorado por Muller.<br />

49<br />

Trata-se de um<br />

balão de vidro contendo um gás.<br />

Quando as partículas e as<br />

radiações penetram no balão de vidro,<br />

ocorre uma ionização do gás.<br />

Internamente, o balão cilín<br />

drico de vidro e revestido por uma<br />

folha metálica.<br />

Existe um fio metálico que<br />

atravessa longitudinalmente o tubo de<br />

vidro.


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50<br />

radiatividade – 2<br />

Quando as emissões radiativas ionizam o gás, os íons produzidos são atraídos<br />

para o fio metálico. Aí, eles recebem os elétrons provenientes do gerador. Os elétrons<br />

que saltam na ionização do gás, são também atraídos pela parede metálica, que os<br />

conduz para o gerador.<br />

EM RESUMO, uma pequena corrente elétrica aparece no circuito assim<br />

esquematizado. Esta corrente elétrica produz "impulsos" que podem ser<br />

transformados em ruidos num amplificador.<br />

Desta forma, podem-se "contar" os ruídos e deduzir o número de ionizações<br />

que ocorrem na amostra. Os contadores comuns são sensíveis às partículas (β) e raios<br />

(γ), principalmente.<br />

Existem diversos modelos desses aparelhos; fixos e portáteis de maior ou<br />

menor sensibilidade.<br />

Uma das grandes aplicações é na prospecção de minérios radiativos.<br />

C LEIS DA<br />

RADIATIVIDADE<br />

0 cientista inglês Frederick Soddy partiu da hipótese de que a radiatividade<br />

era um fenômeno conseqüente a uma instabilidade nuclear. Assim, um átomo<br />

radiativo, após a emissão de uma partícula (α) ou (β), iria transformar-se em<br />

átomo de outro elemento.<br />

Verificou-se que, quando um átomo radiativo emite uma partícula (α ), ele se<br />

transforma num elemento, cujo átomo recua "2 lugares na tabela periódica" e cuja<br />

"massa atômica diminui de 4 unidades".


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Assim, Soddy enunciou uma lei conhecida como "1a. lei da<br />

radiatividade" ou "Lei de Soddy", hoje assim interpretada:<br />

___________________________________________________________________________<br />

"Quando um átomo radiativo emite uma partícula (α), seu número atômico<br />

diminui de 2 unidades e seu número de massa diminui de 4 unidades".<br />

___________________________________________________________________________<br />

Com a colaboração de mais dois cientistas, foi descoberto que, quando um<br />

átomo radiativo emite uma partícula (β) , o lugar desse átomo na classificação<br />

periódica "avança de uma unidade" e a sua "massa atômica permanece constante".<br />

Esta foi a observação de onde resultou a "2a. lei da radiatividade", conhecida<br />

como "lei de Soddy, Fajans e Russell", assim interpretada:<br />

___________________________________________________________________________<br />

"Quando um átomo radiativo emite uma partícula (β), seu número atômico<br />

aumenta de uma unidade e seu número de massa permanece constante".<br />

___________________________________________________________________________<br />

Evidentemente, os enunciados dessas leis não tinham esses textos,pois,<br />

naquela época, nem se admitia o átomo nuclear. Ainda se pensava no átomo "bolinha"<br />

como aquela imaginada por Dalton. Então, não se podia falar em número atômico<br />

e número de nêutrons.<br />

EXPLICAÇÃO ATUAL DA 1a. LEI<br />

As leis da radiatividade tornaram-se evidentes após a descoberta da<br />

estrutura nuclear do átomo.<br />

51<br />

Como a partícula (α) é<br />

constituída de 2 prótons e 2 nêutrons,<br />

teremos uma diminuição de 2 prótons e 2<br />

nêutrons no núcleo e,<br />

consequentemente,seu número de massa<br />

irá diminuir de 4 unidades.<br />

A saída de uma partícula<br />

do núcleo provoca simultaneamente a<br />

emissão de raios gama pelo núcleo.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXPLICAÇÃO ATUAL DA 2a. LEI<br />

52<br />

radiatividade - 2<br />

Admite-se hoje a existência de neutrons instáveis no núcleo dos átomos<br />

radiativos. Estes nêutrons desintegram-se, ocorrendo o seguinte:<br />

0 nêutron transforma-se em próton + elétron + neutrino, sendo que "apenas o<br />

próton permanece no núcleo". O neutrino, por ser uma partícula muito leve e sem<br />

carga, não é detectada nos contadores Geiger comuns. Neste curso iremos preocupar-<br />

nos apenas com prótons e neutrons nas emissões (β).<br />

Apenas para ter uma idéia ilustrativa, pode-se<br />

admitir que um neutron instável e aquele constituido<br />

de um próton, um elétron e um neutrino.<br />

Ora, sempre que do núcleo sai um<br />

elétron, resulta que "um neutron" transforma-se<br />

"num próton". Então, o número atômico aumenta de<br />

uma unidade e o número de massa permanece<br />

constante, pois diminui um nêutron, mas em seu<br />

lugar aparece um próton, sem alterar então a<br />

contagem de "prótons + neutrons"<br />

Constata-se experimentalmente que,<br />

apenas os átomos de número atômico superior a 82,<br />

manifestam a radiatividade natural. São aqueles elementos do fim, na Tabela<br />

Periódica, incluindo também os artificiais. Os átomos de números atômicos menores<br />

podem tornar-se radiativos, mas somente após terem seus núcleos bombardeados por<br />

de terminadas partículas sub-atômicas.


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___________________________________________________________________________<br />

Radiatividade é a propriedade de os átomos emitirem partículas e radiações,<br />

como conseqüência de uma instabilidade nuclear.<br />

___________________________________________________________________________<br />

EQUAÇÕES DE DESINTEGRAÇÃO<br />

Sabendo-se que a partícula (α) é constituída de 2 prótons e 2 nêutrons, pode-<br />

se escrever +2a 4 nas equações de desintegração. Seja o tório emitindo uma<br />

partícula (α) e transformando-se em rádio:<br />

balanceados.<br />

Desta forma, os números de massa e os números de prótons ficam<br />

Do mesmo modo, quando um átomo emite uma partícula (β), pode--se<br />

escrever: -1 β0 . Isto quer dizer que o número de massa do átomo não se alterou e, se<br />

subtrairmos uma unidade do número atômico do átomo resultante, obteremos o<br />

número atômico inicial. Seja o tório transformando-se em protactínio:<br />

A equação geral para a emissão de "x" partículas (α) e"γ" partículas<br />

(β) é a seguinte:<br />

(quando após essas emissões, um átomo UX V transforma-se em p Yq )<br />

EXERCÍCIOS<br />

(17) 0 átomo 92U 235 emitiu 5 partículas (α) e 7 partículas (β)<br />

consecutivamente. Quantos nêutrons possui o átomo final?<br />

Resposta: 126 nêutrons<br />

53


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54<br />

radiatividade - 2<br />

(18) Quando o átomo de urânio de "Z" = 92 e "A" = 238 emite 5 partículas (α)<br />

e 2 partículas (β)» qual o número de neutrons do átomo final?<br />

(19) Quantos (α) e quantos (β) deve emitir o 91Pa 231 para se<br />

transformar em 82Pb 207 ?<br />

EQUAÇÃO GERAL DAS DESINTEGRAÇÕES - FORMULAS<br />

Vamos admitir que o átomo UX V emitiu "x" partículas (α) e "γ" partículas<br />

(β), transformando-se no átomo p Yq .<br />

A equação geral seria:<br />

Vamos adotar as seguintes convenções:<br />

A) CALCULO DE ∆A<br />

Os números de massa nos fornecem a seguinte equação:<br />

Logo_:<br />

"A diferença dos números de massa" entre os átomos inicial e final é<br />

igual a "quatro vezes o número de emissões (a)".<br />

B) CÁLCULO DE AZ<br />

A equação dos números atômicos é:


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Logo_:<br />

A diminuigão do número atômico para o átomo radiativo é igual a 2 vezes o<br />

número de emissões (a), menos o número de emissões (8).<br />

C) CÁLCULO DE AN<br />

A diferença entre o número de nêutrons de "X" e "Y" é dada pelo cálculo:<br />

Então:<br />

Logo:<br />

A diminuição do número de nêutrons é igual ã soma das emissões (β) oom o<br />

dobro das emissões (a).<br />

EXERCÍCIOS<br />

(20) Um átomo 89 X emitiu partículas (α) e (β) transformando-se em 86 Y com<br />

perda de 13 nêutrons. Determinar o número de partículas (α) e (β) emitidas.<br />

RESOLUÇÃO:<br />

Resposta: (4α) e (5β) foram as emissões.<br />

(21) Um átomo radiativo emitiu 5 partículas (α) e3 partículas (β). Quantos<br />

nêutrons foram diminuídos no seu núcleo?<br />

(22) 0 número de massa de um átomo radiativo diminuiu de 16 unidades e o<br />

número de nêutrons diminuiu de 11 unidades,quando ocorreram emissões (α) e<br />

(β) . Quantos (α) e quantos (β) foram emitidas?<br />

55


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56<br />

radiatividade – 2<br />

D CINÉTICA<br />

DAS EMISSÕES<br />

Logo após a descoberta da radiatividade, a observação do fenômeno<br />

demonstrou que se tratava de um fenômeno estatístico. Em outras palavras: nenhuma<br />

previsão de "quanto tempo levara para desintegrar-se" pode ser feita para um<br />

determinado átomo, mas se examinamos um número grande de átomos, pode-se<br />

prever o número de desintegrações que ocorrerão em certo intervalo de tempo. Esta<br />

previsão será tanto mais próxima da realidade quanto maior o número de átomos na<br />

amostra.<br />

Apenas para um exemplo comparativo: se você perguntar a um indivíduo<br />

quanto tempo ele viverá exatamente você não terá nenhuma resposta. Mas,<br />

analisando-se uma cidade como S. Paulo, pode-se prever, aproximadamente, o<br />

número de óbitos num mês. Isto é um fenômeno estatístico.<br />

Então, é absurdo querer prever quanto tempo levará para que, determinado<br />

átomo de rádio por exemplo seja desintegrado. No en tanto, estudando-se uma<br />

amostra de 1 grama de rádio, pode-se prever o número de emissões por minuto<br />

nessa amostra.<br />

A) VELOCIDADE DE DESINTEGRAÇÃO<br />

Seja uma amostra radiativa possuindo n0 átomos iniciais.<br />

Vamos supor que este elemento possa emitir partículas (a) ou (β) Cada<br />

partícula emitida será contada como uma unidade de emissão.<br />

Ao fim de um tempo "t" teremos "n" átomos que ainda não emitiram<br />

nenhuma partícula.<br />

final e inicial.<br />

Então, o número de átomos que já emitiram é: n0 - n.<br />

Chamemos de: ∆n = n - n0 (diferença entre o número de átomos<br />

Vi-se que "∆n é sempre negativo".


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se definir.<br />

Sendo "∆t" o tempo decorrido para que apareça a diferença "∆n" pode-<br />

A grandeza "v" é denominada velocidade de desintegração.<br />

Nota-se que sendo. " ∆n " sempre negativo, "v" será também negativo. Isto<br />

quer dizer que,na amostra, o número de átomos está diminuindo".<br />

EXEMPLO:<br />

(23) Numa amostra de urânio observam-se 180 emissões_por minuto. Qual é<br />

a velocidade de desintegração expressa em emissões/segundo?<br />

Então:<br />

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:<br />

É claro que um átomo após a emissão de (α) ou (β) não desaparece. Êle<br />

continua na amostra podendo ou não efetuar mais emissões. No entanto,_para<br />

simplificar o estudo, vamos admitir que uma vez que o_ átomo já emitiu, ele não<br />

pertence mais ao conjunto.<br />

E por isso que dizemos: à medida que os átomos vão emitindo, o número de<br />

átomos restantes vai diminuindo no conjunto em estudo.<br />

A) VELOCIDADE INSTANTÂNEA DE DESINTEGRAÇÃO (vi)<br />

Chama-se, por definição, "Vj_" , o limite da expressão de velocidade<br />

de desintegração, para " ∆t " tendendo a zero.<br />

(Lê-se derivada de n em relação a t)<br />

57


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B) CONSTANTE RADIATIVA (-C)<br />

58<br />

radiatividade – 2<br />

Verificado que a radiatividade é um fenômeno estatístico, então, pode-se dizer<br />

que, quanto maior o número de átomos na amostra, maior será a velocidade de<br />

desintegração.<br />

Exemplo comparativo: Examinando o número de óbitos/ano numa cidade,<br />

esse número será tanto maior quanto maior a população dessa cidade.<br />

Para cada elemento, pode-se determinar uma constante, que relaciona o<br />

número de desintegração com a velocidade de desintegração.<br />

Para o mesmo elemento teremos:<br />

(0 sinal - é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai<br />

diminuindo a quantidade de átomos na amostra.)<br />

Para o mesmo elemento teremos:<br />

(0 sinal - é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai<br />

diminuindo a quantidade de átomos na amostra)


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temos como conseqüência:<br />

Logo:<br />

"C" é a fração de átomos desintegrados na unidade de tempo.<br />

EXEMPLO:<br />

O radio tem a constante<br />

Isto quer dizer que numa amostra de rádio contendo 2300 átomos , após 1<br />

ano, ter-se-ia desintegrado apenas um átomo.<br />

Evidentemente, para um elemento, quanto maior o valor da<br />

constante mais radiativo será esse elemento.<br />

Sejam dois elementos<br />

Vê-se que "A" e" mais radiativo que "B", pois no mesmo tempo, "A" emite o<br />

dobro de "B", para o mesmo número de átomos.<br />

C) VIDA MÉDIA (Vm)<br />

A vida média da população do nosso pais é 34 anos. Isto não quer dizer que<br />

todo brasileiro tem que morrer com apenas 34 anos. Para esse cálculo, foi computado<br />

o tempo de vida de todos os indivíduos e o valor médio caiu bastante, em face da<br />

grande mortalidade infantil no nordeste.<br />

59


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60<br />

radiatividade – 2<br />

De modo análogo, calcula-se a vida média de um elemento radiativo. Sejam 5<br />

átomos de rádio que para emitir partículas (α) levaram:<br />

Para esses cinco átomos a vida media é:<br />

Na verdade, uma amostra radiativa,por menor que seja, tem um enorme<br />

número de átomos.<br />

Logo<br />

'Esta ê a definição de vida média.<br />

Na prática, a vida média é calculada a partir da constante radiativa,<br />

baseando-se num dos axiomas da probabilidade.<br />

Imagine 100 esferas numeradas de 1 a<br />

100, dentro daquele cesto utilizado no jogo de<br />

BINGO.<br />

Vamos supor que, em cada hora,é<br />

sorteado um número. Consideremos que a<br />

esfera premiada voltará ao cesto, concorrendo<br />

novamente para o novo sorteio.<br />

Então, pode-se dizer que de cada 100<br />

esferas, uma é sorteada, em cada hora. Ou<br />

seja:<br />

(C é a constante do sorteio para as esferas).


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A probabilidade média de determinado número ser sorteado é de 1/100, ou<br />

seja, em média, de cada 100 jogadas (100 horas), aquele número escolhido sairá uma<br />

só vez. Levará em média 100 HORAS para um escolhido número sair.<br />

Estatisticamente temos:<br />

Em outras palavras, cada esfera terá que esperar em média 100 horas para<br />

sair (pode sair antes ou mesmo depois de 100 horas).<br />

A relação acima é um "axioma da probabilidade".<br />

Se o leitor não conseguiu acertar a relação acima, vamos pensar de outra<br />

forma. Você aceita que valor médio num fenômeno estatístico ê um valor hipotético,<br />

admitindo-se condições de igualdade para qualquer elemento da amostra.<br />

Então, vamos supor que todas as esferas vão permanecer exata mente o<br />

mesmo tempo dentro do cesto até serem sorteadas. Isto seria possível com certeza, se<br />

a retirada não fosse ao acaso. Vamos, então, tirar as esferas na ordem 1, 2, 3, ..., até<br />

100. "Lembre-se de que cada esfera retirada voltará logo ao cesto e que, em cada 1_<br />

hora, retira-se apenas 1 esfera".<br />

Escolhido certo número, este somente sairá de 100 em 100 horas, e todas as<br />

esferas teriam esperado 100 horas dentro do cesto para então sairem novamente. Este<br />

é o valor, médio, pois todas as esferas teriam o mesmo ritmo de retirada.<br />

Diríamos então, que a vida média de permanência das esferas, para serem<br />

sorteadas, é de 100 horas, mesmo para o processo de retirada ocasional.<br />

seria:<br />

constante:<br />

Se tivéssemos 200 esferas numeradas de 1 a 200, a constante de retirada<br />

e a vida média seria de 200 horas.<br />

Voltemos agora ao exame de uma amostra radiativa. O elemento rádio tem<br />

Isto quer dizer que,de cada 2300 átomos de rádio, em 1 ano ,a probabilidade<br />

é de ocorrer uma desintegração.<br />

então, teremos vm = 2300 anos<br />

61


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62<br />

radiatividade-2<br />

Em outras palavras, numa amostra de rádio em exame, já existem átomos em<br />

desintegração e daqui a 5.000 anos ainda existirão átomos não desintegrados nessa<br />

amostra, mas a média de duração será de 2300 anos. Ou ainda, muitos átomos irão se<br />

desintegrar muito antes de 2300 anos, muitos irão durar mais que 2300 anos, mas a<br />

media prevista é 2300 anos.<br />

C) PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO OU MEIA-VIDA (P)<br />

Definição:<br />

Seja uma amostra com n0 átomos radiativos iniciais.<br />

Após certo tempo, teremos n0/2 átomos não desintegrados.<br />

Definiremos esse tempo de "P", período de semi-desintegração.<br />

Note-se que esse tempo, para que sejam desintegrados 50% dos átomos da<br />

amostra, independe do número global de átomos iniciais, desde que sejam amostras<br />

do mesmo elemento, pois v = C.n (quanto mais átomos, maior será a velocidade<br />

de desintegração).<br />

Se continuarmos observando a amostra inicial, é de se prever que, ap5s mais<br />

um período,, teremos uma desintegração de mais 50% dos átomos restantes. Isto quer<br />

dizer que, em relação ao n0, teremos como átomos restantes apenas n0/4; após um<br />

período, teremos apenas n0/8 átomos e assim sucessivamente.<br />

Na prática, um átomo que produziu uma emissão continuará junto aos outros<br />

átomos. Por questão de simplificação didática vamos, teoricamente, considerar<br />

excluídos da amostra os átomos que já produziram emissões.<br />

Daí na figura, aparecerem as amostras com uma diminuição de átomos com o<br />

decorrer dos períodos, pois estamos englobando apenas os átomos que ainda não<br />

produziram emissões.<br />

Para cada período "P"que passa, teremos uma diminuição de 50% da<br />

amostra, que continuamente vai diminuindo, até chegar a uma quantidade tão<br />

pequena, onde não valem mais as previsões probabilísticas.


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Passados "x" períodos, teremos genericamente "n" átomos<br />

restantes na amostra. Note-se que, se consideramos os números de átomos<br />

na amostra em intervalos de um período, esses números constituem uma progressão<br />

geométrica (P.G.) de razão 1/2.<br />

Uma progressão pode ser representada por:<br />

A1, a2, a3, ... ak, quando temos k termos.<br />

Como no instante inicial temos "n0" átomos, sendo n0 já, o a1 (1º.<br />

termo da P.G.) e ainda com zero período, verifica-se que:<br />

Ordem do termo da "P.G." = (número de períodos transcorridos + 1)<br />

ou então:<br />

0 primeiro termo da "P.G." é o "n0" e o último termo é o "n" que<br />

corresponde ao "ak".<br />

radiativa).<br />

Ora:<br />

(Obs.: "n" pode representar também a mass a final de uma amostra<br />

Pode-se relacionar o número de períodos com o tempo observado:<br />

63


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horas, etc.<br />

64<br />

radiatividade - 2<br />

"p" é o tempo correspondente a um período, expresso em anos, dias,<br />

"x" é o número de períodos transcorridos.<br />

"t" i o tempo de observação na mesma unidade de "p".<br />

As duas fórmulas utilizadas para a resolução de problemas são:<br />

EXERCÍCIOS<br />

(24) Quanto tempo levará para que, uma amostra radiativa de 28 gramas e de<br />

período de semi-desintegração 17 horas, fique reduzida a 1,75 gramas?<br />

Resolução:<br />

(25) Certa amostra radiativa produz 8000 emissões por minuto. Após 60<br />

horas, constata-se que o número de emissões acusadas num contador Geiger cai para<br />

250 por minuto. Qual é o período de semi desintegração dessa amostra?<br />

Temos:


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Então:<br />

Resposta: 12 horas<br />

(26) 0 período de semi-desintegração do isótopo radiativo Na 24 é 15 horas. 0<br />

tempo necessário para que 50 gramas desse elemento fique reduzido apenas a<br />

3,125 g é:<br />

a) 16 horas<br />

b) 240 horas d) 120 horas<br />

c) 60 horas e) 100 horas<br />

(27) Quanto tempo levará para que seja desintegrado 87,5%de uma<br />

amostra radiativa de período de semi-desintegração de 14 dias?<br />

(28) Quando o 90Th 227 transforma-se em 88Ra 223 com a emissão de<br />

partículas (α), o período de semi-desintegração é de 19 dias. Após 76 dias de<br />

observação de uma amostra de 90Th 227 , qual é a porcentagem da porção não<br />

desintegrada?<br />

(29) 0 período de semi-desintegração é de 6 horas, quando o Ac 228<br />

emite partículas (β). Quanto tempo levará para que 10 g dessa amostra<br />

fique reduzida apenas a 2 g? (dado: log 2 = 0,3)<br />

(30) Quando o Ra 226 emite partícula (α), o período de semi-desintegração é de<br />

1590 anos. Quanto tempo levará para que a amostra de 100 g fique reduzida<br />

apenas a 8 gramas? (dado: log 2 = 0,3)<br />

══════════════════<br />

65


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E) RELAÇÃO ENTRE VIDA MÉDIA, Vm<br />

E PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO, P<br />

Pode-se deduzir, com recursos da Matemática Superior,que:<br />

66<br />

radiatividade - 2<br />

A dedução da fórmula será dada apenas corno uma curiosidade para os<br />

leitores que já tenham estudado cálculo diferencial e integral (Curso Superior).<br />

DEDUÇÃO.<br />

Para os alunos secundários: SÓ ACREDITEM NA FORMULA E ESQUEÇAM A_<br />

Sabemos que a velocidade de desintegração instantânea é:


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Então, a formula geral será:<br />

Onde:<br />

n0 -> número de átomos ou massa inicial<br />

n -> número de átomos ou massa após o tempo “ t”<br />

C -> constante radiativa<br />

t -> tempo decorrido<br />

Trata-se de uma função exponencial decrescente.<br />

Façamos um gráfico para relacionar o n com o tempo, representando<br />

alguns pontos importantes como: 1IP, 2P, 3P, ..., etc.<br />

nn/2 átomos.<br />

Vamos analisar um instante, por exemplo "IP", quando temos apenas<br />

67


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EXERCÍCIOS<br />

68<br />

radiatividade – 2<br />

(31) Qual é a constante radiativa do 84Po 210 , quando se transforma em<br />

82Pb 206 , sabendo-se que o período de semi-desintegraçao é de 140 dias?<br />

Resolução:<br />

Isto vem informar-nos que,de cada 200 átomos em média,desintegra-se<br />

1 átomo por dia.<br />

(32) 0 urânio - 238 tem constante radiativa C = 1,53 x IO -10 anos, quando se<br />

transforma em tório. 0 período de semi-desintegração do urânio é:<br />

(33) Para o radônio - 222 transformar-se em polônio - 218, a<br />

constante radiativa é de 1/130 hora -1 .<br />

Pergunta-se<br />

a) o período de semi-desintegração do radônio - 222.<br />

b) o tempo necessário para que 10 gramas de radônio fiquem<br />

reduzidas apenas para 1,25 g.<br />

(34) Certa amostra de radio tem velocidade de desintegração 10.000<br />

átomo/ano. Sua constante radiativa é 1/9 ano -1 . Pedem-se:<br />

a) o número aproximado de átomos na amostra.<br />

b) o tempo necessário para que a velocidade de desintegração se<br />

reduza para 2500 átomo/ano.


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de observação:<br />

(35) Certa amostra radiativa tem vida média de "x" anos. Após anos<br />

a) metade dos átomos já se desintegrou<br />

b) menos que metade já se desintegrou<br />

c) todos os átomos já se desintegraram<br />

d) mais da metade dos átomos já se desintegrou<br />

e) nenhuma das proposições acima pode ser afirmada<br />

════════════════<br />

E FAMÍLIAS RADIATIVAS<br />

OU SÉRIES RADIATIVAS<br />

Em primeiro lugar, vamos interpretar o significado da palavra "família" entre<br />

os seres humanos.<br />

Às pessoas são da mesma família quando, as existências desses indivíduos<br />

estão interligadas.<br />

Se na natureza realmente o ser humano partiu de "Adão e Eva", todos os<br />

humanos pertencem a uma única família.<br />

Segundo as pesquisas realizadas no estudo da origem dos átomos radiativos,<br />

conclui-se que existem apenas 3 famílias ou séries radiativas naturais.<br />

Isto quer dizer que todos os átomos radiativos naturais existentes surgiram<br />

de apenas 3 espécies de átomos radiativos.<br />

átomo.<br />

As três séries radiativas são encabeçadas pelos seguintes átomos:<br />

a) série do Urânio-----------inicia com 92U 238<br />

b) série do Actínio---------inicia com 92U 235<br />

c) série do Tório -----------inicia com 90Th 232<br />

Aqui,nos átomos, não é necessário "um casal" de átomos para originar outro<br />

Quando o átomo de urânio 92U 238 emite uma partícula α, ele se transforma<br />

em 90Th 234 , este se emitir uma partícula β transforma-se em 91Pa 234 e assim<br />

sucessivamente até se transformar em chumbo estável.<br />

69


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70<br />

radiatividade – 2<br />

Acontece que nem todos os átomos sofrem desintegrações simultâneas. O<br />

U 238 tem período de semi-desintegração 4,56 x IO 9 anos. Recordando o que é<br />

período de semi-desintegração,subentende-se que:<br />

A qualquer instante temos átomos se desintegrando. No entanto, para se<br />

extinguirem todos os átomos da amostra levaria um tempo infinitamente grande.<br />

Isto explica a existência de "velhíssimos" átomos de urânio, ainda hoje<br />

encontrados na natureza,sem ter produzido emissões.<br />

Resumindo:<br />

Na natureza apareceu inicialmente uma multidão de átomos radiativos,<br />

porém, pertencentes a um dos três tipos de elementos radiativos: U 238 , U 235 e Th 232<br />

(talvez houvesse outros já extintos).<br />

Muitos deles ainda existem inalterados, de prontidão para produzir emissão a<br />

qualquer momento; outros já emitiram e se encontram atualmente em forma de outro<br />

átomo radiativo ou já na forma de chumbo estável.<br />

Então, é de se prever que os átomos radiativos naturais vao se esgotando dia<br />

a dia. Levar-se-á muito e muito tempo mas, chegará o dia em que todos os átomos<br />

radiativos naturais se terão transformado em chumbo.<br />

As três séries radiativas encabeçadas por U 238 , U 235 e Th 232 foram<br />

respectivamente denominadas séries do urânio, actínio e tório.<br />

92U 238 -------------------------------------------- Pb<br />

92U235 ------------------------------------ ----- Pb<br />

90Th 232 ---------------------------------------- -- Pb<br />

____________________________________________________________________________<br />

Série ou família radiativa é o conjunto de átomos que estão<br />

relacionados por sucessivas desintegrações.<br />

____________________________________________________________________________


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Examinemos agora a “ série do urânio"<br />

que se inicia com 92 U2 3 8 .<br />

Vamos interpretar e fazer algumas<br />

observações no esquema ao lado, que representa a<br />

série do urânio natural U 238 .<br />

1) O átomo 92U 238 é radiativo porque é<br />

capaz de emitir uma partícula (α), transformando-se<br />

em tório. No entanto, o período de semi-<br />

desintegração é de 4,56 x 1O 9 anos, ou seja, para<br />

desintegrar 50% de átomos de uma amostra<br />

contendo somente U 238 levará esse tempo.<br />

2) O átomo de tório, assim originado, pode<br />

emitir, a qual quer instante, uma partícula (β),<br />

transformando-se em Pa 234 .<br />

O tório tem período de semi-<br />

desintegração de 24,6 dias.<br />

3) E assim sucessivamente até que o<br />

polônio - 210 emita uma partícula (α) e se<br />

transforme em chumbo - 206, que é estável.<br />

4) Os átomos que inicial mente eram U 238<br />

vão pouco a pouco se estabilizando na forma de<br />

chumbo. Como a desintegração não é simultânea,<br />

na natureza existem todos os elementos da série<br />

que constituem a FAMÍLIA DO URÂNIO.<br />

5) Note-se que a emissão é (α) ou (β),<br />

e portanto, o número de massa, diminui de 4_<br />

unidades ou mantém-se constante.<br />

71<br />

Então, o (∆A) entre 2 átomos quaisquer<br />

da série, será sempre um múltiplo de 4.


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72<br />

radiatividade - 2<br />

A série do Actínio e encabeçada pelo 92U 235 e se estabiliza com 82Pb2 07 . O<br />

nome desta série é esse porque se pensava que o elemento inicial fosse o Actínio que<br />

realmente é o 4º.elemento da série.<br />

A série do tório inicia-se com 90Th Z32 e também estabiliza-se com chumbo-<br />

208. Note-se ainda que o (∆A) entre 2 elementos quaisquer da mesma série, é sempre<br />

múltiplo de 4.<br />

O casal Curie-Juliot obteve artificialmente outra série radiativa a partir do<br />

90Th 232 , bombardeando-o com nêutrons. Porém, na natureza,encontram-se apenas<br />

as séries citadas.<br />

Hoje existem outras séries radiativas artificiais.


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Vimos então que todos os átomos radiativos naturais estabilizam-se na forma<br />

de chumbo. No entanto, os isótopos finais de Pb são diferentes. Temos chumbo com<br />

número de massa 206, 207 e 208 respectivamente, para as series do urânio, actínio e<br />

tório. Então, o número de massa pode ser dado pelas seguintes expressões:<br />

Série do urânio - A = 4k + 2<br />

Série do actínio - A = 4k + 3<br />

Série do tório - A = 4k sendo k um número inteiro.<br />

Em outras palavras, dado um átomo radiativo natural é possível<br />

reconhecer a sua série.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(36) A que família pertence o 83 Bi 214 ?<br />

Resolução:<br />

Dividindo o número de massa do bismuto por 4, temos o resto da<br />

divisão que caracterizará a série radiativa.<br />

do:<br />

será o:<br />

214 ÷ 4 resto 2<br />

Então, o átomo é da família do urânio (4k + 2).<br />

(37) Um átomo possuí 86 prótons e 134 nêutrons. Este átomo é da família<br />

a) urânio c) tório<br />

b) actínio d) é artificial<br />

(consulte as famílias radiativas)<br />

(38) Quando o polônio de Z = 84 e A = 215 estabilizar-se, o átomo estável<br />

a) 86Pb 206 c) 82pb208<br />

b) 82Pb 207 d) nada se pode prever<br />

(39) Consultando o esquema que representa a família do urânio, pode-se<br />

prever que para o Urânio dessa família transformar-se em chumbo foram emitidas:<br />

a) 9α e 10β c) 6 α e 8 β<br />

b) 10 α e 5 β d) 8 α e 6 β<br />

76<br />

73


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74<br />

radiatividade - 2<br />

F REAÇÕES DE<br />

TRANSMUTAÇÃO<br />

Uma reação é de transmutação, quando os átomos sofrem<br />

transformação em seus núcleos, originando-se átomos de um novo elemento.<br />

A transmutação pode ser natural ou artificial.<br />

A transmutação natural e aquela<br />

verificada nos átomos radiativos onde o<br />

núcleo, por emissão espontânea de<br />

partículas, passa a ser núcleo de um outro<br />

elemento químico.<br />

A transmutação artificial e aquela<br />

provocada por bombardeamentos de núcleos,<br />

utilizando-se partículas sub-atômicas.<br />

núcleo?<br />

Mas como se pode bombardear um<br />

A descoberta da radiatividade<br />

trouxe a possibilidade de atirar partículas<br />

nos núcleos, provocando transformações.<br />

Imagine um bloco de chumbo onde<br />

se faz um poço, ou seja, um orifício. Coloque<br />

mos aí dentro um pouco de polônio, que é<br />

capaz de emitir partículas (α). As emissões que escapam são aqueIas que vão<br />

na direção do orifício externos um dispositivo que podemos admitir como um<br />

"fuzil de emissão (α)".


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75<br />

A primeira reação de transmutação<br />

artificial foi realizada por Rutherford em 1919.<br />

Ele colocou um pedaço de polônio dentro<br />

de uma ampola selada contendo apenas nitrogênio.<br />

Após algumas semanas constatou a presença de<br />

oxigênio dentro da ampola.<br />

A única explicação plausível era:<br />

As partículas (α) emitidas pelo polônio<br />

devem ter bombardeado núcleos de nitrogênio,<br />

transformando-os então em oxigênio.<br />

Hoje sabemos que isso se trata da seguinte "reação nuclear"<br />

A equação de transmutação é:<br />

Reparem que a equação de transmutação apresenta obediência algébrica aos<br />

índices que representam número de massa e número de prótons.<br />

14 + 4 = 17 + 1<br />

7 + 2 = 8 + 1<br />

Hoje pode-se constatar experimentalmente que, de fato, houve uma colisão de<br />

partícula com núcleo, utilizando-se a câmara de Wilson ou também - conhecida<br />

como câmara de neblina.


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79<br />

76<br />

radiatividade-2<br />

A câmara "C" é cilíndrica, coberta<br />

por um disco de vidro "D" e contém um gás<br />

saturado com vapor d'água.<br />

Quando o pistão "P" desce (com a<br />

abertura da válvula "V" conectada ao frasco<br />

evacuado "F") a pressão em "C" cai bruscamente<br />

e teremos gás super-saturado. Em "E" existe um<br />

bloco de chumbo contendo emissor radiativo ca<br />

paz de lançar partículas (α).<br />

A trajetória das partículas (α) pode ser<br />

fotografada do ponto "X", pois essas partículas<br />

provocam a condensação do vapor d'água<br />

super-saturado.<br />

Observemos a fotografia da câmara de<br />

Wilson,que utilizou gás nitrogênio + vapor<br />

d'água.<br />

Na verdade, a condensação da água é por<br />

causa da ionização do nitrogênio (elétrons do<br />

nitrogênio que são arrancados pelas partículas a),<br />

que condensa moléculas de água sobre os íons<br />

formados .


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Mas, em certos pontos, nota-se uma brusca bifurcação da trajetóri, como<br />

a observada no ponto "K".<br />

É que houve colisão de (α) com o núcleo de nitrogênio, ocorrendo a<br />

transmutação já explicada.<br />

A bifurcação não é senão as trajetórias do próton e do átomo de oxigênio.<br />

Em 1932, o físico inglês Sir James Chadwick anunciava a descoberta de uma<br />

partícula de massa aproximadamente igual ao do próton, porém de carga nula. Era<br />

o NÊUTRON.<br />

Desde 1930, já se havia observado que o bombardeamento do berílio com<br />

partículas (α) produzia emissões de grande energia e admitia-se que eram "fótons<br />

muito energéticos".<br />

A experiência abaixo fez com que Chadwick sugerisse que não se tratava de<br />

fótons,mas sim,de partículas com massa que foram denominadas de nêutrons, em<br />

virtude da neutralidade de carga.<br />

Uma placa de polônio foi justaposta a uma finíssima lâmina de Berílio. Na<br />

outra face do Berílio, foi colocada uma camada de parafina (substância contendo<br />

hidrogênio e carbono).<br />

77<br />

Verificou-se que a parafina emitia<br />

prótons com elevada energia. Os prótons foram<br />

expulsos da parafina (CXHV) pela colisão de "alguma<br />

coisa" com átomos de hidrogênio.<br />

Essa "alguma coisa" que vinha do berílio não<br />

podia ser fótons, pois sua energia, necessária para ex<br />

pulsar prótons da parafina, era incompatível com a<br />

experiência.<br />

Para expulsar prótons (íons H + ) de um<br />

composto que possui hidrogênio é preciso colisão,<br />

utilizando-se partícula de elevada massa.<br />

Assim, Chadwick sugeriu que ocorresse a seguinte transmutação.


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78<br />

radiatividade-2<br />

Os nêutrons provenientes do<br />

berílio colidem com os átomos leves de<br />

hidrogênio, podendo arrancá-los da<br />

parafina.<br />

Também no mesmo ano, Anderson<br />

conseguiu obter em laboratório o "elétron<br />

positivo',' ou seja, única partícula de massa<br />

igual à do elétron, porém com carga<br />

positiva.<br />

Sua notação é ( + 1 є 0 ) e foi de<br />

nominada de POSITRON.<br />

Em 1934, o casal Frederick Joliot-Irene Curie Joliot (filha da Madame Curie)<br />

conseguiu produzir o primeiro elemento radiativo artificial.<br />

Bombardeando alumínio com partículas (α), obteve-se um elemento de<br />

natureza radiativa.<br />

Observou-se que o fósforo-30 ê capaz de emitir pósitrons<br />

espontaneamente segundo a equação:<br />

Não resta dúvida de que o fósforo-30 é radiativo.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

A descoberta do nêutron veio edificar a estrutura nuclear. Antes, pensava-se<br />

que qualquer núcleo possuísse partículas "a" (que era imaginado como única<br />

partícula), prótons e elétrons.<br />

Por exemplo, o átomo de lítio que hoje sabemos ter Z = 3 e A = 7 era<br />

apresentado com a seguinte concepção.<br />

Hoje sabemos que o núcleo de lítio possui 3 prótons + 4 nêutrons.<br />

Portanto, antes da descoberta do nêutron, era necessário admitir a<br />

existência de elétrons e partículas "α" no núcleo.<br />

Se por um lado isso era muito cômodo para explicar as emissões " α " e "β" de<br />

átomos radiativos naturais, por outro lado verdadeiras controvérsias surgiam em<br />

relação à mecânica quântica.<br />

A descoberta do nêutron veio eliminar essa incompatibilidade teórica. Daí<br />

por diante, ficou estabelecido que o "NÚCLEO" é constituído por partículas<br />

fundamentais: "PRÓTONS e NÊUTRONS".<br />

Na década de 1930, os cientistas perceberam<br />

que a energia das partículas "a" de fontes radiativas<br />

era muito fraca para bombardear átomos,<br />

principalmente aqueles de elevado número atômico.<br />

Não restavam mais dúvidas: era necessário<br />

construir aceleradores de partículas,utilizando-se<br />

campos elétricos e campos magnéticos. Surgiram os<br />

aceleradores gigantes como:<br />

Acelerador linear de Van der Graaff.<br />

79


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

O cíclotron idealizado por Lawrence em 1931.<br />

80<br />

radiatividade – 2<br />

"Não serão dadas as descrições nem o funcionamento destes aparelhos, pois<br />

não se enquadram no nível deste curso".<br />

Com o auxilio destes aceleradores têm-se obtido muitos elementos artificiais<br />

(muitos deles radiativos), bombardeando-se núcleos com partículas. As principais<br />

partículas utilizadas são<br />

a) partículas "α" de fontes radiativas +2α4<br />

b) prótons obtidos de hidrogênio ionizado +1P 1<br />

c) dêuterons obtidos do hidrogênio da água pesada + id 2<br />

Para representar essas reações de transmutação, utilizaremos equações já<br />

apresentadas, onde e fundamental a igualdade algébrica para cargas e massa:<br />

Exemplo:<br />

RECAPITULEMOS AS PRINCIPAIS PARTÍCULAS E SUAS<br />

RESPECTIVAS NOTAÇÕES:<br />

1) alfa = 2 prótons + 2 nêutrons --> +2α4


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nêutron.<br />

2) beta = 1 elétron + - 1є0<br />

3) gama = ondas eletromagnéticas curtas 0y0<br />

4) neutrino = partícula neutra de massa quase desprezível 0v°<br />

esta partícula surge somente na desintegração de um próton ou<br />

5) próton = núcleo de hidrogênio +1p<br />

6) neutron = partícula neutra de massa quase igual à do próton 0n1<br />

7) dêuteron = núcleo de deutério (isótopo de hidrogênio) = 1 próton +<br />

1 neutron +1d 2<br />

8) pósitron = partícula positiva de massa igual a do elétron +1e°<br />

EQUAÇÕES DE TRANSMUTAÇÃO<br />

Nos exercícios, para completar as equações de transmutação, basta<br />

igualar algebricamente as cargas e as massas.<br />

Exemplo:<br />

transmutação:<br />

(40) Descobrir a partícula que completa a seguinte equação de<br />

17C1 37 + d ------------------ l8A 38 +....................<br />

Ora, sabemos que o dêuteron é +id 2 . Colocando seus índices:<br />

17C1 37 + +id2- ------------- 18A 38 + . . . 0.....1.....<br />

Os índices indicam que a partícula deve ser o neutron (0n 1 ).<br />

EXERCÍCIOS<br />

Em cada equação, indique já a partícula que completa a mesma:<br />

(41) 5B 11 + p_________________6C 11 + ................<br />

(42) 4Be 9 + p ________________4Be 8 + ................<br />

(43) 13Al 27 + a _________________14Si 30 + ...............<br />

(44) 37Rb 85 + n_________________36Kr 85 + ...............<br />

81


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

82<br />

radiatividade – 2<br />

(45) 11Na 23 + d_________________11 Na 24 + ............... + y<br />

(46) 9F 19 + n_________________ 7N 16 + ...............<br />

(47) Br 79 + n_________________ Br 80 + ...............<br />

════════════════════════<br />

G FISSÃO NUCLEAR<br />

Em 1932, o físico italiano Enrico Fermi<br />

observou que, quando os átomos são bombardeados<br />

por nêutrons (então descobertos por Chadwick),<br />

resultam átomos de núcleos radiativos.<br />

Em 1934, o mesmo cientista bombardeou o<br />

urânio (Z=92) com nêutrons, obtendo átomos<br />

radiativos. Ele imaginou que fossem átomos com<br />

número atômico maior que 92, ou seja, um elemento<br />

"transurânico" . Não conseguiu, no entanto, es clarecer<br />

o fenômeno de um modo completo.<br />

Otto Hahn e Strassmann repetiram o<br />

bombardeamento do urânio com nêutrons em 19<br />

38 e constataram a presença de átomos de bário<br />

como produtos da experiência.


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No mesmo ano, Lise Meitner e Frisck conseguem, então, interpretar a<br />

referida experiência.<br />

O átomo de urânio-235, recebendo um "tiro" de nêutron, divide-se,<br />

produzindo dois novos átomos radiativos acompanhados de alguns nêutrons.<br />

A notícia da fissão nuclear foi anunciada por Niels Bohr e, em diversos<br />

países, foram realizadas experiências análogas, confirmando-se as seguintes<br />

conclusões:<br />

a) 0 urânio-235, quando bombardeado por nêutrons, sofre fissão nuclear<br />

originando dois átomos radiativos.<br />

b) Cada átomo fissionado produz átomos-fragmento de número de massa<br />

que podem variar de 72 a 158. Portanto, não se pode falar apenas numa reação de<br />

fissão nuclear para o U-235.<br />

c) Além dos 2 átomos-fragmento, libertam-se freqüentemente 2 3 nêutrons<br />

em cada fissão. Em média temos 2,5 nêutrons/fissão.<br />

d) Em cada fissão liberta-se espantosa quantidade de energia!<br />

Apenas para exemplificar podemos equacionar:<br />

83


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

84<br />

radiatividade – 2<br />

Para justificar a tremenda quantidade de energia libertada,era plausível<br />

aceitar a equação de Einstein:<br />

∆E = c 2 . ∆m<br />

A variação de energia (∆E) resultou da transformação de matéria (∆m) em<br />

energia.("c" é a velocidade da luz).<br />

Portanto, os produtos da reação têm massa menor que os mesmos<br />

componentes antes da fissão.<br />

Em 1939, Fermi declarou que se poderia obter uma reação em cadeia, isto é,<br />

que os nêutrons resultantes da desintegração do U 235 poderiam incidir em outros<br />

átomos de urânio vizinhos e provocar novas desintegrações e assim<br />

sucessivamente.<br />

Vemos então a necessidade de se obter urânio, constituído apenas de<br />

isótopos U-235, para ocorrer reação em cadeia, já que o outro isótopo de urânio (U-<br />

238) é não fissionável.<br />

Sabe-se que o urânio encontrado na natureza é constituído de 2 isótopos:<br />

U 238 (com 99,3%) e U 235 (com apenas 0,7%).<br />

Apenas o isótopo mais leve é fissionável. 0 isótopo U 238 é capaz de absorver<br />

um nêutron rápido,transformando-se em U 239 que, logo em seguida,se transforma em<br />

“ Pu"(plutônio), após a emissão de partícula "β".


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Como se vê, bombardeando-se o urânio natural com nêutrons não se<br />

produzirá reação em cadeia, pois, provavelmente , nas vizinhanças do U-235<br />

encontraremos átomos de U-238 (99,3%) que irão absorver os nêutrons resultantes<br />

da fissão.<br />

0 tempo gasto para ocorrer a fissão de 2 átomos consecutivos (isto é, um<br />

átomo fissiona, emite nêutrons e a seguir um deles cinde o átomo vizinho) depende da<br />

velocidade do nêutron inicial, mas varia em torno de 10- 12 a IO -5 segundos. Portanto,<br />

após a primeira fissão, imediatamente, teremos uma multidão de átomos se<br />

desintegrando. Isto é reação em cadeia mas, possível apenas com material fissionável<br />

puro (U-235).<br />

Os Estados Unidos haviam entrado na 2a. Grande Guerra, após o<br />

bombardeio de Pearl Harbor.<br />

Albert Einstein e Alexandre Sachs conseguem convencer o presidente<br />

Roosevelt de que os E.U.U. tinham condições de produzir uma bomba de assombrosa<br />

potência,capaz de acabar rapidamente a guerra.<br />

Era, no entanto, necessário um fabuloso investimento a fim de poder separar<br />

material fissionável.<br />

Nessa época ficou descoberto que o Plutônio-239 obtido do Urânio-238<br />

também era material fissionável, de potência até maior que o U-235.<br />

Uma espantosa usina foi montada em Oak Ridge (Tennessee) e foram<br />

realizadas diferentes tentativas para se obter material fissionável.<br />

Lograram êxito dois processos:<br />

1) Separação do U-235 pelo processo da difusão térmica.<br />

0 urânio natural foi transformado em hexafluoreto de urânio, que é um<br />

composto gasoso. Na verdade, o gás será uma mistura de molécuIas de U235F6<br />

e U238F6 , este último de massa molecular maior.<br />

De acordo com a lei de Graham para a difusão temos:<br />

85


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

86<br />

radiatividade – 2<br />

Então o U 235F6, de massa molecular menor, "atravessará" mais rapidamente<br />

uma placa porosa que o U 238F6.<br />

Todavia, a execução prática dessa separação é muito trabalhosa, pois:<br />

a) o UF6 é extremamente corrosivo. Somente placas porosas de uma liga<br />

especial de ouro e prata (!) conseguem resistir à ação corrosiva do UF6.<br />

b) Como a diferença entre as massas moleculares do U 235F6 e U 238F6 é<br />

muito pequena, a diferença da velocidade entre essas moleculas é também muito<br />

pequena e portanto a separação "por difusão" e muito lenta. Daí a necessidade de se<br />

empregar uma série enorme de placas porosas; (nas instalações de Oak Ridge, se<br />

todas as placas fossem colocadas em linha, daria um conjunto igual à metade da<br />

distância dos Estados Unidos ao Japão - e, notem, placas de liga ouro-prata!).<br />

U 235 puro.<br />

Assim conseguiu-se obter U 235 F6 puro, que reagindo com cálcio produziu o<br />

2) Outro processo foi a obtenção do plutônio através de bombardeamento do<br />

U 238 com nêutrons.<br />

Naquela época, já havia sido construída a pilha atômica, ou seja, o reator<br />

nuclear, pelo físico Fermi. Logo após este assunto,descreveremos esse reator.<br />

Nos reatores, utilizam-se barras de urânio de composição natural (99,3%<br />

U-238 e 0,7% U-235).<br />

Após algum tempo, estas barras apresentam um certo teor de Plutônio, como<br />

material resultante do bombardeamento do U-238 por nêutrons .<br />

Conseguiu-se separar apreciável quantidade de plutônio.<br />

Estaria pronta a BOMBA ATÔMICA.<br />

Como detoná-la?<br />

Cuidadosas experiências concluíram que,para produzir "reação em cadeia",<br />

bastava apenas aglomerar certa massa de material fissionável, pois nêutrons livres<br />

existem em qualquer parte. (0 nêutron é um dos constituintes de raios cósmicos).


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Existe então uma massa mínima acima da qual o material detona. Essa<br />

massa é denominada massa crítica.<br />

Quando o material fissionável tem massa menor que a critica, os nêutrons<br />

resultantes da primeira fissão escapam do material e não se processa a reação em<br />

cadeia.<br />

È verdade que nem todos os nêutrons escapam na prática.<br />

Pode-se usar determinada massa (abaixo da crítica) de modo que, para cada<br />

fissão, um nêutron escape e o outro produza nova fissão; aí resultando dois nêutrons,<br />

um escapa e o outro produz nova fissão e assim sucessivamente.<br />

Sendo assim, se foram incididos x nêutrons iniciais, a qualquer instante<br />

temos x nêutrons em movimento dentro do material. Dizemos aí que o fator de<br />

multiplicidade é 1.<br />

RESUMO:<br />

- Se o fator de multiplicação < 1 estanca a reação.<br />

- Se o fator de multiplicação = 1 reação ocorre, não em cadeia (é o caso<br />

do reator atômico) .<br />

- Se o fator de multiplicação > 1 reação em cadeia (detona a Bomba).<br />

A bomba possuía duas porções de U-235 puro com massas menores que a<br />

massa crítica e previamente possuindo nêutrons em movimento com fator de<br />

multiplicação 1.<br />

87


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

88<br />

radiatividade – 2<br />

Acionado o detonador, iria primeiro explodir a carga de T.N.T. Isto iria<br />

empurrar o U-235 contra a outra porção e a união dessas massas ultrapassaria a<br />

massa crítica. Daí, imediatamente a reação em cadeia'!.<br />

A bomba atômica experimental foi detonada a 16 de julho de 1945, no deserto<br />

do Novo México, confirmando as previsões de potência da mesma.<br />

A 6 de agosto do mesmo ano foi<br />

detonada sobre a cidade de Hiroshima<br />

(Japão)uma bomba de U-235 contendo alguns<br />

quilogramas desse material.<br />

Foi tremenda a destruição causada pela<br />

bomba, que foi avaliada com potência de 20<br />

kilotons, ou seja, 20.000 toneladas de T.N.T.<br />

(equivalente a 2000 caminhões de T.N.T.)<br />

Podemos classificar em quatro, os<br />

efeitos mortíferos da bomba.<br />

a) A bomba explodiu a cerca de 300 m<br />

de altitude, varrendo uma vasta área com os<br />

fulminantes raios-gama .<br />

b ) 0 calor libertado incendiou<br />

imediatamente todos os materiais combustíveis<br />

da cidade.<br />

Por causa do tremendo calor, formou-se imediatamente uma corrente de<br />

convecção, elevando pó e produtos radiativos resultantes da explosão. É o cogumelo<br />

característico de uma explosão nuclear.<br />

c) A detonação produziu fortíssima onda de choque (deslocamento do ar.),<br />

que destruiu mecanicamente extensa área.<br />

d) Por fim,o pior deles: a poeira radiativa;<br />

Sendo os materiais mais densos que o ar, pouco a pouco vão-se precipitando,<br />

contaminando de radiatividade uma extensão bem maior.<br />

As células humanas não suportam excessiva radiatividade. Na poeira<br />

radiativa temos os produtos da fissão, principalmente Bário e Criptônio radiativos .<br />

Esta bomba causou cerca de 80.000 vítimas civis (homens, mulheres,<br />

crianças), com destruição total da cidade.<br />

Pela primeira vez na História, registrou-se tamanho fenômeno catastrófico.<br />

Dois dias depois, outra bomba de potência equivalente foi detonada sobre a<br />

cidade de Nagasaki. Desta vez a bomba era de Plutônio.<br />

Aos quinze de agosto, terminava a Guerra no Pacífico.


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REATOR NUCLEAR<br />

Por outro Lado, a energia nuclear propunha perpectivas de grandes<br />

benefícios à humanidade.<br />

A 2 de dezembro de 19 42, Enrico Fermi anunciava o funcionamento<br />

da primeira pilha nuclear.<br />

Imaginemos uma barra de urânio natural. A maior parte de seus<br />

átomos e o U-238, que é_ absorvedor de nêutrons .<br />

Os átomos U-238 absorvem os nêutrons e a reação se estanca, mesmo_<br />

quando se bombardeia um átomo de U-235.<br />

Se utilizarmos cilindros finos de urânio, mesmo após a desintegração do U-<br />

235 não haverá chance de o U-238 absorver os nêutrons resultantes, porque antes<br />

da colisão o nêutron escapa do material.<br />

89<br />

Pelo contrário, se o cilindro tivesse<br />

diâmetro maior, então, os nêutrons resultantes<br />

seriam captados pelo U-238.<br />

Fermi pensou também: "Seria bom se conseguíssemos um material capaz de<br />

causar reflexão dos nêutrons, fazendo-os voltar.'" Mas ainda; nesta hipótese, os<br />

nêutrons seriam captados pelo U-238.<br />

Acontece que o U-238 só absorve nêutrons acelerados e, se se pudesse<br />

moderar a velocidade desses nêutrons,eles não seriam absorvi dos pelo U-2 38 e<br />

então poderiam fissionar outros átomos de U-2 35.<br />

Após demoradas pesquisas, descobriu-se que a grafite é ao mesmo tempo<br />

refletor e_ moderador de nêutrons. Colocando-se uma barra de urânio num tijolo de<br />

grafite, pode-se dar continuidade de reação.


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90<br />

radiatividade – 2<br />

Os nêutrons resultantes da cisão do U-235 escapam da barra de urânio<br />

atingindo átomos de carbono (grafite). Um átomo de carbono absorve o nêutron mas,<br />

logo depois (cerca de 12 segundos após) devolve o nêutron com velocidade já<br />

moderada. Após alguns choques com os átomos de grafite, os nêutrons podem voltar â<br />

barra de urânio . Sua velocidade não permite a absorção pelo U-2 38 mas, ainda é<br />

capaz de cindir átomos de U-235.<br />

Como cada átomo U-235 fissionado produz 2 ou 3 nêutrons, pouco a pouco<br />

vai aumentando a população de nêutrons em movimento.<br />

A certa altura, a energia libertada nas cisões faz os materiais atingirem<br />

temperaturas de centenas de graus Celsius.<br />

Agora há necessidade de eliminar nêutrons excessivos. Para<br />

isso,colocam-se barras de cádmio (veja figura do reator nuclear) que


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é um material capaz de absorver nêutrons. O cádmio não é_ refletor:<br />

ele capta o nêutron e não o emite mais.<br />

Assim, a presença do cádmio nos tijolos de grafite pode abaixar o fator de<br />

multiplicação para valores menores que 1.<br />

Estava assim controlada a reação nuclear.<br />

Para se obter mais energia bastava retirar as barras de cádmio. Portanto, um<br />

reator atômico é uma fonte controlável de energia nuclear (ao contrário da Bomba-<br />

A).<br />

Vejam na figura os materiais usados para que os operadores do reator não<br />

sejam atingidos por emissões de nêutrons e radiações.<br />

Embora o concreto seja uma proteção aos operadores contra os raios-gama e<br />

nêutrons que escapam, mesmo assim há necessidade de tomar devidas precauções<br />

contra a extrema radiatividade dos produtos da fissão. Cada operador usa uma placa<br />

na lapela que muda de cor. Trata-se de um dispositivo que acusa a excessiva<br />

exposição às radiações -gama.<br />

Portanto, o primeiro reator nuclear utilizava barras de urânio natural (0,7%<br />

de U-235), colocadas em tijolos de grafite. Para moderar a reação nuclear,<br />

introduziam-se barras de cádmio. Assim, a cisão de átomos de U-235 podia ser<br />

controlada e a fonte energética do reator era o calor libertado nessas fissões.<br />

Como utilizar este calor?<br />

No reator, perfurando os tijolos de grafite, passa uma entrelaçada rede de<br />

canalização por onde caminha vapor d'água.<br />

91<br />

Este vapor recebe energia proveniente<br />

da cisão, sofrendo conseqüentemente aumento<br />

de temperatura e pressão.<br />

0 circuito, passa por um trocador de<br />

calor, onde a energia é "transferida para um<br />

segundo circuito de vapor d'água.<br />

Este 2º. circuito está ligado a uma<br />

turbina acoplada a um gerador elétrico. Mui<br />

tas vezes, no primeiro circuito, utiliza se gás<br />

carbônico.


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A figura ilustra o esquema de uma central elétrica nuclear.<br />

Na verdade, é uma usina termoelétrica que, ao invés de utilizar combustíveis<br />

comuns (carvão, gás ou óleo), utiliza a energia térmica de um reator nuclear.<br />

Descobriu-se também que a água pesada é bom moderador e refletor de<br />

neutrons. Verificou-se ainda que a massa de água pesada necessária para suficiente<br />

moderação de neutrons é bem menor que a massa de grafite equivalente. O emprego<br />

da água pesada como modera dor traz vantagens de ordem técnica na instalação<br />

de uma usina.<br />

Ao mesmo tempo, a água pesada serve como veículo trocador de calor. O único<br />

inconveniente é na obtenção de grandes quantidades de água pesada. Ela ocorre em<br />

qualquer água, mas numa proporção ínfima e,para separá-la, trata-se de um processo<br />

muito trabalhoso o conseqüentemente oneroso.<br />

Atualmente, a água pesada é retirada da água do fundo dos oceanos.<br />

Para dar maior proteção aos operadores, o reator é envolvido por paredes de<br />

grafite e concreto.<br />

92


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As barras de cádmio para absorver nêutrons excessivos tornam-se radiativas,<br />

daí também estarem dentro de um recipiente de chumbo.<br />

A própria água pesada circula continuamente no reator onde se liberta calor.<br />

Por sua vez, a água pesada transfere energia ao vapor d'água de outro circuito, através<br />

do trocador de calor.<br />

Assim o homem conseguiu controlar a energia nuclear e grandes são as<br />

perspectivas de sua aplicação para finalidades pacificas.<br />

Atualmente existem reatores nucleares, instalados em submarinos e navios<br />

atômicos, capazes de realizar longas viagens com um mínimo de consumo material.<br />

O Nautilus, primeiro submarino atômico viajou cerca de 80.000 km (2 voltas<br />

em redor da Terra), sem se abastecer.<br />

No entanto, tornam-se ainda extremamente onerosa as construções de pilhas<br />

atômicas, principalmente na parte que se refere ã proteção humana exigida pelas<br />

fortes irradiações gama de emissões de nêutrons.<br />

Por outro lado, o homem precisa de fontes energéticas e,atual mente, conta<br />

ainda com reservas de petróleo e carvão.<br />

2.100!<br />

No ritmo dos acontecimentos, estas reservas se esgotarão no ano<br />

Se considerarmos a energia nuclear, contamos ainda com energia para mais<br />

1.000.000 de anos!<br />

Deixo para o leitor imaginar como será o futuro que nos aguarda.<br />

93


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94<br />

radiatividade - 2<br />

reator de piscina<br />

Fotografia de um reator de piscina em pleno funcionamento na<br />

Cidade Universitária, de S. Paulo.<br />

A luz intensa no fundo da piscina e causada pela passagem de<br />

partículas sub-atômicas velozes na água e chama-se radiação de Cherekov.


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95<br />

radiatividade – 2<br />

H FUSÃO NUCLEAR<br />

O sol é uma fonte energética que continuamente irradia energia. Mas, a<br />

energia não é criada! De onde o sol consegue tanta energia?<br />

A explicação plausível é que, no sol, matéria transforma-se em energia. Por<br />

isso, o sol a todo instante torna-se um pouco mais leve, perdendo cerca de milhares de<br />

toneladas de matéria por segundo.<br />

Admite-se, que na superfície solar, a temperatura seja de alguns milhões de<br />

graus Celsius e que aí ocorre a síntese do gás hélio a partir de hidrogênio, com<br />

libertação de pósitrons, neutrinos e tremenda quantidade de energia em forma de<br />

radiações eletromagnéticas que se propagam pelo Universo.<br />

hélio.<br />

Quatro átomos de hidrogênio sofrem uma FUSÃO, originando o núcleo de


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Neste processo, os produtos apresentam massa menor que a massa total dos<br />

átomos de hidrogênio. A energia libertada equivale "a transformação de massa -><br />

energia segundo a equação de Einstein:<br />

hélio.<br />

Energia = c 2 . ∆m<br />

"c" - velocidade da luz no vácuo.<br />

Para ressaltar um fato histórico importante, falemos na descoberta do gás<br />

Durante um eclipse, foi observado no espectro solar o apare cimento de uma<br />

nova "linha" de absorção. Não se conhecia,ainda,nenhum elemento capaz de produzir<br />

a referida absorção. Foi então pro posta a existência de um novo elemento, que deveria<br />

estar sendo "criado" no sol e,dai, o nome sugerido foi Hélio (Helium = sol).<br />

atmosférico.<br />

Mais tarde, o gás hélio foi descoberto como um componente mínimo do ar<br />

Pensou-se em sintetizar o hélio a partir de hidrogênio,aqui na Terra.<br />

Evidentemente faltavam condições energéticas, ou seja, a elevadíssima temperatura.<br />

Estima-se que a temperatura da superfície solar seja aproximadamente de 40<br />

milhões de °C.<br />

hidrogênio.<br />

Os cientistas conseguiram sintetizar o hélio a partir de isótopos pesados de<br />

Utilizando-se deutério (núcleo com 1 próton + 1 nêutron) e tritério (núcleo<br />

com 1 próton + 2 nêutrons) e ainda fontes de elevadíssima temperatura conseguiu-se<br />

sintetizar o hélio.<br />

O deutério ocorre na natureza em proporções mínimas, já dissemos que é o<br />

componente da água pesada encontrada em mínimas proporções nos fundos dos<br />

oceanos, já que a densidade da água pesada e maior que a da água comum.<br />

O tritério é obtido artificialmente, sendo um átomo radiativo.<br />

Pode-se obter o tritério, bombardeando lítio com nêutrons.<br />

96


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97<br />

radiatividade – 2<br />

A reação liberta assombrosa quantidade de energia, muito maior que<br />

numa fissão nuclear.<br />

A princípio não se conseguia obter a elevada temperatura, que seria da<br />

ordem de dezenas de milhares de graus Celsius.<br />

Com a descoberta da fissão nuclear, a detonação de uma bomba<br />

atômica (bomba-A) possibilitou a fusão do deutério e tritério.<br />

Esta fusão é realizada na Bomba-H (Bomba de Hidrogênio).<br />

A potência dessas bombas é milhares de vezes superior à das bombas<br />

atômicas da 2a. Grande Guerra.<br />

A bomba-H utiliza a fissão nuclear como fonte energética para provocar a<br />

reação entre deutério e tritério.<br />

Portanto, a Bomba-A serve como "espoleta" da bomba-H.<br />

A potência das bombas de hidrogênio é milhares de vezes a de uma<br />

bomba de fissão. As últimas bombas de hidrogênio detonadas com caráter<br />

experimental tinham potências próximas a 100 Megatons (1 megaton = 1.000<br />

kilotons = 1.000.000 de toneladas de T.N.T.).<br />

A bomba-H também espalha poeira radiativa por causa dos produtos<br />

radiativos da fissão do U-235.<br />

Existe atualmente uma Comissão Internacional de Energia Atômica cuja<br />

finalidade, além de outras, ê a de controlar as experiências nucleares, a fim de evitar a<br />

contaminação da atmosfera com materiais radiativos.<br />

═════════════════


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

98<br />

I ELEMENTOS<br />

ARTIFICIAIS<br />

Como já vimos na página 81 do capítulo 2, a obtenção de elementos<br />

radiativos artificiais foi desencadeada com a experiência do casal Curie-Joliot.<br />

Hoje, conhecem-se isótopos radiativos de Quase todos os elementos químicos<br />

e, comumente esses isótopos são obtidos dos elementos comuns, bombardeados por<br />

nêutrons.<br />

Estudemos apenas 3 desses isótopos:<br />

A) CARBONO-14<br />

Este isótopo radiativo forma-se no ar atmosférico quando nêutrons de raios<br />

cósmicos colidem com núcleos de nitrogênio.<br />

O carbono-14 assim formado<br />

reage com o "02" da atmosfera,<br />

resultando C*02 radiativo (Vamos colocar<br />

um asterisco no C* radiativo).<br />

Este C*02 poderá ser absorvido<br />

por uma planta, num processo de<br />

fotossíntese e tornar se um constituinte<br />

de tecido vegetal.<br />

Por outro lado, um animal pode<br />

alimentar-se daquela erva e o C*-14<br />

tornar-se assim um constituinte de tecido<br />

animal.<br />

Mesmo os seres humanos<br />

possuem certa do se de C*-14.


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99<br />

radiatividade – 2<br />

Quando o ser humano ou mesmo o animal morre, a quantidade do C*-14 só<br />

tende a diminuir, pois ocorre a seguinte desintegração:<br />

6C 14 -------►_1β° + 7N 14<br />

O período de semi-desintegração é de 5.600 anos para esse isótopo.<br />

Ora, então, pode-se mesmo pensar num processo de determinação de idades<br />

de fósseis arqueológicos.<br />

Vamos supor que os fósseis de um animal acusam, num contador Geiger,<br />

apenas 25% de C*-14,que teria o mesmo espécime na atualidade.<br />

Isto vem esclarecer que o fóssil tem:<br />

No entanto, após 10 períodos de semi-desintegração (56.000<br />

anos), a quantidade de C*-14 restante é tão pequena que não existem ainda<br />

aparelhos capazes de detetar radiações . Esta é a mais séria limitação desse<br />

processo.<br />

Por outro lado, os nêutrons de uma pilha atômica podem ser empregados na<br />

obtenção de C*-14 artificialmente.<br />

Ê importante o emprego de C-14 para sintetizar substâncias orgânicas a fim<br />

de acompanhar os processos de metabolismo.<br />

É muito usado na obtenção de radioproteínas e radioaçúcares.<br />

B) IODO RADIATIVO<br />

O iodo radiativo é utilizado na medicina, nos diagnósticos de doenças da<br />

tireóide. Tem um período de semi-desintegração de 12 horas.<br />

Em primeiro lugar, o paciento ingere uma<br />

dose de iodo radiativo, que e facilmente absorvido<br />

pelas glândulas de tireóide.<br />

Após certo tempo, pode-se "mapear", ou<br />

seja, localizar e delimitar os contornos dessas<br />

glândulas.<br />

Sabe-se que os tecidos afetados de tireóide<br />

absorvem geralmente iodo de modo diferente (mais<br />

ou menos intensamente) do tecido normal .


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

afetadas.<br />

nêutrons.<br />

Então, utilizando-se um contador Geiger, podem-se localizar as regiões<br />

C) COBALTO-60<br />

Este isótopo é obtido do cobalto (Co 59 ), quando bombardeado por<br />

Por sua vez, o Co-60 é radiativo, sendo capaz de emitir raios "β", com um<br />

período de semi-desintegração de 5,3 anos. Observem o longo período de semi-<br />

desintegração, que proporcionou excelente aplicação na Medicina, pois tem-se<br />

material radiativo por longo tempo.<br />

NOTA: O carbono-14 não serve para tal finalidade, pois seus raios "β" têm<br />

energia bem menor e,consequentemente,menor penetração.<br />

Descobriu-se que as células cancerígenas são fulminadas pelo efeito de-<br />

radiações intensas. As células normais suportam dose bem maior de radiação.<br />

100<br />

No tratamento do câncer pela<br />

radioterapia era antigamente usado o<br />

elemento rádio, cujo custo era<br />

assombroso.<br />

Hoje, esse elemento foi<br />

substituído pelo cobalto-60 de custo<br />

incomparavelmente baixo em relação<br />

ao radio.<br />

0 aparelho é chamado<br />

"Bomba de Cobalto" que nada mais é,<br />

senão um canhão de emissões "β"<br />

(Gentilmente cedida pelo<br />

Hospital do Câncer - S. Paulo )


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

101<br />

radiatividade-2<br />

Eis um tipo de Bomba de Cobalto. Quando se encontra na posição de<br />

descanso, o Co-60 esta emitindo radiações, mas são totalmente bloqueadas pela<br />

blindagem. Na posição ativa, os raios "S" podem então ser dirigidos ao paciente.<br />

Citamos apenas algumas aplicações das recentes descobertas nucleares. (As<br />

duas últimas aplicações são exemplos de "Medicina Nuclear") .<br />

Dia a dia, a energia nuclear e os isótopos radiativos estão sendo explorados<br />

pelo homem a fim de proporcionar melhores condições de vida.<br />

Na pesquisa da energia nuclear, o homem descobriu uma terrível arma, mas<br />

por outro lado, indubitavelmente, ganhou excelentes conhecimentos sobre o<br />

átomo,que nos promete um futuro promissor.<br />

O homem,que veio da idade da pedra, passou por diversas evoluções e entra<br />

agora na ERA ATÔMICA.<br />

═════════════


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXERCÍCIOS<br />

(48) Tendo-se num instante zero, 4,0 g de um elemento radiativo de tempo, de<br />

meia vida igual a 1,0 hora, quantos gramas do material ativo restarão respectivamente<br />

depois de 1,0 hora e depois de 2,0 horas?<br />

a) 2,0 g e 1,0 g<br />

b) 2,0 g e 0 g<br />

c) 3,0 g e 2,0 g<br />

d) 3,5 g e 2,5 g<br />

e) depois de 1,5 horas não restará material ativo<br />

(49) A expressão fusão nuclear se refere a:<br />

a) liquefação de núcleos.<br />

b) quebra de núcleos formando núcleos menores.<br />

c) reunião de núcleos formando um núcleo maior.<br />

d) captura de elétrons.<br />

e) fissão nuclear.<br />

102<br />

ITA-63<br />

ITA-63<br />

(50) Um dos isótopos do Einstênio 99Es 253 , quando bombardeado com<br />

partículas 2He 4 , forma um elemento novo e dois nêutrons , como indicado pela<br />

reação:<br />

99Es 253 + 2He 4 = Elemento Novo + 2 n<br />

Qual é o conjunto de número atômico e o número de massa que<br />

corresponde ao novo elemento?<br />

(51) Qual das afirmações abaixo, relativas a reações nucleares como<br />

a da questão anterior, é FALSA?<br />

a) 0 número total de nucleons e conservado.<br />

b) A lei de conservação de cargas também se aplica a reações nucleares.<br />

c) A soma dos números de massa dos reagentes e igual a soma dos<br />

números de massa dos produtos.<br />

d) A energia libertada numa reação nuclear e, grosso modo, 10 7 (10 milhões)<br />

vezes maior que a energia libertada em reações químicas ordinárias, fixando-se<br />

massas iguais de reagentes.<br />

e) A energia de ligação nuclear dos reagentes é igual à energia de ligação<br />

nuclear dos produtos.<br />

ITA-64


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

103<br />

radiatividade-2<br />

(52) A vida média de 1,0 g de um isótopo radiativo vale 18 horas.<br />

A vida média de 0,5 g desse mesmo isótopo valerá:<br />

a) 9 horas d) 18 horas<br />

b) 36 horas e) nenhuma das respostas<br />

c) 20 horas acima esta certa<br />

ITA-66<br />

(53) Citar os tipos de radiações, indicando os sinais das respectivas cargas<br />

elétricas, que se observam na desintegração radiativa natural.<br />

POLI-65<br />

(54) Um átomo de um elemento radiativo "X" sofre uma desintegração<br />

emitindo uma partícula alfa, produzindo um átomo de um elemento "Y". Quantas<br />

desintegrações "B" deve sofrer o átomo do elemento "Y", para produzir um átomo<br />

isótopo do elemento "X"? Escrever as equações das diversas desintegrações<br />

dessas transformações.<br />

de m assa?<br />

POLI-67<br />

(55) Um grama de 42 99 Mo , por emissão de raios "β", decaia 1/8 g<br />

em 200 horas.<br />

I - qual a sua meia-vida?<br />

II - qual o seu novo número atômico e qual o seu novo número<br />

FMUSP-63<br />

(56) A desintegração do iodo radiativo aumenta com a temperatura.<br />

Certo ou Errado?<br />

FMUSP-64<br />

(57) Um grama de rádio leva 5.040 anos para decair a 1/16 g. A<br />

sua meia vida será:<br />

a) 315 anos c) 20.160 anos<br />

b) 1260 anos d)<br />

FMUSP-64<br />

(58) Na seguinte lista, todos os elementos são transurânicos: európio,<br />

amerício, frâncio, germânio e polônio?<br />

Certo ou Errado?<br />

FMUSP-64


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(59) O número atômico de um elemento diminuirá de duas<br />

unidades se o núcleo de seu átomo emitir uma partícula alfa.<br />

Certo ou Errado?<br />

104<br />

FMUSP-64<br />

(60) A meia-vida do isótopo 11 24 Na é de 15 horas. Se a<br />

quantidade inicial deste isótopo for 4 g, depois de 75 horas teremos:<br />

a) 0,800 g d) 0,125 g<br />

b) 20 g e) nenhuma das respostas<br />

c) anteriores<br />

(61) Nas reações nucleares sucessivas<br />

o elemento Z que se forma é:<br />

CESCEM-65<br />

CESCEM-66<br />

(62) São necessários 5,0 anos, para que o 60 Co perca a metade de sua<br />

radiatividade. Que porcentagem da sua atividade original permanecerá no fim de<br />

20 anos?<br />

a) 0% d) 25,0%<br />

b) 6,25% e) nenhum dos<br />

c) 12,5% valores acima<br />

CESCEM-66<br />

(63) Dispõe-se de um isótopo radiativo, cujos produtos de desintegração não<br />

são radiativos. Medindo-se a atividade de uma amostra deste isótopo, registrou-se<br />

uma contagem de 10.000 desintegrações por minuto. Após 24 horas, a mesma<br />

amostra acusou uma atividade de 5000 desintegrações por minuto. Deixando-se<br />

passar mais 24 horas , a atividade da mesma amostra correspondera a:<br />

a) 1250 desintegrações/minuto d) zero<br />

b) 2500 desintegrações/minuto e) nenhum dos valores<br />

c) 3750 desintegrações/minuto anteriores<br />

CESCEM-67


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

105<br />

radiatividade – 2<br />

(64) Quando um elemento emite uma partícula "α" e, em seguida,<br />

duas partículas "β", os elementos, primitivo e final:<br />

a) tem o mesmo número de massa<br />

b) são isótopos radiativos<br />

c) não ocupam o mesmo lugar na tabela periódica<br />

d) possuem números atômicos diferentes<br />

e) têm a mesma massa atômica<br />

(65) Na reação nuclear 2 He4 + X ───1 H1 + 8 017<br />

elemento X possuí:<br />

CESCEM-67<br />

a) número atômico 7 e d) número atômico 8 e<br />

número de massa 15 número de massa 14<br />

b) 8 prótons e 7 nêutrons e) número atômico 7 e<br />

c) 7 prótons e 7 nêutrons número de massa 16<br />

CESCEM-68<br />

(66) Uma grama do isótopo Mo 99 decai por emissão beta, atingindo l/8 g após<br />

200 horas. Qual é aproximadamente a meia-vida deste isótopo?<br />

a) 2 5 horas d) 1600 horas<br />

b) 50 horas e) os dados são insuficientes<br />

c) 67 horas para se saber a meia-vida.<br />

CESCEM-69<br />

(67) Um elemento "A",de número atômico 87 e número de massa 190, emite<br />

uma partícula alfa, transformando-se em"B". "B" emite uma partícula beta<br />

transformando-se em "C ". "C " emite alfa dando "D". "D" por sua vez emite beta<br />

resultando em "E". Os números atômicos e de massa de ''E" são respectivamente:<br />

a) 87 e 190<br />

b) 8 3 e 192 d) 85 e 182<br />

c) 87 e 186<br />

SANTA CASA-64<br />

(68) 0 número atômico do átomo de um elemento é 88 e o número de massa<br />

226. Quando esse átomo emite uma partícula "α", o átomo resultante apresentará:<br />

a) número atômico 08 e número de massa 225<br />

b) número atômico 87 e número de massa 224<br />

c) número atômico 86 e número de massa 222<br />

d) número atômico 85 e número de massa 225<br />

SANTA CASA-65


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

tempo no qual:<br />

ter:<br />

(69) Os raios gama são:<br />

a) radiações eletromagnéticas<br />

b) núcleos de átomos de hélio d) núcleos de átomos<br />

c) elétrons de hidrogênio<br />

106<br />

SANTA CASA-65<br />

(70) Período de semi-desintegração de um elemento radiativo é o<br />

a) a metade da quantidade inicial dos átomos<br />

do elemento se desintegra<br />

b) todos os átomos do elemento se desintegram<br />

c) 6,02 x IO 23 átomos do elemento se desintegram<br />

d) 1 mol do elemento se desintegra<br />

SANTA CASA-66<br />

(71) Quando um átomo emite um raio alfa, seu número de massa:<br />

a) aumenta de duas unidades c) diminui de quatro unidades<br />

b) diminui de duas unidades d) não se altera<br />

SANTA CASA-66<br />

(72) Quando um átomo emite um raio beta, seu número atômico:<br />

a) aumenta de uma unidade c) aumenta de duas unidades<br />

b) diminui de uma unidade d) não se altera<br />

SANTA CASA-66<br />

(73) Os raios-X, os raios catódicos e os raios alfa (do rádio)<br />

a) são todos desviados por um ímã<br />

b) somente o primeiro e o terceiro são desviados por um imã<br />

c) somente o segundo e o terceiro são desviados por um imã<br />

SANTA CASA-67<br />

(74) Ao emitir uma partícula alfa, um elemento radiativo passa a<br />

a) número e peso atômicos diminuídos de uma unidade<br />

b) número atômico diminuído de 2 e peso atômico diminuído de 4<br />

unidades<br />

c) número e peso atômicos diminuídos de 2 unidades<br />

SANTA CASA-67


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(75) É possível determinar a idade da Terra por meio:<br />

I - da teoria da relatividade<br />

II - da radiatividade<br />

III - pela expansão do universo<br />

107<br />

radiatividade – 2<br />

SANTA CASA-68<br />

(76) Quando o Boro (peso atômico 11, número atômico 5) e<br />

bombardeado com partículas alfa, as seguintes variações são observadas<br />

Boro + partícula alfa -------------------> novo elemento + neutron<br />

(transmutação α, n)<br />

0 peso atômico e o número atômico do novo elemento formado<br />

serão, respectivamente;<br />

a) 14 e 7 d) 11 e 5<br />

b) 10 e 7 e) nenhum dos<br />

c) 11 e 6 anteriores<br />

(77) Radiatividade natural é o fenômeno pelo qual:<br />

SANTA CASA-69<br />

a) um elemento pesado emite espontaneamente apenas "raios-X"<br />

b) dois elementos mais leves se unem para produzir um 3º.<br />

elemento, com grande emissão de energia<br />

c) um elemento, sofrendo o bombardeamento por um nêutron, se<br />

transforma num isótopo<br />

d) nenhuma das respostas<br />

EES CARLOS-66<br />

As questões 78 e 79 referem-se ao seguinte enunciado: "A" e<br />

"B" são 2 elementos radiativos que se desintegram em chumbo (Pb)<br />

segundo o esquema:<br />

(78) 0 valor correto de "u", "k" e "x" e:<br />

u = k = x = u = k = x =<br />

a) 232 208 82 c) 228 216 86<br />

b) 228 208 82 d) 222 212 74<br />

(79) 0 valor correto de "z", "y" e "t" é:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

z = y= t = z = y= t =<br />

a) 98 82 206 c) 96 86 214<br />

b) 92 82 206 d) 84 74 210<br />

(80) Qual das reações abaixo está errada:<br />

108<br />

EES CARLOS-67<br />

EES CARLOS-68<br />

(81) Um átomo “ A” emitindo um raio "alfa", se transforma no átomo<br />

"B" OS átomos "A" e "B" s ao :<br />

a) isótopos c) alotrópicos<br />

b) isóbaros d) nem isótopos nem isóbaros<br />

FEI-68<br />

(82) A vida média de um grama de certo isótopo radiativo vale<br />

30 dias. A vida média de 0,5 gramas do mesmo isótopo vale:<br />

a) 30 dias b) 15 dias c) 60 dias<br />

FEF ALVARES PENTEADO-68<br />

(83) Um grama de um elemento radiativo emite partículas beta e<br />

após 400 horas fica reduzido a 1/16 g. Qual é sua meia vida?<br />

a) 100 horas c) 10 horas<br />

b) 400 horas d) 50 horas<br />

GEOLOGIA USP-64<br />

(84) Um átomo de número atômico 27 e número de massa 35<br />

emite uma partícula alfa. 0 novo átomo possuirá:<br />

a) número atômico 28 número de massa 35<br />

b) número atômico 26 número de massa 36<br />

c) número atômico 25 número de massa 31<br />

d) número atômico 25 número de massa 35<br />

GEOLOGIA USP-64


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

109<br />

radiatividade - 2<br />

(85) Dois átomos pertencentes a dois isótopos de um mesmo<br />

elemento apresentam:<br />

a) a mesma massa d) mesmas propriedades<br />

b) propriedades químicas diversas nucleares<br />

c) mesmo tamanho e) nenhuma das citadas<br />

EE LINS-67<br />

(86) Quando um átomo radiativo de número atômico 90 emite uma<br />

partícula beta, origina-se um novo átomo de número atômico:<br />

a) 91 b) 89 c) 88<br />

EE MAUA-63<br />

(87) Os nêutrons, como projéteis, são mais usados que os<br />

prótons nos processos de bombardeio nuclear porque:<br />

a) tem maior massa<br />

b) são desprovidos de carga<br />

c) são mais fáceis de serem obtidos<br />

EE MAUÁ-64<br />

(88) Quando um átomo de um elemento radiativo e cujo número atômico é<br />

Z,emite um elétron (negativo), origina-se um novo núcleo de número atômico:<br />

a) Z - 1 b) Z + 1 c) Z<br />

EE MAUÁ-65<br />

(89) Quando o núcleo de um átomo, de número atômico Z,emite uma<br />

partícula beta, origina-se um outro núcleo de número atômico Z +1, isóbaro do<br />

primeiro.<br />

Certo ou Errado?<br />

(90) 0 que é uma substância radiativa?<br />

(91) 0 que caracteriza um elemento radiativo?<br />

EE MAUS-68<br />

EE MACKENZIE-63<br />

EE MACKENZIE-64


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

magnético?<br />

(92) Qual o comportamento dos raios alfa, beta e gama num campo<br />

110<br />

EE MACKENZIE-64<br />

(93) Após 40 dias, um determinado radioisótopo puro, cuja meia<br />

vida é de 10 dias, pesa 0,5 g. 0 seu peso inicial era:<br />

a) 8 g d) 2 g<br />

b) 6 g e) 0,5 g<br />

c) 4 g<br />

MEDICINA SANTOS-68<br />

(94) 0 símbolo que pode ser usado para completar a reação nuclear:<br />

3Li 7 + 1H 1 = 2 ..... é:<br />

a) iH 1 d) _1 e0<br />

b) o n1 e) 1D 2<br />

c) 2He 4<br />

(95) Assinalar as proposições corretas:<br />

MEDICINA SANTOS-68<br />

1) Os raios-gama apresentam pequeno comprimento de onda, sendo<br />

mais penetrantes que os raios alfa, beta e raio-X.<br />

2) Raios alfa são os núcleos de átomos de argônio, portanto, com<br />

carga positiva, porém, com poder de penetração limitado<br />

3) Raios beta são elétrons em grande velocidade e, com maior poder<br />

de penetração que as partículas alfa.<br />

4) Quando um elemento emite partículas alfa, forma-se outro<br />

elemento,cujo número atômico é uma unidade inferior.<br />

QUIM-MOGI DAS CRUZES-69<br />

(96) Dos elementos que participam das reações nucleares sucessivas:<br />

92E 238 --------- E2 + 2 α4<br />

E2 --------- E3 + β<br />

E3 -------- E 4 + β<br />

a) E 1 e E2 são isótopos e E2, E3 e E 4 , são isóbaros<br />

b) E 1 e E3 são isótopos e E2, E3 e E 4 , são isóbaros<br />

c) E 1 e E 4 , são isótopos e E 1 , E3 e E 4 , são isóbaros<br />

d) E 1 e E 4 , são isótopos e E2, E3 e E 4 , são isóbaros<br />

e) E 1 e E 4 , são isótopos e E 1 , E2 e E3 são isóbaros<br />

UFMG-67


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(97) As sucessivas reações nucleares abaixo<br />

90A 232 --------- B + 2ª 4<br />

B ------------- C + β<br />

levam a um elemento C com as seguintes características:<br />

a) 87C 229 d) 91 C 227<br />

b) 89C 228 e) 88C231<br />

c) 90c 230<br />

111<br />

radiatividade - 2<br />

UFMG-67<br />

(98) Um elemento radiativo tem ao fim de 36 dias, sua radiatividade<br />

reduzida a 1/8 da original. Sua meia-vida é:<br />

a) 4 dias d) 12 dias<br />

b) 6 dias e) nenhuma das<br />

c) 9 dias anteriores<br />

UFMG-67<br />

(99) Uma certa quantidade de Ra, ao se desintegrar, emite em um ano, 2,7 x<br />

10 13 partículas alfa e, a quantidade "He" formada é da 1 x IO -3 mm 3 , medidos nas<br />

condições normais de temperatura e pressão. Os dados acima permitem deduzir:<br />

a) o valor da vida— média do Ra<br />

b) o valor da meia-vida do Ra<br />

c) o valor da constante de desintegração radiativa do Ra<br />

d) o valor do número de Avogadro<br />

e) que o "He", membro da família radiativa do Ra<br />

(100) Entre as equações dadas abaixo:<br />

UFMG-68<br />

assinalar o grupo de equações em que a instabilidade do elemento é devida<br />

a excesso de protons:<br />

a) I, II, III d) I, IV, V<br />

b) I, III, IV e) III, IV, V<br />

C) I, III, V UFMG-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(101) Qual destas afirmativas sobre os elementos transurânicos é errada:<br />

a) tem número atômico elevado<br />

b) seu enchimento eletrônico se dá no subnível 4f<br />

c) são todos radiativos<br />

d) apresentam massa atômica elevada<br />

e) são obtidos por meio de reações nucleares<br />

112<br />

EEUMG-67<br />

(102) Um certo isótopo radiativo tem um período de meia-vida de 10<br />

minutos. Se num certo instante, tivermos 20 microgramas deste isótopo, quantos<br />

microgramas existirão ao fim de 20 minutos?<br />

a) zero d)<br />

b) 5 e) não se pode saber<br />

c) 10<br />

(103) Qual das seguintes afirmações é a mais correta?<br />

MEDICINA-VALENÇA-69<br />

a) Raios alfa são núcleos de átomos de Hélio, formados por 4<br />

prótons e 4 neutrons.<br />

pressão.<br />

b) O poder de penetração dos raios alfa aumenta com a elevação da<br />

c) Os raios beta são elétrons emitidos pelos núcleos dos átomos dos<br />

elementos radiativos.<br />

e beta.<br />

d) Os raios gama são radiações da mesma natureza que os raios alfa<br />

e) O "Curie" é a radiatividade equivalente à de um quilograma de<br />

rádio em equilíbrio radiativo.<br />

MEDICINA-ITAJUBA-68<br />

(104) Vinte miligramos de um elemento radiativo, depois de 10 minutos, se<br />

reduzem a cinco miligramos. Quarenta miligramos do mesmo elemento, depois de<br />

20 minutos, reduzir-se-ão a:<br />

a) 20 miligramos<br />

b) 13,5 miligramos<br />

c) 4 miligramos<br />

d) 25 miligramos<br />

e) 2,5 miligramos<br />

MEDICINA-ITAJUBÁ-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(105) O carbono radiativo 14 C pode ser obtido por:<br />

a) desintegração do carbono 12 C<br />

b) bombardeamento do carbono-12 por neutrontes<br />

c) bombardeamento do carbono-12 por cíclotron<br />

d) bombardeamento do nitrogênio por neutrontes lentos<br />

e) bombardeamento do carbono-12 por raios gama<br />

113<br />

radiatividade-2<br />

MEDICINA-GB-66<br />

(106) Marcar o processo que não pode ser considerado como da<br />

desintegração atômica:<br />

"a" tem:<br />

a) emissão de partículas alfa<br />

b) emissão de partículas beta<br />

c) emissão de partículas e +<br />

d) emissão de fóton de luz ultravioleta<br />

e) captura de eletrontes pela camada K do átomo<br />

MEDICINA-GB-66<br />

(107) 0 produto da desintegração de um elemento que só emite raios<br />

a) a mesma massa atômica e número atômico maior<br />

b) a mesma massa atômica e número atômico menor<br />

c) o mesmo número atômico e massa atômica maior<br />

d) o mesmo número atômico e massa atômica menor<br />

e) o número e massa atômicos menores<br />

UFRJ-68<br />

(108) 0 32 P, de grande importância bioquímica, pode ser obtido, mediante<br />

bombardeio do 31 P com dêuterons de 10 milhões de volts, procedentes de 1 cíclotron.<br />

Esta reação será do tipo:<br />

a) 31 P (d, p) 32 P<br />

b) 31 P (d, y) 32 P<br />

c) 31 P (d, α) 32 P<br />

d) 31 P (d, n) 32 P<br />

e) diferente<br />

117<br />

UFRJ-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(109) A massa da partícula alfa é de:<br />

a) 0,000548<br />

b) 1,00897<br />

c) 1,007852 (unidade de massa atômica )<br />

d) 2,014722<br />

e) 4,002764<br />

114<br />

UFRJ-68<br />

(110) A transformação radiativa, com emissão de raios beta, fornece um<br />

novo elemento (Lei de Russell, Fajans e Soddy) com:<br />

a) mesma massa atômica e número atômico menor<br />

b) mesma massa atômica e número atômico maior<br />

c) mesmo número atômico e massa atômica maior<br />

d) mesmo número atômico e massa atômica menor<br />

e) diferentes dos mencionados<br />

118<br />

══════════════════<br />

UFRJ-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

ATOMÍSTICA<br />

115<br />

capítulo 3


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

116<br />

estrutura do átomo-3<br />

A O ÁTOMO<br />

DE DALTON<br />

Vimos no LIVRO I que a concepção de átomo, como constituinte universal da<br />

matéria, havia sido lançada pelos filósofos gregos.<br />

Foi o inglês John Dalton que, em 1808, deu um caráter cientifico À idéia de<br />

átomo. As proposições de Dalton foram baseadas nas leis ponderais das reações<br />

químicas"que já haviam sido observadas e constatadas como válidas em quaisquer<br />

reações.<br />

De modo resumido, Dalton supôs que:<br />

a) Todo átomo é uma minúscula partícula material indestrutível,<br />

mantendo massa e dimensão inalteráveis.<br />

de matéria.<br />

b) Átomos do mesmo elemento químico são idênticos entre si.<br />

c) Os diversos átomos podem combinar-se,originando diferentes espécies<br />

Exemplos:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Enfim, matéria para Dalton, seria um aglomerado de átomos (bolinhas<br />

indivisíveis), uns colados aos outros. Seria, então,como uma miniatura do "doce de<br />

sagu".<br />

Dalton pensou que, os átomos diferentes, quando se combinavam, sempre<br />

mantinham a proporção de 1:1 e, sugeriu, que tais combinações fossem denominadas<br />

"moléculas". Como a água é constituída de hidrogênio e oxigênio, Dalton pensou que, a<br />

molécula de água fosse "HO" e que, numa gota d'água, existissem muitas e_ muitas<br />

dessas moléculas , umas vizinhas das outras. Mais tarde, os trabalhos de Gay-Lussac<br />

e Avogadro, demonstraram que, numa molécula, podem existir diferentes átomos sem<br />

obedecer a proporção 1:1. É o caso da molécula de água, que como vocês sabem,<br />

possui 2 átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.<br />

Cada molécula de água, é Cada molécula de enxofre (S8), é<br />

constituída por 2 átomos de constituída por 8 átomos de<br />

hidrogênio e 1 átomo de oxigênio enxôfre.<br />

A atual concepção do átomo, está muito longe dessa idéia inicial, como<br />

veremos adiante. No entanto, por questões de comodidade de apresentação, até hoje<br />

utiliza-se muito a representação "átomo = esfera maciça", pois,deste modo, ainda é<br />

muito satisfatória para um grande número de fenômenos químicos.<br />

A introdução, da idéia de molécula, que decorreu das leis dos gases (vide livro<br />

I) veio reestruturar a teoria atômica de Dalton. A teoria "atomo=bolinha" começou a<br />

sofrer abalos violentos a medida que iam sendo descobertos novos fenômenos.<br />

Como poderíamos responder às seguintes perguntas?<br />

- Por que nem todos os átomos se combinam entre si?<br />

- Que é eletricidade?<br />

- Por que certas reações químicas absorvem ou libertam muita energia?<br />

- 0 que é radiatividade?<br />

- Por que existem ímãs?<br />

117


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

118<br />

estrutura do átomo-3<br />

Respostas com argumentos satisfatórios somente aparecem com o decorrer<br />

dos tempos. A ciência toma um impulso extraordinário no século 20 e, em<br />

conseqüência, surgiram renovações para a teoria atômica.<br />

Hoje, é incabível aceitar átomo = esfera maciça,"'mas não resta dúvida que<br />

esta idéia primitiva foi a base inicial que conduziu os cientistas a investigarem o<br />

interior do átomo.<br />

════════════════<br />

B O MODELO DE<br />

RUTHERFORD-BOHR<br />

Foi o cientista inglês Ernest Rutherford, quem apresentou "a nova face" para<br />

o átomo, discordando da indivisibilidade do mesmo.<br />

Vimos no CAPITULO 2 que Rutherford conseguiu demonstrar a existência de<br />

partículas "α", "β" e raios gama nos fenômenos radiativos.<br />

Desta vez, ele utilizou um material radiativo, o polônio, que emite raios alfa<br />

com surpreendente intensidade.<br />

Colocando o polônio radiativo dentro de um bloco de chumbo, Rutherford<br />

bombardeou uma finíssima lâmina de ouro com as partículas "a", então emitidas<br />

pelo polônio.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Rutherford estava curioso em estudar as trajetórias das partículas "α" e<br />

também os resultados das colisões dessas partículas com átomos de ouro.<br />

Para isso, colocou um anteparo de forma cilíndrica em redor da lâmina de<br />

ouro. Este anteparo é revestido com um material fluorescente (sulfeto de zinco) e<br />

quando nele há incidência de uma partícula "α" ocorre emissão de luz visível.<br />

Uma região de fluorescência constante e intensa apareceu no anteparo,<br />

exatamente na direção das emissões "α".<br />

luminosos.<br />

Em outros pontos do anteparo apareciam de tempos em tempos pontos<br />

INTERPRETAÇÃO: A maioria das partículas "α" atravessam a lâmina de<br />

ouro como se esta fosse uma peneira. Apenas algumas partículas sofrem desvios.<br />

Estas observações levaram a crer que a matéria é praticamente oca. Embora<br />

a lâmina de ouro pareça compacta é constituída de muitas camadas de átomos de<br />

ouro.<br />

Rutherford fez as seguintes proposições:<br />

A) O átomo deve ser constituído de uma parte central (caroço) e que foi<br />

denominado núcleo . Este deve ter carga POSITIVA, pois repele violentamente as<br />

partículas "α" que possuem carga positiva , quando estas passam próximo ao<br />

núcleo.<br />

119


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

120<br />

estrutura do átomo-3<br />

B) Analisando o número de<br />

partículas "α" que sofreram desvios, em<br />

relação aquelas que atravessaram<br />

normalmente a lâmina, conclui-se que<br />

o"tamanho do núcleo, deve ser<br />

extremamente pequeno em relação ao<br />

átomo'. Os cálculos probabilísticos revelam<br />

que:<br />

Raio do núcleo = do Raio do átomo<br />

Isto quer dizer que, se o núcleo tivesse 1 metro de diâmetro, o átomo teria<br />

um diâmetro de 10 Km, no mínimo.<br />

A título ilustrativo, imaginemos uma bola de tênis no centro do Estádio<br />

Maracanã. Então a bola seria o núcleo e o estádio seria o átomo, em termos<br />

proporcionais com o verdadeiro átomo.<br />

C) Se o átomo tivesse apenas<br />

núcleos positivos e nada mais, qualquer<br />

matéria, como a lâmina de ouro, seria<br />

eletricamente muito positiva!<br />

Para contornar este fato, Rutherford<br />

admitiu que a carga nuclear seria<br />

equilibrada por elétrons. Esses elétrons não<br />

poderiam estar parados, pois seriam atraídos<br />

para o núcleo e o átomo seria um sistema<br />

instável. Foi admitido um equilíbrio dinâmico<br />

ou seja: "Os elétrons devem girar em redor do<br />

núcleo, em órbitas circulares".<br />

Como o átomo é elétricamente neutro, a carga total dos elétrons deve<br />

ser igual à carga do núcleo. Pode-se comparar a estrutura atômica com o sistema<br />

planetário: o Sol atrai a Terra; como a Terra gira em redor do Sol, eles<br />

mantém um equilíbrio dinâmico.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

CONTRADIÇÃO À TEORIA DE RUTHERFORD<br />

Mal a teoria fora lançada, ela teve que vencer diversos obstáculos. Uma forte<br />

contradição apareceu imediatamente, em relação à trajetória e energia do elétron.<br />

A TEORIA DE BOHR<br />

121<br />

Segundo a teoria clássica de Maxwell, no<br />

estudo do eletromagnetismo, qualquer carga<br />

elétrica acelerada emite energia em forma de onda<br />

eletromagnética.<br />

Ora, o elétron em movimento circular está<br />

constantemente sujeito `a aceleração centrípeta<br />

(Ycp) e , continuamente deveria emitir energia.<br />

Perder energia significa perder velocidade<br />

e, para que o elétron continuasse em equilíbrio com<br />

o núcleo, seria necessário diminuir o raio da<br />

trajetória. Então, o movimento do elétron teria<br />

uma trajetória em espiral. Dentro em breve o<br />

elétron cairia no núcleo e qualquer átomo teria<br />

estrutura instável. Absurdo!!!.<br />

Foi o físico dinamarquês Niels Bohr quem introduziu a justificação energética<br />

para o elétron, aceitando-se o modelo de Rutherford.<br />

Bohr achou que nem todas as leis que eram válidas na Física Clássica<br />

(resultantes de observações experimentais) deveriam ser seguidas pelas partículas<br />

constituintes do átomo.<br />

Foi o caso do elétron girando em torno do núcleo. Para este, Bohr estabeleceu<br />

certas proposições baseadas na teoria quântica de Planck, que se tornaram<br />

conhecidas como"POSTULADOS DE BOHR" fugindo das restrições impostas pela<br />

física Clássica.<br />

Os constituintes do átomo passam a respeitar novas leis que são baseadas<br />

na mecânica quântica.<br />

Em simples palavras, os postulados de Bohr são:<br />

A) "Os elétrons giram em redor do núcleo em órbitas circulares bem<br />

definidas e, espontaneamente,ao fazê-lo, eles não irradiam energia."<br />

B) "Quando um elétron passa de uma órbita para outra, ele emite ou<br />

absorve, determinada energia dada pela expressão:<br />

∆E = h.f


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Sendo:<br />

h - constante de Planck = 6,6 x IO -27 erg x seg.<br />

f - frequência da radiação absorvida ou emitida.<br />

122<br />

estrutura do átomo -3<br />

A energia “ absorvida ou emitida por um elétron'” é sempre de"um fóton”.<br />

Embora os elétrons girem em órbitas circulares, eles não irradiam energia<br />

espontaneamente.<br />

Para afastar o elétron do núcleo, Quando um elétron "passa"<br />

ele absorve um fóton de a uma órbita mais interna, ele<br />

energia "q = h.f." emite um fóton de energia "q=h.f.“<br />

Bohr não enunciou esses postulados apenas com base intuitiva; muitos<br />

cientistas já haviam estudado os espectros de emissão do hidroqênio e seus resultados<br />

permitiram que fossem enunciados aqueles postulados.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Vamos descrever rapidamente o que é um espectro de emissão.<br />

Imagine uma lâmpada incandescente, uma lente, um prisma de vidro e<br />

um anteparo branco como indica o esquema abaixo:<br />

No anteparo serão projetadas as sete cores, numa seqüência como àquela que<br />

aparece no arco-íris. De cima para baixo: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul,<br />

anil e violeta.<br />

contínuo.<br />

As cores sofrem uma mudança gradativa e, teremos então um espectro<br />

123


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

gás hidrogênio.<br />

124<br />

estrutura do átomo-3<br />

Vamos substituir a lâmpada incandescente por um tubo de Geisller contendo<br />

Observa-se que, durante a descarga, no anteparo aparecem linhas luminosas,<br />

umas distanciadas das outras. Trata-se, portanto, de um 'espectro descontínuo ou<br />

espectro linear ou de raias"<br />

Observação:<br />

Na verdade, durante a descarga no tubo de hidrogênio, ainda são emitidos<br />

raios ultra-violetas e infra-vermelhos que são invisíveis, que seriam detectados se<br />

utilizasse prisma de quartzo e anteparo:: especiais (filmes ou materiais<br />

fluorescentes).<br />

Por que surgem estas linhas durante a descarga?<br />

Eis a explicação:<br />

Durante a descarga, elétrons saem do cátodo e dirigem-se para o ânodo (veja<br />

capítulo 1). Pode um desses elétrons colidir com um elétron do átomo de hidrogênio (I<br />

e II) e jogá-lo numa órbita mais externa (III), resultando um estado instável no átomo.<br />

O elétron tende a voltar para a órbita inicial e, na transição, ele emite uma radiação.<br />

Agora que sabemos o que é um espectro de emissão, vamos narrar como, o<br />

famoso cientista dinamarquês, conseguiu contornar a contradição à teoria de<br />

Maxwell.<br />

Bohr examinou cuidadosamente as experiências realizadas por<br />

Lyman, Balmer e Paschen.


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Estes cientistas estudaram as emissões produzidas durante a descarga de<br />

um tubo de Geissler contendo hidrogênio:<br />

Lyman, preocupou-se com as emissões na região da luz ultra-violeta; Balmer<br />

na parte da luz visível e, Paschen, anotou as radiações dos infra-vermelhos.<br />

Os comprimentos de onda das diversas radiações foram anotadas, e eles<br />

encontraram as seguintes fórmulas:<br />

Os inversos de "λ' estavam assim relacionados, como indicam as fórmulas<br />

puramente empíricas. Nestas relações, "R" é a constante de Rydberg e vale:<br />

fórmula:<br />

R = 1 ,097 x 10 7 m -1 ; "n" é apenas número natural.<br />

Por exemp1o:<br />

Vejamos as anotações feitas por Balmer na região da luz visível.<br />

No filme ele encontrou os seguintes "λ":<br />

Êle mesmo verificou que, os valores de "λ" obedeciam à seguinte<br />

125


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

126<br />

estrutura do átomo-3<br />

Este resultado concorda com o maior valor de "λ" lido no espectrômetro.<br />

Quando Bohr examinou estas correlações, sugeriu que, o movimento dos<br />

elétrons obedecessem a determinadas leis energéticas. Foi assim que êle adaptou ao<br />

fenômeno a teoria quântica de Planck.<br />

no espectro?<br />

Eis agora a interpretação de Bohr:<br />

Por que apareciam diferentes valores de " λ "<br />

O átomo de hidrogênio, no estado normal,<br />

apresenta um elétron girando numa região próxima<br />

do núcleo. Aí, esse elétron tem posição estável.<br />

Quando esse elétron receba energia, êle<br />

passa a girar numa órbita mais externa, porém, a<br />

sua estabilidade é pequena. Dentro de pouco tempo,<br />

o elétron voltará à_ órbita inicial. E nessa volta que<br />

ocorrera emissão de ondas eletromagnéticas de<br />

comprimento de onda "A" (uma<br />

forma de energia).<br />

Devem existir diversas órbitas, onde os elétrons possam estacionar<br />

temporariamente.<br />

A cada órbita estacionária deve<br />

corresponder determinada energia para o elétron.<br />

Acontece que, a variação de energia , devo ser<br />

descontínua, como se fossem "degraus de uma<br />

escadaria".<br />

Vamos supor que o elétron fosse uma<br />

pequena bola. Quando ela fosse lançada, teria<br />

recebido energia e, iria atingir deter


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

minado degrau. Daí, a descida seria feita por "saltos" (não obrigatóriamente<br />

de degrau em degrau), e em cada etapa, perderia uma parcela da energia.<br />

No átomo, quando o elétron é colocado numa órbita externa, ele tende a voltar<br />

à órbita inicial, pelo processo de "saltos". Porém, esses saltos podem ser diferentes nos<br />

diversos átomos. A cada tipo de salto corresponde determinado "λ".<br />

Mas, saltos maiores significam maiores perdas de energia!<br />

Então, todo "λ" está associado a determinada variação de energia.<br />

Qual seria a relação entre o "λ" e a variação de energia?<br />

Foi aí que Bohr aplicou a teoria de Planck:<br />

Sabe-se que:<br />

λ = c f freqüência de radiação<br />

f c velocidade da luz<br />

e segundo Planck:<br />

________________________________<br />

energia do fóton = q = h.f<br />

__________________________________<br />

h = constante de Planck = 6,6 x IO -27 erg x seg<br />

onde:<br />

q = quantum<br />

Resumindo:<br />

a) Para um elétron que volta à posição normal através de saltos, em<br />

cada salto, ele só emite um fóton.<br />

b) Se os fótons emitidos possuem energias diferentes, conclui-se que<br />

existem diferentes tipos de saltos.<br />

c) Cada fóton tem energia q = h.f donde se conclui que o número de saltos<br />

diferentes corresponde ao número de diferentes frequências (ou de λ diferentes).<br />

d) Foi assim que Bohr supôs que existissem órbitas circulares bem<br />

determinadas onde os elétrons poderiam girar como esta no desenho da pagina<br />

seguinte. Cada órbita recebeu um número n inteiro.<br />

e) O número de raias que aparecem no espectro correspondem a todos os<br />

possíveis saltos dos elétrons utilizando-se apenas as n órbitas.<br />

Não existem órbitas intermediárias, pois no espectro não se constatou<br />

nenhum valor de λ que fosse compatível com essa hipótese.<br />

127


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

128<br />

estrutura do átomo-3<br />

Neste desenho esquemático, temos os correspondentes "saltos" do elétron<br />

nas séries de Lyman, Balmer e Paschen.<br />

Num gráfico energético teríamos:


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No desenho esquemático vê-se que, para cada "n", corresponde determinada<br />

energia. Então, a energia do elétron não varia de modo continuo.<br />

Apenas as posições inicial e final no "salto do elétron" é que determina o "X_"<br />

do fóton emitido.<br />

Para melhor visualizar a idéia energética do elétron, imagine uma miniatura<br />

de um estádio de futebol com suas arquibancadas.<br />

campo).<br />

Suponhamos que o jogador esteja bem próximo das arquibancadas (fora do<br />

Faça de conta que a "bola" é o elétron que, chutada pelo "era que" (que<br />

fornece energia), vai para o alto e depois desce a arquibancada dando "saltos".<br />

4, ...).<br />

Vamos supor que as arquibancadas sejam indicadas por (n = 1, 2, 3,<br />

A bola recebe energia atingindo determinado "n". Ela voltará à posição inicial<br />

(n = 1), porém, os caminhos serão os mais variados.<br />

No desenho temos a volta (n = 6 n = 3 n = 1). Poderia até voltar<br />

diretamente. Para cada salto diferente, a bola perde diferente energia.<br />

Pode ainda acontecer que, com um "chute" muito forte, a bola saísse do<br />

estádio (no átomo seria a ionização).<br />

129


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

130<br />

estrutura do átomo-3<br />

Bohr achou que, cada elétron possui sua "arquibancada de estabilidade" bem<br />

determinada. Aí, o elétron gira em redor do núcleo, sem irradiar energia.<br />

Se um elétron é deslocado de sua arquibancada para outra superior, ele<br />

tende a voltar à posição inicial (diretamente ou por etapas), com irradiação de energia.<br />

Observa-se que, as energias são bem definidas para cada arquibancada.<br />

Os diversos estados energéticos do elétron,foram relacionados com regiões, de<br />

maior ou menor distância,até o núcleo. Estas regiões, são as CAMADAS<br />

ELETRÔNICAS ou NÍVEIS ELETRÔNICOS.<br />

Cada camada eletrônica pode ter um máximo de elétrons, assunto que<br />

discutiremos a seguir.<br />

DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA<br />

Os átomos até hoje conhecidos apresentam seus elétrons em camadas, tendo<br />

um máximo de 7 camadas de estabilidade, denominadas: K, L, M, N, 0, P e Q.<br />

O cálculo desses máximos de elétrons será discutido adiante.<br />

Experimentalmente, constatou-se que, num átomo estável, o máximo de<br />

elétrons na camada externa é 8.<br />

Regra para a distribuição eletrônica:<br />

Vamos repetir a regra que foi dada no capítulo 2 do LIVRO I.<br />

a) Preencha as camadas na ordem:_K, L, M, N, ... etc. Nessa ordem, coloque<br />

o máximo de elétrons que aceita cada camada. Assim, K - 2, L - 8, M - 18, ... etc, até<br />

completar o total de elétrons do átomo.<br />

b) Verifique o número de elétrons na camada mais externa. Se ela<br />

tiver mais de 8 elétrons deve-se:<br />

CANCELAR esse número e deixar apenas 8 ou 18 elétrons.<br />

(Escreve 8 ou 18; aquele que for imediatamente inferior ao número<br />

a ser cancelado).


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- a_ diferença entre o número cancelado e 8 ou 18 (imediatamente<br />

inferior), deve ser escrito na camada seguinte.<br />

c) Se ainda, a nova camada tem mais de 8 elétrons, deve-se repetir<br />

a operação do item b.<br />

Então temos:<br />

externa?<br />

EXERCÍCIOS<br />

(111) Seja a configuração eletrônica do átomo de cálcio de Z = 20.<br />

(112) Seja a configuração eletrônica do átomo de iodo de Z=53.<br />

(113) Seja a configuração eletrônica do átomo de frâncio de<br />

(114) Escreva a configuração eletrônica do átomo de alumínio de<br />

Z = 13, segundo suas camadas eletrônicas.<br />

(115) Idem, para o átomo de antimônio de Z = 51.<br />

(116) Quantos elétrons possui o átomo de Z = 37 na sua camada<br />

a) 1 b) 8 c) 9 d) 5<br />

131


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132<br />

estrutura do átomo-3<br />

(118) Quantas camadas eletrônicas possui o átomo de Z = 56?<br />

a) 5 c) 7<br />

b) 6 d) 2<br />

(119) Quantos elétrons possui a penúltima camada do átomo de<br />

germânio de Z = 32?<br />

a) 2 c) 18<br />

b) 8 d) 32<br />

Os elementos de transição<br />

═════════════════════<br />

A regra que foi citada abrange um grande número de átomos. Porém,<br />

constata-se experimentalmente que ela NÃO VALE para os ELEMENTOS DE<br />

TRANSIÇÃO.<br />

Os elementos de transição serão estudados no capitulo 5 deste livro, onde se<br />

trata da classificação periódica dos elementos.<br />

Adiantando as afirmações, podemos dizer que, os elementos de transição<br />

aparecem no 49, 59, 69 e 79 períodos da tabela e seus números atômicos estão<br />

compreendidos entre:<br />

21----------- 28<br />

39----------- 46<br />

5 7---------- 78<br />

89-----------103<br />

Dada a distribuição eletrônica desses elementos é facílimo o seu<br />

reconhecimento, porque qualquer um deles possui:<br />

a) 1 ou 2 elétrons na camada externa.<br />

b) Pelo menos uma camada interna com número de elétrons diferente<br />

de 2, 8, 18 ou 32.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(120) O átomo de ferro de Z = 26 possui a seguinte configuração


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(121) Sejam os átomos A, B, C e D cujas configurações eletrônicas<br />

estão abaixo indicadas. Aponte aquele que é de transição.<br />

Como já dissemos, a regra da distribuição eletrônica diretamente nas<br />

camadas é válida somente para elementos não de transição.<br />

Os elementos não de transição apresentam nas camadas internas, número de<br />

elétrons 2, 8, 18 e 32 enquanto aqueles de transição possuem pelo menos uma<br />

camada interna com diferente número de elétrons.<br />

══════════════<br />

C A EVOLUÇÃO<br />

DA TEORIA DE<br />

RUTHERFORD-BOHR<br />

A teoria de Rutherford-Bohr foi muito bem sucedida, quando aplicada ao<br />

átomo com apenas 1 elétron (Hidrogênio, deutério e hélio ionizado). Quando se tratava<br />

de espectros de átomos mais complexos, com diversos elétrons, surgiram dificuldades<br />

em adaptar a teoria, e houve necessidade de adaptar novas grandezas quânticas.<br />

Num sistema com diversos elétrons ocorrem interações entre esses elétrons e<br />

o espectro, ao invés de ser"espectro de linhas" aparece na forma de "espectro de raias".<br />

Estas "raias" são diversas linhas umas muito próximas das outras.<br />

133


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

134<br />

estrutura do átomo-3<br />

O exame mais minucioso é<br />

denominado "espectro fino".<br />

Se cada raia está associada a 5<br />

linhas, isto significa que ocorreram 5 saltos<br />

muito semelhantes.<br />

Esta experiência força a aceitar que<br />

elétrons com o mesmo número quântico<br />

principal possuem diferentes energias. Há<br />

necessidade de introduzir outros números<br />

quânticos para caracterizar a energia do<br />

elétron num átomo.<br />

Foi Sommerfold, quem deu o primeiro passo para a ampliação à teoria de<br />

Bohr. Ele admitiu a possibilidade de órbitas elípticas com diferentes excentricidades,<br />

para um mesmo número quântico principal n.<br />

Assim os elétrons da camada 'M" (n = 3) poderiam ter 3 tipos de elipses.<br />

Foi introduzido um 29 número quântico para caracterizar estas elipses de<br />

diferentes excentricidades. E o número quântico azimutal ℓ, também denominado<br />

número quântico secundário.<br />

Os valores que ℓ pode assumir variam de 0 até (n - 1). Por exemplo, na<br />

camada N (n = 4) , os possíveis valores são: ℓ, = 0, 1 , 2 e 3.<br />

Temos, então, 4 tipos de elipses. Quanto maior o valor de t a elipse é mais<br />

"arredondada". O máximo valor de ℓ, portanto ℓ=(n-l), no exemplo ℓ = 3, corresponde à<br />

elipse mais arredondada, ou seja, uma circunferência.<br />

Quanto maior o valor de ℓ maior é a energia do elétron.<br />

Cientificamente, ao invés de falar que os elétrons têm trajetórias de diferentes<br />

excentricidades, diz-se que, os elétrons descrevem órbitas de diferentes momentos<br />

angulares.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

135<br />

Sejam os elétrons das três órbitas<br />

desenhadas na figura anterior. A órbita<br />

circular de ℓ = (n - 1) é aquela de maior<br />

energia. Se esses elétrons "saltam" para um<br />

nível energético mais baixo, emitirão fótons<br />

com diferentes λ e portanto, teremos<br />

impressões em diferentes regiões no espectro.<br />

A trajetória de um elétron pode ser<br />

considerada uma corrente elétrica. Esta<br />

corrente cria um campo magnético<br />

perpendicular ao plano dessa trajetória (elipse<br />

ou circunferêncial .<br />

Quando colocamos um átomo numa<br />

região de intenso campo magnético, o vetor H<br />

criado pelo elétron sofre uma orientação,<br />

forçando-o a tornar paralelo ao campo<br />

magnético externo.<br />

Se efetuarmos "saltos" de elétrons,<br />

dentro de um campo magnético, observam-se<br />

novos tipos de emissões.<br />

Este fenômeno é conhecido como<br />

EFEITO ZEEMAN.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

136<br />

estrutura do átomo-3<br />

A explicação é que, como os vetores H criados pelos elétrons têm<br />

diferentes orientações, acumulam-se diferentes energias nesses elétrons, quando<br />

dentro de forte campo magnético.<br />

efeito Zeeman.<br />

Para cada orientação de H, será produzida uma linha espectral no<br />

Numa linguagem científica dizemos que, o elétron tem um momento<br />

magnético (ao invés de dizer que a sua trajetória cria um campo magnético).<br />

Para determinado momento magnético, podemos associar um vetor que<br />

apresenta determinada orientação espacial e recebe um terceiro número quântico<br />

denominado número quântico magnético (m ℓ ).<br />

Verificou-se que esse número quântico magnético pode ter valores inteiros<br />

no intervalo: -ℓ, ..., 0, ..., +ℓ.<br />

Assim, os elétrons de ℓ = 3, podem ter m ℓ -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3.<br />

Por enquanto, estamos admitindo o elétron como uma partícula elementar<br />

que gira em redor do núcleo, em órbitas elípticas ou circulares, tendo trajetórias em<br />

planos bem definidos.<br />

Examinando os espectros com maior precisão,<br />

ou seja, obtendo-se o "espectro fino" vê-se que cada<br />

raia espectral tem diversas linhas.<br />

A primeira raia da série de Balmer é, na<br />

verdade, constituída de 2 linhas muito próximas, com<br />

uma diferença de 0,14 Ǻ no comprimento.<br />

Como poderia ser explicada a "estrutura fina"<br />

das raias espectrais?<br />

Em 1925 foi sugerido que isso o corria porque o elétron pode ser considerado<br />

como uma carga esférica que gira em torno do eixo axial, ou seja, teria também um


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

movimento de rotação próprio.<br />

Em outras palavras, o elétron é considerado como um pequeno eletro-<br />

imã. Este imã vai se orientar dentro do campo magnético criado pelo seu<br />

movimento de translação em redor do núcleo. Existem dois tipos de<br />

orientação: paralelo e anti-paralelo.<br />

Estes dois tipos de orientação dos elétrons forçaram a introduzir o 4º.<br />

número quântico denominado número quântico de spin ms .<br />

Os valores de ms podem ser: - 1/2 e + 1/2.<br />

Para caracterizar determinado elétron de um átomo, são necessários 4<br />

números quânticos:<br />

a) número quântico principal n<br />

b) número quântico azimutal ℓ<br />

c) número quântico magnético mℓ<br />

d) número quântico de spin ms<br />

Esses números quânticos podem ter os seguintes valores:<br />

══════════════════<br />

137


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

138<br />

estrutura do átomo-3<br />

D PRINCÍPIO DE<br />

EXCLUSÃO DE PAULI<br />

Após examinar cuidadosamente os espectros de diversos átomos,<br />

Wolfgang Pauli enunciou o conhecido princípio da exclusão.<br />

Num átomo nunca existem 2 elétrons com seus 4<br />

números quânticos iguais.<br />

Para você entender melhor, imagine um sistema telefônico que utiliza 4<br />

números. Será preciso discar 4 números para determinar um aparelho. No elétron<br />

precisamos de 4 números quânticos para determiná-lo.<br />

Por outro lado, neste sistema telefônico não existem 2 aparelhos com os 4<br />

números iguais, limitando-se o número de aparelhos que o sistema comporta.<br />

O principio da exclusão de Pauli limita também o número de elétrons que<br />

cada camada pode admitir.<br />

Por exemplo: Na camada L (n = 2) teremos os valores de ℓ = 0 e 1 pois, o<br />

máximo é (n - 1) . Ainda mℓ tem suas limitações desde -ℓ a + ℓ.<br />

Teremos então estes elétrons:<br />

Conclusão:<br />

A camada "L",admite no máximo 8 elétrons.<br />

Os detalhes sobre as conseqüências do principio da exclusão são de Pauli<br />

serão estudadas adiante, neste mesmo capítulo.


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E A MECÂNICA<br />

139<br />

ONDULATÓRIA<br />

Em 1924, o físico francês Louis de Broglie sugeriu que o elétron<br />

também pudesse ser encarado como uma onda.<br />

Quando um fóton colide com um elétron, este adquire mais energia e, o fóton<br />

resultante, após o choque, perde parte da energia. Esse fenômeno e denominado efeito<br />

Compton.<br />

A proposição de "de Broglie" era simples:<br />

Se os fótons.que comumente afirmamos serem ondas, podem algumas<br />

vezes apresentar propriedades de corpúsculos (como no efeito Compton), por que<br />

os elétrons não poderiam apresentar propriedades ondulatórias?<br />

Inicialmente, a proposição recebeu diversas criticas, mas logo<br />

apareceram provas que corroboravam a teoria.<br />

Experiências de Germer e Davisson vieram provar que, elétrons podem sofrer<br />

difração obedecendo as leis ondulatórias como se fossem ondas sonoras, luminosas,<br />

etc.<br />

Vejamos uma comparação como recurso didático:<br />

Um "cara" metralha a esmo, próximo a uma esquina.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

140<br />

estrutura do átomo-3<br />

As balas caminham praticamente em linha reta. No entanto, o "som" da<br />

rajada sofre difração na quina da parede e o indivíduo agachado, protegido das balas,<br />

pode ouvir a rajada. Isto quer dizer que o som "dobra a esquina", que é uma das<br />

características na propagação ondulatória.<br />

Se a metralhadora atirasse elétrons, estes sofreriam difração na quina e iriam<br />

atingir o indivíduo, caracterizando a sua própriodade ondulatória.<br />

Esse fato levou a crer que, poderia associar ao elétron uma onda de<br />

determinado comprimento de onda λ.<br />

De Broglie propôs que, qualquer partícula material em movimento teria<br />

uma onda associada com o comprimento de onda.<br />

onde;<br />

λ comprimento de onda associada<br />

h constante de Planck<br />

m massa da partícula<br />

v velocidade da partícula<br />

Reparem na equação<br />

Um corpúsculo que tem massa elevada teria um λ muito pequeno. Por<br />

exemplo, uma bola de tênis em movimento possui um λ, porém é tão pequeno o seu<br />

valor que, torna-se imperceptível na prática.<br />

Física denomina do "Mecânica Ondulatória".<br />

Um elétron, segundo Bohr,<br />

descreve uma órbita circular. Segundo De<br />

Broglie, a trajetória do elétron é a de uma<br />

onda, como indica a figura ao lado. E ainda,<br />

a trajetória devo conter um número inteiro<br />

de λ.<br />

Neste caso, o elétron não é<br />

considerado como uma partícula; ele é<br />

considerado como um conjunto do ondas<br />

que vibram em redor do núcleo.<br />

Criou-se, então, um novo ramo na


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O princípio das incertezas<br />

É difícil aceitar certas teorias, quando elas fogem dos aspectos de fenômenos<br />

cotidianos. Antes cientistas pensavam em átomos = esfera, elétron = satélite, etc.<br />

Na verdade, quando vamos ao mundo subatômico, as teorias clássicas<br />

perdem sua validade e necessitamos de novos conceitos. - Como este por exemplo,<br />

do elétron ser encarado como uma onda.<br />

Às vezes, esses novos conceitos entram em choque com a nossa mente<br />

intuitiva, sendo difícil sua aceitação. É o que está acontecendo com a teoria matéria<br />

------- onda e também acontecerá com o princípio das incertezas.<br />

O princípio das incertezas diz que:<br />

_______________________________________________________________<br />

Jamais poderemos determinar simultâneamente a posição<br />

de uma partícula e a sua velocidade num dado instante.<br />

______________________________________________________________<br />

Em outras palavras: quanto mais exata for a determinação da posição de uma<br />

partícula., em determinado instante, maior incerteza te remos na sua velocidade, e<br />

vice-versa.<br />

Para um elétron em movimento em redor do núcleo, pode-se determinar sua<br />

energia, mas há indeterminação na velocidade e posição desse elétron, num dado<br />

instante.<br />

Torna-se absurdo falar na trajetória de um elétron em redor do núcleo (como<br />

supôs Bohr), para um elétron com energia e momento angular determinados.<br />

Pode-se falar numa região de máxima probabilidade de se encontrar<br />

determinado elétron.<br />

Um físico austríaco Erwin Schrodinger conseguiu adaptar ao elétron as<br />

teorias de Heisenberb e De Groglie.<br />

Utilizando-se equações do movimento de ondas, em coordenadas cartezianas,<br />

ele conseguiu deduzir equações matemáticas que deter minam regiões no espaço, onde<br />

temos a máxima probabilidade de se encontrar determinado elétron.<br />

Esta região é denominada ORBITAL do elétron.<br />

141<br />

A figura ao lado é a visualização do<br />

orbital do elétron do átomo de hidrogênio,<br />

no estado normal .


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142<br />

estrutura do átomo-3<br />

ORBITAL é a região do espaço onde se tem a máxima<br />

probabilidade de se encontrar determinado elétron.<br />

Apenas para efeito ilustrativo, vamos imaginar um beija-flor, seu ninho e<br />

suas vizinhanças. Tudo está imóvel exceto o beija-flor.<br />

Lancemos mão de uma câmara fotográfica e vamos bater chapas de 10 em 10<br />

segundos. Assim, as posições do beija-flor serão dadas em cada 10 segundos e vamos<br />

registrá-las num mapa (figura).<br />

No mapa vê-se que, com maior freqüência, o beija-flor esteve perto do ninho<br />

(núcleo). O conjunto de todos os pontos por onde o beija-flor esteve, é denominado do<br />

ORBITAL desse pássaro.<br />

circular fosse:<br />

══════════════════<br />

F NÍVEIS<br />

SUBNÍVEIS<br />

E ORBITAIS<br />

Quando Bohr enunciou os postulados, sugeriu que o raio da órbita


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sendo:<br />

h - constante de Planck = 6,6 x 10 -27 erg x seg<br />

π - 3,1416<br />

m - massa do elétron<br />

v - velocidade do elétron<br />

n - número inteiro<br />

Para os átomos estáveis os valores de "n" podem ser:<br />

1 < n < 7<br />

143<br />

2<br />

Hoje, não tem mais sentido falar em raio da órbita e a interpretação de "R"<br />

seria: a distância mais provável do elétron ao núcleo.<br />

Conforme o "n" adquira valores 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, dizemos que o elétron<br />

pertence às camadas ou níveis K, L, M, N, O, P e Q respectivamente.<br />

Pela equação de Bohr vê-se que, quanto maior o "n", o elétron encontra-se<br />

mais afastado do núcleo.<br />

Na camada "K", existe apenas 1 tipo de orbital.<br />

Esse orbital é chamado "ls" e tem forma esférica.<br />

Na verdade, o orbital não possui um limite nítido, porém, representaremos<br />

com figuras geométricas com a finalidade de facilitar a visualização espacial.<br />

Na camada L, ou seja, para o número quântico principal "2" , existem duas<br />

formas de orbitais: "s" e "p".<br />

Chamaremos de orbitais "2s" e "2p". Reparem que a letra do orbital é sempre<br />

precedida pelo número quântico principal que no caso é "2".


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0 orbital "2s" é uma corôa esférica que envolve "ls".<br />

144<br />

estrutura do átomo-3<br />

Os orbitais "2p" são três, denominados: "2px ", "2py " e "2pz ", que se orientam<br />

em 3 eixos triortogonais "x", "y e "z" respectivamente.<br />

Cada orbital "p" tem formato de halteres.<br />

Os orbitais "2px", "2py", e "2pz" constituem<br />

um conjunto de orbitais que é denominado<br />

SUBNÍVEL. Este é o subnível 2p que e o conjunto<br />

de todos os orbitais 2p (2px, 2py e 2pz).<br />

O conjunto dos subníveis de mesmo<br />

número quântico principal definem a camada<br />

ou nível eletrônico.<br />

Neste caso temos:


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ORBITAIS.<br />

Resumindo :<br />

Os elétrons de mesmo número quântico principal podem estar em diversos<br />

Os orbitais formam agrupamentos que são chamados de SUBNÍVEIS.<br />

Esses subníveis é que constituem os conjuntos denominados de CAMADAS.<br />

É como num prédio de apartamentos, por analogia!<br />

Os habitantes (elétrons) se encontram nos cômodos (orbitais); os cômodos<br />

constituem o apartamento (subnível); um conjunto de apartamentos determinam um<br />

andar (camada) e o conjunto de andares constituem o prédio (eletrosfera).<br />

145<br />

Vamos à camada "M".<br />

Esta camada apresenta os se guintes<br />

subníveis: 3s, 3p e 3d.<br />

- 0 subnível "3s" é constituído apenas<br />

pelo orbital "3s"que ê uma coroa esférica<br />

envolvendo "2s".<br />

- O subnível "3p" é constituído pelos<br />

orbitais 3px , 3py e 3pz dispostos em 3 eixos<br />

triortogonais.<br />

- 0 subnível "3d" é constituído de 5 orbitais assim denominados:<br />

"3dxy", "3dyz", "3dxz," "3dx2-y2" e "3dz2".


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Eis as formas geométricas que representam esses orbitais:<br />

146<br />

estrutura do átomo-3<br />

Mas como poderemos prever o número de orbitais numa camada?<br />

A mecânica quântica ê quem pode dar esta resposta. As discussões das<br />

equações que nos poderiam responder ficarão em suspenso por estarem fora do<br />

nível deste curso.<br />

Teoricamente, pode-se dizer que, um átomo possui camadas K, L, M, N, ...<br />

onde os elétrons teriam seus números quânticos principais n = 1, 2, 3, 4, ...<br />

respectivamente.<br />

Logo, um elétron da camada "P" tem: n = 6.<br />

Cada camada é constituída de subníveis. Cada subnível tem um número<br />

quântico secundário ou,também chamado, número quântico azimutal, indicado por<br />

ℓ (inteiro).


M?<br />

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Os valores de ℓ são: 0, 1, 2, 3, ... (n - 1).<br />

Por exemplo:<br />

A camada "M" tem no. quântico principal n = 3.<br />

Então, os subníveis possíveis serão com valores de ℓ = 0, l e 2.<br />

Conclusão: a camada "M" possui 3 subníveis.<br />

147<br />

Cada subnível recebeu letras do alfabeto<br />

conforme seja o seu número quântico azimutal ℓ<br />

(veja a correspondência ao lado) .<br />

Na prática só se conhecem valores de ℓ ≤ 3<br />

para os átomos estáveis.<br />

Portanto os subníveis g, h, i, j, etc são<br />

puramente teóricos.<br />

As letras "s", "p", "d" e "f" foram<br />

extraídas do inglês: sharp, principal, diffuse e<br />

fundamental, respectivamente.<br />

Estas palavras estão relacionadas com os espectros de emissão.<br />

EXERCÍCIOS<br />

Quais os subníveis que apresenta a camada N?<br />

Temos:<br />

então:<br />

e os subníveis são:<br />

camada N n = 4<br />

ℓ = 0, 1, 2 e 3<br />

s, p, d e f<br />

Resposta: os subníveis são 4s, .4p, 4d e 4f.<br />

(123) Quantos subníveis tem o átomo normal que possui as camadas K. L e<br />

Cada subnível é constituído de orbitais. Cada orbital recebe um número que é<br />

chamado número quântico magnético (mℓ). A mecânica quântica garante que os<br />

valores de mℓ so podem ser - ℓ, ..., -1, 0, +1, ..., + ℓ (todos inteiros).<br />

Então, o subnível d cujo valor de ℓ. = 2 possui orbitais cujos números<br />

quânticos magnéticos são:<br />

-2, -1, 0, +1, +2.<br />

0 subnível d possui 5 orbitais.


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Pauli.<br />

(124) Quantos orbitais possui a camada "L"?<br />

Sendo camada L:<br />

Então:<br />

n = 2 ; ℓ = 0 e ℓ =1<br />

Para ℓ = 0 { m ℓ = 0<br />

Para ℓ = 1<br />

A camada "L" possui 4 orbitais.<br />

(125) Quantos orbitais possui o subnível 4f ?<br />

a) 4 c) 6 e) 10<br />

b) 28 d) 7<br />

(126) Quantos orbitais possui a camada M ?<br />

a) 9 c) 3 e) 7<br />

b) 5 d) 6<br />

E em cada orbital, quantos elétrons podem existir?<br />

148<br />

estrutura do átomo-3<br />

A resposta a esta pergunta pode ser dada pelo Princípio da exclusão de<br />

Vimos que, este princípio_assegura que num átomo não pode existir 2<br />

elétrons com seus 4 números quânticos iguais. Dois elétrons do mesmo orbital já<br />

possuem 3 números quânticos iguais (n, ℓ e mℓ), pois esses elétrons são da mesma<br />

camada (n), do mesmo sub nível (ℓ) , e do mesmo orbital (mℓ) .<br />

Por outro lado, o número quântico de spin só pode ser -1/2 e +1/2. Então, a<br />

outra forma de enunciar o principio da exclusão é:<br />

___________________________________________________________________________<br />

Num orbital, encontram-se no máximo 2 elétrons e eles<br />

possuem spins opostos.<br />

_______________________________________________________________<br />

Conclusão:<br />

Num orbital teremos apenas 2 elétrons, no máximo._ A mecânica quântica<br />

deduz que o primeiro_elétron do orbital tem número quântico de spin -1/2. 0<br />

segundo elétron terá ms = + 1/2.


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EXERCÍCIOS<br />

(127) Quais são os números quânticos dos 2 elétrons externos do<br />

átomo de mercúrio sabendo-se que eles pertencem ao subnível 6s?<br />

Resolução:<br />

pois :<br />

subnível 6s -> camada com n = 6<br />

Logo:<br />

mℓ = 0<br />

-ℓ < mℓ < + ℓÍ<br />

como os valores de ms são:<br />

-1/2 e +1/2<br />

subnível com ℓ = 0<br />

Os conjuntos dos números quânticos são:<br />

6, 0, 0, -1/2<br />

6, 0, 0, +1/2<br />

(128) Dar o conjunto dos números quânticos do elétron externo do<br />

átomo de potássio cujo Z = 19.<br />

cada camada.<br />

a) 1, 0, 0, -1/2 c) 4, 0, 0, -1/2<br />

b) 3, 0, 1, -1/2 d) 4, 0, 0, +1/2<br />

════════════════════<br />

Diante do que foi estudado podemos prever o máximo de elétrons em<br />

Em primeiro lugar vamos determinar o número de orbitais nos<br />

diferentes subníveis.<br />

149


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11, ...orbitais.<br />

150<br />

estrutura do átomo-3<br />

Anàlogamente os subníveis teóricos g, h, ... teriam o máximo de 9,<br />

Observe que o número de ORBITAIS num SUBNÍVEL é sempre ÍMPAR.<br />

Como em cada orbital só cabem no máximo 2 elétrons.<br />

subníveis orbitais elétrons<br />

s ------------------------ 1 ----------------------- 2<br />

p ------------------------ 3 ----------------------- 6<br />

d ------------------------ 5 ----------------------- 10<br />

f ------------------------- 7 ----------------------- 14<br />

Temos aí os máximos de elétrons em cada subnível.<br />

Vejamos agora os subníveis em cada camada:<br />

Lembremos que ℓ = 0, 1, 2, 3, ... até (n - 1).<br />

Nas camadas O, P e Q deveriam existir novos tipos de subníveis (g, h, i, j ,<br />

etc). Na realidade essas camadas não apresentam todos os subníveis teoricamente<br />

admissíveis.<br />

então, o 5g) .<br />

experimentais.<br />

Na camada O existem os subníveis 5s, 5p, 5d e 5f (deveria aparecer,<br />

Na camada P temos os subníveis 6s, 6p e 6d.<br />

Na camada Q temos apenas o subnível 7s.<br />

Estas conclusões foram levantadas de trabalhos puramente


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Temos, num resumo geral:<br />

(Obs.: Na prática, para a camada "P" só foi encontrado o átomo com<br />

um máximo de 10 elétrons).<br />

════════════════════<br />

G REPRESENTAÇÃO<br />

151<br />

GRÁFICA E<br />

REGRA DE HUND<br />

Vimos que um subnível é um conjunto de orbitais. Lembremos que os<br />

subníveis s, p, d e f, apresentam respectivamente 1, 3, 5 e 7 orbitais.<br />

Cada orbital será representado por um quadrado (gaiola) em cujo<br />

interior representaremos os elétrons.


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152<br />

estrutura do átomo-3<br />

Cada orbital possui um número quântico magnético mℓ, que recebeu a<br />

seguinte convenção: sempre o orbital central tem: mℓ = 0; à esquerda temos mℓ<br />

negativos e à direita mℓ positivos.<br />

Exemplo:<br />

d<br />

-2 -1 0 +1 +2<br />

Evidentemente o orbital do subnível s tem mℓ = 0<br />

EXERCÍCIO<br />

(129) Qual o valor de mℓ do orbital colocado na extremidade direita,<br />

quando se representa o subnível f ?<br />

a) 0<br />

b) -3 d) +3<br />

c) +2 e) -1<br />

Os elétrons que irão ocupar os orbitais serão indicados por setas para cima<br />

↑ ou para baixo ↓ .<br />

A seta para cima (↑) representará o 1º. elétron a ocupar determinado orbital; a<br />

seta para baixo (↓) indicará o 2º. elétron que se encontra num orbital.<br />

Sabe-se ainda que:<br />

no. quântico de spin<br />

↑ —► 1º. elétron -------------------► - 1/2<br />

↓ —►2º. elétron -------------------► + 1/2<br />

Exemplos:<br />

Seja o subnível ls com 1 elétron --------<br />

Seja o subnível ls com 2 elétrons --------<br />

Regra para preenchimento de elétrons num subnível<br />

Experimentalmente constata-se que os primeiros elétrons, a ocupar um<br />

subnível apresentam valores de mℓ e ms menores possíveis. Por exemplo: no subnível<br />

d inicia-se com mℓ = -3 e ms = -1/2. Isto significa que, deve-se colocar setas para cima<br />

da esquerda para a direita. Ainda todos os orbitais receberão 1 elétron ↑(-1/2) e, só<br />

depois, é que completaremos os orbitais da esquerda para a direita (ordem crescente<br />

de mℓ ) com os elétrons↓ (+1/2).


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Exemplo:<br />

Dar a representação gráfica do subnível 3d que possui 7 elétrons .<br />

O preenchimento dessas "gaiolas", é conhecido como regra de Hund<br />

que assim é enunciado:<br />

______________________________________________________________<br />

Num subnível, enquanto todos os orbitais não<br />

receberem o 1º. elétron, nenhum deles receberá o 2º. elétron.<br />

_______________________________________________________________<br />

EXERCÍCIOS<br />

(130) Dar os 4 números quânticos do ultimo elétron representado (seguindo a<br />

regra do Hund), quando efetuamos a representação gráfica de 9 elétrons no<br />

subnível 4f.<br />

(131) Idem no caso de 4 elétrons no subnível 6p.<br />

(132) Seja o subnível da camada 0.<br />

Indique os 4 números quânticos do elétron assinalado.<br />

(133) Qual a representação gráfica do elétron que possui os números<br />

quânticos: 2, 0, 0, -1/2.<br />

153


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154<br />

estrutura do átomo-3<br />

Vamos analisar agora o aspecto energético dos elétrons. Jamais 2 elétrons de<br />

um mesmo átomo possuem exatamente a mesma energia. No entanto, as diferenças de<br />

energia notórias estão entre elétrons de subníveis diferentes. É o que vamos<br />

apreciar.<br />

Tem-se o seguinte gráfico energético:<br />

DIAGRAMA ENERGÉTICO DOS SUBNÍVEIS


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

O que se nota nitidamente é que, certos subníveis de camadas mais externas,<br />

são energèticamente inferiores que alguns subníveis mais internos. É o caso da<br />

energia do 4s ser menor que a energia do 3d.<br />

A ordem energética é portanto:<br />

Is, 2s, 2p,3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d, 5p, 6s, 4f, 5d, 6p , 7s, 5f, 6d (que é a<br />

leitura vertical de_ baixo para cima no diagrama energético).<br />

O cientista Linus Pauling (prêmio Nobel da Química - 1954 - e prêmio Nobel<br />

da Paz - 1963) idealizou um dispositivo prático que permite dar, imediatamente, a<br />

ordem energética dos subníveis e que é conhecida como Diagrama de Pauling.<br />

Ei-lo:<br />

No preenchimento de elétrons num átomo, eles vão ocupando os orbitais de<br />

menor energia. Portanto, o diagrama de Pauling mostra nos como devemos<br />

preencher os subníveis dos átomos.<br />

Lembra-se da regra elementar que foi puramente informada sem nenhuma<br />

explicação e, ainda não valia para os elementos de transição?<br />

Agora temos uma regra com base energética e vale também para muitos<br />

elementos de transição.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(134) Dar a configuração eletrônica para o átomo de cálcio de Z = 20.<br />

155


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Resposta: a configuração é. ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 4s 2 .<br />

156<br />

estrutura do átomo-3<br />

(135) Dar a configuração eletrônica do átomo de ferro de Z=26.<br />

(136) Idem, para o tungstênio de Z = 74.<br />

Atualmente, a distribuição eletrônica deve ser feita respeitando-se o<br />

diagrama energético, ou seja, o diagrama de Pauling.<br />

Ao tentar aplicar o diagrama para todos os elementos, alguns deles,<br />

principalmente os de transição, fogem do esquema. Isto se verifica porque, para esses<br />

átomos, o diagrama energético não é igual àquele da página 159. Por exemplo, para o<br />

átomo de cobre, os subníveis 3d e 4s possuem praticamente a mesma energia,<br />

podendo ser encarados como 1 único subnível. Porém, essas discussões não cabem<br />

neste curso.<br />

═══════════════<br />

H MEMORIZAÇÃO<br />

ATRAVÉS DO<br />

ESTUDO COMPARATIVO<br />

Dissemos que o átomo poderia ser comparado com um prédio de<br />

apartamentos. Se você encontrou dificuldade em memorizar o esquema da estrutura<br />

atômica, veja se consegue associá-lo com a seguinte idéia:<br />

Vamos supor que elétrons são "pensionistas" que moram nos cômodos, de um<br />

prédio de apartamentos. Ainda suponhamos que, num cômodo, cabem no máximo um<br />

casal de elétrons. Um conjunto de cômodos constitui um apartamento. Um conjunto<br />

de apartamentos constitui um andar. O conjunto dos andares compõe a estrutura<br />

do prédio.<br />

O nosso prédio tem 7 andares chamados K, L, M, N, O, P e Q.<br />

Existem também, apenas, 4 tipos de apartamentos denominados: s, p, de f<br />

onde o número de cômodos é, respectivamente, 1,3, 5 e 7 (ímpares consecutivos).


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Em cada cômodo cabem no máximo 2 elétrons (1 par com spins<br />

opostos); então, teremos as seguintes lotações nos apartamentos:<br />

_______________________________________________<br />

s -> 2 p -> 6 d -> 10 f -> 14<br />

_______________________________________________<br />

Vejamos, ainda, os tipos de apartamentos que existem em cada andar.<br />

157


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

158<br />

estrutura do átomo-3<br />

Com a finalidade de distinguir os apartamentos, vamos colocar diante de cada<br />

um o número correspondente ao andar, como se faz nos apartamentos reais. Por<br />

exemplo, os apartamentos 51, 52, ...etc., são aqueles do 5º. andar.<br />

Sendo assim, os apartamentos serão:<br />

K --------- ls<br />

L --------- 2s , 2p<br />

M ---------- 3s, 3p, 3d<br />

N ---------- 4s, 4p, 4d, 4f<br />

O ---------- 5s, 5p, 5d, 5f<br />

P --------- 6s, 6p, 6d<br />

Q --------- 7S<br />

pode comportar.<br />

Diante de tudo isso pode-se comparar:<br />

"inquilino" ------------- elétron<br />

"cômodo" --------------- orbital<br />

"apartamento" --------- subnível<br />

" andar" ---------------- camada<br />

"prédio" ----------------- eletrosfera<br />

Você poderia agora calcular o máximo de elétrons que cada camada


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Dividimos o prédio também em faixas verticais que chamaremos de setores 0,<br />

1, 2 e 3 que correspondem ao número quântico azimutal do elétron.<br />

Reparem ainda como foi numerado cada cômodo. Em qualquer apartamento,<br />

o cômodo central recebeu o número zero; os apartamentos da direita os POSITIVOS<br />

e os da esquerda os NEGATIVOS.<br />

Estes nos. correspondem ao número quântico magnético, (mℓ) no átomo.<br />

Cada elétron será localizado através do seu "endereço" que é expresso<br />

com 4 números, denominados números quânticos.<br />

São eles:<br />

n°. quântico principal ------------► ANDAR-------------------► n<br />

n° quântico azimutal -------------► SETOR--------------------► ℓ<br />

n°. quântico magnético ----------► CÔMODO ---------------► mℓ<br />

n°. quântico de spin --------------► SPIN DO ELETRÓN-----►ms<br />

Reparem ainda que até o 4º. andar, para determinado n, temos as<br />

seguintes limitações.<br />

0 < ℓ < (n – 1 )<br />

Por exemplo, no andar M (n = 3), o máximo valor do número quântico<br />

azimutal é ℓ = 2 (não atinge o setor 3).<br />

Ainda em cada setor observe que:<br />

Por exemplo:<br />

- ℓ ≤ mℓ ≤ + ℓ<br />

No setor 2, os cômodos têm as numerações: -2, -1, 0, +1, +2.<br />

Sabemos que em cada cômodo vivem no máximo_2 elétrons e se existirem<br />

dois, eles terão spins opostos, que serão representados assim:<br />

A colocação do elétron nos cômodos obedece rigorosamente a regra de Hund<br />

(primeiro entra o elétron de ms = - 1/2 em todos os orbitais) .<br />

159


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Finalizando a comparação, devemos lembrar que:<br />

160<br />

estrutura do átomo-3<br />

Como já dissemos, poderíamos comparar os 4 números quânticos com<br />

números de um telefone. Cada elétron teria então um aparelho telefônico.<br />

Assim, cada elétron estaria associado a um conjunto de 4 números que<br />

indicariam, respectivamente: o andar, o setor do apartamento, a posição do cômodo e<br />

o tipo de spin do elétron. (Cada número telefônico chama uma pessoa de um bairro,<br />

numa rua, em determinada casa) .<br />

Seja o elétron com os números quânticos: 4, 1, 0, -1/2.<br />

Trata-se de um elétron que reside:<br />

n = 4 -------- 4º. andar<br />

ℓ = 1 --------- setor 1 ou seja no subnível "p"<br />

mℓ = 0-------- no orbital central<br />

m = -1/2----- é o elétron ↑<br />

Sua representação gráfica seria:<br />

═════════════════════


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161<br />

I HIBRIDAÇÃO<br />

A palavra hibridar ou hibridizar faz lembrar o fenômeno genético: Duas<br />

espécies diferentes cruzam-se e nasce uma nova espécie, com características<br />

diferentes das anteriores.<br />

Exemplo: O burro é um produto híbrido que resultou do cruzamento da<br />

égua com o jumento.<br />

Vimos que os orbitais atômicos podem ter diversas formas, conforme seja o<br />

subnível desse orbital.<br />

Às vezes podem 2 ou mais orbitais fundirem-se, surgindo novos orbitais<br />

diferentes das anteriores. Dizemos então que ocorreu a hibridação ou hibridização<br />

desses orbitais.<br />

Exemplo: 1 orbital s e um orbital p, podem fundir-se, resultando dois<br />

orbitais híbridos.<br />

hibridação.<br />

Cada orbital híbrido é chamado "sp" que faz lembrar a origem da


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Por que os átomos sofrem hibridação?<br />

162<br />

estrutura do átomo-3<br />

Veremos no próximo capítulo que os átomos adquirem estabilidade quando<br />

todos seus orbitais ficam com 2 ELÉTRONS, ou seja, cada orbital fica com UM<br />

PAR de elétrons de spins opostos.<br />

A maioria dos átomos apresentam pelo menos 1 orbital com apenas 1<br />

ELÉTRON e diremos que se trata de ORBITAL com elétron desemparelhado, ou<br />

orbital incompleto.<br />

Uma das formas de completar o orbital é a do átomo se associar com outro<br />

átomo que possua também elétrons desemparelhados. Por exemplo, citemos o caso<br />

do flúor:<br />

Fluor Z = 9<br />

A configuração eletrônica será: ls 2 , 2s 2 , 2p 5<br />

Examinemos o subnível 2p 5 .<br />

O orbital 2pz está com elétron desemparelhado. Por outro lado sabemos que o<br />

hidrogênio tem orbital ls com apenas 1 ELÉTRON. Então, o flúor e o hidrogênio podem<br />

ligar-se, produzindo o HF (fluoridreto).<br />

Esta representação é apenas esquemática, supondo o átomo como<br />

"esferas" tal qual Dalton havia imaginado.<br />

Vejamos o que está ocorrendo com os orbitais.<br />

Para simplificar, desenhemos o orbital ls do hidrogênio e apenas os orbitais<br />

px, py e pz do flúor (deixaremos de desenhar ls e 2s desse átomo). Destes apenas ls<br />

e pz estão incompletos !


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Os orbitais ls e 2pz unem-se, dando lugar a um orbital chamado orbital<br />

MOLECULAR que ficará com 2 elétrons de spins opostos.<br />

De modo mais esquemático, indicaremos a união de hidrogênio ao flúor<br />

através de um TRAÇO e diremos que se estabeleceu uma ligação COVALENTE.<br />

Portanto, cada covalência representa uma ligeira interpenetração de orbitais<br />

e, consequentemente, um emparelhamento de elétrons (par de elétrons de spins<br />

opostos).<br />

163<br />

Vejamos agora o carbono de Z = 6.<br />

A configuração é: ls 2 , 2s 2 , 2p 2<br />

Os orbitais incompletos são 2py e 2px<br />

Teoricamente, o carbono teria apenas 2 elétrons desemparelhados e deveria<br />

produzir apenas 2 covalências, ou seja, precisaria de apenas 2 átomos de hidrogênio<br />

para emparelhar todos os elétrons.<br />

No entanto, o mais simples composto de<br />

carbono e hidrogênio é o metano que possui um átomo<br />

de carbono e 4 átomos de hidrogênio.<br />

Isto quer dizer que temos 4 covalências e eram<br />

4 ELÉTRONS DESEMPARELHADOS no átomo de<br />

carbono.<br />

As verificações experimentais começaram a<br />

contradizer as previsões calculadas pela teoria da estrutura atômica. Para contornar<br />

casos como este, foi necessária a aceitação da teoria de hibridação, introduzida por<br />

Linus Pauling.


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164<br />

estrutura do átomo 3<br />

Vejamos como o carbono ficará com 4 elétrons desemparelhados.<br />

Inicialmente, lembremos que os elétrons do subnível 2s possuem energia<br />

mais baixa que os do 2p. (Vide diagrama energético dos orbitais na página 159). Um<br />

elétron do 2s recebe energia e "pula" para o orbital 2pz, que estava "vazio".<br />

Teremos o carbono no ESTADO ATIVADO ou EXCITADO e, a<br />

configuração será ls 2 , 2s, 2px, 2py, 2pz.<br />

Admite-se que os orbitais 2a e 2p sofram<br />

"fusão", dando origem a 4 orbitais novos. Como neste<br />

processo houve associação de 1 orbital "s" e 3 orbitais<br />

"p", diremos que os novos orbitais são do tipo "sp 3 " c n<br />

hibridação ê do tipo "sp 3 ".<br />

Os orbitais híbridos distribuem-se no espaço<br />

de maneira mais simétrica possível. Neste caso, com 4<br />

orbitais, teremos uma estrutura tetraédrica e cada<br />

orbital possui uma forma geométrica como indica a figura ao lado.


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Vamos esquematizar a sequência da hibridação:<br />

Os ângulos entre os orbitais híbridos é de 109°28' (estrutura tetraédrica). Por<br />

isso, essa hibridação é denominada TETRAÉDRICA ou TETRAGONAL. Os 4 orbitais<br />

híbridos estão incompletos, ou seja, com apenas 1 elétron.<br />

Cada orbital desses, pode emparelhar seu elétron com o elétron do<br />

hidrogênio, resultando um orbital molecular, ligação de "s" do hidrogênio com "sp 3 " do<br />

carbono. Teremos então, o CH4 com 4 orbitais moleculares do tipo ﯕs-sp 3 (ﯕ lê-se<br />

sigma).<br />

165


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

166<br />

estrutura do átomo-3<br />

Diz-se que, o carbono combina-se com o hidrogênio formando orbitais<br />

moleculares, segundo direções apontadas do centro para vértices de um tetraedro<br />

regular.<br />

Outras representações para o metano.<br />

Isto que ocorreu para o átomo<br />

de carbono ocorre para outros átomos<br />

que possuem 1 elétrons na camada<br />

externa, como são os casos de silício é<br />

germânio. Eles formam hidretos SiH4,<br />

e GeH4, com hibridações de orbitais na<br />

forma tetraédrica.<br />

A hibridação também ocorre com átomos que possuem 3 elétrons na camada<br />

externa, quando esse átomo vai se ligar a outro com interpenetração de seus<br />

orbitais.<br />

É o caso do boro quando se liga ao flúor.<br />

Este átomo possui no estado normal apenas 1 elétron desemparelhado. Mas<br />

na realidade os compostos de Boro possuem 3 1igações. Então, deve ter ocorrido<br />

uma hibridação.<br />

Observou-se que a hibridação ocorre com os orbitais da camada<br />

externa. 0 estado ativado ou excitado é quando um elétron de orbital completo<br />

"pula" para um orbital vazio.<br />

Para o boro excitado teremos:


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Finalmente, o orbital "s" e os 2 orbitais "p" da camada externa fundem-se,<br />

dando origem a 3 orbitais, então, denominados "sp 2 " (lembrando os orbitais<br />

originais).<br />

Vejamos o aspecto geométrico dessa hibridação.<br />

Já havíamos dito que a disposição dos orbitais híbridos é a mais simétrica<br />

possível no espaço. Os três orbitais híbridos "sp 2 " apresentarão eixos coplanares,<br />

sendo o ângulo de 120° entre 2 eixos quaisquer. Diz-se que e uma hibridação<br />

TRIGONAL. Como o átomo apresenta 3 orbitais incompletos, poderá efetuar 3 ligações<br />

e nesta estrutura o boro e trivalente.<br />

Vejamos as ligações do átomo de boro com 3 átomos de flúor.<br />

O átomo de flúor - apresenta apenas um orbital "p" incompleto e este será o<br />

orbital de ligação.<br />

167


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Esquematicamente:<br />

168<br />

estrutura do átomo-3<br />

Geometricamente, os orbitais "p" sofrem uma deformação na parte<br />

oposta àquela que faz a ligação.<br />

0 átomo de flúor ficará com 3 orbitais<br />

moleculares denominados ﯕp-sp 2 e, portanto, com 6<br />

elétrons na camada externa.<br />

Vejamos, ainda, um caso especial de um átomo com apenas 2 elétrons na<br />

camada externa e que apresenta hibridação. É o caso do berílio, cuja configuração<br />

eletrônica é:<br />

Se não ocorresse hibridação, o Berílio seria um átomo estável.<br />

Realmente, este átomo sofrerá hibridação e, teremos 2 orbitais<br />

incompletos o que tornará o Berílio bivalente.<br />

No estado ativado teremos:<br />

Dar-se-á uma hibridação do tipo "sp".


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Geometricamente, os orbitais híbridos situam-se diametralmente opostos,<br />

ou seja, a 180° e, então, teremos uma hibridação LINEAR.<br />

Quando o berílio se liga ao hidrogênio temos uma hibridação "sp" com 2<br />

orbitais híbridos incompletos. Portanto, podem-se ligar 2 átomos de hidrogênio<br />

formando-se a molécula BeH2.<br />

O átomo de berílio ficará com 4 elétrons na camada externa, após as<br />

ligações com os átomos de hidrogênio.<br />

Vamos fazer um resumo sobre a hibridação.<br />

a) Pelo que foi visto, os átomos com 2 ,3 ou 4 elétrons na camada externa<br />

sofrem hibridações quando eles vão 1igar-se a_ outros átomos através da covalência.<br />

b) Os orbitais que se hibridam pertencem a camada externa.<br />

169


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

170<br />

estrutura do átomo-3<br />

c) Antes de ocorrer a hibridação o átomo fica excitado. Este estado<br />

corresponde nos exemplos anteriores à passagem de um elétron 2s para um orbital<br />

2p. Nesta passagem é aumentada a energia desse elétron.<br />

d) 0 número de orbitais híbridos que se formam é igual ao número<br />

de orbitais daquela camada, no estado ativado.<br />

possível.<br />

e) Os orbitais híbridos orientam-se no espaço de modo mais simétrico<br />

f) Temos então as seguintes características:<br />

n° elétrons<br />

número ângulos entre os<br />

na<br />

de orbitais híbridos<br />

camada exemplos tipos de orbitais<br />

externa<br />

hibridação híbridos<br />

2 Berílio sp (linear) dois 180°<br />

3 Boro sp2(trigonal) três 120°<br />

4 Carbono,<br />

Silício,<br />

Germãnio<br />

Graficamente:<br />

sp3 (tetraédrica)<br />

quatro 109°28'<br />

Existem outros casos de hibridações que serão estudadas no capítulo<br />

das ligações químicas.


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EXERCÍCIOS<br />

(137) Cloro tem número atômico 17 e peso atômico 35,5. Os<br />

números de massa dos dois isótopos do cloro que ocorrem na natureza são<br />

35 e 37. Em vista destas informações, qual das afirmações abaixo é falsa:<br />

a) todos os núcleos do cloro tem a mesma carga.<br />

b) os núcleos dos átomos de cloro tem um diâmetro aproximadamente<br />

10.000 vezes menor que o diâmetro dos átomos de cloro completos.<br />

c) praticamente, toda massa do átomo de cloro se concentra no núcleo.<br />

d) alguns átomos naturais de cloro contém 18 prótons no núcleo.<br />

e) alguns átomos naturais de cloro contém 20 nêutrons no núcleo.<br />

(138) Ainda, tendo em vista as informações sobre o cloro, dadas na<br />

questão anterior, qual das afirmações abaixo e falsa?<br />

químicas.<br />

isótopo Cl-37.<br />

a) os dois isótopos de cloro têm essencialmente as mesmas propriedades<br />

b) a abundância do Cl-35 é aproximadamente três vezes maior do que a do<br />

c) a abundância relativa dos dois isótopos do cloro é praticamente a mesma<br />

em todos os compostos de cloro que ocorrem na natureza.<br />

d) 6,02 x I0 23 moléculas de Cl2 pesam 71,0 gramas.<br />

e) o átomo de cloro possui 17 prótons, 17 elétrons e 18,5 nêutrons.<br />

171<br />

Questões 139 a 142<br />

0 gráfico ao lado é um<br />

diagrama de níveis de energia<br />

para o elétron no átomo de<br />

hidrogênio.


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172<br />

estrutura do átomo-3<br />

(139) A energia mínima necessária para ionizar o átomo de hidrogênio<br />

do seu estado normal é em eV de:<br />

a) -3,38 c) zero<br />

b) +13,5í d) não se pode prever com apenas esses dados<br />

(140) Quando o elétron passa da camada M para a K ele:<br />

a) absorve 12 eV d) emite um fóton de 1,58 eV<br />

b) emite um fóton de 12 eV e) nenhuma das anteriores<br />

c) absorve 1,58 eV<br />

(141) Para um elétron passar do nível n = 2 para n = 3 e<br />

necessário um fóton de energia:<br />

a) 1,58 eV c) 1,8 eV<br />

b) 3,38 eV d) jamais passará nesse átomo<br />

(142) Quando o elétron "pular" de n = 6 para n = 2 haverá emissão<br />

de luz (fóton) de A correspondente a:<br />

a) violeta d) vermelho<br />

b) ultra-violeta e) infra-vermelho<br />

c) verde<br />

Dados: λ = c<br />

f<br />

ultra-violeta Ι visível Ι infra-vermelho<br />

E = h . f<br />

4.000 7.000<br />

h = 6,6 x I0 -27 erg x seg<br />

c = 3 x 10'° cm/seg<br />

1 eV = 1,6 x 10 -12 ergs<br />

(143) Quem introduziu na estrutura eletrônica a possibilidade de órbitas<br />

elípticas para os elétrons e consequentemente, o segundo número quântico<br />

(azimutal) foi:<br />

a) Planck d) Germer e Davisson<br />

b) Bohr e) Einstein<br />

c) Sommerfeld<br />

As questões 144 a 148 são do tipo associação:<br />

a) "Qualquer partícula material (massa m) em movimento (velo-


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

cidade v) está associada a um movimento ondulatório , de comprimento de<br />

onda dado por λ = h/m . v , sendo h a constante de Planck".<br />

b) "Nunca será possível conhecer-se com exatidão a posição e a<br />

velocidade de um elétron simultaneamente".<br />

c) "Não mais do que 2 elétrons podem ocupar um orbital e isto<br />

somente se eles tiverem spins opostos".<br />

d) "No preenchimento eletrônico dos orbitais de um mesmo sub-<br />

nível, o elétron entrará de preferência no orbital vazio"<br />

e) "Existem equações deduzidas do comportamento de ondas que<br />

determinam a probabilidade de se encontrar o elétron em de terminada<br />

região".<br />

(144) Hund<br />

(145) Heisenberg<br />

(146) Schrodinger<br />

(147) Pauli<br />

(148) de Broglie<br />

As questões 149 a 152 são do tipo associação:<br />

a) número quântico principal<br />

b) número quântico secundário<br />

c) número quântico magnético<br />

d) número quântico de spin<br />

(149) forma do orbital<br />

(150) rotação do elétron em torno de seu eixo<br />

(151) orientação do orbital no espaço<br />

(152) distância de maior probabilidade do elétron ao núcleo<br />

(153) A representação eletrônica correta do átomo de Z = 7 é:<br />

173


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e) nenhuma das anteriores<br />

(154) Seja o elétron assinado no subnível 4f.<br />

0 conjunto de seus 4 números quânticos é:<br />

a) -3, 4, 3, -1/2 d) 4, 7, -3, -1/2<br />

174<br />

estrutura do átomo-3<br />

b) 4, 3, -3, -1/2 e) nenhuma das respostas citadas<br />

c) 7, -3, -1, -1/2<br />

(155) 0 efeito Compton confirma:<br />

a) 0 caráter ondulatório dos fótons<br />

b) 0 caráter corpuscular dos fótons<br />

c) 0 caráter corpuscular do elétron<br />

d) 0 caráter ondulatório do elétron<br />

e) que fótons e elétrons são partículas semelhantes<br />

(156) Sejam os átomos de números atômicos 5, 6, 11 e 14. Os<br />

atomos capazes de sofrer hibridação sp 3 são os de números atômicos:<br />

a) 5 e 6<br />

b) 6 e 11 d) 6 e 14<br />

c) 11 e 14 e) apenas 6<br />

As questões 157 a 159 referem-se ao mesmo átomo:<br />

(157) Quantos elétrons tem um átomo que, no estado normal ,apresenta os<br />

seguintes orbitais?<br />

a) 4 d) 8<br />

b) 5 e) 6, 7 ou 8<br />

c) 6<br />

179


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(158) Se o átomo da questão anterior conseguir hibridar-se, teremos<br />

uma hibridação do tipo:<br />

a) sp c ) s p 3<br />

b) sp 2 d) nenhuma das respostas anteriores<br />

(159) Se a estrutura daquele átomo fosse de um estado ativado,<br />

Hibridação, quando ocorresse, seria do tipo:<br />

a) sp c) sp 3<br />

b) sp 2 d) dsp 3<br />

(160) 0 ângulo entre 2 orbitais híbridos do tipo "sp 2 " é:<br />

a) 120° d) 105°<br />

b) 100° e) nenhuma das mencionadas<br />

c) 109°28'<br />

(161) 0 átomo de Germânio (Z = 32.) forma o hidreto GeH4 .<br />

Pode se dizer que o germânio tem os orbitais numa estrutura:<br />

externa.<br />

é, a 180°.<br />

a) quadrangular d) trigonal<br />

b) retangular e) tetraédrica<br />

c) linear<br />

(162) Indique a afirmação errada:<br />

a) A hibridação linear pode ocorrer num átomo com 2 elétrons na camada<br />

b) A hibridação linear terá orbitais no espaço diametralmente opostos, isto<br />

c) Um átomo com a configuração s 2 , p 1 na camada externa pode sofrer uma<br />

hibridação trigonal com os orbitais dispostos a 120°.<br />

d) Todos os átomos que se hibridam ficarão estáveis somente se na última<br />

camada-completarem 8 elétrons.<br />

e) Nem todos os átomos poderão sofrer hibridação.<br />

(163) 0 hélio, 2He 4 , possui dois elétrons no orbital ls. Quando perde um<br />

elétron ele se ioniza formando o íon He + . Qual das seguintes afirmações a respeito<br />

deste íon é verdadeira?<br />

hidrogênio<br />

a) o seu espectro assemelha-se ao espectro do átomo de<br />

b) o elétron remanescente é agora mais fácil de remover<br />

c) a sua carga nuclear decresce de uma unidade<br />

d) o elétron remanescente passou ao nível quântico n = 2<br />

e) ele perdeu uma unidade de massa atômica<br />

175<br />

(CESCEM-67)


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

176<br />

estrutura do átomo-3<br />

(164) Em relação ao esquema abaixo, referente a um orbital do tipo p.<br />

qual das seguintes afirmações é a mais correta?<br />

a) o ∞ da figura representa a trajetória em forma de 8 de um elétron<br />

b) a parte 1 da figura corresponde à região onde se encontra um e apenas<br />

um dos dois elétrons que podem existir no orbital.<br />

c) o volume da figura de revolução resultante da rotação do elétron ao redor<br />

do eixo x corresponde à região do espaço onde se tem certeza da existência do<br />

elétron.<br />

d) o volume da figura de revolução citada na alternativa (c) corresponde à<br />

região do espaço onde é maior a probabilidade se encontrar o elétron<br />

e) o volume da figura de revolução citada na alternativa (c) corresponde ao<br />

volume que um elétron ocupa no espaço<br />

tendência de:<br />

nobre<br />

Questões 165 a 167<br />

a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 3<br />

b) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 4 Dados:<br />

c) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 P Z = 15<br />

d) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 4s Ca Z = 20<br />

e) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 Ar Z = 18<br />

(165) Configuração eletrônica do átomo de P.<br />

(166) Configuração eletrônica do íon Ca 2+ .<br />

(167) Configuração eletrônica do átomo de Ar.<br />

(CESCEM-69)<br />

(CESCEM-69)<br />

(168) Nas ligações covalentes os átomos participantes tem a<br />

a) trocar elétrons de spins semelhantes<br />

b) partilhar elétrons de maneira a adquirir a estrutura de algum gás<br />

c) desobedecer ao princípio de exclusão de Pauli<br />

(MEDICINA-Santa Casa-67)


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(169) A existência dos átomos é justificada:<br />

I - por experiências com microscópios eletrônicos<br />

II - pelas leis das proporções definidas edas proporções multiplas<br />

III - pela estrutura cristalina<br />

177<br />

(MEDICINA-Santa Casa-68)<br />

(170) I - Os elétrons não estão distribuídos ao acaso em torno<br />

do núcleo, mas sim em localizações determinadas como orbitais.<br />

II - Os orbitais são designados K. L, M, N, etc, a partir do núcleo<br />

para a periferia dos átomos.<br />

cada orbital.<br />

III - Dois ou mais elétrons de "spins" contrários se localizam em<br />

(MEDICINA-Santa Casa-63)<br />

(171) A configuração eletrônica correta do átomo de manganês, no<br />

estado normal e a seguinte: Mn Z = 25<br />

a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 5 4s 2<br />

b) ls 2 2p 2 2p 6 3s 2 3p 5 3d 6 4s 2 d) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 4 3d 7 4s 2<br />

c) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 7 e ) ls 2 2s 2 2p 6 3s 3 3p 4 3d 8 4s<br />

(MEDICINA-Santos-68)<br />

As questões de número 172 a 174 referem-se aos átomos dos<br />

seguintes elementos:<br />

Elemento No. atômico No. de massa<br />

S ......... 16 .......... 32<br />

Ar ......... 18 .......... 39<br />

K ......... 19 .......... 40<br />

Ti ......... 22 .......... 48<br />

Cu ......... 29 .......... 63<br />

Zn ......... 30 .......... 65<br />

(172) A configuração eletrônica dos átomos de Ti é:<br />

a) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 4s 2 , 3d 2<br />

b) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 3d 4<br />

c) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 2 3d 5<br />

d) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 4S 1 , 3d 3<br />

e) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 3 , 3p 6 , 4s 2 , 3d l<br />

(173) São isoeletrônicos os íons:<br />

a) K + e Cu + b) S = , Zn + + e Ti<br />

c) Cu ++ , Zn ++ e Ti ++ d) Cu ++ e Zn ++ e) S = e K +<br />

+ +


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(174) Assinale a afirmativa verdadeira:<br />

178<br />

estrutura do átomo-3<br />

a) Entre os elementos dados, o argônio apresenta o maior raio<br />

atômico porque tem todos seus níveis completos.<br />

b) Os átomos de titânio, cobre e zinco apresentara seus elétrons<br />

diferenciadores em orbitais "p".<br />

c) Os átomos de argonio e potássio na relação acima tem igual<br />

número de neutrons no núcleo.<br />

d) Os elementos de número atômico 16, 18 e 19 tem todos os<br />

seus elétrons diferenciadores no mesmo nível principal.<br />

e) Os elementos de número atômico 19, 22, 29, 30, são<br />

elementos de transição.<br />

(MEDICINA-Santos-69)<br />

(175) Se houvesse um composto formado por um átomo do elemento de<br />

número atômico 14 com quatro átomos de elemento de número atômico 17, deve-se<br />

esperar que a molécula resultante seja:<br />

a) plana<br />

b) octaédrica d) trigonal<br />

c) linear e) tetraédrica<br />

(FE Mogi das Cruzes-68)<br />

(176) Com respeito ã questão anterior (um átomo de elemento de número<br />

atômico 14 e 4 átomos do elemento de número atômico 17), pode-se dizer que a<br />

geometria da molécula resultante é determinada pelo fato de:<br />

a) o elemento 17 sofrer hibridação sp 2<br />

b) o elemento 17 sofrer hibridação sp 3<br />

c) o elemento 17 sofrer hibridação sp 4<br />

d) o elemento 14 sofrer hibridação sp 3<br />

e) o elemento 14 sofrer hibridação sp<br />

FE Mogi das Cruzes-68)<br />

(177) Quais são os quatro números quânticos dos dois elétrons mais<br />

externos do átomo de cálcio (massa atômica 40)?<br />

(EPUSP-68)<br />

(178) Qual a carga que possui um íon de escândio (o escândio tem número<br />

atômico 21) com a estrutura eletrônica do gás nobre precedente?<br />

(EPUSP-68)<br />

(179) Escrever a estrutura eletrônica do átomo de fósforo (número atômico<br />

15), indicando a distribuição dos elétrons nos dife-


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rentes orbitais p.<br />

179<br />

(EPUSP-68)<br />

(180) Os elementos de números atômicos, 2, 10, 18, 36, 54 e<br />

86 constituem o grupo de:<br />

a) elementos inertes<br />

b) metais das terras raras<br />

c) metais alcalinos<br />

(181) 0 que caracteriza os chamados elementos de transição?<br />

(EE MAUÁ-64)<br />

(EE MAUÁl-68)<br />

(182) Um elemento tem, respectivamente, 2, 8, 9, 2 elétrons nas<br />

camadas K, L, M, N. É portanto:<br />

a) metal alcalino-terroso<br />

b) elemento de transição c) semi-metal<br />

(FEI-67)<br />

(183) Qual das séries de números atômicos seria representativa de<br />

elementos da família dos metais alcalinos terrosos?<br />

a) 4, 22, 40, 72<br />

b) 8, 16, 34, 52 d) 12, 20, 38, 56<br />

c) 14, 32, 50, 82 e) nenhuma das respostas anteriores<br />

(EES CARLOS-68)<br />

(184) Qual dos símbolos abaixo está relacionado com orbitais de<br />

simetria esférica?<br />

a) s<br />

b) p d) f<br />

c) d e) g<br />

(ITA-64)<br />

(185) Nos modelos atômicos atualmente aceitos, o número máximo<br />

de elétrons presentes num mesmo orbital é:<br />

a) 2 com spins contrários d) 8 com spins no mesmo<br />

b) 2 com spins no mesmo sentido sentido<br />

c) 8 com spins contrários e) 18 com spins variados<br />

(ITA-66)


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180<br />

estrutura do átomo-3<br />

(186) Um determinado elemento possui em sua configuração eletrônica um<br />

nível energético com 32 elétrons e um outro com 3 elétrons. 0 número atômico<br />

desse elemento e:<br />

a) 72<br />

b) 81 d) 90<br />

c) 89 e) 103<br />

(UFMG-68)<br />

(187) 0 bombardeio da folha de ouro muito delgada com raios alfa de rádio<br />

mostra que alguns deles sofrem desvio acentuado do seu trajeto ao atravessar a<br />

lâmina, o que é devido a:<br />

a) as partículas alfa chocam-se com as moléculas de ouro e tem<br />

seu trajeto modificado.<br />

b) as partículas alfa têm carga negativa e são repelidas pelo núcleo<br />

do átomo de ouro.<br />

c) as partículas alfa são muito lentas e qualquer obstáculo as<br />

desvia do seu trajeto.<br />

d) as partículas alfa tem carga positiva e são repelidas pelo núcleo<br />

do átomo de ouro, que também tem carga positiva.<br />

refletidas.<br />

e) as partículas alfa não podem atravessar a lâmina de ouro a são<br />

(MEDICINA-GB-66)<br />

(188) 0 elemento cuja distribuição de elétrons é ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 10<br />

4s 2 4p 6 4d l0 4f 14 5s 2 5p 6 5d 10 6s 2 6p 6 7S 1 :<br />

a) é halogênio<br />

b) é metal alcalino d) é gás nobre<br />

c) é metal alcalino-terroso e) é actinídeo<br />

Questões 189 a 191.<br />

Associe:<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

a) número quântico que representa aproximadamente a distância do<br />

elétron ao núcleo.<br />

b) número quântico que descreve a forma do orbital.<br />

c) número quântico que descreve a orientação do orbital no espaço.<br />

d) número quântico que descreve o momento angular do elétron<br />

(rotação do elétron em torno do seu eixo).<br />

e) número que traduz a perda ou ganho de elétrons por um átomo<br />

(189) Número quântico secundário.<br />

(190) Número quântico principal.


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núcleo?<br />

(191) Número de oxidação.<br />

(192) Spin.<br />

(1S3) Número quântico magnético.<br />

181<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

(194) 0 elemento de número atômico 21 tem a estrutura eletrônica<br />

a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 3a 1<br />

b) ls 2 2S 4 2p 6 3S 4 3p 4 3a 1<br />

c) ls 2 2s 2 2P 4 3s 2 3p 6 3d 5<br />

d) ls 2 2s 2 2p 4 3s 5 3p 6 3d 1<br />

e) ls 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 3 4s 2<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

(195) Qual a relação entre o diâmetro de um átomo e o diâmetro do<br />

a) 10.000 vezes maior<br />

b) 2.000 vezes maior d) 1.000.000.000.000 vezes maior<br />

c) 500.000.000 vezes maior e) 10.000.000 vezes maior<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

(196) A molécula do metano tem uma configuração tetraédrica, o que decorre<br />

do fato do átomo de carbono apresentar seus elétrons de valência em orbitais<br />

híbridos do tipo:<br />

a) sp 2<br />

b) sp d) s 2 p<br />

c) sp 3 e) s 3 p<br />

(197) 0 deutério difere do hidrogênio comum por ter:<br />

a) 2 elétrons a mais d) 1 nêutron a mais<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

b) 1 próton e um nêutron a mais e) 1 partícula alfa como núcleo<br />

c) 1 elétron e 1 próton a mais<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

(198) De acordo com o Princípio da Exclusão de Pauli, o número<br />

máximo de elétrons que um orbital pode conter é:<br />

a) 1<br />

b) 2<br />

c) 8<br />

d) 18<br />

e) 32<br />

(MEDICINA-GB-68)


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182<br />

estrutura do átomo-3<br />

(199) Quando um elétron de um átomo passa de orbital 2s para 2p,<br />

podemos dizer que:<br />

a) houve emissão de energia d) um outro elétron pas-<br />

b) houve absorção de energia sou de 2p para 2s<br />

c) não houve variação de energia e) houve emissão de luz<br />

(MEDICINA-GB-68)<br />

(200) Um átomo possui o número atômico 15 e número de massa 31, o<br />

número de elétrons na sua camada mais externa é:<br />

halogênio?<br />

a) um c) cinco<br />

b) três d) sete<br />

(Ciências Biológicas USP-68)<br />

(201) Qual das seguintes representações eletrônicas representa um<br />

a) ls 2 2s c) ls 2 2s 2 2p 5<br />

b) ls 2 2s 2 2p 3 d) ls 2 2s 2 2p 6<br />

(Ciências Biológicas USP-68)<br />

(202) A configuração eletrônica correta para o elemento K (número atômico<br />

19) no estado normal é:<br />

a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 1 c) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 3d 4s 1<br />

b) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 4s 2 d) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3a 1<br />

(203) Em cada camada eletrônica só existe um orbital s porque:<br />

a) só existe um orbital híbrido c) os orbitais s apre-<br />

(FFCLUSP-67).<br />

b) em torno de um ponto só existe sentam ressonância<br />

uma única esfera com um raio dado d) trata-se de orbital<br />

ligante<br />

(EE Lins-67)<br />

(204) Sabendo-se que a estrutura eletrônica do átomo de boro no estado<br />

fundamental é ls 2 2s 2 2p 1 , qual deveria ser a fórmula do seu fluoreto supondo não<br />

haver hibridação do átomo de boro?<br />

a) BF<br />

b) BF2 d) BF4<br />

c) BF3 e) BF5<br />

═══════════════<br />

(MEDICINA-Valença-69)


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ATOMÍSTICA<br />

183<br />

Capítulo 4


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

os átomos, que se aproximam.<br />

LIGAÇÕES<br />

QUÍMICAS<br />

Imagine dois imãs em forma de ferradura,<br />

exercendo entre si forças de atração, como indica a<br />

figura ao lado.<br />

sistema estável.<br />

As duas peças irão unir-se formando um<br />

Imagine agora, dois átomos aproximando-se.<br />

Suponhamos que apareçam entre eles forças de atração<br />

como no exemplo dos imãs, pois, a eletrosfera de um<br />

átomo atrai o núcleo de outro átomo. Entretanto, à<br />

medida que os átomos vão se aproximando, surgirá uma<br />

repulsão entre os núcleos, pois estes possuem<br />

cargas positivas,<br />

Em determinada posição, estabelecer-se-á um<br />

equilíbrio entre as atrações e repulsões.<br />

Se o equi1íbrio for ESTÁVEL, diremos que se<br />

estabeleceu uma LIGAÇÃO QUÍMICA entre esses<br />

átomos.<br />

Existem 4 tipos de ligações:<br />

As ligações químicas recebem diferentes nomes<br />

conforme o tipo das forças de atração que aparecem entre<br />

-"Ligação eletrovalente, iônica ou heteropolar."<br />

-"Ligação covalente ou molecular. "<br />

-"Ligação metálica."<br />

-"Ligação intermolecular. "<br />

que serão estudadas a seguir).<br />

184


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

185<br />

A LIGAÇÃO<br />

ELETROVALENTE<br />

A descoberta dos gases nobres e o exame de suas configurações eletrônicas<br />

fizeram com que os cientistas Lewis, Langmuir e Kossel sugerissem que:<br />

Os átomos adquirem ESTABILIDADE, quando suas<br />

configurações eletrônicas assemelham-se àquelas dos GASES<br />

NOBRES.<br />

Esta sugestão é de fato confirmada na grande maioria dos casos. De modo<br />

geral, os átomos dos gases nobres distinguem-se dos demais, porque na camada<br />

externa possuem 8 elétrons (exceto o gás hélio - vide tabela abaixo).<br />

Eis a configuração eletrônica dos gases nobres:


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186<br />

ligações químicas-4<br />

O átomo procura "reagir" , quimicamente, para passar de uma configuração<br />

instável para outra mais estável. Uma das formas de estabilizar-se é "ganhando" ou<br />

"perdendo" elétrons.<br />

Entre os gases nobres, o hélio é o único que possui 2 elétrons na<br />

camada periférica. Alguns átomos podem adquirir estabilidade quando ficam<br />

com configuração semelhante ao hélio.<br />

RESUMINDO:<br />

____________________________________________________________________________<br />

Um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na camada<br />

periférica. Também será estável o átomo que possuir apenas 2 elétrons na<br />

camada K.<br />

____________________________________________________________________________<br />

Na formação de diversos compostos, os átomos procuram ganhar uma dessas<br />

configurações estáveis. Esta é a "REGRA DO OCTETO", para os átomos.<br />

Esta regra é comprovada num grande número de observações, mas apresenta<br />

exceções. Sendo assim, pedimos ao leitor não criar a obrigatoriedade da regra do octeto<br />

para todos os átomos. Existem compostos onde os átomos tornam-se estáveis,<br />

apresentando na camada externa 4, 6, 12, 18 elétrons e assim por diante, como<br />

veremos ainda neste capítulo.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Para que o leitor tenha uma fixação melhor dessa "regra do octeto",<br />

examinemos os seguintes átomos:<br />

sódio:<br />

Vamos ilustrar o encontro de um átomo de cloro com um átomo de<br />

187


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

188<br />

ligações químicas – 4<br />

Quando o átomo de sódio perde um elétron, ele se torna um íon<br />

positivo ou "CÀTION' (e o diâmetro do átomo DIMINUI). 0 átomo de cloro que<br />

recebe o elétron, torna-se um íon negativo ou ÂNION" (e o diâmetro do átomo<br />

AUMENTA).<br />

Tanto o câtion como o ãnion adquirem configurações de gases nobres e<br />

tornam-se estáveis. No entanto, suas cargas são opostas e, esses íons passam a atrair-<br />

se mutuamente até que eles fiquem encostados . Dizemos que entre estes íons,<br />

apareceu a ligação ".ELETROVALENTE" ou "IÕNICA"<br />

A equação que representa o fenômeno é:<br />

Na0 + C10 ---------- Na +C1- Na prática, quando se efetua uma reação entre sódio e cloro, participam da<br />

reação um grande número de átomos. Se o sódio está no estado sólido, temos uma<br />

"pilha" de átomos de sódio.<br />

Se empregamos cloro gasoso, temos moléculas de cloro Cl 2 (bi.i tÔmicas) que,<br />

colidindo com o sódio, formam o cloreto de sódio, que será então uma pilha de íons<br />

Na + e Cl -<br />

A ligação eletrovalente é aquela que caracteriza os compostos iônicos. Esta<br />

ligação aparece sempre que alguns átomos perdem elétrons , transformando-se em<br />

cátions, enquanto outros átomos ganham esses elétrons, transformando-se em<br />

ânions. As forças, que mantêm


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

os cátions unidos aos ânions, são de caráter puramente eletrostático.<br />

No estado sólido, cada íon fica encostado a diversos íons de carga oposta. No<br />

caso do cloreto de sódio, cada íon Na + está ligado (encostado)a seis íons Cl - por outro<br />

lado, cada íon Cl - está ligado (encostado) a seis íons Na + . Mas, a proporção de íons Na +<br />

e Cl - é de 1:1.<br />

Para se determinar a proporção dos íons que se combinam, é preciso<br />

examinar as configurações eletrônicas dos átomos que se ligam.<br />

De modo geral:<br />

- PERDEM ELÉTRONS os átomos com menos de 4 elétrons na última<br />

camada. São os metais que apresentam estas configurações eletrônicas.<br />

- GANHAM ELÉTRONS os átomos com mais de 4 elétrons na última camada.<br />

São os não metais que possuem esta configuração eletrônica.<br />

NÃO METAL '.'<br />

Resumindo:<br />

"A LIGAÇÃO IÔNICA aparece quando se liga um METAL com um<br />

189


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Para completar os octetos, parece mais fácil:<br />

o Cálcio perder 2 elétrons<br />

o Bromo ganhar 1 elétron<br />

190<br />

ligações químicas-4<br />

0 número de átomos de cada elemento é inversamente proporcional à<br />

capacidade de perder ou ganhar elétrons.<br />

Então:<br />

A proporção entre os átomos que se combinam, ou seja, a<br />

FÓRMULA do composto será Ca ++ Br2 _ .<br />

e 15 Y .<br />

terá fórmula:<br />

Sejam os elementos Alumínio e Enxofre.<br />

De modo mais simplificado:<br />

EXERCÍCIOS<br />

(205) Escrever a fórmula do composto constituído pelos elementos 11 X<br />

(206) Sejam os elementos 56X e 34Y. Se eles combinarem, o composto<br />

a) X2Y d) X2Y2<br />

b) XY2 e) não se combinarão<br />

c) XY<br />

(207) Com qual dos seguintes elementos o íon Cr +++ pode formar<br />

um composto iônico?<br />

a) 10 X d) 14 T<br />

b) 12 Y e) nenhum deles<br />

c) 17 Z


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(208) Quando o elemento X, que possui 10 prótons e 10 nêutrons, é<br />

colocado diante do sódio, forma-se um composto cuja fórmula é:<br />

a) NaX<br />

b) NaX2<br />

c) Na2X<br />

d) Na2X2<br />

e) não se forma nenhum composto<br />

Estrutura do cloreto de sódio<br />

Estudaremos o cloreto de sódio que é um composto tipicamente iônico.<br />

Temos os seguintes raios para os átomos,antes e após as ligações :<br />

191<br />

Os ânions cloro e cátions sódio se<br />

agregam para formar o cloreto de sódio sólido. As<br />

forças que mantém os íons agrupados são do tipo<br />

e1etrostático. Esta pilha de ÍONS é denominada<br />

CRISTAL de cloreto de sódio.<br />

Vamos discutir a estrutura do cristal. Para isso, imaginemos que os íons<br />

estão mais afastados entre si. Seria apenas uma "visualização didática",porém já<br />

longe da realidade.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

192<br />

ligações químicas-4<br />

Assim, podemos apreciar melhor a distribuição geométrica espacial dos<br />

íons,que constituem o cloreto de sódio.<br />

Acabamos de desenhar a grade, a rede ou o RETÍCULO CRISTALINO"<br />

do cloreto de sódio.<br />

Retirando-se a mínima amostra do cristal, temos a CÉLULA UNITÁRIA<br />

do cristal. No desenho corresponde á porção "hachuriada".<br />

Agora, vamos desenhar um pedaço do cristal e, analisar as estruturas<br />

dos íons Cl - e dos íons Na + separadamente.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Tanto os íons cloro como os íons sódio constituem estruturas "CÚBICAS DE<br />

FACE CENTRADA"(C.F.C.) .<br />

Dizemos que o cloreto de sódio é constituído pela interpenetração de duas<br />

estruturas C.F.C.<br />

Voltemos ao cristal real e examinemos um<br />

íon cloro. Em seu redor, estão 6 íons Na + que se<br />

situam em três eixos triortogonais.<br />

Dizemos que, o número de coordenação do<br />

Cl- isto é, o número de cátions ligados ao Cl - é 6.<br />

Da mesma forma, o número de coordenação<br />

do Na + é 6 porque em seu redor estão 6 anions Cl - .<br />

Em outras palavras, cada cloro liga-se a 6 Na+ e, cada sódio liga-se a 6 Cl - .<br />

Mas, a proporção entre Na + e Cl - é 1:1. Por isso, a fórmula do cloreto de sódio é Na + Cl -<br />

.<br />

macromolécula.<br />

Então, o que é aquele minúsculo "grãozinho"<br />

constituinte do sal?<br />

É um cristal de cloreto de sódio, ou seja, uma<br />

"pilha" formada por um_número monstruoso de íons<br />

Na + e Cl - , ordenados no sistema C.F.C. e<br />

interpenetrados.<br />

Por isso é que dizemos que não existe molécula de NaCl.<br />

Impropriamente, poderíamos dizer que um cristal desses seria uma<br />

Estrutura dos cristais iônicos<br />

Todos os compostos iônicos formam, no estado sólido, estruturas bem<br />

definidas. O tipo de estrutura cristalina depende de 2 fatores:<br />

a) Proporção entre números de cátions e ânions no cristal.<br />

b) Relação dos tamanhos dos cátions e ânions.<br />

193


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Exemplos:<br />

194<br />

ligações químicas-4<br />

(209) O cloreto de cálcio Ca++ Cl2 não tem estrutura igual à do Na+ Cl - porque<br />

a proporção cátion-ânion é 1:2.<br />

0 cloreto de césio Cs + Cl - tem a mesma proporção de íons do Na+ Cl - (1:1).<br />

À primeira vista, era de se esperar que o Cs + Cl - tivesse estrutura C.F.C.<br />

interpenetradas.<br />

Na realidade, como íon Cs + tem tamanho aproximadamente igual do Cl - ,<br />

resulta um outro tipo de empilhamento, chamado cúbico de corpo centrado (C.C.C.).<br />

gases nobres.<br />

Estrutura eletrônica dos íons<br />

Os ânios , sem exceção, adquirem nos compostos iônicos confígurações de<br />

Quanto aos cátions : Se for alcalino ou alcalino terroso apresentará 8 elétrons<br />

na camada externa. Sendo outros metais, as configurações são diversificadas.<br />

periférica.<br />

Os íons Ag + , Cu ++ e Au + também se estabilizam com 18 elétrons na camada<br />

Vejamos o caso do Ferro que apresenta os íons Fe ++ e Fe +++ .<br />

Muito bem. Estamos apresentando algumas estruturas " SEM OCTETO" para<br />

que o leitor apenas LEMBRE: "Nem sempre os átomos 8 elétrons na camada externa<br />

para se tornarem estáveis".


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

195<br />

B LIGAÇÃO<br />

COVALENTE<br />

Esta ligação é responsável pela formação das substâncias ” MOLECULARES.” '<br />

Substâncias dessa classe, quando no estado líquido, não conduzem corrente elétrica.<br />

Esta é a principal característica de diferenciação em relação a um composto<br />

iônico.<br />

Numa ligação iônica , vimos que<br />

um átomo cede totalmente um ou mais<br />

elétrons ao outro "átomo e, daí, o<br />

aparecimento de íons de cargas opostas.<br />

Na ligação covalente, nenhum<br />

átomo cede e nem recebe o elétron, de<br />

forma integral.<br />

Esta ligação surge quando um par<br />

de elétrons de spins opostos . torna-se<br />

comum aos átomos que se ligam.<br />

No exemplo, cada átomo de<br />

hidrogênio possuía seu elétron. Após a<br />

ligação, não se reconhece mais qual é o<br />

elétron que pertence a determinado átomo.<br />

Agora, os 2 elétrons pertencem a ambos os<br />

átomos. É uma "sociedade".<br />

Dizemos que houve um emparelhamento de elétrons e, esta ligação será<br />

representada por um traço ou um par de pontos.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

196<br />

ligações químicas-4<br />

Foi Lewis quem sugeriu que a ligação covalente é resultante do<br />

emparelhamento de elétrons. Lewis observou que quase todos os compostos<br />

moleculares apresentam todos os seus elétrons em pares. Sugeriu que os átomos»que<br />

tivessem orbitais com 1 elétron pudessem emparelhar esse elétron com outro de spin<br />

oposto, atribuindo que o emparelhamento resultaria um sistema de mais estabilidade.<br />

Do mesmo modo que os elétrons procuram se emparelhar nos orbitais atômicos, eles<br />

também procuram um parceiro na formação da ligação covalente.<br />

________________________________<br />

Teoria de Heitler-London<br />

________________________________<br />

O primeiro tratamento teórico, para justificar a ligação covalente foi exposta<br />

por Heitler e London em 1927.<br />

Imaginemos 2 átomos de hidrogênio aproximando-se e examinemos as forças<br />

que aparecem no sistema.<br />

Os elétrons estão em movimento em redor do núcleo mas, a cada instante,<br />

aparecem 4 forças de atração (elétron—núcleo) e 2 forças de repulsão (núoleo-núcleo e<br />

elétron-elétron).<br />

Variando-se a distância internuclear "d" , iremos notar que existirá uma<br />

posição "dH",onde o sistema terá maior estabilidade.<br />

Heitler e London calcularam as energias do sistema para diversas distâncias<br />

internucleares que, transportadas para um gráfico cartesiano, se apresentam:


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mínima energia.<br />

Verifica-se que a posição de equilíbrio " dH " é aquela na qual o sistema possui<br />

Em outras palavras; para se ter uma distância inter-nuclear maior que "dH" é<br />

preciso fornecer energia ao sistema; para diminuir a distância, o sistema também<br />

requer energia do exterior.<br />

No gráfico vê-se que o valor ZERO de energia foi adotado arbitráriamente para<br />

o átomo isolado de hidrogênio.<br />

A quantidade de energia AB corresponde a energia de ligação H-H.<br />

197<br />

Podemos fazer analogia com um<br />

sistema imãs-molas.<br />

Vamos supor que os Imãs estejam<br />

presos a molas e colocadas num plano sem<br />

atrito.<br />

As molas se encontram comprimidas e empurram os Imãs. Estas não se<br />

aproximam mais porque defrontam-se pólos de mesmo nome.<br />

Haverá uma posição de equilíbrio onde a distância entre os centros dos ímãs<br />

será."dH". Esta posição apresenta mínima energia pois, tanto para afastar como para<br />

aproximar os imãs, necessita-se de energia.<br />

Resumindo:<br />

Os átomos tendem a emparelhar os elétrons porque poderão constituir um<br />

sistema com menor energia,que significa maior estabilidade.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

198<br />

ligações químicas-4<br />

Que acontece aos orbitais "1s"<br />

do hidrogênio, quando 3 átomos se<br />

ligam por covalência?<br />

Estudos efetuados na<br />

mecânica ondulatória concluem que os<br />

orbitais atômicos "ls" sofrem<br />

inicialmente uma superposição parcial<br />

e, em seguida, deformam-se dando<br />

lugar ao novo orbital. Conterá os 2<br />

elétrons de spins opostos e este<br />

abrangerá os 2 átomos em ligação. É o<br />

orbital molecular.<br />

O orbital molecular que surge<br />

pela superposição ("overlap" em inglês)<br />

parcial de orbitais atômicos, é<br />

denominado orbital sigma (ﯕ) e tem<br />

como índices os orbitais atômicos de<br />

origem. No caso da molécula de<br />

hidrogênio, temos o orbital molecular<br />

ﯕs-s-<br />

Pode-se medir a distância<br />

internuclear e, no caso da molécula de<br />

H2 xtemos 2,4 Ǻ. A metade dessa<br />

distância, ou seja l,2 Ǻ é denominada<br />

ralocovalente.<br />

Embora haja completa<br />

deformação dos orbitais atômicos após<br />

uma ligação, numa representação<br />

segundo átomo = bolinha costuma-se<br />

indicar que houve apenas ligeira interpenetração dos átomos,como indica a figura aõ<br />

lado.<br />

A equação do fenômeno é:<br />

H (g) + H (g)------ H2 (g)<br />

(g) - gasoso


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Vejamos a ligação covalente entre os orbitais "s" e "p". O exemplo tomado será<br />

a formação do "HF".<br />

O átomo de flúor tem 9 elétrons e a seguinte configuração eletrônica:<br />

O orbital "pz" está com o elétron desemparelhado e pronto para ligar-se ao<br />

orbital "ls" do hidrogênio.<br />

0 orbital molecular que surge, pela superposição ou interpenetração dos<br />

orbitais atômicos "s" do hidrogênio e "p" do flúor, chama-se orbital molecular ﯕ (sigma)<br />

ou melhor , ﯕs-p.<br />

Como conseqüência da ligação molecular, haverá uma "contração" do orbital<br />

atômico "p", no lado oposto à ligação.<br />

Observemos mais uma vez apenas a formação do orbital molecular ﯕs-p:<br />

Quando desaparece certa parte do orbital, significa que naquela região, o<br />

elétron se ausenta.<br />

199


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

A representação esquemática da formação da molécula "HF" é:<br />

200<br />

ligações químicas-4<br />

Na covalência, também se observa a regra do octeta. O flúor, tem na última<br />

camada "8" elétrons, enquanto o hidrogênio tem "2". Lembremos que, na ligação<br />

covalente, o par de elétrons pertence a ambos os átomos.<br />

Examinemos mais uma ligação importante que é a p-p-<br />

É aquela que está presente, por exemplo, na molécula de flúor "F2".<br />

Observando apenas os orbitais "p2" dos átomos de flúor, temos:<br />

Também, costuma-se representar apenas os elétrons da última camada nas<br />

ligações covalentes.<br />

Observe, mais uma vez, a obediência à regra do octeto.


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Orientação das ligações covalentes no espaço<br />

Quando um átomo liga-se a 2 ou mais átomos deve-se levar em conta o<br />

ângulo entre as ligações.<br />

Linus Pauling e Slater desenvolveram o assunto,<br />

cuja importância já havia sido apontada por Van't Hoff<br />

(1874) quando admitiu teoricamente que as 4 valências do<br />

carbono eram dirigidas para os vértices de um tetraedro<br />

regular.<br />

Vejamos então, as ligações na formação da molécula de água.<br />

O oxigênio tem 8 elétrons e possui a seguinte configuração eletrônica:<br />

201


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202<br />

ligações químicas-4<br />

Lembrando que os orbitais "p"<br />

formam entre si um ângulo de 90°, era de se<br />

esperar que na molécula de água, fosse de<br />

90° o ângulo entre as duas ligações ﯕ s-p.<br />

Medidas reais, calculadas através de<br />

espectroscopia e do momento magnético,<br />

indicam porém, que as ligações da molécula<br />

da água formam um ângulo de 104° e 30'.<br />

Tenta-se justificar esta ligeira fuga angular, admitindo-se que os átomos de<br />

hidrogênio ficam suavemente positivos, em face da grande atração de elétrons pelo<br />

oxigênio. Dizemos que os átomos de hidrogênio estão polarizados positivamente e<br />

portanto, há uma repulsão entre eles que os afasta e aumenta o ângulo de 90° para<br />

104° 30'.<br />

Outro exemplo interessante é a formação da amônia "NH3".<br />

O nitrogênio tem 7 prótons e 7 nêutrons.<br />

então:<br />

Os orbitais incompletos são: 2px 1 , 2py 1 e 2pz 1 . Cada um desses orbitais<br />

aceita um átomo de "H", que apresenta "ls 1 ".


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é de 106 .<br />

Formam-se três orbitais moleculares s-p e o ângulo entre as ligações<br />

O ângulo deveria ser de 90° mas, aparecerá um pequeno desvio, como<br />

no caso do H20.<br />

Quando o H liga-se a átomos maiores como S, Se, P, As, Sb , os<br />

átomos de H ficam mais distantes entre si e menos polarizados.<br />

Daí, os seguintes valores para os ângulos, nas ligações em:<br />

repe1indo-se, portanto, com menores intensidades.<br />

Covalência Coordenada<br />

As vezes, um átomo já está com seu octeto completo e, portanto, todos os<br />

seus orbitais com elétrons emparelhados. No entanto, este átomo pode ligar-se a outro<br />

"emprestando-lhe" (em base da coparticipação ou "condomínio") um par de elétrons, e<br />

formar um orbital molecular.<br />

Seja a molécula de água diante da molécula de<br />

HC1, o oxigênio da água poderá atrair o hidrogênio do<br />

HC1.<br />

Como o cloro é mais eletronegativo que o<br />

hidrogênio, este pode libertar-se do cloro,deixando-lhe o<br />

seu elétron. Deveriam-se formar os íons H + e Cl - .<br />

O íon Cl - tem configuração estável (octeto), mas<br />

o H+ teria ficado sem nenhum elétron!<br />

Então, este H + pode-se ligar ao oxigênio que<br />

lhe "empresta" 2 elétrons.<br />

Dizemos que o oxigênio efetuou uma ligação covalente coordenada ou,<br />

simplesmente, "coordenada" ou "dativa" com o cátion hidrogênio. Esta ligação é<br />

indicada com uma seta no sentido de quem está sendo "beneficiado"com os elétrons.<br />

H - 0 + H - Cl ----- H – 0 H + + Cl -<br />

H H<br />

Teremos então, cátion H30 + , chamado "hidrônio" ou "hidroxônio" ' e ânion "cloreto".<br />

203


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

204<br />

ligações químicas-4<br />

Encarando o fenômeno de modo mais concreto, uma molécula de água colide<br />

com uma molécula de "HCl", resultando aqueles íons.<br />

Se examinarmos sob o aspecto real, temos que verificar o que acontece aos<br />

orbitais dos átomos.<br />

O orbital "2px" do oxigênio já possui um par de elétrons e recebe um cátion<br />

"H+" através de uma ligação coordenada, chamada também semi-polar ou dativa.<br />

Forma-se o orbital molecular g-p, idêntico às ligações já existentes entre o<br />

oxigênio e hidrogênio, na molécula de água.<br />

Depois de efetuadas as ligações, geometricamente, não se nota diferença<br />

alguma entre a ligação covalente normal e a dativa. Elas se diferem quanto à origem<br />

dos elétrons que, formarão o orbital molecular.<br />

Esta é a razão pela qual muitos autores confundem as notações das ligações<br />

covalente normal e dativa.


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estrutural:<br />

Então, em muitos compêndios, aparece o íon hidrônio com a fórmula<br />

Não podemos saber qual é a ligação dativa, mas temos a certeza de que uma<br />

destas covalências é coordenada.<br />

Em outras palavras: o íon hidrônio é constituído de 3 ligações: duas<br />

covalentes normais e uma coordenada.<br />

Resumindo:<br />

- Numa ligação covalente normal, aproximam-se dois átomos, cada um com<br />

orbital contendo um elétron. Forma-se assim, um orbital contendo elétrons com spins<br />

anti-parale1os, denominado orbital molecular (sigma). Será indicada por um traço.<br />

Na ligação covalente coordenada,aproximam-se dois átomos, um com orbital<br />

completo (2 elétrons) e outro com orbital "vazio". Forma-se o orbital molecular<br />

denominado , geometricamente análogo ao orbital da ligação covalente normal.. Esta<br />

ligação será representada por uma seta mas em muitos compêndios, está indicado por<br />

traço, em vista à analogia geométrica com a ligação covalente normal.<br />

Fórmulas estruturais<br />

Quando se indicam as ligações entre todos os átomos de uma molécula,<br />

dizemos que estamos apresentando a sua fórmula estrutural.<br />

A fórmula estrutural permite deduzir muito do comportamento dessa<br />

molécula numa reação química, razão pela qual é frequentemente utilizada,<br />

principalmente na química orgânica.<br />

205


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

206<br />

ligações químicas-4<br />

Neste capítulo,vamos treinar o seguinte tipo de exemplo: Dada a fórmula<br />

molecular de um composto - inorgânico, escrever a sua fórmula estrutural.<br />

Para isso, existem regras que exigem conhecimentos sobre:<br />

- ELÉTRONS NA CAMADA EXTERNA<br />

- CONTAGEM DE ELÉTRONS NAS LIGAÇÕES<br />

A) Principais elementos e números<br />

de elétrons na camada externa.<br />

Inicialmente, vamos desenhar uma parte da tabela periódica:<br />

Os algarismos romanos indicam "os grupos" da tabela periódica que, para os<br />

elementos presentes, é o número de elétrons na camada externa.<br />

Assim, o "N" tem 5 elétrons na camada externa, o "Si" tem 4, o "Br" tem 7<br />

elétrons, etc. Reparem que o hidrogênio, embora tenha apenas 1 elétron, está na<br />

coluna VII porque, ele "precisa" de apenas mais um elétron, como os demais elementos<br />

desse grupo, para estabilizar-se. O hidrogênio estabiliza - se com 2 elétrons na<br />

camada K.<br />

QUAIS SÃO OS ELEMENTOS QUE EFETUAM LIGAÇÕES COVALENTES?<br />

Todos aqueles que estão à direita da linha tracejada, quando ligam-se entre<br />

si, pois eles possuem tendência a tomar elétrons de outros átomos. Quando 2 átomos<br />

apresentam essa tendência, eles irão "compartilhar" elétrons. Por exemplo: no "PCI3",<br />

temos três ligações (P-Cl) covalentes. O "H" também pertence a esta classe de átomos,<br />

compartilhando 1 elétron.<br />

Às vezes, o "Be", "Mg" e "Al" efetuam ligações covalentes, mas sofrem<br />

hibridações e são considerados casos especiais.


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B) Contagem dos elétrons<br />

na camada externa<br />

agora tem 8_.<br />

2.<br />

CONCLUSÃO:<br />

Seja a molécula de água:<br />

O oxigênio, tinha 6 elétrons na camada externa e,<br />

Cada hidrogênio, tinha apenas 1 elétron e, agora tem<br />

Na contagem dos elétrons da última camada, cada covalência<br />

normal (representada por um traço) aumenta um elétron em cada<br />

átomo que participa da ligação.<br />

De modo geral, os átomos se estabilizam quando completam o octeto.<br />

Vejamos,então, algumas estruturas estáveis.<br />

O nitrogênio é do grupo "V" e,portanto, tem 5 elétrons na cama da externa.<br />

Três covalências o farão mais estável.<br />

Então:<br />

Examinemos agora a, ozona 03:<br />

Todos os átomos de oxigênio (A, B e C) ficaram<br />

com 8 elétrons na camada externa.<br />

Veja a ligação dativa (B-C). 0 átomo "B" empresta<br />

2 elétrons para "C".<br />

Consequentemente,"B" não sofreu aumento de<br />

elétrons por causa da ligação dativa e "C" tem um<br />

aumento de 2 unidades.<br />

207


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

208<br />

ligações químicas – 4<br />

Na contagem de elétrons de última camada, uma ligação coordenada<br />

produz um aumento de 2 e1étrons para o átomo" favorecido (ponta da seta) e<br />

nenhum elétron para o átomo que "empresta" o par de elétrons.<br />

____________________________________________________________________________<br />

Nesse exemplo da ozona:<br />

Oxigênio A Tem um aumento de 2 elétrons por causa de 2 covalências com<br />

"B".<br />

normal (H-).<br />

Oxigênio B Tem um aumento de 2 elétrons por causa de 2 covalências com<br />

"A" e nenhuma alteração por causa da ligação coordenada.<br />

Oxigênio C Tem_um aumento de 2 elétrons por causa de uma ligação<br />

coordenada com "B".<br />

C) Estruturas de Hidretos moleculares<br />

Os hidretos são compostos do tipo "EHX".<br />

0 átomo de hidrogênio tem 1 elétron e, portanto, aceita uma ligação covalente<br />

0 elemento "E" aceita tantas ligações covalentes quantao sejam necessárias<br />

para completar o octeto.<br />

N do grupo V________precisa de 3 covalências - N -<br />

Se do grupo VI______precisa de 2 covalências____Se –<br />

Lembre-se de que o número do grupo (da Tabela Periódica) representa o<br />

número de elétrons na camada externa e cada traço produz um aumento de um<br />

elétron.<br />

Então, pode-se aceitar a seguinte regra para escrever as estruturas de<br />

hidretos moleculares:<br />

______________________________________________________________________<br />

1) Escrever o elemento "E" com (8 – no. do grupo) traços.<br />

2) Em cada traço ligar H-.<br />

_____________________________________________________________________<br />

════════════════


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Exemplo:<br />

(211) Hidreto de fósforo:<br />

P é do grupo V..........(8 - V) - 3 traços.<br />

EXERCÍCIOS<br />

H - P - H<br />

A fórmula estrutural é <br />

H<br />

Exemplo:<br />

(212) Hidreto de silício:<br />

Si é do grupo IV......... (8 - IV) = 4 traços.<br />

H<br />

<br />

Logo H - Si – H<br />

<br />

H<br />

Escreva as fórmulas estruturais dos seguintes compostos:<br />

(213) Hidreto de arsênio<br />

(214) Hidreto de telúrio<br />

(215) Hidreto de germânio<br />

(216) Hidreto de iodo<br />

════════════════<br />

A regra não e válida para elementos que possuem 2 ou 3 elétrons na camada<br />

externa. São os casos como o Berílio e Boro principalmente e que trataremos como<br />

casos especiais.<br />

HIDRETO DE BERÍLIO<br />

O'Be" tem 2 elétrons na camada externa e,antes de ligar-se ao H, sofre uma<br />

hibridação do tipo "sp". Isto já foi estudado no capítulo de hibridação.<br />

0 Berílio fica com 2 orbitais híbridos "sp", formando um ângulo de 180°.<br />

209


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210<br />

ligações químicas-4<br />

Reparem que o berílio ficou estável com 4 elétrons na sua camada externa.<br />

HIDRETO DE BORO<br />

O Boro tem 3 elétrons na camada periférica e sofre uma hibridação do tipo<br />

sp 2 . Aparecem 3 orbitais híbridos com ângulo entre as ligações de 120°.<br />

e, a formula do hidreto, deveria ser: BH3.<br />

Na prática constata-se que essas moléculas de "BH3" reunem-se duas a duas,<br />

resultando moléculas do tipo "B2H6".<br />

simplificada).<br />

C) Estruturas dos óxidos moleculares<br />

Os óxidos moleculares apresentam fórmulas do tipo "E2Ox" ou "EOx/2" (forma<br />

Recordamos que o átomo de oxigênio tem 6 elétrons na camada periférica e<br />

aceita mais 2 elétrons. As possíveis formas de ganhar mais 2 elétrons são:<br />

= 0........ duas ligações covalentes normais.<br />

0......... uma 1igação coordenada.<br />

O átomo "E" admite tantas covalências normais (traços) quantas sejam<br />

necessárias para completar o octeto.<br />

Por exemplo, o nitrogênio:<br />

"N" tem 5 elétrons periféricos e admite 3 covalências normais.<br />

Além disso, o elemento "E" pode efetuar ligações<br />

coordenadas com os elétrons não emparelhados. No caso do<br />

nitrogênio, após ele efetuar três ligações covalentes ainda é<br />

capaz de fazer uma ligação coordenada, se necessário, sem<br />

prejudicar o octeto.


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Eis a regra para a estruturação de 5xidos moleculares:<br />

1) Escrever o elemento "E" com (8 – no. de grupo) traços.<br />

2) Cada 2 traços de "E" recebe um átomo de oxigênio.<br />

3) Os restantes oxigênios serão ligados com ligações coordenadas na forma<br />

[ ->- 0 ] .<br />

4) NO caso de moléculas do tipo E20X, admite-se uma simetria estrutural.<br />

(217) Seja o SO2 - anidrido sulfuroso.<br />

(8 – no. do grupo) = (8 - VI) = 2 traços.<br />

<br />

S -<br />

EXERCÍCIOS<br />

1º. exemplo:<br />

Coloca-se um átomo de oxigênio que utiliza 2 traços.<br />

S = 0<br />

Tem ainda mais um átomo de oxigênio. Este se liga por coordenada.<br />

S = 0<br />

↓<br />

0<br />

(218) Seja o CO2 - anidrido carbônico.<br />

2º. exemplo:<br />

no. de traços . . . ( - IV) = 4<br />

Cada 2 traços recebe um átomo de oxigênio;<br />

então, cabem os 2 átomos de oxigênio .<br />

coordenada.<br />

Não houve necessidade de ligação<br />

211


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3º. exemplo:<br />

212<br />

ligações químicas-4<br />

(219) Sejam N2O4, e N2O5. Agora estamos no caso E20x e temos que admitir<br />

simetria estrutural. É preciso fazer esta consideração para ficar o mesmo número de<br />

átomos de oxigênio em cada átomo de nitrogênio na molécula (simetria).<br />

E preciso examinar se o número de oxigênio é par ou ímpar. Se o número de<br />

oxigênio for par, não pode ter oxigênio no eixo de simetria; se for impar, deve o<br />

oxigênio estar entre os 2 átomos de Ne, portanto, no eixo de simetria.<br />

moleculares.<br />

Agora,seguem-se as regras normais para a estruturação de óxidos<br />

Em cada átomo, vão (8 - n° de grupo) traços. No caso do nitrogênio, são 3<br />

traços em cada átomo.


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Escrever as estruturas dos seguintes óxidos;<br />

(220) SO3 - anidrído sulfúrico<br />

(221) N2O3 - anídrido nitroso<br />

(222) C12O6 - anídrido clórico-perclórico<br />

(223) CI2O7 - anídrido perclórico<br />

(224) AS2O5 - anídrido arsênico<br />

E) Estruturas de ácidos oxigenados<br />

A maioria dos ácidos oxigenados apresentam a fórmula HxEO y.<br />

Nesses ácidos, os hidrogênios ionizáveis ligam-se ao oxigênio por uma<br />

covalência normal. (H - 0 -) .<br />

O elemento "E" fica no centro da molécula e procura, também, a estabilidade<br />

através de covalências normais ou coordenadas.<br />

Temos uma regra de estruturação semelhante a dos óxidos:<br />

1) Escrever o elemento "E" com (8 – no. do grupo) traços.<br />

2) Todos os hidrogênios ionizáveis deverão ser ligados ao "E" juntamente com<br />

o oxigênio, na forma H - 0 -.<br />

um átomo "0".<br />

3) Os restantes oxigênios serão ligados ao "E"; cada 2 traços de "E" admite<br />

4) Se ainda existem átomos de "0" e não existem traços suficientes, devem-se<br />

ligar os oxigênios restantes por 1igações coordenadas, na forma 0.<br />

5) Se a molécula do ácido for do tipo HxE20y, esta molécula admite uma<br />

simetria estrutural.<br />

1º. exemplo:<br />

(225) Seja o HN03 - ácido nítrico.<br />

EXERCÍCIOS<br />

0 nitrogênio é do grupo V . . . (8 - V) = 3 traços.<br />

213


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2º. exemplo:<br />

214<br />

ligações químicas-4<br />

O átomo de "N" estará com seu octeto, se<br />

efetuar 3 covalências.<br />

forma H - 0 -.<br />

oxigênio.<br />

0 hidrogênio ionízavel será ligado na<br />

Cada 2 traços admite um átomo de<br />

Ainda falta mais um átomo de oxigênio.<br />

Este, será unido ao N por uma ligação<br />

coordenada.<br />

(226) Seja o H2CO3 - ácido carbônico.<br />

0 carbono é do grupo IV ... (8 - IV) = 4 traços.<br />

Seguindo um raciocínio análogo ao 1º. exemplo:<br />

3º. exemplo:<br />

(227) Seja o H2C2 O4 - ácido oxálico.<br />

Neste caso, a molécula é do tipo HxE20y e, vamos então admitir uma simetria<br />

estrutural. Análogo ao caso do óxido, examinemos o numero de átomos de oxigênio - é<br />

par; logo "C" será ligado direto ao C.


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de oxigênio.<br />

4º. exemplo:<br />

Daqui para frente, a regra e a mesma:<br />

coloca-se (8 – no. do grupo) traços em cada átomo.<br />

Todos os "H" ionizáveis na forma H - 0 -,<br />

mas sempre respeitando a simetria.<br />

covalências.<br />

ligação dativa.<br />

(228) Seja o H4P2O7 - ácido pirofosfórico.<br />

Os restantes oxigênios serão ligados por 2<br />

Neste caso, não houve necessidade da<br />

0 número de oxigênio é ímpar . . . "então, entre os átomos de P irá um átomo<br />

0 fósforo é do grupo V - . . (8 - V) = 3 traços.<br />

215


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Escrever as fórmulas estruturais dos seguintes ácidos:<br />

(229) HC10 - ácido hipocloroso<br />

(230) HC102 - ácido cloroso<br />

(231) HCl04, - ácido perclórico<br />

(232) HI03 - ácido iódico<br />

(233) H2SO3 - ácido sulfuroso<br />

(234) H2SO4 - ácido sulfúrico<br />

(235) HPO3 - ácido metafosfórico<br />

(236) H3AsO3 - ácido ortofosfórico<br />

(237) H3ASO3 - ácido arsenioso<br />

(238) HNO2 - ácido nitroso<br />

(239) H2SIO3 - ácido metassilícico<br />

(240) H4SiO4, - ácido ortossilícico<br />

(241) H2S2O7 - ácido pirossulfúrico<br />

(242) H6Si207 - ácido pirossilícico<br />

F) Estruturas dos sais<br />

Os sais são compostos iônicos e,portanto, possuem CÃTIONS e<br />

216<br />

ligações químicas – 4<br />

ANIONS. Pode acontecer desses cátions ou ânions serem um agrupamento<br />

de átomos contendo ligações covalentes.


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Para escrever as estruturas desses sais, lança-se uma forma mista: a parte<br />

que possui covalências é apresentada dentro de um "colchete" e, ao mesmo tempo,<br />

indica-se as ligações iônicas.<br />

1º. exemplo:<br />

(243) Seja o Na2SO4 = 2 Na + . SO4 = .<br />

EXERCÍCIOS<br />

Para escrever a estrutura do ânion SO4 = , comece estruturando o ácido<br />

correspondente; tirando H ionizáveis,restará o ânion com os elétrons responsáveis<br />

pela carga negativa.<br />

Procede-se analogamente,quando o cátion possui covalências.<br />

2º. exemplo:<br />

(244) Seja o NH4Cl = NH4 + Cl - .<br />

Escrever as fórmulas estruturais dos seguintes sais:<br />

(245) KCIO3 - clorato de potássio<br />

(246) CaCO3 - carbonato de cálcio<br />

217


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(247) Na3PO4 - fosfato de sódio<br />

(248) NH4NO3 - nitrato de amôneo<br />

════════════════<br />

CASOS ESPECIAIS DE FÓRMULAS ESTRUTURAIS<br />

1º. caso: Ácidos com hidrogênios não ionizáveis<br />

218<br />

ligações químicas-4<br />

Na química inorgânica, destacam-se 2 ácidos de fósforo que apresentam "H"<br />

não ionizáveis. Neste caso, o "H" não ionizável fica diretamente ligado ao "P".<br />

H3PO3 - ácido fosforoso - tem 1 "H" não ionizável.<br />

Sua fórmula estrutural é:<br />

H3PO2 _ ácido hipofosforoso - tem 2 "H" não ionizáveis.<br />

Sua formula estrutural é:<br />

2º. caso: Peroxi-ácidos<br />

Nos peroxi-compostos sempre está presente a forma [- 0 - 0 -].<br />

ExempIo:<br />

EXERCÍCIOS<br />

(249) H2SO5 - ácido peroxissulfúrico


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(250) H2S208 - ácido peroxidissulfúrico<br />

0 0<br />

↑ ↑<br />

H – O - S - O – O – S – O - H<br />

Sugestão:<br />

↓ ↓<br />

O O<br />

Para maior facilidade, escreva o ácido sem o prefixo peroxi:<br />

peroxissulfúrico ácido sulfúrico<br />

peroxidissulfúrico ácido dissulfúrico<br />

Em seguida,procure encaixar o O para formar o grupo peroxi.<br />

(251) Escrever a fórmula do ácido pirofosfórico.<br />

(252) Escrever a fórmula do peróxido de oxigênio ou água oxigenada.<br />

3º. caso: Estruturas por tentativas<br />

Os casos que não caem naqueles já estudados podem ser deduzidos<br />

lembrando-se que:<br />

se ligam.<br />

aponta.<br />

elétrons.<br />

para C.<br />

- cada covalência normal "aumenta" um elétron para ambos os átomos que<br />

- cada coordenada "aumenta" 2 elétrons apenas no átomo para o qual a seta<br />

Por outro lado, sabemos que os átomos tornam-se estáveis com o octeto de<br />

Exemplos:<br />

EXERCÍCIOS<br />

(253) Seja o CO - monóxido de carbono.<br />

C - tem 4 elétrons periféricos O - tem 6 elétrons periféricos<br />

Solução :<br />

2 covalências e uma coordenada do O<br />

219


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(254) Seja o HCN - ácido cianídrico<br />

Escrever as estruturas dos seguintes compostos:<br />

Sugestão:<br />

Nunca o oxigênio será átomo central.<br />

(255) COC12 - cloreto de carbonila ou gás fosgênio<br />

(256) HNC - ácido isocianídrico<br />

(257) POCI3 - cloreto de fosforila<br />

(258) SOC12 - cloreto de sulfurila<br />

(259) N2H4 – hidrazina<br />

_________________<br />

Ligação π (pi)<br />

_______________<br />

220<br />

══════<br />

Imaginemos 2 átomos de nitrogênio se aproximando.<br />

ligações químicas-4<br />

Cada um tem 5 elétrons periféricos e pretendem completar o octeto, através<br />

de ligações covalentes. Serão 3 covalências normais.<br />

Temos a molécula N2, onde os átomos completaram seus octetos.<br />

À primeira vista, tem-se a impressão de que as 3 ligações covalentes são<br />

iguais. Se examinarmos os orbitais numa representação espacial, veremos que uma<br />

dessas ligações é diferente das demais.


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O átomo de nitrogênio apresenta os orbitais "2p" incompletos:<br />

ZPx 1 , 2py 1 e 2pz 1<br />

Quando os 2 átomos se aproximam, em primeiro lugar, os orbitais pxx irão<br />

fundir-se, formando o orbital molecular p-p. Recordemos que este processo de fusão<br />

de orbitais por uma aproximação dos mesmos é denominada de sobreposição ou<br />

"overlap", característica das ligações


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internuclear.<br />

O "par" das regiões espaciais é que constituem um orbital "π_".<br />

222<br />

ligações químicas -4<br />

Reparem mais uma vez que a ligação "π" faz diminuir a distância<br />

Assim, nos carbonos, numa ligação simples "C-C" onde se tem apenas ligação<br />

"", a distância internuclear é de 1,54 Ǻ.<br />

Quando esses átomos possuem uma dupla ligação "C=C", uma das ligações é<br />

""" e a outra é" π ". A distância internuclear neste caso é de 1,34 Â.


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Voltemos ao caso do nitrogênio "N2". Nesta molécula, cada átomo possui 2<br />

orbitais "p" incompletos, então, surgirão 2 ligações π.<br />

O desenho acima, já inicia com os 2 átomos de nitrogênio ligados por . A<br />

seguir virão os orbitais π.<br />

Reparem mais uma vez que, à medida que aparecem as ligações π ,os átomos<br />

vão se aproximando.<br />

223


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224<br />

ligações químicas -4<br />

Por uma questão de comodidade didática, a ligação π será artificiosamente<br />

indicada, esquematicamente, como a figura acima.<br />

No caso da molécula de "N2" vê-se perfeitamente uma ligação e duas π. As<br />

ligações π determinam planos que são perpendiculares entre si.<br />

Finalmente, de modo resumido, as ligações π surgem quando existem duplas<br />

ou triplas ligações entre os átomos.<br />

EXERCÍCIOS<br />

Contar o número de ligações e π nos seguintes compostos<br />

(260 )<br />

(261) H - C = N - ácido cianídrico


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(262) O = C = O - gás carbônico<br />

(263) H - C = C - H - acetileno<br />

(264) H – O – N ≡ N – O - H - ácido hiponitroso<br />

(265) H - N - H - amônia<br />

Ι<br />

H<br />

═════════════<br />

E quando aparecer uma ligação coordenada?<br />

Neste caso, adote a notação moderna, ou seja: substitua a seta por um traço.<br />

Isto pode ser feito na representação porque a ligação coordenada difere da covalente<br />

normal apenas pela origem dos elétrons que contribuem na ligação.<br />

Então:<br />

será<br />

CO --► C ≡ O ---------------------- C ≡ O<br />

representada<br />

Sendo uma tripla, uma ligação é e duas serão π.<br />

EXERCÍCIOS<br />

Contar o número de ligações "" e "π", nos seguintes compostos .<br />

(266) ácido nítrico - HNO 3<br />

(267) ácido oxálico – H2C2O4<br />

(268) ozona - O3<br />

(269) ácido sulfúrico - H2SO4<br />

(270) carbonato de sódio - Na2CO3<br />

(271) ácido bórico - H3BO3<br />

225


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somente dois orbitais "p"<br />

226<br />

Hibridações parciais<br />

ligações químicas-4<br />

Examinemos as ligações entre os<br />

átomos de carbono na molécula de etileno.<br />

Existem duas covalências sendo uma ligação<br />

"" e uma ligação π.<br />

Se existe uma ligação " π " é porque<br />

cada átomo de carbono reservou um orbital<br />

"p" incompleto afim de formar o orbital<br />

molecular "ir".<br />

Recorda-se que o carbono é um<br />

átomo com 4 elétrons na camada externa;<br />

normalmente, ele hibrida seus orbitais<br />

atômicos "2s" e "2p" originando um átomo de<br />

carbono "sp 3 " (hibridação tetraédrica),<br />

utilizando-se um orbital "s" e três orbitais<br />

"p".<br />

Agora, no etileno, o carbono precisa<br />

guardar um "p". Então, a hibridação será do<br />

tipo "sp 2 ", pois vai utilizar 1 orbital "s' ! e<br />

Abaixo está a seqüência da hibridação do carbono na forma sp2.


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Como se vê, o átomo de carbono continua tetravalente: três orbitais "sp 2 " para<br />

as ligações "" e 1 orbital "p" para a ligação π.<br />

A figura acima mostra as ligações na molécula de etileno.<br />

0 ângulo entre as ligações é de 120°.<br />

Na ligação "C=C" uma delas é:<br />

sp 2 -sp 2<br />

e a outra é π.<br />

Em H-C as ligações são do tipo:<br />

s - sp 2 .<br />

227


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Numa representação geométrica teremos:<br />

228<br />

ligações químicas-4<br />

Examinemos agora a molécula de<br />

acetileno. Existem duas ligações π e as<br />

restantes são "". Mais uma vez<br />

lembremos que, para ocorrer ligação "π" é<br />

necessário que haja um par de orbitais "p"<br />

incompletos.<br />

Então, na molécula de acetileno,<br />

cada átomo de carbono reservou 2<br />

orbitais "p" para as ligações " π ".<br />

Consequentemente, a hibridação<br />

será feita por 1 orbital "s" com 1 orbital<br />

"p" do tipo "sp"


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O átomo de carbono continua tetravalente: 2 orbitais "sp" para as ligações ""<br />

e 2 orbitais "p" para as ligações "π".<br />

acetileno.<br />

A figura acima mostra, esquematicamente, as ligações na molécula de<br />

Observa-se que a molécula é linear.<br />

Nas ligações C≡C, uma é do tipo " Sp-Sp" e duas são do tipo "p".<br />

A ligação "H-C" é do tipo " p-Sp" .<br />

229


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dois orbitais "p".<br />

Examinemos agora a molécula de "CO 2 " (gás carbônico).<br />

Entre o "C" e "O" existem duas ligações: uma é "" e a outra é "π".<br />

230<br />

ligações químicas-4<br />

Então, o átomo de carbono tem duas ligações "π" e, naturalmente, reservou<br />

A hibridação do carbono foi igual aquela do acetileno, ou seja, do tipo "sp".<br />

0 oxigênio possui 2 orbitais incompletos "py" e "pz". O orbital "py" fará<br />

ligação "" com o orbital "sp" do carbono; o orbital "pz" fará ligação "π".<br />

A molécula de CO2 apresenta duas ligações " p-sp" e duas ligações "π".<br />

A molécula é linear.


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triplas ligações.<br />

O átomo de carbono sofre hibridações parciais quando apresenta duplas e<br />

Abaixo está o quadro que indica as hibridações e os ângulos entre as<br />

valências num átomo de carbono.<br />

EXERCÍCIOS<br />

No hidrocarboneto acima, os ângulos formados pelas ligações entre os<br />

carbonos 1-2-3 e 3-4-5 são, respectivamente:<br />

que:<br />

(273) Com relação ao composto citado na questão anterior podemos afirmar<br />

a) o carbono 2 forma apenas três ligações sigma.<br />

b) o carbono 4 forma apenas quatro ligações sigma.<br />

c) o carbono 5 forma duas ligações sigma e duas ligações pi.<br />

d) o carbono 3 forma duas ligações pi e duas ligações sigma.<br />

e) o carbono 1 forma apenas duas ligações pi.<br />

231


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232<br />

ligações químicas – 4<br />

(274) Ainda com referência ao hidrocarboneto citado nas questões anteriores,<br />

podemos afirmar que:<br />

carbonos 3 e 4.<br />

carbonos 2 e 3.<br />

carbonos 1 e 2.<br />

a) A distância entre os carbonos 1 e 2 é maior que a distância entre os<br />

b) A distância entre os carbonos 4 e 5 é maior que a distância entre os<br />

c) A distância entre os carbonos 4 e 5 é menor que a distância entre os<br />

d) As distâncias entre os carbonos 1 e 2 e entre os carbonos 2 e 3 são iguais.<br />

e) Todas as distâncias entre os carbonos são iguais.<br />

(275) Qual é o tipo de hibridação do carbono no ácido carbônico "H2C03"?<br />

a) sp<br />

b) sp 2<br />

c) sp 3<br />

d) sp 4<br />

e) nenhum dos anteriores<br />

_______________________<br />

Hibridações especiais<br />

____________________________<br />

═════════════════════<br />

Vimos no capítulo da hibridação que os átomos que possuem 2, 3 ou 4_<br />

elétrons na camada externa e se dispõem a efetuar covalências sofrem hibridações<br />

entre seus orbitais "s" e "p".<br />

Lembremos,ainda que os átomos com tais características eletrônicas possuem<br />

na camada externa 1 orbital completo e pelo menos 1 "orbital vazio" .<br />

Quando o átomo normal passava ao estado excitado, um elétron do orbital<br />

completo passava a constituir outro orbital, preenchendo o espaço que antes era<br />

indicado como orbital vazio. Em seguida, os orbitais hibridizavam-se.<br />

Existem átomos que não apresentam tais características, as vezes nem<br />

passam pelo estado ativado e mesmo assim, produzem estruturas que somente<br />

podemos aceitá-las justificadas, admitindo-se as hibridações de seus orbitais. Alguns<br />

desses casos especiais serão tratados neste capítulo.


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1º. caso: Hibridação sp 3 do N no íon NH 4<br />

O átomo de N tem a seguinte configuração eletrônica.<br />

N K - 2 . . . ls2<br />

Z = 7<br />

L – 5 . . . 2s 2 ,2p 3 .<br />

Eis a representação eletrôca na camada externa.<br />

233<br />

Quando o "N" efetua apenas 3<br />

covalências normais, não ocorre<br />

hibridação e teremos 3 ligações através<br />

de seus orbitais "p".<br />

ligações " s-p"<br />

É o caso do "NH3" que possui 3<br />

0 átomo de nitrogênio possui ainda um par de elétrons e poderá efetuar uma<br />

ligação coordenada. Isto realmente ocorrerá quando o NH3 passar a íon NH4 + onde um<br />

dos hidrogênios está ligado através de uma covalência coordenada.<br />

Qual seria a explicação desse fato através de seus orbitais?<br />

ligação coordenada.<br />

Admite-se que haja uma<br />

hibridação dos orbitais do N, sem que o<br />

átomo passa pelo estado ativado.<br />

Trata-se de uma hibridação do<br />

tipo sp 3 e portanto, no espaço, a<br />

distribuição será em forma tetragonal.<br />

Um dos orbitais híbridos já<br />

está completo e somente aceitará


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234<br />

ligações químicas-4<br />

No íon " NH4 + " temos 4 ligações "s-Sp 3 ". Reparem que na representação<br />

geométrica, a ligação coordenada confunde-se com a covalente normal.<br />

É por este motivo que muitos autores admitem que, na molécula de "NH 3 ", o<br />

N já está hibridizado .<br />

Seria uma hibridação do tipo "sp 3 " com 1 orbital completo, como indica<br />

a figura (antes de efetuar ligações). 0 angulo teórico seria de 109 0 28',<br />

enquanto que na realidade e de 106°.<br />

Analogamente, este raciocínio é também aplicável a molécula de água. O<br />

oxigênio teria sofrido uma hibridação do tipo "sp 3 ", com 2 orbitais completos e<br />

2 orbitais que efetuariam as ligações com os átomos de hidrogênio.<br />

Nesta diferente interpretação de hibridação para os casos da amônea e<br />

água, teremos respectivamente os nomes: hibridação de pirámide trigonal e de<br />

configuração em "V".<br />

Para facilitar as visualizações espaciais, eis as moléculas de CH4,""NH3"<br />

"H20", admitidas hibridações "sp 3 ".


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2º. caso: Hibridação dsp 3 do P no PCI 5<br />

0 átomo de "P" tem a seguinte configuração eletrônica:<br />

Hormalmente o "P" comporta-se semelhante ao "N"; por exemplo, na formação<br />

da fosfina ou fosfamina "PH3", as ligações são análogas às do "NH3".<br />

No entanto, o átomo de "P" poderá produzir hibridações de todos os orbitais<br />

da camada externa, em determinadas ligações como no "PC15", "PF5" e "PBr5".<br />

Vejamos a seguir, a seqüência da hibridação denominada "dsp 3 ", porque irão<br />

participar: 1 orbital "d", 1 orbital "s" e 3 orbitais "p".<br />

Átomo de fósforo - camada M<br />

Teremos 5 orbitais híbridos incompletos, destinados às ligações sigma. A<br />

estrutura geométrica dos orbitais "dsp 3 " é de uma bi pirâmide triangular.<br />

235


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236<br />

ligações químicas – 4<br />

A molécula de "PCI5" possui 5 covalências do tipo " p-dsp 3 " > pois o cloro<br />

efetua ligações pelos orbitais "p". Reparem que, nesta molécula, o fósforo não respeita<br />

a regra do octeto, ele compartilha 10 elétrons na camada externa.<br />

pz".<br />

3º. Caso: Hibridação "d 2 sp 3 " do "S" na molécula "SF6" .<br />

0 enxofre tem a seguinte configuração:<br />

Normalmente, suas ligações serão através de seus orbitais incompletos "py e<br />

Análogo ao caso do fósforo; o enxofre poderá hibridar seus orbitais como no<br />

"SF6" - (hexafluoreto de enxofre).<br />

Teremos então, para a camada M:<br />

Os orbitais híbridos "d 2 sp 3 "<br />

distribuem-se no espaço numa estrutura<br />

tetraédrica.<br />

Reparem que o enxofre efetuara<br />

6 covalências do tipo " p-d 2 sp 3 " na<br />

formação da molécula de "SF6".


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Na molécula de "SF6", o enxofre ficará com 12 elétrons na camada periférica,<br />

Mais uma vez, estamos presenciando uma exceção à regra do octeto.<br />

A) Eletronegatividade<br />

C LIGAÇÃO POLAR<br />

E MOLÉCULA POLAR<br />

Chama-se eletronegatividade a tendência do átomo em atrair elétron para a<br />

sua camada eletrônica. De modo geral, quanto mais elétron na periferia e quanto<br />

menor o átomo, ele será mais eletro negativo. A medida da eletronegatividade será<br />

descrita no capitulo da Classificação Periódica dos Elementos.<br />

237


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

238<br />

ligações químicas-4<br />

Apareceram diversos critérios para medir a eletronegatividade. Um deles,<br />

talvez o mais aceito, é o da escala de "Linus Pauling", onde os principais elementos<br />

eletronegativos são:<br />

Nesta escala, o flúor é o mais eletronegativo, tendo-lhe sido atribuído o valor<br />

4; os demais valores foram calculador em relação ao valor adotado àquele elemento.<br />

Em resumo, esses números são como "notas" que os professores atribuem aos<br />

seus alunos, para avaliar seu grau de conhecimento; no caso, é para avaliar a<br />

tendência em atrair elétrons, quando um átomo está ligado a outro.<br />

B ) Ligação polar<br />

Quando se ligam dois átomos de<br />

diferente eletronegatividade produzindo ligação<br />

molecular (formação de orbital molecular), o<br />

núcleo do átomo mais eletronegativo irá atrair<br />

mais os elétrons do orbital molecular. Ocorrerá<br />

uma deslocalização das cargas e, diremos que<br />

a ligação é polarizada.<br />

flúor.<br />

Seja a ligação entre o hidrogênio e o<br />

Os orbitais incompletos são: "ls" e"2pz"<br />

que efetuam a ligação " s-p"<br />

Nesse orbital molecular, os elétrons<br />

terão maior probabilidade de se encontrarem<br />

mais próximo do núcleo de flúor. Dizemos que,<br />

nessa região, e maior a densidade eletronica e<br />

teremos uma ligação polar. A molécula é também denominada molécula polar que se<br />

comporta como um minúsculo DIPOLO. A polarização é indicada por "σ + " e "σ"".


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

A ligação H-F é fortemente polar, o que se podia prever em vista da<br />

grande diferença de eletronegatividade desses elementos.<br />

∆ = 4,0 - 2,1 = 1,9<br />

Numa ligação do tipo Br-Cl a diferença de eletronegatividade<br />

é:<br />

∆ = 3,0 - 2,8 = 0,2<br />

tem-se então, uma ligação fracamente polar.<br />

Na ligação Cl-Cl temos ∆ = 3,0 - 3,0 = 0, então é uma ligação totalmente<br />

apolar e dizemos que a molécula CI2 é uma mo1écula apolar. Isto é aceitável, pois se<br />

os átomos possuem a mesma eletronegatividade, as atrações de elétrons são<br />

equivalentes. Disso se conclui que quase todas as substâncias simples moleculares<br />

possuem moléculas apolares.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(276) Qual das ligações é a mais polar?<br />

a) C - F<br />

b) C - Cl<br />

c) C - Br<br />

d) C - I<br />

e) H - F<br />

(277) Qual das ligações é a menos polar?<br />

a) C - F<br />

b) C - Cl<br />

c) C - Br<br />

d) C - I<br />

e) C – H<br />

(278) Qual das ligações é a menos polar?<br />

a) P - F<br />

b) O - C<br />

c) O - H<br />

d) Br - Cl<br />

e) C - H<br />

OBSERVAÇÕES:<br />

- A ligação iônica surge quando a diferença de eletronegatividade entre os<br />

átomos é muito grande. Poderíamos até conceber a ligação iônica como um caso de<br />

excessiva polarização. De modo geral, excetuando casos do "H", pode-se dizer que as<br />

ligações são predominantemente iônicas quando: ∆ > 1,7<br />

239


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Na molécula de "03" (ozona) temos uma ligação polar.<br />

240<br />

ligações químicas-4<br />

E que a ligação dativa entre átomos iguais produz uma ligeira<br />

polarização.<br />

C) Momento polar<br />

Então, esta molécula é polarizada.<br />

Vamos imaginar duas placas<br />

metálicas, inicialmente descarregadas,<br />

como indica a figura.<br />

Agora imaginemos uma molécula<br />

polar inclinada, em relação as paredes da<br />

placa.<br />

Ligando os terminais das placas a<br />

uma fonte elétrica, aparecerão nestas<br />

placas cargas positivas e negativas. A<br />

molécula, imediatamente, será orientada<br />

desviando-se da posição inicial.<br />

Esta tendência, maior ou menor,<br />

em se orientar diante dessa eletrização das<br />

placas, é que denominamos de MOMENTO<br />

DIPOLAR (µ).<br />

Trata-se de uma grandeza vetorial<br />

(que tem intensidade, direção e sentido),<br />

sendo que a sua intensidade é diretamente<br />

proporcional à carga elétrica efetiva de um<br />

dos pólos e à distância entre essas<br />

cargas.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Num orbital não se pode dizer que as cargas elétricas estão concentradas em<br />

apenas 2 pontos; existe a região negativa e a região positiva.<br />

No entanto, podemos imaginar hipoteticamente que as cargas positivas e as<br />

cargas negativas estão concentradas nos pontos ocupa dos pelos núcleos dos átomos<br />

em ligação. Estas cargas, iguais e de sinais contrários (+q) e (-q) seriam as cargas<br />

efetivas da ligação polar. Evidentemente, a distância internuclear será, então, o " ℓ"<br />

(distância entre as cargas).<br />

Definição de vetor momento dipolar: µ →<br />

Trata-se de vetor que possui as seguintes características:<br />

1) Módulo: |µ → | = q . ℓ<br />

onde:<br />

q - valor absoluto da carga elétrica efetiva<br />

ℓ - distância internuclear<br />

2) Direção: É aquela que passa pelos núcleos dos átomos em ligação.<br />

3) Sentido: Por convenção é do positivo para o negativo, ou seja, de um<br />

núcleo para o outro núcleo que mais atrai os elétrons.<br />

A unidade para medir a polarização de uma ligação é o Debye (D)<br />

Por definição, o Debye é o momento produzido por uma molécula hipotética<br />

que teria uma distância internuclear de 1 Ǻ (Angstron) e uma carga efetiva igual em<br />

valor absoluto a 10- 10 unidades eletrostáticas em cada pólo.<br />

Apenas para exemplificar:<br />

De quantos "D" (Debyes) seria o momento dipolar de uma molécula hipotética,<br />

que tivesse a carga efetiva igual de 1 elétron no polo negativo e uma distancia de 1 Ǻ?<br />

q (1 elétron) = 4,8 x 10 -10 unidades eletrostáticas<br />

ℓ = 1 Ǻ<br />

µ = q x ℓ, = 4,8 x 10 -10 = 4,8 D<br />

O momento dessa molécula seria de 4,8 Debyes.<br />

241


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Exemplos de alguns valores de µ;<br />

D) Molécula Polar<br />

242<br />

ligações químicas-4<br />

Vimos que átomos de diferentes<br />

eletronegatividades produzem ligações<br />

polares. A cada ligação polar associa-se um<br />

vetor momento polar.<br />

Uma molécula pode ter mais de<br />

uma ligação polar. É o caso da molécula de<br />

água, cuja estrutura é angular.<br />

A ligação "H-O" é polar e pode-se<br />

associar o vetor (µ → ).<br />

Os vetores (µ → ) produzem um vetor<br />

soma, (µ → r) que vale aproximadamente 1,8<br />

D, confirmando que se trata de molécula<br />

polar.<br />

O que se faz na prática é o inverso.<br />

Pode-se de terminar o valor de (µ → ) por<br />

meios experimentais e concluir-se que a<br />

molécula de água é angular. Se a molécula<br />

fosse linear (H-O-H), os vetores iriam se<br />

anular e ela não seria polar o que iria contradizer os fatos experimentais.<br />

bastante polar.<br />

Vejamos agora o CO2 (gás carbônico)<br />

Nesta molécula, cada átomo de oxigênio liga-se ao carbono. Esta ligação é


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Num orbital não se pode dizer que as cargas elétricas estão concentradas em<br />

apenas 2 pontos; existe a região negativa e a região positiva.<br />

No entanto, podemos imaginar hipoteticamente que as cargas positivas e as<br />

cargas negativas estão concentradas nos pontos ocupa dos pelos núcleos dos átomos<br />

em ligação. Estas cargas, iguais e de sinais contrários (+q) e (-q) seriam as cargas<br />

efetivas da ligação polar. Evidentemente, a distância internuclear será, então, o " ℓ"<br />

(distância entre as cargas).<br />

Definição de vetor momento dipolar: µ →<br />

Trata-se de vetor que possui as seguintes características:<br />

1) Módulo: ן µ → ן = q . ℓ<br />

onde:<br />

q - valor absoluto da carga elétrica efetiva<br />

ℓ - distância internuclear<br />

2) Direção: é aquela que passa pelos núcleos dos átomos em ligação.<br />

3) Sentido: Por convenção é do positivo para o negativo, ou seja, de um<br />

núcleo para o outro núcleo que mais atrai os elétrons.<br />

A unidade para medir a polarização de uma ligação é o Debye (D)<br />

Por definição, o Debye é o momento produzido por uma molécula hipotética<br />

que teria uma distância internuclear de 1 Ǻ (Angstron) e uma carga efetiva igual em<br />

valor absoluto a 10" 10 unidades eletrostáticas em cada pólo.<br />

Apenas para exemplificar:<br />

De quantos "D" (Debyes) seria o momento dipolar de uma molécula hipotética,<br />

que tivesse a carga efetiva igual de 1 elétron no póIo negativo e uma distância de<br />

1 Ǻ?<br />

q (1 elétron) = 4,8 x 10 -10 unidades eletrostáticas<br />

ℓ = l Ǻ<br />

µ = q x ℓ, = 4,8 x 10" 10 = 4,8 D<br />

0 momento dessa molécula seria de 4,8 Debyes.<br />

243


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Exemplos de alguns valores de y;<br />

D) Molécula Polar<br />

244<br />

ligações químicas-4<br />

Vimos que átomos de diferentes<br />

eletronegatividades produzem ligações<br />

polares. A cada ligação polar associa-se<br />

um vetor momento polar.<br />

Uma molécula pode ter mais<br />

de uma ligação polar. É o caso da<br />

molécula de água, cuja estrutura é<br />

angular.<br />

A ligação "H-0" é polar e pode-se<br />

associar o vetor (µ → ).<br />

Os vetores (µ → ) produzem<br />

um vetor soma, (µ → r) que vale<br />

aproximadamente 1,8 D, confirmando<br />

que se trata de molécula polar.<br />

O que se faz na prática é o<br />

inverso. Pode-se de terminar o valor de<br />

(µ → ) por meios experimentais e concluir-<br />

se que a molécula de água é angular. Se<br />

a molécula fosse linear (H-O-H), os vetores iriam se anular e ela não seria polar o que<br />

iria contradizer os fatos experimentais.<br />

Vejamos agora o CO2 (gás carbônico)<br />

Nesta molécula, cada átomo de oxigênio liga-se ao carbono. Esta ligação<br />

é bastante polar.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

180°.<br />

245<br />

Experimentalmente,verifica-se que a<br />

molécula de " CO2," é APOLAR.<br />

Conclusão:<br />

A molécula de "CO2" De fato, deve<br />

ser linear, essa conclusão pode ser aceita<br />

desde que se admita que o carbono nessa<br />

molécula sofra uma hibridação do tipo "sp".<br />

Aí, os vetores se anulam pois, o<br />

ângulo entre 2 ligações no carbono "sp" é de<br />

Examinemos agora a molécula de CC14 (tetracloreto de carbono).<br />

Podemos prever, através de um<br />

estudo teórico, se a molécula é polar ou<br />

apolar.<br />

O carbono tem 4 ligações polares<br />

e, a disposição espacial é tetraédrica<br />

(hibridação sp 3 ).<br />

Cada ligação C-Cl admite um vetor<br />

(µ → ) . Somando esses vetores 2 a 2 teremos<br />

2 vetores resultantes parciais (µ → ) e<br />

(µ → 2).<br />

Acontece, que eles estão num<br />

mesmo eixo direcional possuem a mesma<br />

intensidade e sentidos opostos.<br />

Conclusão:<br />

0 (µ → ) resultante final é ZERO e a<br />

molécula é APOLAR, o que de fato é<br />

comprovado por medidas experimentais.


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RESUMO:<br />

246<br />

ligações químicas-4<br />

1) Se uma molécula não possui ligação polar, evidentemente, a<br />

molécula será APOLAR.<br />

APOLAR.<br />

Exemplos : F2, H2, P 4, etc.<br />

2) Se a molécula tiver ligações polares então, poderá ser P0LAR ou<br />

Como sabemos se a molécula é polar?<br />

___________________________________________________________________________<br />

a) Escreva a fórmula estrutural espacial da molécula, respeitando os<br />

ângulos entre as ligações.<br />

é APOLAR.<br />

b) Assinale os vetores (µ → ) para todas as ligações polares.<br />

c) Efetue a soma dos (µ → ).<br />

____________________________________________________________________________<br />

Somente se a Σµ → for igual a ZERO, pode-se confirmar que a molécula<br />

A observação prática leva-nos a reparar que moléculas simétricas são<br />

apolares e moléculas assimétricas são polares.<br />

EXERCÍCIOS<br />

Verificar se a molécula é polar ou apolar:<br />

(279) HC1 (280) S8<br />

(281) CH 4 , (282) BF3<br />

(283) CS2 (284) HCC13<br />

(285) NH3 (286) N2<br />

E) Constante dielétrica - Є<br />

O dispositivo desenhado ao lado é um<br />

condensador constituído de duas placas planas<br />

que recebem cargas elétricas porque as mesmas<br />

estão submetidas a uma tensão "U".


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Entre as placas encontra-se uma substância isolante que constitui o<br />

"meio" do condensador.<br />

Este dispositivo serve para armazenar energia elétrica.<br />

A energia armazenada também depende do "meio" desse condensador.<br />

247<br />

Quanto mais polar e mais<br />

moléculas tiver o "meio", maior será a<br />

energia acumulada.<br />

A explicação é a seguinte: as<br />

moléculas polares ocupam o espaço<br />

entre as placas mas, não possuem uma<br />

orientação direcional enquanto as<br />

placas estão descarregadas.<br />

No momento que aparecem as<br />

cargas nas placas, as moléculas<br />

polares exigem uma energia para sua<br />

orientação. Isto significa maior<br />

acúmulo de energia no sistema e,<br />

dizemos que esse meio possui uma<br />

constante dielétrica (Є) elevada.<br />

Em outras palavras : Se a<br />

substância colocada entre as placas for<br />

polar, diremos que se trata de um material de elevada constante dielétrica (Є).<br />

No sistema eletro-estático (C.G.S.) foi tomado convencionalmente (Є = 1) para<br />

o vácuo. Os valores de (Є) para outras substâncias foram calculados em relação ao<br />

do vácuo.<br />

De modo geral, se o material entre as placas é gasoso, temos poucas<br />

moléculas, a energia acumulada nessas moléculas é muito pequena e teremos uma<br />

constante dielétrica próxima do vácuo (E =1).<br />

Exemplos:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

248<br />

ligações químicas – 4<br />

Para as substâncias no estado líquido é que se observa uma grande<br />

diferença entre moléculas POLARES e APOLARES.<br />

Vê-se que as moléculas polares apresentam (Є) elevados. Isto quer dizer que<br />

esses materiais são capazes de armazenar maior energia elétrica num condensador.<br />

Teoricamente, as moléculas apolares deveriam ter (Є≈1) pois, não se orientam<br />

dentro de placas eletrizadas. Na verdade, as cargas das placas acabam polarizando<br />

ligeiramente essas moléculas (e uma polarização induzida, ou seja, provocada). Esta é<br />

a razão do benzeno e do "CCl4' possuírem (Є ≈ 2) .<br />

EXERCÍCIOS<br />

(287) Dentre as seguintes substâncias no estado líquido, qual delas<br />

apresenta maior constante dielétrica?<br />

a) HCC13 c) CCl4<br />

b) CH4 d) CS2<br />

_______________________________<br />

F) Ponte de Hidrogênio<br />

_______________________________<br />

Vimos que o "HF" é uma molécula polar. Quando a polarização é muito<br />

intensa como no "HF" , as moléculas passam a se atrair. Dai resultam moléculas<br />

"H2F2" , _"H3F3" e até "HnFn ", dependendo da tempe ratura. Acima de 88°C, só existem<br />

moléculas " HnFn ", pois a agitação térmica é muito forte.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

249<br />

Pois bem, as ligações entre<br />

moléculas polares, onde um dos pólos e o<br />

hidrogênio , são denominadas pontes de<br />

hidrogênio,sendo indicadas por pontos<br />

(...).<br />

intermolecular.<br />

Trata-se de um tipo de ligação<br />

As pontes de hidrogênio aparecem<br />

normalmente nos estados sólido e<br />

líquido<br />

Somente o H2F2 é que apresenta<br />

pontes de hidrogênio no estado gasoso.<br />

Outro caso interessante de pontes de hidrogênio é na água.<br />

O vapor de água não possui pontes de hidrogênio.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

250<br />

ligações químicas-4<br />

A água líquida já apresenta aglomeração de moléculas através das<br />

pontes de hidrogênio.<br />

O gelo é um sistema ordenado de moléculas de água que se ligam<br />

através das pontes de hidrogênio. Como as moléculas de "H2O" possuem<br />

dipolos localizados, forma-se uma estrutura que deixa muitos "vazios" entre as<br />

moléculas. Daí, o fenômeno da expansão de volume quando a água liquida<br />

transforma-se em gelo.<br />

As moléculas de água, no gelo, formam hexágonos reversos. É por esse motivo<br />

que, ao analisar neve ao microscópio, encontra-se sempre cristais com 6 pontas.<br />

As pontes de hidrogênio aumentam as forças de coesão entre as<br />

moléculas. Isto explica a maior dificuldade dessas moléculas passarem ao<br />

estado gasoso. Em outras palavras, explica o elevado ponto de ebulição de<br />

substâncias que possuem pontes de hidrogênio.<br />

(éter comum).<br />

1º. exemplo: Comparemos o álcool etílico (álcool comum) e éter etílico


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Como já explicamos no LIVRO I, passar uma substância ao estado gasoso é<br />

fazer com que suas moléculas "voem". Ora, moléculas de pesos moleculares baixos<br />

teriam maior facilidade em sofrer ebulição. Por que então, o éter que tem peso<br />

molecular maior (P.M. = 74) tem ponto de ebulição menor que o álcool etílico<br />

(P.M. = 46)?<br />

A resposta é simples: somente no álcool etílico existe hidrogênio ligado ao<br />

oxigênio. Este hidrogênio é polarizado e consegue atrair o oxigênio de outra molécula<br />

formando ponte de hidrogênio. Desta forma, moléculas são atraídas entre si pelas<br />

pontes de hidrogênio, que causam a dificuldade em separá-las e se tornarem<br />

gases.<br />

2º. exemplo: Sejam as moléculas de orto-clorofenol e para-clorofenol:<br />

A forma orto apresenta uma ponte de hidrogênio intramolecular, isto é,<br />

entre o "H" do grupo "OH" e o cloro da própria molécula.<br />

Já a forma para de mesmo peso molecular apresenta pontes de hidrogênio<br />

com moléculas vizinhas, uma vez que o "H" do grupo "OH" está agora, muito "longe"<br />

do cloro da mesma molécula.<br />

Então, qual deles terá maior ponto de ebulição?<br />

Experimentalmente, tem-se verificado que a forma orto tem P.E. = 176 °C e<br />

a forma para P.E. = 217 °C.<br />

251


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXERCÍCIOS<br />

252<br />

ligações químicas-4<br />

(283) Qual das substâncias abaixo, no estado líquido apresenta<br />

pontes de hidrogênio?<br />

a) HC1 d) SiH4<br />

b ) CH 4 e) BeH2<br />

C) H2<br />

mais forte?<br />

ebulição?<br />

(289) Qual das substâncias abaixo apresenta ponte de hidrogênio<br />

a) HC1 gasoso c) H2O gasoso<br />

b) NH 3 líquido d) H2S líquido<br />

(290) Qual das substâncias abaixo apresenta maior ponto de<br />

a) CO2 c) H2S<br />

b) NH3 d) CH4<br />

______________________________________<br />

Ligação de Van der Waals<br />

______________________________________<br />

Sejam os átomos dos elementos nobres: Hélio, Neônio, Argônio, Criptônio,<br />

Xenônio e Radônio. Eles são átomos de grande estabilidade e no estado gasoso são<br />

realmente monoatômicos. Será que existe alguma força de atração entre os átomos<br />

de um desses elementos?<br />

átomos unidos.<br />

Seja o Neônio, por exemplo; se não<br />

existisse nenhuma atração atômica, esse<br />

elemento deveria passar diretamente do<br />

estado gasoso para o sólido quando a energia<br />

cinética fosse nula, ou seja, exatamente o O 0<br />

Kelvin. Mas isso não é verdade: o gás passa ao<br />

estado líquido e depois ao estado sólido antes<br />

do ZERO ABSOLUTO, quando os átomos<br />

ainda possuem energia cinética. Então,<br />

embora eles queiram movimentar-se<br />

livremente, existem forças que mantêm esses<br />

Acima está o gráfico dos pontos de ebulição desses elementos nobres. No eixo<br />

das abcissas foi escolhido o número atômico.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Como os átomos se atraem entre si?<br />

A resposta foi sugerida pelo físico holandês Johannes Diderik Van der<br />

Waals, com a teoria da polarização temporária e induzida.<br />

253<br />

Segundo Van der Waals, à<br />

medida que os átomos vão sendo<br />

aglomerados , eles não apresentarão seus<br />

elétrons distribuídos simétricamente a<br />

todo instante. A deslocalização de certos<br />

elétrons num átomo já causa uma<br />

pequena polarização neste átomo.<br />

Por outro lado, elétrons de um<br />

átomo repelem elétrons de outros átomos e atraem núcleos vizinhos. Um átomo já<br />

"deformado" eletricamente causa induções elétricas mais sensíveis nos átomos<br />

vizinhos. Dizemos que os átomos sofreram uma polarização induzida. Em outras<br />

palavras: Se um átomo apresentar distribuição eletrônica"deformada", este<br />

desencadeia uma seqüência de polarizações por indução.<br />

Os átomos, mesmo no estado sólido, estão em vibração, razão pela qual essa<br />

polarização fica sujeita a alterações. Evidentemente, no estado líquido, esta<br />

polarização sofre mudanças mais rápidas, pois a todo instante, átomos rolam uns<br />

sobre outros. No estado gasoso, a polarização é praticamente desprezível, em face da<br />

grande distância entre os átomos. Como a polarização pode aumentar ou diminuir de<br />

intensidade, diz-se também que é temporária.<br />

As forças,que unem os átomos através dessas polarizações induzidas, são<br />

chamadas ligações de Van der Waals.<br />

Os elementos nobres quando liqüefeitos ou solidificados apresentam apenas<br />

ligações de Van der Waals. A polarização induzida e muito fraca, mesmo nos sólidos, o<br />

que resulta que as ligações de Van der Waals são as mais fracas entre todas as<br />

ligações.<br />

antes de 0°C.<br />

Por este motivo, os átomos dos elementos nobres entram em ebulição muito<br />

A ligação de Van der<br />

Waals é também a responsável<br />

pelas atrações intermoleculares<br />

nos líquidos e sólidos constituídos<br />

de moléculas apolares. Por<br />

exemplo, no cloro sólido, a ligação<br />

que une Cl-Cl para formar a<br />

molécula é a ligação covalente<br />

normal.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

254<br />

ligações químicas – 4<br />

Aquelas que mantêm as moléculas unidas entre si, por exemplo, no<br />

estado sólido, são as ligações de Van der Waals.<br />

Vamos exemplificar líquidos, onde as coesões entre as moléculas são<br />

mantidas apenas pelas ligações de Van der Waals.<br />

Examinemos algumas substâncias desse tipo e seus pontos de ebulição.<br />

São dois os fatores que explicam a diferença desses pontos de ebulição:<br />

a) Número de elétrons em cada molécula<br />

Quanto mais elétrons tiver a molécula maior será a intensidade de<br />

polarização induzida e mais acentuadas serão as forças de Van der Waals.<br />

b) Peso molecular<br />

Para que moléculas passem ao estado gasoso, não basta apenas separá-las,<br />

mas, é preciso fornecer-lhes energia cinética suficiente para que se movam<br />

rapidamente, e consigam "fugir” do estado líquido. Ora, quanto maior o peso<br />

molecular maior será a energia cinética necessária o que se traduz em maior<br />

temperatura.<br />

No exemplo já citado, comparemos os pontos de ebulição com os pesos<br />

moleculares e números de elétrons por molécula.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Moléculas isoeletrônicas e pontos de ebulição<br />

Examinemos agora algumas séries de hidretos com mesmo número de<br />

elétrons ou também denominadas MOLÉCULAS ISOELETRÔNICAS.<br />

a) com 10 elétrons:<br />

HF - H20 - NH3 - CH4<br />

P.M. 20 18 17 16<br />

P.E. 292 373 240 112 (°K)<br />

b) com 18 elétrons<br />

HC1 - H2S - PH3 - SiH4<br />

P.M. 36,5 34 34 32<br />

P.E. 188 213 188 161 (°K)<br />

c) com 36_ elétrons<br />

HBr - H2Se - AsH3 -G eH4<br />

P.M. 81 81 78 76,5<br />

P.E. 206 231 218 183 (°K)<br />

Os elementos em foco, ligados ao hidrogênio, pertencem<br />

respectivamente aos grupos VII, VI, V e IV.<br />

Coloquemos num gráfico, os pontos de ebulição nas ordenadas e os<br />

grupos dos elementos nas abcissas.<br />

255<br />

Em cada série, as moléculas<br />

são isoeletrônicas e os pesos moleculares<br />

não se apresentam muito diferentes.<br />

Então, os pontos de ebulição deveriam<br />

ser bastante próximos.<br />

Explicação:<br />

Agora não podemos levar em<br />

conta apenas as forças de Van der<br />

Waals na união dessas moléculas no<br />

estado liquido. Muitas delas são<br />

moléculas polares e apresentam pontes<br />

de hidrogênio.<br />

As moléculas que apresentam<br />

pontes de hidrogênio possuem uma<br />

polarização permanente. Em cada serie, quanto maior for o ponto de ebulição,<br />

significa que existem pontes de hidrogênio mais fortes.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

256<br />

ligações químicas-4<br />

O CH4, SiH4 eGeH4 são<br />

moléculas apolares e não apresentam<br />

pontes de hidrogênio.<br />

0 exagerado ponto de ebulição<br />

da água deve-se ao fato de, além do<br />

oxigênio ser muito eletronegativo, cada<br />

molécula de H2O apresentar 2 (duas)<br />

pontes de hidrogênio no átomo de oxi<br />

gênio. Já no NH3 e HF, tanto o N como o<br />

F só apresentam uma ponte de<br />

hidrogênio.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(291) Quando temos Argônio líquido, as ligações que unem os<br />

átomos é do tipo:<br />

a) covalente c) iõnica<br />

b) ponte de hidrogênio d) Van der Waals<br />

(292) Na amônia líquida encontram-se predominantemente as ligações<br />

a) apenas covalente<br />

b) covalente e Van der Waals<br />

c) covalente e ponte de hidrogênio<br />

d) iônica e Van der Waals


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rompidas:<br />

mais elevado?<br />

(293) Quando o hidrogênio líquido passa para o estado gasoso são<br />

a) pontes de hidrogênio<br />

b) ligações covalentes<br />

c) covalentes e pontes de hidrogênio<br />

d) apenas ligações de Van der Waals<br />

(294) Qual dessas ligações é mais fraca?<br />

a) eletrovalente c) ponte de hidrogênio<br />

b) covalente d) Van der Waals<br />

(295) Qual das seguintes substancias apresenta ponto de ebuliçao<br />

a) O2<br />

b) CI2 CI – 35,5 F - 19<br />

c) N2 O-16 N - 14<br />

d) F2<br />

(296) A água de P.M. = 18 apresenta ponto de ebulição maior do que<br />

o H2S de P.M. = 34. Isto se deve:<br />

a) às ligações de Van der Waals mais fortes na água<br />

b) às ligações covalentes mais fortes na água<br />

c) às pontes de hidrogênio mais fortes na égua<br />

d) nenhuma das respostas anteriores<br />

(297) Entre os hidretos: CH4, SiH4, GeH4 e SnH4, qual deles<br />

apresenta ponto de ebulição mais elevado?<br />

a) CH4 c) GeH4<br />

b) SiH4 d) SnH4<br />

(298) Na questão anterior, a explicação é devida:<br />

a) a ponte de hidrogênio mais forte<br />

b) ao maior peso molecular e mais elétrons por molécula<br />

c) ser não metal, semi-metal e metal<br />

d) à diferentes tipos estruturais das moléculas<br />

257


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

_________________________________<br />

Fusão e dissolução de um sal<br />

________________________________________<br />

258<br />

ligações químicas-4<br />

Já foi revisto no início deste capítulo que os sais são compostos iònicos e que<br />

no estado sólido eles constituem retículos cristalinos bem definidos, ou seja, possuem<br />

empilhamentos ordenados de íons.<br />

Vejamos as causas capazes de destruir o empilhamento desses íons. Pode-se<br />

dar por 2 processos: fusão e dissolução do sal.<br />

A) Fusão<br />

durante a fusão. Esta será a temperatura de fusão (P.F.).<br />

Fundir um sal é agitar<br />

termicamente a pilha de íons<br />

ordenados até provocar o<br />

desmoronamento.<br />

Provocada a fusão, os íons<br />

passam a rolar uns sobre os outros.<br />

Durante a fusão, toda<br />

energia é gasta apenas para libertar<br />

os íons do retículo cristalino. A.<br />

temperatura mantém-se constante<br />

A temperatura de fusão de sais está ligada diretamente à distância<br />

internuclear e à carga do íon.<br />

Para íons de mesma carga, quanto maior a distância internuclear menores<br />

serão as forças de atração e então MENOR será a temperatura de fusão:<br />

Exemplos:


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Com relação à carga do íon quanto maior for essa carga maior será a atração<br />

entre os tons e, teremos ponto de fusão MAIOR. Comparem os "P.F." do quadro abaixo<br />

com os "P.F." do quadro anterior, para substâncias que apresentam distâncias<br />

internucleares próximas.<br />

B) Dissolução em líquido polar<br />

A dissolução de um sal é uma outra forma de romper o retículo cristalino.<br />

Trata-se de um fenômeno superficial, ou seja; os íons superficiais do cristal sofrem<br />

uma interação com as moléculas do solvente"". É necessário que essas moléculas<br />

sejam POLARES.<br />

259<br />

Suponhamos que o<br />

solvente seja a água e o sal o<br />

"NaCl".<br />

Diante de um íon Na +<br />

a molécula de água volta a sua<br />

face negativa para a aquele<br />

íon.<br />

Eles se atraem<br />

mutuamente e realmente a<br />

molécula de água acaba<br />

"colando" no íon Na+.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

260<br />

ligações químicas-4<br />

Dizemos que o íon está "solvatado" e, em particular, no caso da água,<br />

dizemos que o íon está "hidratado".<br />

Cada íon solvata-se com determinado número de moléculas, dependendo do<br />

tamanho e carga desse íon. Esse número é chamado de número de coordenação de<br />

solvatação e no caso da água é geralmente 4 ou 6.<br />

O Na + hidrata-se com 6 moléculas de água e diremos que se trata de<br />

uma solvatação octaédrica.<br />

0 mesmo acontece para o íon Cl - neste caso as moléculas de água ficam com<br />

os hidrogênions (positivos) voltados para o Cl - . O Cl - hidrata-se com 4 moléculas de<br />

água e temos uma hidratação tetraédrica.<br />

equação:<br />

Na realidade, a dissolução de um sal (A + B - ) na água é dada pela


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Vejamos de modo global o fenômeno da dissolução do "NaCI".<br />

As moléculas de água bombardeiam a superfície do cristal "NaCl",<br />

conseguindo interpenetrar-se entre os íons.<br />

Na eletrostática, quando duas cargas elétricas opostas (Q e q) se atraem,<br />

temos a fórmula de Coulomb, que relaciona a força de atração com essas cargas.<br />

(Є) é a constante dielétrica do meio (material entre as<br />

cargas).<br />

(d) é a distância entre as cargas.<br />

A figura acima representa as moléculas de água bombardeando a superfície<br />

do cristal e interpenetrando entre os íons Na + e Cl".<br />

A água é uma molécula muito polar e apresenta constante dielêtrica<br />

"Є = 80".<br />

261


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

262<br />

ligações químicas -4<br />

Isto quer dizer que a atração entre Na + e CI ‾ diminui de 80 vezes, razão pela<br />

qual esses íons se separam, ocasionando a solubilidade do sal na água.<br />

Isto não aconteceria se a molécula do solvente fosse APOLAR, pois de modo<br />

geral, os líquidos apolares (principalmente orgânicos) apresentam (Є ≈ 2). A força de<br />

atração iônica é ainda suficientemente grande e mantém os íons unidos. O (Na + Cl ‾ ) é<br />

insolúvel na gasolina porque esse liquido é um solvente apolar.<br />

Em outras palavras:<br />

"Substancias iônicas são solúveis apenas em solventes polares".<br />

Por outro lado, a naftalina (molécula apoiar) é insolúvel na água e solúvel<br />

em solvente apolar como na gasolina.<br />

A sacarose (açúcar) é solúvel na água, pois as moléculas de sacarose<br />

possuem hidrogênio polarizado (-OH).<br />

o semelhante.<br />

Em relação ã solubilidade vale a lei do Similis-similis: o semelhante dissolve<br />

Substâncias iônicas e polares são solúveis em solventes POLARES e<br />

substancias apolares são solúveis em solventes apolares.<br />

Quando a molécula é relativamente grande e possui parte polar e parte<br />

apolar, será uma molécula parcialmente solúvel tanto na substância polar como na<br />

apolar.<br />

Substâncias desse tipo são, por exemplo, os detergentes. Os detergentes mais<br />

antigos são os próprios sabões comuns. Eles possuem moléculas com 16, 17 ou 18<br />

carbonos e radical polar. Uma de suas moléculas é:<br />

Representaremos<br />

assim: ☼ “ parte polar “<br />

Geralmente, um tecido fica<br />

impregnado com moléculas orgânicas<br />

apolares, que são insolúveis na água. As<br />

moléculas do sabão, através da parte apolar,<br />

conseguem dissolver essas impregnações. Por<br />

fim, esta solução, sabão-impregnação,pode<br />

ser emulsionada na água já que as moléculas<br />

do sabão possuem o radical -COO] ‾ que é<br />

polar. Sendo capaz de solvatar-se com<br />

moléculas de água.<br />

O que se acaba de concluir é que a<br />

operação "lavar roupa com sabão" não é um fenômeno químico, mas sim, apenas uma<br />

estratégica dissolução das impregnações, ou seja, um fenômeno físico.


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D ESTRUTURAS<br />

DAS MOLÉCULAS<br />

Nas representações que seguem vamos utilizar a concepção (átomo =_bolinha<br />

de Dalton). Poderemos visualizar melhor a disposição dos átomos nas moléculas,<br />

teremos um modelo mais real e inclusive, poderemos prever, aproximadamente, o<br />

ângulo entre as ligações nessa molécula.<br />

encontrar:<br />

1 a. parte:<br />

_______________________________________________________________<br />

Átomos que obedecem à regra do octeto<br />

_____________________________________________<br />

Lembremos inicialmente que um par de elétrons (spins opostos) pode-se<br />

a) Num orbital atômico (não é ligação)<br />

b) formando uma ligação covalente normal<br />

c) formando uma ligação dativa<br />

Exemplo: No íon H30 + o oxigênio apresenta esses tipos de ligações.<br />

Recordemos que, uma vez efetuada a ligação dativa, ela adquire todas as<br />

características da ligação covalente normal, razão pela qual substituímos a seta ()<br />

por um traço ( — ).<br />

263


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das moléculas.<br />

Como podemos prever o ângulo entre 2 ligações?<br />

264<br />

ligações químicas-4<br />

As respostas aparecerão ã medida que formos estudando as estruturas<br />

__________________________________________________________________________<br />

I) O octeto só tem simples ligações - ESTRUTURA TETRAÈDRICA<br />

__________________________________________________________________________<br />

Sejam as moléculas, onde o átomo central efetua apenas ligações simples<br />

(normais ou dativas) e tem 8 elétrons periféricos.<br />

Teremos 4 pares de elétrons, podendo ou não constituir ligações químicas.<br />

Esses pares de elétrons localizam-se no átomo segundo as posições dos<br />

vértices de um tetraedro regular, tendo o núcleo como centro desse tetraedro.<br />

Admite-se que o átomo sofreu uma hibridação sp 3.<br />

ROTEIRO PARA DESENHAR A ESTEREOESTRUTURA DA MOLÉCULA.<br />

1) Escrever a fórmula estrutural plana.<br />

2) Substituir as setas da ligação dativa por traços.<br />

3) Desenhar o tetraedro com os pares de elétrons nos vértices.<br />

4) Desenhar os átomos esféricos.<br />

Exemplos:<br />

- Seja o HC103<br />

Para que o assunto fique mais racionalizado vamos dividir em 3<br />

casos:<br />

simples.<br />

lado.<br />

1º. caso:<br />

Existem 4 radicais com 1igações<br />

A estrutura é esta desenhada ao


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De fato, aplicando a regra, existem 4 átomos ligados nas posições dos<br />

vértices de um tetraedro regular.<br />

semelhantes:<br />

Seja o metano CH4.<br />

Se os 4 radicais são iguais, o ângulo entre 2 ligações quaisquer é de<br />

Analogamente para o H2SC4,<br />

109°28".<br />

265<br />

No HC1O4 os 4 radicais não são<br />

iguais. As repulsões entre os radicais são<br />

diferentes e teremos pequenas alterações.<br />

Porém, o ângulo é bem próximo a 109°28'.<br />

Exemplos de outras moléculas ou íons que apresentam estruturas<br />

NH 4 + , PO4≡ , SIH4, GeH4, H3ASO4, etc.<br />

Se o SiF4, tem estrutura tetraêdrica, terá também o XeF4 (tetrafluoreto<br />

de xenônio)? Resposta: NÃO.


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Por que?<br />

266<br />

ligações químicas-4<br />

Se o leitor observar, o SiF4 obedece à regra do octeto. Já no XeF4, o<br />

xenônio é um gás nobre e já tem oito elétrons periféricos.<br />

do octeto.<br />

tetraédrica?<br />

Lembre-se:<br />

Se existem 4 ligações covalentes, o xenônio tem mais 4<br />

elétrons de ligação totalizando 12 elétrons periféricos.<br />

A estrutura tetraédrica é somente para átomos que obedecem à regra<br />

EXERCÍCIOS<br />

(299) Qual das seguintes moléculas ou íons não apresenta estrutura<br />

a) GeCl4 c) BF4<br />

b) CCl4 d) SeCI4<br />

2º. caso:<br />

Existem 3 radicais com 1igações simples<br />

Seja a molécula de amônia NH3<br />

Evidentemente, se obedece a regra do<br />

octeto, existe um par de elétrons num orbital<br />

atômico. A estrutura ê tetraédrica, mais<br />

precisamente, uma pirâmide trigonal.<br />

O ângulo entre 2 ligações deve ser de<br />

109°28', provávelmente, com pequena<br />

variação.


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O ângulo real da ligação "H - N - H" é 106°45', verificado experimentalmente.<br />

Estruturas semelhantes temos para PCI3, NC13, PH3, AsH3, etc, pois, nessas<br />

moléculas existem átomos que tem 5 elétrons periféricos e que com 3 ligações<br />

covalentes completam o octeto.<br />

Não é necessário que os três radicais sejam iguais.<br />

Exemplo: HC103.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(300) Das moléculas abaixo indicadas, assinale aquela que não possui<br />

estrutura de pirâmide trigonal.<br />

a) PBr3 c) HBr03<br />

b) CIF3 d) HIO3<br />

3º. caso:<br />

Existem 2 radicais com simples ligações<br />

267<br />

Agora existem 2 pares de elétrons<br />

periféricos sem ligações. Os pares de elétrons<br />

ainda ocupam vértices de um tetraedro<br />

regular.<br />

O ângulo teórico é109°28', porém na<br />

realidade ocorrem desvios e agora mais<br />

acentuados que nos casos anteriores.<br />

É também denominada estrutura V.


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Seja a molécula de água:<br />

vimos na página.<br />

268<br />

ligações químicas-4<br />

Na molécula de água o<br />

ângulo entre as ligações é de<br />

104°30'.<br />

No H2S já é de 92°. Por<br />

causa desses desvios apreciáveis,<br />

prefere-se justificar essas ligações<br />

através de orbitais "s" e "p" como<br />

Analogamente aos casos anteriores, os radicais podem ser diferentes.<br />

Exemplo: HC102.<br />

______________________________________________________________________<br />

II) 0 octeto tem uma dupla ligação - ESTRUTURA TRIGONAL<br />

________________________________________________________________<br />

Trata-se da hibridação sp 2 . O átomo central tem 8 elétrons periféricos onde<br />

um par constitui a ligação π. A ligação π efetua-se na direção de uma ligação .<br />

Temos, então, 3 pares de elétrons que ocupam os vértices de um triângulo equilátero.<br />

0 núcleo do átomo ocupa o centro do triângulo.<br />

Exemplo: S03.


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Possuem ângulos entre as ligações de 120°. É verdade que se os radicais<br />

forem diferentes poderá ocorrer pequeno desvio angular.<br />

Estruturas trigonais aparecem também nos ácidos HN03, H2C03, etc.<br />

Quando um átomo possui uma dupla ligação, pode ocorrer que só exista mais<br />

um radical. O outro par de elétrons estará num orbital atômico.<br />

Exemplo: S02<br />

O ângulo entre as 2 ligações é próximo de 120°.<br />

_______________________________________________________________________<br />

III) O octeto tem 2 duplas ou 1 tripla ligação - ESTRUTURA LINEAR<br />

__________________________________________________________________<br />

Trata-se agora de uma hibridação "sp". Existem 2 ligações u e restam 2 pares<br />

de elétrons que se localizam em posições diametralmente opostas. Dizemos que a<br />

molécula é LINEAR.<br />

Exemplo: CO2.<br />

269


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

É também o caso do acetileno: H - C ≡ C - H.<br />

2a. parte<br />

________________________________________<br />

Átomos que não obedecem<br />

a regra do octeto<br />

__________________________________________<br />

270<br />

ligações químicas-4<br />

Estudando as estruturas de um modo mais geral, pode-se prever a geometria<br />

molecular através do número de elétrons na camada periférica.<br />

A regra abaixo vale para átomos que sigam ou não a regra do octeto.<br />

Dada uma molécula:<br />

a) deve-se "Contar" o total de elétrons periféricos.<br />

b) deve-se para cada ligação π subtrair 2 elétrons.<br />

c) 0 número de pares de elétrons restantes (ligados ou não ligados)<br />

determinam a estrutura.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

2 pares........... estrutura linear.<br />

3 pares ........... estrutura triangular ou trigonal.<br />

4 pares ........... tetraédrica.<br />

5 pares ........... pirâmide trigonal.<br />

6 pares ........... octaédrica.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

d) Os átomos ocupam no espaço a disposição mais simétrica possível.<br />

Exemplos:<br />

BF3 - O boro tem aqui 6 elétrons.<br />

- nenhuma ligação π; então, são 3 pares de<br />

elétrons.<br />

Logo a estrutura é trigonal.<br />

Seja o CIF3.<br />

- O Cloro já tinha 7 elétrons.


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com 3 ligações covalentes teremos 10 elétrons, ou se ja,<br />

5 pares.<br />

Será,então, uma estrutura de bipirâmide trigonal.<br />

Considerando apenas os átomos ligados, podemos dizer que temos<br />

uma estrutura triangular.<br />

Seja o SF6.<br />

- S já tinha 6 elétrons.<br />

- com_mais 6 elétrons de ligação totalizam 12 elétrons.<br />

- Serão 6 pares e teremos uma estrutura octaédrica.<br />

Seja o XeF4.<br />

- Xe já tinha 8 elétrons.<br />

- Surgiram mais 4 elétrons.<br />

- Totalizaram 12 elétrons ou seja 6 pares.<br />

- A estrutura é octaédrica.<br />

(Deve-se dispor os átomos de forma mais simétrica possível)<br />

271


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

quadrangular.<br />

272<br />

ligações químicas-4<br />

Considerando apenas os átomos ligados, teremos uma estrutura plana<br />

Seja o XeF2.<br />

carbono (CCl4)?<br />

- Xe já tinha 8 elétrons.<br />

- Surgiram mais 2 elétrons.<br />

- teremos 5 pares de elétrons.<br />

- A estrutura é bipirâmide trigonal.<br />

- Colocando os átomos na posição mais simétrica possível.<br />

Considerando apenas os átomos ligados temos uma estrutura LINEAR.<br />

EXERCÍCIOS<br />

(301) Qual é o ângulo entre a ligação Cl-C-Cl, no tetracloreto de<br />

a) 90° d) 180°<br />

b) 60° e) 109°28'<br />

c) 120°


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benzeno?<br />

(302) Qual é o ângulo entre a ligação 0 - N - 0 no íon NO3 ‾ ?<br />

a) 90°<br />

b) 60° d) 180°<br />

c) 120º e) 109°28'<br />

(303) Qual é o ângulo entre C=C - C nas ligações da molécula de<br />

(304) Na molécula de benzeno é de se esperar que os núcleos de<br />

todos os átomos determine:<br />

semelhante?<br />

a) 1 plano<br />

b) 2 planos d) 4 planos<br />

c) 3 planos e) infinitos planos<br />

(305) Qual o par de compostos que apresentam estereoestrutura<br />

a) NH3 e BF3<br />

b) H2S e BeH2 d) S03 e BF3<br />

c) C02 e S02 e) CH4 e XeF4<br />

3a. parte:<br />

______________________________<br />

Estruturas macromoleculares<br />

______________________________<br />

Ao analisar um cristal é preciso verificar se se trata de:<br />

a) cristal iônico<br />

b) cristal metálico<br />

c) cristal molecular<br />

d) cristal covalente ou macromolecular<br />

No cristal iônico os íons ocupam determinadas posições do retículo cristalino.<br />

As forças de atração entre esses íons são do ti o eletrostático, através da ligação<br />

eletrovalente.<br />

273


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

274<br />

ligações químicas -4<br />

No cristal metálico, como veremos adiante, a ligação metálica é que garante<br />

a estabilidade dos átomos nesse cristal.<br />

Num cristal molecular existem moléculas bem definidas que se atraem<br />

através de forças intermoleculares (pontes de hidrogênio ou ligações de Van der<br />

Waals).<br />

covalência.<br />

Exemplos:<br />

No gelo as moléculas de água constituem um cristal molecular.<br />

No cloro sólido, as moléculas de CI2 constituem um cristal molecular.<br />

No KCI sólido, os íons K + e CI2 constituem um cristal iônico.<br />

No ferro sólido, os átomos de Fe constituem um cristal metálico.<br />

Que vem a ser um cristal covalente ou macromolecular?<br />

É um cristal que já é a própria macromolécula com os átomos ligados por<br />

Por exemplo, o diamante. Num cristal de diamante, todos os átomos de<br />

carbono são interligados através de ligações ς sp-sp 3 (covalentes).<br />

Temos, então, a estrutura como Cada átomo de carbono está ligado<br />

indica a figura. a 4 outros carbonos por covalências.<br />

. diamante.<br />

figura.<br />

O silício e o germânio apresentam<br />

estruturas semelhantes ao<br />

Os átomos de carbono podem apresentar outra disposição espacial como na


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Temos, então, a grafite, Agora, cada átomo de carbono possui 3 carbonos<br />

vizinhos, sendo 2 ligações simples e uma dupla em deter minada camada de átomos.<br />

macromolécula.<br />

Em cada camada, os átomos se unem muito fortemente, formando uma<br />

As camadas ficam acumuladas umas sobre as outras, já mais distanciadas e<br />

a atração entre essas camadas já é bastante fraca.<br />

Estas camadas podem deslizar uma sobre as outras; portanto a grafite é uma<br />

substância mole usada até como lubrificante seco. Através da região entre as<br />

camadas, os elétrons podem mover-se facilmente, o que justifica a boa<br />

condutividade elétrica da grafite.<br />

275<br />

Outro exemplo de macromolécula<br />

é a sílica que é o (Si02)n mais vulgarmente<br />

conhecida como areia.<br />

Cada átomo de silício liga-se a 4<br />

átomos de oxigênio; cada átomo de<br />

oxigênio liga-se a 2 átomos de silício.<br />

Outros exemplos de macromoléculas são os polímeros, conhecidíssimos na<br />

atualidade da química orgânica.<br />

São macromoléculas obtidas a partir de moléculas simples. Por exemplo, o<br />

polietileno é uma macromolécula obtida pela polimerização do etileno (C2H4) . A<br />

fórmula do polietileno é (C2H4)n.<br />

Todos os plásticos como polietileno, P.V.C., baquelite, etc, são polímeros e<br />

portanto são macromoléculas.<br />

Pode-se obter polímeros de estrutura linear como nylon , dacron, etc, que são<br />

utilizados como fios sintéticos de elevadíssima resistência.<br />

Esses compostos serão estudados na química orgânica.<br />

═══════════════════


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

276<br />

ligações químicas-4<br />

E PARAMAGNETISMO<br />

Façamos a seguinte experiência : fixemos um imã evamos aproximar<br />

na região dos pólos materiais diferentes.<br />

Se a substância for repelida diremos que<br />

se trata de material diamagnético.<br />

Se a substância for atraída diremos que<br />

se trata de material paramagnético.<br />

Se a atração for muito forte capaz de<br />

até provocar imantação permanente nesse<br />

material diremos que se trata de um material<br />

ferromagnético.<br />

Essa propriedade se manifesta de modos diferentes conforme o número de<br />

elétrons não emparelhados que o material apresenta.<br />

As substâncias diamagnéticas possuem todos os elétrons emparelhados. Em<br />

outras palavras, os elétrons sempre se encontram 2 a 2 em orbitais atômicos ou<br />

moleculares.<br />

As substâncias paramagnéticas possuem elétrons desemparelhados, ou<br />

seja, orbitais com apenas 1 elétron.


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São paramagnéticos a maioria dos metais de transição e algumas moléculas<br />

que não obedecem as regras normais nas ligações e que ficam com elétrons isolados<br />

em orbitais.<br />

paramagnetismo.<br />

Quanto mais elétrons desemparelhados mais acentuado será o<br />

Um caso particular é quando a força de atração for muito acentuada. É o<br />

ferromagnetismo que apresenta atração milhares de vezes superior que o<br />

paramagnetismo.<br />

a estrutura:<br />

Examinemos agora a estrutura do oxigênio. Normalmente era de se esperar<br />

Verificou-se experimentalmente que o oxigênio é uma substância<br />

paramagnética. Então, ele deve apresentar elétrons desemparelhados e a estrutura<br />

proposta é:<br />

Observação:<br />

277<br />

Vê-se que a ligação entre os átomos de<br />

oxigênio não obedece a regra do octeto.<br />

A ligação simples é muito fraca e, experimentalmente, verificou-se que<br />

a energia de ligação entre os átomos de oxigênio no 02 é muito maior que na<br />

água oxigenada "H-O-O-H". Para contornar o fenômeno admite-se atualmente<br />

que entre os átomos de oxigênio exista uma ligação covalente normal e duas<br />

ligações de 3 elétrons.<br />

A ligação de três elétrons contraria até o princípio de exclusão de<br />

Pauli, pois admite 3 elétrons num orbital.<br />

Esta é a melhor forma de apresentar a estrutura sem<br />

haver contradição à energia de ligação e também ao<br />

paramagnetismo, pois em cada ligação de 3 elétrons existe um<br />

elétron desemparelhado.<br />

0 estado de orbitais com 3 elétrons está fora do nível desse curso.


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278<br />

ligações químicas-4<br />

Existem algumas moléculas com numero ímpar de elétrons. Evidentemente<br />

estas moléculas apresentarão elétrons desemparelhados e teremos propriedades<br />

paramagnéticas.<br />

São poucas as moléculas ímpares à temperatura ambiente; podemos citar<br />

como principais NO, N02 e Cl02.<br />

Os elementos de transição apresentam subnível d com elétrons não<br />

emparelhados. Disso resulta que quase todos os elementos de transição são<br />

paramagnéticos. O ferro, o cobalto e o níquel são metais ferromagnéticos, pois<br />

apresentam elevado número de elétrons desemparelhados num cristal metálico.<br />

Os íons dos metais de transição continuam apresentando elétrons<br />

desemparelhados.<br />

Quando um íon possui elétrons não emparelhados, a dissolução desse íon<br />

origina soluções coloridas. Daí, a propriedade de quase todos os íons de metais de<br />

transição apresentarem colorações características.<br />

De um modo geral, pode-se dizer que se um sal apresentar solução colorida,<br />

esse sal, no estado sólido, apresentará propriedade paramagnética.<br />

════════════════════


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

F RESSONÂNCIA<br />

Seja a molécula de SO2. A fórmula estrutural será:<br />

Se utilizarmos diferentes isótopos de oxigênio<br />

teremos, teoricamente, 2 compostos de fórmula S02- Na<br />

prática verifica-se que existe apenas um tipo de<br />

molécula SO2.<br />

A explicação desse fato e possível<br />

admitindo-se que a dupla ligação não é fixa entre o S<br />

e de terminado oxigênio. Dizemos, então, que as<br />

duas estruturas são ressonantes, ou seja, uma se<br />

transforma na outra e vice-versa pela mudança da dupla ligação.<br />

279<br />

Numa interpretação mais real, a mudança<br />

da dupla ligação corresponde a uma<br />

deslocalização de elétrons. No caso exemplificado<br />

corresponde à deslocalização dos elétrons do<br />

orbital П .<br />

Uma visualização mais real da molécula<br />

seria manter a dupla deslocalizada.


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280<br />

ligações químicas-4<br />

Diremos que o S tem duas ligações<br />

covalentes com os átomos de oxigênio. A<br />

ligação П é deslocalizada e essa nuvem de<br />

elétrons П aparece em redor dos 3 átomos da<br />

molécula.<br />

Como essa representação é incômoda<br />

para desenhar, continuaremos desenhando as<br />

duas estruturas com uma dupla-seta e<br />

subentendemos que a verdadeira estrutura é<br />

aquela obtida pela superposição das duas<br />

estruturas também chama da estrutura híbrida de ressonância.<br />

átomo vizinho.<br />

Assim, a estrutura da ozona O3 é:<br />

Quando é que se pode "prever" que a estrutura é ressonante?<br />

________________________________________________________________________<br />

A primeira condição é que haja ligação П.<br />

Além, disso é necessário que essa ligação Пr possa "saltar" para um<br />

________________________________________________________________________<br />

Reparem no seguinte exemplo :<br />

a) No etileno, o carbono tem uma ligação П que é fixa. Ela está entre os<br />

átomos de carbono e não pode "saltar" para o átomo de hidrogênio.<br />

b) já no HNO3, a ligação П do nitrogênio não é fixa, podendo passar para o<br />

outro átomo de oxigênio. Temos um caso de ressonância.


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ressonância.<br />

A estrutura do HN03 é o híbrido das estruturas abaixo desenhadas.<br />

Os íons CO3 ≈ e NO3 ‾ apresentam também o fenômeno da<br />

A estrutura real e aquela que é a superposição das três desenhadas onde a<br />

ligação 71 está deslocalizada.<br />

benzeno.<br />

Um caso muito importante de ressonância é aquela observada no<br />

281<br />

O benzeno possui uma cadeia<br />

cíclica de 6 carbonos que trocam<br />

alternadamente simples e duplas ligações.<br />

O carbono sofreu hibridação sp 2 e o<br />

ângulo entre as ligações é de 120°.<br />

As duplas ligações apresentam o<br />

orbital П ressonante.<br />

ressonantes e a representação real e um híbrido de ressonância.<br />

Temos duas estruturas


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282<br />

ligações químicas-4<br />

Como a estrutura real é um híbrido<br />

das duas estruturas acima, prefere-se<br />

desenhar um círculo dentro do hexágono para<br />

representar a nuvem dos orbitais П<br />

deslocalizados.<br />

A estrutura híbrida de ressonância é<br />

bastante estável. Isto justifica porque as<br />

duplas do benzeno não possuem a mesma<br />

reatividade que as duplas do etileno.<br />

Outro exemplo interessante é no butadieno-1,3.<br />

Os orbitais П não são fixos e cobrem todos os átomos de carbono formando-se<br />

uma estrutura híbrida muito semelhante ao benzeno.


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Neste caso as formas ressonantes são:<br />

Na grafite, os átomos de carbono situados no mesmo plano molecular<br />

apresentam duplas ligações ressonantes.<br />

Quando 2 átomos apresentam ligações ressonantes a distância internuclear<br />

entre esses átomos é intermediária entre a ligação simples e a ligação dupla.<br />

Vejamos no caso C↔C<br />

na ligação C - C do etano ------------------► d = 1 ,54 Ǻ<br />

na ligação C = C do etileno -----------------► d = 1,35 Ǻ<br />

na ligação entre os C do núcleo benzênico—► d = 1,40 Ǻ<br />

Tratando-se de moléculas ímpares (paramagnéticas) ocorre também uma<br />

ressonância. Desta vez a ressonância não é da ligação П , mas sim do elétron não<br />

emparelhado.<br />

Exemplos:<br />

Mais uma vez repetimos que uma estrutura ressonante é mais estável.<br />

283


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EXERCÍCIOS<br />

284<br />

ligações químicas-4<br />

(306) A estrutura do S03 é um híbrido de ressonância que é<br />

superposição de:<br />

ressonante?<br />

a) 1 estrutura<br />

b) 2 estruturas d) 4 estruturas<br />

c) 3 estruturas e) não é ressonante<br />

(307) Qual das seguintes moléculas ou íons apresenta estrutura não<br />

(308) Quantas estruturas ressonantes apresenta o íon NO3 ‾ ?<br />

a) duas<br />

b) três d) cinco<br />

c) quatro e) não é ressonante<br />

(309) Idem para o íon PO4 ≡<br />

a) duas<br />

b) três d) cinco<br />

c) quatro e) não é ressonante<br />

════════════════


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285<br />

G LIGAÇÃO<br />

METÁLICA<br />

Quando se examina um metal, por exemplo, uma lâmina de canivete,<br />

tem-se a impressão que existe uma homogeneidade no material.<br />

perfeitamente ordenados.<br />

Conclusão:<br />

Se atacarmos a superfície metálica<br />

com um reagente adequado e auxiliado por um<br />

microscópio, vemos que o material é<br />

constituído por diversos domínios que mais se<br />

assemelham a células de tecido vivo. Estas<br />

minúsculas regiões são chamadas "grãos"ou<br />

também cristais do metal. Em muitos<br />

materiais metálicos, estes grãos chegam até a<br />

serem visíveis a olho nu.<br />

Quando se analisa um desses cristais<br />

através de raios X, verifica-se que ele é<br />

constituído de um empilhado de átomos<br />

Um pedaço de metal é constituído de cristais e cada cristal é um agregado<br />

ordenado de muitos e muitos átomos.<br />

0 estado metálico é caracterizado pela presença de muitos e muitos átomos<br />

agregados; portanto é errado dizer que um metal é monoatõmico. Por exemplo,<br />

escreve-se: o cobalto metálico Co e só por esse motivo pensa-se que é monoatômico. O<br />

cobalto no estado sólido é um empilhado de diversos átomos de cobalto que<br />

constituem um cristal; então, deveria-se escrever Cooo.


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escreve:<br />

Uma reação de cobalto com oxigênio deveria ser escrita:<br />

Cooo + O2 -----► Co2O3<br />

286<br />

ligações químicas-4<br />

O que iria dificultar o ajustamento de coeficientes e por isso se<br />

4 Co + 3 02 -----► 2 Co2O3<br />

Assim, pode-se expressar a<br />

proporção correta de átomos de cobalto e<br />

oxigênio que reagem.<br />

Utilizando-se o mesmo artifício, muitas substâncias simples poliatômicas são<br />

representadas como se fossem monoatômicas, como por exemplo:<br />

S ao invés de S8 (enxofre sólido)<br />

P ao invés de P4 (fósforo branco)<br />

C ao invés de Coo (diamante ou grafite)<br />

Lembremos que um cristal sólido é constituído de átomos, moléculas ou íons,<br />

ordenados, os quais se mantêm imóveis e unidos por determinadas ligações.<br />

Num cristal de NaCl os íons são ligados por forças iônicas ; num cristal de<br />

diamante os átomos são ligados por covalência; no iodo sólido as moléculas são<br />

unidas umas às outras por forças de Van der Waals.<br />

metálica.<br />

Num cristal metálico como o de cobalto, os átomos são unidos pela ligação<br />

Passaremos a estudar primeiramente a ligação metálica do ponto de vista<br />

eletrônico para depois discutirmos os tipos de empilhamento de átomos com<br />

ligações metálicas.<br />

____________________________________________<br />

A) Teoria da "nuvem eletrônica"<br />

ou "gás eletrônico"<br />

________________________________________<br />

A primeira idéia de ligação metálica foi apresentada por Dru-de-Lorentz.


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libertação dos mesmos da camada M.<br />

287<br />

Sejam os átomos de sódio<br />

constituindo sódio metálico.<br />

Cada átomo de sódio possui<br />

eletrosfera com a configuração 2, 8, 1.<br />

Segundo a teoria, quando se<br />

agrupam muitos átomos de metal, certos<br />

elétrons periféricos libertam-se de seus<br />

átomos e adquirem uma grande liberdade<br />

de movimentação.<br />

No átomo de sódio, o elétron da<br />

camada M tornar-se-ia um elétron livre<br />

que poderia se locomover de um átomo<br />

para o outro com um mínimo de energia.<br />

Num pedaço de sódio metálico teríamos<br />

muitos íons Na + mergulhados numa<br />

nuvem de elétrons e originados pela<br />

Esses elétrons que rodeiam os íons Na + são considerados também como "gás<br />

eletrônico" que se comporta como uma "cola" para unir os íons Na + .<br />

Esta apresentação teórica de ligação metálica era muito cômoda para<br />

justificar a boa condutividade elétrica e térmica nos metais.<br />

0 gás eletrônico deveria comportar-se como gás real:<br />

Eis um esquema comparativo:<br />

Se num tubo colocarmos um gás (fig. A) e estabelecermos uma diferença de<br />

pressão nas suas extremidades, o gás se desloca.<br />

Se numa barra metálica estabelecermos uma diferença de potencial ∆V (fig. B)<br />

os elétrons deslocam-se sem alterar a constituição da barra.


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288<br />

ligações químicas-4<br />

A teoria da nuvem eletrônica explica diversas propriedades dos metais. No<br />

entanto, começaram a ser observados fenômenos impossíveis de serem explicados com<br />

essa teoria como, por exemplo, o espectro eletrônico de um metal.<br />

Surgiu, então, uma nova teoria sobre ligação metálica, era a teoria das faixas<br />

eletrônicas que possibilitou a descoberta dos transistores. Eis um exemplo típico de<br />

descoberta, não ao acaso, mas que, baseando-se em fundamentos teóricos produziu<br />

tal dispositivo mundialmente explorado no campo da eletrônica.<br />

______________________________________<br />

B) Teoria das faixas eletrônicas<br />

ou bandas eletrônicas<br />

______________________________________<br />

Vimos no capítulo da estrutura atômica que, quando um elétron salta de uma<br />

camada para outra mais interna há emissão de um fóton com determinado λ. Esta<br />

emissão pode ser detectada num filme onde se podem calcular as freqüências das<br />

emissões. Em outras palavras, trata-se de um espectro de emissão. Os átomos<br />

isolados produzem espectros descontínuos.<br />

Agora, vamos obter o espectro de elétrons do alumínio no esta do<br />

sólido, ou seja, de uma barra de alumínio.


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Obtém-se no espectro algumas linhas, mas o importante é observar que<br />

aparece uma "faixa". Isto vem informar que existe um número muito grande de<br />

estados energéticos muito próximos.<br />

Foi então que Fermi e Dirac supuseram que os elétrons num metal deveriam<br />

possuir energias quantizadas, integrando-se o comportamento desses elétrons à<br />

Mecânica Quântica.<br />

Aqueles elétrons que foram imaginados como "livres" possuem, segundo a<br />

nova teoria, energias bem qualificadas e esses elétrons obedecem ao princípio da<br />

exclusão de Pauli: "em determinado nível energético só podem existir, no máximo, 2<br />

elétrons de spíns opostos"<br />

A teoria das bandas eletrônicas baseia-se no seguinte princípio:<br />

________________________________________________________________________<br />

Quando "N" átomos se agrupam em 1igações, cada nível energético<br />

desdobra-se em "N" novos estados energéticos.<br />

________________________________________________________________________<br />

Exemplifiquemos este princípio com átomos de sódio.<br />

289<br />

Quando se tem um átomo isolado<br />

de sódio temos a seguinte configuração<br />

eletrõnica: ls 2 , 2s 2 , 2p6, 3S 1 já que o<br />

sódio tem 11 elétrons.<br />

Quando 2 átomos de sódio se<br />

"encostam" cada um desses subníveis<br />

desdobra-se em 2 novos subníveis.<br />

Agora os 2 átomos começam a comportar-se como um único sistema.


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290<br />

ligações químicas-4<br />

No subnível ls, por exemplo, existem 2 estados energéticos para o sistema de<br />

átomos; então, esse sistema comportará no máximo 4 elétrons.<br />

Vamos supor que, no átomo A, os_ 2 elétrons ls estejam ocupando o nível<br />

inferior, e no átomo B os 2 elétrons ls o nível superior.<br />

À primeira vista tem-se a impressão<br />

que existem níveis vazios em A e B. Mas não<br />

esqueçamos que, agora, os átomos unidos<br />

constituem um sistema e portanto os estados<br />

energéticos estão lotados de elétrons.<br />

Nem em A ou em B cabem mais<br />

elétrons ls (veja o esquema energético).<br />

Agora vamos supor um número bastante elevado de átomos.<br />

Seja um cristal de sódio metálico contendo N átomos ligados.


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como aparece no filme ao lado.<br />

de elétrons.<br />

291<br />

Na verdade, as diferenças entre as<br />

energias num subnível são tão pequenas que<br />

os N estados constituem uma verdadeira<br />

faixa.<br />

Lembre-se que N é muito grande; 23<br />

gramas de sódio (1 átomo-grama) tem 6,02 x<br />

10 23 átomos!<br />

Então, cada átomo de só fio, quando<br />

em ligação metálica, possui subníveis<br />

constituindo faixas ou bandas eletrônicas.<br />

intuição.<br />

Esta teoria não é produto de<br />

Se realmente as faixas existem, um<br />

elétron/excitado para um subnível superior<br />

voltará à faixa emitindo um fóton.<br />

Se fizermos isso com mui tos elétrons,<br />

nem todos voltarão para o mesmo nível<br />

energético da faixa; os fótons emitidos terão<br />

energias muito próximas e consequentemente<br />

no filme do espectro aparecerá uma faixa<br />

Agora vamos examinar se as faixas dos átomos de sódio estão ou não lotadas<br />

Examinemos o subnível ls agora transformado em faixa ls.<br />

Sendo N átomos teremos N estados energéticos.<br />

Cada átomo de sódio contribuiu com 2 elétrons; são N átomos e portanto 2N<br />

elétrons para a faixa com N estados energéticos.<br />

Conclusão:<br />

faixas 2s e 2p.<br />

A faixa ls está lotada e não admite mais elétrons. 0 mesmo se sucede com as<br />

Numa faixa lotada os elétrons não conseguem locomover-se.<br />

A explicação desta dificuldade de movimentação dos elétrons seria muito<br />

complicada para este curso e, portanto, faremos uma simples analogia com um fato<br />

prático.


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292<br />

ligações químicas - 4<br />

Imaginemos uma avenida com um trânsito totalmente congestionado.<br />

Embora os carros de trás queiram movimentar-se, isto é impossível, pois a<br />

avenida está lotada!<br />

Fazendo-se a analogia de avenida = faixa eletrônica e carro = = elétron,é<br />

aproximadamente este o problema da movimentação de elétrons.<br />

Agora vamos ã faixa 3s. Cada átomo de sódio tem apenas 1 elétron no<br />

subnível 3s. Sendo N átomos, teremos que distribuir N elétrons na faixa 3s.<br />

ficará vazia.<br />

Por outro lado, sendo N átomos,<br />

formam-se N estados energéticos que<br />

admitirão 2N elétrons no máximo. Os<br />

elétrons tendem a ocupar os níveis de<br />

energia mais baixos. Então, teremos um<br />

preenchimento da metade inferior dos<br />

níveis da faixa 3s. A metade superior<br />

Quando se liga o metal aos terminais de uma fonte elétrica, alguns elétrons<br />

"saltam" para os estados superiores desocupados. Isto permite que os elétrons se<br />

movimentem dentro da faixa e dizemos que esta ê uma faixa de condução.<br />

Fazendo a analogia com os automóveis teríamos agora uma aveni da onde<br />

apenas meia pista está lotada de automóveis.


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O trânsito estava "engarrafado". Porém um guarda grita:"Podem utilizar a<br />

pista da esquerda". Alguns carros saem para a outra pista e em toda avenida<br />

haverá tráfego dos carros.<br />

Para haver condução elétrica é preciso que existam faixas com estados<br />

energéticos vazios; as faixas desse tipo denominamos de faixas permitidas.<br />

Por outro lado, uma faixa lotada é também chamada faixa permitida ocupada<br />

ou faixa de valência.<br />

ele um bom condutor elétrico.<br />

Como se explica tal comportamento?<br />

293<br />

A região energética que se situa<br />

entre as faixas permitidas e denominada<br />

faixa proibida.<br />

No átomo de sódio metálico temos as<br />

faixas como indica a figura ao lado.<br />

Resumindo:<br />

0 sódio metálico e um condutor<br />

elétrico porque apresenta a faixa 3s com<br />

metade de estados "vazios" o que a torna<br />

uma faixa de condução.<br />

Examinemos agora o magnésio<br />

metálico. Ele possui todos os subníveis<br />

lotados: ls 2 , 2s 2 , 2p G , 3s 2 . Quando os átomos<br />

de magnésio se ligam, aparecem as faixas<br />

como no caso do sódio.<br />

Na faixa 3s aparecem 2N elétrons<br />

para N átomos de magnésio (pois o Mg tem 2<br />

elétrons externos) o que significa que esta<br />

faixa está lotada. Então,o magnésio deveria<br />

ser um isolante! Na prática constata-se ser<br />

É que no magnésio, o subnível 3p (situado logo acima do 3s) , totalmente<br />

vazio, também subdivide-se em N estados energéticos. Porém a parte 3p superpõe-se à<br />

parte superior da faixa 3s resultando uma nova faixa 3s + 3p com muitos estados<br />

energéticos vazios. Então,não existe faixa proibida entre 3s e 3p. Temos, assim, uma<br />

faixa de condução 3s + 3p.


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294<br />

ligações químicas-4<br />

Diante de um potencial elétrico,<br />

muitos elétrons inferiores “pulam” para os<br />

estados superiores, permitindo a<br />

movimentação dos elétrons.<br />

Suponhamos agora um exemplo hipotético. Se no átomo de magnésio não<br />

ocorresse superposição de 3s e 3p e se estas faixas estiverem suficientemente<br />

afastadas teríamos um material isolante.<br />

Teríamos a faixa lotada superior e a<br />

faixa vazia separada pela faixa proibida de<br />

modo que um elétron para saltar a faixa<br />

proibida necessitaria de uma tensão<br />

absurdamente elevada!<br />

elétrica.<br />

Neste caso não há condução<br />

Um caso desse tipo seria por exemplo<br />

o diamante.<br />

Existem certos materiais, principalmente os semi-metais (Silício e Germânio),<br />

que apresentam a faixa proibida muito estreita em temperatura ambiente. Em outras<br />

palavras, o nível inferior da faixa vazia quase toca no nível superior da faixa<br />

lotada.<br />

Em temperaturas baixas, a faixa proibida desses materiais é relativamente<br />

larga e eles comportam-se como isolantes. Porém, em temperatura ambiente, por<br />

causa da aproximação das faixas vazia e lotada, esses materiais tornam-se<br />

condutores.<br />

São eles denominados de semi-condutores e suas principais aplicações são<br />

como retificadores e amplificadores de sinais (transistores) .


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Num semi-condutor à temperatura ambiente, a agitação térmica faz com que<br />

muitos elétrons da faixa de valência (que era completa) passem para a faixa de<br />

condução.<br />

Reparem então que aumentando-se a temperatura, mais elétrons saltarão<br />

para a faixa de condução e teremos melhor condutividade ao contrário da condução<br />

metálica.<br />

A condutividade dos semi-condutores pode ser modificada pela presença de<br />

pequenas adições de impurezas no material.<br />

Quando o semi-condutor é puro (por exemplo, Germânio puro) temos o<br />

chamado semi-condutor intrínseco.<br />

Se aparecem impurezas, teremos o semi-condutor dopado.<br />

Existem duas espécies de semi-condutores dopados, conforme o número de<br />

elétrons periféricos da impureza associada.<br />

1º. TIPO: SEMI-CONDUTOR DO TIPO "n"<br />

Os semi-condutores usuais Si e Ge possuem na camada externa 4 elétrons.<br />

Eles constituem macromoléculas no estado sólido.<br />

Suponhamos um cristal de Germânio "dopado" com pequenas quantidades<br />

(traços) de Antimônio. Esta impureza possui átomos com 5 elétrons na última<br />

camada, porém o átomo de Sb amolda-se à estrutura do Germânio, deixando um<br />

elétron em excesso. Teremos a estrutura eletrônica abaixo:<br />

295<br />

Os átomos de Germânio já apresentam<br />

alguns elétrons na faixa de condução.<br />

Os elétrons de excesso vindos do<br />

Antimônio têm muito mais facilidade para passar<br />

a faixa de condução. Aumentando-se o número<br />

de elétrons na faixa de condução teremos maior condutibilidade.


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OBS. :<br />

296<br />

ligações químicas-4<br />

Os elétrons da faixa de condução correspondem aos elétrons livres da<br />

teoria de Drude-Lorentz.<br />

Este aumento de cargas negativas de condução sugeriu o nome de semi-<br />

condutor de tipo-n (n de negativo).<br />

Neste tipo de semi-condutor, a corrente elétrica é feita pelo movimento<br />

de elétrons na faixa de condução.<br />

2º. TIPO: SEMI-CONDUTOR DO TIPO "p"<br />

Suponhamos um cristal de Silício "dopado" com impurezas de Gálio.<br />

Os átomos do Gálio tendem a moldar-se ã estrutura do Silício. Mas, como o<br />

Gálio só possui 3 elétrons na camada externa, deixará um "buraco" disponível para<br />

um elétron.<br />

Um buraco pode ser preenchido<br />

por um elétron de átomo vizinho, Germânio;<br />

porém fica um buraco no Germânio que<br />

poderá ser preenchido por um outro elétron<br />

de um outro átomo. Enfim, podemos dizer<br />

que os buracos é que estão se<br />

movimentando; evidentemente eles se<br />

movimentam para o polo (─) (a esquerda na<br />

figura) até receber o elétron do pólo<br />

negativo. Mas no polo positivo surgem novos<br />

buracos (pela sucção de elétrons) que caminharão para o polo negativo.<br />

O movimento de buracos pode ser interpretado como movimento de<br />

cargas positivas (ausência de elétrons).<br />

Então, o semi-condutor é do tipo-p, pois a corrente elétrica<br />

responsável se deve ás cargas positivas.<br />

Para melhor compreensão<br />

podemos imaginar os buracos como<br />

"vagas" que aparecem num trânsito<br />

congestionado.<br />

Um carro virá ocupar a vaga<br />

surgida, porém deixa em seu lugar uma<br />

outra vaga que provavelmente será<br />

ocupada por outro carro de trás.<br />

Enfim, enquanto os carros, pouco a<br />

pouco, caminham para a frente, as vagas<br />

caminham para trás.


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RETIFICADOR DE CORRENTE<br />

Associação de semi-condutores "dopados" originaram importantes<br />

dispositivos eletrônicos.<br />

Um deles é o retificador de corrente que transforma corrente alternada<br />

em corrente contínua.<br />

mais elétrons.<br />

Trata-se da junção de semi-condutores do tipo-p e do tipo-n.<br />

297<br />

Quando o dispositivo não está<br />

ligado a nenhuma fonte, teremos um<br />

equilíbrio de buracos no tipo-p e<br />

elétrons em excesso no tipo-n.<br />

Agora liguemos as extremidades p ao<br />

polo negativo e n ao polo positivo. Veja no<br />

estudo do semi-condutor tipo p como os<br />

buracos dirigem-se para o polo (─) e aí<br />

eles desaparecem. Agora não aparecem<br />

novos buracos, pois p está em junção<br />

com n e não ligado ao pólo (+).<br />

Fato análogo está acontecendo com o semi-condutor do tipo-n.<br />

Aí os elétrons dirigem-se para o polo (+) mas não existe polo (─) para liberar<br />

Conclusão:<br />

Esta ligação faz com que desapareçam buracos e elétrons e, instantes após a<br />

ligação, nos pólos (+) e (─) não sairão nem entrarão, elétrons. Então, pela junção NÃO<br />

PASSARÃO ELÉTRONS, comportando-se _o dispositivo como um isolante. Dizemos<br />

que ocorreu uma polarização inversa, ou seja, quando p liga-se a (─) e n liga-se a<br />

(+).<br />

Agora vamos inverter os pólos. O<br />

polo (+) vai criando mais buracos enquanto o<br />

polo negativo vai liberando mais elétrons.<br />

Buracos e elétrons caminham em sentido<br />

oposto e encontram-se na junção<br />

"desaparecendo" os buracos e elétrons que se<br />

combinam. Enfim, do polo (─) saem elétrons e<br />

o polo positivo está "sugando" elétrons que<br />

criam novos buracos. Então, há uma forte migração de elétrons do polo (─) para o polo<br />

(+) através dos semi-condutores em junção. Dizemos que nos semi-condutores ocorreu<br />

uma polarização direta ou seja, p ligado a (+) e n ligado a (─).


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

298<br />

ligações químicas - 4<br />

O dispositivo que acabamos de descrever é um retificador de corrente<br />

alternada em corrente contínua. Tal dispositivo só deixa passar corrente elétrica num<br />

único sentido, ou seja, do semi-condutor "p" para o "n".<br />

_______________________<br />

TRANSISTORES<br />

_______________________<br />

São dispositivos que vieram substituir válvulas eletrônicas. Uma das funções<br />

da válvula eletrônica é a de amplificar impulsos (sinais) de um circuito. Por exemplo,<br />

as ondas eletromagnéticas que se propagam no espaço produzem impulsos elétricos<br />

numa antena que faz parte do circuito de rádio.<br />

Dentro do aparelho, estes impulsos são amplificados até que possam fazer<br />

vibrar uma membrana do altofalante e transformar-se em ondas sonoras.<br />

Lembremos que:<br />

Um dispositivo que tem a mesma<br />

função da válvula é o transistor. Vamos<br />

descrever aquele que é constituído pela<br />

junção de semi-condutores dopados n-p-n<br />

que são respectivamente chamados de<br />

emissor (E) , base (B) e coletor (C) .<br />

a] POLARIZAÇÃO DIRETA - deixa passar corrente elétrica e a ligação e<br />

"n" ao polo (─) (negativo) e "p" ao polo (+) (positivo).<br />

b) POLARIZAÇÃO INVERSA - não passa corrente e a ligação é "n" ao polo (+)<br />

e "p" ao polo (─)<br />

direta.<br />

base B.<br />

A base B sempre atua como um polo (+) em relação a E que é (─).<br />

A junção EB comporta-se como condutor porque apresenta uma polarização<br />

A base B sempre atua como um polo (─) em relação a C que é (+) .<br />

Então, a junção BC é um isolante, pois trata-se de uma polarização inversa.<br />

Quando o circuito está ligado, elétrons atravessam do emissor E para a<br />

Se a base B é um material de pequeníssima espessura (milésimo de polegada)<br />

não dá tempo de B criar suficiente número de buracos para unir-se com os elétrons<br />

vindos de E.<br />

Então, esses elétrons, na maioria, atravessam a base caindo no coletor.


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Aí eles serão atraídos para o pólo (+) . Lembremos que a corrente<br />

elétrica tem sentido contrário do movimento dos elétrons.<br />

Conclusão:<br />

A corrente IB (originada pela união de elétrons e buracos emB) é tão pequena<br />

que praticamente a corrente IE do emissor é igual à corrente Ic do coletor. Em outras<br />

palavras: quase todos os elétrons que vem do emissor atravessam a base e caem<br />

no coletor.<br />

299<br />

Se produzirmos uma pequena<br />

variação ∆I na corrente IE, praticamente a<br />

mesma variação surgirá em IC..<br />

Acontece que IE está num circuito<br />

de baixa tensão, enquanto Ic está num<br />

circuito cerca de 100 vezes a tensão do<br />

emissor. A variação de potência, na<br />

eletricidade, é dada pela fórmula |∆I. U| ;<br />

então, o "sinal" imputado no IE terá uma<br />

potência cerca de 100 vezes mais em IC.<br />

Ha prática utiliza-se um circuito<br />

como indica o esquema.<br />

Existem transistores também do tipo p-n-<br />

p, de funcionamento análogo.<br />

Os transistores vieram substituir as válvulas eletrônicas, por que<br />

apresentavam inúmeras vantagens: pequeno consumo de energia, ai ta eficiência,<br />

minúsculo tamanho e durabilidade quase eterna.<br />

No entanto, não puderam substituir todas as aplicações, pois um transistor<br />

possui uma estreita faixa de temperatura de trabalho e não suporta elevadas<br />

correntes ou tensões.<br />

═══════════════════════


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____________________________________<br />

CÉLULA FOTOELÉTRICA<br />

____________________________________<br />

300<br />

ligações químicas-4<br />

Suponhamos uma junção p-n em polarização inversa. O dispositivo está<br />

intercalado num circuito, mas não há passagem de corrente elétrica.<br />

Lembremos que a luz visível é<br />

constituída de fótons, portadores de<br />

energia. Estes fótons podem incidir sobre<br />

elétrons dos átomos de junção e criar<br />

buracos e elétrons de condução.<br />

0 fenômeno é chamado<br />

fotoelétrico e,enquanto estiver incidindo<br />

luz na junção, buracos caminham ao polo<br />

(─) e elétrons para o polo (+) . Teremos,<br />

então, uma corrente elétrica que somente<br />

cessará quando não houver mais<br />

incidência de luz. Tal dispositivo é muito<br />

usado hoje em dia para ligar lâmpadas de iluminação nas avenidas (somente na<br />

ausência da luz) e abrir portas de estabelecimentos como indica a figura.<br />

Quando o indivíduo passa pelo<br />

corredor, ele "corta" a incidência da luz na<br />

célula fotoelétrica.<br />

Então, existe um dispositivo<br />

elétrico capaz de abrir a porta.<br />

Enfim, existem ainda muitas<br />

aplicações de células fotoelétricas como em<br />

elevadores, máquinas fotográficas , etc.<br />

Não resta dúvida que os semi-condutores vieram revolucionar o campo da<br />

eletrônica. Mais importante é lembrar que não foi uma simples "descoberta" ao acaso<br />

como a de muitos elementos químicos; foi produto de perseverante pesquisa pelo<br />

desenvolvimento de uma teoria que conseguiu prever a possibilidade da construção<br />

dos dispositivos que relatamos, os quais surgiram fundamentados em dados teóricos.<br />

═══════════════


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301<br />

H CRISTAIS<br />

METÁLICOS<br />

Os átomos dos metais empilham-se para formar o cristal metálico. A ligação<br />

metálica é a responsável pela conservação desses átomos unidos.<br />

para os metais:<br />

Na prática constata-se que existem 3 tipos principais de empilhamentos<br />

A) cúbico de corpo centrado (C.C.C.)<br />

B) cúbico de face centrada (C.F.C.)<br />

C) hexagonal denso (H.C.)<br />

_______________________________________________________________<br />

1. SISTEMA CÚBICO DE CORPO CENTRADO C.C.C.<br />

________________________________________________________________<br />

Examinando um cristal, podemos observar que existe uma posição mínima<br />

que vai se repetindo e constitui o cristal. Essa posição mínima e chamada célula<br />

unitária.<br />

Pedimos ao leitor não comparar a célula unitária de um cristal com célula de<br />

tecido vivo. Enquanto a célula viva é uma porção limitada e real, a célula de um cristal<br />

não existe isoladamente, é a penas uma porção retirada de um cristal, só por<br />

conveniência, para entendermos os diferentes tipos de estruturas cristalinas.<br />

0 sistema cúbico de corpo centrado<br />

é constituído de diversas camadas de<br />

átomos.<br />

Seja a camada A de átomos<br />

Os átomos dessa camada não são<br />

ligados entre si; em outras palavras, eles<br />

não se tocam. No entanto, esses átomos<br />

estão dispostos segundo as posições dos vértices de quadrados.


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letra X.<br />

302<br />

ligações químicas-4<br />

Teremos diversos centros de quadrados imaginários, indicados pela<br />

Vamos agora colocar uma nova<br />

camada de átomos com a mesma disposição<br />

que a cama da já desenhada.<br />

Façamos, porém, com que os novos<br />

átomos fiquem na vertical passando por X.<br />

Chamaremos essa de camada B.<br />

Cada átomo da camada B toca em 4<br />

átomos da camada A e vice-versa. Onde os<br />

átomos se tocam, diremos que ocorre uma<br />

ligação metálica. Na camada B teremos<br />

quadrados , onde os átomos ocupam os<br />

vértices e os centros desses quadrados estão<br />

assinalados por Y.<br />

Colocando-se uma nova camada C<br />

sobre a camada B de modo que os átomos<br />

ocupem a vertical que passa por Y, teremos<br />

uma disposição que coincide com a 1a.<br />

camada (A), situada no plano inferior.<br />

Em outras palavras; os átomos<br />

da camada C estão na mesma vertical dos<br />

átomos da camada A.<br />

Para o leitor visualizar melhor a<br />

estrutura, tente fazer o empilhamento<br />

utilizando-se botões em sua casa.<br />

Cada átomo da camada C encosta-se<br />

a 4 átomos da camada B e vice-versa.<br />

A célula unitária é uma porção<br />

mínima que, repetida em todas as direções espaciais, reproduz o cristal em questão.<br />

átomos<br />

A célula unitária tem:<br />

a) um átomo central inteiro<br />

b) 1/8 de átomo em cada vértice do cubo.<br />

Equivale a dizer que o volume da célula unitária é ocupado por 2


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apareceu o nome desse sistema.<br />

Para tornar-se mais explícito no estudo das<br />

estruturas cristalinas, desenha-se o retículo<br />

cristalino. São figuras geométricas espaciais onde,<br />

nos vértices, estão os centros dos átomos no cristal<br />

verdadeiro.<br />

Para o sistema em estudo C.C.C., pode-se<br />

imaginar que a célula unitária é um cubo com<br />

átomos nos vértices e no centro. Por essa razão,<br />

Se o leitor fez o empilhamento de botões, percebeu que todos os botões<br />

ocupam posições equivalentes. Pode-se considerar que o botão está no centro ou<br />

no vértice do cubo imaginário.<br />

Assim, todos os átomos possuem posições equivalentes. Cada átomo do<br />

C.C.C. está encostado em 8 átomos; quatro do plano superior e 4 do plano inferior.<br />

de coordenação.<br />

Dizemos que o número de coordenação é 8, nesse sistema.<br />

0 número de átomos que se encosta num átomo genérico é chamado número<br />

Cristalizam-se nesse sistema os metais alcalinos , Ba, Cr, Mo, etc. Os não<br />

metais não se cristalizam nesse sistema.<br />

________________________________________________________________<br />

2. SISTEMA CÚBICO DE FACE CENTRADA (C.F.C.)<br />

_________________________________________________________________<br />

303<br />

Já vimos este sistema quando<br />

estudamos o cristal de NaCl.<br />

Muitos metais cristalizam-se nesse<br />

sistema. No retículo cristalino desse sistema,<br />

os átomos ocupam os vértices e os centros das<br />

faces do cubo.<br />

Vejamos quantos átomos ocupam o<br />

volume da célula unitária.<br />

a) Átomos das faces = 1/2 átomo 6 x 1/2 = 3 átomos.<br />

b) Átomos dos vértices =1/8 átomo 8 x 1/8 = 1 átomo.


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Então, o volume da célula unitária é ocupado por 4 átomos.<br />

304<br />

ligações químicas-4<br />

Ao lado esta desenhada a célula<br />

unitária real do sistema C. F. C.<br />

Veja o átomo X da face superior. Está<br />

desenhado apenas "meio átomo". Se<br />

imaginarmos o átomo X inteiro, podemos<br />

concluir que existem nele encostados:<br />

C.F.C. é 12.<br />

a) 4 átomos inferiores<br />

b) 4 átomos da mesma camada<br />

c) 4 átomos superiores<br />

O número de coordenação do sistema<br />

Cristalizam-se neste sistema Ca, Sr,<br />

Cu, Ag, Pd, etc. Dos não metais, apenas os gases nobres com 8 elétrons periféricos<br />

cristalizam-se neste sistema.<br />

_________________________________________________________<br />

2. SISTEMA HEXAGONAL COMPACTO - H.C.<br />

_________________________________________________<br />

É também denominado hexagonal<br />

denso, estando os átomos numa disposição a<br />

mais compacta possível.<br />

Não desenharemos a célula unitária,<br />

pois difícil seria a sua visualização no cristal.<br />

desse sistema.<br />

Vamos examinar o retículo cristalino<br />

À primeira vista tem-se a impressão<br />

que existem átomos em diferentes posições<br />

espaciais. Logo, o leitor perceberá que qualquer<br />

átomo ocupa uma posição equivalente dos<br />

outros.


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305<br />

Para se entender melhor esse<br />

sistema, vamos imaginar que estamos<br />

empilhando laranjas de modo que a 1ª.<br />

camada tenha laranjas na mesma vertical que<br />

a 3a., 5a., 7a., etc e também que a 2a. cama<br />

da seja "paralela" ã 4a., 6a., 8a., etc.<br />

Desenhemos apenas a 1ªa., 2a. e 3a.<br />

camadas numa vista lateral.<br />

Seccionemos a 2a. camada num<br />

plano horizontal e olhemos apenas 3 desses<br />

átomos seccionados, da posição vertical.<br />

Veremos, assim, os 3 átomos<br />

seccionados, do topo (foi excluída a 3a.<br />

camada).<br />

Um átomo da 1ª. camada encosta-se<br />

a 3 átomos seccionados. O mesmo átomo (da<br />

1ª. camada) encosta-se a 6 átomos vizinhos<br />

dessa camada . 0 mesmo átomo ainda deve<br />

estar encostado a 3 outros átomos da camada abaixo da 1ª. camada, num cristal<br />

real.<br />

Então, cada átomo encosta-se a:<br />

- 6 átomos da mesma camada<br />

- 3 átomos de camada anterior<br />

- 3 átomos da camada posterior<br />

O número de coordenação do sistema HC é 12.<br />

Cristalizam-se nesse sistema: Be, Mg, Zn, Cd, Sc, etc. Alguns não metais<br />

como: Se, Te, cristalizam-se nesse sistema.<br />

Quando os átomos se "encostam" para formar os cristais é que surgem as<br />

ligações metálicas onde o elétron pode locomover-se de átomo para átomo com um<br />

mínimo de energia.<br />

Portanto, o estado metálico só se encontra em sólidos e líquidos (quando os<br />

átomos se encostam).<br />

Isto equivale afirmar que o vapor de mercúrio, de sódio ou de qualquer<br />

"metal" não apresenta ligação metálica.<br />

Atualmente, prefere-se perguntar se o elemento está ou não no ESTADO<br />

METÁLICO a perguntar se é ou não um metal.


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coordenada?<br />

acentuado?<br />

EXERCÍCIOS<br />

306<br />

ligações químicas-4<br />

(310) Qual das seguintes substâncias possui ligação covalente<br />

a) hidrogênio c) cloreto de potássio<br />

b) cloreto de amônio d) argônio<br />

(Poli-66)<br />

(311) Qual das seguintes substâncias apresenta caráter iônico mais<br />

a) H - H<br />

b) H - F d) H2S<br />

c) H - I e) H2Se<br />

(Poli-68)<br />

(312) 0 oxido de magnésio e o fluoreto de sódio possuem a mesma estrutura<br />

cristalina. A dureza e o ponto de fusão do oxido de magnésio são, no entanto, mais<br />

elevados do que os do fluoreto de sódio. Quais os fatores que justificam tais<br />

diferenças?<br />

(Poli-68)<br />

(313) Sabe-se que a molécula da água S polar. Citar dois fatores<br />

responsáveis por essa polaridade.<br />

solução iônica.<br />

(Poli-68)<br />

(314) Uma substância covalente, por dissolução em água, nunca produz<br />

(EE Mauá-68)<br />

(315) 0 ácido fluorídrico não se encontra completamente dissociado em<br />

solução aquosa. Esse comportamento:<br />

a) é devido a grande volatilidade do flúor<br />

b) e explicado pela existência da molécula (HF)n<br />

c) está relacionado com a grande reatividade do flúor<br />

d) não pode ser explicado<br />

(FEI-68)<br />

(316) É característica de todos os sólidos o fato de apresentarem<br />

a) densidade maior do que a dos líquidos<br />

b) grade cristalina<br />

c) pressão de vapor menor do que a dos líquidos<br />

d) temperatura de fusão maior do que a da água<br />

(FEI-68)


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(317) São solúveis em sulfato de carbono:<br />

a) fósforo branco e carbono<br />

b) enxofre e fósforo vermelho<br />

c) iodo e fósforo branco<br />

d) iodo e silício<br />

307<br />

(FEI-68)<br />

(318) Sabe-se que as moléculas de NH3 tem a forma de uma pirâmide<br />

trigonal, sendo a base constituída pelos três átomos de hidrogênio; sabe-se também<br />

que o ângulo entre as ligações H-N-H é de aproximadamente 106° e que a temperatura<br />

de ebulição da amônia é de -33,4°C. Considerando a trietilamina, composto derivado<br />

da amônia pela substituição dos átomos H por radicais etila, indicar qual de verá ser a<br />

forma geométrica das moléculas da trietí1amina , o ângulo aproximado entre as<br />

ligações C-N-C, bem como a temperatura provável de ebulição da trietilamina. Uma<br />

das possibilidades abaixo e a correta. Qual é?<br />

a) tetraedro regular, 106°, -60°C<br />

b) pirâmide trigonal, 106°, 89,5°C d) tetraedro regular,109°29', 89,5°C<br />

c) triangular plana, 120°, 89,5°C e) pirâmide trigonal, 106°, -60°C<br />

(CESCEM-66)<br />

(319) Os compostos H2S, H2Se, H2Te são gasosos nas condições normais de<br />

pressão e temperatura. A água, H2O, ferve a 100°C. Este ponto de ebulição anormal da<br />

água em relação aos demais hidretos dos elementos da mesma família que o<br />

oxigênio, é uma conseqüência:<br />

a) do baixo peso molecular da água<br />

b) da baixa condutividade elétrica da água<br />

c) das ligações covalentes existentes na molécula da água<br />

d) da estabilidade das ligações da molécula da água<br />

e) das pontes de hidrogênio existentes entre as moléculas de água<br />

(CESCEM-66)<br />

(320) Uma maneira de provar experimentalmente que uma substância é<br />

iônica consiste em:<br />

a) mostrar que seu ponto de fusão é elevado<br />

b) mostrar que ela não dissolve em solventes polares<br />

c) mostrar que, quando dissolvida em água, ela irá abaixar o ponto<br />

de congelação do solvente puro<br />

d) mostrar que ela conduz a corrente elétrica se dissolvida em<br />

água ou no estado fundido<br />

e) mostrar que ela e solúvel em solventes polares<br />

(CESCEM-68)<br />

(321) A molécula de água tem uma configuração linear H - 0 -H PORQUE na<br />

formação da molécula da água participam os orbitais 2p.do átomo de oxigênio<br />

(CESCEM-68)


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308<br />

ligações químicas -4<br />

(322) Em virtude da posição do bromo e do cloro na Tabela Periódica, qual<br />

seria a melhor representação da distribuição de cargas na molécula do composto<br />

BrCl? (observação: bromo à esquerda e cloro à direita).<br />

(CESCEM-68)<br />

(323) Cloreto de hidrogênio liquefeito conduz a corrente elétrica PORQUE o<br />

cloreto de hidrogênio liquefeito forma uma molécula polar.<br />

(CESCEM-68)<br />

(324) Sejam os compostos: C2H5.NH2, C2H5.OH e NH2CH2.CH2.OH. Os pontos<br />

de ebulição destes três compostos crescem na seguinte sequência:<br />

coincidentes.<br />

a) NH2.CH2.CH2.0H / C2H5.NH2 / C2H5.0H<br />

b) NH2.CH2.CH2.0H / C2H5.OH / C2H5.NH2<br />

c) C2H5.0H / C2H5.NH2 / NH2.CH2.CH2.OH<br />

d) C2H5.NH2 / C2H5.OH / NH2.CH2.CH2.OH<br />

e) os três compostos devem ter pontos de ebulição praticamente<br />

(CESCEM-68)<br />

(325) Para que um solvente provoque a ionização dos compostos nele<br />

dissolvidos, a característica mais importante do solvente seria:<br />

a) existir como um liquido nas condições ambientes<br />

b) possuir um alto momento dipolar<br />

c) ter uma baixa constante dielétrica<br />

d) ser um bom condutor de eletricidade<br />

e) possuir uma densidade elevada<br />

(CESCEM-68)<br />

As questões 326 e 327 são precedidas de uma afirmação. Escolha a<br />

melhor explicação experimental e a melhor explicação teórica para esta<br />

afirmação.<br />

Afirmação - Embora o tetracloreto de carbono, composto covalente,<br />

seja formado por dois elementos de eletronegatividades diferentes, sua<br />

molécula não é polar.<br />

gorduras<br />

(326) A melhor evidência experimental para esta afirmação é:<br />

a) o tetracloreto de carbono é um líquido que dissolve graxas e<br />

b) o átomo de carbono possui, na última camada, uma estrutura<br />

eletrônica do tipo s 2 p 2 e o de cloro possui, na última ca-


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

mada, uma estrutura eletrônica do tipo s 2 p 5<br />

c) as moléculas do tetracloreto de carbono não se orientam , quando<br />

colocadas no meio de um campo elétrico.<br />

d) a estrutura do tetracloreto de carbono é do tipo sp 3 e, consequentemente,<br />

os dipolos existentes se anulam por ser a molécula simétrica.<br />

e) a estrutura do tetracloreto de carbono é plana, estando os quatro átomos<br />

de cloro situados nos vértices de um quadrado e, consequentemente, sendo a<br />

molécula simétrica, os dipolos das ligações C-Cl se anulam<br />

(327) A melhor evidencia teórica para esta afirmação é:<br />

309<br />

CESCEM-68)<br />

a) o tetracloreto de carbono é um liquido que dissolve graxas e gorduras<br />

b) o átomo de carbono possui, na ultima camada, uma estrutura eletrônica<br />

do tipo s 2 p 2 e o de cloro possui, na última camada, uma estrutura eletrônica do<br />

tipo s 2 p<br />

c) as moléculas do tetracloreto de carbono não se orientam , quando<br />

colocadas no meio de um campo elétrico<br />

d) a estrutura do tetracloreto de carbono é do tipo sp 3 e,consequentemente,<br />

os dipolos existentes se anulam por ser a molécula simétrica.<br />

e) a estrutura do tetracloreto de carbono é plana, estando os quatro átomos<br />

de cloro situados nos vértices de um quadrado e, consequentemente, sendo a<br />

molécula simétrica, os dipolos das ligações C-Cl se anulam.<br />

(CESCEM-68)<br />

As questões de nos. 328 a 333 estão relacionadas com os cinco tipos de<br />

ligação abaixo mencionados. Em cada questão, escolha um dos tipos de ligação que<br />

apresente maior relação com a mesma. Cada tipo de ligação pode ser usado uma vez,<br />

mais de uma vez ou nenhuma vez.<br />

gelo?<br />

hidrogênio?<br />

magnésio?<br />

a) ligação covalente polar<br />

b) ligação covalente pura<br />

c) ligação metálica<br />

d) ligação iônica<br />

e) ligação através de pontes de hidrogênio<br />

(328) Qual a ligação existente entre os átomos de uma molécula de bromo?<br />

(329) Qual a ligação existente entre as moléculas de água num cristal de<br />

(330) Qual a ligação existente entre os átomos da molécula de iodeto de<br />

(331) Qual a ligação existente entre os átomos de magnésio num cristal de


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

magnésio?<br />

fósforo , P4?<br />

310<br />

ligações químicas-4<br />

(332) Qual a ligação existente entre os átomos num cristal de oxido de<br />

(333) Qual a ligação existente entre os átomos numa molécula , de<br />

(CESCEM-68)<br />

(334) Quando se acrescentam alguns cristais de iodo a um tubo de ensaio<br />

que contém água e tetracloreto de carbono, depois de estabelecido o equilíbrio nota-<br />

se que:<br />

solução<br />

a) o iodo permanece insolúvel no fundo do tubo<br />

b) o iodo, a água e o tetracloreto de carbono formam uma única<br />

c) o iodo dissolveu-se exclusivamente na água<br />

d) o iodo dissolveu-se exclusivamente no tetracloreto de carbono<br />

e) o iodo distribui-se entre a água e o tetracloreto de carbono .<br />

(CESCEM-68)<br />

(335) A ligação existente entre as moléculas de iodo é devida a forças de Van<br />

der Waals PORQUE o iodo é um sólido à temperatura ambiente.<br />

(CESCEM-69)<br />

(336) Sabendo-se que as distâncias interatômicas de CI2 e de H2 são,<br />

respectivamente, 1,988 Angstrons e 0,746 Angstrons, podemos prever que a<br />

distância interatomica na molécula de HC1 será:<br />

a) exatamente 2,734 Angstrons<br />

b) aproximadamente 2,734 Angstrons<br />

c) exatamente 1,367 Angstrons<br />

d) aproximadamente 1,367 Angstrons<br />

e) é impossível fazer qualquer previsão<br />

(CESCEM-69)<br />

(337) Qual dos seguintes cloretos é provavelmente o mais volátil?<br />

a) CCl4 d) SnCl4<br />

b) SiCI4 e) PbCl4<br />

c) GeCl4<br />

(CESCEM-69)<br />

Associar as alternativas abaixo com as questões de 338 a 341.<br />

a) molécula polar, linear<br />

b) molécula não polar, linear<br />

c) molécula polar, angular<br />

d) molécula tetraédrica, não polar<br />

e) nenhuma das alternativas anteriores


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(338) Dióxido de carbono.<br />

(339) Sulfeto de hidrogênio.<br />

(340) Trifluoreto de boro.<br />

(341) Iodeto de hidrogênio.<br />

311<br />

(CESCEM-69)<br />

As duas questões seguintes estão relacionadas com o esquema abaixo que<br />

representa, em escala, a posição relativa dos centros dos átomos de iodo situados num<br />

mesmo plano dentro de um cristal de iodo elementar sólido (I2).<br />

distancia:<br />

(342) 0 raio de Van der Waals do átomo de iodo corresponde à<br />

a) X<br />

b) X/2 d) Y/2<br />

c) Y e) Z/2<br />

(343) 0 raio covalente do átomo de iodo corresponde à distância:<br />

a) X<br />

b) X/2 d) Y/2<br />

c) Y e) Z/2<br />

(CESCEM-69)<br />

(344) O esquema abaixo representa a posição relativa dos centros dos íons<br />

Na + e Cl - situados no mesmo plano dentro do cristal de NaCl.<br />

Considerando-se as dimensões X e Y (assinaladas no esquema) , são<br />

corretas as seguintes afirmações:


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1) X corresponde `a soma dos raios do cátion e do ânion<br />

2) Y corresponde ao dobro do raio do ânion<br />

3) Y é maior que o dobro do raio do cátion<br />

4) X corresponde ao dobro do raio do ânion<br />

312<br />

(CESCEM-69)<br />

(345) Sabe-se que as distâncias carbono-carbono valem, na molécula de<br />

etano, 1,54 Angstrons, na molécula de etileno, 1,34 Angstrons e na do acetileno 1,20<br />

Angstrons. Com base nestes dados e levando em conta a distribuição dos átomos de<br />

carbono na estrutura atualmente aceita do anel benzênico, pode-se estimar que as<br />

distâncias carbono-carbono na molécula de benzeno são as seguintes:<br />

Questões 346 a 349.<br />

Nos compostos acima representados, entre os átomos de carbono<br />

assinalados X e Y, existem exclusivamente ligações.<br />

(346) sp 3 - sp 3<br />

(347) sp 2 - sp 3<br />

(348) sp - sp 2<br />

(349) sp - sp 3<br />

(350) São moléculas polares:<br />

a) HC1 e CH4 c) O2 e HCC13<br />

b) H20 e NH3 d) CO2 e H202<br />

(CESCEM-69)<br />

(FM Santa Casa-66)


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(351) O cloro é elemento mais eletronegativo que o carbono; assim o<br />

tetracloreto de carbono e molécula que se caracteriza por:<br />

a) ter grande momento dipolar<br />

b) não ter momento dipolar<br />

c) ter momento dipolar médio<br />

313<br />

(FM Santa Casa-67)<br />

(352) A substância líquida X tem maior momento dipolar que a substância<br />

líquida Y. 0 ponto de ebulição de X é:<br />

a) igual ao ponto de ebulição de Y<br />

b) maior que o ponto de ebulição de Y<br />

c) menor que o ponto de ebulição de Y<br />

(FM Santa Casa-67)<br />

0 ácido desoxirribonucleico (DNA é componente essencial de todas as células.<br />

Ele é constituído por duas "filas" formadas cada uma, de muitas unidades<br />

denominadas nucleotídeos. No desenho abaixo está esquematizado um trecho das 2<br />

"filas" unidas uma à outra por um tipo de ligação química importante em<br />

bioquímica:<br />

denominada:<br />

(353) Esta ligação, representada no desenho por linhas pontilhadas, é<br />

a) covalência dativa<br />

b) forças de Van der Waals c) pontes de hidrogênio<br />

(FM Santa Casa-67)<br />

(354) As moléculas de N≡N e HC≡CH são isoeletrônicas e ambas incorporam<br />

uma tríplice ligação. Pelo conhecimento de estrutura eletrônica do nitrogênio<br />

assinale qual a geometria do acetileno?<br />

a) tetraédrica regular<br />

b) bipirâmide trigonal d) linear<br />

c) octaédrica e) triangular equilateral<br />

(FM Santa Casa-68)<br />

(355) Na molécula da água as ligações entre os hidrogênios e o oxigênio<br />

........... totalmente covalentes. Isto porque o oxigênio é ........... do que o<br />

hidrogênio; assim sendo a água e molécula .............<br />

a) não são; mais eletronegativo; polar d) não são; maior; polar<br />

b) são; menos eletronegativo; polar<br />

c) não são; maior; não polar e) são; menor; não polar<br />

(FM Santa Casa-68)


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

314<br />

ligações químicas-4<br />

(356) Nos compostos de fórmula geral R-NO2, onde R é um radical<br />

alcoila ou arila, podemos dizer que:<br />

a) o nitrogênio se liga a um oxigênio por covalência e ao outro por<br />

eletrovalência<br />

b) os 2 oxigênios se unem ao nitrogênio por eletrovalência<br />

c) um dos oxigênios se une por ligação covalente e o outro por ligação<br />

semi-polar ou dativa<br />

d) uma das ligações com o oxigênio é feita através de 2 elétrons do<br />

átomo de nitrogênio<br />

e) as alternativas c e d estão corretas<br />

(FM Santa Casa-68)<br />

(357) Indicar a ordem crescente de polaridade das ligações entre os<br />

dois átomos dos seguintes grupos:<br />

H-F H-C H-0 H-Br<br />

I II III IV<br />

a) I, II, III, IV<br />

b) I, III, IV, II d) II, III, I, IV<br />

c) IV, III, II, I e) II, IV, III, I<br />

(FM Santa Casa-68)<br />

(358) Compostos formados por ligações. . ... . são, em geral, sólidos de<br />

elevado ponto de fusão, insolúveis em solventes orgânico e que conduzem a corrente<br />

elétrica quando fundidos ou em solução.<br />

Ao contrário, as substâncias que contem somente ligações .......<br />

são,usualmente, gases, líquidos ou sólidos de baixo ponto de fusão, solúveis<br />

em solventes orgânicos e não conduzem a eletricidade no estado liquido ou em<br />

solução:<br />

a) covalentes; eletrovalentes<br />

b) covalentes; íonicas d) íonicos; eletrovalentes<br />

c) eletrovalentes; covalentes e) eletrovalentes; íonicas<br />

(FM Santa Casa-68)<br />

(359) Se um determinado sal for adicionado a um solvente cuja constante<br />

dielétrica a 18 graus centígrados é igual a 80, a ionização do sal será<br />

aproximadamente igual a 40%. Se o dobro do mesmo soluto for adicionado a um<br />

solvente cuja constante dielétrica é igual a 22, a 18 graus centígrados, podemos<br />

afirmar que a porcentagem do sal a sofrer ionização será:<br />

a) igual a 80% d) menor do que 40%<br />

b) maior do que 40% e) maior do que 80%<br />

c) cerca de 20%<br />

(FM Santa Casa-69)<br />

(360) Quais dos fatos abaixo indicam que o arsênío é elemento mais<br />

eletropositivo que o fósforo.<br />

a) ASH3 é menos estável que PH3<br />

b) ASH3 é um agente redutor mais forte que o PH3<br />

c) o composto As(OH)3 pode ser convertido em íons positivos por<br />

ácido forte. Tal fato não acontece com o composto P(OH)3<br />

d) todos acima<br />

e) apenas os citados em a e c.<br />

(FM Santa Casa-69)


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

dizer:<br />

(361) Em relação ao ponto de fusão dos compostos abaixo, podemos<br />

a) A e B apresentam o mesmo peso molecular, portanto possuem ponto de<br />

fusão iguais<br />

b) A tem maior ponto de fusão porque ocorre ponte de hidrogênio nos<br />

radicais oxidrila e ácido<br />

c) A tem maior ponto de fusão porque forma polímeros por pontes de<br />

hidrogênio entre as moléculas<br />

d) B tem maior ponto de fusão porque forma polímeros por pontes de<br />

hidrogênio entre suas moléculas<br />

e) B tem maior ponto de fusão porque seu radical ácido, por estar<br />

distanciado da oxidrila, é muito ativo e apresenta-se sob forma iônica.<br />

(362) Apresentam propriedades para-magnéticas os átomos:<br />

315<br />

(FM Santa Casa-69)<br />

a) que são atraídos por um campo magnético possuem elétrons<br />

não pareados<br />

b) repelidos por um campo magnético possuem elétrons não pareados<br />

c) repelidos por um campo magnético possuem todos os elétrons pareados<br />

d) que não formam íons complexos<br />

e) que são atraídos por um campo magnético por terem elétrons pareados<br />

(FM Santa Casa-69)<br />

(363) 0 fósforo branco não conduz a corrente elétrica PORQUE é formado de<br />

moléculas Pi, tetraédricas, cujos átomos ligam-se entre si por intermédio de<br />

ligações covalentes.<br />

(MEDICINA Santos-68)<br />

(364) 0 líquido Q é um solvente polar e o líquido R e um solvente não polar.<br />

Devemos esperar que:<br />

a) ambos sejam miscíveis com um outro liquido T<br />

b) o líquido Q seja miscível com água<br />

c) ambos sejam miscíveis entre si<br />

d) nenhum deles seja miscível com CCl4,<br />

e) NaCl seja solúvel tanto em Q como em R<br />

(MEDICINA Santos-68)<br />

(365) Os elementos Q e T estão bastante separados na escala de<br />

eletronegatividade. Isto indica que no composto QT:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

316<br />

ligações químicas-4<br />

a) Q e T são elementos cujos números atômicos estão muito afastados<br />

b) o calor de formação tem um valor muito baixo<br />

c) a ligação ê do tipo covalente coordenado<br />

d) a ligação é predominantemente do tipo covalente pura<br />

e) a ligação S do tipo iônico<br />

(366-A) A questão seguinte refere-se à seguinte tabela:<br />

a) iônica<br />

b) devida, exclusivamente, a forças de Van der Waals<br />

(MEDICINA Santos-68)<br />

c) molecular, com pares de átomos ligados covalentemente, mas as<br />

moléculas ligadas entre si por forças intermoleculares fracas<br />

d) idêntica à existente no diamante, com os átomos ligados por<br />

covalência para formar uma molécula gigante<br />

e) nenhuma das respostas anteriores<br />

A questão seguinte refere-se à seguinte tabela:<br />

(MEDICINA Santos-68)<br />

O gráfico que exprime corretamente a variação dos pontos de ebulição dos<br />

hidretos da família do nitrogênio e no qual as abscissas representam os hidretos em<br />

número crescente de número atômico e as ordenadas a temperatura em graus<br />

centígrados é:<br />

(367) 0 ponto de ebulição da amônia é anômalo em relação ao dos demais<br />

hidretos da família do nitrogênio e esse comportamento e devido ao seguinte fato:<br />

a) a amônia se decompõe termicamente com muita dificuldade<br />

b) existem pontes de hidrogênio entre as moléculas de amônia<br />

c) as ligações na molécula de amônia são muito estáveis<br />

d) a amônia tem baixa condutividade elétrica<br />

e) a amônia possui pares eletrônicos não compartilhados<br />

(MEDICINA Santos-68)<br />

(368) No CH4, (ligação sp 3) os ângulos H-C-H valem 109°28' PORQUE este<br />

valor corresponde a deixar cada par eletrônico o mais afastado possível dos outros<br />

elétrons.<br />

(MOGI-69)


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(369) Considerando-se os cloretos, KC1 , BaCl2, BiCl3 e HgCl2 pode-<br />

se dizer que do KC1 ao HgCl2 tem-se:<br />

a) a energia interna, a estabilidade e o caráter molecular crescem<br />

b) a estabilidade e o caráter iônico diminuem e a energia interna aumenta<br />

c) o calor de formação, a energia interna e o caráter molecular diminuem<br />

d) a energia interna, o calor de formação e a estabilidade aumentam<br />

e) nenhuma das afirmações acima<br />

317<br />

(MOGI-69)<br />

(370) Considerando-se os calcogenetos de hidrogênio H20 , H2S e<br />

H2Set, pode-se dizer que do H20 ao H2Se tem-se:<br />

a) momento dipolar, calor de formação e estabilidade diminuem<br />

b) reatividade e poder redutor aumentam e ionização diminui<br />

c) peso molecular, densidade aumenta e caráter molecular diminui<br />

d) polarização, caráter iônico e energia interna aumentam<br />

e) nenhuma das respostas acima<br />

(MOGI-69)<br />

(371) A tabela abaixo apresenta algumas características dos<br />

cristais sólidos A, B, C e D, baseados nas quais pode-se afirmar:<br />

a) metal, covalente, molecular, iônico<br />

b) iônico, molecular, covalente, metal<br />

c) molecular, iônico, covalente, metal<br />

d) molecular, iônico, metal, covalente<br />

e) covalente, iônico, molecular, metal<br />

(MOGI-69)<br />

(372) Entre as placas de um condensador há hidrogênio que é retirado e<br />

substituído por oxigênio. Nesta operação pode-se dizer que a constante dielétrica:


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a) permanece inalterável, praticamente<br />

b) diminui<br />

c) aumenta<br />

d) nada se pode afirmar<br />

e) nenhuma das respostas acima<br />

318<br />

ligações químicas-4<br />

(MOGI-69)<br />

(373) 0 ponto de ebulição do criptônio é superior ao do argônio PORQUE as<br />

forças de Van der Waals no criptônio são maiores.<br />

(MOGI-69)<br />

(374) Qual dos compostos abaixo é o melhor exemplo de sólido constituído<br />

de pequenas moléculas que se atraem por forças do tipo Van der Waals?<br />

a) CaO<br />

b) H20 d) SiO2<br />

c) Na20 e) CO2<br />

(ITA-64)<br />

(375) Qual dos compostos abaixo é o melhor exemplo de sólido onde todo<br />

cristal pode ser considerado uma simples molécula?<br />

a) C02 (gelo seco) d) CaO (cal viva)<br />

b) Si02 quartzo) e) S8 (enxofre sólido)<br />

c) NaCl (sal gema)<br />

(ITA-64)<br />

(376) Qual das afirmações abaixo relativas à natureza das ligações<br />

químicas é FALSA?<br />

a) todas as ligações químicas têm em comum que elétrons são<br />

atraídos simultaneamente por dois núcleos positivos<br />

b) ligações químicas em geral tem um caráter intermediário entre a<br />

ligação covalente pura e a ligação iônica pura<br />

c) uma ligação química representa um compromisso entre forças<br />

atrativas e repulsivas<br />

espaço<br />

d) ligações metálicas são ligações covalentes fortemente orientadas no<br />

e) uma ligação covalente implica no "condomínio" de um par da<br />

elétrons por dois átomos<br />

(ITA-64)<br />

(377) Qual dos compostos abaixo é o melhor exemplo de substância<br />

com "pontes de hidrogênio" na fase líquida?<br />

a) H20 d) H2S<br />

b) CH4 e) PH3<br />

c) HI (ITA-64)


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(378) Qual das seguintes afirmações, referentes à substância pura<br />

CaCl2, é FALSA?<br />

íons de cloro<br />

a) é pouco solúvel em benzeno<br />

b) é um sólido cristalino<br />

c) no estado sólido é mau condutor da eletricidade<br />

d) em solução aquosa contem igual número de íons de cálcio e<br />

e) conduz a eletricidade em solução aquosa devido ao movimento dos<br />

íons positivos de cálcio e íons negativos de cloro<br />

dativa)<br />

ambientes:<br />

(379) A estrutura do anidrido sulfuroso é:<br />

319<br />

(ITA-66)<br />

(cada traço equivale a um par de elétrons e a seta a uma ligação<br />

(380) Na grade cristalina de ferricianeto de potássio<br />

K3[ Fe(CN)6] existem:<br />

a) cátions K + , cátions Fe + + + e ânions CN ‾<br />

b) cátions K + , cátions Fe ++ e ânions CN‾<br />

c) cátions K + e ânions [Fe(CN)6]‾ ‾ ‾<br />

d) cátions K + , cátions Fe + + + e moléculas (CN)2<br />

e) moléculas K3[Fe(CN)6]<br />

(381) Qual das seguintes fórmulas eletrônicas é incorreta?<br />

a) cloridreto, HC1<br />

b) amoníaco, NH3<br />

c) trifluoreto de boro, BF3<br />

d) água, H20<br />

e) ácido hipocloroso, HC10 (ITA-67)<br />

(ITA-66)<br />

(ITA-66)<br />

(382) Usualmente os compostos iônicos se apresentam em condições<br />

a) no estado liquido<br />

b) no estado gasoso d) nos três estados de agregação<br />

c) no estado sólido (EEU Mackenzie-64)


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320<br />

ligações químicas-4<br />

(383) Dois elementos A c B separados por grande distância na série de<br />

reatividade química e de números atômicos 11 e 16, respectivamente se combinam<br />

dando:<br />

a) composto molecular e de fórmula AB2<br />

b) composto molecular e de fórmula A2B<br />

c) composto iônico e de fórmula A2B<br />

d) composto iônico e de fórmula A2B3<br />

(EE S.Carlos-67)<br />

(384) Classifique, entre as substâncias abaixo, as que têm caráter covalente<br />

e as que têm caráter iônico:<br />

(385) Um elemento metálico M forma um óxido de fórmula M2O. A<br />

fórmula do seu cloreto será provavelmente:<br />

a) MCI3 c) M2C1<br />

b) MCI2 d) MCI<br />

(Filosofia USP-67)<br />

(386) A ligação química existente entre os átomos de iodo e<br />

hidrogênio no iodeto de hidrogênio é, predominantemente:<br />

a) iônica c) metálica<br />

b) covalente d) dativa<br />

(Geologia USP-67)<br />

(387) Um elemento metálico M forma um óxido de fórmula M2O3.A<br />

fórmula do seu cloreto será provavelmente:<br />

a) MC12 c) M2 Cl3<br />

b) MCI3 d) M3 Cl<br />

(388) Dos elementos abaixo, o mais eletronegativo é:<br />

a) B c) O<br />

b) S d) He e) N<br />

(389) Considerando as seguintes substâncias:<br />

(Geologia USP-67)<br />

(Campinas-67)<br />

a) CHH b) HF c) SiH4 d) NaH e) H2S<br />

a que apresenta em todos os estados físicos um número considerável<br />

de pontes de hidrogênio é ..........


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tabela :<br />

As questões 390, 391 e 392 utilizam as informações da seguinte<br />

SUBSTÂNCIA P.F. °C P.E. °C<br />

a) argônio -189,4 -185,9<br />

b) CC14 -22,9 -76,7<br />

c) NH3 77,7 -33,38<br />

d) RbBr 681 1351<br />

e) C diamante acima de 3500 cerca de 4300<br />

(390) A substância que forma ligação predominantemente iônica é.......<br />

(391) A substância que apresenta forças de atração intermolecular<br />

do tipo de Van der Waals mais fracas é ...........<br />

(392) A substancia que apresenta fórmulas gigantes é ......<br />

321<br />

(Campinas-67)<br />

(393) 0 tipo de ligação formado quando dois átomos compartilham<br />

um par de elétrons é chamado de:<br />

porque:<br />

a) iônica c) eletrovalente<br />

b) covalente d) dupla<br />

(Ciências Biológicas USP-68)<br />

(394) A água é um melhor solvente para sais do que o benzeno<br />

a) água forma Tons H3O + quando adicionada a ácidos<br />

b) a polaridade das moléculas da água tende a suplantar as<br />

atrações entre os íons do sal.<br />

benzeno<br />

ligação:<br />

c) as moléculas da água possuem maior energia que as moléculas do<br />

(Ciências Biológicas USP-68)<br />

(395) Nas moléculas H2, HF e HI apresenta maior caráter covalente a<br />

a) H - F<br />

b) H - H<br />

c) H - I<br />

(396) A molécula do cloreto de amônio contêm:<br />

a) 4 covalências e 2 coordenações<br />

b) 2 eletrovalências e 3 covalências<br />

(FEF Armando Álvares Penteado-68)<br />

c) 3 covalências, 2 coordenações e 1 eletrovalência<br />

d) 3 covalências, 1 coordenação e 1 eletrovalência<br />

e) 3 covalências e 1 eletrovalência<br />

(UFRJ-68)


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322<br />

ligações químicas-4<br />

(397) A ponte de hidrogênio é uma ligação tão forte quanto a<br />

covalência PORQUE ambas se produzem do mesmo modo.<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(398) Qual o momento dipolar de uma molécula cuja distancia entre os<br />

centros de carga é de 2 Angstrons, sendo as cargas iguais a 4,8.10‾ 10 unidades<br />

eletrostáticas C.G.S.?<br />

a) 9,6 D<br />

b) 9, 6xl0‾ 18 D d) 9,6x10‾ 10 D<br />

c) 4,8x10‾ 10 D e) nenhuma das respostas citadas<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(399) Nos grupamentos abaixo qual não apresenta o tipo de<br />

ligação indicado?<br />

naftaleno?<br />

a) NaCl ... iônica<br />

b) CH4 ...... covalente d) Cu-Cu ........ metálica<br />

c) H30 + ...... iônica e) NaF ........ iônica<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(400) A partir das solubilidades em n-hexano e água dadas abaixo:<br />

COMPOSTO SOLUBILIDADE (g/100 g de solvente a 20 0 C)<br />

n-hexano água<br />

1 29,6 0,0<br />

2 0,0 30,1<br />

3 3,4 4,2<br />

4 14,1 0,0<br />

5 0,0 46,2<br />

Coloque os 5 elementos na ordem decrescente de polaridade:<br />

a) 5, 2, 3, 1, 4 d) 1, 4, 3, 5, 2<br />

b) 1, 4, 3, 2, 5 e) 3 , 4, 2, 1, 5<br />

c) 5, 2, 3, 4, 1 (MEDICINA GB-68)<br />

(401) As pontes de hidrogênio explicam:<br />

a) o funcionamento dos transistores<br />

b) as propriedades magnéticas do oxigênio liquido<br />

c) a expansão da água quando se congela<br />

d) as propriedades especiais do Freon<br />

e) a radioatividade do H-3<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(402) Qual dos seguintes solventes você escolheria para dissolver o<br />

a) água c) solução aquosa de d) heptano<br />

b) amônia cloreto de sódio e) nenhum deles


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dependendo:<br />

(403) A ligação química entre dois átomos será iônica ou covalente,<br />

a) dos números de elétrons dos átomos<br />

b) dos números de níveis energéticos dos átomos<br />

c) das eletronegatividades dos átomos<br />

d) da hibridaçao dos orbitais<br />

e) de nenhum dos fatores acima<br />

323<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(404) A afirmação de um orbital molecular possuir dois elétrons de spins<br />

contrários e provenientes de dois átomos é uma característica da:<br />

a) ligação iônica d) ligação de Van der Waals<br />

b) ligação covalente e) ponte de hidrogênio<br />

c) ligação metálica<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(405) 0 ponto de ebulição da H2O a uma atmosfera de pressão é 100°C, o do<br />

H2S nas mesmas condições é -55°C. A diferença se explica:<br />

a) pela existência de ponte de hidrogênio na água<br />

b) pela existência de pequenas quantidades de deutério na água<br />

c) pela existência de ligações covalentes entre o átomo de oxigênio e<br />

os de hidrogênio<br />

d) pela diferença entre os pesos moleculares das duas substâncias<br />

e) por nenhuma das explicações acima<br />

(MEDICINA GB-68)<br />

(406) Um elemento A, de número atômico 13, combina-se com um<br />

elemento B, de um número atômico 17, a fórmula do composto é:<br />

a) A3B<br />

b) AB d) AB5<br />

c) AB3 e) AB7<br />

(ENGENHARIA GB-67)<br />

(407) 0 ácido fluorídrico tem um ponto de ebulição mais alto do que o<br />

ácido clorídrico porque:<br />

a) o flúor e um gás<br />

b) o flúor tem um número atômico menor que o cloro<br />

c) o HF forma pontes de hidrogênio mais fortes<br />

d) o HC1 tem um peso molecular maior<br />

e) o cloro é um gás<br />

(408) Há três tipos de valência que tem uma sinonímia extensa:<br />

- eletrovalente, iônica, heteropolar ou polar<br />

(UFMG-67)


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- covalente, homopolar, não polar<br />

- coordenada-coiônica, covalente dativa, semi-polar<br />

Assinalar o composto que possui os três tipos de valência:<br />

a) (C6H5)3C + C1 ‾<br />

b) NaOC6H5<br />

c) Cl-C6H4-NH2<br />

d) K4Fe(CN)6<br />

e) SO3<br />

══════════════<br />

324<br />

ligações químicas-4<br />

(UFMG-68)


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

ATOMÍSTICA<br />

325<br />

capítulo 5


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

______________________<br />

A) HISTÓRICO<br />

_______________________<br />

326<br />

classificação periódica dos elementos -5<br />

A HISTÓRICO<br />

À medida que os elementos químicos foram sendo descobertos, observaram-<br />

se semelhanças entre as propriedades físicas e químicas em determinados grupos<br />

desses elementos.<br />

Procurava-se ,então, uma maneira de selecionar os elementos em conjuntos<br />

de propriedades semelhantes ou mesmo de ordenar certos elementos onde suas<br />

propriedades variassem gradativamente. Diversas tentativas foram realizadas, todas<br />

baseadas no "bom senso", após investigações puramente experimentais.<br />

Em 1817, o cientista Dõbereiner chamou a atenção para a existência de<br />

diversos grupos de três elementos com propriedades químicas semelhantes. Em cada<br />

grupo, colocando-se os elementos na ordem crescente de suas massas atômicas,<br />

observou-se que a massa atômica do elemento intermediário era aproximadamente a<br />

média aritmética das outras massas atômicas.<br />

Exemplos:<br />

Os grupos tornaram-se conhecidos como"Tríades de Dõbereiner". No entanto,<br />

começaram a surgir elementos de propriedades químicas semelhantes cujas massas<br />

atômicas desrespeitaram a regra para as tríades.<br />

Em 1862, Chancõurtois imaginou a seguinte disposição para os elementos<br />

químicos: colocou-os ha ordem crescente de suas MASSAS ATÔMICAS sobre uma<br />

espiral traçada na superfície de um cilindro.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Notava-se que os elementos colocados na mesma vertical apresentavam<br />

propriedades químicas semelhantes. Ao lado do cilindro esta a sua superfície<br />

planificada com os respectivos elementos. A espiral tinha uma inclinação de 45º. e<br />

foi denominada espiral telúrica.<br />

ã regra.<br />

Para massas atômicas mais elevadas não se observava nenhuma obediência<br />

Em 1864, Newlands observou que, colocando-se os elementos na ordem<br />

crescente de suas massas atômicas, o oitavo elemento era semelhante ao primeiro; o<br />

nono era semelhante ao segundo, e assim por diante.<br />

H Li Be B C N O<br />

F Na Mg Al Si P S<br />

Cl K Ca Cr Ti etc.<br />

A correlação foi chamada lei das oitavas por causa da semelhança com as<br />

notas musicais. Os químicos daquela época qualificaram-na como uma "classificação<br />

ridícula"; mas, na verdade, estava lançada a idéia da periodicidade das propriedades<br />

dos elementos em função de suas massas atômicas.<br />

O passo decisivo da classificação foi dado em 1869 com os trabalhos de<br />

Lothar Meyer e Dimitri Ivanovich Mendeleyev que fizeram pesquisas<br />

independentemente e lançaram, no mesmo ano classifições quase idênticas.<br />

Lothar Meyer construiu uma tabela baseando-se fundamentalmente nas<br />

propriedades físicas dos elementos (densidade, pontos de fusão, pontos de ebulição,<br />

etc). Uma dessas propriedades que muito o auxiliou na confecção da tabela foi o<br />

volume atômico. Essa propriedade será descrita mais adiante.<br />

Mendeleyev dedicou-se mais ao estudo das propriedades químicas desses<br />

elementos como reação com oxigênio, valência, hidretos, etc; para a construção da<br />

tabela periódica e chegou a uma conclusão análoga.<br />

327


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

328<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

O grande mérito desses cientistas foi o de terem descoberto que, observando<br />

os elementos na ordem crescente de suas massas atômicas, de tempos em tempos,<br />

repetiam-se muitas propriedades físicas e químicas.<br />

Estava, assim lançada a lei da Periodicidade dos Elementos:<br />

"Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos são funções periódicas<br />

de nuas massas atômicas".<br />

Mendeleyev colocou os elementos químicos na ordem crescente do suas<br />

massas atômicas dispondo-os em colunas e fileiras, mas tomou O cuidado de manter<br />

na mesma vertical os elementos de propriedades químicas semelhantes.<br />

Tomou a liberdade de deixar muitos vazios dizendo que seriam mais tarde<br />

ocupados por elementos até então desconhecidos.<br />

Deixaremos de apresentar a tabela original de Mendeleyev por ser muito<br />

semelhante à 2a. tabela lançada 3 anos depois e que está adiante reconstituída.<br />

Considerando que naquela época só se conheciam cerca de 60 elementos e<br />

que os elementos de elevadas massas atômicas eram mal conhecidos, somos<br />

obrigados a aceitar que, apesar de muito incompleta, a Tabela Periódica de<br />

Mendeleyev foi um grandioso trabalho.<br />

Indiscutivelmente foram impressionantes as previsões das propriedades<br />

químicas e físicas de elementos até então desconhecidos.<br />

Baseado exclusivamente na posição do elemento na tabela, Mendeleyev<br />

corrigiu pesos atômicos de diversos elementos.<br />

A 2a. tabela de Mendeleyev apresentava 8 colunas verticais denominadas<br />

GRUPOS e 12 fileiras horizontais denominadas SÉRIES.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Cada grupo, de I a VII, ficou subdividido em 2 subgrupos: da série par<br />

abrangendo as séries 2, 4, 6, 8, 10 e 12 (pares) e os sub grupos da série Impar<br />

abrangendo as séries 1, 3, 5, 7 , 9 e 11 (ímpares) .<br />

Esta classificação foi preferida porque as propriedades químicas eram mais<br />

semelhantes entre os elementos do mesmo subgrupo par ou subgrupo ímpar.<br />

Localizemos alguns subgrupos e seus elementos:<br />

- elementos do subgrupo I ímpar - Li, K, Rb e Cs<br />

- elementos do subgrupo I par - Na, Cu, Ag e Au<br />

- elementos do subgrupo VII ímpar - Cl , Br e I<br />

Particularmente brilhantes e ousadas foram duas idéias de Mendeleyev:<br />

1º.) Deixar alguns vazios na tabela dizendo que eles seriam pre nchidos por<br />

elementos futuramente a serem descobertos, já antecipando suas massas atômicas<br />

e muitas de suas propriedades.<br />

Na tabela estão assinaladas com asteriscos (*, **, ***) as três célebres<br />

previsões de Mendeleyev:<br />

NOME DADO POR MENDELEYV NOME ATUAL<br />

* eka-bovo ------------------------------------ Escâncio (Sc)<br />

** eka-alumínio --------------------------------- Gálio (Ga)<br />

*** eka-silício ------------------------------------- Germânio (Ge)<br />

A palavra eka quer dizer o primeiro. De fato, o eka-Boro é o primeiro elemento<br />

que vem depois do Boro na coluna do subgrupo III-par; o eka-Alumínio vem depois do<br />

Alumínio no subgrupo III-ímpar; e o eka-Silício vem após o Silício no subgrupo<br />

IV-ímpar.<br />

Esses três elementos foram descobertos alguns anos mais tarde:<br />

- o Gálio foi descoberto por Boisbaudran em 1875<br />

- o Escândio foi descoberto por Nilson em 1879<br />

- o Germânio foi descoberto por Winkler em 1886<br />

Em particular, foram assombrosas as coincidências das propriedades do<br />

Germânio (eka-Silício) que tinham sido previstas por Mendeleyev quinze anos antes<br />

do seu descobrimento.<br />

Eis a seguir o quadro comparativo:<br />

329


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

330<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

2º.) Desrespeitou a "ordem das massas atômicas" para as posições de Telúrio<br />

e Iodo de modo que esses elementos caissem em colunas verticais onde já houvesse<br />

outros elementos semelhantes.<br />

Esta inversão foi mantida na tabela periódica como uma exceção; entretanto,<br />

mais tarde verificou-se que essas posições dos elementos estavam corretas porque<br />

descobriu-se que os elementos da tabela periódica estavam na ordem crescente de<br />

seus números atômicos.<br />

═══════════════<br />

B A MODERNA<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

PERIÓDICA<br />

Com o passar dos anos, foram sendo descobertos novos elementos químicos e<br />

as "lacunas" da tabela de Mendeleyev foram sendo preenchidas.<br />

Em particular, a descoberta dos gases nobres em 1894 obrigou a introdução<br />

de uma nova coluna na tabela primitiva e que foi denominada grupo zero.<br />

Quanto aos gases nobres temos o seguinte histórico: Lord Rayleigh e Sir<br />

William Ramsay verificaram que havia uma diferença de densidade entre o ar<br />

atmosférico e a simples mistura de N2 e O2 que era a suposta composição do ar<br />

atmosférico naquela época.<br />

Eles conseguiram isolar um "resíduo gasoso" extraindo N2 e O2 do ar<br />

atmosférico e, através da análise espectral, verificaram que se tratava de uma<br />

mistura de novos elementos.


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Na Terra, os gases nobres hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio<br />

são praticamente encontrados apenas no ar atmosférico; deles, o argônio é o mais<br />

abundante (quase 1%). 0 hélio é um gás que envolve o Sol e absorve certas radiações<br />

solares. Essa absorção produz linhas espectrais que foram observadas no espectro<br />

solar, muito antes da sua descoberta aqui na Terra.<br />

O fato mais importante para a perfeita compreensão da tabela periódica foi<br />

lançado em 1911 quando van der Broek sugeriu que a carga nuclear do elemento<br />

(atual número atômico) seria o número de ordenação do elemento na tabela.<br />

Por exemplo, o hidrogênio, que tem apenas 1 próton no núcleo (uma unidade<br />

de carga atômica), seria o 19 elemento; o sódio, por ter 11 prótons, seria o 119<br />

elemento; e assim sucessivamente.<br />

Realmente, essa sugestão foi confirmada por Moseley.<br />

Este jovem cientista (que faleceu apenas com 28 anos de idade) obteve<br />

espectros de emissão de diversos elementos. Ele usou esses elementos como anteparos<br />

no tubo de raios-X. Verificou que cada elemento produzia raios-X de diferentes<br />

comprimentos de onda.<br />

Com os λ dos raios-X assim obtidos, pode-se determinar as cargas nucleares<br />

e verificou-se que a ordem dos elementos na tabela periódica é exatamente a ordem<br />

crescente das cargas nucleares.<br />

lei de Moseley:<br />

Por isso, hoje em dia, a lei da periodicidade é reenunciada e conhecida como<br />

Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos são<br />

funções periódicas de seus números atômicos.<br />

Reparem: números atômicos e não massas atômicas como diziam Lothar<br />

Meyer e Mendeleyev.<br />

Na atual tabela existem algumas inversões de massas atômicas mas os<br />

elementos químicos estão exatamente na ordem de seus números atômicos.<br />

331


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

332<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Com a descoberta das configurações eletrônicas dos átomos, a tabela<br />

periódica recebeu uma nova interpretação através do estudo do número de elétrons.<br />

Este estudo foi iniciado por Bohr em 1922 e será discutido logo adiante.<br />

Existem diversas formas de apresentação para periódica moderna porém,<br />

todas são equivalentes.<br />

Uma das mais usadas é a forma longa. A seqüência dos elementos é disposta<br />

na ordem crescente de seus números atômicos, em linhas horizontais, denominadas<br />

períodos. Tomou-se o cuidado de deixar na mesma coluna, elementos de propriedades<br />

químicas semelhantes. Em ou trás palavras: "elementos da mesma coluna vertical<br />

formam compostos semelhantes".<br />

A) OS SETE PERÍODOS (linhas horizontais)<br />

- o primeiro muito curto com 2 elementos: H eHe (a po<br />

sição do H é discutível!<br />

- o segundo curto com 8 elementos: do Li ao Ne<br />

- o terceiro curto com 8 elementos: do Na ao Ar<br />

- o quarto longo com 18 elementos: do K ao Kr<br />

- o quinto longo com 18 elementos: do Rb ao Xe<br />

- o sexto muito longo com 32 elementos: do Cs ao Rn<br />

- o sétimo incompleto com 17 elementos: do Fr ao Lw<br />

B) AS DUAS SÉRIES OU FAMÍLIAS DE "TERRAS RARAS"<br />

- os Lantanídios com 15 elementos: do La ao Lu<br />

Esses quinze elementos deveriam ficar todos na"3a. casa" do 6º. periódo; por<br />

comodidade, foram escritos numa linha fora da tabela.<br />

- os Actinídios com 15 elementos: do Ac ao Lw<br />

Esses quinze elementos (a maioria deles artificiais) deveriam estar na "3a.<br />

casa" do 7º. periódo, mas também costuma-se colocá-los numa linha à parte.<br />

C) AS DEZOITO COLUNAS<br />

Cada coluna reúne os elementos químicos que mais se assemelham<br />

entre si e na formação de compostos.<br />

As dezoito colunas formam nove grupos de famílias de elementos.<br />

- os grupos 1 a 7 formam os sub-grupos A e B


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333


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334<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

- o grupo 8 (ou melhor 8B) abrange três colunas, com as tríades<br />

Fe - Co - Ni / Ru - Rh - Pd / Os - Ir - Pt<br />

- o grupo zero compreende os gases raros ou nobres.<br />

Alguns subgrupos recebem nomes especiais:<br />

1A - metais alcalinos<br />

2A - Metais alcalinos-terrosos<br />

6A - chalcogênios (geradores de calor)<br />

7A - halogênios (geradores de sais)<br />

OBSERVAÇÕES:<br />

As colunas 1A, 2A, 3A, 4A, 5A, 6A, 7 A e zero representam, de certa forma, a<br />

parte mais importante da Tabela Periódica, pois aí estão os elementos químicos cujas<br />

propriedades variam mais regularmente -"são os elementos típicos", "elementos<br />

normais" ou "elementos caracteíisticos".<br />

transição".<br />

Nas colunas 3B, 4B, 5B, 6B, 7B e 8B (coluna tripla) estão os "elementos de<br />

═════════════<br />

C AS ESTRUTURAS<br />

ELETRÔNICAS<br />

DOS ELEMENTOS<br />

Recapitulemos, rapidamente, as regras fundamentais do preenchimento dos<br />

níveis eletrônicos dos elementos químicos.<br />

que estão vagos.<br />

- Os elétrons tendem a ocupar, de preferência, os orbitais de menor energia<br />

- Cada orbital pode conter no máximo dois elétrons de spins contrários.<br />

- Quando existem vários orbitais num mesmo nível energético, entrará<br />

inicialmente apenas um elétron em cada orbital e só depois esses orbitais serão<br />

completados com o segundo elétron (Hund).<br />

subníveis.<br />

Recordemos que existe o diagrama de Linus Pauling para preenchimento de<br />

Como se pode verificar, existem alguns elementos cujas distribuições<br />

eletrônicas não obedecem ao diagrama de Pauling. As explicações desses casos não<br />

serão discutidas neste livro.


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Observando-se as configurações eletrônicas dos elementos da Tabela<br />

Periódica verifica-se:<br />

a) O numero de camadas eletrônicas de um elemento é a ordem do período<br />

a que pertence esse elemento.<br />

eletrônicas.<br />

eletrônicas.<br />

de transição.<br />

EXEMPLOS:<br />

- o iôdo (I) é do 5º.período; logo, possui 5 camadas eletrônicas.<br />

- o tungstênio (W) é do 6º. período; logo, possui 6 camadas<br />

- o urânio (U) é um Actinídio é do 7º. período e possui 7 camadas<br />

b) Elétrons na camada externa<br />

O número de elétrons periféricos depende do elemento ser ou não elemento<br />

b-l)Os elementos não de transição, ou seja, dos subgrupos 1A, 2A, 3A, 4A, 5A,<br />

6A, 7A e também 1B, 2B possuem na camada externa o número de elétrons igual<br />

ao número deste subgrupo.<br />

EXEMPLOS:<br />

- o selênio (Se) e do subgrupo 6A; logo, possui 6 elétrons na<br />

camada periférica.<br />

elétrons.<br />

- o gálio (Ga) I do subgrupo 3A; na sua camada externa possui 3<br />

- o ouro (Au) é do subgrupo 1B; logo, tem 1 elétron periférico.<br />

b-2) Os elementos de transição, ou seja, dos subgrupos 3B, 4B, 5B, 6B, 7B<br />

e 8B possuem na camada externa 1 ou 2 elétrons.<br />

externa.<br />

EXEMPLOS:<br />

camada externa.<br />

- o manganês (Mn) édo subgrupo 7B e tem 2 elétrons periféricos.<br />

- o háfnio (Hf) e do subgrupo 4B e tem 2 elétrons na camada<br />

- o molibdênio (Mo) é do subgrupo 6B e tem 1 elétron na<br />

Em particular, os Lantanídios e os Actinídios possuem na camada externa 2<br />

elétrons. Os elementos dessas famílias apresentam propriedades físicas e químicas<br />

muito semelhantes. São denominados elementos de transição interna.<br />

c) Estudo das camadas internas a partir do 4º. período<br />

A partir do 4º. período aparecem os elementos de transição.<br />

Seja n o número de camadas de um átomo. Evidentemente pertencem ao<br />

nésimo período. Por exemplo, o tungstênio (W) possui a configuração 2-8-18-32-12-2;<br />

possui 6 camadas e pertence ao 6º. período<br />

Assim podemos concluir que, sendo n a ordem do período, teremos:<br />

335


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camada externa ---------- número quântico principal n<br />

penúltima camada --------- número quântico « (n - 1)<br />

ante-penúltima camada---- número quântico » (n - 2)<br />

No exemplo do tungstênio:<br />

elétrons na camada n ------- 2<br />

elétrons na camada (n - 1)----- 12<br />

elétrons na camada (n- 2) ----- 32<br />

Em outras palavras: um subnível (n - 1)d quer dizer: subnível d da penúltima<br />

camada; (n - 2)f significa subnível f da ante-penúltima camada.<br />

Os elementos não de transição apresentam nas camadas internas todos<br />

subníveis completos. Se uma camada interna possui apenas o subnível s (camada K)<br />

então terá 2 elétrons nessa camada, ou seja, a configuração s 2 ; se a camada possui<br />

subnível s e p, então terá configuração s 2 , p 6 , e assim sucessivamente. Isto quer dizer<br />

que um elemento não de transição possui nas camadas internas 2, 8, 18 ou 32<br />

elétrons.<br />

Reconhece-se um elemento de transição porque, neste, uma das camadas<br />

(penúltima ou ante-penúltima) possui subnível incompleto.<br />

Exemplos:<br />

A 2-8-18-18-7 ........ elemento não de transição<br />

B 2-8-18-14-1 ........ elemento de transição<br />

Os elementos de transição podem ser classificados em:<br />

- transição simples e<br />

- transição interna<br />

Os elementos de transição simples caracterizam-se por apresentarem<br />

subnível (n - l)d incompleto.<br />

No exemplo anterior, o átomo B é elemento de transição simples, pois<br />

apresenta na penúltima camada a configuração s 2 ,p 6 ,d 6 . 0 subnível d está<br />

incompleto, pois comporta um máximo de 10 elétrons.<br />

Apresentar subnível d incompleto significa ter nessa camada x elétrons de<br />

modo que 8


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Os elementos de transição interna são os Lantanídios e os Actínídios, ambos<br />

do subgrupo 3B e respectivamente dos 6º. e7o. períodos.<br />

Nos Lantanídios, o subnível incompleto é o 4f; e nos Actinídios, é o 5f. Para<br />

ambos, vê-se que os subníveis incompletos correspondem ao (n - 2)f.<br />

EXEMPLOS:<br />

Seja o Térbio (Tb) de configuração 2-8-18-27-8-2 (n = 6)<br />

Na ante-penúltima camada temos a configuração<br />

4s 2 , 4p 6 , 4d 10 , 4f 9<br />

0 subnível 4f está incompleto, pois comporta um máximo de 14 elétrons.<br />

Graficamente:<br />

Examinando-se a configuração eletrônica, imediatamente pode-se concluir se<br />

o elemento é ou não de transição. Podemos ainda "enxergar" se o elemento não de<br />

transição está à direita ou á esquerda da faixa de transição.<br />

A faixa de transição corresponde aos elementos dos grupos 3B, 4B,<br />

5B, 6B, 7B e 8B.<br />

A partir do 4º. Período temos para os elementos não de transição:<br />

- à esquerda da faixa de transição { possuem 8 elétrons na<br />

(IA e 2A) { penúltima camada<br />

- à direita da faixa de transição {possuem 18 elétrons na<br />

(3A,4A,5A,6A,7A,zero, 1B, 2B) { penúltima camada<br />

EXEMPLOS:<br />

Podemos esquematizar um estudo eletrônico característico para os<br />

elementos da tabela periódica.<br />

337


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Reprisemos os seguintes fatos:<br />

338<br />

Classificação periódica dos elementos -5<br />

a) Os elementos dos subgrupos 1A e 1B possuem na última camada o<br />

subnível s com 1 elétron. Diferencia-se o subgrupo porque os elementos de 1A<br />

possuem 8 elétrons na penúltima camada enquanto que os elementos do 1B<br />

possuem 18 elétrons na penúltima camada.<br />

b) Os elementos dos subgrupos 2A e 2B possuem na camada externa o<br />

subnível s com 2 elétrons. Diferencia-se o subgrupo de modo análogo ao caso<br />

anterior ou seja, pela penúltima camada.<br />

Nessa camada os elementos do 2A possuem 8 elétrons enquanto que do 2B<br />

possuem 18 elétrons.<br />

c) Os elementos dos subgrupos 3A, 4A, 5A, 6A, 7A e zero vão completando o<br />

subnível p da última camada.<br />

d) Os elementos de transição possuem na última camada o subnível s com<br />

1 ou 2 elétrons.<br />

e) Os elementos de transição simples possuem o subnível d da penúltima<br />

camada de modo incompleto.<br />

f) Os elementos de transição interna possuem o subível f da ante-penúltima<br />

camada de modo incompleto.


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339


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

eletrônicas:<br />

340<br />

classificação periódica dos elementos -5<br />

EXERCÍCIOS<br />

Fazer as associações com as letras, dadas as configurações<br />

(409) 2, 8, 18, 1 a) elemento de transição<br />

(410) 2, 8, 8, 1 b) metal alcalino<br />

(411) 2, 8, 18, 6 c) metal do grupo 1B<br />

(412) 2, 8, 14, 2 d) chalcogênio<br />

Fazer as associações:<br />

(413) 2, 8, 18, 23, 8, 2 a) metal de transição simples<br />

(414) 2, 8, 18, 32, 14, 2 b) Lantanídio<br />

(415) 2, 8, 18, 32, 21, 9, 2 c) Actinídio<br />

(416) 2, 8, 18, 32, 18, 8, 1 d) metal alcalino<br />

Efetuar as associações


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D PROPRIEDADES<br />

341<br />

PERIÓDICAS<br />

E APERIÓDICAS<br />

Se examinarmos as propriedades físicas e químicas dos elementos, à medida<br />

que seus números atômicos vão crescendo, concluiremos que existem:<br />

- PROPRIEDADES PERIÓDICAS: são propriedades que variam<br />

periodicamente e atingem valores máximos e mínimos em colunas bem deter minadas<br />

na Tabela Periódica.<br />

- PROPRIEDADES APERIODICAS: são aquelas que vão sempre<br />

aumentando ou sempre diminuindo a medida que crescem os números atômicos.<br />

atômico.<br />

Dentre as propriedades aperiódicas podemos citar:<br />

1) A massa atômica que aumenta juntamente com o número atômico.<br />

2) 0 calor específico que diminui 5 medida que aumenta o número<br />

3) A quantidade de raias no espectro de raios-X que cresce com o<br />

número atômico.<br />

Dentre as propriedades periódicas, aquelas que repetem valores<br />

sistematicamente e as mais importantes serão estudadas adiante.<br />

_________________<br />

1) DENSIDADE<br />

________________________<br />

Por definição:<br />

Densidade = massa<br />

volume<br />

Vamos estudar apenas as variações de densidades dos elementos no<br />

estado sólido, na Tabela Periódica.<br />

A densidade de um sólido depende:


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a) da massa do átomo<br />

b) do tamanho do átomo<br />

342<br />

classificação periódica dos elementos -5<br />

c) da maior ou menor compactação no empi1hamento desses átomos.<br />

Examinando-se os elementos na ordem crescente de seus números<br />

atômicos, temos o seguinte gráfico para as densidades.<br />

Conclusão:<br />

A densidade dos elementos aumenta das extremidades para o centro e<br />

de cima para baixo.<br />

Os elementos mais densos situam-se ao centro, na parte inferior da Tabela.<br />

São eles: ósmio e irídio.<br />

_________________________________<br />

2) VOLUME ATÔMICO<br />

________________________<br />

Por definição, volume atômico é o volume ocupado por um átomo-<br />

gráma do elemento (6,02 x IO 23 átomos) considerado no estado sólido.


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Equivale a:<br />

volume atômico = massa de um átomo-grama<br />

densidade no estado sólido<br />

Reparem que o volume atômico não_depende da massa do atômo , pois a<br />

densidade já está relacionada a massa.<br />

O volume atômico depende:<br />

a) do tamanho do átomo<br />

b) da maior ou menor compactação no empilhamento desses átomos.<br />

O leitor deverá imaginar um "pacote" contendo 1 dúzia de limões e outro<br />

1 dúzia de maçãs.<br />

dúzia.<br />

temos:<br />

No caso de átomos deveremos ter 6,02 x 10 23 átomos ao invés de 1<br />

Examinando-se os volumes atômicos dos elementos na Tabela Periódica,<br />

Conclusão:<br />

Vê-se que os volumes atômicos crescem do centro para as<br />

extremidades e de cima para baixo.<br />

343


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

classificação periódica dos elementos – 5<br />

De um modo esquemático, supondo que a área dos círculos abaixo<br />

representados sejam proporcionais aos volumes atômicos teremos:<br />

_____________________________________<br />

3) PONTOS DE FUSÃO<br />

______________________________________<br />

Definição:<br />

Ponto de fusão é a temperatura na qual o elemento passa do estado<br />

sólido para o estado líquido, sob determinada pressão.<br />

A pressão normal (1 atmosfera) temos o seguinte gráfico:<br />

344


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Conclusão:<br />

O ponto de fusão aumenta:<br />

- das extremidades para o centro em cada período.<br />

- de cima para baixo nas colunas do centro e da direita<br />

- de baixo para cima nas colunas da esquerda.<br />

Esquematicamente<br />

o tungstênio. (P.F= 3410°C e P.E = 5.930 0 C)<br />

345<br />

Os pontos de ebulição<br />

(temperatura de passagem do liquido<br />

para vapor), à pressão normal,<br />

também possuem uma variação<br />

semelhante.<br />

O elemento que apresenta<br />

maior ponto de fusão e de ebulição é<br />

Em temperatura e pressão ambiente (25°C e 1 atmosfera) encontram-se:<br />

- no estado gasoso: gases nobres, F2 , Cl2 , 02 , 03 , N2 e H2<br />

- no estado líquido: Br2, Hg e Fr<br />

- no estado sólido: restantes elementos<br />

________________________________________________________<br />

4) RAIOS: ATÔMICOS, COVALENTE,<br />

IÔNICO E DE VAN DER WAALS<br />

_________________________________________<br />

É impossível determinar o<br />

tamanho exato de um átomo isolado.<br />

Um dos recursos para se<br />

medir o tamanho aparente de um<br />

átomo é medir, através dos raios-X, a<br />

distância internuclear de átomos<br />

ligados.<br />

Exemplo:<br />

Sejam dois átomos de<br />

hidrogênio formando a molécula H2 .


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346<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Os raios-X medem a distância internuclear "d" entre os dois átomos.<br />

Embora saibamos que houve uma interpenetração das nuvens eletrônicas,<br />

vamos supor que o raio aparente do átomo de hidrogênio é d/2.<br />

No exemplo citado a ligação entre os átomos é do tipo covalente.<br />

Se a ligação entre 2 átomos quaisquer fosse metálica teríamos uma<br />

interpenetração menor da nuvem eletrônica.<br />

de ligação.<br />

Resolveu-se dar nomes específicos para os raios aparentes conforme o tipo<br />

Temos, então:<br />

- Ligação metálica------------------- raios atômicos<br />

- Ligação covalente----------------- raio covalente<br />

- Ligação iônica ------------------ raio iônico<br />

- Ligação de Van der Waals ---- raio de Van der Waals<br />

Para os elementos do subgrupo(A)a variação dos raios aparentes é:<br />

temos em relação aos raios atômico e covalente:<br />

a) Para metais:<br />

Num período --- aumentam<br />

da direita para a esquerda.<br />

Numa coluna -- aumentam<br />

de cima para baixo.<br />

No esquema foram considerados<br />

raios atômicos (para ligações metálicas) e<br />

raios covalentes (para ligações<br />

covalentes).<br />

Considerando-se os raios iônicos<br />

o raio iônico é menor que o raio atômico, pois o metal perde elétron<br />

transformando-se em cátion.<br />

b) Para não metais:<br />

o raio iônico é maior que o raio covalente, pois o átomo ganha elétron para se<br />

transformar em ânion.<br />

Como exemplo ilustrativo citemos os metais alcalinos e os halogênios.


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Waals.<br />

Falemos agora no raio de Van der Waals.<br />

É a semi-distância entre 2 átomos que apresenta a ligação de Van der<br />

Exemplifiquemos o cloro sólido.<br />

Na realidade, uma molécula "encosta-se" à outra no estado sólido. Podemos<br />

esquematizar as moléculas desenhando átomos com raios aparentes.<br />

347


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

348<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Então, tem-se a impressão de que uma molécula está distanciada da outra. A<br />

metade da distância entre os átomos de cloro que "se encostam" e pertencem a<br />

moléculas diferentes é denominada raio de Van der Waals.<br />

Como se vê, o raio de Van der Waals é sempre maior que o raio covalente.<br />

Quanto maior o raio covalente, maior será o raio de Van der Waals.<br />

Evidentemente podemos falar no raio de Van der Waals para elementos<br />

nobres no estado sólido.<br />

Vejamos alguns exemplos de raios de Van der Waals.<br />

SUBSTÂNCIA RAIO DE VAN DER WAALS (Å)<br />

Ne 1 ,60<br />

Resumindo:<br />

Xe 2,17<br />

F2 1 ,35<br />

O2 1 ,40<br />

Cl2 1 ,80<br />

a) Para ligações entre metais<br />

Nestes casos só aparecem ligações metálicas e falaremos que a metade da<br />

distância internuclear é o raio atômico.<br />

b) Para ligações entre metal e não metal<br />

Nestes casos temos ligações iônicas e teremos raios iônicos. Evidentemente,<br />

existem métodos para se terminar o raio do cátion e o raio do ânion que somados dá a<br />

distância internuclear entre os íons.<br />

c) Para ligações entre não metal - não metal<br />

Agora a ligação é covalente e teremos o raio covalente. Simultaneamente<br />

pode-se falar em raio de Van der Waals para as ligações molécula-molécula.<br />

d) Para elementos nobres no estado sólido<br />

Nestes casos só poderemos falar em ligação de Van der Waals.<br />

Obs. :<br />

Atualmente, com a descoberta de compostos contendo elementos<br />

nobres, pode-se falar em raio covalente para os elementos nobres.<br />

══════════════


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349<br />

E POTENCIAL<br />

DE IONIZAÇÃO<br />

__________________________________________________________<br />

1) DEFINIÇÃO DE ELÉTRON-VOLT (eV)<br />

__________________________________________________________<br />

Sejam 2 pontos de espaço<br />

onde a diferença de potencial é de 1<br />

volt. Vamos supor que um elétron<br />

encontra-se no ponto de potencial<br />

menor. Para transportá-lo ao ponto de<br />

maior potencial é necessário fornecer<br />

ao elétron a energia de 1 elétron volt<br />

(1 eV) .<br />

____________________________________________________________________________<br />

Elétron-volt (eV) é a energia necessária para levar o elétron de um<br />

ponto a outro onde a diferença de potencial é 1 volt.<br />

____________________________________________________________________________<br />

Relacionemos eV e joule.<br />

Sabemos que 1 joule = 1 coulomb x 1 volt<br />

Dimensionalmente: [energia] = [carga] x [tensão]


volt.<br />

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350<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Para a energia de 1 eV a carga é de 1 elétron (1,6 x 10 -19 ) e a tensão será de 1<br />

Então:<br />

1 eV = (1,6 x 10 -19 )x (1) = 1,6 x 10 -19 coul. X volt<br />

Teremos, então.<br />

coul. volt joule<br />

1 eV = 1,6 x 10 -19 joules<br />

ou, ainda, em calorias, usando as relações da termodinâmica:<br />

1 eV = 3,84 x 10 -20 cal<br />

_______________________________________________<br />

2) DEFINIÇÃO DE POTENCIAL DE IONIZAÇÃO<br />

__________________________________________________________________<br />

Chama-se primeiro potencial de ionização a energia necessária pura arrancar<br />

um elétron da camada mais externa de um átomo isolado no estado gasoso.<br />

(A grandeza é geralmente expressa em eV).<br />

Exemplos:<br />

Para o Lítio o primeiro potencial de ionização é 5,4 eV. Isto significa que, para<br />

tirar o elétron da última camada do Lítio (2s), é necessária a energia de 5,4 eV.<br />

Definem-se também segundo, terceiro, quarto, etc. potenciais de ionização<br />

que se referem respectivamente a extrações do segundo, terceiro, quarto, ... elétrons<br />

de um átomo.<br />

Na prática verifica-se que à medida que vão sendo arrancados mais elétrons,<br />

maior dificuldade aparecerá para arrancar novos elétrons em virtude da diminuição do<br />

tamanho dos átomos e da aproximação dos elétrons aos seus núcleos.<br />

Exemplos:<br />

1) Para o cálcio de Z = 20.<br />

1º. elétron ------ 6 eV<br />

3º. elétron ------- 20 eV<br />

9º. elétron ------ 43 eV<br />

11º. elétron ------ 320 eV<br />

†<br />

20º. Elétron ------3600eV


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ionização.<br />

2) Para o Lítio de Z = 3<br />

1º. elétron------ 5 eV<br />

3º. elétron----— 65 eV<br />

___________________________________________________________________<br />

3) VARIAÇÃO DOS POTENCIAIS DE IONIZAÇÃO<br />

________________________________________________<br />

Neste curso haverá interesse de estudarmos apenas o primeiro potencial de<br />

Chamaremos o primeiro potencial de ionização simplesmente de potencial de<br />

ionização. Para se extrairem elétrons, a energia necessária será tanto maior quanto<br />

mais próximo do núcleo estiver o elétron. Assim, o potencial de ionização será tanto<br />

menor quanto maior for o número de camadas do átomo.<br />

Por outro lado, para átomos com mesmo número de camadas eletrônicas<br />

potencial de ionização será tanto maior quanto maior o número de elétrons na camada<br />

mais externa, pois estes apresentam maior capacidade de atrair elétrons.<br />

Logo, entre os halogênios: F, Cl, Br, I e At, todos com 7 elétrons na camada<br />

mais externa, o flúor com apenas 2 camadas apresenta o maior potencial de ionização.<br />

Entre Li, Be, B, C, N, 0, F, todos com apenas 2 camadas eletrônicas, o flúor<br />

apresenta maior potencial de ionização porque tem 7 elétrons na última camada.<br />

Já percebemos que os potenciais de ionização apresentam variações<br />

concordantes com a eletronegatividade.<br />

nobres.<br />

Devemos lembrar que se pode falar em potencial de ionização para os gases<br />

_ Como os gases nobres já são estáveis, é difícil arrancar os elétrons desses<br />

átomos. Desta forma, os gases nobres apresentam os maiores potenciais de ionização<br />

dentro de cada período. O elemento de maior potencial de ionização é o Hélio.<br />

- Na tabela, temos valores decrescentes de cima para baixo porque os átomos<br />

aumentam de tamanho.<br />

Num período, os potenciais de ionização diminuem da direita para a esquerda<br />

já que diminui o número de elétrons da camada periférica.<br />

eV.<br />

Eis uma parte da tabela onde temos os potenciais de ionização expressos em<br />

351


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

352<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Num gráfico cartesiano, colocando-se nas abcissas o número atômico e nas<br />

ordenadas os potenciais de ionização teremos o seguinte aspecto:<br />

Obs.:<br />

O potencial de ionização foi expresso em Kcal/mol. Se você quer calcular o<br />

valor em eV basta lembrar:<br />

1 eV = 3,84 x 10 ‾23 Kcal<br />

1 mol = 6,02 x 10 23 átomos<br />

══════════════════


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F ELETRONEGATIVIDADE<br />

____________<br />

DEFINIÇÃO<br />

____________<br />

Eletronegatividade é a "força" com a qual um átomo atrai um elétron para si,<br />

no instante da formação de uma ligação química com outro átomo..<br />

Seja a reação:<br />

A o + • B -----<br />

No composto AB podemos imaginar duas hipóteses:<br />

- "A" e B atraem igualmente os elétrons; então, o par eletrônico ficará a meia<br />

distância entre A e B e diremos que A e B tem a mesma eletronegatividade.<br />

Aqui a ligação é covalente pura.<br />

- "A" atrai os elétrons mais que B; então o par eletrônico fi cará "mais perto"<br />

de A |A ° B| e diremos que A é mais eletronegativo que B (ou B mais eletropositivo que<br />

A). Neste caso, a ligação será covalente polarizada, podendo ir até o caso extremo de<br />

ligação iônica, quando um dos átomos ficar "dono" exclusivo dos elétrons.<br />

Esta é a noção elementar de eletronegatividade.<br />

Para uma noção mais detalhada de eletronegatividade é preciso acrescentar<br />

as grandezas denominadas potencial de ionização (Pj_) e afinidade eletrônica (Af).<br />

Vimos no item anterior o que é potencial de ionização e que a unidade mais<br />

utilizada é o eV (eletronvolt).<br />

Vamos definir a afinidade eletrônica:<br />

353


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

354<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Seja o átomo de flúor isolado no estado gasoso; ele aceita um elétron e a<br />

energia libertada nessa associação é chamada "Afinidade eletrônica".<br />

Logo:<br />

____________________________________________________________________________<br />

Afinidade eletrônica e a energia libertada quando adicionamos 1<br />

elétron ao átomo isolado, no estado gasoso.<br />

_____________________________________________________________________<br />

Muitas vezes, para adicionarmos um elétron ao átomo ocorre uma absorção<br />

de energia; neste caso, teremos valores de Af negativos.<br />

EXEMPLOS:<br />

Então, nos casos do oxigênio e enxofre, a adição de elétrons é acompanhada<br />

de absorção de energia.<br />

do F‾.<br />

Evidentemente, a afinidade eletrônica do F°é igual ao potencial


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Agora que já sabemos o que é potencial de ionização (Pi) e afinidade eletrônica<br />

(Af) poderemos definir a eletronegatividade segundo o critério de Millikan:<br />

Sejam os átomos A e B de diferentes elementos. Vamos supor que eles<br />

tivessem a mesma eletronegatividade e teríamos o par eletrônico da ligação A - B<br />

perfeitamente em equilíbrio central A : B. Agora vamos separar estes átomos e vamos<br />

supor que o par eletrônico da ligação fique somente em A ou somente em B.<br />

Duas coisas podem acontecer:<br />

ou formam ions A + e B ‾ ou,então,íons A - e B + , se os elétrons inicialmente não<br />

pendem para nenhum deles, podemos dizer que temos inicialmente A° e B°.<br />

Você percebe que:<br />

O sinal menos antes de Af é porque se trata de energia necessária e não<br />

libertada como é na definição de Af.<br />

355


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

356<br />

classificação periódica dos elementos -5<br />

A energia total (∆E) utilizada na dissociação da molécula A-B será:<br />

1º. modo: ∆E = Pi(B) + [-Af(A)]<br />

2º. modo: ∆E = Pi(A) + [-Af(B)]<br />

No entanto, essas energias devem ser iguais desde que eles possuam a<br />

mesma eletronegatividade.<br />

Então:<br />

Pi (B) - Af(A) = Pi-(A) - Af(B)<br />

[Pi(B) + Af(B)]=[Pi(A) + Af(A)]<br />

Por definição chamamos de:<br />

X B e XA serão eletronegatividades de B e A.<br />

O quociente 5,6 foi utilizado por Millikan para que os valores de X<br />

coincidissem com os valores de eletronegatividade na escala de Pauling (a ser dada<br />

depois).


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Então:<br />

se XA = XB A e B tem mesma eletronegatividade<br />

se XB > XA B é mais eletronegativo que A<br />

se XB < XA B é mais eletropositivo que A<br />

EXERCÍCIO<br />

421- Sabendo-se que o potencial de ionização do cloro é 13,0 eV e a afinidade<br />

eletrônica e 4,0 eV, determine a eletronegatividade do cloro .<br />

Assim foram determinadas as eletronegatividades de diversos elementos.<br />

Porém, o processo foi muito limitado porque a afinidade eletrônica é conhecida apenas<br />

para alguns elementos. O cálculo de Af é bastante complicado na prática e não será<br />

discutido aqui.<br />

Outro processo foi proposto por Pauling baseado em energia de ligação.<br />

Que é energia de ligação?<br />

Seja a molécula H2; vamos dissociá-la em 2 átomos H. Para isso, precisamos<br />

de uma energia para romper a ligação H-H que é denominada energia de ligação E H-H.<br />

No caso, EH-H = 104 Kcal/mol quer dizer: "é necessário 104 kilocalorias<br />

para romper 6 x IO 23 ligações H-H",<br />

A energia de ligação do Cl2 é Eci-ci = 58 Kcal/mol.<br />

Nas moléculas H-H e Cl-Cl o par eletrônico está realmente em equilíbrio<br />

central (covalência pura) em cada uma delas.<br />

357


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

358<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

Vamos supor que o H e o Cl tivessem a mesma eletronegatividade. Isto<br />

significa que para formar a molécula de HCl bastaria associar H O e Cl 0 e não haveria<br />

variação de energia nessa associação.<br />

Então, para romper a ligação H-Cl seria necessário:<br />

Na prática constata-se que a energia de ligação do H-Cl é 103 Kcal/mol.<br />

Pauling admitiu que essa diferença fosse causada pela redistribuição de<br />

elétrons quando o H ligasse ao Cl.<br />

Sugeriu que haveria um ∆H-CI de energia, ou seja, uma energia extra devida<br />

à diferença de eletronegatividade entre o H e Cl que causou a nova redistribuição de<br />

elétrons.<br />

Então, a fórmula real para calcular a energia de ligação real do H-Cl seria:<br />

ou genericamente:<br />

Chamando de XA e XB as eletronegatividades de A e B,respectivamente,<br />

Pauling sugeriu que:<br />

O número 23 foi tomado arbitrariamente para que resultasse valores de X e<br />

X mais expressivos (menos complicados)<br />

Assim encontramos as eletronegatividades:<br />

F = 4,0, 0 = 3,5, Cl = 3,0, B = 2,8, H = 2,1, etc.<br />

Eis a tabela de eletronegatividade:


que:<br />

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EXERCÍCIO<br />

(422) - Utilizando a tabela, calcular a energia de ligação do H-F sabendo-se<br />

EF-F = 37 Kcal/mol<br />

EH-H = 104 Kcal/mol<br />

Estudando a variação das eletronegatividades na tabela temos:<br />

Num grupo: aumenta de baixo para cima.<br />

Num período: aumenta da esquerda para a direita.<br />

O flúor é o elemento de maior eletronegatividade. A propriedade oposta é<br />

chamada eletropositividade e sua variação é exatamente inversa.<br />

De modo geral pode-se dizer que um elemento é MAIS ELETRONEGATIVO :<br />

a) Quanto mais elétrons periféricos tiver (mais próximo de 8)<br />

b) Quanto menor for o tamanho do átomo<br />

Examinando a tabela periódica, podemos classificar os elementos em<br />

METAIS, NÃO METAIS e SEMI-METAIS conforme as suas eletronegatividades.<br />

Os semi-metais são B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po com eletronegatividade<br />

aproximadamente ,2,0.<br />

Os elementos situados à direita dos semi-metais possuem eletronegatividade<br />

acima de 2,0 e são denominados NÃO METAIS.<br />

Aqueles situados à esquerda dos semi-metais possuem eletronegatividade<br />

menor que 2,0 e são denominados METAIS.<br />

Quando um metal combina-se com um não metal temos uma ligação iônica.<br />

De modo geral, esse tipo de ligação aparece quando a diferença entre as<br />

eletronegatividades dos elementos é ∆>1,7.<br />

359


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Por exemplo<br />

o NaCl apresenta ∆ = 3,0 - 0,9 ,= 2,1<br />

360<br />

classificação periódica dos elementos - 5<br />

Entre não metais a ligação é do tipo covalente e de modo geral A < 1,7.<br />

Como exemplo temos: H-Cl; SC12 ; etc.<br />

HC1- ∆ = 3,0 - 2,1 = 0,9<br />

SC12 ∆ = 3,0 - 2,5 = 0,5<br />

Na verdade, não há uma distinção nítida entre uma ligação iônica e uma<br />

ligação covalente. Os compostos apresentam caráter iônico ou covalente mais<br />

acentuados.<br />

O NaCl tem caráter iônico muito mais acentuado que o caráter covalente.<br />

Assim, quanto maior a diferença ∆ de eletronegatividade mais se acentua o caráter<br />

iônico.<br />

Portanto, a ligação covalente pura é somente quando temos ∆ =0, ou seja,<br />

como em H2 , Cl2 , Br2 , etc.<br />

Para ligações com átomos diferentes podemos até dizer se um com ponto tem<br />

caráter mais iônico que o outro.<br />

Por exemplo:<br />

o KC.l tem caráter mais iônico que o MgCl2 porque:<br />

KC1 ∆ =3,0 - 0,8 =2,2<br />

MgCl2 ∆ = 3,0 - 1,2 = 1,8<br />

Examinando as ligações iônica, covalente e metálica podemos esquematizar<br />

um triângulo onde se indica também o caráter intermediário das ligações para HF,<br />

Ag2F e Cu3Sn


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De modo geral:<br />

a) Ligação iônica - entre metal e não metal<br />

b) Ligação covalente - entre não metais (podendo incluir os semi -<br />

metais)<br />

c) Ligação metálica - entre metais<br />

═══════════════<br />

G PROPRIEDADES<br />

361<br />

QUÍMICAS<br />

Os elementos da mesma coluna apresentam propriedades químicas<br />

semelhantes de acordo com a construção da Tabela Periódica".<br />

___________________________________________<br />

1) NATUREZA DAS LIGAÇÕES<br />

____________________________________________<br />

Poderemos observar na Tabela os metais, semi-metais e os não metais em<br />

áreas bem nítidas.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

temos:<br />

Observação:<br />

O hidrogênio deve ser colocado no grupo dos não metais.<br />

362<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

a) Quando encontramos esses elementos sob forma de substâncias simples<br />

metais ------ átomos unidos por ligação metálica<br />

não metais ------ átomos unidos por ligação covalente constituindo<br />

moléculas<br />

b) Quando um metal combina-se com não metal forma-se geralmente um<br />

composto de ligação iônica (diferença de eletronegatividade maior que 1,7).<br />

Exemplos:<br />

NaCl, KF, CaCl2 , etc.<br />

Para os elementos do subgrupo A,temos a seguinte proporção de combinações<br />

nos compostos iônicos.<br />

Exemplos:<br />

I) Fluoreto de cálcio<br />

II) Sulfeto de estanho<br />

III) Oxido de alumínio<br />

Observação:<br />

Às vezes, um metal pode combinar-se com um não-metal dando compostos<br />

covalentes, mas são raríssimas exceções.<br />

Exemplos:<br />

BeH2 , Al2Cl6 , etc. cujas estruturas se explicam pela hibridização de orbitais.<br />

c) Quando dois não-metais se combinam ou,ainda, ocorre ligação entre não-<br />

metal e semi-metal a ligação será sempre covalente.<br />

Exemplos:<br />

C1F, F20 , HF, N205 , AsH3 , etc.<br />

Nestes casos as proporções dependem dos tipos de ligação.<br />

══════════════


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_____________________<br />

2) HIDRETOS<br />

_____________________<br />

São compostos do tipo EHX onde x corresponde em valor absoluto à valência<br />

de E. De modo geral, são hidretos iônicos os metálicos e são hidretos moleculares<br />

aqueles de não-metais e semi-metais.<br />

Exemplos:<br />

Hidreto de sódio Na + H Hidreto de arsênio AsH3<br />

Hidreto de cálcio Ca ++ H2‾ Hidreto de enxofre H2 S<br />

Observações:<br />

a) É de costume escrever o H em primeiro lugar para os hidretos de<br />

halogênios e chalcogênios. Para os demais hidretos o H é escrito depois. Exemplos:<br />

H2Se,HF, CH4,, NH3 , etc.<br />

b) Alguns hidretos fogem a regra geral de serem moleculares ou iônicos mas<br />

são casos de mínima importância.<br />

BeH2 - hidreto molecular<br />

B2H6 - hidreto molecular ao invés de (BH3)<br />

_______________<br />

3) ÓXIDOS<br />

________________<br />

══════════════<br />

São compostos do tipo E2 Ox, podendo simplificar-se por EOy (y=x/2) .<br />

x é a valência de E.<br />

Os óxidos podem ser classificados em moleculares e iônicos.<br />

363


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

364<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

O valor de x ,para os óxidos máximos do subgrupo A, é o número do grupo.<br />

Assim:<br />

Na ------------ grupo I<br />

Ca ------------ grupo II<br />

Al ------------ grupo III<br />

C ------------ grupo IV<br />

N ------------ grupo V<br />

S ------------ grupo VI<br />

Cl ------------ grupo VII formam os seguintes óxidos máximos<br />

Na2O ------------ iônico<br />

CaO ------------ iônico<br />

A12O3 ------------ iônico<br />

C02 ------------ molecular<br />

N2O5 ------------ molecular<br />

S03 ------------ molecular<br />

C1207------------ molecular<br />

═════════════


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXERCÍCIOS E TESTES<br />

(423) A tabela apresenta números de períodos e grupos, respectivamente:<br />

a) 9 e 8 d) depende da fileira<br />

b) 7 e 18 e) nenhuma das respostas<br />

c) 7 e 9<br />

(424) Elementos do mesmo período apresentam mesmo número de:<br />

a) elétrons d) massas iguais<br />

b) camadas eletrônicas e) nenhuma das anteriores<br />

c) elétrons na última camada<br />

(425) Elementos do mesmo subgrupo A apresentam mesmo número de:<br />

a) elétrons d) elétrons na última camada<br />

b) cargas e) nenhuma das respostas anteriores<br />

c) massas<br />

As questões 426 a 435 referem-se ã seguinte tabela esquemática. As letras<br />

foram escolhidas arbitrariamente para representar os elementos químicos:<br />

(426) Dentre os elementos presentes, pode-se afirmar que apresentam 2<br />

elétrons na camada mais externa somente pela posição na tabela:<br />

a) A, B e K c) B, C, D, H e) B, L, M, N<br />

b) B, C, D, E d) J, A, K<br />

365


é:<br />

ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(427) Estão em ordem crescente de volumes atômicos:<br />

a) B, C, D d) X, V, J<br />

b) B, E, X, F e) D, E, X<br />

c) X, F, Q<br />

366<br />

classificação periódica dos elementos - 5<br />

(428) Estão em ordem decrescente de eletronegatividade:<br />

a) A, B, C, D, J d) G, E, D, C, B, K<br />

b) H, X, F, G e) nenhuma das respostas<br />

c) J, P, X<br />

(429) Dentre os elementos presentes o mais denso é:<br />

a) D d) X<br />

b) K e) J<br />

c) M<br />

(430) Dentre os elementos presentes aquele de maior potencial de ionização<br />

a) K d) J<br />

b) H e) M<br />

c) D<br />

(431) Combinando o elemento C e H forma-se um composto de ligação:<br />

a) eletrovalente d) Van der Waals<br />

b) covalente e) não forma tal composto<br />

c) metálica<br />

(432) Um hidreto do elemento B tem fórmula e ligação, respectivamente:<br />

a) HB e covalente d) BH2 e covalente<br />

b) BH2 e eletrovalente e) nenhuma das respostas anteriores<br />

c) BH6 e eletrovalente<br />

(433) Um hidreto do elemento G reage com a seguinte substância:<br />

a) KOH d) H20<br />

b) CaCO3 e) todas as anteriores<br />

c) Na2O<br />

(434) Os óxidos máximos dos elementos B e G são, respectivamente:<br />

a) BO e G2O c) B2O e G2O 7 e) BO e G2O7<br />

b) BO e GO2 d) BO2 e GO 2


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(435) São elementos radiativos naturais:<br />

a) L e C d) M, K e X<br />

b) L e M e) nenhuma das anteriores<br />

c) D e J<br />

"A seguir apresentamos algumas questões propostas em vestibulares.<br />

Nos exames do CESCEM, sempre, uma tabela periódica completa acompanhou<br />

o caderno de questões".<br />

(436) Elementos de transição são aqueles em que os elétrons de<br />

diferenciação se colocam:<br />

a) somente em orbitais s d) em orbitais s, p ou d<br />

b) somente em orbitais p e) somente em orbitais d<br />

c) em orbitais s ou p<br />

(437) Os potenciais de ionização dos elementos alcalinos:<br />

a) decrescem regularmente com número atômico crescente<br />

b) crescem regularmente com número atômico crescente<br />

c) são todos iguais<br />

d) crescem até o potássio e decrescem, em seguida, até o césio<br />

e) decrescem até o potássio e crescem, em seguida, até o césio<br />

367<br />

(CESCEM-67)<br />

(CESCEM-67)<br />

(438) As eletronegatividades do oxigênio e do bário (escala de Pauling)<br />

são,respectivamente 3,5 e 0,9. O óxido de bário deverá ser provavelmente um:<br />

a) sólido de alto ponto de fusão d) líquido colorido<br />

b) sólido de baixo ponto de fusão e) gás<br />

c) líquido incolor<br />

(CESCEM-67)<br />

(439) 0 raio atômico do césio é menor do que o do sódio PORQUE o césio e o<br />

sódio estão situados na mesma família da tabela periódica.<br />

(CESCEM-67)<br />

As questões 440 a 442 são baseadas na seguinte informação a respeito de<br />

quatro íons isolados:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

368<br />

classificação periódica dos elementos - 5<br />

ÍON No. ATÔMICO MASSA ATÔMICA<br />

F ‾ 9 19,0 unidades de massa atômica<br />

Na + 11 23,0 unidades de massa atômica<br />

Mg ++ 12 24,2 unidades de massa atômica<br />

Al 3+ 13 27,0 unidades de massa atômica<br />

(440) Qual das afirmações seguintes é verdadeira para os quatro íons?<br />

a) O número de nêutrons por núcleo é o mesmo nos quatro casos.<br />

b) A massa atômica é a mesma nos quatro casos.<br />

c) São todos membros do mesmo período do sistema periódico.<br />

d) São todos membros da mesma família do sistema periódico.<br />

e) São todos isoeletrônicos.<br />

(441) Qual dos íons terá o maior raio?<br />

a) Al3 +<br />

b) Mg +<br />

c) Na + e) Todos os quatro íons tem o mesmo raio.<br />

d) F ‾<br />

idéia de que:<br />

(442) A sua resposta correta para a questão anterior (441) foi baseada na<br />

a) O íon com a maior carga nuclear terá o raio maior<br />

b) O raio iônico aumenta à medida que o número atômico aumenta.<br />

c) Somente no caso do F‾ o número de elétrons excede a carga<br />

nuclear.<br />

d) Como todos os quatro íons são isoeletrônicos, devem ter o mesmo raio.<br />

e) 0 íon que possui o maior número de orbitais é o maior.<br />

(CESCEM-67)<br />

As questões 443 a 447 referem-se às seguintes configurações eletrônicas das<br />

camadas mais externas de cinco elementos diferentes:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(443) Qual ou quais dos elementos abaixo, se for o caso, poderia ou poderiam<br />

ser certamente gasosos à temperatura ambiente.<br />

a) A e C d) C e E<br />

b) A e D e) nenhum deles<br />

c) C<br />

de eletricidade:<br />

(444) Qual dos elementos abaixo, na forma sólida, seria o melhor condutor<br />

a) A d) D<br />

b) B e) E<br />

c) C<br />

(445) Qual ou quais dos elementos abaixo, se for o caso, deveria ou deveriam<br />

reagir com o elemento D para formar provavelmente um composto salino:<br />

a) A d) B e C<br />

b) A e E e) nenhum deles<br />

c) A e B<br />

(446) Qual elemento teria o maior ponto de ebulição?<br />

a) A d) D<br />

b) B e) E<br />

c) C<br />

(447) Qual ou quais dos elementos abaixo, se for o caso, poderia ou poderiam<br />

formar um fluoreto de formula XF, no qual X representa um dos seguintes<br />

elementos?<br />

a) A d) B e E<br />

b) B e D e) nenhum deles<br />

c) B e C<br />

369<br />

(CESCEM-67)<br />

(448) Os pontos de fusão e de ebulição dos halogênios aumentam<br />

regularmente com o número atômico crescente PORQUE as moléculas dos halogênios<br />

são diatômicas.<br />

(449) 0 elemento germânio foi descoberto:<br />

a) Antes do elemento silício d) Por Gay-Lussac<br />

b) Depois do elemento silício e) Por Mendelejeff<br />

c) Simultaneamente com o elemento silício (CESCEM-69)<br />

(CESCEM-68)


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

fusão?<br />

370<br />

classificação periódica dos elementos -5<br />

(450) Qual dos elementos abaixo provavelmente possui o menor ponto de<br />

a) Na d) Sr<br />

b) K e) Rb<br />

c) Cs<br />

(451) Na classificação periódica atual, os elementos químicos são colocados<br />

em ordem crescente de:<br />

a) Pesos atômicos d) Volumes atômicos<br />

b) Massas atômicas<br />

c) Números atômicos<br />

FM Santa Casa-66<br />

(452) A fórmula do hidreto de um elemento E pertencente ao 2º. grupo da<br />

tabela periódica é:<br />

a) EH d) EH6<br />

b) E2H<br />

c) EH2<br />

(453) 0 halogênio de ponto de fusão mais elevado e:<br />

a) O flúor d) O iôdo<br />

b) O cloro<br />

c) O bromo<br />

FM Santa Casa-66<br />

FM Santa Casa-66<br />

(454) Num mesmo grupo da tabela periódica, o caráter eletronegativo cresce:<br />

a) De cima para baixo d) Das extremidades para o centro<br />

b) De baixo para cima<br />

c) Do centro para as extremidades<br />

FM Santa Casa-66<br />

(455) Num mesmo período da tabela periódica, o caráter eletronegativo cresce:<br />

a) Da direita para a esquerda c) Do centro para as extremidades<br />

b) Da esquerda para a direita d) Das extremidades para o centro<br />

FM Santa Casa-66


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

átomos?<br />

(456) Qual dos seguintes fatores não está ligado à eletronegatividade dos<br />

a) No. de neutrons no núcleo<br />

b) No. de elétrons na cerne da eletrosfera<br />

c) No. de elétrons no último nível energético<br />

d) No. de prótons no núcleo<br />

e) Distância entre os elétrons do último nível energético e o núcleo<br />

371<br />

FM Santa Casa-68<br />

(457) Átomos que ocupam a penúltima posição de seu período na tabela<br />

periódica (da esquerda para a direita) terão tendência para:<br />

a) Dar ou receber um elétron da acordo com as condições experimentais<br />

b) Doar 2 elétrons tornando-se cátion bivalente<br />

c) Doar 1 elétron tornando-se cátion monovalente<br />

d) Receber 1 elétron tornando-se anion monovalente<br />

e) Receber 2 elétrons tornando-se anion bivalente<br />

FM Santa Casa-68<br />

(458) Átomos que perdem um elétron para atingir, em seu último nível<br />

energético, a estrutura de gás nobre, se transformam em...... e se localizam no grupo<br />

......na tabela periódica dos elementos.<br />

a) Cátions; II-A d) Prótons; I-A<br />

b) Ânions; I-B e) cátions; II-B<br />

c) Cátions; I-A<br />

FM Santa Casa-68<br />

(459) Cobre, prata e ouro ocupam, respectivamente, posições nos períodos 4,<br />

5 e 6 e pertencem ao grupo B da Tabela Periódica dos Elementos. 0 cobre tem no.<br />

atômico igual a 29. Quantos níveis energéticos e quantos elétrons no último nível seus<br />

ato nos possuem, respectivamente?<br />

a) 4, 5 e 6: 1, 1 e 1 elétron no último nível energético<br />

b) 4, 4 e 4: 2, 3 e 4 elétrons no último nível energético<br />

c) 5, 5 e 5: 4, 5 e 6 elétrons no último nível energético<br />

d) 6, 6 e 6: 2, 2 e 2 elétrons no último nível energético<br />

e) 4, 5 e 6: 2, 2 e 3 elétrons no último nível energético<br />

FM Santa Casa-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

classificação periódica dos elementos – 5<br />

(460) O potássio (no. atômico 19, peso atômico 39) tem volume atômico mais<br />

de 7 vezes superior ao do níquel (no. atômico 28, peso atômico 59). Esse fato se deve<br />

a:<br />

a) Os elétrons no átomo de níquel se agrupam em orbitais interiores<br />

b) O número de orbitais no níquel e menor que no potássio<br />

c) O volume atômico depende da densidade<br />

d) A força nuclear dada pelos prótons é operativa o que diminui o tamanho<br />

do átomo de níquel<br />

e) Qualquer das respostas é verdadeira<br />

372<br />

MED-SANTA CASA-69<br />

(461) Qual dos átomos abaixo requer o menor fornecimento de energia para<br />

que perca um elétron?<br />

a) Cs d) F<br />

b) Ba e) Br<br />

c) Ne<br />

ITA-64<br />

(462) Qual dos compostos abaixo tem uma fórmula que não corresponde bem<br />

à posição dos elementos constituintes na classificação periódica?<br />

iônico.<br />

a) K2S d) AsH3<br />

b) CaBr2 e) SICI4<br />

c) Mg2P3<br />

ITA-64<br />

(463) Qual dos compostos abaixo é melhor exemplo de sólido<br />

a) CaCl2 d) SICI4<br />

b) BF3 e) SnCl4<br />

c) CCl4<br />

(464) Qual das partículas abaixo tem o maior diâmetro?<br />

a) F‾ d) Mg ++<br />

b) Ne° e) Al +++<br />

c) Na +<br />

ITA-64<br />

ITA-65


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(465) A retirada de um segundo elétron de um átomo ionizado requer<br />

mais energia porque:<br />

a) O núcleo passa a atrair mais os elétrons restantes<br />

b) O núcleo do átomo ionizado passa a ter diâmetro menor<br />

c) Esse elétron esta sempre colocado em nível quântico mais interno<br />

d) O átomo ionizado passa a ter diâmetro maior<br />

e) Todas as respostas estão certas<br />

373<br />

(ITA-66)<br />

(466) Analisando a tabela da classificação periódica dos elementos,<br />

da esquerda para a direita e de cima para baixo, verificar-se-á que:<br />

a) O raio atômico cresce num mesmo período<br />

b) A eletronegatividade cresce num mesmo período<br />

c) O raio atômico decresce numa mesma família<br />

d) A eletronegatividade cresce numa mesma família<br />

e) O numero de oxidação permanece constante num mesmo período<br />

(ITA-66)<br />

(467) As letras a, b, c, d, e estão,respectivamente , relacionadas<br />

com os números:<br />

a) alcalinos (1) Na, K, Cs<br />

b) alcalino terrosos (2) F, Br, I<br />

c) halogênios (3) Mg, Ba, Ra<br />

d) terras raras (4) Fe, Co, Ni<br />

e) transição (5) Ce, Er, Tm<br />

Teremos:<br />

a) 1, 2, 3, 4, 5 d) 3, 1, 2, 4, 5<br />

b) 1, 3, 2, 5, 4 e) 3, 2, 4, 5, 1<br />

c) 1, 5, 2, 3, 4 (ITA-67)<br />

As cinco questões seguintes referem-se à classificação periódica dos elementos,<br />

esquematizada abaixo. Os símbolos dos elementos foram substituídos por letras<br />

ARBITRARIAMENTE escolhidas. A letra T representa o símbolo de um gás<br />

nobre.


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374<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

(ITA-67)<br />

(468) Um elemento cujo HIDRETO gasoso se dissolve em água para formar<br />

um ácido forte S representado pela letra:<br />

a) X d) L<br />

b) R e) G<br />

c) J<br />

(469) Que elemento ou grupo de elementos tem o esquema abaixo<br />

(470)<br />

para representar a disposição de seus elétrons de VALÊNCIA?<br />

a) só L d) W, R e Z<br />

b) M e Y e) G, J, L e R<br />

c) J e Q<br />

(470) Quantos elementos ficam situados na fila HORIZONTAL em branco<br />

entre os elementos Y e U?<br />

a) 3 d) 14<br />

b) 6 e) 18<br />

c) 10<br />

(471) Baseado na posição dos elementos mencionados na tabela periódica<br />

acima, diga qual das fórmulas seguintes deve ser FALSA:<br />

a) X2L<br />

b) YW2<br />

c) M2J3<br />

d) QV3<br />

e) GR4


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(472) Dos elementos assinalados, aquele que irá requerer MENOR energia<br />

para se transformar em cátion monovalente, quando na forma de gás, é o:<br />

a) X d) W<br />

b) V e) T<br />

375<br />

C) U<br />

(ITA-67)<br />

(473) A classificação periódica dos elementos é fundamentada na variação<br />

periódica das propriedades desses elementos em função dos valores crescentes:<br />

a) Do átomo-grama d) Do número de nêutrons<br />

b) Da massa atômica e) Do número de prótons<br />

c) Do número atômico f) Do número de massa<br />

(EPUSP-65)<br />

(474) Qual das seguintes substâncias possui ponto de fusão mais elevado?<br />

a) Sn c) W<br />

b) Fe d) Pb<br />

(475) São propriedades periódicas:<br />

a) Volume atômico e fusibilidade<br />

b) Volatibilidade e calor específico<br />

c) Massa atômica e densidade<br />

(476) 0 lantânio pode ser classificado como:<br />

a) Um elemento de transição interna<br />

b) Um elemento de não transição<br />

c) Um elemento de transição<br />

d) Nenhuma das respostas anteriores<br />

(EPUSP-66)<br />

(FEI-67)<br />

(FEI-67)<br />

(477) Na primitiva classificação de Mendelejew os elementos químicos foram<br />

colocados em ordem crescente de:<br />

a) Volumes atômicos c) Massas atômicas<br />

b) Números atômicos d) Valência<br />

(FEI-68)


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(478) O halogênio de ponto de fusão mais alto é:<br />

a) Bromo<br />

b) Cloro<br />

c) Iodo<br />

376<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

(FEI-68)<br />

(479) Num mesmo período da tabela periódica, o caráter eletropositivo cresce:<br />

a) Da direita para a esquerda<br />

b) Da esquerda para a direita<br />

c) Do centro para as extremidades<br />

(FEI-68)<br />

(480) Os íons F‾ , Na + , Mg ++ e Al +++ possuem todos o mesmo número de<br />

elétrons. Qual é o maior?<br />

a 6:<br />

Números atômicos: F = 9; Na = 11; Mg = 12; Al = 13<br />

(481) Através da lei de Moseley torna-se possível identificar:<br />

(MACKENZIE-66)<br />

a) O número atômico de um elemento a partir do seu espectro de raios-X<br />

b) As variedades alotrópicas de um elemento<br />

c) Os vários isótopos de um elemento<br />

(ALVARES PENTEADO-68)<br />

(482) Estão situados no centro do quadro periódico e tem densidade superior<br />

a) Os não metais d) Os halogênios<br />

b) Os metais leves e) Os semi-metais<br />

c) Os metais pesados<br />

(483) Os elementos Ca, Ba, Sr, Ra, Be e Mg são:<br />

a) Alcalinos d) Semi-metais<br />

b) Alcalinos-terrosos e) Nenhuma das alternativas<br />

c) Sólidos<br />

(MOGI-68)<br />

(MOGI-68)


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As quatro questões seguintes estão relacionadas com as configurações<br />

eletrônicas dos átomos dos elementos a, b, c, d e e, pertencentes ao mesmo período da<br />

tabela periódica:<br />

a) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 1 d) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 5<br />

b) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3S 2 , 3p 1 e) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6<br />

c) ls 2 , 2s 2 , , 2p 6 , 3s 2 , 3P 4<br />

(484) Baseados nas quais deve-se esperar:<br />

a) 0 raio atômico e o primeiro potencial de ionização crescem de a a e<br />

b) Nada se pode afirmar<br />

c) Ambos decrescem de a a e<br />

d) O raio atômico decresce e o 1º. potencial de ionização cresce de a a e<br />

e) 0 raio atômico cresce e o 1º. potencial de ionização decresce de a a e<br />

(485) a) O elemento a é metal, d halogênio e e gas nobre<br />

b) O elemento a é não metal, b metal e c halogênio<br />

c) O elemento a é metal, c não metal e d gás nobre<br />

d) O elemento b é metal, c halogênio e d gás nobre<br />

e) O elemento c é não metal, d e e halogênios<br />

(486) 0 elemento que apresenta o segundo potencial de ionização maior é:<br />

a) a d) d<br />

b) b e) e<br />

c) c<br />

(487) 0 elemento mais eletropositivo é:<br />

a) a d) d<br />

b) b e) e<br />

c) c<br />

377<br />

(MOGI-69)<br />

(488) Se um elemento pertencer ao 49 período da classificação periódica, que<br />

tipo de orbitais pode este apresentar:<br />

a)s, p, d, f c)s, p, d e) s, d, f<br />

b) s, p d) s, p, f<br />

(EE S.CARLOS-68)


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378<br />

classificação periódica dos elementos-5<br />

(489) Dos compostos abaixo, qual apresenta fórmula que não corresponde<br />

bem a posição dos elementos constituintes na classificação periódica:<br />

a) Cl2O7 d) KC13<br />

b) CCl4 e) PCI5<br />

c) Na2S<br />

(490) São propriedades aperiódicas e periódicas, respectivamente:<br />

a) O estado de agregação e calor específico<br />

b) A massa atômica e a massa específica<br />

c) O volume atômico e o ponto de fusão<br />

(EE S.CARLOS-68)<br />

(E-E-MAUÁ-66)<br />

(491) Qual das seguintes propriedades é mais característica do grupo VII<br />

A(halogênios) da Tabela Periódica?<br />

série<br />

muito internos<br />

a) Tendência de perder elétrons<br />

b) Configuração eletrônica mais externa do tipo ns 2 np 5<br />

c) Baixo potencial de ionização<br />

d) Afinidade eletrônica nula<br />

(FILOSOFIA USP - 67)<br />

(492) Os lantanídeos tem propriedades químicas muito semelhantes por que:<br />

a) O número atômico não varia muito do primeiro ao último elemento da<br />

b) As diferenças entre suas configurações eletrônicas ocorrem em orbitais<br />

c) Possuem massas atômicas próximas<br />

d) Todos possuem o orbital 4s preenchido<br />

e) Todos possuem peso atômico elevado<br />

As cinco questões seguintes são do tipo associação:<br />

a) Elemento de maior eletronegatividade<br />

b) Configuração eletrônica ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3S 2 , 3p 5<br />

(UFMG-67)<br />

c) Elemento cujos átomos possuem elétrons num nível de numero quântico<br />

maior envolvendo um nível parcialmente preenchido, de número quântico menor


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d) Elemento que se distingue do de número atômico imediatamente inferior<br />

por um elétron no nível 4f<br />

e) Elemento de maior tamanho atômico<br />

(493) Halogênio<br />

(494) Frâncio<br />

(495) Flúor<br />

(496) Lantanídeo<br />

(497) Elemento de transição<br />

379<br />

(MED GB-68)<br />

(498) A eletronegatividade dos elementos exprimem em última análise :<br />

a) Seu número de valência<br />

b) O diâmetro do seu átomo<br />

c) A avidez por elétrons<br />

d) A diferença entre o número de prótons e elétrons<br />

e) Nenhuma das anteriores<br />

(499) 0 enxôfre é circundado na Tabela Periódica pelo O, Se, Pe Cl.<br />

Então:<br />

a) P, S e Cl pertencem a um mesmo período<br />

b) S, O e Cl pertencem a um mesmo grupo<br />

c) S, Se e O formam uma tríada<br />

═════════════════<br />

(LINS-67)<br />

(MAUÁ-65)


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ATOMÍSTICA<br />

380<br />

capítulo 6


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

A CONCEITOS DE<br />

OXIDAÇÃO E REDUÇÃO<br />

A palavra oxidação nasceu do fenômeno químico "combinar-se com o oxigênio".<br />

Até hoje costuma-se dizer: "este parafuso oxidou-se" o que significa que o metal<br />

combinou-se com o oxigênio.<br />

Seja o átomo de cálcio combinando-se com o átomo de oxigênio.<br />

Ca + [O] --- Cao<br />

Como houve uma combinação com o oxigênio, diria-se: o cálcio oxidou-se.<br />

Com a descoberta da estrutura eletrônica, verificou-se que, quando um<br />

elemento combina-se com o oxigênio, aquele acaba perdendo elétrons para o oxigênio.<br />

De fato, na reação mencionada temos:<br />

381


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

adquirir:<br />

Como o leitor pode perceber, o cálcio perdeu 2 elétrons para o oxigênio.<br />

Dizemos que o cálcio oxidou-se e o oxigênio reduziu-se.<br />

Generalizando pode-se dizer:<br />

OXIDAR-SE é perder elétrons<br />

REDUZIR-SE e ganhar elétrons<br />

Vamos agora equacionar o fenômeno e reparem as cargas que os átomos irão<br />

Ca0 + [O] 0 ------ Ca ++O =<br />

Numa observação isolada para cada átomo temos:<br />

Reparem que, quando um átomo perde elétron,ele fica mais positivo.<br />

Chamemos, provisoriamente, a carga do átomo de NÚMERO DE OXIDAÇÃO (Nox.).<br />

Então, quando um átomo oxida-se ocorre aumento no seu número de oxidação.<br />

Analogamente para o oxigênio:<br />

Ocorrendo uma redução verifica-se diminuição do número de oxidação:<br />

Podemos dizer então que:<br />

O X I D A R - S E é perder e l é t r o n s ou aumentar o número de<br />

oxidação<br />

R E D U Z I R - S E é g a n h a r e l é t r o n s ou d i m i n u i r o número de<br />

oxidação<br />

382


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Num esquema gráfico,podemos representar do seguinte modo:<br />

(redução) o Nox do outro está aumentando (oxidação) .<br />

EXERCÍCIOS<br />

383<br />

óxido-redução - 6<br />

Quando um átomo<br />

oxida-se, existe outro que se<br />

reduz porque, óxido-redução<br />

é uma reação de transferência<br />

de elétrons.<br />

É como um sistema<br />

de recipientes interligados<br />

contendo água, como mostra<br />

a figura. Se o nível de um<br />

está abaixando, o nível do<br />

outro está subindo.<br />

(500) Quando o Fe++ passa a Fe+++ ocorreu uma:<br />

a) oxidação<br />

b) redução<br />

Se o Nox de um<br />

átomo está diminuindo<br />

(501) Existem reações de Óxido-redução na ausência de oxigênio?<br />

a) sim<br />

b) não<br />

(502) Quando o flúor gasoso F2 transforma-se em íon estável ocorre:<br />

a) oxidação<br />

b) redução<br />

c) nem oxidação nem redução


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384<br />

B OXIDANTES<br />

E REDUTORES<br />

O que se observou no item anterior é que uma reação de óxido-redução não é<br />

nada mais que uma transferência de elétrons.<br />

elétrons.<br />

Realmente, um átomo cede elétrons ao outro porque este quer receber esses<br />

Aquele,que quer receber os elétrons, é quem provoca a oxidação. Então, o<br />

receptor de elétrons é chamado OXIDANTE.<br />

Da mesma forma podemos falar em REDUTOR.<br />

O redutor deve provocar a redução de um átomo.<br />

O redutor deve perder elétrons para o outro átomo.<br />

Aquele que se oxida é o REDUTOR.<br />

Aquele que se reduz é o OXIDANTE.<br />

Isto ocorre porque a oxidação e a redução são simultâneas.<br />

0 fenômeno tem uma boa semelhança com o seguinte quadro humorístico:


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385<br />

óxido-redução-6<br />

Seja um assalto: Aquele que perde a "gaita" é quem foi assaltado. O<br />

assaltante é quem "recheou-se" com a "bolada". Então:<br />

elemento.<br />

Agora torna-se necessária uma generalização:<br />

Oxidam-se ou reduzem-se (perdem ou ganham elétrons) átomos de um<br />

Entretanto, quando se fala em oxidantes e redutores refere-se não só aos<br />

átomos dos elementos que perdem ou ganham elétrons, mas sim às moléculas e íons<br />

das SUBSTÂNCIAS que possuem esses átomos.<br />

Por exemplo:<br />

No KMnO4 , o manganês é capaz de ganhar elétrons. Então, o Mn é quem<br />

sofre a redução. Porém, por extensão, dizemos que o oxidante é o permanganato de<br />

potássio.<br />

jogo é o "time".<br />

É como num jogo de futebol. É o "jogador" quem marca o gol e quem ganha o<br />

É o átomo que perde ou ganha elétrons. Mas, o redutor ou oxidante é o "time"<br />

de átomos presentes na reação.<br />

Seja a reação abaixo onde já mencionamos os números de oxidação:<br />

oxidou-se: Fe<br />

reduziu-se: H<br />

oxidante: H2SO4 (por causa do H)<br />

redutor: Fe


o:<br />

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(503) Seja a reação:<br />

Qual átomo ou substância:<br />

a) oxidou-se<br />

b) reduziu-se<br />

c) oxidante<br />

d) redutor<br />

EXERCÍCIOS<br />

(504) Se a reação anterior fosse reversível, no sentido inverso, o oxidante seria<br />

a) Cl‾<br />

b) NaCl<br />

c) Br2<br />

d) Na +<br />

══════════════<br />

C NÚMERO DE<br />

OXIDAÇÃO (Nox)<br />

Suponhamos que um grupo de rapazes vão jogar "poker". Eles estão numa<br />

sala e cada um tem determinadas quantias no bolso.<br />

Por convenção, anotemos a quantia de cada um e atribuamos valor ZERO<br />

para todas, embora sejam quantias diferentes.<br />

Então, os indivíduos A, B, C, etc:<br />

A possui R$ 20,00 ... seu Nox = 0<br />

B possui R$ 8,00 ... seu Nox = 0 e assim sucessivamente.<br />

386


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387<br />

oxido-redução-6<br />

Agora eles já jogaram e uns "perderam" (oxidação) e outros "ganharam"<br />

(redução) . Cada "real lucrado ou perdido será contabilizado como uma unidade de<br />

Nox. Só que iremos adotar a seguinte convenção para os sinais de Nox: se alguém<br />

"ganha" o Nox será" negativo (-) e quando "perde" o seu Nox será positivo; isto porque<br />

os "reais" estão sendo comparados com elétrons. Estamos usando uma convenção<br />

contrária da habitual para contabilizar reais.<br />

com R$ 18,00.<br />

Suponhamos que um indivíduo "A" entrasse no jogo com R$20,00 a saísse<br />

A entra com R$ 20,00------ Nox = zero<br />

sai com R$ 18,00 ------ Nox = (+2)<br />

Suponhamos que o indivíduo "B" entrasse no jogo com R$8,00 saísse com<br />

R$ 10,00.<br />

B entra com R$ 8,00 ------ Nox = zero<br />

sai com R$ 10,00 ----- Nox = (-2)<br />

O que se percebe é que Nox representa o verdadeiro lucro ou perda, com uma<br />

convenção de sinais contrária da usual.<br />

Para os átomos, Nox representa lucros ou perdas de elétrons. Quando um<br />

átomo perde elétrons, ele fica eletricamente mais positivo e, teremos Nox positivo; se o<br />

átomo ganha elétrons terá Nox negativo.<br />

importante:<br />

a zero.<br />

No exemplo do cálcio combinando-se com oxigênio:<br />

Cálcio tinha 20 elétrons ------ Nox = zero<br />

ficou com 18 elétrons ------ Nox = (+2)<br />

Oxigênio tinha 8 elétrons ------ Nox = zero<br />

ficou com 10 elétrons ------ Nox = (-2)<br />

O Nox representa lucros e perdas de elétrons e, surge uma propriedade muito<br />

A soma algébrica dos Nox de todos os átomos de uma molécula é igual<br />

ΣNox = 0<br />

Isto decorre porque nenhum elétron pode ser criado ou destruido. Tivemos a<br />

primeira idéia de Nox. Para termos um conceito mais amplo de Nox iremos defini-lo<br />

em duas espécies de compostos:


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__________________<br />

1º.) Nox de íons<br />

______________________<br />

Como já vimos, Nox é 1ucro ou perda de elétrons e será, no caso de<br />

íons exatamente a carga do íon.<br />

Exemplos:<br />

(505) CaCl2<br />

(506) Al2(So4)3<br />

(507) PtS2<br />

═════════════<br />

EXERCÍCIOS<br />

Ca ++ ---- Nox = +2<br />

Cl ---- Nox = -1<br />

Al ---- Nox = +3<br />

So ---- Nox = -2<br />

Pt ---- Nox = +4<br />

S ---- Nox = -2<br />

Lembre-se que Nox é carga de apenas um íon e não a soma das cargas. Por<br />

exemplo, no CrI3 o Nox do iodo é -1 e não -3.<br />

Determine o Nox dos elementos abaixo assinalados:<br />

══════════════<br />

388


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_________________________________<br />

3b) Nox de átomos nas moléculas<br />

_______________________________________________<br />

389<br />

óxido-reducão – 6<br />

Quando se ligam 2 átomos de diferentes<br />

eletronegatividades por covalência, a nuvem de<br />

elétrons fica deslocada para o lado do átomo mais<br />

eletronegativo.<br />

No exemplo ao lado, o flúor atrairá mais<br />

o par eletrônico da ligação e, teremos uma<br />

polarização negativa para o flúor.<br />

Neste caso, embora haja maior domínio<br />

do par eletrônico pelo flúor, o hidrogênio não<br />

cedeu totalmente seu elétron.<br />

O número de oxidação, será calculado<br />

em base puramente hipotética.<br />

Suponhamos que haja separação desses<br />

átomos. Então, o flúor ficará com o par eletrônico<br />

de ligação, tornando-se "F‾", enquanto teremos<br />

"H + " do outro lado. Isto realmente irá acontecer<br />

quando, "HF" tomar parte nessa reação, por<br />

exemplo, com a água.<br />

Entretanto, mesmo antes da separação<br />

desses átomos, diremos que o número de<br />

oxidação do flúor é "-1" e, o do hidrogênio é "+1",<br />

pois estas seriam as cargas a serem adquiridas.<br />

Normalmente, esses Nox são calculados<br />

na própria fórmula estrutural, evitando-se a<br />

complexa representação eletrônica. Cada traço representa um par eletrônico de<br />

ligação.<br />

Escrita a fórmula estrutural, risca-se um limite entre os átomos, ficando com<br />

o par eletrônico da ligação (traço) o átomo mais eletronegativo.


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Na questão em foco, a separação do HF é feita com um limite de modo que o<br />

par de elétrons (traço) fique na região do flúor.<br />

Cada traço ganho por um átomo representa lucro de 1 elétron; cada traço<br />

ganho será uma unidade negativa de Nox.<br />

Ao contrário, cada traço perdido será um elétron a menos para o átomo e isto<br />

representará uma unidade positiva de Nox.<br />

elétrons.<br />

Nos outros casos, quem ficaria com o par eletrônico (traço)?<br />

Evidentemente o átomo mais eletronegativo dentre os que disputam os<br />

Lembremos da fila de eletronegatividade segundo Pauling:<br />

F O N, Cl Br S, I, C H<br />

4,0 3,5 3,0 2,8 2,5 2,1<br />

Vejamos alguns exemplos de cálculo de Nox.<br />

- Seja o Nox do carbono no clorofórmio (HCCI3).<br />

- Seja o Nox do cloro no Cl2.<br />

C1 ▬▬▬ C1<br />

Quando eles possuem mesma eletronegatividade, nenhum dos átomos sai<br />

1ucrando ou perdendo elétrons. Então o Nox será zero.<br />

Disso decorre imediatamente que:<br />

SUBSTÂNCIAS SIMPLES TÊM NÚMERO DE OXIDAÇÃO ZERO<br />

Seja o Nox do C ligado ao OH, no álcool abaixo:<br />

390


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dativa.<br />

normais.<br />

EXERCÍCIOS<br />

391<br />

óxido-redução – 6<br />

(512) Determine os Nox dos átomos assinalados nos seguintes compostos:<br />

(513) Quando o número de oxidação do oxigênio não é -2?<br />

a) O ligado ao hidrogênio<br />

b) O ligado ao flúor<br />

c) O ligado ao cloro<br />

d) O na forma de íon O =<br />

Examinemos agora o número de oxidação de um átomo que possui ligação<br />

Seja a molécula de SO2, onde temos uma ligação dativa e duas covalentes<br />

Na separação dos átomos, o oxigênio ficará<br />

com os elétrons das ligações.<br />

Então, o enxofre perderá 4 elétrons e seu<br />

Nox será +4, enquanto cada oxigênio terá Nox igual<br />

a -2.<br />

Observe que uma ligação dativa tem um<br />

par de elétrons só de um átomo. Em outras<br />

palavras, a "seta" vale por 2 elétrons. No desenho ao<br />

lado, o enxofre perdeu 2 "traços" (2 elétrons) e 1<br />

"seta" (2 elétrons).


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392<br />

Seja agora o monóxido de carbono que<br />

possui duas covalentes normais e uma dativa do<br />

oxigênio para o carbono.<br />

Na separação dos átomos o oxigênio ficará<br />

com os elétrons. Vê-se que o carbono perde 2<br />

elétrons por causa das ligações covalentes normais<br />

e nada perde por causa da dativa.<br />

Colocando agora num caso mais geral,<br />

para uma ligação dativa entre A e B,pode ou A ou<br />

B ficar com o par eletrônico da ligação dativa.<br />

De acordo com a representação ao lado, o<br />

par de elétrons é do átomo A.<br />

1º. caso:<br />

Se B for mais eletronegativo que A então B<br />

ficará com a"seta" e terá ganho 2 elétrons de A.<br />

2º. caso:<br />

elétrons. Neste caso, nenhum deles perde ou ganha elétrons.<br />

Se A for mais eletronegativo que B então A<br />

ficará com a"seta" e terá recuperado o par de<br />

Para visualizar de um modo mais prático, pense assim:<br />

O limite é a referência para sabermos se algum dos átomos está ganhando ou<br />

perdendo elétrons. Se a seta que era de A (2E de A) atravessou o limite, temos o 1º.<br />

caso e, realmente, A perdeu 2E, enquanto B ganhou 2E. Se a "seta" não atravessou o<br />

limite, não teremos nem ganho nem perda de elétrons.<br />

molécula.<br />

Agora já podemos dizer o que é número de oxidação de um átomo numa<br />

___________________________________________________________________________<br />

Número de oxidação de um átomo ligado por covalências normais ou<br />

dativas é a carga que este átomo deveria adquirir se ocorresse a separação de<br />

todos os átomos a ele ligados, ficando com os elementos mais eletronegativos<br />

os pares eletrônicos da ligação.<br />

____________________________________________________________________________


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EXERCÍCIOS<br />

(514) Calcular o Nox do enxofre no ácido sulfúrico.<br />

elétron.<br />

elétrons.<br />

393<br />

óxído-redução – 6<br />

- Na ligação O - S o enxofre perde 1<br />

- Na ligação S - O o enxofre perde 2<br />

O Nox do S será +6 (perda de 6<br />

elétrons). Reparem que isto não significa ter o<br />

S perdido realmente seis elétrons; significa<br />

apenas que os seis elétrons do enxofre estão mais no campo de influência do oxigênio<br />

que do próprio enxofre.<br />

Calcular os Nox dos elementos abaixo indicados:<br />

Nos exercícios procura-se calcular o Nox dos elementos por um processo mais<br />

rápido. Existem determinados elementos que possuem Nox característicos. Por<br />

exemplo, o oxigênio quando se liga a qual quer elemento (exceto F ou outro O) terá<br />

Nox_ = -2 pois, sendo mais eletronegativo que o outro, irá atrair os elétrons das<br />

ligações.<br />

Temos a seguir uma lista de elementos com Nox característicos.


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▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

a) substância simples O2, O3, N2, Na 0 , etc zero<br />

b) Alcalinos e H +1<br />

c) Alcalinos terrosos +2<br />

d) Halogênios (colocados na ponta direita) -1<br />

e) Chalcogênios (colocados na ponta direita) -2<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

Se num composto existe apenas 1 elemento de Nox desconhecido e, os<br />

restantes são elementos do quadro acima, então, pode-se aplicar aquela propriedade<br />

importante:<br />

Exemplo:<br />

Σ Nox = ZERO<br />

(520) No KMnO4, vamos calcular o Nox do Mn. O K é alcalino e Nox = +1. O<br />

O é chalcogênio,que na ponta direita vale -2.<br />

regra.<br />

(521) Seja o K2Cr207.<br />

Antes de prosseguirmos com os exercícios, vamos falar em alguns detalhes da<br />

Por que o halogênio ou chalcogênio precisa estar na "ponta direita" para ter<br />

números de oxidação -1 e -2 Respectivamente?<br />

Exemplo:<br />

394


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395<br />

óxido-redução-6<br />

É que, quando um halogênio está na "ponta direita", ele é o mais<br />

eletronegativo do agrupamento. No Na2PtCl6, o cloro é mais eletronegativo que o sódio<br />

e platina. Então, cada cloro ganha um elétron do átomo a ele ligado e terá Nox = -1.<br />

Se o cloro não aparecer na "ponta direita" é porgue existe algum átomo ainda<br />

mais eletronegativo. No NaC103 , o oxigênio é mais eletronegativo que o cloro e sódio,<br />

vê-se,então,que o oxigênio terá Nox = -2, pois cada átomo de oxigênio receberá 2<br />

elétrons.<br />

Confirmando:<br />

Os elementos F, Cl, Br e I terão Nox = -1 quando aparecerem<br />

na "ponta direita".<br />

Os elementos O, S, Se e Te terão Nox = -2 quando apareceram<br />

na "ponta direita".<br />

Uma particularidade muito importante é o Nox do hidrogênio. O número de<br />

oxidação do hidrogênio é +1 pois ele perde o elétron para o outro átomo que se liga.<br />

Somente nos hidretos de alcalinos e de alcalinos terrosos ele se transforma em íon H‾e<br />

tem Nox = -1.<br />

Exemplos:<br />

(522) NH3 NH4 + OH ‾ NA + H‾<br />

+1 +1 +1 -1<br />

EXERCÍCIOS<br />

Uma vez observadas as particularidades, vamos aos cálculos de Nox de<br />

elementos, aplicando a propriedade: ΣNox = O.<br />

Poderemos calcular de um modo mais simples.<br />

(523)<br />

Sabemos que o lado direito é negativo,<br />

enquanto o esquerdo é positivo. Examinando apenas as extremidades, vemos que o<br />

número de cargas negativas é maior, resultando Nox positivo para o elemento central<br />

(no caso Mn) .<br />

Abandonemos um pouco os sinais e, efetuemos as seguintes operações :


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iônicos.<br />

iônico.<br />

(524) Seja no K2Cr2O7.<br />

7x2 = 14 ... (menos 2) = 12 dividido por 2 . . . Nox=+6<br />

oxigênio k Cr2 Cr<br />

Calcule o Nox dos elementos assinalados por um círculo.<br />

(525) KNO3 (526) Na2SO4 (527) Na2S2O3<br />

О О О<br />

(528) CaSO3 (529) Ba2P2O7 (530) Na2B4O7<br />

О О О<br />

(531) Na2S4O6 (532) Fe 3O4 (533) Na3BO3<br />

О О О<br />

═══════════<br />

Vamos agora calcular o número de oxidação de átomos em agrupamentos<br />

1º. método:<br />

Baseia-se no cálculo direto do Nox.<br />

Seja o CIO3 - e calculemos o Nox do cloro.<br />

Agora a Σ Nox = carga do agrupamento<br />

De fato, o CIO3‾ vem do HCIO3.<br />

O Cl tem Nox +5 e o oxigênio -2.<br />

No íon C103 temos +5 + 3 x (-2) = -1 que é a carga do agrupamento<br />

(534)<br />

(535)<br />

EXERCÍCIOS<br />

396


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(536)<br />

2º. método:<br />

Calcula-se o Nox do ácido correspondente.<br />

Seja o CO3 = . Qual a diferença entre este íon e o H2CO3?<br />

397<br />

óxido-redução - 6<br />

Reparem que o Nox do elemento central não se altera quando se retiram<br />

apenas os H ionizáveis do ácido pois não mudou os átomos vizinhos do carbono.<br />

Então, calculando-se o Nox no ácido, teremos o solução.<br />

Exemplos<br />

EXERCÍCIOS<br />

Notem ainda que o número de traços (que representam cargas negativas) é o<br />

número de H ionizáveis do ácido correspondente.<br />

Para ânions oxigenados bastam:<br />

a) multiplicar o número de átomos de oxigênio por 2.<br />

b) subtrair o número de traços (que seriam átomos de H) que representa a<br />

carga negativa do ânion.<br />

Assim dispensa-se escrever o ácido correspondente.


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Nos exemplos anteriores:<br />

Se o ânion aparece com um cátion formando um sal, procede-se do<br />

mesmo modo. Antes devemos assinalar a carga do ânion.<br />

Exemplo:<br />

(543) Al2(SO4)3<br />

O<br />

EXERCÍCIOS<br />

Basta calcular S no SO4 = .<br />

2 x 4 = 8 menos . . . 2 ----- +6<br />

O carga<br />

Calcular os Nox assinalados:<br />

Se algum caso não se enquadra nestes particulares, então calcule o<br />

Nox pela definição.<br />

398


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(549) Seja o C no HCN.<br />

(550) Seja N numa amina primária.<br />

(556) Quando o íon sódio passa a sódio metálico houve uma:<br />

a) oxidação do íon<br />

b) redução do íon<br />

c) oxi-redução do íon<br />

d) auto oxi-redução<br />

(557) Na reação<br />

Cl2 + H2S---------- 2 HCI + S<br />

a) o Cl oxidou-se<br />

b) o S reduziu-se<br />

c) o H reduziu-se<br />

d) o Cl reduziu-se<br />

(558) Na reação anterior, o redutor é:<br />

a) Cl2 c) H2S<br />

b) H d) HC1<br />

399<br />

óxido-redução - 6


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(559) Não é reação de oxi-redução:<br />

a) CO + 1/2 O2 --- CO2<br />

b) NH3 + H20 --- NH4OH<br />

c) Fe + 2 HC1 --- FeCl2 + H2<br />

d) 2 KC1O3 --- 2 KC1 + 3 O2<br />

═════════<br />

Agora já temos uma noção geral de número de oxidação conceituado para<br />

íons e para átomos nas moléculas.<br />

Para os_átomos que obedecem a regra do octeto, o máximo número de<br />

oxidação é +7 , pois, no máximo, um átomo perderia 7 elétrons. Por outro lado, o<br />

menor número de oxidaçao é -7, quando o átomo ganha 7 elétrons.<br />

Normalmente, quando um átomo tem número de oxidação elevado +7, +6, por<br />

exemplo, este átomo tende a recuperar seus elétrons e facilmente recebe elétrons.<br />

Dizemos que este átomo sofre fácil redução e, portanto, o composto que possui aquele<br />

átomo é um bom oxidante.<br />

oxidante.<br />

Exemplos:<br />

No KMnO4 o Mn tem número de oxidação +7.<br />

Logo o permanganato de potássio é um ótimo oxidante.<br />

No K2Cr207o Cr tem número de oxidação +6 e o composto é também um bom<br />

EXERCÍCIOS<br />

(560) Entre os compostos abaixo, assinale o melhor oxidante:<br />

a) HCl<br />

b) NaClO<br />

c) HClO4<br />

d) Mn02<br />

Na prática, um bom oxidante ou bom redutor é reconhecido através dos seus<br />

potenciais de óxido-redução, que serão estudados no livro 3.<br />

══════════<br />

400


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

401<br />

óxido-redução - 6<br />

D AJUSTAMENTO<br />

DE COEFICIENTES<br />

PELO MÉTODO DE<br />

ÓXIDO REDUÇÃO<br />

Avisamos aos alunos que, antes de estudar este item, é melhor recapitular o<br />

ajustamento de coeficientes pelo método das tentativas, apresentado no livro<br />

Química-Geral volume 1.<br />

O método de óxido-redução fundamenta-se em:<br />

NUMERO TOTAL DE NÚMERO TOTAL DE<br />

=<br />

ELÉTRONS CEDIDOS ELÉTRONS RECEBIDOS<br />

Primeiro, vamos apresentar a regra prática para o ajustamento de<br />

coeficientes. A seguir, discutiremos porque podemos efetuar esses cálculos.<br />

1º. exemplo:<br />

Seja a equação:<br />

K2Cr2O7 + HBr -------- KBr + CrBr3 + H20 + Br2<br />

1 a. operação:<br />

Descobrir todos os elementos que sofreram oxidação ou redução, isto é,<br />

mudaram de Nox. Olhando a equação consegue-se "desconfiar" de certos elementos,<br />

pois aqueles que variam o Nox quase sempre mudam de posição.<br />

fato:<br />

Por exemplo:<br />

Não precisamos "desconfiar" do K, pois ele sempre está do lado esquerdo.<br />

Mas deve-se reparar que o Cr passou da posição central para a esquerda. De


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Outro elemento é o Br, pois aparece na forma de substância simples.<br />

Calculemos agora as variações de Nox desses elementos e que chamaremos<br />

de A. Teremos 2 ramais: oxi e red.<br />

A seguir desenham-se 2 quadros onde devemos colocar uma substância do<br />

ramal oxi e uma substância do ramal red.<br />

- para o red K2Cr2O7 ou CrBr3<br />

- para o oxi HBr ou Br2<br />

Mas, nem sempre a substância pode ser colocada no quadro. Deve-se fazer a<br />

seguinte pergunta:<br />

SERVIRÁ..<br />

a) Para o ramal red:<br />

O elemento deste ramal é o Cr. Pergunte: tem algum cromo fora do ramal?<br />

- NÃO - então, tanto o K2Cr207 como o CrBr3 podem ser colocados no quadro.<br />

b) Para o ramal oxi:<br />

Os candidatos para o ramal oxi são: HBr com Br = (-1) e Br2 com Br = (0) .<br />

Tem algum Br fora do ramal oxi? - SIM - então apenas um dos candidatos<br />

Qual é o Nox do Br fora do ramal oxi? É (-1) , pois o são em KBr e em CrBr3.<br />

Então, o candidato que tem Br=(-1) NÃO PODE ser colocado no quadro.<br />

402


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Conclusão:<br />

Apenas o Br2 pode ir no quadro.<br />

Os quadros, após receberem as substâncias, ficam assim:<br />

403<br />

óxido redução-6<br />

Uma vez colocadas as substâncias nos quadros, deve-se multiplicar o ∆ pela<br />

atomicidade do elemento que está no quadro.<br />

A seguir, dá-se uma INVERSÃO dos resultados obtidos e simplifica-se<br />

quando possível. Teremos os coeficientes das substâncias colocadas nos quadros.<br />

Agora, colocam-se os coeficientes na equação e ajustam-se outros<br />

coeficientes pelo método das tentativas.<br />

2º. exemplo: Seja a equação:


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Para colocar nos quadros:<br />

a) Do ramal oxi: Cu ou Cu(NO3)2<br />

b) Do ramal red: somente o NO. Não podemos colocar HNO3, porque N com<br />

Nox = +5 repete fora do ramal (exatamente no Cu(NO3)2).<br />

A seguir, ajustando-se pelo método das tentativas:<br />

8 HNO3 + 3 Cu--- 3 Cu(N03)2 2 NO + 4 H20<br />

As regras para o ajustamento de coeficientes pelo método oxi-redução são:<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

a) Descobrir todas as mudanças de números de oxidação.<br />

b) Traçar os ramais oxi e red e calcular as variações ∆.<br />

c) Escolher uma substância do ramal oxi e uma substância do ramal<br />

red para colocá-las nos quadros. É necessário que os Nox dos elementos<br />

colocados nos quadros não repitam em nenhum lugar na equação. São Nox<br />

exclusivos para cada elemento.<br />

d) Multiplicar o ∆ de cada elemento pela respectiva atomicidade que se<br />

encontra dentro do quadro.<br />

e) Dar a inversão dos resultados para se determinar os coeficientes.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

3º. exemplo:<br />

Agora iremos ajustar os coeficientes de uma equação e logo em seguida<br />

justificaremos o método.<br />

404


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

red nos ramais.<br />

perdidos.<br />

Para KMnO4 - serve<br />

os MnCI2 - serve<br />

405<br />

óxido-redução – 6<br />

quadros HCl - não serve porque Cl com (-1) repete fora do ramal oxi.<br />

C12 - serve<br />

JUSTIFICAÇÃO DA REGRA PRÁTICA<br />

Vamos colocar incógnitas nas substâncias da equação e traduzir o que é oxi e<br />

Vamos calcular, em função dessas incógnitas, o total de elétrons recebidos e<br />

a) elétrons recebidos<br />

Pode ser calculado no x KMnO4, ou b MnCl2.<br />

No x KMNO4:<br />

Cada Mn perdeu 5(E); são x átomos ---—> 5 x elétrons<br />

No b MnCI2;<br />

Cada Mn perdeu 5(E); são b átomos---—> 5 b elétrons<br />

b) elétrons perdidos<br />

Tentaremos calcular no y HC1.<br />

Cada Cl perdeu 1 (E); mas não são "y" átomos que perdem elétrons; apenas<br />

uma parcela de "y", que não sabemos, é que perde:


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Como se vê, não se pode calcular o total de elétrons em função de "y",<br />

exatamente porque existem aí Cl com (-1) que nada sofrem e irão repetir seu Nox fora<br />

do ramal.<br />

Calculemos no d CI2<br />

Cada Cl perdeu 1 (E) ; são 2d átomos ----- 2d elétrons.<br />

Já que calculamos o total de elétrons ganhos e elétrons perdidos em função<br />

das incógnitas, podemos igualar estas quantidades pois o princípio básico do método<br />

é:<br />

elétrons perdidos = elétrons ganhos<br />

Igualando os elétrons calculados no xKMnO4 e no dCI2 temos:<br />

x KMnO4 ---------- 5x elétrons<br />

d Cl2 ---------- 2d elétrons<br />

Como 5x = 2d<br />

Examinemos o dispositivo prático do ajustamento:<br />

Para o KMnO4<br />

0 significado real é:<br />

∆ = 5 elétrons ganhos x 1 átomo de Mn = 5 elétrons ganhos por molécula<br />

Sendo x moléculas temos:<br />

Analogamente:<br />

Total de elétrons ganhos = 5x<br />

∆ = 1 elétron perdido x 2 átomos de Cl = 2 elétrons perdidos por molécula<br />

Sendo d moléculas temos:<br />

Total de elétrons perdidos 2d.<br />

406


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

407<br />

óxido-redução-6<br />

Como já vimos, igualando elétrons ganhos = elétrons perdidos teremos<br />

X = 2 e d = 5.<br />

Os valores de x e d são inversamente proporcionais aos números de elétrons<br />

transferidos em cada molécula.<br />

Acompanhemos novamente o esquema prático:<br />

0 que justifica o dispositivo utilizado para o ajustamento por oxi-redução.<br />

4º. exemplo:<br />

Examinemos a seguinte equação:<br />

Cl2 + NaOH -- NaCl + NaC1O3 + H2O<br />

Para se descobrir as mudanças de Nox, observe os elementos que mudaram<br />

de posição. Não resta dúvida de que o cloro, de Nox = zero, tomou posições de<br />

diferentes Nox.<br />

Observação:<br />

0 "H" é o único elemento que não respeita posições de eletro-negatividade<br />

numa fórmula. Então, mesmo que ele mude de posição, suponha que nada tenha<br />

acontecido ao "H" e que seu Nox é igual a (+1).<br />

Trata-se de uma auto-oxiredução e o Cl2 é um auto-oxidante-redutor. Neste<br />

caso, deve-se colocar nos quadros o NaCl e o NaClO3 Tente justificar porque o Cl2 não<br />

pode ser colocado em nenhum dos quadros!<br />

Então:


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redução.<br />

oxidam.<br />

A seguir, aplicando o método das tentativas temos:<br />

3 C12 + 6 NaOH ------- 5 NaCl + 1 NaC1O3 + 3 H2O<br />

EXERCÍCIOS<br />

Ajustar os coeficientes das seguintes equações pelo método de oxi-<br />

(561) P + HNO3 + H2O H3PO4 + NO<br />

(562) As2S5 + HNO3 + H20 H2S04 + HaAsO4 + NO<br />

(563) KMnO4, + FeSO4 + H2SO4 Fe2(SO4)3 + K2SO4 + MnSO4 + H2O<br />

(564) CrCl3 + NaC103 + NaOH Na2CrO4 + NaCl + H20<br />

(565) K2Cr207 + H2S + H 3PO4 K3P04 + CrPO4 + S + H2O<br />

(566) CuS + HNO3 Cu(NO3)2 + S + NO + H2O<br />

(567) KMnO4, + H2S03 MnSO4 + K2SO4 + H2SO4 + H2O<br />

(568) N2H4 + KIO3 + HC1 N2 + IC1 + KC1 + H2O<br />

(569) KCIO3 + H2SO4 HCIO4 + C102 + K2SO4 + H2O<br />

(570) Bi2O3 + NaClO + NaOH NaBiO3 + NaCl + H2O<br />

(571) KC103 + As2O3 + K2CO3 KCl + K3AsO4 + CO2<br />

______________________________________________________<br />

4ª. Óxido Redução com 3 elementos<br />

______________________________________________________<br />

Existem substâncias que apresentam simultaneamente 2 elementos que se<br />

408


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Exemplos:<br />

409<br />

óxido-redução-6<br />

Quando aparecem substâncias desse tipo num ajustamento de coeficientes,<br />

devemos considerar os 2 elementos que se oxidaram somando o total de elétrons<br />

perdidos pela molécula.<br />

5º. exemplo:<br />

Um dos quadros é somente para substância contendo elemento oxi e o outro<br />

quadro i para red. Então, pelo dispositivo:<br />

coeficientes:<br />

Prosseguindo o ajustamento pelo método das tentativas encontraremos os<br />

3, 28, 4 9, 6, 28<br />

Resolveremos a mesma equação aplicando diretamente:<br />

elétrons perdidos = elétrons recebidos<br />

Admitindo os coeficientes x, y, z a, b, c


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Átomos de As: 2x ou b<br />

Átomos de S : 3x ou a<br />

Átomos de N : y ou c<br />

Então podemos escrever 2b + 8a = 3c. Mas esta igualdade possui 3<br />

incógnitas e não poderemos calcular a proporção entre elas.<br />

Procuremos escrever a igualdade que usa somente 2 incógnitas.<br />

4x + 24 x = 3y<br />

28 x = 3y<br />

Donde para x = 3 teremos y = 28.<br />

Esta resolução foi exatamente reproduzida pelo dispositivo prático.<br />

Resumindo:<br />

Quando aparecer 3 elementos com mudanças de Nox, coloque num quadro a<br />

substância que já apresenta 2 elementos. Contabilize os elétrons para os 2 elementos<br />

e some-os para calcular o coeficiente.<br />

EXERCÍCIOS<br />

Ajustar os coeficientes das seguintes equações:<br />

(572) Crl3 + KOH + Cl2 K2CrO4 + KIO4 + KCl + H2O<br />

(573) KMnO4, + FeC2O4 + H2SO4 K2SO4 + MnSO4, + Fe2 (SO4) 3 + CO2+H2O<br />

410


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(574) KMnO4 + Fe (NO2) 2+H2SO4 K2SO4+MnSO4+Fe2 (SO4) 3+HNO 3+H2O<br />

(575) Cu2S + HNO3 CuSO4 + Cu(NO3)2 + H2O + NO<br />

______________________________________________________<br />

4b) Presença da água oxigenada - H2O2<br />

_____________________________________________________________<br />

A água oxigenada tem a versatilidade de atuar como oxidante ou como<br />

redutor, dependendo dos outros reagentes.<br />

O oxigênio do H2O2 tem Nox = (-1). Quando aparecer O2 (zero) como produto é<br />

porque houve oxidação do oxigênio. Se não aparecer O2 provavelmente, o oxigênio<br />

aparece entre os produtos da reação na forma de H2O com oxigênio (-2) e então,<br />

ocorreu uma redução.<br />

Para saber se o oxigênio do H2O2 sofreu oxi ou red, verifique o outro elemento.<br />

Existem duas alternativas para traçar os ramais:<br />

a) Um outro elemento na reação sofreu redução.<br />

Então, o oxigênio será oxi e puxaremos o ramal de H2O2 para O2.<br />

b) Um outro elemento sofreu oxidação.<br />

Agora o oxigênio será red e o ramal será de H2O2 para H2O.<br />

Na hora de escolher as substâncias para colocá-las nos quadros,<br />

411


O2.<br />

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sempre deve-se colocar H2O2 num dos quadros.<br />

Isto porque o oxigênio (-1) não repete nunca nas reações de oxi redução.<br />

6º. exemplo:<br />

Como o Mn sofreu red devemos puxar um ramal oxi, ou seja, do H2O para o<br />

Continuando o ajustamento pelo método das tentativas,teremos:<br />

2, 5, 3 1, 2, 8, 5<br />

══════════════<br />

EXERCÍCIOS<br />

(576) K2Cr2O7 + H2O2 + H2SO4 K2SO4 + Cr2(SO4)3 + H2O + O2<br />

(577) CrCl3 + H2O2 + NaOH Ha2CrO4 + NaCl + H2O<br />

(578) As2S5 + H2O2 + NH4OH (NH4)2SO4 + (NH41)3 AsO4 + H2O<br />

(579) As2S3 + H2O + NH4OH (NH4)2SO4 + (NH4)3AsO4 + H2O<br />

412


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4c) Equações iônicas<br />

Quando as reações se efetuam em soluções aquosas, as equações iônicas<br />

possuem um sentido mais real.<br />

Por exemplo, a reação de NaOH (aquoso) com HCl (aq) é:<br />

OH ‾ + H + H2O<br />

Desde antes da reação, o Na + e Cl ‾ estavam livres e continuam livres, portanto<br />

não participam diretamente da reação.<br />

Para ajustar os coeficientes das equações iônicas, procede-se do mesmo modo<br />

que nos casos anteriores. A seguir aplica-se o método das tentativas e, no final,<br />

somente para conferir, deve-se verificar se as CARGAS também estão balanceadas.<br />

AVISO AOS ESTUDANTES:<br />

É bom recapitular o cálculo de Nox nos agrupamentos iônicos.<br />

7º. exemplo:<br />

Ajustando,agora; pelo método das tentativas:<br />

1 Cr2O7 = + 6 Cl‾ + 14 H + 2 Cr +++ + 7 H2O + 3C12<br />

Vamos ver se as cargas conferem:<br />

Se, por acaso, durante o ajustamento por tentativas aparecer dificuldades<br />

413


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em continuar, coloque x (uma incógnita) como coeficiente de um íon ainda<br />

não ajustado. Calcula-se x pelas cargas e prossegue-se o ajustamento por tentativas.<br />

Exemplo:<br />

Ajustando pelo método das tentativas:<br />

1 Cr2O7 = + 3 H2O2 + H+ 2 Cr +++ + H2O + O 2<br />

Faltam os coeficientes de H + , H2O e O2.<br />

Coloque x para o H + e calcule x pelas cargas:<br />

Substituindo x = 8 teremos 7 H2O e 3 O2.<br />

═════════════<br />

EXERCÍCIOS<br />

Ajustar, pelo método de oxi-redução, as seguintes equações iônicas:<br />

(580) MnO4‾ + S03 = + H + Mn ++ + SO 4 + H 2 O<br />

(581) NO3 ‾ + I2 + H + IO3 ‾ + NO2 + H20<br />

(582) Zn. + N03 ‾ + H + Zn + + + NH4 + + H20<br />

414


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(583) AsO4 = + Zn + H + Zn ++ + H20 + AsH3<br />

(584) Bi +++ + SnO 2 + OH ‾ SnO3 = + H20 + Bi<br />

(585) Co + + + BrO - + H + Co +++ + Br2 + H2O<br />

415<br />

óxido-redução – 6<br />

(586) [Fe(CN)6] ≡ + H2O2 + OH - [Fe(CN)6] == + H2O + O2<br />

═══════════════════<br />

E MONTAGEM<br />

DE EQUAÇÕES<br />

DE ÓXIDO – REDUÇÃO<br />

Para escrever diretamente uma equação de oxi-redução seria muito<br />

complicado e praticamente teríamos que "decorar" todas as reações.<br />

Foi idealizado um processo totalmente teórico admitindo-se que numa oxi-<br />

redução existem as seguintes "partes" da reação:<br />

a) Decomposição do oxidante<br />

b) Reação do redutor<br />

c) Reações complementares<br />

Por exemplo, seja a reação:<br />

KMnO4, + HC1 <br />

Embora na prática não se observem as "partes" da reação, pode-se imaginar<br />

que ocorreram as seguintes etapas:<br />

a) Decomposição do oxidante:<br />

2 KMnO 4 K2O + 2 MnO + 5 [O]<br />

b) Reação do redutor com [O]<br />

2 HC1 + [O] H2O + Cl2


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que multiplicado por 5 para "aproveitar" os 5 [O] vindos da primeira reação:<br />

10 HC1 + 5 [O] 5 H2O + 5 Cl2<br />

c) Reações complementares<br />

São as reações que acompanham a oxi-reduçao. No caso, os óxidos K2O e<br />

MnO reagem com HC1.<br />

real.<br />

2 HC1 + K2O 2 KC1 + H2O<br />

2 HC1 + MnO MnCl2 + H2O<br />

É preciso ainda acertar os coeficientes.<br />

Podemos montar as equações para depois somá-las e determinar a equação<br />

Vamos seguir a regra:<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

a) Escrever a decomposição do oxidante.<br />

b) Escrever a equação do redutor + [O].<br />

c) Assinalar todos os óxidos metálicos que reagirão com ácidos e produzirão<br />

sal + água.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

No caso anterior:<br />

Para ajustar os coeficientes procure:<br />

1) Ajustar primeiro cada equação parcial.<br />

2) Só depois é que devemos ajustar a substância que surgiu numa equação e<br />

que será consumida na outra.<br />

por 2.<br />

Por exemplo: a última equação foi assim começada:<br />

2 HC1 + MnO MnCl2 + H2O<br />

Como existem 2 MnO na 1a. equação, então, foi multiplicada to da equação<br />

416


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

4 HC1 + 2 MnO 2 MnC12 + 2 H2O<br />

Vejamos outro exemplo:<br />

K2Cr2O7 + NaBr + H2SO4 <br />

417<br />

óxido-redução - 6<br />

OBS : O H2SO4 somente atua como oxidante quando concentrado e a<br />

quente e se não existir nenhum outro oxidante para a reação. Trata-se de um<br />

ácido muito fixo e geralmente sua função é:<br />

Existem outras formas de interpretar reações de oxido-redução. Esta é<br />

apenas uma dessas formas; todas são formas teóricas.<br />

Para que o leitor possa "montar" equações de óxido-redução é preciso saber<br />

uma lista de decomposição de oxidantes e outra lista de redutores reagindo com [oj.<br />

Os principais oxidantes e suas respectivas decomposições são:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

temperatura.<br />

básico.<br />

8) 2 KMnO4 meio ácido K2O + 2 MnO + 5 [O]<br />

9) 2 KMnO4 meio básico K2O + 2MnO2 + 3 [O]<br />

10) K2Cr2O7 ácido K2O + Cr2O3 + 3 [O]<br />

11) 2 Na3BiO4 3 Na2O + Bi2O3 + 2 [O]<br />

12) KC103 KC1 + 3 [O]<br />

13) NaClO NaCl + [O]<br />

14) NaN03 NaNO2 + [O]<br />

Observe que a maioria dos oxidantes produzem óxidos ± [O].<br />

O HN03 possui decomposições diferentes conforme a concentração e<br />

O KMnO4, possui decomposições diferentes conforme o meio seja ácido ou<br />

Sugerimos "decorar" apenas as equações: 4, 5, 7, 8, 9 e 10. Essas<br />

decompõem-se em óxido + óxido + [O] .<br />

Os principais redutores e suas reações com [O] são:<br />

1) H2S + [O] H2O + S<br />

2) H2O2 + [O] H2O + O2<br />

3) 2 HX + [O] H2O + X2 (X = Cl, Br e I)<br />

4) 2 NaX + [O] Na2O + X2<br />

5) H2S + 4 [O] H2SO4<br />

6) SO2 + [O] SO3<br />

7) PbCl2 + [O] + 2 HC1 PbC14 + H2O<br />

8) 2 FeSO4 + [O] + H2SO4 Fe2(SO4)3 + H2O<br />

9) H2C2O4 (oxálico) + [O] 2 CO2 + H2O<br />

10) Me (metal) + [O] Me2O (Me monovalente)<br />

11) Na2C2O4 + [O] Na2O + 2 CO2<br />

418


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

419<br />

óxido-redução-6<br />

A seguir, resolveremos algumas montagens. Em seguida, pediremos aos<br />

alunos que tentem "montar" de novo as equações já apresentadas aqui para depois<br />

enfrentar os exercícios propostos.<br />

(589) K2Cr2O7 + HBr <br />

EXERCÍCIOS<br />

(590) KMnO4 + H2SO4 + Kl <br />

(591) K2Cr207 + H2SO4 + NaCl <br />

(592) MnO2 + H2SO4 + FeSO4 <br />

(593) KMNO4 + H2SO4 + H2O2 <br />

(594) K2Cr207 + H2SO4 + Na2C2O4 <br />

(595) HNO3 + Hg - COnC. <br />

(596) HN03 + Zn muito diluído <br />

(597) H2SO4 + Ag COnC. <br />

∆<br />


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(598) Quantos elétrons são recebidos por uma fórmula-grama de<br />

permanganato de potássio ao agir como oxidante em meio alcalino?<br />

redução?<br />

a) 6,02 x 10 23 d) 12,04 x 10 22<br />

b) 180,6 x 10 22 e) 20,06 x 10 22<br />

c) 30,1 x 10 23<br />

(599) 0 cloro apresenta número de oxidação cinco nos:<br />

a) Cloretos d) Cloratos<br />

b) Hipocloritos e) Percloratos<br />

c) Cloritos<br />

(600) Qual dos seguintes ânions apresenta o maior poder redutor?<br />

a) F‾ c) Br‾<br />

b) Cl‾ d) I‾<br />

420<br />

POL1-68<br />

POLI-68<br />

POLI-66<br />

(601) Qual das afirmações abaixo é FALSA em relação a reações de Óxido-<br />

a) O número de elétrons perdidos pelos átomos "redutores" é igual ao número<br />

de elétrons ganhos pelos átomos "oxidantes"<br />

b) O oxidante se reduz e o redutor se oxida<br />

c) Um bom oxidante é também um bom redutor<br />

d) Na eletrólise, num elétrodo ocorre uma redução enquanto que no outro se<br />

processa uma oxidação<br />

e) Um bom oxidante depois de reduzido torna-se um mau redutor<br />

(602) Qual das reações abaixo equacionadas não é de Óxido-redução:<br />

a) HC1 + LiOH LiCl + H20<br />

b) Mg + 2 HC1 MgCl2 + H2<br />

c) Zn + CuCl2 ZnCl2 + Cu<br />

d) SO2 + 1/2 O2 SO3<br />

e) SnCl2 + 2 FeCl3 SnCl4 + 2 FeCl2<br />

ITA-64<br />

ITA-66


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

421<br />

óxido-redução - 6<br />

(603) A equação química: 5 SO3 - - + 2 MnO4‾ + X 5 SO4 - - + 2 Mn + Y<br />

está correta se:<br />

a) X = 6 H + ; Y = 3 H2O d) X = 6 H + ; Y = 3 0H‾+ 3/2 H2<br />

b) X = 3 H2; Y = 3 H2O e) X = 3 H2O ; Y = 3 0H ‾<br />

c) X = 2 OH‾; Y = H2O + 2 O2<br />

ITA-68<br />

Acerte os coeficientes de cada uma das equações abaixo, correspondentes às<br />

questões 604, 605 e 606, reduzindo-os aos menores números inteiros possíveis.<br />

Selecione, entre os cinco números abaixo relacionados, aquele que corresponde ao<br />

coeficiente da substância cuja fórmula está sublinhada.<br />

a) 1 d) 4<br />

b) 2 e) 5<br />

c) 3<br />

(604) Fe + H2O Fe3O4 + H2<br />

(605) Na + H2O NaOH + H2<br />

(606) MnO4‾ + H + + Cl‾ Mn ++ Cl2 + H2O<br />

CESCEM-68<br />

As questões 607 e 608 relacionam-se com a seguinte informação: sejam<br />

quatro metais A, B, C e D e seus cátions respectivos A + , B + e D + . Mergulham-se,<br />

sucessivamente, lâminas de cada um dos metais acima em tubos de ensaio contendo<br />

cada um uma solução de um sal cujo cátion é um dos citados: Os resultados<br />

observados se acham reunidos na tabela abaixo:<br />

- não se observa nenhuma reação<br />

d ocorre deslocamento de tipo análogo ao que se observa quando uma lâmina<br />

de cobre e mergulhada numa solução de nitrato de prata (ou uma lâmina de zinco é<br />

mergulhada numa solução de sulfato de cobre)


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(607) Qual é o melhor oxidante?<br />

a) Metal A d) Íon B +<br />

b) Íon A + e) Metal C<br />

c) Metal B<br />

(608) Qual é o melhor redutor?<br />

a) Metal A d) Metal D<br />

b) Íon A + e) Íon D +<br />

c) Metal C<br />

(609) Na equação de óxido-redução abaixo indicada:<br />

Cl2 + OH‾ Cl ‾ + 1 C1O3‾ + H2O<br />

422<br />

CESCEM-68<br />

sendo mantido o coeficiente 1 para íon C103 ‾, qual será a soma<br />

de todos os coeficientes para a equação balanceada?<br />

a) 5 d) 12<br />

b) 6 e) 18<br />

c) 9<br />

CESCEM-68<br />

(610) Os números de oxidação corretos dos elementos sublinhados em cada<br />

um dos compostos e íons relacionados abaixo<br />

MgSiO3 , BrF3 , NaClO2 , UO3 , HSO3 ‾ , HSO4‾," Mno4 2 ‾ ,<br />

KBrO3 são respectivamente:<br />

a) +1, + 4, +5, +6, +2, + 4, +7, +5<br />

b) +2, +3, +4, +5, +4, +6, +6, +5<br />

c) +2, +3, +3, +6, +4, +6, +6, +5<br />

d) +4, +3, +3, +6, +5, +7, +8, +5<br />

e) +3, +3, +6, +7, +4, +6, +7, +7<br />

CESCEM-69<br />

(611) Na reação abaixo indicada, sendo mantido o coeficiente<br />

1 (um) para o íon IO3 , qual será a soma de todos os coeficientes<br />

para a equação balanceada:<br />

Cr(OH)3+ 1 I03 ‾ + 0H‾ CrO4 ‾ ‾+ I‾ + H2O<br />

a) 8 d) 15<br />

b) 10 e) 20<br />

c) 12<br />

CESCEM-69


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

423<br />

óxido-redução – 6<br />

(612) A reação de carbono com ácido nítrico dá-se de acordo com a equação<br />

C + HNO3 CO2 + NO2 + H20<br />

ainda não balanceada. Acertando-se os coeficientes da equação com os<br />

menores números inteiros possíveis, a soma de todos os coeficientes da equação será:<br />

a) 5 d) 12<br />

b) 7 e) 16<br />

c) 9<br />

carbono (C2F4)<br />

SANTOS-68<br />

(613) Qual o número de oxidação do carbono na molécula de tetra-flúor-<br />

a) -2 c) + 4<br />

b) +2 d) nenhum citado<br />

(614) Na reação:<br />

FEI-67<br />

AS2S3+ 14 H2O + 12 NH4OH 2 (NH4 )3AsO4 + 3 (NH4)2SO4+ 20 H20<br />

pergunta-se quais sâo os doadores de elétrons:<br />

a) Os átomos de arsênio c) Átomos de arsênio e enxofre<br />

b) Os átomos de oxigênio d) Nenhuma das respostas citadas<br />

(615) Na reação Ag2O + H2O2 2 Ag + H2O + O2, a água oxigenada<br />

a) Tem ação oxidante<br />

FEI-67<br />

b) Tem ação redutora c) Não tem ação oxidante nem redutora<br />

(616) Na óxido-redução:<br />

a) O oxidante é a substância que cede elétrons<br />

b) O redutor é a substância que cede elétrons<br />

c) O oxidante sofre aumento do número de valência<br />

d) O redutor é a substância que se reduz<br />

FEI-68<br />

FM SANTA CASA-64


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(617) Em qual dos compostos abaixo não tem o oxigênio um estado ou<br />

número de oxidação de -2?<br />

a) ZnO d) H2O2<br />

b) NO e) Nenhuma resposta anterior<br />

c) CIO‾<br />

424<br />

FM SANTA CASA-68<br />

(618) Qual dos seguintes agentes oxidantes incorpora maior número de<br />

elétrons por átomo, em meio ácido?<br />

a) CH2O d) MnO4‾<br />

b) Cr207 = e) Nenhuma resposta anterior<br />

c) Fe +3<br />

(619) Dada a equação sob a forma iônica:<br />

MnO4 ‾ + H2C2O4 + H + Mn 2+ + CO2 + H2O<br />

Qual o valor dos coeficientes de: H+ e CO2 ?<br />

a) 3 e 5 d) 16 e 10<br />

b) 16 e 5 e) 22 e 15<br />

c) 6 e 10<br />

FM SANTA CASA-68<br />

EE S.CARLOS-68<br />

(620) Quais os mais prováveis números de oxidação do bromo nos<br />

compostos: mono-cloreto de mono-bromo e pentóxido de di-bromo?<br />

a) -1 e +1 d) -1 e +10<br />

b) -1 e +5 e) sempre -1<br />

c) +1 e +5<br />

(621) Dos elementos abaixo qual será o melhor redutor:<br />

a) K d) Ag<br />

b) Fe e) Pt<br />

c) Zn<br />

(622) Na reação esquematizada pela equação<br />

3 Cl2 + 8 NH3 6 NH4,Cl + N2<br />

EE S.CARLOS-68<br />

EE S.CARLOS-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

a) CI2 e NH3 agem,respectivamente, como oxidante e redutor<br />

b) O CI2 funciona como redutor e o NH3 como oxidante<br />

c) É impossível distinguir um oxidante e um redutor<br />

(623) Os coeficientes para a equação<br />

425<br />

óxido-redução – 6<br />

ÁLVARES PENTEADO-68<br />

MnO4‾ + Fe 2+ + H + Mn 2+ + Fe 3+ + H2O são:<br />

a) 1, 3, 8, 1, 3, 4 d) 1, 3, 6, 1, 3, 3<br />

b) 2, 5, 8, 2, 5, 4 e) 2, 4, 8, 2, 4, 4<br />

c) 1, 5, 8, 1, 5, 4<br />

(624) 0 número de oxidação do manganês no composto Al2 (MnO4)3 é:<br />

a) +3 c) +6<br />

b) +4 d) +7<br />

CAMPINAS-67.<br />

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA USP-68<br />

(625) Qual das seguintes equações representa a oxidação do íon<br />

a) Cu + + e‾ Cu° c) Cu° Cu + + e‾<br />

b) Cu + + e‾ Cu ++ d) Cu + Cu ++ + e‾<br />

(626) Na equação corretamente balanceada<br />

MnO2 + HCl MnCl2 + Cl2 + H2O<br />

a soma de todos os coeficientes é igual a:<br />

a) 5 c) 11<br />

b) 9 d) 12<br />

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA USP-68<br />

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA USP-68<br />

(627) Qual das seguintes reações não é nem uma oxidação nem uma redução:<br />

a) Formação de dióxido de enxofre a partir de enxofre<br />

b) Reação de ferro com enxofre<br />

c) Formação de sulfato de ferro (II) pela reação de ferro com uma solução<br />

de sulfato de cobre<br />

d) Formação de água pela reação de hidróxido de sódio com<br />

ácido nítrico<br />

FILOSOFIA USP-67


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(628) Qual o número de oxidação do bromo no KBrO3?<br />

a) +4 c) +1<br />

b) -5 d) +5<br />

(629) Redutor é o agente que<br />

a) Cede eletrontes d) Cede oxigênio<br />

b) Capta eletrontes e) Capta hidrogênio<br />

c) Cede protontes<br />

426<br />

GEOLOGIA USP-64<br />

MED GB-66<br />

(630) Um elemento X age sobre um elemento Z. O elemento Z passa<br />

da valência -3 para a valência -1. Desta maneira:<br />

a) Z captou elétrons de X d) X e Z trocam elétrons<br />

b) X captou elétrons de Z e) X e Z captam elétrons<br />

c) X e Z cedem elétrons<br />

(631) Diz-se que um elemento se oxida quando ele perde elétrons<br />

PORQUE a perda de elétrons aumenta a carga do núcleo.<br />

(632) Os números de oxidação do cloro nos compostos, NaCl,<br />

NaClO, NaC103 , NaClO4 são respectivamente:<br />

a) -1, +1, +5, +7 d) -1, +3, +5, + 7<br />

b) -1, +1, +3, +5 e) -1, +1, +3, +7<br />

c) +1, -1, -3, -5<br />

MED GB-68<br />

MED GB-68<br />

MED GB-68<br />

(633)Adicionando-se um excesso de SO2 gasoso a uma solução de<br />

permanganto de potássio (violeta), esta é descorada porque:<br />

a) O íon MnO4‾, se transforma em Mn +2 incolor<br />

b) O permanganto de potássio passa a manganato<br />

c) O SO2 se combina com o permanganato dando um composto in<br />

color<br />

d) O permanganto de potássio se oxidou<br />

e) Nenhuma das respostas<br />

MED GB-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

427<br />

óxido-redução - 6<br />

(634) Das equações abaixo a única que representa uma reação de oxi-<br />

redução é:<br />

a) NaCl + AgNO3 AgCl + NaNO3<br />

b) NH3 + HC1 NH4Cl<br />

c) CdSO4 + H2S CdS + H2SO4<br />

d) 2 Na + Cl2 2 NaCl<br />

═══════════════════<br />

1<br />

ENGENHARIA GB-67<br />

1 Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a intenção de<br />

facilitar o acesso ao conhecimento a quem não pode pagar e também proporcionar aos Deficientes<br />

Visuais a oportunidade de conhecerem novas obras.<br />

Se quiser outros títulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, será um prazer<br />

recebê-lo em nosso grupo.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

ATOMÍSTICA<br />

428<br />

capítulo 7


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

429<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

A CONCEITOS DE<br />

LOWRY-BRONSTED<br />

No livro 1,descrevemos as funções ÁCIDO e BASE dando-lhes conceitos<br />

clássicos, ou seja, os conceitos de Arrhenius (1884).<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

ÁCIDOS - substâncias que em solução aquosa libertam cations H +<br />

BASES - substâncias que em solução aquosa libertam ânions OH‾<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

Quando foram observadas determinadas reações em soluções não aquosas,<br />

os químicos sentiram a necessidade de ampliar os conceitos clássicos. Surgiram,<br />

então, novos conceitos baseados nas estruturas moleculares e eletrônicas das<br />

substâncias.<br />

___________________<br />

DEFINIÇÕES<br />

___________________<br />

Observando que todos os ácidos de Arrhenius continham hidrogênios<br />

ionizáveis, J.N. Bronsted e T.M. Lowry propuseram, independentemente,que:<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

ÁCIDO - é toda espécie química (molécula ou íon) capaz de ceder-<br />

PRÓTONS<br />

BASE - é toda espécie química (molécula ou íon) capaz de receber<br />

PRÓTONS<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXEMPLOS:<br />

Sua equação é:<br />

Sua equação é:<br />

H2O + NH3 OH‾ + NH +<br />

(H+)<br />

Pelos exemplos acima, vê-se que não podemos mais afirmar que determinada<br />

substância (no caso a água) é ácido ou base. Ela será um ácido se conseguir doar<br />

próton, se conseguir receber próton será uma base.<br />

De acordo com o novo conceito, a água (e muitas outras substãncias) poderá<br />

ser ácido ou base dependendo do outro reagente.<br />

Por outro lado, não é necessária a presença de água para que um composto<br />

seja ácido ou base.<br />

430


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXEMPLO :<br />

Sua equação é:<br />

HC1 + NH3 Cl‾ + NH4 +<br />

(H+)<br />

____________________________________________________<br />

2) ÁCIDOS E BASES CONJUGADAS<br />

_____________________________________________________<br />

Seja um ácido HA que se dissocia:<br />

__________________<br />

HA H + + A‾<br />

________________<br />

conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />

Esta reação liberta o próton H e ânion A . Vamos supor que<br />

simultaneamente ocorra a reação inversa:<br />

HA H + + A‾<br />

Nesta reação inversa A se associa com o próton. Logo A‾ é uma base.<br />

Dizemos então que: A‾ é a BASE CONJUGADA do ácido HA.<br />

Na prática, todas as dissociações são reversíveis; logo todo ÁCIDO possui<br />

sua BASE CONJUGADA.<br />

431


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXEMPLO:<br />

_____________________________________<br />

HC1 H + + Cl‾<br />

ácido base conjugada<br />

______________________________________<br />

Da mesma forma toda Base possui seu ÁCIDO CONJUGADO<br />

____________________________________<br />

NH3 + H + ↔ NH4 +<br />

base ácido conjugado<br />

_____________________________________<br />

Sejam agora dois ácidos 1 e 2 que libertam prótons e transformam-se em<br />

bases conjugadas 1 e 2 , respectivamente:<br />

1a.) Ácido1 ↔ H + + Base1<br />

2a.) Ácido2 ↔ H + + Base2<br />

Vamos supor que, colocando-se os sistemas em contacto o ácido forneça<br />

prótons à Base2. Então, a 2a. equação terá o sentido inverso:<br />

EXEMPLO:<br />

HC1 + NH3 Cl‾ + NH4 +<br />

Pode-se raciocinar assim:<br />

Em outras palavras:<br />

Cl ‾ é Base conjugada do ácido HC1<br />

NH4 + é Ácido conjugado da base NH3<br />

432


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

salificação.<br />

reação:<br />

(635) Na reação:<br />

433<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

EXERCÍCIOS<br />

HCO3 _ + H2O ↔ H2CO3 + OH‾<br />

a) HCO3 _ é ácido conjugado de H2CO3<br />

b) HCO3 _ é base conjugada de OH‾<br />

c) H2O é ácido conjugado de OH‾<br />

d) H20 é base conjugada de H2C0 3<br />

(636) Na reação que ocorre na amonia líquida:<br />

NH3 + NH3 ↔ NH4 + + NH2‾<br />

indique a afirmação errada<br />

a) NH3 pode ser tanto ácido como base<br />

b) NH4 + é ácido conjugado de NH3<br />

c) NH2‾ é base conjugada de NH3<br />

d) NH3 é base conjugada de NH2‾<br />

Num caso particular, a reação de ácido + base (de Arrhenius) é chamada<br />

Que é uma reação de salificação, na realidade?<br />

Seja o HCl + NaOH:<br />

O HCl é molecular; o NaOH é constituído de íons Na+ e OH‾ .<br />

A reação pode ser assim considerada:<br />

Se o HCl estivesse em solução aquosa, teríamos H3O + e Cl‾ por causa da<br />

HCl + H2O H3O + + Cl‾<br />

Substituindo HCl por (H3O + Cl‾) teremos:


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Os íons Cl‾ e Na + apenas presenciaram a reação.<br />

CONCLUSÃO:<br />

a reação de HCl ((aq) + NaOH(aq) é realmente:<br />

__________________________<br />

H3O + + OH‾ 2H2O<br />

__________________________<br />

que, de modo simplificado, é escrito assim:<br />

___________________<br />

H + + OH‾ H2O<br />

___________________<br />

Determinadas reações, que não eram consideradas como de ácido e base<br />

segundo as antigas teorias, tornam-se agora ácidos e bases de Bronsted-Lowry.<br />

ÁCIDO BASE<br />

(HO)2SO2 + C2H5OH C2H5OH2 + + HOSO3 ‾<br />

ác.sulfúrico álcool etílico<br />

HC1 + CH3COOH CH3COOH2+ + Cl‾<br />

ác.clorídrico ác.acético<br />

(HO)2SO2 + HONO 2 H2ONO2+ + HOSO3 ‾<br />

ác.sulfúrico ác.nítrico<br />

Reparem que, nas reações acima, os ácidos acético e nítrico desempenham as<br />

funções de BASE do Bronsted-Lowry..<br />

De acordo com o novo conceito, do ponto de vista da capacidade de doar ou<br />

fixar prótons, os solventes podem ser classificados em quatro tipos:<br />

a) ácidos ou protogênios - capazes de doar prótons: HF, H2SO4,<br />

HCN, etc.<br />

434


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

conceitos modernos de ácidos e bases - 7<br />

b) básicos ou protofílicos - capazes de fixar prótons: NH3 , aminas, etc.<br />

c) anfipróticos - podem tanto doar como fixar prótons: H2O , C2H5OH,<br />

etc.<br />

d) apróticos - não doam e nem fixam prótons: C6H6 , CHC13 , etc.<br />

════════════════<br />

435<br />

B TEORIA<br />

DE LEWIS<br />

Mantendo os conceitos de ácidos e bases segundo Lowry e Bronsted,<br />

G.N.Lewis apresentou uma nova ampliação desses conceitos, baseando-se em<br />

estruturas eletrônicas.<br />

Segundo Lewis:<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

BASE é a espécie química (íon ou molécula) que possui um ou mais pares de<br />

elétrons periféricos capazes de efetuar ligações coordenadas.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

ÁCIDO é a espécie química (íon ou molécula) capaz de efetuar uma ligação<br />

coordenada com um par eletrônico, ainda não compartilhado, de outra espécie<br />

química.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Resumindo:<br />

Na reação:<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

Ácido - é a espécie química capaz de efetuar a ligação<br />

coordenada.<br />

Base - é a espécie química capaz de oferecer o par<br />

eletrônico para a l i g a ç ã o coordenada.<br />

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />

O HC1 é:<br />

a) Ácido de Bronsted porque cede H +<br />

b) Ácido de Lewis porque cede H + que efetua ligação coordenada<br />

0 NH3 é:<br />

a) Base de Bronsted porque recebe H +<br />

b) Base de Lewis porque forma ligação coordenada com H +<br />

EXERCÍCIOS<br />

Sejam as reações:<br />

1) H + + ----------H2O H3O +<br />

436


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

2) H2O + NH3 NH4+ + OH‾<br />

3)<br />

4) Mg + + + 6H2O [Mg.(OH2)6] + +<br />

(637) São reações de ácido-base de Bronsted<br />

a) 1 e 2 d) somente 1<br />

conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />

b) 1, 2 e 3 e) nenhuma das respostas anteriores<br />

c) 3 e 4<br />

(638) São reações de ácido-base de Lewis<br />

a) 3 e 4 d) 1 e 2<br />

b) 1, 2, 3 e 4 e) nenhuma das reações<br />

c) somente 3<br />

____________________<br />

DEFINIÇÕES<br />

E COMPARAÇÕES<br />

_____________________________<br />

══════════════════<br />

437<br />

C FORÇAS DE<br />

ÁCIDOS E BASES<br />

Um ácido pode ter maior ou menor facilidade em ceder prótons. Quanto mais<br />

facilmente libertar prótons, dizemos que o ácido é mais forte.<br />

Sejam os ácidos HC1 e HBr<br />

HC1 ↔ H + + Cl‾<br />

HBr ↔ H + + Br‾


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

O tamanho das setas indica o grau de deslocamento da reação. Vemos que<br />

as reações inversas têm baixas intensidades.<br />

moles/litro.<br />

Pode-se definir K, (constante de dissociação) do ácido.<br />

Onde os "colchetes" indicam as concentrações dos íons ou moléculas em<br />

Evidentemente, quanto maior for o valor de K mais dissociado estará o ácido<br />

e diremos que o ácido é mais forte.<br />

Se KA(HBr) > KA (HCl) significa que o HBr está muito mais dissociado que o<br />

HC1. Logo, HBr é um ácido mais forte que o HCl.<br />

cologarítmo<br />

CONCLUSÃO:<br />

_______________________________________________________________<br />

Quanto mais forte o ácido maior será o KA desse ácido<br />

________________________________________________________________<br />

De um modo geral, se KA > 1 para solução aquosa O,1N, o ácido é forte.<br />

Muitas vezes, é apresentado o pKA do ácido. Em química, "p" significa<br />

pKA = cologKA = -logKA<br />

Para o HBr de KA = 10 9<br />

pKA = -log.10 9 = - 9<br />

EXERCÍCIOS<br />

Sejam os ácidos abaixo e seus respectivos KA :<br />

HAc ↔ H + + Ac‾ KA = 1,8 x 10 ‾4<br />

(ác. acético)<br />

HSO ‾4 ↔ H + + SO =4 KA = 1,2 x 10 ‾2<br />

438


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(639) O ácido mais forte é:<br />

a) HAc d) Ac‾<br />

b) HSO -4 e) SO4 =<br />

c) H +<br />

(640) 0 ácido mais fraco é:<br />

a) HAc d) Ac‾<br />

b) HSO -4 e) SO4 =<br />

c) H +<br />

439<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

É evidente que , se um ácido liberta prótons facilmente (ácido forte), a<br />

reação inversa será mais difícil.<br />

HC1 ↔ H + + Cl‾<br />

O HC1 numa solução aquosa tem grande facilidade em libertar H+ e<br />

Cl‾ . A reação inversa, aquela de associação de H + com CI‾, será difícil. Isto<br />

quer dizer que o HC1 é um ácido forte e terá uma base conjugada Cl‾<br />

bastante fraca.<br />

Conclusão:<br />

Se um ácido é forte, sua base conjugada será fraca e viceversa<br />

Examinando os KA dos ácidos podemos comparar as forças das suas<br />

bases conjugadas.<br />

Então:<br />

Quanto menor o valor de KA do ácido mais forte será a sua<br />

base conjugada.<br />

Sejam as dissociações:<br />

HNO2 ↔ H + + NO2 ‾ KA = 4 x 10‾ 10<br />

H2PO‾4 ↔ H + + HPO = 4<br />

KA = 6,2 x 10 -8


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base:<br />

(641) O ácido mais forte é:<br />

a) HNO2 d) NO2 ‾<br />

b) H2PO‾4 e) HPO = 4<br />

c) H +<br />

(642) A base mais forte é:<br />

a) HNO2 d) NO2 ‾<br />

b) H2PO4 e) HPO = 4<br />

c) H +<br />

(643) A base mais fraca é:<br />

a) HNO2 d) NO2 ‾<br />

b) H2PO4 e) HPO = 4<br />

c) H +<br />

Eis uma tabela de alguns ácidos e suas respectivas bases<br />

A tabela anterior informa quando será possível ocorrer uma reação ácido +<br />

440


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

441<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

____________________________________________________________________________<br />

Uma reação de transferência de pótons é possível desde que haja<br />

formação de ácido e base mais fracas.<br />

_____________________________________________________________________<br />

Exemplos:<br />

2H3C — COOH + CO3 = 2H3C▬COO‾ + H2CO3<br />

OH + CO3 = <br />

O ácido acético ataca um carbonato produzindo H2CO3 que se decompõe em<br />

seguida, em H20 + CO2 . Isto é possível porque o H2CO3 é mais fraco que o ácido<br />

acético. Já o fenol não reage com carbonato, pois o H2CO3 é mais forte que o fenol.<br />

(644) Utilizando a tabela, responda qual das reações abaixo é impossível?<br />

(645) Das reações acima, qual delas se realizará com maior fácil idade?<br />

____________________________________<br />

2 FATORES INFLUENTES<br />

____________________________________<br />

Uma substância é realmente considerada um ácido quando apresentar um<br />

hidrogênio apreciavelmente polarizado. Quanto mais polar for o hidrogênio, mais ele<br />

será atraído pela base fixadora de prótons. Examinando os elementos de um período<br />

da tabela periódica, quanto mais à direita se situa o elemento, ele poderá ter<br />

hidrogênio mais polarizado e a sua força ácida será maior.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

ao hidrogênio.<br />

Outro fator que determina a força de um ácido é o tamanho do átomo ligado<br />

Quanto maior o átomo menor será a atração do hidrogênio polarizado e<br />

teremos um ácido mais forte pois o próton H + poderá sair mais facilmente.<br />

Exemplo:<br />

HF , HC1 , HBr , HI<br />

aumenta o tamanho do átomo<br />

__________________________________ <br />

maior a força ácida<br />

Comparando-se HF e HI temos:<br />

A atração H ↔ F é bem maior que a atração H↔ I; neste último o próton sai<br />

com maior facilidade.<br />

_____________________________________<br />

3 EFEITOS DE INDUÇÃO<br />

___________________________<br />

Nos compostos orgânicos,é muito importante o tipo do radical ligado<br />

ao carbono que possui o -0H.<br />

Por que um carboxilácido é um ácido mais forte que um álcool, se<br />

ambos possuem o radical -0H?<br />

442


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />

No carboxilácido o oxigênio (=O) desloca os elétrons do carbono, este desloca<br />

os elétrons do oxigênio (do OH) que por sua vez polariza mais o H.<br />

De modo geral, a força de um ácido carboxílico depende ainda dos radicais<br />

ligados à carboxila.<br />

Seja a fórmula geral do ácido:<br />

Se X atrai elétrons, X é considerado radical elétron-atraente e aumentará a<br />

força do ácido. Quanto mais elementos eletronegativoa tiver em X mais elétron-<br />

atraente será o átomo e teremos o carboxilácido mais forte.<br />

Exemplos:<br />

H3C — COOH KA = 1,8 x 10- 5<br />

C1CH2 — COOH KA = 1,4 x 10- 3<br />

C12CH —COOH KA = 5 x 10 -2<br />

C13C — COOH KA ≈ 2<br />

Por outro lado, se X repele elétrons,teremos um radical elétron-repelente e o<br />

ácido será mais fraco. Podemos agora classificar os radicais em: ELÉTRON-<br />

ATRAENTES e ELÉTRON-REPELENTES.<br />

RADICAIS ELETRON-ATRAENTES:<br />

-Cl, -Br, -I, -COOH, -OH, -NO2 , -C6H5<br />

RADICAIS ELETRON-REPELENTES:<br />

Por este motivo,o ácido fórmico H-COOH é mais forte que o ácido acético H3C<br />

— COOH,pois o -CH3 é mais elétron-repelente que o -H.<br />

443


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

NH4+<br />

EXERCÍCIOS<br />

(646) Qual dos compostos abaixo tem maior força ácida?<br />

(647) Qual dos compostos anteriores tem caráter ácido mais fraco?<br />

(648) Coloque os compostos abaixo em ordem decrescente de força ácida:<br />

____________________________________<br />

4 CARÁTER BÁSICO<br />

DAS AMINAS<br />

____________________________________<br />

Vimos que o NH3 pode comportar-se como uma base, transformando-se em<br />

Da mesma forma uma amina poderá receber elétrons:<br />

Como se vê, as aminas são compostos que possuem radicais orgânicos pela<br />

substituição H do NH3. Se houver substituição de apenas um H teremos uma amina<br />

primária; sendo substituídos 2H teremos uma amina secundária; com todos H<br />

substituídos teremos uma amina terciária.<br />

444


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

445<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

Sejam o NH3 e CH3 - NH2 . Qual deles é base mais forte?<br />

O radical -CH3 é mais elétron-repelente que o H. Então o par de elétrons está<br />

mais disponível para_receber o próton na amina. A metilamina é base mais forte que a<br />

amônia.<br />

Com 2 radicais -CH3 teremos a dimetilamina que é base mais forte que a<br />

metilamina. O segundo -CH3 reforça o efeito elétron-repelente sobre o nitrogênio.<br />

Era de se esperar que a trimetil amina fosse uma base mais forte ainda.<br />

Porém ela é mais fraca que a metilamina e a dimetilamina devido a um impedimento<br />

espacial que é denominado EFEITO ESTÉRICO e que dificulta a aproximação do<br />

próton.<br />

Os três grupos -CH3 dificultam o ataque do próton ao par eletrônico do<br />

nitrogênio. É útil observar que a força de um ácido ou de uma base depende não só da<br />

natureza dos radicais , mas também da disposição espacial dos mesmos (efeito<br />

estérico).<br />

Na anilina (fenilamina) temos ligado ao Nitrogênio o grupo C6H5 - que é<br />

elétron-atraente. Logo, a fenilamina é uma base mais fraca que a amônia.<br />

Se o nitrogênio está ligado a um radical elétron-atraente, dificulta-se a<br />

aproximação de prótons para receber o par eletrônico.


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

EXERCÍCIOS<br />

(649) A constante de ionização do ácido tricloro acético é maior que a do<br />

ácido aéetico, PORQUE o peso molecular do ácido tri-cloroacético e maior que o do<br />

ácido acético.<br />

446<br />

CESCEM-65<br />

(650) Na reação NH3 + HBr NH4 + + Br‾, HBr é um ácido de Bronsted<br />

PORQUE HBr doa um próton ao NH3 .<br />

CESCEM-65<br />

(651) Na reação NH3 + H + NH4 + , NH 3 é um ácido de Lewis, PORQUE NH3<br />

doa prótons ao íon hidrogênio.<br />

CESCEM-65<br />

(652) Quando se junta acetato de sódio às solugões 0,1 M das substâncias<br />

relacionadas abaixo, os íons acetato irão atrair prótons de um ácido que se encontra<br />

presente. De que substância o íon acetato irá atrair o maior número de prótons:<br />

indicio de que:<br />

a) NaHSO4 d) HCN<br />

b) HNO2 e) NaHS<br />

c) HC2H3O2<br />

Consulte a tabela da questão 655<br />

CESCEM-66<br />

(653) 0 fato de a água pura ter uma condutividade elétrica muito baixa é um<br />

a) água é um solvente puro<br />

b) água tem caráter ácido<br />

c) água é muito ionizada<br />

d) água é muito pouco ionizada<br />

e) o número de íons H3O + e 0H é o mesmo<br />

(654) Éter etílico é uma base porque:<br />

a) não reage com hidróxido de sódio<br />

b) tem sabor peculiar<br />

c) possui um par de elétrons não compartilhado disponível para reagir<br />

d) ioniza-se para formar um íon carbônico<br />

e) torna azul o papel vermelho de tornassol<br />

CESCEM-66<br />

CESCEM-66


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />

(655) Para responder às questões 656, 657 consulte a seguinte tabela de<br />

ácidos, de sua bases conjugadas e de suas constantes ionização.<br />

Ácido Base conjugada K, (constante de ionização do ácido)<br />

HCl Cl‾ 100% ionizado<br />

HSO4- SO4 ‾ ‾ 1,2 x 10- 2<br />

HF F‾ 7,2 x 10 -4<br />

HNO2 NO2 ‾ 1,8 x 10 -5<br />

HC2H3O2(ác.acético) C2H3O2‾ 1,8 x 10 -5<br />

H2S HS ‾ 5,7 x 10- 8<br />

HCN CN~ 7,2 x 10- 10<br />

HS- S -- 1,2 x I0- 13<br />

(656) A base mais fraca das acima mencionadas é:<br />

a) Cl‾ b) CN‾ c) HS‾ d) S ‾ ‾ e) SO4, ‾ ‾<br />

447<br />

CESCEM-66<br />

(657) A concentração de íons hidrogênio numa solução 0,1 M de ácido<br />

acético, HC 2 H3O2 será maior que de uma solução<br />

a) 0,1 M HF d) 0,1 M NaHS<br />

b) 0,1 M HNO2 e) 0,2 M HC2H302<br />

c) 0,1 M NaHSO4<br />

(650) Dadas as seguintes equações:<br />

pergunta-se:<br />

2 H3O + + O 2‾ 3 H2O<br />

BF3 + F‾ BF4‾<br />

Mg + + + 6H2O Mg(H2O) 2 6 +<br />

a) as três equações representam reações ácido-base de Lewis<br />

b) somente as duas últimas representam reações ácido-base de Lewis<br />

c) as três equações representam reações ácido-base de Bronsted<br />

d) nenhuma das equações representa reações ácido-base de Lewis<br />

e) nenhuma das equações representa reações ácido-base de Bronsted<br />

CESCEM-66<br />

CESCEM-67


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(659) Assinalar a resposta correta entre as afirmações abaixo:<br />

a) ácido acético é mais forte do que o ácido fórmico<br />

b) ácido acético tem acidez comparável à do ácido monofluoracético<br />

c) o ácido acético é mais forte do que o ácido 2 metil propanóico<br />

d) o ácido acético é mais forte do que o ácido monobromoacético<br />

e) o ácido acético é o ácido orgânico mais fraco que se conhece<br />

448<br />

CESCEM-67<br />

(660) Assinalar abaixo a indicação correta em relação à ordem de basicidade<br />

entre as seguintes aminas: dimetilamina (D), metilamina (MI), N-metil anilina (MA) e<br />

anilina (A)<br />

a) D = M = MA = A d) D > M > MA > A<br />

b) D = M>MA MA = A<br />

CESCEM-67<br />

As questões 661 e 662 se relacionam com a seguinte tabela que apresenta as<br />

constantes de ionização de alguns ácidos em solução aquosa:<br />

Ácido K íon<br />

fluorídrico 6,7 x 10 ‾4<br />

acético 1,8 x 10 ‾5<br />

cianídrico 4 X 10 ‾10<br />

sulfuroso (1º. degrau) 1,7 x 10 ‾2<br />

carbônico (1º. degrau) 4,4 x 10 ‾7<br />

(661) Qual dos ácidos abaixo é o mais fraco?<br />

a) fluorídrico d) sulfuroso<br />

b) acético e) carbônico<br />

c) cianídrico<br />

662) Sejam as seguintes reações<br />

Mg + + + 6 H2O Mg (H2O)6 + +<br />

BF3 + F‾ BF4 -<br />

HCl + F‾ HF + CI‾<br />

CESCEM-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

2 HC1 + MgO MgCl2 + H2O<br />

Ag + + 2 CN‾ Ag (CN)2‾<br />

São todas:<br />

a) reações ácido-base segundo Arrhenius<br />

b) reações ácido-base segundo Bronsted<br />

c) reações ácido-base segundo Lewis<br />

d) reações ácido-base segundo Lewis e Bronsted<br />

e) reações ácido-base segundo Bronsted e Arrhenius<br />

449<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

CESCEM-68<br />

(663) Quando dizemos que um íon ou molécula é um ácido, isto significa que<br />

eles terão uma tendência de:<br />

a) se combinarem com prótons<br />

b) cederem pares eletrônicos<br />

c) libertarem íons hidróxido como único ânion<br />

d) combinarem-se com íons hidróxido presentes num solvente qualquer<br />

e) nenhuma das respostas acima<br />

(664) Esta questão esta relacionada com a seguinte tabela:<br />

CESCEM-68<br />

Na série de reações apresentadas, podemos fazer a seguinte generalização:<br />

a) são ácidos somente as substâncias da coluna A<br />

b) são ácidos somente as substâncias da coluna B<br />

c) são ácidos as substancias da coluna A e C<br />

d) são ácidos as substâncias das colunas A e D<br />

e) nenhuma das generalizações acima é correta<br />

Questões 665 a 667<br />

a) NO(OH) PO(OH)3 CO(OH)2 ;<br />

b) LiOH C10H Be(OH)2 ;<br />

CESCEM-69


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

c) SO(OH)2 NO2 (OH) Ba(OH)2 ;<br />

d) C6H5.NH2 KOH Sr(OH) 2 ;<br />

e) C6H5.OH HaOH P(OH)3 .<br />

(665) Em solução aquosa todos são bases<br />

(666)Em solução aquosa todos são ácidos<br />

(667)Em solução aquosa temos um ácido e duas bases<br />

450<br />

CESCEM-69<br />

(668) 0 ácido tricloroacético e mais forte do que o ácido acético<br />

PORQUE os átomos de cloro no ácido tricloroacético atraem elétrons mais fortemente<br />

do que os átomos de hidrogênio no ácido acético.<br />

CESCEM-69<br />

(669) Para a nitração dos compostos aromáticos usa-se uma mistura<br />

de ácido sulfúrico e ácido nítrico concentrado. Quando se misturam os dois<br />

ácidos ocorre a seguinte reação:<br />

2H2S04 + HN03 NO2+ + H2O + + 2 HSO4 -<br />

Nesta reação, o ácido nítrico funciona como:<br />

a) oxidante d) base<br />

b) redutor e) desidratante<br />

c) ácido<br />

CESCEM-69<br />

(670) De acordo com a conceituação de ácidos e de bases, segundo<br />

BRONSTED e LOWRY, o anion HCO3‾<br />

a) sempre age como ácido<br />

b) sempre age como base<br />

c) nunca é ácido nem base<br />

d) pode agir como ácido ou como base<br />

e) só pode agir como base ao reagir com cátions<br />

(671) De acordo com a teoria de Bronsted o íon amônio é:<br />

a) um ácido<br />

b) um íon anfótero<br />

c) uma base<br />

CESCEM-70<br />

STA.CASA-67


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

451<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

(672) A introdução de um átomo de cloro no carbono alfa do ácido acético irã:<br />

a) reduzir a ionização da carboxila<br />

b) manter o mesmo grau de ionização da carboxila<br />

c) aumentar a ionização da carboxila<br />

STA.CASA-67<br />

(673) HC1 dissolvido em água origina íons hidroxônio e cloreto. Esse processo<br />

recebe o nome de:<br />

a) eletroforese<br />

b) eletrólise<br />

c) ionização<br />

d) as alternativas a, b e c estão corretas<br />

e) as alternativas a, b e c estão erradas<br />

STA.CASA-68<br />

(674) Qual das substâncias abaixo pode ser classificada como ácido e como<br />

base de Bronsted?<br />

a) NH4+ d) Cl‾<br />

b) BF3 e) não existe uma substância desse tipo<br />

c) HSO4<br />

SANTOS-68<br />

(675) Os íon NH4+, HC03 e Cu(H2O)4 ++ , são sempre ácidos segundo o<br />

conceito de Bronsted-Lowry, PORQUE todos podem ceder prótons .<br />

SANTOS-69<br />

(676) As substâncias HC1, HNO3 e HClO4, em solução aquosa tem suas<br />

forças igualadas PORQUE, segundo a teoria de Bronsted-Lowry, o ácido mais forte que<br />

pode existir em solução aquosa é o H3O +<br />

abaixo:<br />

SANTOS-69<br />

(677) Assinalar a seqüência que indica basicidade decrescente das estruturas


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

a) V , II , I , III , IV<br />

b) I, V , II , III , IV<br />

c) IV , III , I , II , V<br />

d) IV , III , II , V , I<br />

e) I, V , IV , IV , III<br />

452<br />

CIÊNCIAS HEDICAS-MINAS-69<br />

(678) Nas reações abaixo, certos reagentes podem ser considerados como<br />

bases e outros como ácidos de acordo com a teoria de Bronsted-Lowry:<br />

: NH3 + H20 ↔ NH4+ + OH‾<br />

: NH3 + HC1 ↔ NH4+ + Cl‾<br />

: 0H2 + HC1 ↔ H3O + + Cl‾<br />

Desta maneira qual das afirmações está certa?<br />

a) NH3 e NH4+ são bases<br />

b) HC1 e 0H‾ são ácidos<br />

c) H2O e NH4+ são bases<br />

d) NH4+ e H3O são ácidos<br />

e) HC1 e Cl‾ são ácidos<br />

CIÊNCIAS HÉDICAS-MINAS-68<br />

(679) De acordo com a teoria eletrônica de Lewis, de ácidos e bases, nós<br />

definimos ácido como sendo:<br />

base<br />

a) toda substância capaz de receber prótons<br />

b) toda substância capaz de coordenar um par de elétrons cedidos por uma<br />

c) toda substância que em solução liberta íons hidrônio<br />

d) toda substância polar<br />

e) nenhuma das respostas<br />

CIÊNCIAS MÉDICAS-MINAS-68<br />

(680) Consultando os valores das constantes de ionização dos ácidos abaixo:<br />

ÁCIDO Ki<br />

CH3COOH 1,8 x 10- 5<br />

C1CH2COOH 1,4 x 10- 3<br />

C12CHCOOH 5,0 x 10- 2


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

cloro aumenta<br />

CI3CCOOH 2,0 x 10 -1<br />

Verificamos que:<br />

a) o ácido acético é o mais forte de todos<br />

b) o ácido tricloroacético é o mais forte de todos<br />

c) o cloro não influencia a força dos ácidos<br />

453<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

d) a constante de ionização diminui à medida que o numero de átomos de<br />

e) o cloro diminui a força dos ácidos<br />

CIÊNCIAS MÉDICAS-MINAS-68<br />

(681) Uma solução de ácido fraco HC10 foi analisada, verificando-se no<br />

equilíbrio, a existência das seguintes concentrações:<br />

H3O + = 1,78x10 -4 íon g/l<br />

C10 - = 1,78 x 10- 4 íon g/l<br />

HC10 = 1,00 moles/l<br />

Qual a constante Ki do ácido? 1<br />

a) 3,56 x I0 -4 d) 1.78 x 10- 4<br />

b) 3,56 x 10- 8 e) 3,17 x 10- 9<br />

c) 3,17 x 10-8<br />

CIÊNCIAS MÉDICAS-MINAS-68<br />

(682) ) 0 carbonato ácido de sódio (NaHCO3) em solução aquosa, dá reação:<br />

a) fortemente ácida d) alcalina<br />

b) fracamente ácida e) anfotera<br />

c) neutra<br />

(683) Na reação abaixo:<br />

F3B + :NH3 F3BNH3<br />

0 fluoreto de boro é um:<br />

a) ácido de Lewis d) conjugado de base<br />

b) base de Lewis e) nenhuma delas<br />

c) conjugado de ácido<br />

MEDICINA-GB-68<br />

MEDICINA-GB-68


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

(684) Segundo a teoria deBronsted-Lowry, bases são substâncias:<br />

a) doadoras de elétrons<br />

b) aceptoras de elétrons<br />

c) doadoras de prótons<br />

d) aceptoras de prótons<br />

e) que tem disponível um par de elétrons<br />

454<br />

MEDICINA-GB-68<br />

(685) A anilína é praticamente insolúvel em água, mas extremamente solúvel<br />

no benzeno. Ela pode, porém, ser facilmente separada deste último composto<br />

tratando-se a mistura com ácido clorídrico diluido. Isto se dá porque:<br />

a) a anilina sofre decomposição<br />

b) o benzeno e atacado pelo ácido clorídrico diluído<br />

c) a anilina possui grupamentos polares eclipsados que sãoo ativados nas<br />

condições descritas acima<br />

d) há formação de um sal de anilina que, por sua natureza polar e solúvel em<br />

água e insolúvel no benzeno<br />

e) forma-se cloridrato de anilina que, sendo extremamente volátil, pode ser<br />

separado por destilação<br />

MEDICINA-GB-69<br />

(686) Assinale a seqüência que corresponda à acidez crescente dos<br />

compostos abaixo:<br />

a) II , I , V , III , IV<br />

b) I , V , II , III , IV<br />

c) II , I , V , IV , III<br />

d) II , V , I , III , IV<br />

e) I , V , III , IV , II<br />

(687) As soluções abaixo estão na concentração molar de 0,1 M.<br />

UF-RJ-69<br />

Conhecendo-se a constante de dissociação (K) assinale aquela que apresenta<br />

concentração de MI mais elevada.<br />

a) CH3COOH K H2S = 1 x 10 -7


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

b) NaHCO3 KNH4 + = 5,7 x 10 -10<br />

c) H2S KHSO4- = 1,3 x 10-2 d) NH4Cl KCH3COOH = 1,8 x 10-5 e) KHSO4 KHCO3‾ = 4,7 x 10-11 455<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

PARANÁ-67<br />

(688) Sendo o ácido acético mais fraco que o ácido fórmico, podemos dizer que<br />

o grupo metil tem:<br />

a) menos atração por elétrons do que o átomo de hidrogênio<br />

b) mais atração por elétrons do que o átomo de hidrogênio<br />

c) mais eletro-atração do que o átomo de hidrogênio<br />

d) igual eletro-atraçao do que o átomo de hidrogênio<br />

e) nenhuma resposta é correta<br />

PARANA-67<br />

(689) Dadas as constantes de dissociação dos ácidos (K) abaixo enumeradas,<br />

qual o ácido mais fraco?<br />

Ácido Orgânico K<br />

a) úrico 1,30 x 10 -4<br />

b) acético 1,76 x 10 -5<br />

c) fórmico 1,77 x 10 -4<br />

d) propiônico 1,34 x 10 -5<br />

e) láctico 8,40 x 10 -4<br />

PARANÁ-67<br />

(690) A sulfonação do benzeno produz ácido benzeno-sulfônico de acordo com<br />

as equações químicas:<br />

como:<br />

Na fase I, o oxido de enxofre (VI) e o benzeno funcionam, respectivamente,


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

a) ácido e base de Arrhenius d) base e ácido de Lewis<br />

b) ácido e base de Bronsted e) base e ácido de Bronsted<br />

c) ácido e base de Lewis<br />

456<br />

MEDICINA-STO ANDRÉ-69<br />

(691) Qual dos itens abaixo indica, corretamente,a ordem<br />

decrescente da acidez das estruturas<br />

base de Lewis?<br />

CH3COOH , FCH2COOH , ICH2COOH , C12CHC00H , BrCH2COOH<br />

A B C D E<br />

a) A D B E A<br />

b) B D E C A<br />

c) E B D C A<br />

d) D B E C A<br />

e) A B C D E<br />

POUSO ALEGRE-69<br />

(692) Qual dos compostos abaixo possui maior acidez?<br />

POUSO ALEGRE-69<br />

(693) Qual das espécies químicas abaixo funciona como uma<br />

a) S04- 2 b) H30 + c) BF3 d) Na + e) H2<br />

POUSO ALEGRE-69<br />

(694) Considerando-se as constantes de dissociação dos ácidos<br />

HA, HB, HC, e HD a 25°C:<br />

KHA = 4,4 x 10- 7 KHB = 4,7 x 10 -11<br />

KHD = 0,5 x 10 -10 KHC = 8,6 x 10 -8


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Podemos concluir que:<br />

457<br />

conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />

a) os ácidos HA e HB possuem praticamente a mesma força<br />

b) o ácido HD é dez vezes mais fraco do que o ácido HB<br />

c) o ácido HC possui exatamente 10 3 vezes mais força do que o ácido HB<br />

d) o ácido HA é o mais fraco<br />

e) o ácido HA é o mais forte<br />

(695) São dadas as equações:<br />

POUSO ALEGRE-69<br />

Qual (ou quais) reações (das reações) acima é (são) reação (reações) ácido-<br />

base conforme a teoria de Bronsted-Lowry?<br />

a) somente (1)<br />

b) somente (1) e (2)<br />

c) somente (1) , (2) e (4)<br />

d) nenhuma delas<br />

e) todas as quatro<br />

VASS0URAS-69<br />

(696) De acordo com o conceito de Lewis, as aminas são bases mais fortes que<br />

a água PORQUE o nitrogênio é mais eletronegativo que o oxigênio.<br />

MARILIA-60<br />

(697) Um ácido mais fraco conjuga com a base mais forte e o ácido mais forte<br />

com a base mais fraca PORQUE isto se dá de acordo com a teoria de Bronsted.<br />

MARÍLIA-68<br />

(698) Considerando dois ácidos e duas bases, cujos valores para "K" são:<br />

1º. ácido Ka = 4,5 x 10 -5 2º. ácido K'a = 8,5 x 10 -6<br />

1a. base Kb = 1,4 x 10 -4 2a. base K'b= 8,3 x 10 _4


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

Podemos dizer que o ácido e a base mais forte de cada par são:<br />

a) 1º. ácido e 2a. base<br />

b) 2º. ácido e 2a. base<br />

c) 2º. ácido e 1a. base<br />

d) 1º. ácido e 1.a. base<br />

e) os dados são insuficientes para responder<br />

458<br />

MARÍLIA-68<br />

(699) No fim de uma experiência é necessário lavar a aparelhagem<br />

dos restos de anilina. Pode-se usar com maior eficiência:<br />

a) água<br />

b) solução diluída de soda<br />

c) água acidulada com ácido clorídrico<br />

d) nenhuma das alternativas convém<br />

e) não é possível remover os restos de anilina<br />

MARÍLIA-69<br />

(700) A diminuição das propriedades básicas das aminas terciárias e<br />

devido com maior probabilidade:<br />

a) ao aumento da densidade eletrônica em volta do átomo de nitrogênio<br />

como conseqüência do efeito indutivo dos radicais alquila que repelem elétrons<br />

b) à diminuição da densidade eletrônica em volta do átomo de nitrogênio<br />

como conseqüência do efeito indutivo dos radicais alquila que atraem elétrons<br />

c) a um efeito estérico que aumenta com o tamanho dos radicais<br />

alquila ligados ao nitrogênio<br />

d) às aminas terciárias que possuem maior basicidade do que as<br />

primárias e secundárias<br />

e) nenhuma das alternativas anteriores<br />

═══════════════<br />

MARÍLIA-69


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES<br />

As respostas cujos números tem asterisco, (por exemplo - *9) possuem<br />

enunciados que necessitam de consulta à ERRATA.<br />

1) 300 m<br />

2) 150 Mhz<br />

3) a<br />

4) 49,5 x 10- 13 ergs<br />

5) 1,9 8 x 10- 8 ergs<br />

6) resolvido<br />

7) resolvido<br />

8) 40, 41, 42<br />

9) 77, 78, 79<br />

10) b<br />

11) d<br />

12) a<br />

13) 1 cm<br />

14) 6 x 10 14 hertz<br />

15) 1,98 x 10 -12 ergs<br />

16) a<br />

17) resolvido<br />

18) 134<br />

19) 6α e 3β<br />

20) resolvido<br />

21) 13<br />

22) 4 α e 3β<br />

23) resolvido<br />

24) resolvido<br />

25) resolvido<br />

26) c<br />

27) 42 dias<br />

28) 6,25 8<br />

29) resolvido<br />

30) 5.830 anos<br />

31) resolvido<br />

32) e<br />

33) 91 h e 273 h<br />

34) 90.000 e 12,6 anos<br />

35) d<br />

36) resolvido<br />

37) c<br />

38) b<br />

39) d<br />

40) resolvido<br />

41) n<br />

42) d<br />

43) p<br />

44) p<br />

45) p<br />

46) a<br />

47) Y<br />

48) a<br />

49) c<br />

50) d<br />

51) e<br />

52) d<br />

53) alfa → +<br />

459


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

beta → -<br />

gama → o<br />

54) duas β<br />

55) I) 66,6 horas II)<br />

56) errado<br />

57) b<br />

58) menos os Eu e Ge (errado)<br />

59) certo<br />

60) d<br />

61) e<br />

62) b<br />

63) b<br />

64) b<br />

65) c<br />

66) c<br />

67) d<br />

68) c<br />

69) a<br />

70) a<br />

71) b<br />

72) a<br />

73) c<br />

74) b<br />

75) II<br />

76) a<br />

77) d<br />

78) a<br />

79) b<br />

80) e<br />

81) d<br />

82) a<br />

83) a<br />

84) c<br />

85) c<br />

86) a<br />

87) b<br />

88) b<br />

89) certo<br />

90) capaz de emitir partículas e radiações<br />

91) idem ao 90<br />

92) alfa e beta desviam-se em sentidos opostos. Gama não sofre<br />

desvio.<br />

93) a<br />

94) c<br />

95) 1 e 3<br />

96) d<br />

97) b<br />

98) d<br />

99) d<br />

100) e<br />

101) b<br />

102) b<br />

103) c<br />

104) e<br />

105) d<br />

106) d, e<br />

107) e<br />

108) a<br />

460


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

109) e<br />

110) b<br />

111) resolvido<br />

112) resolvido<br />

113) resolvido<br />

114) 2, 8, 3<br />

115) 2, 8, 18, 18, 5<br />

116) a<br />

117) não<br />

118) b<br />

119) c<br />

120) resolvido<br />

121) D<br />

122) resolvido<br />

123) resolvido<br />

124) resolvido<br />

125) d<br />

126) 9<br />

127) resolvido<br />

128) c<br />

129) d<br />

130) 4, 3, -2, +1/2<br />

131) 6, 1, -1, +1/2<br />

132) 5, 3, -2, -1/2<br />

133) b<br />

134) resolvido<br />

135) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 3d 6 , 4s 2<br />

136) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 3d 10 , 4s 2 , 4p 6 , 4d 10 4f 14 ; 5s 2 , 5p 6 , 5d 4 , 6s 2<br />

137) d<br />

138) e<br />

139) b<br />

140) b<br />

141) c<br />

142) a<br />

143) c<br />

144) d<br />

145) b<br />

146) e<br />

147) c<br />

148) a<br />

149) b<br />

150) d<br />

151) c<br />

152) a<br />

153) d<br />

154) b<br />

155) b<br />

156) d<br />

157) c<br />

158) c<br />

159) b<br />

160) a<br />

161) e<br />

162) d<br />

163) a<br />

164) d<br />

165) a<br />

166) c<br />

167) c<br />

461


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

168) b<br />

169) II<br />

170) I e III<br />

171) a<br />

172) a<br />

173) e<br />

174) c<br />

175) e<br />

176) d<br />

177) 4, 0, 0, -1/2<br />

4, 0, 0, +1/2<br />

178) Sc +++<br />

179) ls 2 , 2s 2 , 2px 2 , 2py 2 , 2pz 2<br />

3s 2 , 3px 1 , 3py 1 , 3pz 1<br />

180) a<br />

181) elétrons na camada interna<br />

182) b<br />

183) d<br />

184) a<br />

185) a<br />

186) b<br />

187) d<br />

188) b<br />

189) b<br />

190) a<br />

191) e<br />

192) d<br />

193) c<br />

194) a<br />

195) a<br />

196) c<br />

197) d<br />

198) b<br />

199) b<br />

200) c<br />

201) c<br />

202) a<br />

203) b<br />

204) c (supondo eletrovalente)<br />

205) X3 + Y ≡<br />

206) c<br />

207) c<br />

208) e<br />

209) resolvido<br />

210) resolvido<br />

211) resolvido<br />

212) resolvido<br />

213) H - As - H<br />

H<br />

214) H - Te<br />

H<br />

H<br />

215) H - Ge - H<br />

H<br />

216) H - I<br />

217) resolvido<br />

218) resolvido<br />

219) resolvido<br />

462


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

225) resolvido<br />

226) resolvido<br />

227) resolvido<br />

228) resolvido<br />

229) H - O - Cl<br />

230) H - 0 - Cl → 0<br />

463


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

260) resolvido<br />

261) resolvido<br />

262) 2α e 2n<br />

263) 3α e 2П<br />

264) 5α e 1n<br />

265) 3σ<br />

266) 4σ e 1n<br />

267) 7 σ e 2n<br />

268) 2 σ e 1n<br />

269) 6σ<br />

270) 3σ e 1n<br />

271) 6σ<br />

272) b<br />

273) c<br />

274) c<br />

275) b<br />

276) e<br />

277) d<br />

278) d<br />

279) polar<br />

280) apolar<br />

281) apolar<br />

282) apolar<br />

283) apolar<br />

284) polar<br />

285) polar<br />

286) apolar<br />

287) a<br />

464


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

288) a<br />

289) c<br />

290) b<br />

291) d<br />

292) c<br />

293) d<br />

294) d<br />

295) b<br />

296) c<br />

297) d<br />

298) b<br />

*299) d<br />

*300) b<br />

301) e<br />

302) c<br />

303) c<br />

304) a<br />

305) d<br />

306) c<br />

307) b<br />

308) b<br />

309) e<br />

310) b<br />

311) b<br />

312) tamanho e carga dos íons<br />

313) diferença de eletronegatividade e estrutura angular<br />

314) errado<br />

315) c<br />

316) b<br />

317) c<br />

318) b<br />

319) e<br />

320) d<br />

321) errada, certa<br />

322) b<br />

323) errada, certa<br />

324) d<br />

325) b<br />

326) c<br />

327) d<br />

328) b<br />

329) e<br />

330) a<br />

331) c<br />

332) d<br />

333) b<br />

334) d<br />

335) certa, certa (não justifica)<br />

336) d<br />

337) a<br />

338) b<br />

339) c<br />

340) e<br />

341) a<br />

342) e<br />

343) b<br />

344) 1, 2 e 3<br />

345) c<br />

346) a<br />

465


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

347) c<br />

348) e<br />

349) d<br />

350) b<br />

351) b<br />

352) b<br />

353) c<br />

354) d<br />

355) a<br />

356) e<br />

357) e<br />

358) c<br />

359) d<br />

360) c<br />

361) d<br />

362) a<br />

363) certa, certa (justifica)<br />

364) b<br />

365) e<br />

366) e<br />

366-A) d<br />

367) b<br />

368) certa, certa (justifica)<br />

369) b<br />

370) a<br />

371) c<br />

372) a<br />

373) certa, certa (justifica)<br />

374) e<br />

375) b<br />

376) d<br />

377) a<br />

378) d<br />

379) c<br />

380) c<br />

381) b<br />

382) c<br />

383) c<br />

384) iônicos: Kl, HgCl, Ca(OH)2, K2S04 . Al2(SO4)3. 24H2O,<br />

(NH4)2SO4, CaO e K2 O<br />

385) d<br />

386) b<br />

387) b<br />

388) c<br />

389) b<br />

390) d<br />

391) a<br />

392) e<br />

393) b<br />

394) b<br />

395) b<br />

396) d<br />

397) errada, errada<br />

398) a<br />

399) c<br />

400) b<br />

401) c<br />

402) d<br />

403) c<br />

466


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

404) b<br />

405) a<br />

406) c<br />

407) c<br />

408) d<br />

409) c<br />

410) b<br />

411) d<br />

412) a<br />

413) b<br />

414) a<br />

415) c<br />

416) d<br />

417) b<br />

418) c<br />

419) a<br />

420) d<br />

421) -3,0<br />

422) 153,5 Kcal/mol<br />

423) c<br />

424) b<br />

425) d<br />

426) e<br />

427) e<br />

428) d<br />

429) e<br />

430) b<br />

431) e<br />

432) b<br />

433) e<br />

434) e<br />

435) d<br />

436) e<br />

437) a<br />

438) a<br />

439) errada, certa<br />

440) e<br />

441) d<br />

442) c<br />

443) b<br />

444) c<br />

445) d<br />

446) c<br />

447) b<br />

448) certa, certa (não justifica)<br />

449) b<br />

450) c<br />

451) c<br />

452) c<br />

453) d<br />

454) b<br />

455) b<br />

456) a<br />

457) d<br />

458) c<br />

459) a<br />

460) c<br />

461) a<br />

462) c<br />

467


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

463) a<br />

464) a<br />

465) b<br />

466) b<br />

467) b<br />

468) b<br />

469) c<br />

470) c<br />

471) c<br />

472) a<br />

473) c<br />

474) c<br />

475) a<br />

476) a<br />

477) c<br />

478) c<br />

479) a<br />

480) F‾<br />

481) a<br />

482) c<br />

483) b e c<br />

484) d<br />

485) a<br />

486) e<br />

487) a<br />

488) c<br />

489) d<br />

490) b<br />

491) b<br />

492) b<br />

493) b<br />

494) e<br />

495) a<br />

496) d<br />

497) c<br />

498) c<br />

499) a<br />

500) a<br />

501) a<br />

502) b<br />

503) a) Br b)CI c) Cl2 d) NaBr<br />

504) c<br />

505) resolvido<br />

506) resolvido<br />

507) resolvido<br />

508) +3 e -2<br />

509) +1<br />

510) +2<br />

511) +2<br />

512) -2, -1, +1<br />

513) b<br />

514) resolvido<br />

515) +5<br />

516) +5<br />

517) -3<br />

518) +3<br />

519) -3<br />

520) resolvido<br />

521) resolvido<br />

468


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

522) resolvido<br />

523) resolvido<br />

524) resolvido<br />

525) +5<br />

526) +6<br />

527) +2<br />

528) +4<br />

529) +5<br />

530) +3<br />

531) +2,5 (médio)<br />

532) +8/3 (médio)<br />

533) +3<br />

534) resolvido<br />

535) resolvido<br />

536) resolvido<br />

537) resolvido<br />

538) resolvido<br />

539) +6<br />

540) +2<br />

541) +7<br />

542) +5<br />

543) resolvido<br />

544) +3<br />

545) +5<br />

546) +5<br />

547) +4<br />

548) +6<br />

549) resolvido<br />

550) resolvido<br />

551) resolvido<br />

552) -3<br />

553) -3<br />

554) +3<br />

555) +3<br />

556) b<br />

557) d<br />

558) c<br />

559) b<br />

560) c<br />

561) 3, 5, 2 ▬ 3, 5<br />

562) 3, 40, 4 ▬ 15, 6, 40<br />

563) 2, 10, 8 ▬ 5, 1, 2, 8<br />

564) 2, 1 ,10 ▬ 2, 7, 5<br />

565) 3, 9 , 8 ▬ 2, 6, 9, 21<br />

566) 3, 8 ▬ 3, 3, 2, 4<br />

567) 2, 5 ▬ 2, 1, 2, 3<br />

568) 1, 1, 2 ▬ 1, 1, 1, 3<br />

569) 6, 3 ▬ 2, 4, 3, 2<br />

570) 1, 2, 2 ▬ 2, 2, 1<br />

571) 2, 3, 9 ▬ 2, 6, 9<br />

572) 2, 64, 27▬ 2, 6, 54, 32<br />

573) 6, 10, 24 ▬ 3, 6, 5, 20, 24<br />

574) 2, 2, 6 ▬ 1,2 , 1, 4, 4<br />

575) 3, 16 ▬ 3, 3, 8, 10<br />

576) 1, 3, 4 ▬ 1, 1, 7, 3<br />

577) 2, 3, 10 ▬ 2, 6, 8<br />

578) 1, 20, 16 ▬ 5, 2, 28<br />

579) 1, 14, 12 ▬ 3, 2, 20<br />

580) 2, 5, 6 ▬ 2, 5, 3<br />

469


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

581) 10, 1, 8 ▬ 2, 10, 4<br />

582) 4, 1, 10 ▬ 4, 1, 3<br />

583) 1, 4, 11 ▬ 4, 4, 1<br />

584) 2, 3, 6 ▬ 3, 3, 2<br />

585) 2,2,4 ▬ 2, 1, 2<br />

586) 2, 1, 2 ▬ 2, 2, 1<br />

587) resolvido<br />

588) resolvido<br />

589) K,Cr2O7 + 14HBr → 2KBr + 2CrBr3 + 7H2O + 3Br2<br />

590) 2KMnO4, + 8H2SO4 + 10KI → 6K2SO4, + 2MnSO4 + 8H2O + 5I2<br />

591) K2Cr207 + 7H2SO4, + 6NaCl → K2SO4, + Cr2 (SO4)3 +<br />

3Na2SO4, + 7H2 O + 3C12<br />

592) MnO2 + 2H2SO4, + 2FeSO4 -> Fe2 (SO4)3 + MnSO4, + 2H2O<br />

593) 2KMnO4, + 3H2 SO4, + 5H2 O2 → K2SO4 + 2MnSO4, +<br />

8H20 + 502<br />

594) K2Cr207 + 7H2S04 + 3Na2C204 → K2SO4, + Cr2(SO4)3 +<br />

3Na2SO4, + 6CO2 + 7H20<br />

595) 4HN03 + Hg c °"°-» Hg(NO3)2 + 2N02 + + 2H20<br />

596) 10HNO3 + 4Zn → 4Zn(NO3)2 + NH4 NO3 + 3H2O<br />

597) 2H2 SO4 + Ag → Ag2 SO4, + SO2 + 2H2O<br />

598) b<br />

599) d<br />

600) d<br />

601) c<br />

602) a<br />

603) a<br />

604) d<br />

605) b<br />

606) b<br />

607) d<br />

608) e<br />

609) e<br />

610) c<br />

611) d<br />

612) d<br />

613) b<br />

614) c<br />

615) b<br />

616) b<br />

617) d<br />

618) d<br />

619) c<br />

620) c<br />

621) a<br />

622) a<br />

623) c<br />

624) c<br />

625) d<br />

626) b<br />

627) d<br />

628) d<br />

470


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

629) a<br />

630) b<br />

631) certa, errada<br />

632) a<br />

633) a<br />

634) d<br />

635) c<br />

636) d<br />

637) a<br />

638) b<br />

639) b<br />

640) a<br />

641) a<br />

642) e<br />

643) d<br />

644) d<br />

645) e<br />

646) b<br />

647) d<br />

648) d, c, b, a<br />

649) certa, certa (não justifica)<br />

650) certa, certa (justifica)<br />

651) errada, errada<br />

652) a<br />

653) d<br />

654) c<br />

655) não<br />

656) a<br />

657) d<br />

658) a<br />

659) c<br />

660) d<br />

661) c<br />

662) c<br />

663) e<br />

664) d<br />

665) d<br />

666) a<br />

667) e<br />

668) certa, certa (justifica)<br />

669) d<br />

670) d<br />

671) a<br />

672) c<br />

673) c<br />

674) c<br />

675) errada, errada<br />

676) certa, certa (justifica)<br />

677) a<br />

678) d<br />

679) b<br />

680) b<br />

681) c<br />

682) d<br />

683) a<br />

684) d<br />

685) d<br />

686) e<br />

687) e<br />

471


ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />

688) a<br />

689) d<br />

690) b<br />

691) d<br />

692) e<br />

693) a<br />

694) e<br />

695) b<br />

696) certa, certa (não justifica)<br />

697) certa, certa (justifica)<br />

698) a<br />

699) c<br />

700) c<br />

<br />

n<br />

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472

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