Atomistica - Ricardo Feltre e Setsuo Yoshinaga
Atomistica - Ricardo Feltre e Setsuo Yoshinaga
Atomistica - Ricardo Feltre e Setsuo Yoshinaga
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ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
1
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
<strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ATOMÍSTICA<br />
SÂO PAULO ■ BRASIL<br />
2<br />
Volume 2<br />
Teoria e<br />
Exercícios
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
374a<br />
74-0086<br />
F<br />
7<br />
1974.<br />
FICHA CATALOGRÁFICA<br />
[Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte,<br />
Câmara Brasileira do Livro, SP]<br />
<strong>Feltre</strong>, <strong>Ricardo</strong>, 1928-<br />
Atomística: teoria e exercícios |por| <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong><br />
|e| <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong>. São Paulo, Ed. Moderna,<br />
477p. ilust.<br />
1. Átomos 2. Moléculas I. <strong>Yoshinaga</strong>, <strong>Setsuo</strong>,<br />
1937- II. Título.<br />
Índices para o catálogo sistemático:<br />
1. Estrutura atômica: Química teórica 541.24<br />
2. Estrutura molecular: Química 541.22<br />
3. Física moderna: Ciências puras 539<br />
4. Química molecular 541.22<br />
É proibida a reprodução<br />
total ou parcial deste livro, sob as<br />
penas da lei.<br />
3<br />
CDD-539<br />
-541.22<br />
-541.24
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
PREFÁCIO<br />
4
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ABREVIAÇÕES ADOTADAS, PELOS AUTORES, PARA OS<br />
NOMES DAS ESCOLAS SUPERIORES<br />
MEDICINA - USP (até 1964) - Faculdade de Medicina da<br />
Universidade de São Paulo.<br />
CESCEM - Centro de Seleção de Candidatos a Escolas Médicas e<br />
Biológicas da Fundação Carlos Chagas.<br />
EPUSP ou POLI - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.<br />
ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica.<br />
FFCLUSP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de<br />
São Paulo.<br />
EE MACKENZIE - Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie.<br />
FEI - Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade<br />
Católica de São Paulo.<br />
EES CARLOS - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade<br />
de São Paulo.<br />
EE MAUÁ - Escola de Engenharia Mauá.<br />
MEDICINA - Santa Casa - Faculdade de Medicina da Santa Casa de<br />
Misericórdia de São Paulo.<br />
FEF ARMANDO ALVARES PENTEADO - Faculdade de Engenharia da<br />
Fundação Armando Alvares Penteado.<br />
ESQ OSWALDO CRUZ - Escola Superior de Química Oswaldo Cruz.<br />
ENE - Escola Nacional de Engenharia (Guanabara).<br />
MEDICINA - GB - Vestibulares Unificados `as Escolas de Medicina<br />
(Guanabara e Rio de Janeiro).<br />
ENGENHARIA - GB - Vestibulares Unificados às Escolas de<br />
Engenharia (Guanabara e Rio de Janeiro).<br />
5
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
6<br />
ÍNDICE<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
CAPÍTULO 1 - introdução à atomística<br />
ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ................................................... 15<br />
O que é onda eletromagnética ........................................ 15<br />
Tipos de ondas eletromagnéticas ....................................... 21<br />
Propagação das ondas eletromagnéticas ............................ 23<br />
DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À ALTA PRESSÃO ........ 25<br />
DESCARGAS ELÉTRICAS NOS GASES À BAIXA PRESSÃO ...... 26<br />
Explicação do fenômeno .................................................... 27<br />
A ionização inicial ............................................................ 28<br />
Lâmpada fluorescente ........................................................ 28<br />
DESCARGAS ELÉTRICAS NO ALTO VÁCU0 .............................. 31<br />
RAIOS ANÒDICOS - AMPOLA DE GOLDSTEIN ......................... 33<br />
ESPECTRÓGRAFO DE MASSA .................................................... 35<br />
ISÓTOPOS - ISÓBAROS - ISÓTONOS ........................................ 37<br />
RAIOS "X" ..................................................................................... 40<br />
EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 43
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
CAPÍTULO 2 – radiatividade<br />
DESCOBERTA DA RADIATIVIDADE ............................................. 47<br />
NATUREZA DAS EMISSÕES ........................................................ 50<br />
LEIS DA RADIATIVIDADE ........................................................... 53<br />
CINÉTICA DAS EMISSÕES .......................................................... 59<br />
Velocidade instantânea de desintegração ......................... 60<br />
Constante radiativa ............................................................ 61<br />
Vida média ......................................................................... 62<br />
Período de semi-desintegração ou meia vida .................... 65<br />
Relação entre vida média e período<br />
de semi-desintegração ........................................................ 69<br />
FAMÍLIAS RADIATIVAS OU SÉRIES RADIATIVAS ...................... 72<br />
REAÇÕES DE- TRANSMUTAÇÃO ................................................. 77<br />
FISSÃO NUCLEAR ....................................................................... 85<br />
FUSÃO NUCLEAR ......................................................................... 99<br />
ELEMENTOS ARTIFICIAIS ............................................................ 102<br />
Carbono 14 ......................................................................... 102<br />
Iôdo radiativo ..................................................................... 103<br />
Cobalto 60 ......................................................................... 104<br />
EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 106<br />
CAPÍTULO 3 - estrutura do átomo<br />
O ÁTOMO DE DALTON ................................................................ 121<br />
O MODELO DE RUTHERFORD - BOHR .................................... 123<br />
Contradição `a teoria de Rutherford ................................ 126<br />
A teoria de Bohr ................................................................ 126<br />
Distribuição eletrônica ...................................................... 135<br />
Os elementos de transição ............................................... 137<br />
A EVOLUÇÃO DA TEORIA DE RUTHERFORD - BOHR ............ 138<br />
PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI ........................................ 143<br />
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A MECÂNICA ONDULATÓRIA ....................................................... 144<br />
NÍVEIS, SUBNÍVEIS E ORBITAIS ................................................. 147<br />
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E REGRA DE HUND .................... 156<br />
MEMORIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO COMPARATIVO ........... 161<br />
HIBRIDAÇÃO ................................................................................. 166<br />
EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................. 176<br />
CAPÍTULO 4 - ligações químicas<br />
LIGAÇÃO ELETROVALENTE ........................................................ 192<br />
Estrutura do cloreto de sódio .......................................... 198<br />
Estrutura dos cristais iônicos .......................................... 200<br />
Estrutura eletrônica dos íons ........................................... 201<br />
LIGAÇÃO COVALENTE . ................................................................ 202<br />
Teoria de Heitler - London ............................................... 203<br />
Orientação das ligações covalentes no espaço ................. 208<br />
Covalência coordenada ........................................................ 210<br />
Principais elementos e número de elétrons<br />
na camada externa ............................................................ 213<br />
Contagem dos elétrons na camada, externa .................... 214<br />
Estrutura de hidretos moleculares ................................... 215<br />
Estrutura dos Óxidos moleculares .................................... 217<br />
Estrutura de ácidos oxigenados ........................................ 220<br />
Estrutura dos sais .............................................................. 223<br />
Ligação π (pi ....................................................................... 227<br />
Hibridações parciais ........................................................... 233<br />
Hibridações especiais ......................................................... 239<br />
LIGAÇÃO POLAR E MOLÉCULA POLAR ..................................... 244<br />
Eletronegatividade ............................................................... 244<br />
Ligação polar ..................................................................... 245<br />
Momento polar .................................................................... 247<br />
Molécula polar ................................................................... 249<br />
Constante dielétrica ........................................................... 251<br />
Ponte de hidrogênio ............................................................ 253<br />
Ligação de Van der Waals ............................................... 257<br />
Fusão e dissolução de um sal ........................................ 263<br />
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ESTRUTURAS DAS MOLÉCULAS ............................................... 268<br />
Átomos que obedecem à regra do octeto ........................ 268<br />
Átomos que não obedecem à regra do octeto ................. 275<br />
Estruturas macromoleculares ............................................ 278<br />
PARAMAGNETISMO ...................................................................... 281<br />
RESSONÂNCIA ............................................................................... 284<br />
LIGAÇÃO METÁLICA ..................................................................... 290<br />
Teoria da "nuvem eletrônica" ou<br />
"gás eletrônico" ................................................................... 291<br />
Teoria das faixas eletrônicas ou<br />
bandas eletrônicas .............................................................. 293<br />
Retificador de corrente ...................................................... 302<br />
Transistores ........................................................................ 303<br />
Célula fotoelétrica ............................................................. 305<br />
CRISTAIS METÁLICOS ................................................................ 306<br />
Sistema cúbico de corpo centrado ................................... 306<br />
Sistema cúbico de face centrada .................................... 308<br />
Sistema hexagonal compacto ............................................. 309<br />
EXERCÍCIOS E TESTES .............................................................. 311<br />
CAPÍTULO 5 - classificação periódica dos elementos<br />
HISTÓRICO .................................................................................... 333<br />
A MODERNA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA ................................. 337<br />
AS ESTRUTURAS ELETRÔNICAS DOS ELEMENTOS ................. 341<br />
PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS ......................... 348<br />
Densidade ........................................................................... 348<br />
Volume atômico................................................................... 349<br />
Pontos de fusão .................................................................. 351<br />
Raios: atômico, covalente, iônico e de<br />
Van der Waals .................................................................... 352<br />
POTENCIAL DE IONIZAÇÃO ........................................................ 356<br />
Definição de elétron-volt ..................................................... 356<br />
Definição de potencial de ionização .................................. 357<br />
Variação dos potenciais de ionização ................................ 358<br />
ELETRONEGATIVIDADE ................................................................ 360<br />
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PROPRIEDADES QUÍMICAS .......................................................... 368<br />
Natureza das ligações ........................................................ 368<br />
Hidretos ............................................................................... 370<br />
Óxidos .................................................................................. 370<br />
EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 372<br />
CAPÍTULO 6 - óxido-redução<br />
CONCEITOS DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO .................................. 389<br />
OXIDANTES E REDUTORES ........................................................ 392<br />
NÚMERO DE OXIDAÇÃO.............................................................. 394<br />
Número de oxidação de íons ............................................. 396<br />
Número de oxidação de átomos nas moléculas ............... 397<br />
AJUSTAMENTO DE COEFICIENTES PELO MÉTODO<br />
DE ÓXIDO-REDUÇAO ................................................................... 409<br />
Óxido-redução com 3 elementos ...................................... 416<br />
Presença da água oxigenada ............................................. 419<br />
Equações iônicas ................................................................ 421<br />
MONTAGEM DE EQUAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO ................. 423<br />
EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 427<br />
CAPÍTULO 7 - conceitos modernos de ácidos e bases<br />
CONCEITOS DE LOWRY - BRONSTED ....................................... 439<br />
Definições............................................................................. 439<br />
Ácidos e bases conjugadas ................................................ 441<br />
TEORIA DE LEWIS ....................................................................... 445<br />
FORÇAS DE ÁCIDOS E BASES .................................................. 447<br />
Definições e comparações ................................................... 447<br />
Fatores influentes .............................................................. 451<br />
Efeitos de indução .............................................................. 452<br />
Caráter básico das aminas ................................................ 454<br />
EXERCÍCIOS E TESTES ............................................................... 456<br />
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES ................................. 469<br />
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orbitais atômicos<br />
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________________________<br />
O que é onda<br />
eletromagnética?<br />
____________________<br />
14<br />
A ONDAS<br />
ELETROMAGNÉTICAS<br />
Em primeiro lugar vamos recordar o conceito físico de onda.<br />
Imagine a onda no mar.<br />
Um barril flutua no mar onde a onda "não se quebra".<br />
A onda caminha numa direção, mas o barril não<br />
desliza sobre a superfície,o que prova que a água do mar não<br />
se desloca no sentido da onda.<br />
O movimento que a onda vai causar é apenas de<br />
fazer "subir e descer" o barril. Então, pode-se afirmar que a<br />
onda possui energia para suspender o barril. Este "sobe" ao<br />
receber energia e depois devolve a mesma energia ao mar<br />
quando "desce".<br />
Nos desenhos ao lado está uma seqüência dos<br />
movimentos do barril.<br />
Então:<br />
Onda é propagação de ENERGIA.<br />
Imagine agora um lago e os abalos (ondas causadas pela sucessiva queda de<br />
"pedras" no centro do lago). Suponhamos que caem pe-
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
dras de modo periódico, vamos dizer de 10 em 10 segundos.<br />
Formam-se círculos concêntricos equidistantes que se propagam na<br />
superfície da água. Aquela parte "saliente" na superfície da água será chamada de<br />
"avista" da onda. 0 que vemos não é senão um conjunto de "cristas" concêntricas<br />
propagando-se na água a partir do ponto de queda da pedra.<br />
A distância entre duas cristas consecutivas corresponde ao comprimento de<br />
onda X (lâmbda) que,no exemplo acima, é a mesma,qualquer que seja o "par de<br />
ondas".<br />
Vejamos as ondas numa secção de perfil.<br />
Chamemos de "T" (período) ao tempo gasto para caírem duas pedras<br />
consecutivas, que é igual ao tempo para passarem duas ondas consecutivas num<br />
mesmo ponto. Então X será a distância percorrida pela onda no tempo "T".<br />
Sabendo-se que:<br />
espaço percorrido = velocidade x tempo<br />
λ = v . T<br />
Dizemos ainda que os pontos "A" e "B" da superfície são pontos em<br />
concordância de fase, ou seja ,pontos que executam movimentos análogos<br />
simultaneamente.<br />
Então:<br />
_____________________________________________________________________<br />
Comprimento de onda (λ) é a menor distância entre dois pontos atingidos<br />
pelas ondas e que se acham em concordância de fase.<br />
_____________________________________________________________________<br />
15
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16<br />
introdução à atomística -1<br />
Imagine agora uma rolha que se encontre flutuando na superfície do lago.<br />
Ocorrerão oscilações na cortiça à medida que as ondas, passam.<br />
Vamos anotar o número de oscilações provocadas pelas ondas na unidade de<br />
tempo. Marquemos um minuto como unidade de tempo.<br />
Ora, se cai no lago uma pedra de 10 em 10 segundos,teremos 6 pedras<br />
e,portanto, 6 oscilações para a rolha num minuto. Este número de oscilações é<br />
chamado de freqüência das ondas.<br />
_____________________________________________________________________<br />
Freqüência (f) é o número de oscilações produzidas pelas ondas, na<br />
unidade de tempo.<br />
_____________________________________________________________________<br />
No caso anterior temos: f = 6 ciclos/minuto<br />
Podemos relacionar o período (T) com a freqüência (f).<br />
Vimos que:<br />
PERÍODO (T): é o tempo gasto para caírem duas pedras consecutivas, ou seja,<br />
o tempo para repetir uma oscilação idêntica num mesmo ponto atingido pelas ondas.<br />
FREQÜÊNCIA (f): ê o número de oscilações produzidas pelas ondas, na<br />
unidade de tempo.<br />
Ou seja, o período é o inverso da freqüência. Voltando à fórmula de<br />
propagação de ondas temos:<br />
substituindo
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Daí se conclui que, quanto maior o (X), menor será a (f) das oscilações,já que<br />
a velocidade de propagação é constante em determinado meio.<br />
Poderíamos fazer a seguinte comparação:<br />
Uma rolha "dança" na água (subindo e descendo) ao "ritmo" das pedras que<br />
caem. Quanto mais depressa as pedras caem, mais depressa, "com maior freqüência"<br />
oscila a rolha. Mas, então, formam-se ondas sucessivas umas muito próximas das<br />
outras e diremos que "diminuiu o comprimento de onda" (menor distância entre 2<br />
cristas consecutivas) .<br />
Vamos supor agora que a água do lago ou a água do mar se tornasse<br />
"invisível". Iríamos, então, ver os objetos (barril, rolha, etc) flutuando no espaço e<br />
não numa superfície visível.<br />
Além disso, se nessa misteriosa "água invisível" houvesse propagação de<br />
alguma onda, Iríamos ver os objetos oscilando. Poderíamos até "imaginar" os tipos de<br />
onda que estariam se propagando nessa "misteriosa água".<br />
invisíveis.<br />
Pois bem, existem formas de energia que se propagam em forma de ondas<br />
Seja um recipiente contendo água. Na superfície flutua uma rolha com um<br />
prego. Do lado de fora fazemos oscilar um imã bastante forte.<br />
A rolha também irá oscilar com a mesma freqüência do Imã. É que quando o<br />
Imã oscila, ele produz ondas invisíveis no espaço capazes de atravessarem o vidro e<br />
fazer oscilar o prego. Estas ondas são denominadas "ondas magnéticas" e as<br />
representamos por um conjunto de setas chamadas vetores "campo magnético" (H).<br />
17
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
18<br />
introdução à atomística-1<br />
Outro tipo de "onda invisível" é aquela produzida por cargas elétricas.<br />
Imagine um pêndulo de fio de seda que possui uma esfera carregada elétrica<br />
mente (vamos supor com carga negativa).<br />
Balançando-se diante da esfera um bastão carregado positivamente, a esfera<br />
tentará acompanhar o movimento do bastão.<br />
É porque o bastão, em oscilação, emite ondas invisíveis constituídas de<br />
"ondas elétricas" representadas por vetores denominados de "campos elétricos"<br />
(E).<br />
Na prática constata-se que, quando surge uma "onda elétrica", ela ê<br />
acompanhada de "onda magnética" e vice-versa. Dizemos, então, que se trata de "onda<br />
eletromagnética". Experimentalmente, sabe-se que o "plano dos campos elétricos é<br />
sempre perpendicular ao plano dos campos magnéticos".<br />
A representação ilustrativa da onda eletromagnética seria:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
____________________________________________________________________________<br />
A onda eletromagnética é uma forma de energia constituída de campos<br />
elétricos e campos magnéticos, em planos perpendiculares entre si, capazes de<br />
propagar-se no espaço.<br />
____________________________________________________________________________<br />
As ondas eletromagnéticas propagam-se em diversos meios e, no vácuo a<br />
velocidade de propagação é de 300.000 km/seg, ou seja, 7,5 voltas em redor da Terra<br />
num segundo.<br />
Graças às ondas eletromagnéticas podemos captar emissoras de rádio,<br />
televisão, radar, etc.<br />
Apenas para termos uma idéia ilustrativa de onda eletromagnética, imagine<br />
uma estação transmissora de rádio.<br />
═════════════════<br />
19
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
___________________________________________<br />
Tipos de ondas eletromagnéticas<br />
___________________________________________<br />
20<br />
introdução à atomística -1<br />
As ondas eletromagnéticas apresentam os comprimentos de onda numa vasta<br />
gama de variação e, para cada faixa de variação, a onda eletromagnética recebe um<br />
nome específico. Vejamos os principais nomes.<br />
Os raios cósmicos são constatados em qualquer parte do Universo, sendo<br />
constituídos de partículas subatômicas de altíssima velocidade e "ondas<br />
eletromagnéticas de X curtíssimo".<br />
Em seguida temos os raios gama, observados nos fenômenos quando se "toca<br />
ou modifica a estrutura nuclear dos átomos". È o caso de fenômenos radiativos e<br />
explosões atômicas que veremos adiante, onde são produzidas emissões de "raios<br />
gama".<br />
Os raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem nas "colisões de elétrons<br />
contra anteparos duros".<br />
As ondas eletromagnéticas, nas faixas ultra-violeta, luz visível e infra-<br />
vermelho, correspondem às "energias libertadas" pelos "saltos de elétrons dentro<br />
do átomo".<br />
irradiação” .<br />
Os raios infra-vermelhos são conhecidos popularmente como "calor de
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
As ondas eletromagnéticas de comprimento maior surgem quando elétrons<br />
num condutor sofrem "impulsos".<br />
Ê o caso das ondas hertzianas libertadas duma torre de transmissão. Lá,os<br />
elétrons sofrem "impulsos" e libertam ondas eletromagnéticas.<br />
alguns metros.<br />
As ondas de F.M. (freqüência modulada) e de televisão possuem somente<br />
Exemplos:<br />
o CANAL 9 da T.V. tem À = 1,5 metros<br />
o F.M. da Eldorado tem A = 3 metros<br />
As ondas de rádio estão numa faixa de A maior e temos 3 classes:<br />
A) ondas curtas 10--------- 200 metros.<br />
B) ondas médias 200 --------- 600 metros.<br />
C) ondas longas 600 --------- 1000 metros.<br />
Foi o cientista Hertz quem descobriu a existência de ondas eletromagnéticas.<br />
Em sua homenagem, a unidade de freqüência ê denominada de "hertz".<br />
__________________________________________________________________________<br />
1 ciclo/segundo = 1 hertz<br />
1000 ciclos/segundo = 1 khz (ki1ohertz)<br />
1 milhão ciclos/segundo =1 Mhz (megahertz)<br />
__________________________________________________________________________<br />
Pode-se então caracterizar uma onda eletromagnética, exprimindo o seu<br />
comprimento de onda "A" ou então, a sua freqüência (f).<br />
Lembre-se da relação:<br />
Quando nada se fala da velocidade de uma onda eletromagnética,<br />
subentende-se que a velocidade é de 300.000 km/seg (no vácuo = no ar) .<br />
EXERCÍCIOS<br />
(1) Você está sintonizando uma emissora que opera numa frequência<br />
de 1.000 Khz. Qual o comprimento de onda dessas emissões?<br />
RESPOSTA: são ondas de 300 metros.<br />
21
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
22<br />
introdução à atomística-1<br />
(2) Uma emissora de T.V. utiliza-se de ondas de λ = 2 metros, Qual<br />
a freqüência dessa emissora?<br />
acima indicada.<br />
(3) Seja um rádio de uma faixa:<br />
Você está sintonizando uma estação quando no dial temos a posição<br />
Seu rádio é um receptor de ondas:<br />
a) médias<br />
b) curtas<br />
c) longas<br />
d) F.M.<br />
__________________________________________________________________________<br />
propagação das ondas eletromagnéticas<br />
__________________________________________________________________________<br />
As ondas eletromagnéticas propagam-se em linha reta num meio homogêneo.<br />
Ao penetrar noutro meio, pode ocorrer uma mudança de direção que se denomina<br />
refração.<br />
Pode mesmo ocorrer reflexão das ondas eletromagnéticas.<br />
Se você mora num local vizinho a prédios altos, ou onde passam aviões, as<br />
ondas de T.V. serão refletidas por esses obstáculos, provocando distúrbios no seu<br />
receptor. (Fantasmas pelo prédio e ondulações da imagem pelo avião).<br />
Uma torre de emissão, de T.V. ou de rádio, geralmente emite ondas em todas<br />
as direções, ou seja, ondas tridimensionais, formando se frentes esféricas de ondas.<br />
(Lembre-se que, na água, a onda causada pela queda da pedra tinha propagação<br />
bidimensional e tínhamos frentes de onda circulares).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Outro detalhe muito importante ê saber o aspecto energético das ondas<br />
eletromagnéticas. Elas são emitidas de modo intermitente em forma de conjuntos<br />
de ondas, que recebem o nome de "fótons".<br />
Resumindo: As ondas eletromagnéticas são emitidas de modo descontinuo,<br />
em forma de quantidades bem discretas, denominadas de "fotons?<br />
A energia do fóton depende do seu comprimento de onda (A).<br />
Quanto maior o "X", menor será a energia. Podemos dizer, então, que a<br />
energia do fóton é diretamente proporcional à freqüência da onda eletromagnética,já<br />
que:<br />
Essa energia variável de cada fóton é denominada de "quantum" (no plural<br />
"quanta"). Segundo o cientista Planck o quantum (q) cor responde a:<br />
q = a energia do fóton<br />
_____________<br />
q = h . f<br />
_____________<br />
h = constante de Planck = 6,62 x 1O -27 erg x seg<br />
f = freqüência da onda eletromagnética<br />
Portanto, cada fóton possui uma quantidade definida de energia. Assim,<br />
quanto mais fótons num feixe de luz, mais intensa será a energia.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(4) Qual a energia do fóton constituinte da luz violeta de 4000 Ǻ?<br />
(5) Qual é a energia do fóton constituinte dos raios-X de λ=1Ǻ ?<br />
23
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
no alto vácuo.<br />
24<br />
introdução à atomística -1<br />
B DESCARGAS ELÉTRICAS<br />
NOS GASES À ALTA PRESSÃO<br />
São os gases: bons, regulares ou péssimos condutores de eletricidade?<br />
A resposta seria: "depende da pressão do gás".<br />
Estudemos, então, os 3 casos principais: à alta pressão, à baixa pressão e<br />
De modo geral, os gases à pressão elevada (acima de 1 atm) comportam-se<br />
como isolantes, isto é, oferecem grande dificuldade a passagem de elétrons.<br />
Veja,por exemplo,os fios de luz nos postes que, às vezes estão descobertos,<br />
em contato com ar atmosférico (mistura gasosa) sem que ocorra descarga.<br />
É necessário grande diferença de potencial (AV) entre os pólos e ainda uma<br />
pequena distância entre esses fios para ocorrer uma descarga à alta pressão.<br />
Exemplo: Vela de motor à explosão que utiliza alguns milhares de volts para<br />
produzir a centelha.<br />
Quanto maior a distancia entre os eletrodos,exigem-se maiores tensões.<br />
.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
C DESCARGAS ELÉTRICAS<br />
NOS GASES A BAIXA PRESSÃO<br />
Esses tipos de descargas são realizadas em tubos de Geissler<br />
Um tubo de Geissler é constituído de uma ampola de vidro possuindo 2<br />
eletrodos. No interior da ampola pode-se colocar um gás qualquer a uma pressão de<br />
1 a 30 mm Hg.<br />
Um dos eletrodos é ligado ao polo negativo e será chamado de<br />
"CÁTODO". Outro que é ligado ao polo positivo é chamado de "ÂNODO".<br />
A diferença de potencial, necessária para a descarga, depende do<br />
comprimento do tubo e da pressão interna. Para um tubo de 40 cm e pressão<br />
de 3 mm Hg, pode-se usar uma tensão de 60 volts, quando no seu interior temos<br />
"vapor de mercúrio".<br />
Durante a descarga aparecerá uma boa luminosidade em toda região entre o<br />
"cátodo" e o "ânodo" A cor da luz emitida depende da natureza do gás, da pressão<br />
interna e da tensão utilizada.<br />
Descargas deste tipo são utilizadas em anúncios<br />
25
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luminosos e também nas lâmpadas fluorescentes.<br />
26<br />
introdução à atomística-1<br />
Uma particularidade dessas lâmpadas é que para iniciar a descarga exige-se<br />
uma tensão elevada,a fim de provocar a ionização inicial das moléculas gasosas.<br />
___________________________________<br />
A) EXPLICAÇÃO DO FENÔMENO<br />
Vimos no LIVRO I que as moléculas são formadas de átomos. Os átomos são<br />
constituídos de núcleos e elétrons. Quando o tubo de Geissler ê submetido a<br />
determinada tensão, dá-se a descarga,porque o "CÁTODO". emite elétrons.<br />
Na prática o cátodo ê um filamento incandescente, pois a elevada<br />
temperatura facilita a emissão de elétrons.<br />
Os elétrons acelerados colidem com as moléculas do gás provocando<br />
ionizações. Os íons dirigem-se para o"CÁTODO" (-) enquanto que os elétrons vão<br />
para o "ÂNODO" (+).<br />
Dentro do tubo existem duas espécies de partículas em movimento:<br />
- elétrons no sentido cátodo ânodo<br />
- Íons no sentido ânodo cátodo<br />
Na realidade, além" das colisões elétron x molécula, ainda ocorrem, em menor<br />
número, colisões de molécula que também produzem mais ionizações.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Os íons chegam até o cátodo, regenerando assim o elétron e voltando a ser<br />
molécula neutra. Mas, uma nova colisão imediatamente provocará nova ionização.<br />
Nessas colisões, uma parcela de energia ê emitida em forma de ondas<br />
eletromagnéticas que podem ser visíveis ou invisíveis.<br />
Utilizando-se gases diferentes, ou pressões variadas, podem-se obter os mais<br />
deslumbrantes coloridos que enfeitam as avenidas na forma de anúncios luminosos.<br />
_________________________________<br />
B) A IONIZAÇÃO INICIAL<br />
Um tubo de Geissler de um metro de comprimento, contendo vapor de<br />
mercúrio como gás residual, trabalha numa tensão de 100 volts aproximadamente.<br />
Mas, para haver descarga nessas condições é necessário que já exista<br />
considerável número de íons no gás.<br />
Como poderemos obter essa elevada ionização?<br />
- Os raios cósmicos que "chovem" em qualquer parte e, portanto, no local de<br />
experiência causam uma pequena ionização do gás, mas isso é insuficiente para se<br />
dar a descarga.<br />
inicia a descarga.<br />
- Um jato de elétrons,que ê lançado pela cátodo, é que realmente<br />
A emissão inicial de elétrons exige condições especiais: "cátodo incandescente<br />
e elevada tensão instantânea" de alguns milhares de volts.<br />
Na prática, como veremos adiante, o cátodo é um filamento incandescente<br />
(como o das lâmpadas comuns) e a elevada tensão inicial é conseguida com um<br />
dispositivo chamado "reator".<br />
Uma vez iniciada a descarga, a tensão pode baixar sem prejudi car a<br />
continuidade da descarga elétrica.<br />
_______________________________________<br />
C) LÂMPADA FLUORESCENTE<br />
É um tubo de Geissler com algumas adaptações.<br />
27
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
28<br />
introdução à atomística -1<br />
A parte interna do vidro é revestida com uma tinta fluorescente. Essa tinta<br />
emite luz visível quando excitada por raios ultra-violeta.<br />
Como a lâmpada trabalha com corrente alternada, qualquer dos pólos é um<br />
"ânodo-cátodo". Possui um filamento de tungstênio para facilitar a saída de elétrons<br />
quando aquecido.<br />
Esquema da lâmpada no início da descarga<br />
No circuito existe um "REATOR" e um "STARTER".<br />
O reator destina-se a produzir uma alta-tensão inicial e a manter uma<br />
tensão adequada para a descarga.<br />
O starter é uma chave automática . Ele fecha o circuito no início a logo<br />
em seguida se abre interrompendo o circuito, onde ele foi colocado.<br />
Para uma lâmpada de 20 Watts temos o seguinte esquema:<br />
Inicialmente a corrente atravessa: reator, filamento, starter e outro filamento.<br />
Os filamentos tornam-se incandescentes , facilitando a emissão de elétrons. Então,<br />
desliga-se automaticamente o"S" (starter). Essa abertura do circuito provoca "alta<br />
tensão" entre os filamentos,porque o reator está no circuito. (É preciso noções de<br />
corrente alternada para entender minuciosamente o aparecimento da alta tensão). A<br />
alta tensão instantânea provoca a ionização inicial que iniciará a descarga elétrica no<br />
tubo. Dai por diante, o circuito que possui o starter ficará aberto e sem efeito.<br />
Pode-se mesmo substituir o "S" por uma chave elétrica, que ini
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
descarga.<br />
cialmente é fechada e, após alguns segundos, é aberta dando início a<br />
É por este motivo que, quando ligamos o interruptor de uma lâmpada<br />
fluorescente, ainda leva alguns segundos para ocorrer a descarga.<br />
Esse tempo necessário é para aquecer o filamento e esperar o "desliga" do<br />
starter,que é realizado automaticamente após determinado tempo no circuito.<br />
A alta tensão inicial é capaz de "succionar" alguns elétrons das moléculas<br />
vizinhas ao ânodo.<br />
Durante a descarga da lâmpada, o gás (vapor de mercúrio) emite mais<br />
intensamente luz ultra-violeta acompanhada de pequena quantidade de luz violeta. A<br />
luz ultra-violeta (invisível) excita a tinta fluorescente e esta emitira então, a luz visível.<br />
Dai o nome de lâmpada fluorescente.<br />
CONCLUSÃO:<br />
____________________________________________________________________________<br />
Admitindo-se que os átomos possuem elétrons pode-se justificar porque<br />
ocorrem descargas em tubos de Geissler.<br />
____________________________________________________________________________<br />
════════════════<br />
29
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
30<br />
introdução à atomística -1<br />
D DESCARGAS ELÉTRICAS<br />
NO ALTO VÁCUO<br />
As descargas desse tipo são estudadas na “ ampola de Crookes “ . Chama-<br />
se"alto vácuo" uma atmosfera onde se tenta produzir o melhor vácuo possível. Hoje,<br />
consegue-se alto-vácuo da ordem de l0- 11 mm Hg.<br />
volts.<br />
vidro.<br />
Entre o cátodo e o ânodo, estabelece-se uma tensão de alguns milhares de<br />
Observa-se, na região em frente ao cátodo, uma luminosidade esverdeada no<br />
Em 1869, Hitterf demonstrou que a luminosidade era devida aos raios<br />
provenientes do cátodo, pois, se colocasse uma placa metálica entre o cátodo e o vidro,<br />
a luminosidade esverdeada do vidro iria desaparecer.<br />
catódicos".<br />
Como somente o cátodo emitia esses raios, eles foram denominados "raios
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Crookes demonstrou que os "raios catódicos" eram constituídos de partículas<br />
de carga negativa, pois, sofrem deflexões diante de campos elétricos ou campos<br />
magnéticos.<br />
Esta evidência veio provar que o cátodo não emitia raios luminosos, mas sim,<br />
"PARTÍCULAS DE CARGA NEGATIVA".<br />
Alguns anos depois, o cientista Thomson conseguiu determinar a massa<br />
dessas partículas de carga negativa,constatando ser bem menor que o mais leve dos<br />
átomos ,ou seja, mais leve que o átomo de hidrogênio.<br />
Ficou assim esclarecido que "EXISTEM PARTÍCULAS" mais leves que o<br />
"ÁTOMO", ou seja, que "0 ÁTOMO É CONSTITUÍDO DE PARTÍCULAS".<br />
de"ELÉTRONS"<br />
As partículas constituintes dos raios catódicos foram chamadas<br />
Inicia-se,assim, uma nova fase de pesquisa do interior do átomo e,<br />
evidentemente, o abandono da teoria atômica de Dalton.<br />
Hoje sabemos que os raios catódicos são formados de elétrons. Os elétrons<br />
caminham pelo condutor até o cátodo. Como a tensão é muito elevada, os elétrons<br />
saem do cátodo com grande energia cinética rumo ao ânodo. Durante a trajetória, os<br />
elétrons quase não perdem energia porque, no meio rarefeito,quase não há colisões<br />
entre as partículas. No entanto, os elétrons não conseguem curvar sua trajetória e<br />
acabam colidindo contra as paredes de vidro. Al, parte da energia cinética ê<br />
transformada em energia luminosa. A seguir os elétrons são "succionados" pelo<br />
ânodo.<br />
______________________________________________________________<br />
RAIOS CATÓDICOS SÃO ELÉTRONS ACELERADOS<br />
EMITIDOS PELO CÁT0DO.<br />
______________________________________________________________<br />
Uma das importantes aplicações dos raios catódicos está na televisão. O tubo<br />
de imagem da televisão é uma ampola de Crookes que possui o canhão (cátodo)<br />
capaz de, ordenadamente, atirar elétrons<br />
31
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
32<br />
introdução à atomistica -1<br />
contra a superfície interna do vídeo, onde se encontra um revestimento<br />
de tinta fluorescente.<br />
10.000 volts.<br />
0 tubo de imagem da T.V. opera com uma tensão de aproximadamente<br />
E RAIOS ANÓDICOS<br />
ampola de Goldstein<br />
Em 1886, Goldstein fez experiências de descargas em ampolas contendo gás<br />
numa pressão de 0,1 mm Hg aproximadamente. Utilizando cátodo perfurado,<br />
observou que no prolongamento dos orifícios do cátodo formavam-se "focos"<br />
luminosos. Sugeriu então que nessas descargas houvesse formação de partículas<br />
positivas vindas da direção do ânodo, que foram denominadas "raios anòdicos".<br />
A evidencia de que os raios anódicos são constituídos de partículas de carga<br />
positiva é que, passando-os em campos elétricos e em campos magnéticos, constatam-<br />
se desviou no sentido oposto no dos raios catódicos.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
A explicação do fenômeno é a seguinte:<br />
Os elétrons dos raios catódicos saem com grande energia cinética e podem<br />
colidir com moléculas do gás residual, transformando-os em íons positivos .<br />
Estes íons são "atraídos pelo cátodo" e regeneram o elétron quando colidem<br />
com o cátodo. No entanto, alguns íons atravessam o orifício e provocam colisões<br />
na parte posterior do cátodo. Essas colisões serão de íons acelerados x<br />
moléculas do gás residual, donde é emitida energia em forma de onda<br />
eletromagnética luminosa. Então o ânodo "não emite raios anódicos.".<br />
___________________________________________________________________________<br />
RAIOS_ANÓDIC0S são íons_do próprio gás residual que são repelidos pelo<br />
ânodo e atraídos pelo cátodo.<br />
___________________________________________________________________________<br />
Existem métodos para determinar a massa das partículas positivas dos raios<br />
anódicos. Constatou-se que a massa das partículas positivas é incomparavelmente<br />
maior que as partículas dos raios catódicos.<br />
Utilizando-se o hidrogênio como gás residual, foram obtidos raios anódicos,<br />
constituídos de partículas cujas massas eram o mais leve possível em relação a outros<br />
raios anódicos. No entanto, essa mais leve partícula positiva,até então conhecida, era<br />
cerca de 1840 vezes mais pesada que o elétron.<br />
Para essa partícula, foi sugerido o nome de "PRÓTON", que ficou estabelecido<br />
como unidade de carga positiva, (pois era a partícula de menor massa e menor<br />
carga observada naquela época).<br />
EM RESUMO:<br />
A descarga numa ampola de Goldstein apresenta:<br />
- elétrons acelerados num sentido,(raios catódicos) e<br />
- íons positivos acelerados no sentido contrário,(raios anódicos).<br />
═══════════════<br />
33
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
34<br />
introdução à atomística -1<br />
F ESPECTRÓGRAFO<br />
DE MASSA<br />
Uma das mais importantes aplicações dos raios anódicos é no espectrógrafo<br />
de massa. Este aparelho permite determinar a massa do átomo.<br />
de "ASTON".<br />
Um dos primeiros espectrógrafos de massa utilizado foi o espectrógrafo<br />
Na ampola onde se encontram o ânodo "A" e o cátodo "B" formam se os íons<br />
positivos, ou seja , os raios anódicos do gás. Como O cátodo "B" tem uma fenda<br />
vertical, muitos íons passam e alguns conseguem atravessar as fendas "C" "D". Entre<br />
"C" e "D^' existe um fortíssimo campo elétrico que acelera bastante as partículas<br />
positivas nesse trecho. Em "E" existe um fortíssimo campo magnético capaz de curvar<br />
a trajetória dos raios positivos, fazendo-os colidir com "F", onde existe um filme<br />
fotográfico.<br />
Conhecendo-se os valores dos campos elétricos e magnéticos, pode-se<br />
determinar a massa do íon.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Se na ampola foi colocado gás de um elemento químico e, se no filme "F", são<br />
obtidas duas ou mais impressões, pode-se concluir que existem partículas do mesmo<br />
elemento químico com diferentes massas.<br />
Ora, essas partículas são íons, ou seja, átomos que perderam elétrons. Como<br />
a massa do elétron é praticamente desprezível,conclui-se que,no elemento gasoso<br />
utilizado na experiência, existem "ÁTOMOS COM MASSAS DIFERENTES". Os átomos de<br />
diferentes massas,porém do mesmo elemento, serão chamados de "ISÔTOPOS", e sua<br />
existência é constatada no espectrógrafo. (Maiores detalhes serão explanados no<br />
próximo assunto.)<br />
"B" e "C".<br />
Então, se no filme "F" tivermos a impressão:<br />
Conclui-se que,o elemento gasoso em estudo tem 3 isótopos<br />
Uma representação esquemática seria:<br />
O isótopo que incide em "A" ê mais leve que aquele que incide em<br />
Quanto menor a massa do íon, maior será o desvio, ou seja, menor<br />
será a curvatura da trajetória.<br />
════════════════<br />
35
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
36<br />
introdução à atomística -1<br />
G ISÓTOPOS<br />
ISÓBAROS-ISÓTONOS<br />
Veremos, nos capítulos II e III, os trabalhos de diversos cientistas que<br />
possibilitaram melhor esclarecimento da estrutura atômica.<br />
Vamos no entanto adiantar que o átomo ê constituído de duas partes:<br />
a) Núcleo: onde se encontram principalmente duas espécies de partículas:<br />
"PRÓTONS e NEUTRONS". Eles possuem massas praticamente iguais. 0 próton ê o<br />
responsável "pela carga positiva".<br />
b) Eletrosfera: onde se encontram "ELÉTRONS", partículas de carga negativa<br />
que contrabalançam as cargas positivas do núcleo. Os elétrons têm massa<br />
desprezível em relação aos protons e nêutrons.<br />
As propriedades químicas de um átomo são determinadas pelo número de<br />
elétrons na eletrosfera, que é igual ao número de prótons do núcleo, também<br />
chamado "NÚMERO ATÔMICO".<br />
químicas".<br />
Em outras palavras:<br />
"Átomos de mesmo número atômico possuem as mesmas propriedades<br />
Os nêutrons são partículas "sem carga" e de massa aproximadamente igual<br />
à do próton e se encontram nos núcleos dos átomos.<br />
Os prótons e nêutrons determinam praticamente amassa do átomo, pois os<br />
elétrons têm massa desprezível em relação àquelas anteriores.<br />
CONVENÇÕES<br />
Z-------número atômico (número de prótons do núcleo).<br />
N-------número de nêutrons.<br />
A-------número de massa (soma de prótons + nêutrons do núcleo).<br />
Logo: A = Z + N<br />
ISÓTOPOS: São átomos do mesmo elemento químico (mesmo número<br />
atômico), porém,com diferentes números de massa (logo, de diferente número de<br />
nêutrons).<br />
ISÓBAROS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números<br />
atômicos), porém, com o mesmo número de massa.<br />
ISÓTONOS: São átomos de diferentes elementos (diferentes números<br />
atômicos),porém, com o mesmo número de nêutrons.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Sejam os átomos "1" e "2" que apresentam respectivamente:<br />
número de prótons -----------Z1 e Z2<br />
número de nêutrons -----------N1 e N2<br />
número de massa -----------A1 e A2<br />
Representa-se o NÚMERO ATÔMICO e o NÚMERO DE MASSA de um<br />
átomo do seguinte modo:<br />
════════════════<br />
37
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
(6) Examinemos os seguintes átomos:<br />
38<br />
Introdução à atomística -1<br />
(7) São dados três átomos, X, Y e Z. 0 átomo "X" tem número atômico 35 e<br />
número de massa 80. 0 átomo "Z" tem 47 nêutrons sendo isótopo de "X". 0 átomo "Y" é<br />
isóbaro de "Z" e isótono de "X". Quantos prótons tem "Y"?<br />
Foram dados:<br />
a = 37<br />
(8) Os elementos A, B e C tem números de massa consecutivos.<br />
"B" é isótopo de "A" e "A" é isótono de "C".<br />
0 átomo "B" tem 21 nêutrons e o átomo "C" tem 22 prótons. Quais<br />
são os números de massa dos átomos "A", "B" e "C"?<br />
(9) Numa fileira horizontal da tabela periódica (período) os elementos A, B e<br />
C são consecutivos. "A" e "B" são isóbaros é "C" e isótono de "B". 0 número de massa<br />
de "C" é 197 e o elemento A tem 119 nêutrons. Calcule os números atômicos<br />
desses elementos.<br />
════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
39<br />
H RAIOS "X"<br />
Em 1895, o físico Wilhelm Konrad Roentgen anunciava a descoberta de raios<br />
misteriosos capazes de atravessar diversos materiais que são opacos à luz.<br />
Roentgen estava fazendo experiências com uma ampola de "Crookes" em<br />
plena descarga. Observou que alguns materiais, como uma placa coberta por sulfeto<br />
de zinco, tornava-se fluorescente quando colocada nas proximidades da região de<br />
colisão dos raios catódicos.<br />
A fluorescência do cartão permanecia, mesmo que entre o cartão e a<br />
ampola fosse colocada uma placa de papelão.<br />
A experiência surpreendeu -o e uma investigação mais meticulosa foi<br />
iniciada a fim de esclarecer a causa da fluorescência.<br />
Então, foi montado o seguinte dispositivo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
40<br />
introdução à atomística -1<br />
Uma ampola de Crookes foi encerrada dentro de uma caixa de papelão. Do<br />
lado externo, em frente ã região de colisão dos elétrons, foi colocado o material<br />
fluorescente. Os raios misteriosos partiam daquela região de colisão, atravessavam o<br />
papelão e vinham incidir no sulfeto de zinco, tornando-o fluorescente. Como Rôentgen<br />
não conseguiu desvendar a natureza desses raios invisíveis, ele denominou os de<br />
"raios-X".<br />
Em 1912, através de difrações em cristais, foi provado que os "raios-X" são<br />
ondas eletromagnéticas de " λ "muito curto.<br />
__________________________________________________________________________<br />
Raios-X são ondas eletromagnéticas que surgem na colisão de raios<br />
catódicos contra anteparos duros.<br />
__________________________________________________________________________<br />
Logo em seguida, constatou-se que os "raios-X" eram capazes de<br />
impressionar chapas fotográficas.<br />
Esta descoberta possibilitou "fotografar" o interior de muitos objetos opacos `a<br />
luz, mas transparentes aos raios-X. Uma das aplicações mais notáveis dessa<br />
descoberta foi na obtenção de radiografias.<br />
ósseas.<br />
As primeiras aplicações na medicina foram no diagnóstico de fraturas<br />
Os "raios-X" atravessam facilmente .materiais constituídos de elementos de<br />
baixo peso atômico. Então, o tecido ósseo que apresenta cálcio, de peso atômico 40,<br />
(maior que os do "C", "H" e "N" , principais constituintes da pele, músculo e carne) é<br />
mais opaco aos "raios-X".<br />
da radiografia.<br />
Os "raios-X" não conseguem atravessar o tecido ósseo e daí a mancha branca<br />
Também é por este motivo que o chumbo de peso atômico 207, retém quase<br />
que totalmente os "raios-X". Os operadores de aparelhos de "raios-X" utilizam aventais<br />
de chumbo para proteger-se de eventuais radiações que escapam, pois um excesso de<br />
"raios-X pode causar lesões internas gravíssimas no ser humano.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Quando uma televisão está ligada, do vídeo deste aparelho emanam<br />
"raios-X". Porém são "raios-X" de comprimento de onda (λ) maior que aqueles<br />
utilizados em radiografias. Esses "raios-X", de"A" relativamente longo (λ = 100<br />
Ǻ), são praticamente inofensivos.<br />
Os "raios-X" de muita energia e portanto, perigosos aos seres vivos, são os<br />
"raios-X" denominados duros, de comprimento de onda curtíssimo (λ = 0,01 Ǻ). São<br />
obtidos fazendo-se colidir raios catódicos bastante energéticos contra anteparos de<br />
tungstênio. O anteparo é chamado "anti-cátodo".<br />
Numa ampola de vidro,como indica o esquema, faz-se o melhor alto-vácuo<br />
possível. Utiliza-se uma tensão da ordem de 100.000 volts e um cátodo incandescente,<br />
os quais produzirão raios catódicos de elevadíssima energia.<br />
Nos aparelhos de "raios-X"reais, o próprio ânodo já ê o anti-cátodo.<br />
A ampola ê envolvida por uma camada de chumbo que protege o operador dos<br />
"raios-X" que poderiam se dispersar. Existe uma janela no envólucro de chumbo<br />
por onde saem os "raios-X' : .<br />
Uma das grandes contribuições científicas foi a aplicação de "raios-X" na<br />
investigação de cristais, que possibilitou determinar distâncias entre núcleos de<br />
átomos. Isto desencadeou o esclarecimento da estrutura da matéria.<br />
═════════════<br />
41
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
TESTES E EXERCÍCIOS<br />
42<br />
introdução a atomística -1<br />
(10)-"Raios-Y" , "raios-X", "ultra-violeta" e "ondas curtas de rádio" são ondas<br />
eletromagnéticas que apresentam freqüências na ordem:<br />
a) crescente<br />
b) decrescente<br />
c) crescente e depois decrescente<br />
d) constante<br />
e) nenhuma das respostas anteriores<br />
(11)-No item anterior, naquela seqüência, suas velocidades no vácuo<br />
apresentam-se na ordem:<br />
a) crescente<br />
b) decrescente<br />
c) crescente e depois decrescente<br />
d) constante<br />
e) nenhuma das respostas anteriores<br />
(12)-Referindo-se ainda à questão 10, aquelas ondas eletromagnéticas<br />
apresentam"λ" (comprimentos de onda) na ordem:<br />
a) crescente<br />
b) decrescente<br />
c) constante<br />
d) crescente e depois decrescente<br />
e) nenhuma das respostas anteriores<br />
(13)-Uma estação de radar emite ondas com 30.000 Mhz. Qual o<br />
comprimento de onda dessas emissões?<br />
(14)-Qual a freqüência da luz de comprimento de onda: λ=5000Ǻ?<br />
(15)-Quantos ergs de energia possui um foton de uma emissão de<br />
λ = 1 micron?<br />
(16) - Seja (q1) a energia do foton de determinado "raios-X" e (q2) a<br />
energia do foton de "infra-vermelho". Pode-se afirmar que:<br />
a) q1 > q2<br />
b) q1 = q2<br />
c) q1 < q2<br />
d) não se pode comparar
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ATOMÍSTICA<br />
43<br />
capítulo 2
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
44<br />
radiatividade – 2<br />
A DESCOBERTA<br />
DA RADIATIVIDADE<br />
A descoberta dos "raios X" causou um verdadeiro sensacionalismo no meio<br />
cientifico. Alguns meses após a sua descoberta, os "raios-X" já eram empregados em<br />
clinicas médicas.<br />
Lembremos que esses raios surgem na região esverdeada da ampola de<br />
Crookes,ou seja, de onde seda a fluorescência no vidro pela colisão dos raios<br />
catódicos.<br />
0 fenômeno da fluorescência despertou no cientista Becquerel a desconfiança<br />
de que haveria uma correlação entre os "raios-X" e a fluorescência das substâncias.<br />
Em outras palavras, Becquerel achou que as substâncias, quando fluorescentes,<br />
emitem "raios-X".<br />
Ele se utilizou então de diversas substâncias fluorescentes ao ultra-violeta,<br />
expondo-as a luz solar. (A luz solar contém uma dose de radiações ultra-violeta)<br />
Estas amostras eram colocadas sobre chapas fotográficas envolvidas por<br />
papel negro. Então, a chapa fotográfica estava protegida dos raios da luz solar. Se a<br />
fluorescência na amostra emitisse "raios-X" , então, estes atravessariam o papel negro<br />
e iriam impressionar o filme.<br />
Após diversas tentativas, Becquerel observou que o sulfato duplo de potássio<br />
e uranila K2U02(S04))2 era a única substância fluorescente que conseguira<br />
impressionar o filme. Parecia que as previ
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
soes do cientista estavam confirmadas.<br />
Na ocasião em que Becquerel realizava experiências, ele teve que interrompê-<br />
las em face dos dias chuvosos e nublados que se seguiram.<br />
Ele guardou numa gaveta o sal de urânio sobre uma chapa fotográfica. Como<br />
não havia incidência de ultra-violeta no sal, este não poderia emitir "raios-X".<br />
Alguns dias depois, ao revelar por acaso aquele filme da gaveta, com surpresa<br />
notou impressões muito mais intensas que nas suas experiências. Estava provado que<br />
não era a fluorescência a causa das emissões estranhas análogas aos "raios-X".<br />
Logo,foi evidenciado que o K2U02(S04))2 tinha a propriedade de, espontaneamente,<br />
produzir emissões que atravessavam o papel negro e vinham decompor o sal de prata<br />
do filme fotográfico.<br />
Assim, em 1896,Becquerel declarava que o sulfato duplo de potássio e uranila<br />
emitia estranhos raios que, inicialmente, foram denominados de "raios de<br />
Becquerel".<br />
A nova descoberta causou profundo interesse ao casal de cientistas Marie<br />
Sklodowska Curie - Pierre Curie,que trabalhavam no laboratório de Becquerel.<br />
Eles acabaram descobrindo que a propriedade de emitir aqueles raios era<br />
comum a todos os elementos que possuíam urânio, evidenciando assim que o<br />
"elemento urânio era o responsável pelas misteriosas emissões".<br />
Para o fenômeno foi sugerido o nome de radiatividade" ou "radioatividade" que<br />
quer dizer: atividade de emitir raios (do latim - radius).<br />
Constatou-se logo que a radiatividade tem muita semelhança com os "raios-<br />
X" descobertos por Roentgen, sendo, por exemplo, capazes de ionizar gases ou ainda,<br />
capazes de ser retidos por espessas camadas de chumbo.<br />
48<br />
45
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ouro.<br />
46<br />
radiatividade - 2<br />
Isto é comprovado utilizando-se um eletroscópio elementar de folhas de<br />
Quando se encosta um bastão carregado (digamos positivamente) , as<br />
lâminas de ouro se repelem. Se existe no interior do vidro um material radiativo, este<br />
ioniza o gás e, rápida mente, descarrega o eletroscópio. fazendo com que as folhas de<br />
ouro se reaproximem.<br />
Constata-se ainda que, quanto maior o teor de urânio na amostra, mais<br />
rapidamente se descarrega o eletroscópio.<br />
Este aparelho, embora muito simples, foi utilizado pelo casal Curie durante<br />
suas experiências.<br />
Para extrair o urânio., compravam minérios de diversas procedências.<br />
Um deles, apechblenda da cidade de Joachimsthal (hoje na Tchecoslováquia),<br />
apresentava-se muito mais radiativo que ou trás amostras.<br />
Examinando o minério com cuidado, foi observado que uma das frações de<br />
impureza extraída da pechblenda apresentava-se muito mais radiativa que o urânio<br />
puro.<br />
Este fato fez com que o casal Curie desconfiasse da existência de um outro<br />
elemento radiativo até então desconhecido. De fato, em 1898 eles conseguem isolar<br />
um novo elemento radiativo, cerca de 400 vezes mais radiativo que o urânio. Ao<br />
novo elemento foi dado o nome de "Polônio" em homenagem à pátria de Mme.<br />
Curie, natural de Varsóvia.<br />
As pesquisas continuaram e logo depois, o casal Curie anunciava a<br />
descoberta de outro elemento muito mais radiativo que o Polônio e que foi<br />
denominado de "rádio".<br />
O rádio produz intensas emissões; as quais atravessam até mesmo camadas<br />
de chumbo que seriam barreiras para os _ "raios-X": tornam muito fluorescentes<br />
materiais como "sulfeto de zinco" ou "platino cianureto de bário". Estas emissões<br />
exercem ainda efeito enérgico na destruição de células vivas. O próprio Becquerel que<br />
carregou um tubo contendo sais de rádio, no bolso do paletó, quando se dirigia a uma<br />
conferência, recebeu uma forte queimadura na pele que depois se degenerou em<br />
forma de úlcera, levando meses para curar-se.<br />
Hoje, o rádio é também empregado para fulminar células cancerígenas, em
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
virtude das suas enérgicas emanações radiativas.<br />
0 sal de rádio emite espontaneamente luz azul e calor.<br />
50<br />
════════════════<br />
B NATUREZA DAS<br />
47<br />
EMISSÕES<br />
Logo após a descoberta da radiatividade,<br />
os cientistas reconheceram que no fenômeno,havia<br />
emissão de "partículas" e "radiações'.<br />
Um engenhoso dispositivo foi<br />
idealizado,como indica a figura.<br />
Num cilindro de chumbo é perfurado um<br />
poço. Ai dentro, coloca-se um material radiativo,<br />
por exemplo, polônio ou rádio.<br />
O material vai emitir radiatividade em<br />
todas as direções, porém, o chumbo estanca a<br />
propagação. Somente na direção do poço escapam<br />
as emissões.<br />
Colocando-se placas fortemente<br />
eletrizadas, cria-se um campo elétrico capaz de<br />
desviar a trajetória das radiações.<br />
No entanto, aparecem 3 direções de<br />
propagação, o que se pode constatar colocando<br />
uma placa fotográfica ou um cartão flúorescente no<br />
plano (XY) (perpendicular à figura).
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48<br />
CONCLUSÕES:<br />
radiativídade - 2<br />
A emissão radiativa é constituida de<br />
partículas de carga positiva, partículas de carga<br />
negativa e radiações, hoje denominadas "ondas<br />
eletromagnéticas” .<br />
As partículas positivas, que foram<br />
chamadas de "partículas alfa" (a), devem possuir massa elevada, já que, o desvio<br />
produzido é bem menor em relação às outras partículas.<br />
O famoso cientista Rutherford conseguiu<br />
demonstrar que as partículas (a) eram núcleos de<br />
átomo de hélio e,portanto constituídos de 2<br />
prótons + 2 nêutrons.<br />
Num tubo barométrico de vidro espesso<br />
foi colocada uma cápsula contendo sal de<br />
rádio.<br />
0 rádio emite partículas "a", que<br />
facilmente atravessam a cápsula, mas não<br />
atravessam a espessa parede de vidro que<br />
forma o tubo.<br />
Após algum tempo, verificou-se que o nível de mercúrio abaixou (Ah),<br />
informando a presença de gás no interior do tubo barométrico. A análise desse gás<br />
revelou ser o gás hélio. 0 gás formou-se a partir das partículas (a) emitidas pelo rádio.<br />
As partículas negativas foram denominadas de partículas beta (β) e possuem<br />
o mesmo comportamento dos raios catódicos. Desta forma,não restava dúvida: tratava<br />
-se de "elétrons em grande velocidade".<br />
Estas partículas têm maior poder de penetração que as partículas (a) .<br />
As partículas (β) sofrem "desvio maior e em sentido oposto" , em relação às<br />
partículas (α), pois são "partículas leves e de carga negativa".
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Enquando as partículas (α) só atravessam alguns milímetros de madeira, as<br />
partículas (β) chegam a atravessar alguns milímetros de aço.<br />
A energia dessas partículas depende também do átomo emissor. As partículas<br />
emitidas pelos átomos de rádio são muito mais penetrantes que aquelas emitidas<br />
pelo polônio.<br />
As emissões que "não eram desviadas" pela ação de campos elétricos ou<br />
magnéticos foram denominadas de "raios gama" (y). Hoje sabemos que "os raios (y) são<br />
ondas eletromagnéticas de (λ) curtíssimo, mais curtos que os "raios-X"e de grande<br />
poder de penetração. Chegam a atravessar dezenas de centímetros de chumbo.<br />
Resumindo temos o seguinte esquema:<br />
A radiatividade é hoje detectada por um aparelho denominado<br />
"contador Geiger" - posteriormente melhorado por Muller.<br />
49<br />
Trata-se de um<br />
balão de vidro contendo um gás.<br />
Quando as partículas e as<br />
radiações penetram no balão de vidro,<br />
ocorre uma ionização do gás.<br />
Internamente, o balão cilín<br />
drico de vidro e revestido por uma<br />
folha metálica.<br />
Existe um fio metálico que<br />
atravessa longitudinalmente o tubo de<br />
vidro.
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50<br />
radiatividade – 2<br />
Quando as emissões radiativas ionizam o gás, os íons produzidos são atraídos<br />
para o fio metálico. Aí, eles recebem os elétrons provenientes do gerador. Os elétrons<br />
que saltam na ionização do gás, são também atraídos pela parede metálica, que os<br />
conduz para o gerador.<br />
EM RESUMO, uma pequena corrente elétrica aparece no circuito assim<br />
esquematizado. Esta corrente elétrica produz "impulsos" que podem ser<br />
transformados em ruidos num amplificador.<br />
Desta forma, podem-se "contar" os ruídos e deduzir o número de ionizações<br />
que ocorrem na amostra. Os contadores comuns são sensíveis às partículas (β) e raios<br />
(γ), principalmente.<br />
Existem diversos modelos desses aparelhos; fixos e portáteis de maior ou<br />
menor sensibilidade.<br />
Uma das grandes aplicações é na prospecção de minérios radiativos.<br />
C LEIS DA<br />
RADIATIVIDADE<br />
0 cientista inglês Frederick Soddy partiu da hipótese de que a radiatividade<br />
era um fenômeno conseqüente a uma instabilidade nuclear. Assim, um átomo<br />
radiativo, após a emissão de uma partícula (α) ou (β), iria transformar-se em<br />
átomo de outro elemento.<br />
Verificou-se que, quando um átomo radiativo emite uma partícula (α ), ele se<br />
transforma num elemento, cujo átomo recua "2 lugares na tabela periódica" e cuja<br />
"massa atômica diminui de 4 unidades".
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Assim, Soddy enunciou uma lei conhecida como "1a. lei da<br />
radiatividade" ou "Lei de Soddy", hoje assim interpretada:<br />
___________________________________________________________________________<br />
"Quando um átomo radiativo emite uma partícula (α), seu número atômico<br />
diminui de 2 unidades e seu número de massa diminui de 4 unidades".<br />
___________________________________________________________________________<br />
Com a colaboração de mais dois cientistas, foi descoberto que, quando um<br />
átomo radiativo emite uma partícula (β) , o lugar desse átomo na classificação<br />
periódica "avança de uma unidade" e a sua "massa atômica permanece constante".<br />
Esta foi a observação de onde resultou a "2a. lei da radiatividade", conhecida<br />
como "lei de Soddy, Fajans e Russell", assim interpretada:<br />
___________________________________________________________________________<br />
"Quando um átomo radiativo emite uma partícula (β), seu número atômico<br />
aumenta de uma unidade e seu número de massa permanece constante".<br />
___________________________________________________________________________<br />
Evidentemente, os enunciados dessas leis não tinham esses textos,pois,<br />
naquela época, nem se admitia o átomo nuclear. Ainda se pensava no átomo "bolinha"<br />
como aquela imaginada por Dalton. Então, não se podia falar em número atômico<br />
e número de nêutrons.<br />
EXPLICAÇÃO ATUAL DA 1a. LEI<br />
As leis da radiatividade tornaram-se evidentes após a descoberta da<br />
estrutura nuclear do átomo.<br />
51<br />
Como a partícula (α) é<br />
constituída de 2 prótons e 2 nêutrons,<br />
teremos uma diminuição de 2 prótons e 2<br />
nêutrons no núcleo e,<br />
consequentemente,seu número de massa<br />
irá diminuir de 4 unidades.<br />
A saída de uma partícula<br />
do núcleo provoca simultaneamente a<br />
emissão de raios gama pelo núcleo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXPLICAÇÃO ATUAL DA 2a. LEI<br />
52<br />
radiatividade - 2<br />
Admite-se hoje a existência de neutrons instáveis no núcleo dos átomos<br />
radiativos. Estes nêutrons desintegram-se, ocorrendo o seguinte:<br />
0 nêutron transforma-se em próton + elétron + neutrino, sendo que "apenas o<br />
próton permanece no núcleo". O neutrino, por ser uma partícula muito leve e sem<br />
carga, não é detectada nos contadores Geiger comuns. Neste curso iremos preocupar-<br />
nos apenas com prótons e neutrons nas emissões (β).<br />
Apenas para ter uma idéia ilustrativa, pode-se<br />
admitir que um neutron instável e aquele constituido<br />
de um próton, um elétron e um neutrino.<br />
Ora, sempre que do núcleo sai um<br />
elétron, resulta que "um neutron" transforma-se<br />
"num próton". Então, o número atômico aumenta de<br />
uma unidade e o número de massa permanece<br />
constante, pois diminui um nêutron, mas em seu<br />
lugar aparece um próton, sem alterar então a<br />
contagem de "prótons + neutrons"<br />
Constata-se experimentalmente que,<br />
apenas os átomos de número atômico superior a 82,<br />
manifestam a radiatividade natural. São aqueles elementos do fim, na Tabela<br />
Periódica, incluindo também os artificiais. Os átomos de números atômicos menores<br />
podem tornar-se radiativos, mas somente após terem seus núcleos bombardeados por<br />
de terminadas partículas sub-atômicas.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
___________________________________________________________________________<br />
Radiatividade é a propriedade de os átomos emitirem partículas e radiações,<br />
como conseqüência de uma instabilidade nuclear.<br />
___________________________________________________________________________<br />
EQUAÇÕES DE DESINTEGRAÇÃO<br />
Sabendo-se que a partícula (α) é constituída de 2 prótons e 2 nêutrons, pode-<br />
se escrever +2a 4 nas equações de desintegração. Seja o tório emitindo uma<br />
partícula (α) e transformando-se em rádio:<br />
balanceados.<br />
Desta forma, os números de massa e os números de prótons ficam<br />
Do mesmo modo, quando um átomo emite uma partícula (β), pode--se<br />
escrever: -1 β0 . Isto quer dizer que o número de massa do átomo não se alterou e, se<br />
subtrairmos uma unidade do número atômico do átomo resultante, obteremos o<br />
número atômico inicial. Seja o tório transformando-se em protactínio:<br />
A equação geral para a emissão de "x" partículas (α) e"γ" partículas<br />
(β) é a seguinte:<br />
(quando após essas emissões, um átomo UX V transforma-se em p Yq )<br />
EXERCÍCIOS<br />
(17) 0 átomo 92U 235 emitiu 5 partículas (α) e 7 partículas (β)<br />
consecutivamente. Quantos nêutrons possui o átomo final?<br />
Resposta: 126 nêutrons<br />
53
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54<br />
radiatividade - 2<br />
(18) Quando o átomo de urânio de "Z" = 92 e "A" = 238 emite 5 partículas (α)<br />
e 2 partículas (β)» qual o número de neutrons do átomo final?<br />
(19) Quantos (α) e quantos (β) deve emitir o 91Pa 231 para se<br />
transformar em 82Pb 207 ?<br />
EQUAÇÃO GERAL DAS DESINTEGRAÇÕES - FORMULAS<br />
Vamos admitir que o átomo UX V emitiu "x" partículas (α) e "γ" partículas<br />
(β), transformando-se no átomo p Yq .<br />
A equação geral seria:<br />
Vamos adotar as seguintes convenções:<br />
A) CALCULO DE ∆A<br />
Os números de massa nos fornecem a seguinte equação:<br />
Logo_:<br />
"A diferença dos números de massa" entre os átomos inicial e final é<br />
igual a "quatro vezes o número de emissões (a)".<br />
B) CÁLCULO DE AZ<br />
A equação dos números atômicos é:
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Logo_:<br />
A diminuigão do número atômico para o átomo radiativo é igual a 2 vezes o<br />
número de emissões (a), menos o número de emissões (8).<br />
C) CÁLCULO DE AN<br />
A diferença entre o número de nêutrons de "X" e "Y" é dada pelo cálculo:<br />
Então:<br />
Logo:<br />
A diminuição do número de nêutrons é igual ã soma das emissões (β) oom o<br />
dobro das emissões (a).<br />
EXERCÍCIOS<br />
(20) Um átomo 89 X emitiu partículas (α) e (β) transformando-se em 86 Y com<br />
perda de 13 nêutrons. Determinar o número de partículas (α) e (β) emitidas.<br />
RESOLUÇÃO:<br />
Resposta: (4α) e (5β) foram as emissões.<br />
(21) Um átomo radiativo emitiu 5 partículas (α) e3 partículas (β). Quantos<br />
nêutrons foram diminuídos no seu núcleo?<br />
(22) 0 número de massa de um átomo radiativo diminuiu de 16 unidades e o<br />
número de nêutrons diminuiu de 11 unidades,quando ocorreram emissões (α) e<br />
(β) . Quantos (α) e quantos (β) foram emitidas?<br />
55
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56<br />
radiatividade – 2<br />
D CINÉTICA<br />
DAS EMISSÕES<br />
Logo após a descoberta da radiatividade, a observação do fenômeno<br />
demonstrou que se tratava de um fenômeno estatístico. Em outras palavras: nenhuma<br />
previsão de "quanto tempo levara para desintegrar-se" pode ser feita para um<br />
determinado átomo, mas se examinamos um número grande de átomos, pode-se<br />
prever o número de desintegrações que ocorrerão em certo intervalo de tempo. Esta<br />
previsão será tanto mais próxima da realidade quanto maior o número de átomos na<br />
amostra.<br />
Apenas para um exemplo comparativo: se você perguntar a um indivíduo<br />
quanto tempo ele viverá exatamente você não terá nenhuma resposta. Mas,<br />
analisando-se uma cidade como S. Paulo, pode-se prever, aproximadamente, o<br />
número de óbitos num mês. Isto é um fenômeno estatístico.<br />
Então, é absurdo querer prever quanto tempo levará para que, determinado<br />
átomo de rádio por exemplo seja desintegrado. No en tanto, estudando-se uma<br />
amostra de 1 grama de rádio, pode-se prever o número de emissões por minuto<br />
nessa amostra.<br />
A) VELOCIDADE DE DESINTEGRAÇÃO<br />
Seja uma amostra radiativa possuindo n0 átomos iniciais.<br />
Vamos supor que este elemento possa emitir partículas (a) ou (β) Cada<br />
partícula emitida será contada como uma unidade de emissão.<br />
Ao fim de um tempo "t" teremos "n" átomos que ainda não emitiram<br />
nenhuma partícula.<br />
final e inicial.<br />
Então, o número de átomos que já emitiram é: n0 - n.<br />
Chamemos de: ∆n = n - n0 (diferença entre o número de átomos<br />
Vi-se que "∆n é sempre negativo".
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se definir.<br />
Sendo "∆t" o tempo decorrido para que apareça a diferença "∆n" pode-<br />
A grandeza "v" é denominada velocidade de desintegração.<br />
Nota-se que sendo. " ∆n " sempre negativo, "v" será também negativo. Isto<br />
quer dizer que,na amostra, o número de átomos está diminuindo".<br />
EXEMPLO:<br />
(23) Numa amostra de urânio observam-se 180 emissões_por minuto. Qual é<br />
a velocidade de desintegração expressa em emissões/segundo?<br />
Então:<br />
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:<br />
É claro que um átomo após a emissão de (α) ou (β) não desaparece. Êle<br />
continua na amostra podendo ou não efetuar mais emissões. No entanto,_para<br />
simplificar o estudo, vamos admitir que uma vez que o_ átomo já emitiu, ele não<br />
pertence mais ao conjunto.<br />
E por isso que dizemos: à medida que os átomos vão emitindo, o número de<br />
átomos restantes vai diminuindo no conjunto em estudo.<br />
A) VELOCIDADE INSTANTÂNEA DE DESINTEGRAÇÃO (vi)<br />
Chama-se, por definição, "Vj_" , o limite da expressão de velocidade<br />
de desintegração, para " ∆t " tendendo a zero.<br />
(Lê-se derivada de n em relação a t)<br />
57
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B) CONSTANTE RADIATIVA (-C)<br />
58<br />
radiatividade – 2<br />
Verificado que a radiatividade é um fenômeno estatístico, então, pode-se dizer<br />
que, quanto maior o número de átomos na amostra, maior será a velocidade de<br />
desintegração.<br />
Exemplo comparativo: Examinando o número de óbitos/ano numa cidade,<br />
esse número será tanto maior quanto maior a população dessa cidade.<br />
Para cada elemento, pode-se determinar uma constante, que relaciona o<br />
número de desintegração com a velocidade de desintegração.<br />
Para o mesmo elemento teremos:<br />
(0 sinal - é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai<br />
diminuindo a quantidade de átomos na amostra.)<br />
Para o mesmo elemento teremos:<br />
(0 sinal - é porque a velocidade tem sinal negativo, ou seja, vai<br />
diminuindo a quantidade de átomos na amostra)
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temos como conseqüência:<br />
Logo:<br />
"C" é a fração de átomos desintegrados na unidade de tempo.<br />
EXEMPLO:<br />
O radio tem a constante<br />
Isto quer dizer que numa amostra de rádio contendo 2300 átomos , após 1<br />
ano, ter-se-ia desintegrado apenas um átomo.<br />
Evidentemente, para um elemento, quanto maior o valor da<br />
constante mais radiativo será esse elemento.<br />
Sejam dois elementos<br />
Vê-se que "A" e" mais radiativo que "B", pois no mesmo tempo, "A" emite o<br />
dobro de "B", para o mesmo número de átomos.<br />
C) VIDA MÉDIA (Vm)<br />
A vida média da população do nosso pais é 34 anos. Isto não quer dizer que<br />
todo brasileiro tem que morrer com apenas 34 anos. Para esse cálculo, foi computado<br />
o tempo de vida de todos os indivíduos e o valor médio caiu bastante, em face da<br />
grande mortalidade infantil no nordeste.<br />
59
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60<br />
radiatividade – 2<br />
De modo análogo, calcula-se a vida média de um elemento radiativo. Sejam 5<br />
átomos de rádio que para emitir partículas (α) levaram:<br />
Para esses cinco átomos a vida media é:<br />
Na verdade, uma amostra radiativa,por menor que seja, tem um enorme<br />
número de átomos.<br />
Logo<br />
'Esta ê a definição de vida média.<br />
Na prática, a vida média é calculada a partir da constante radiativa,<br />
baseando-se num dos axiomas da probabilidade.<br />
Imagine 100 esferas numeradas de 1 a<br />
100, dentro daquele cesto utilizado no jogo de<br />
BINGO.<br />
Vamos supor que, em cada hora,é<br />
sorteado um número. Consideremos que a<br />
esfera premiada voltará ao cesto, concorrendo<br />
novamente para o novo sorteio.<br />
Então, pode-se dizer que de cada 100<br />
esferas, uma é sorteada, em cada hora. Ou<br />
seja:<br />
(C é a constante do sorteio para as esferas).
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A probabilidade média de determinado número ser sorteado é de 1/100, ou<br />
seja, em média, de cada 100 jogadas (100 horas), aquele número escolhido sairá uma<br />
só vez. Levará em média 100 HORAS para um escolhido número sair.<br />
Estatisticamente temos:<br />
Em outras palavras, cada esfera terá que esperar em média 100 horas para<br />
sair (pode sair antes ou mesmo depois de 100 horas).<br />
A relação acima é um "axioma da probabilidade".<br />
Se o leitor não conseguiu acertar a relação acima, vamos pensar de outra<br />
forma. Você aceita que valor médio num fenômeno estatístico ê um valor hipotético,<br />
admitindo-se condições de igualdade para qualquer elemento da amostra.<br />
Então, vamos supor que todas as esferas vão permanecer exata mente o<br />
mesmo tempo dentro do cesto até serem sorteadas. Isto seria possível com certeza, se<br />
a retirada não fosse ao acaso. Vamos, então, tirar as esferas na ordem 1, 2, 3, ..., até<br />
100. "Lembre-se de que cada esfera retirada voltará logo ao cesto e que, em cada 1_<br />
hora, retira-se apenas 1 esfera".<br />
Escolhido certo número, este somente sairá de 100 em 100 horas, e todas as<br />
esferas teriam esperado 100 horas dentro do cesto para então sairem novamente. Este<br />
é o valor, médio, pois todas as esferas teriam o mesmo ritmo de retirada.<br />
Diríamos então, que a vida média de permanência das esferas, para serem<br />
sorteadas, é de 100 horas, mesmo para o processo de retirada ocasional.<br />
seria:<br />
constante:<br />
Se tivéssemos 200 esferas numeradas de 1 a 200, a constante de retirada<br />
e a vida média seria de 200 horas.<br />
Voltemos agora ao exame de uma amostra radiativa. O elemento rádio tem<br />
Isto quer dizer que,de cada 2300 átomos de rádio, em 1 ano ,a probabilidade<br />
é de ocorrer uma desintegração.<br />
então, teremos vm = 2300 anos<br />
61
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
62<br />
radiatividade-2<br />
Em outras palavras, numa amostra de rádio em exame, já existem átomos em<br />
desintegração e daqui a 5.000 anos ainda existirão átomos não desintegrados nessa<br />
amostra, mas a média de duração será de 2300 anos. Ou ainda, muitos átomos irão se<br />
desintegrar muito antes de 2300 anos, muitos irão durar mais que 2300 anos, mas a<br />
media prevista é 2300 anos.<br />
C) PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO OU MEIA-VIDA (P)<br />
Definição:<br />
Seja uma amostra com n0 átomos radiativos iniciais.<br />
Após certo tempo, teremos n0/2 átomos não desintegrados.<br />
Definiremos esse tempo de "P", período de semi-desintegração.<br />
Note-se que esse tempo, para que sejam desintegrados 50% dos átomos da<br />
amostra, independe do número global de átomos iniciais, desde que sejam amostras<br />
do mesmo elemento, pois v = C.n (quanto mais átomos, maior será a velocidade<br />
de desintegração).<br />
Se continuarmos observando a amostra inicial, é de se prever que, ap5s mais<br />
um período,, teremos uma desintegração de mais 50% dos átomos restantes. Isto quer<br />
dizer que, em relação ao n0, teremos como átomos restantes apenas n0/4; após um<br />
período, teremos apenas n0/8 átomos e assim sucessivamente.<br />
Na prática, um átomo que produziu uma emissão continuará junto aos outros<br />
átomos. Por questão de simplificação didática vamos, teoricamente, considerar<br />
excluídos da amostra os átomos que já produziram emissões.<br />
Daí na figura, aparecerem as amostras com uma diminuição de átomos com o<br />
decorrer dos períodos, pois estamos englobando apenas os átomos que ainda não<br />
produziram emissões.<br />
Para cada período "P"que passa, teremos uma diminuição de 50% da<br />
amostra, que continuamente vai diminuindo, até chegar a uma quantidade tão<br />
pequena, onde não valem mais as previsões probabilísticas.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Passados "x" períodos, teremos genericamente "n" átomos<br />
restantes na amostra. Note-se que, se consideramos os números de átomos<br />
na amostra em intervalos de um período, esses números constituem uma progressão<br />
geométrica (P.G.) de razão 1/2.<br />
Uma progressão pode ser representada por:<br />
A1, a2, a3, ... ak, quando temos k termos.<br />
Como no instante inicial temos "n0" átomos, sendo n0 já, o a1 (1º.<br />
termo da P.G.) e ainda com zero período, verifica-se que:<br />
Ordem do termo da "P.G." = (número de períodos transcorridos + 1)<br />
ou então:<br />
0 primeiro termo da "P.G." é o "n0" e o último termo é o "n" que<br />
corresponde ao "ak".<br />
radiativa).<br />
Ora:<br />
(Obs.: "n" pode representar também a mass a final de uma amostra<br />
Pode-se relacionar o número de períodos com o tempo observado:<br />
63
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
horas, etc.<br />
64<br />
radiatividade - 2<br />
"p" é o tempo correspondente a um período, expresso em anos, dias,<br />
"x" é o número de períodos transcorridos.<br />
"t" i o tempo de observação na mesma unidade de "p".<br />
As duas fórmulas utilizadas para a resolução de problemas são:<br />
EXERCÍCIOS<br />
(24) Quanto tempo levará para que, uma amostra radiativa de 28 gramas e de<br />
período de semi-desintegração 17 horas, fique reduzida a 1,75 gramas?<br />
Resolução:<br />
(25) Certa amostra radiativa produz 8000 emissões por minuto. Após 60<br />
horas, constata-se que o número de emissões acusadas num contador Geiger cai para<br />
250 por minuto. Qual é o período de semi desintegração dessa amostra?<br />
Temos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Então:<br />
Resposta: 12 horas<br />
(26) 0 período de semi-desintegração do isótopo radiativo Na 24 é 15 horas. 0<br />
tempo necessário para que 50 gramas desse elemento fique reduzido apenas a<br />
3,125 g é:<br />
a) 16 horas<br />
b) 240 horas d) 120 horas<br />
c) 60 horas e) 100 horas<br />
(27) Quanto tempo levará para que seja desintegrado 87,5%de uma<br />
amostra radiativa de período de semi-desintegração de 14 dias?<br />
(28) Quando o 90Th 227 transforma-se em 88Ra 223 com a emissão de<br />
partículas (α), o período de semi-desintegração é de 19 dias. Após 76 dias de<br />
observação de uma amostra de 90Th 227 , qual é a porcentagem da porção não<br />
desintegrada?<br />
(29) 0 período de semi-desintegração é de 6 horas, quando o Ac 228<br />
emite partículas (β). Quanto tempo levará para que 10 g dessa amostra<br />
fique reduzida apenas a 2 g? (dado: log 2 = 0,3)<br />
(30) Quando o Ra 226 emite partícula (α), o período de semi-desintegração é de<br />
1590 anos. Quanto tempo levará para que a amostra de 100 g fique reduzida<br />
apenas a 8 gramas? (dado: log 2 = 0,3)<br />
══════════════════<br />
65
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
E) RELAÇÃO ENTRE VIDA MÉDIA, Vm<br />
E PERÍODO DE SEMI-DESINTEGRAÇÃO, P<br />
Pode-se deduzir, com recursos da Matemática Superior,que:<br />
66<br />
radiatividade - 2<br />
A dedução da fórmula será dada apenas corno uma curiosidade para os<br />
leitores que já tenham estudado cálculo diferencial e integral (Curso Superior).<br />
DEDUÇÃO.<br />
Para os alunos secundários: SÓ ACREDITEM NA FORMULA E ESQUEÇAM A_<br />
Sabemos que a velocidade de desintegração instantânea é:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Então, a formula geral será:<br />
Onde:<br />
n0 -> número de átomos ou massa inicial<br />
n -> número de átomos ou massa após o tempo “ t”<br />
C -> constante radiativa<br />
t -> tempo decorrido<br />
Trata-se de uma função exponencial decrescente.<br />
Façamos um gráfico para relacionar o n com o tempo, representando<br />
alguns pontos importantes como: 1IP, 2P, 3P, ..., etc.<br />
nn/2 átomos.<br />
Vamos analisar um instante, por exemplo "IP", quando temos apenas<br />
67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
68<br />
radiatividade – 2<br />
(31) Qual é a constante radiativa do 84Po 210 , quando se transforma em<br />
82Pb 206 , sabendo-se que o período de semi-desintegraçao é de 140 dias?<br />
Resolução:<br />
Isto vem informar-nos que,de cada 200 átomos em média,desintegra-se<br />
1 átomo por dia.<br />
(32) 0 urânio - 238 tem constante radiativa C = 1,53 x IO -10 anos, quando se<br />
transforma em tório. 0 período de semi-desintegração do urânio é:<br />
(33) Para o radônio - 222 transformar-se em polônio - 218, a<br />
constante radiativa é de 1/130 hora -1 .<br />
Pergunta-se<br />
a) o período de semi-desintegração do radônio - 222.<br />
b) o tempo necessário para que 10 gramas de radônio fiquem<br />
reduzidas apenas para 1,25 g.<br />
(34) Certa amostra de radio tem velocidade de desintegração 10.000<br />
átomo/ano. Sua constante radiativa é 1/9 ano -1 . Pedem-se:<br />
a) o número aproximado de átomos na amostra.<br />
b) o tempo necessário para que a velocidade de desintegração se<br />
reduza para 2500 átomo/ano.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
de observação:<br />
(35) Certa amostra radiativa tem vida média de "x" anos. Após anos<br />
a) metade dos átomos já se desintegrou<br />
b) menos que metade já se desintegrou<br />
c) todos os átomos já se desintegraram<br />
d) mais da metade dos átomos já se desintegrou<br />
e) nenhuma das proposições acima pode ser afirmada<br />
════════════════<br />
E FAMÍLIAS RADIATIVAS<br />
OU SÉRIES RADIATIVAS<br />
Em primeiro lugar, vamos interpretar o significado da palavra "família" entre<br />
os seres humanos.<br />
Às pessoas são da mesma família quando, as existências desses indivíduos<br />
estão interligadas.<br />
Se na natureza realmente o ser humano partiu de "Adão e Eva", todos os<br />
humanos pertencem a uma única família.<br />
Segundo as pesquisas realizadas no estudo da origem dos átomos radiativos,<br />
conclui-se que existem apenas 3 famílias ou séries radiativas naturais.<br />
Isto quer dizer que todos os átomos radiativos naturais existentes surgiram<br />
de apenas 3 espécies de átomos radiativos.<br />
átomo.<br />
As três séries radiativas são encabeçadas pelos seguintes átomos:<br />
a) série do Urânio-----------inicia com 92U 238<br />
b) série do Actínio---------inicia com 92U 235<br />
c) série do Tório -----------inicia com 90Th 232<br />
Aqui,nos átomos, não é necessário "um casal" de átomos para originar outro<br />
Quando o átomo de urânio 92U 238 emite uma partícula α, ele se transforma<br />
em 90Th 234 , este se emitir uma partícula β transforma-se em 91Pa 234 e assim<br />
sucessivamente até se transformar em chumbo estável.<br />
69
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
70<br />
radiatividade – 2<br />
Acontece que nem todos os átomos sofrem desintegrações simultâneas. O<br />
U 238 tem período de semi-desintegração 4,56 x IO 9 anos. Recordando o que é<br />
período de semi-desintegração,subentende-se que:<br />
A qualquer instante temos átomos se desintegrando. No entanto, para se<br />
extinguirem todos os átomos da amostra levaria um tempo infinitamente grande.<br />
Isto explica a existência de "velhíssimos" átomos de urânio, ainda hoje<br />
encontrados na natureza,sem ter produzido emissões.<br />
Resumindo:<br />
Na natureza apareceu inicialmente uma multidão de átomos radiativos,<br />
porém, pertencentes a um dos três tipos de elementos radiativos: U 238 , U 235 e Th 232<br />
(talvez houvesse outros já extintos).<br />
Muitos deles ainda existem inalterados, de prontidão para produzir emissão a<br />
qualquer momento; outros já emitiram e se encontram atualmente em forma de outro<br />
átomo radiativo ou já na forma de chumbo estável.<br />
Então, é de se prever que os átomos radiativos naturais vao se esgotando dia<br />
a dia. Levar-se-á muito e muito tempo mas, chegará o dia em que todos os átomos<br />
radiativos naturais se terão transformado em chumbo.<br />
As três séries radiativas encabeçadas por U 238 , U 235 e Th 232 foram<br />
respectivamente denominadas séries do urânio, actínio e tório.<br />
92U 238 -------------------------------------------- Pb<br />
92U235 ------------------------------------ ----- Pb<br />
90Th 232 ---------------------------------------- -- Pb<br />
____________________________________________________________________________<br />
Série ou família radiativa é o conjunto de átomos que estão<br />
relacionados por sucessivas desintegrações.<br />
____________________________________________________________________________
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Examinemos agora a “ série do urânio"<br />
que se inicia com 92 U2 3 8 .<br />
Vamos interpretar e fazer algumas<br />
observações no esquema ao lado, que representa a<br />
série do urânio natural U 238 .<br />
1) O átomo 92U 238 é radiativo porque é<br />
capaz de emitir uma partícula (α), transformando-se<br />
em tório. No entanto, o período de semi-<br />
desintegração é de 4,56 x 1O 9 anos, ou seja, para<br />
desintegrar 50% de átomos de uma amostra<br />
contendo somente U 238 levará esse tempo.<br />
2) O átomo de tório, assim originado, pode<br />
emitir, a qual quer instante, uma partícula (β),<br />
transformando-se em Pa 234 .<br />
O tório tem período de semi-<br />
desintegração de 24,6 dias.<br />
3) E assim sucessivamente até que o<br />
polônio - 210 emita uma partícula (α) e se<br />
transforme em chumbo - 206, que é estável.<br />
4) Os átomos que inicial mente eram U 238<br />
vão pouco a pouco se estabilizando na forma de<br />
chumbo. Como a desintegração não é simultânea,<br />
na natureza existem todos os elementos da série<br />
que constituem a FAMÍLIA DO URÂNIO.<br />
5) Note-se que a emissão é (α) ou (β),<br />
e portanto, o número de massa, diminui de 4_<br />
unidades ou mantém-se constante.<br />
71<br />
Então, o (∆A) entre 2 átomos quaisquer<br />
da série, será sempre um múltiplo de 4.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
72<br />
radiatividade - 2<br />
A série do Actínio e encabeçada pelo 92U 235 e se estabiliza com 82Pb2 07 . O<br />
nome desta série é esse porque se pensava que o elemento inicial fosse o Actínio que<br />
realmente é o 4º.elemento da série.<br />
A série do tório inicia-se com 90Th Z32 e também estabiliza-se com chumbo-<br />
208. Note-se ainda que o (∆A) entre 2 elementos quaisquer da mesma série, é sempre<br />
múltiplo de 4.<br />
O casal Curie-Juliot obteve artificialmente outra série radiativa a partir do<br />
90Th 232 , bombardeando-o com nêutrons. Porém, na natureza,encontram-se apenas<br />
as séries citadas.<br />
Hoje existem outras séries radiativas artificiais.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Vimos então que todos os átomos radiativos naturais estabilizam-se na forma<br />
de chumbo. No entanto, os isótopos finais de Pb são diferentes. Temos chumbo com<br />
número de massa 206, 207 e 208 respectivamente, para as series do urânio, actínio e<br />
tório. Então, o número de massa pode ser dado pelas seguintes expressões:<br />
Série do urânio - A = 4k + 2<br />
Série do actínio - A = 4k + 3<br />
Série do tório - A = 4k sendo k um número inteiro.<br />
Em outras palavras, dado um átomo radiativo natural é possível<br />
reconhecer a sua série.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(36) A que família pertence o 83 Bi 214 ?<br />
Resolução:<br />
Dividindo o número de massa do bismuto por 4, temos o resto da<br />
divisão que caracterizará a série radiativa.<br />
do:<br />
será o:<br />
214 ÷ 4 resto 2<br />
Então, o átomo é da família do urânio (4k + 2).<br />
(37) Um átomo possuí 86 prótons e 134 nêutrons. Este átomo é da família<br />
a) urânio c) tório<br />
b) actínio d) é artificial<br />
(consulte as famílias radiativas)<br />
(38) Quando o polônio de Z = 84 e A = 215 estabilizar-se, o átomo estável<br />
a) 86Pb 206 c) 82pb208<br />
b) 82Pb 207 d) nada se pode prever<br />
(39) Consultando o esquema que representa a família do urânio, pode-se<br />
prever que para o Urânio dessa família transformar-se em chumbo foram emitidas:<br />
a) 9α e 10β c) 6 α e 8 β<br />
b) 10 α e 5 β d) 8 α e 6 β<br />
76<br />
73
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
74<br />
radiatividade - 2<br />
F REAÇÕES DE<br />
TRANSMUTAÇÃO<br />
Uma reação é de transmutação, quando os átomos sofrem<br />
transformação em seus núcleos, originando-se átomos de um novo elemento.<br />
A transmutação pode ser natural ou artificial.<br />
A transmutação natural e aquela<br />
verificada nos átomos radiativos onde o<br />
núcleo, por emissão espontânea de<br />
partículas, passa a ser núcleo de um outro<br />
elemento químico.<br />
A transmutação artificial e aquela<br />
provocada por bombardeamentos de núcleos,<br />
utilizando-se partículas sub-atômicas.<br />
núcleo?<br />
Mas como se pode bombardear um<br />
A descoberta da radiatividade<br />
trouxe a possibilidade de atirar partículas<br />
nos núcleos, provocando transformações.<br />
Imagine um bloco de chumbo onde<br />
se faz um poço, ou seja, um orifício. Coloque<br />
mos aí dentro um pouco de polônio, que é<br />
capaz de emitir partículas (α). As emissões que escapam são aqueIas que vão<br />
na direção do orifício externos um dispositivo que podemos admitir como um<br />
"fuzil de emissão (α)".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
75<br />
A primeira reação de transmutação<br />
artificial foi realizada por Rutherford em 1919.<br />
Ele colocou um pedaço de polônio dentro<br />
de uma ampola selada contendo apenas nitrogênio.<br />
Após algumas semanas constatou a presença de<br />
oxigênio dentro da ampola.<br />
A única explicação plausível era:<br />
As partículas (α) emitidas pelo polônio<br />
devem ter bombardeado núcleos de nitrogênio,<br />
transformando-os então em oxigênio.<br />
Hoje sabemos que isso se trata da seguinte "reação nuclear"<br />
A equação de transmutação é:<br />
Reparem que a equação de transmutação apresenta obediência algébrica aos<br />
índices que representam número de massa e número de prótons.<br />
14 + 4 = 17 + 1<br />
7 + 2 = 8 + 1<br />
Hoje pode-se constatar experimentalmente que, de fato, houve uma colisão de<br />
partícula com núcleo, utilizando-se a câmara de Wilson ou também - conhecida<br />
como câmara de neblina.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
79<br />
76<br />
radiatividade-2<br />
A câmara "C" é cilíndrica, coberta<br />
por um disco de vidro "D" e contém um gás<br />
saturado com vapor d'água.<br />
Quando o pistão "P" desce (com a<br />
abertura da válvula "V" conectada ao frasco<br />
evacuado "F") a pressão em "C" cai bruscamente<br />
e teremos gás super-saturado. Em "E" existe um<br />
bloco de chumbo contendo emissor radiativo ca<br />
paz de lançar partículas (α).<br />
A trajetória das partículas (α) pode ser<br />
fotografada do ponto "X", pois essas partículas<br />
provocam a condensação do vapor d'água<br />
super-saturado.<br />
Observemos a fotografia da câmara de<br />
Wilson,que utilizou gás nitrogênio + vapor<br />
d'água.<br />
Na verdade, a condensação da água é por<br />
causa da ionização do nitrogênio (elétrons do<br />
nitrogênio que são arrancados pelas partículas a),<br />
que condensa moléculas de água sobre os íons<br />
formados .
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Mas, em certos pontos, nota-se uma brusca bifurcação da trajetóri, como<br />
a observada no ponto "K".<br />
É que houve colisão de (α) com o núcleo de nitrogênio, ocorrendo a<br />
transmutação já explicada.<br />
A bifurcação não é senão as trajetórias do próton e do átomo de oxigênio.<br />
Em 1932, o físico inglês Sir James Chadwick anunciava a descoberta de uma<br />
partícula de massa aproximadamente igual ao do próton, porém de carga nula. Era<br />
o NÊUTRON.<br />
Desde 1930, já se havia observado que o bombardeamento do berílio com<br />
partículas (α) produzia emissões de grande energia e admitia-se que eram "fótons<br />
muito energéticos".<br />
A experiência abaixo fez com que Chadwick sugerisse que não se tratava de<br />
fótons,mas sim,de partículas com massa que foram denominadas de nêutrons, em<br />
virtude da neutralidade de carga.<br />
Uma placa de polônio foi justaposta a uma finíssima lâmina de Berílio. Na<br />
outra face do Berílio, foi colocada uma camada de parafina (substância contendo<br />
hidrogênio e carbono).<br />
77<br />
Verificou-se que a parafina emitia<br />
prótons com elevada energia. Os prótons foram<br />
expulsos da parafina (CXHV) pela colisão de "alguma<br />
coisa" com átomos de hidrogênio.<br />
Essa "alguma coisa" que vinha do berílio não<br />
podia ser fótons, pois sua energia, necessária para ex<br />
pulsar prótons da parafina, era incompatível com a<br />
experiência.<br />
Para expulsar prótons (íons H + ) de um<br />
composto que possui hidrogênio é preciso colisão,<br />
utilizando-se partícula de elevada massa.<br />
Assim, Chadwick sugeriu que ocorresse a seguinte transmutação.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
78<br />
radiatividade-2<br />
Os nêutrons provenientes do<br />
berílio colidem com os átomos leves de<br />
hidrogênio, podendo arrancá-los da<br />
parafina.<br />
Também no mesmo ano, Anderson<br />
conseguiu obter em laboratório o "elétron<br />
positivo',' ou seja, única partícula de massa<br />
igual à do elétron, porém com carga<br />
positiva.<br />
Sua notação é ( + 1 є 0 ) e foi de<br />
nominada de POSITRON.<br />
Em 1934, o casal Frederick Joliot-Irene Curie Joliot (filha da Madame Curie)<br />
conseguiu produzir o primeiro elemento radiativo artificial.<br />
Bombardeando alumínio com partículas (α), obteve-se um elemento de<br />
natureza radiativa.<br />
Observou-se que o fósforo-30 ê capaz de emitir pósitrons<br />
espontaneamente segundo a equação:<br />
Não resta dúvida de que o fósforo-30 é radiativo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
A descoberta do nêutron veio edificar a estrutura nuclear. Antes, pensava-se<br />
que qualquer núcleo possuísse partículas "a" (que era imaginado como única<br />
partícula), prótons e elétrons.<br />
Por exemplo, o átomo de lítio que hoje sabemos ter Z = 3 e A = 7 era<br />
apresentado com a seguinte concepção.<br />
Hoje sabemos que o núcleo de lítio possui 3 prótons + 4 nêutrons.<br />
Portanto, antes da descoberta do nêutron, era necessário admitir a<br />
existência de elétrons e partículas "α" no núcleo.<br />
Se por um lado isso era muito cômodo para explicar as emissões " α " e "β" de<br />
átomos radiativos naturais, por outro lado verdadeiras controvérsias surgiam em<br />
relação à mecânica quântica.<br />
A descoberta do nêutron veio eliminar essa incompatibilidade teórica. Daí<br />
por diante, ficou estabelecido que o "NÚCLEO" é constituído por partículas<br />
fundamentais: "PRÓTONS e NÊUTRONS".<br />
Na década de 1930, os cientistas perceberam<br />
que a energia das partículas "a" de fontes radiativas<br />
era muito fraca para bombardear átomos,<br />
principalmente aqueles de elevado número atômico.<br />
Não restavam mais dúvidas: era necessário<br />
construir aceleradores de partículas,utilizando-se<br />
campos elétricos e campos magnéticos. Surgiram os<br />
aceleradores gigantes como:<br />
Acelerador linear de Van der Graaff.<br />
79
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O cíclotron idealizado por Lawrence em 1931.<br />
80<br />
radiatividade – 2<br />
"Não serão dadas as descrições nem o funcionamento destes aparelhos, pois<br />
não se enquadram no nível deste curso".<br />
Com o auxilio destes aceleradores têm-se obtido muitos elementos artificiais<br />
(muitos deles radiativos), bombardeando-se núcleos com partículas. As principais<br />
partículas utilizadas são<br />
a) partículas "α" de fontes radiativas +2α4<br />
b) prótons obtidos de hidrogênio ionizado +1P 1<br />
c) dêuterons obtidos do hidrogênio da água pesada + id 2<br />
Para representar essas reações de transmutação, utilizaremos equações já<br />
apresentadas, onde e fundamental a igualdade algébrica para cargas e massa:<br />
Exemplo:<br />
RECAPITULEMOS AS PRINCIPAIS PARTÍCULAS E SUAS<br />
RESPECTIVAS NOTAÇÕES:<br />
1) alfa = 2 prótons + 2 nêutrons --> +2α4
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
nêutron.<br />
2) beta = 1 elétron + - 1є0<br />
3) gama = ondas eletromagnéticas curtas 0y0<br />
4) neutrino = partícula neutra de massa quase desprezível 0v°<br />
esta partícula surge somente na desintegração de um próton ou<br />
5) próton = núcleo de hidrogênio +1p<br />
6) neutron = partícula neutra de massa quase igual à do próton 0n1<br />
7) dêuteron = núcleo de deutério (isótopo de hidrogênio) = 1 próton +<br />
1 neutron +1d 2<br />
8) pósitron = partícula positiva de massa igual a do elétron +1e°<br />
EQUAÇÕES DE TRANSMUTAÇÃO<br />
Nos exercícios, para completar as equações de transmutação, basta<br />
igualar algebricamente as cargas e as massas.<br />
Exemplo:<br />
transmutação:<br />
(40) Descobrir a partícula que completa a seguinte equação de<br />
17C1 37 + d ------------------ l8A 38 +....................<br />
Ora, sabemos que o dêuteron é +id 2 . Colocando seus índices:<br />
17C1 37 + +id2- ------------- 18A 38 + . . . 0.....1.....<br />
Os índices indicam que a partícula deve ser o neutron (0n 1 ).<br />
EXERCÍCIOS<br />
Em cada equação, indique já a partícula que completa a mesma:<br />
(41) 5B 11 + p_________________6C 11 + ................<br />
(42) 4Be 9 + p ________________4Be 8 + ................<br />
(43) 13Al 27 + a _________________14Si 30 + ...............<br />
(44) 37Rb 85 + n_________________36Kr 85 + ...............<br />
81
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
82<br />
radiatividade – 2<br />
(45) 11Na 23 + d_________________11 Na 24 + ............... + y<br />
(46) 9F 19 + n_________________ 7N 16 + ...............<br />
(47) Br 79 + n_________________ Br 80 + ...............<br />
════════════════════════<br />
G FISSÃO NUCLEAR<br />
Em 1932, o físico italiano Enrico Fermi<br />
observou que, quando os átomos são bombardeados<br />
por nêutrons (então descobertos por Chadwick),<br />
resultam átomos de núcleos radiativos.<br />
Em 1934, o mesmo cientista bombardeou o<br />
urânio (Z=92) com nêutrons, obtendo átomos<br />
radiativos. Ele imaginou que fossem átomos com<br />
número atômico maior que 92, ou seja, um elemento<br />
"transurânico" . Não conseguiu, no entanto, es clarecer<br />
o fenômeno de um modo completo.<br />
Otto Hahn e Strassmann repetiram o<br />
bombardeamento do urânio com nêutrons em 19<br />
38 e constataram a presença de átomos de bário<br />
como produtos da experiência.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
No mesmo ano, Lise Meitner e Frisck conseguem, então, interpretar a<br />
referida experiência.<br />
O átomo de urânio-235, recebendo um "tiro" de nêutron, divide-se,<br />
produzindo dois novos átomos radiativos acompanhados de alguns nêutrons.<br />
A notícia da fissão nuclear foi anunciada por Niels Bohr e, em diversos<br />
países, foram realizadas experiências análogas, confirmando-se as seguintes<br />
conclusões:<br />
a) 0 urânio-235, quando bombardeado por nêutrons, sofre fissão nuclear<br />
originando dois átomos radiativos.<br />
b) Cada átomo fissionado produz átomos-fragmento de número de massa<br />
que podem variar de 72 a 158. Portanto, não se pode falar apenas numa reação de<br />
fissão nuclear para o U-235.<br />
c) Além dos 2 átomos-fragmento, libertam-se freqüentemente 2 3 nêutrons<br />
em cada fissão. Em média temos 2,5 nêutrons/fissão.<br />
d) Em cada fissão liberta-se espantosa quantidade de energia!<br />
Apenas para exemplificar podemos equacionar:<br />
83
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
84<br />
radiatividade – 2<br />
Para justificar a tremenda quantidade de energia libertada,era plausível<br />
aceitar a equação de Einstein:<br />
∆E = c 2 . ∆m<br />
A variação de energia (∆E) resultou da transformação de matéria (∆m) em<br />
energia.("c" é a velocidade da luz).<br />
Portanto, os produtos da reação têm massa menor que os mesmos<br />
componentes antes da fissão.<br />
Em 1939, Fermi declarou que se poderia obter uma reação em cadeia, isto é,<br />
que os nêutrons resultantes da desintegração do U 235 poderiam incidir em outros<br />
átomos de urânio vizinhos e provocar novas desintegrações e assim<br />
sucessivamente.<br />
Vemos então a necessidade de se obter urânio, constituído apenas de<br />
isótopos U-235, para ocorrer reação em cadeia, já que o outro isótopo de urânio (U-<br />
238) é não fissionável.<br />
Sabe-se que o urânio encontrado na natureza é constituído de 2 isótopos:<br />
U 238 (com 99,3%) e U 235 (com apenas 0,7%).<br />
Apenas o isótopo mais leve é fissionável. 0 isótopo U 238 é capaz de absorver<br />
um nêutron rápido,transformando-se em U 239 que, logo em seguida,se transforma em<br />
“ Pu"(plutônio), após a emissão de partícula "β".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Como se vê, bombardeando-se o urânio natural com nêutrons não se<br />
produzirá reação em cadeia, pois, provavelmente , nas vizinhanças do U-235<br />
encontraremos átomos de U-238 (99,3%) que irão absorver os nêutrons resultantes<br />
da fissão.<br />
0 tempo gasto para ocorrer a fissão de 2 átomos consecutivos (isto é, um<br />
átomo fissiona, emite nêutrons e a seguir um deles cinde o átomo vizinho) depende da<br />
velocidade do nêutron inicial, mas varia em torno de 10- 12 a IO -5 segundos. Portanto,<br />
após a primeira fissão, imediatamente, teremos uma multidão de átomos se<br />
desintegrando. Isto é reação em cadeia mas, possível apenas com material fissionável<br />
puro (U-235).<br />
Os Estados Unidos haviam entrado na 2a. Grande Guerra, após o<br />
bombardeio de Pearl Harbor.<br />
Albert Einstein e Alexandre Sachs conseguem convencer o presidente<br />
Roosevelt de que os E.U.U. tinham condições de produzir uma bomba de assombrosa<br />
potência,capaz de acabar rapidamente a guerra.<br />
Era, no entanto, necessário um fabuloso investimento a fim de poder separar<br />
material fissionável.<br />
Nessa época ficou descoberto que o Plutônio-239 obtido do Urânio-238<br />
também era material fissionável, de potência até maior que o U-235.<br />
Uma espantosa usina foi montada em Oak Ridge (Tennessee) e foram<br />
realizadas diferentes tentativas para se obter material fissionável.<br />
Lograram êxito dois processos:<br />
1) Separação do U-235 pelo processo da difusão térmica.<br />
0 urânio natural foi transformado em hexafluoreto de urânio, que é um<br />
composto gasoso. Na verdade, o gás será uma mistura de molécuIas de U235F6<br />
e U238F6 , este último de massa molecular maior.<br />
De acordo com a lei de Graham para a difusão temos:<br />
85
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
86<br />
radiatividade – 2<br />
Então o U 235F6, de massa molecular menor, "atravessará" mais rapidamente<br />
uma placa porosa que o U 238F6.<br />
Todavia, a execução prática dessa separação é muito trabalhosa, pois:<br />
a) o UF6 é extremamente corrosivo. Somente placas porosas de uma liga<br />
especial de ouro e prata (!) conseguem resistir à ação corrosiva do UF6.<br />
b) Como a diferença entre as massas moleculares do U 235F6 e U 238F6 é<br />
muito pequena, a diferença da velocidade entre essas moleculas é também muito<br />
pequena e portanto a separação "por difusão" e muito lenta. Daí a necessidade de se<br />
empregar uma série enorme de placas porosas; (nas instalações de Oak Ridge, se<br />
todas as placas fossem colocadas em linha, daria um conjunto igual à metade da<br />
distância dos Estados Unidos ao Japão - e, notem, placas de liga ouro-prata!).<br />
U 235 puro.<br />
Assim conseguiu-se obter U 235 F6 puro, que reagindo com cálcio produziu o<br />
2) Outro processo foi a obtenção do plutônio através de bombardeamento do<br />
U 238 com nêutrons.<br />
Naquela época, já havia sido construída a pilha atômica, ou seja, o reator<br />
nuclear, pelo físico Fermi. Logo após este assunto,descreveremos esse reator.<br />
Nos reatores, utilizam-se barras de urânio de composição natural (99,3%<br />
U-238 e 0,7% U-235).<br />
Após algum tempo, estas barras apresentam um certo teor de Plutônio, como<br />
material resultante do bombardeamento do U-238 por nêutrons .<br />
Conseguiu-se separar apreciável quantidade de plutônio.<br />
Estaria pronta a BOMBA ATÔMICA.<br />
Como detoná-la?<br />
Cuidadosas experiências concluíram que,para produzir "reação em cadeia",<br />
bastava apenas aglomerar certa massa de material fissionável, pois nêutrons livres<br />
existem em qualquer parte. (0 nêutron é um dos constituintes de raios cósmicos).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Existe então uma massa mínima acima da qual o material detona. Essa<br />
massa é denominada massa crítica.<br />
Quando o material fissionável tem massa menor que a critica, os nêutrons<br />
resultantes da primeira fissão escapam do material e não se processa a reação em<br />
cadeia.<br />
È verdade que nem todos os nêutrons escapam na prática.<br />
Pode-se usar determinada massa (abaixo da crítica) de modo que, para cada<br />
fissão, um nêutron escape e o outro produza nova fissão; aí resultando dois nêutrons,<br />
um escapa e o outro produz nova fissão e assim sucessivamente.<br />
Sendo assim, se foram incididos x nêutrons iniciais, a qualquer instante<br />
temos x nêutrons em movimento dentro do material. Dizemos aí que o fator de<br />
multiplicidade é 1.<br />
RESUMO:<br />
- Se o fator de multiplicação < 1 estanca a reação.<br />
- Se o fator de multiplicação = 1 reação ocorre, não em cadeia (é o caso<br />
do reator atômico) .<br />
- Se o fator de multiplicação > 1 reação em cadeia (detona a Bomba).<br />
A bomba possuía duas porções de U-235 puro com massas menores que a<br />
massa crítica e previamente possuindo nêutrons em movimento com fator de<br />
multiplicação 1.<br />
87
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
88<br />
radiatividade – 2<br />
Acionado o detonador, iria primeiro explodir a carga de T.N.T. Isto iria<br />
empurrar o U-235 contra a outra porção e a união dessas massas ultrapassaria a<br />
massa crítica. Daí, imediatamente a reação em cadeia'!.<br />
A bomba atômica experimental foi detonada a 16 de julho de 1945, no deserto<br />
do Novo México, confirmando as previsões de potência da mesma.<br />
A 6 de agosto do mesmo ano foi<br />
detonada sobre a cidade de Hiroshima<br />
(Japão)uma bomba de U-235 contendo alguns<br />
quilogramas desse material.<br />
Foi tremenda a destruição causada pela<br />
bomba, que foi avaliada com potência de 20<br />
kilotons, ou seja, 20.000 toneladas de T.N.T.<br />
(equivalente a 2000 caminhões de T.N.T.)<br />
Podemos classificar em quatro, os<br />
efeitos mortíferos da bomba.<br />
a) A bomba explodiu a cerca de 300 m<br />
de altitude, varrendo uma vasta área com os<br />
fulminantes raios-gama .<br />
b ) 0 calor libertado incendiou<br />
imediatamente todos os materiais combustíveis<br />
da cidade.<br />
Por causa do tremendo calor, formou-se imediatamente uma corrente de<br />
convecção, elevando pó e produtos radiativos resultantes da explosão. É o cogumelo<br />
característico de uma explosão nuclear.<br />
c) A detonação produziu fortíssima onda de choque (deslocamento do ar.),<br />
que destruiu mecanicamente extensa área.<br />
d) Por fim,o pior deles: a poeira radiativa;<br />
Sendo os materiais mais densos que o ar, pouco a pouco vão-se precipitando,<br />
contaminando de radiatividade uma extensão bem maior.<br />
As células humanas não suportam excessiva radiatividade. Na poeira<br />
radiativa temos os produtos da fissão, principalmente Bário e Criptônio radiativos .<br />
Esta bomba causou cerca de 80.000 vítimas civis (homens, mulheres,<br />
crianças), com destruição total da cidade.<br />
Pela primeira vez na História, registrou-se tamanho fenômeno catastrófico.<br />
Dois dias depois, outra bomba de potência equivalente foi detonada sobre a<br />
cidade de Nagasaki. Desta vez a bomba era de Plutônio.<br />
Aos quinze de agosto, terminava a Guerra no Pacífico.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
REATOR NUCLEAR<br />
Por outro Lado, a energia nuclear propunha perpectivas de grandes<br />
benefícios à humanidade.<br />
A 2 de dezembro de 19 42, Enrico Fermi anunciava o funcionamento<br />
da primeira pilha nuclear.<br />
Imaginemos uma barra de urânio natural. A maior parte de seus<br />
átomos e o U-238, que é_ absorvedor de nêutrons .<br />
Os átomos U-238 absorvem os nêutrons e a reação se estanca, mesmo_<br />
quando se bombardeia um átomo de U-235.<br />
Se utilizarmos cilindros finos de urânio, mesmo após a desintegração do U-<br />
235 não haverá chance de o U-238 absorver os nêutrons resultantes, porque antes<br />
da colisão o nêutron escapa do material.<br />
89<br />
Pelo contrário, se o cilindro tivesse<br />
diâmetro maior, então, os nêutrons resultantes<br />
seriam captados pelo U-238.<br />
Fermi pensou também: "Seria bom se conseguíssemos um material capaz de<br />
causar reflexão dos nêutrons, fazendo-os voltar.'" Mas ainda; nesta hipótese, os<br />
nêutrons seriam captados pelo U-238.<br />
Acontece que o U-238 só absorve nêutrons acelerados e, se se pudesse<br />
moderar a velocidade desses nêutrons,eles não seriam absorvi dos pelo U-2 38 e<br />
então poderiam fissionar outros átomos de U-2 35.<br />
Após demoradas pesquisas, descobriu-se que a grafite é ao mesmo tempo<br />
refletor e_ moderador de nêutrons. Colocando-se uma barra de urânio num tijolo de<br />
grafite, pode-se dar continuidade de reação.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
90<br />
radiatividade – 2<br />
Os nêutrons resultantes da cisão do U-235 escapam da barra de urânio<br />
atingindo átomos de carbono (grafite). Um átomo de carbono absorve o nêutron mas,<br />
logo depois (cerca de 12 segundos após) devolve o nêutron com velocidade já<br />
moderada. Após alguns choques com os átomos de grafite, os nêutrons podem voltar â<br />
barra de urânio . Sua velocidade não permite a absorção pelo U-2 38 mas, ainda é<br />
capaz de cindir átomos de U-235.<br />
Como cada átomo U-235 fissionado produz 2 ou 3 nêutrons, pouco a pouco<br />
vai aumentando a população de nêutrons em movimento.<br />
A certa altura, a energia libertada nas cisões faz os materiais atingirem<br />
temperaturas de centenas de graus Celsius.<br />
Agora há necessidade de eliminar nêutrons excessivos. Para<br />
isso,colocam-se barras de cádmio (veja figura do reator nuclear) que
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
é um material capaz de absorver nêutrons. O cádmio não é_ refletor:<br />
ele capta o nêutron e não o emite mais.<br />
Assim, a presença do cádmio nos tijolos de grafite pode abaixar o fator de<br />
multiplicação para valores menores que 1.<br />
Estava assim controlada a reação nuclear.<br />
Para se obter mais energia bastava retirar as barras de cádmio. Portanto, um<br />
reator atômico é uma fonte controlável de energia nuclear (ao contrário da Bomba-<br />
A).<br />
Vejam na figura os materiais usados para que os operadores do reator não<br />
sejam atingidos por emissões de nêutrons e radiações.<br />
Embora o concreto seja uma proteção aos operadores contra os raios-gama e<br />
nêutrons que escapam, mesmo assim há necessidade de tomar devidas precauções<br />
contra a extrema radiatividade dos produtos da fissão. Cada operador usa uma placa<br />
na lapela que muda de cor. Trata-se de um dispositivo que acusa a excessiva<br />
exposição às radiações -gama.<br />
Portanto, o primeiro reator nuclear utilizava barras de urânio natural (0,7%<br />
de U-235), colocadas em tijolos de grafite. Para moderar a reação nuclear,<br />
introduziam-se barras de cádmio. Assim, a cisão de átomos de U-235 podia ser<br />
controlada e a fonte energética do reator era o calor libertado nessas fissões.<br />
Como utilizar este calor?<br />
No reator, perfurando os tijolos de grafite, passa uma entrelaçada rede de<br />
canalização por onde caminha vapor d'água.<br />
91<br />
Este vapor recebe energia proveniente<br />
da cisão, sofrendo conseqüentemente aumento<br />
de temperatura e pressão.<br />
0 circuito, passa por um trocador de<br />
calor, onde a energia é "transferida para um<br />
segundo circuito de vapor d'água.<br />
Este 2º. circuito está ligado a uma<br />
turbina acoplada a um gerador elétrico. Mui<br />
tas vezes, no primeiro circuito, utiliza se gás<br />
carbônico.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
A figura ilustra o esquema de uma central elétrica nuclear.<br />
Na verdade, é uma usina termoelétrica que, ao invés de utilizar combustíveis<br />
comuns (carvão, gás ou óleo), utiliza a energia térmica de um reator nuclear.<br />
Descobriu-se também que a água pesada é bom moderador e refletor de<br />
neutrons. Verificou-se ainda que a massa de água pesada necessária para suficiente<br />
moderação de neutrons é bem menor que a massa de grafite equivalente. O emprego<br />
da água pesada como modera dor traz vantagens de ordem técnica na instalação<br />
de uma usina.<br />
Ao mesmo tempo, a água pesada serve como veículo trocador de calor. O único<br />
inconveniente é na obtenção de grandes quantidades de água pesada. Ela ocorre em<br />
qualquer água, mas numa proporção ínfima e,para separá-la, trata-se de um processo<br />
muito trabalhoso o conseqüentemente oneroso.<br />
Atualmente, a água pesada é retirada da água do fundo dos oceanos.<br />
Para dar maior proteção aos operadores, o reator é envolvido por paredes de<br />
grafite e concreto.<br />
92
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
As barras de cádmio para absorver nêutrons excessivos tornam-se radiativas,<br />
daí também estarem dentro de um recipiente de chumbo.<br />
A própria água pesada circula continuamente no reator onde se liberta calor.<br />
Por sua vez, a água pesada transfere energia ao vapor d'água de outro circuito, através<br />
do trocador de calor.<br />
Assim o homem conseguiu controlar a energia nuclear e grandes são as<br />
perspectivas de sua aplicação para finalidades pacificas.<br />
Atualmente existem reatores nucleares, instalados em submarinos e navios<br />
atômicos, capazes de realizar longas viagens com um mínimo de consumo material.<br />
O Nautilus, primeiro submarino atômico viajou cerca de 80.000 km (2 voltas<br />
em redor da Terra), sem se abastecer.<br />
No entanto, tornam-se ainda extremamente onerosa as construções de pilhas<br />
atômicas, principalmente na parte que se refere ã proteção humana exigida pelas<br />
fortes irradiações gama de emissões de nêutrons.<br />
Por outro lado, o homem precisa de fontes energéticas e,atual mente, conta<br />
ainda com reservas de petróleo e carvão.<br />
2.100!<br />
No ritmo dos acontecimentos, estas reservas se esgotarão no ano<br />
Se considerarmos a energia nuclear, contamos ainda com energia para mais<br />
1.000.000 de anos!<br />
Deixo para o leitor imaginar como será o futuro que nos aguarda.<br />
93
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
94<br />
radiatividade - 2<br />
reator de piscina<br />
Fotografia de um reator de piscina em pleno funcionamento na<br />
Cidade Universitária, de S. Paulo.<br />
A luz intensa no fundo da piscina e causada pela passagem de<br />
partículas sub-atômicas velozes na água e chama-se radiação de Cherekov.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
95<br />
radiatividade – 2<br />
H FUSÃO NUCLEAR<br />
O sol é uma fonte energética que continuamente irradia energia. Mas, a<br />
energia não é criada! De onde o sol consegue tanta energia?<br />
A explicação plausível é que, no sol, matéria transforma-se em energia. Por<br />
isso, o sol a todo instante torna-se um pouco mais leve, perdendo cerca de milhares de<br />
toneladas de matéria por segundo.<br />
Admite-se, que na superfície solar, a temperatura seja de alguns milhões de<br />
graus Celsius e que aí ocorre a síntese do gás hélio a partir de hidrogênio, com<br />
libertação de pósitrons, neutrinos e tremenda quantidade de energia em forma de<br />
radiações eletromagnéticas que se propagam pelo Universo.<br />
hélio.<br />
Quatro átomos de hidrogênio sofrem uma FUSÃO, originando o núcleo de
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Neste processo, os produtos apresentam massa menor que a massa total dos<br />
átomos de hidrogênio. A energia libertada equivale "a transformação de massa -><br />
energia segundo a equação de Einstein:<br />
hélio.<br />
Energia = c 2 . ∆m<br />
"c" - velocidade da luz no vácuo.<br />
Para ressaltar um fato histórico importante, falemos na descoberta do gás<br />
Durante um eclipse, foi observado no espectro solar o apare cimento de uma<br />
nova "linha" de absorção. Não se conhecia,ainda,nenhum elemento capaz de produzir<br />
a referida absorção. Foi então pro posta a existência de um novo elemento, que deveria<br />
estar sendo "criado" no sol e,dai, o nome sugerido foi Hélio (Helium = sol).<br />
atmosférico.<br />
Mais tarde, o gás hélio foi descoberto como um componente mínimo do ar<br />
Pensou-se em sintetizar o hélio a partir de hidrogênio,aqui na Terra.<br />
Evidentemente faltavam condições energéticas, ou seja, a elevadíssima temperatura.<br />
Estima-se que a temperatura da superfície solar seja aproximadamente de 40<br />
milhões de °C.<br />
hidrogênio.<br />
Os cientistas conseguiram sintetizar o hélio a partir de isótopos pesados de<br />
Utilizando-se deutério (núcleo com 1 próton + 1 nêutron) e tritério (núcleo<br />
com 1 próton + 2 nêutrons) e ainda fontes de elevadíssima temperatura conseguiu-se<br />
sintetizar o hélio.<br />
O deutério ocorre na natureza em proporções mínimas, já dissemos que é o<br />
componente da água pesada encontrada em mínimas proporções nos fundos dos<br />
oceanos, já que a densidade da água pesada e maior que a da água comum.<br />
O tritério é obtido artificialmente, sendo um átomo radiativo.<br />
Pode-se obter o tritério, bombardeando lítio com nêutrons.<br />
96
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
97<br />
radiatividade – 2<br />
A reação liberta assombrosa quantidade de energia, muito maior que<br />
numa fissão nuclear.<br />
A princípio não se conseguia obter a elevada temperatura, que seria da<br />
ordem de dezenas de milhares de graus Celsius.<br />
Com a descoberta da fissão nuclear, a detonação de uma bomba<br />
atômica (bomba-A) possibilitou a fusão do deutério e tritério.<br />
Esta fusão é realizada na Bomba-H (Bomba de Hidrogênio).<br />
A potência dessas bombas é milhares de vezes superior à das bombas<br />
atômicas da 2a. Grande Guerra.<br />
A bomba-H utiliza a fissão nuclear como fonte energética para provocar a<br />
reação entre deutério e tritério.<br />
Portanto, a Bomba-A serve como "espoleta" da bomba-H.<br />
A potência das bombas de hidrogênio é milhares de vezes a de uma<br />
bomba de fissão. As últimas bombas de hidrogênio detonadas com caráter<br />
experimental tinham potências próximas a 100 Megatons (1 megaton = 1.000<br />
kilotons = 1.000.000 de toneladas de T.N.T.).<br />
A bomba-H também espalha poeira radiativa por causa dos produtos<br />
radiativos da fissão do U-235.<br />
Existe atualmente uma Comissão Internacional de Energia Atômica cuja<br />
finalidade, além de outras, ê a de controlar as experiências nucleares, a fim de evitar a<br />
contaminação da atmosfera com materiais radiativos.<br />
═════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
98<br />
I ELEMENTOS<br />
ARTIFICIAIS<br />
Como já vimos na página 81 do capítulo 2, a obtenção de elementos<br />
radiativos artificiais foi desencadeada com a experiência do casal Curie-Joliot.<br />
Hoje, conhecem-se isótopos radiativos de Quase todos os elementos químicos<br />
e, comumente esses isótopos são obtidos dos elementos comuns, bombardeados por<br />
nêutrons.<br />
Estudemos apenas 3 desses isótopos:<br />
A) CARBONO-14<br />
Este isótopo radiativo forma-se no ar atmosférico quando nêutrons de raios<br />
cósmicos colidem com núcleos de nitrogênio.<br />
O carbono-14 assim formado<br />
reage com o "02" da atmosfera,<br />
resultando C*02 radiativo (Vamos colocar<br />
um asterisco no C* radiativo).<br />
Este C*02 poderá ser absorvido<br />
por uma planta, num processo de<br />
fotossíntese e tornar se um constituinte<br />
de tecido vegetal.<br />
Por outro lado, um animal pode<br />
alimentar-se daquela erva e o C*-14<br />
tornar-se assim um constituinte de tecido<br />
animal.<br />
Mesmo os seres humanos<br />
possuem certa do se de C*-14.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
99<br />
radiatividade – 2<br />
Quando o ser humano ou mesmo o animal morre, a quantidade do C*-14 só<br />
tende a diminuir, pois ocorre a seguinte desintegração:<br />
6C 14 -------►_1β° + 7N 14<br />
O período de semi-desintegração é de 5.600 anos para esse isótopo.<br />
Ora, então, pode-se mesmo pensar num processo de determinação de idades<br />
de fósseis arqueológicos.<br />
Vamos supor que os fósseis de um animal acusam, num contador Geiger,<br />
apenas 25% de C*-14,que teria o mesmo espécime na atualidade.<br />
Isto vem esclarecer que o fóssil tem:<br />
No entanto, após 10 períodos de semi-desintegração (56.000<br />
anos), a quantidade de C*-14 restante é tão pequena que não existem ainda<br />
aparelhos capazes de detetar radiações . Esta é a mais séria limitação desse<br />
processo.<br />
Por outro lado, os nêutrons de uma pilha atômica podem ser empregados na<br />
obtenção de C*-14 artificialmente.<br />
Ê importante o emprego de C-14 para sintetizar substâncias orgânicas a fim<br />
de acompanhar os processos de metabolismo.<br />
É muito usado na obtenção de radioproteínas e radioaçúcares.<br />
B) IODO RADIATIVO<br />
O iodo radiativo é utilizado na medicina, nos diagnósticos de doenças da<br />
tireóide. Tem um período de semi-desintegração de 12 horas.<br />
Em primeiro lugar, o paciento ingere uma<br />
dose de iodo radiativo, que e facilmente absorvido<br />
pelas glândulas de tireóide.<br />
Após certo tempo, pode-se "mapear", ou<br />
seja, localizar e delimitar os contornos dessas<br />
glândulas.<br />
Sabe-se que os tecidos afetados de tireóide<br />
absorvem geralmente iodo de modo diferente (mais<br />
ou menos intensamente) do tecido normal .
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
afetadas.<br />
nêutrons.<br />
Então, utilizando-se um contador Geiger, podem-se localizar as regiões<br />
C) COBALTO-60<br />
Este isótopo é obtido do cobalto (Co 59 ), quando bombardeado por<br />
Por sua vez, o Co-60 é radiativo, sendo capaz de emitir raios "β", com um<br />
período de semi-desintegração de 5,3 anos. Observem o longo período de semi-<br />
desintegração, que proporcionou excelente aplicação na Medicina, pois tem-se<br />
material radiativo por longo tempo.<br />
NOTA: O carbono-14 não serve para tal finalidade, pois seus raios "β" têm<br />
energia bem menor e,consequentemente,menor penetração.<br />
Descobriu-se que as células cancerígenas são fulminadas pelo efeito de-<br />
radiações intensas. As células normais suportam dose bem maior de radiação.<br />
100<br />
No tratamento do câncer pela<br />
radioterapia era antigamente usado o<br />
elemento rádio, cujo custo era<br />
assombroso.<br />
Hoje, esse elemento foi<br />
substituído pelo cobalto-60 de custo<br />
incomparavelmente baixo em relação<br />
ao radio.<br />
0 aparelho é chamado<br />
"Bomba de Cobalto" que nada mais é,<br />
senão um canhão de emissões "β"<br />
(Gentilmente cedida pelo<br />
Hospital do Câncer - S. Paulo )
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
101<br />
radiatividade-2<br />
Eis um tipo de Bomba de Cobalto. Quando se encontra na posição de<br />
descanso, o Co-60 esta emitindo radiações, mas são totalmente bloqueadas pela<br />
blindagem. Na posição ativa, os raios "S" podem então ser dirigidos ao paciente.<br />
Citamos apenas algumas aplicações das recentes descobertas nucleares. (As<br />
duas últimas aplicações são exemplos de "Medicina Nuclear") .<br />
Dia a dia, a energia nuclear e os isótopos radiativos estão sendo explorados<br />
pelo homem a fim de proporcionar melhores condições de vida.<br />
Na pesquisa da energia nuclear, o homem descobriu uma terrível arma, mas<br />
por outro lado, indubitavelmente, ganhou excelentes conhecimentos sobre o<br />
átomo,que nos promete um futuro promissor.<br />
O homem,que veio da idade da pedra, passou por diversas evoluções e entra<br />
agora na ERA ATÔMICA.<br />
═════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
(48) Tendo-se num instante zero, 4,0 g de um elemento radiativo de tempo, de<br />
meia vida igual a 1,0 hora, quantos gramas do material ativo restarão respectivamente<br />
depois de 1,0 hora e depois de 2,0 horas?<br />
a) 2,0 g e 1,0 g<br />
b) 2,0 g e 0 g<br />
c) 3,0 g e 2,0 g<br />
d) 3,5 g e 2,5 g<br />
e) depois de 1,5 horas não restará material ativo<br />
(49) A expressão fusão nuclear se refere a:<br />
a) liquefação de núcleos.<br />
b) quebra de núcleos formando núcleos menores.<br />
c) reunião de núcleos formando um núcleo maior.<br />
d) captura de elétrons.<br />
e) fissão nuclear.<br />
102<br />
ITA-63<br />
ITA-63<br />
(50) Um dos isótopos do Einstênio 99Es 253 , quando bombardeado com<br />
partículas 2He 4 , forma um elemento novo e dois nêutrons , como indicado pela<br />
reação:<br />
99Es 253 + 2He 4 = Elemento Novo + 2 n<br />
Qual é o conjunto de número atômico e o número de massa que<br />
corresponde ao novo elemento?<br />
(51) Qual das afirmações abaixo, relativas a reações nucleares como<br />
a da questão anterior, é FALSA?<br />
a) 0 número total de nucleons e conservado.<br />
b) A lei de conservação de cargas também se aplica a reações nucleares.<br />
c) A soma dos números de massa dos reagentes e igual a soma dos<br />
números de massa dos produtos.<br />
d) A energia libertada numa reação nuclear e, grosso modo, 10 7 (10 milhões)<br />
vezes maior que a energia libertada em reações químicas ordinárias, fixando-se<br />
massas iguais de reagentes.<br />
e) A energia de ligação nuclear dos reagentes é igual à energia de ligação<br />
nuclear dos produtos.<br />
ITA-64
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
103<br />
radiatividade-2<br />
(52) A vida média de 1,0 g de um isótopo radiativo vale 18 horas.<br />
A vida média de 0,5 g desse mesmo isótopo valerá:<br />
a) 9 horas d) 18 horas<br />
b) 36 horas e) nenhuma das respostas<br />
c) 20 horas acima esta certa<br />
ITA-66<br />
(53) Citar os tipos de radiações, indicando os sinais das respectivas cargas<br />
elétricas, que se observam na desintegração radiativa natural.<br />
POLI-65<br />
(54) Um átomo de um elemento radiativo "X" sofre uma desintegração<br />
emitindo uma partícula alfa, produzindo um átomo de um elemento "Y". Quantas<br />
desintegrações "B" deve sofrer o átomo do elemento "Y", para produzir um átomo<br />
isótopo do elemento "X"? Escrever as equações das diversas desintegrações<br />
dessas transformações.<br />
de m assa?<br />
POLI-67<br />
(55) Um grama de 42 99 Mo , por emissão de raios "β", decaia 1/8 g<br />
em 200 horas.<br />
I - qual a sua meia-vida?<br />
II - qual o seu novo número atômico e qual o seu novo número<br />
FMUSP-63<br />
(56) A desintegração do iodo radiativo aumenta com a temperatura.<br />
Certo ou Errado?<br />
FMUSP-64<br />
(57) Um grama de rádio leva 5.040 anos para decair a 1/16 g. A<br />
sua meia vida será:<br />
a) 315 anos c) 20.160 anos<br />
b) 1260 anos d)<br />
FMUSP-64<br />
(58) Na seguinte lista, todos os elementos são transurânicos: európio,<br />
amerício, frâncio, germânio e polônio?<br />
Certo ou Errado?<br />
FMUSP-64
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(59) O número atômico de um elemento diminuirá de duas<br />
unidades se o núcleo de seu átomo emitir uma partícula alfa.<br />
Certo ou Errado?<br />
104<br />
FMUSP-64<br />
(60) A meia-vida do isótopo 11 24 Na é de 15 horas. Se a<br />
quantidade inicial deste isótopo for 4 g, depois de 75 horas teremos:<br />
a) 0,800 g d) 0,125 g<br />
b) 20 g e) nenhuma das respostas<br />
c) anteriores<br />
(61) Nas reações nucleares sucessivas<br />
o elemento Z que se forma é:<br />
CESCEM-65<br />
CESCEM-66<br />
(62) São necessários 5,0 anos, para que o 60 Co perca a metade de sua<br />
radiatividade. Que porcentagem da sua atividade original permanecerá no fim de<br />
20 anos?<br />
a) 0% d) 25,0%<br />
b) 6,25% e) nenhum dos<br />
c) 12,5% valores acima<br />
CESCEM-66<br />
(63) Dispõe-se de um isótopo radiativo, cujos produtos de desintegração não<br />
são radiativos. Medindo-se a atividade de uma amostra deste isótopo, registrou-se<br />
uma contagem de 10.000 desintegrações por minuto. Após 24 horas, a mesma<br />
amostra acusou uma atividade de 5000 desintegrações por minuto. Deixando-se<br />
passar mais 24 horas , a atividade da mesma amostra correspondera a:<br />
a) 1250 desintegrações/minuto d) zero<br />
b) 2500 desintegrações/minuto e) nenhum dos valores<br />
c) 3750 desintegrações/minuto anteriores<br />
CESCEM-67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
105<br />
radiatividade – 2<br />
(64) Quando um elemento emite uma partícula "α" e, em seguida,<br />
duas partículas "β", os elementos, primitivo e final:<br />
a) tem o mesmo número de massa<br />
b) são isótopos radiativos<br />
c) não ocupam o mesmo lugar na tabela periódica<br />
d) possuem números atômicos diferentes<br />
e) têm a mesma massa atômica<br />
(65) Na reação nuclear 2 He4 + X ───1 H1 + 8 017<br />
elemento X possuí:<br />
CESCEM-67<br />
a) número atômico 7 e d) número atômico 8 e<br />
número de massa 15 número de massa 14<br />
b) 8 prótons e 7 nêutrons e) número atômico 7 e<br />
c) 7 prótons e 7 nêutrons número de massa 16<br />
CESCEM-68<br />
(66) Uma grama do isótopo Mo 99 decai por emissão beta, atingindo l/8 g após<br />
200 horas. Qual é aproximadamente a meia-vida deste isótopo?<br />
a) 2 5 horas d) 1600 horas<br />
b) 50 horas e) os dados são insuficientes<br />
c) 67 horas para se saber a meia-vida.<br />
CESCEM-69<br />
(67) Um elemento "A",de número atômico 87 e número de massa 190, emite<br />
uma partícula alfa, transformando-se em"B". "B" emite uma partícula beta<br />
transformando-se em "C ". "C " emite alfa dando "D". "D" por sua vez emite beta<br />
resultando em "E". Os números atômicos e de massa de ''E" são respectivamente:<br />
a) 87 e 190<br />
b) 8 3 e 192 d) 85 e 182<br />
c) 87 e 186<br />
SANTA CASA-64<br />
(68) 0 número atômico do átomo de um elemento é 88 e o número de massa<br />
226. Quando esse átomo emite uma partícula "α", o átomo resultante apresentará:<br />
a) número atômico 08 e número de massa 225<br />
b) número atômico 87 e número de massa 224<br />
c) número atômico 86 e número de massa 222<br />
d) número atômico 85 e número de massa 225<br />
SANTA CASA-65
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
tempo no qual:<br />
ter:<br />
(69) Os raios gama são:<br />
a) radiações eletromagnéticas<br />
b) núcleos de átomos de hélio d) núcleos de átomos<br />
c) elétrons de hidrogênio<br />
106<br />
SANTA CASA-65<br />
(70) Período de semi-desintegração de um elemento radiativo é o<br />
a) a metade da quantidade inicial dos átomos<br />
do elemento se desintegra<br />
b) todos os átomos do elemento se desintegram<br />
c) 6,02 x IO 23 átomos do elemento se desintegram<br />
d) 1 mol do elemento se desintegra<br />
SANTA CASA-66<br />
(71) Quando um átomo emite um raio alfa, seu número de massa:<br />
a) aumenta de duas unidades c) diminui de quatro unidades<br />
b) diminui de duas unidades d) não se altera<br />
SANTA CASA-66<br />
(72) Quando um átomo emite um raio beta, seu número atômico:<br />
a) aumenta de uma unidade c) aumenta de duas unidades<br />
b) diminui de uma unidade d) não se altera<br />
SANTA CASA-66<br />
(73) Os raios-X, os raios catódicos e os raios alfa (do rádio)<br />
a) são todos desviados por um ímã<br />
b) somente o primeiro e o terceiro são desviados por um imã<br />
c) somente o segundo e o terceiro são desviados por um imã<br />
SANTA CASA-67<br />
(74) Ao emitir uma partícula alfa, um elemento radiativo passa a<br />
a) número e peso atômicos diminuídos de uma unidade<br />
b) número atômico diminuído de 2 e peso atômico diminuído de 4<br />
unidades<br />
c) número e peso atômicos diminuídos de 2 unidades<br />
SANTA CASA-67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(75) É possível determinar a idade da Terra por meio:<br />
I - da teoria da relatividade<br />
II - da radiatividade<br />
III - pela expansão do universo<br />
107<br />
radiatividade – 2<br />
SANTA CASA-68<br />
(76) Quando o Boro (peso atômico 11, número atômico 5) e<br />
bombardeado com partículas alfa, as seguintes variações são observadas<br />
Boro + partícula alfa -------------------> novo elemento + neutron<br />
(transmutação α, n)<br />
0 peso atômico e o número atômico do novo elemento formado<br />
serão, respectivamente;<br />
a) 14 e 7 d) 11 e 5<br />
b) 10 e 7 e) nenhum dos<br />
c) 11 e 6 anteriores<br />
(77) Radiatividade natural é o fenômeno pelo qual:<br />
SANTA CASA-69<br />
a) um elemento pesado emite espontaneamente apenas "raios-X"<br />
b) dois elementos mais leves se unem para produzir um 3º.<br />
elemento, com grande emissão de energia<br />
c) um elemento, sofrendo o bombardeamento por um nêutron, se<br />
transforma num isótopo<br />
d) nenhuma das respostas<br />
EES CARLOS-66<br />
As questões 78 e 79 referem-se ao seguinte enunciado: "A" e<br />
"B" são 2 elementos radiativos que se desintegram em chumbo (Pb)<br />
segundo o esquema:<br />
(78) 0 valor correto de "u", "k" e "x" e:<br />
u = k = x = u = k = x =<br />
a) 232 208 82 c) 228 216 86<br />
b) 228 208 82 d) 222 212 74<br />
(79) 0 valor correto de "z", "y" e "t" é:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
z = y= t = z = y= t =<br />
a) 98 82 206 c) 96 86 214<br />
b) 92 82 206 d) 84 74 210<br />
(80) Qual das reações abaixo está errada:<br />
108<br />
EES CARLOS-67<br />
EES CARLOS-68<br />
(81) Um átomo “ A” emitindo um raio "alfa", se transforma no átomo<br />
"B" OS átomos "A" e "B" s ao :<br />
a) isótopos c) alotrópicos<br />
b) isóbaros d) nem isótopos nem isóbaros<br />
FEI-68<br />
(82) A vida média de um grama de certo isótopo radiativo vale<br />
30 dias. A vida média de 0,5 gramas do mesmo isótopo vale:<br />
a) 30 dias b) 15 dias c) 60 dias<br />
FEF ALVARES PENTEADO-68<br />
(83) Um grama de um elemento radiativo emite partículas beta e<br />
após 400 horas fica reduzido a 1/16 g. Qual é sua meia vida?<br />
a) 100 horas c) 10 horas<br />
b) 400 horas d) 50 horas<br />
GEOLOGIA USP-64<br />
(84) Um átomo de número atômico 27 e número de massa 35<br />
emite uma partícula alfa. 0 novo átomo possuirá:<br />
a) número atômico 28 número de massa 35<br />
b) número atômico 26 número de massa 36<br />
c) número atômico 25 número de massa 31<br />
d) número atômico 25 número de massa 35<br />
GEOLOGIA USP-64
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
109<br />
radiatividade - 2<br />
(85) Dois átomos pertencentes a dois isótopos de um mesmo<br />
elemento apresentam:<br />
a) a mesma massa d) mesmas propriedades<br />
b) propriedades químicas diversas nucleares<br />
c) mesmo tamanho e) nenhuma das citadas<br />
EE LINS-67<br />
(86) Quando um átomo radiativo de número atômico 90 emite uma<br />
partícula beta, origina-se um novo átomo de número atômico:<br />
a) 91 b) 89 c) 88<br />
EE MAUA-63<br />
(87) Os nêutrons, como projéteis, são mais usados que os<br />
prótons nos processos de bombardeio nuclear porque:<br />
a) tem maior massa<br />
b) são desprovidos de carga<br />
c) são mais fáceis de serem obtidos<br />
EE MAUÁ-64<br />
(88) Quando um átomo de um elemento radiativo e cujo número atômico é<br />
Z,emite um elétron (negativo), origina-se um novo núcleo de número atômico:<br />
a) Z - 1 b) Z + 1 c) Z<br />
EE MAUÁ-65<br />
(89) Quando o núcleo de um átomo, de número atômico Z,emite uma<br />
partícula beta, origina-se um outro núcleo de número atômico Z +1, isóbaro do<br />
primeiro.<br />
Certo ou Errado?<br />
(90) 0 que é uma substância radiativa?<br />
(91) 0 que caracteriza um elemento radiativo?<br />
EE MAUS-68<br />
EE MACKENZIE-63<br />
EE MACKENZIE-64
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
magnético?<br />
(92) Qual o comportamento dos raios alfa, beta e gama num campo<br />
110<br />
EE MACKENZIE-64<br />
(93) Após 40 dias, um determinado radioisótopo puro, cuja meia<br />
vida é de 10 dias, pesa 0,5 g. 0 seu peso inicial era:<br />
a) 8 g d) 2 g<br />
b) 6 g e) 0,5 g<br />
c) 4 g<br />
MEDICINA SANTOS-68<br />
(94) 0 símbolo que pode ser usado para completar a reação nuclear:<br />
3Li 7 + 1H 1 = 2 ..... é:<br />
a) iH 1 d) _1 e0<br />
b) o n1 e) 1D 2<br />
c) 2He 4<br />
(95) Assinalar as proposições corretas:<br />
MEDICINA SANTOS-68<br />
1) Os raios-gama apresentam pequeno comprimento de onda, sendo<br />
mais penetrantes que os raios alfa, beta e raio-X.<br />
2) Raios alfa são os núcleos de átomos de argônio, portanto, com<br />
carga positiva, porém, com poder de penetração limitado<br />
3) Raios beta são elétrons em grande velocidade e, com maior poder<br />
de penetração que as partículas alfa.<br />
4) Quando um elemento emite partículas alfa, forma-se outro<br />
elemento,cujo número atômico é uma unidade inferior.<br />
QUIM-MOGI DAS CRUZES-69<br />
(96) Dos elementos que participam das reações nucleares sucessivas:<br />
92E 238 --------- E2 + 2 α4<br />
E2 --------- E3 + β<br />
E3 -------- E 4 + β<br />
a) E 1 e E2 são isótopos e E2, E3 e E 4 , são isóbaros<br />
b) E 1 e E3 são isótopos e E2, E3 e E 4 , são isóbaros<br />
c) E 1 e E 4 , são isótopos e E 1 , E3 e E 4 , são isóbaros<br />
d) E 1 e E 4 , são isótopos e E2, E3 e E 4 , são isóbaros<br />
e) E 1 e E 4 , são isótopos e E 1 , E2 e E3 são isóbaros<br />
UFMG-67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(97) As sucessivas reações nucleares abaixo<br />
90A 232 --------- B + 2ª 4<br />
B ------------- C + β<br />
levam a um elemento C com as seguintes características:<br />
a) 87C 229 d) 91 C 227<br />
b) 89C 228 e) 88C231<br />
c) 90c 230<br />
111<br />
radiatividade - 2<br />
UFMG-67<br />
(98) Um elemento radiativo tem ao fim de 36 dias, sua radiatividade<br />
reduzida a 1/8 da original. Sua meia-vida é:<br />
a) 4 dias d) 12 dias<br />
b) 6 dias e) nenhuma das<br />
c) 9 dias anteriores<br />
UFMG-67<br />
(99) Uma certa quantidade de Ra, ao se desintegrar, emite em um ano, 2,7 x<br />
10 13 partículas alfa e, a quantidade "He" formada é da 1 x IO -3 mm 3 , medidos nas<br />
condições normais de temperatura e pressão. Os dados acima permitem deduzir:<br />
a) o valor da vida— média do Ra<br />
b) o valor da meia-vida do Ra<br />
c) o valor da constante de desintegração radiativa do Ra<br />
d) o valor do número de Avogadro<br />
e) que o "He", membro da família radiativa do Ra<br />
(100) Entre as equações dadas abaixo:<br />
UFMG-68<br />
assinalar o grupo de equações em que a instabilidade do elemento é devida<br />
a excesso de protons:<br />
a) I, II, III d) I, IV, V<br />
b) I, III, IV e) III, IV, V<br />
C) I, III, V UFMG-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(101) Qual destas afirmativas sobre os elementos transurânicos é errada:<br />
a) tem número atômico elevado<br />
b) seu enchimento eletrônico se dá no subnível 4f<br />
c) são todos radiativos<br />
d) apresentam massa atômica elevada<br />
e) são obtidos por meio de reações nucleares<br />
112<br />
EEUMG-67<br />
(102) Um certo isótopo radiativo tem um período de meia-vida de 10<br />
minutos. Se num certo instante, tivermos 20 microgramas deste isótopo, quantos<br />
microgramas existirão ao fim de 20 minutos?<br />
a) zero d)<br />
b) 5 e) não se pode saber<br />
c) 10<br />
(103) Qual das seguintes afirmações é a mais correta?<br />
MEDICINA-VALENÇA-69<br />
a) Raios alfa são núcleos de átomos de Hélio, formados por 4<br />
prótons e 4 neutrons.<br />
pressão.<br />
b) O poder de penetração dos raios alfa aumenta com a elevação da<br />
c) Os raios beta são elétrons emitidos pelos núcleos dos átomos dos<br />
elementos radiativos.<br />
e beta.<br />
d) Os raios gama são radiações da mesma natureza que os raios alfa<br />
e) O "Curie" é a radiatividade equivalente à de um quilograma de<br />
rádio em equilíbrio radiativo.<br />
MEDICINA-ITAJUBA-68<br />
(104) Vinte miligramos de um elemento radiativo, depois de 10 minutos, se<br />
reduzem a cinco miligramos. Quarenta miligramos do mesmo elemento, depois de<br />
20 minutos, reduzir-se-ão a:<br />
a) 20 miligramos<br />
b) 13,5 miligramos<br />
c) 4 miligramos<br />
d) 25 miligramos<br />
e) 2,5 miligramos<br />
MEDICINA-ITAJUBÁ-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(105) O carbono radiativo 14 C pode ser obtido por:<br />
a) desintegração do carbono 12 C<br />
b) bombardeamento do carbono-12 por neutrontes<br />
c) bombardeamento do carbono-12 por cíclotron<br />
d) bombardeamento do nitrogênio por neutrontes lentos<br />
e) bombardeamento do carbono-12 por raios gama<br />
113<br />
radiatividade-2<br />
MEDICINA-GB-66<br />
(106) Marcar o processo que não pode ser considerado como da<br />
desintegração atômica:<br />
"a" tem:<br />
a) emissão de partículas alfa<br />
b) emissão de partículas beta<br />
c) emissão de partículas e +<br />
d) emissão de fóton de luz ultravioleta<br />
e) captura de eletrontes pela camada K do átomo<br />
MEDICINA-GB-66<br />
(107) 0 produto da desintegração de um elemento que só emite raios<br />
a) a mesma massa atômica e número atômico maior<br />
b) a mesma massa atômica e número atômico menor<br />
c) o mesmo número atômico e massa atômica maior<br />
d) o mesmo número atômico e massa atômica menor<br />
e) o número e massa atômicos menores<br />
UFRJ-68<br />
(108) 0 32 P, de grande importância bioquímica, pode ser obtido, mediante<br />
bombardeio do 31 P com dêuterons de 10 milhões de volts, procedentes de 1 cíclotron.<br />
Esta reação será do tipo:<br />
a) 31 P (d, p) 32 P<br />
b) 31 P (d, y) 32 P<br />
c) 31 P (d, α) 32 P<br />
d) 31 P (d, n) 32 P<br />
e) diferente<br />
117<br />
UFRJ-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(109) A massa da partícula alfa é de:<br />
a) 0,000548<br />
b) 1,00897<br />
c) 1,007852 (unidade de massa atômica )<br />
d) 2,014722<br />
e) 4,002764<br />
114<br />
UFRJ-68<br />
(110) A transformação radiativa, com emissão de raios beta, fornece um<br />
novo elemento (Lei de Russell, Fajans e Soddy) com:<br />
a) mesma massa atômica e número atômico menor<br />
b) mesma massa atômica e número atômico maior<br />
c) mesmo número atômico e massa atômica maior<br />
d) mesmo número atômico e massa atômica menor<br />
e) diferentes dos mencionados<br />
118<br />
══════════════════<br />
UFRJ-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ATOMÍSTICA<br />
115<br />
capítulo 3
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
116<br />
estrutura do átomo-3<br />
A O ÁTOMO<br />
DE DALTON<br />
Vimos no LIVRO I que a concepção de átomo, como constituinte universal da<br />
matéria, havia sido lançada pelos filósofos gregos.<br />
Foi o inglês John Dalton que, em 1808, deu um caráter cientifico À idéia de<br />
átomo. As proposições de Dalton foram baseadas nas leis ponderais das reações<br />
químicas"que já haviam sido observadas e constatadas como válidas em quaisquer<br />
reações.<br />
De modo resumido, Dalton supôs que:<br />
a) Todo átomo é uma minúscula partícula material indestrutível,<br />
mantendo massa e dimensão inalteráveis.<br />
de matéria.<br />
b) Átomos do mesmo elemento químico são idênticos entre si.<br />
c) Os diversos átomos podem combinar-se,originando diferentes espécies<br />
Exemplos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Enfim, matéria para Dalton, seria um aglomerado de átomos (bolinhas<br />
indivisíveis), uns colados aos outros. Seria, então,como uma miniatura do "doce de<br />
sagu".<br />
Dalton pensou que, os átomos diferentes, quando se combinavam, sempre<br />
mantinham a proporção de 1:1 e, sugeriu, que tais combinações fossem denominadas<br />
"moléculas". Como a água é constituída de hidrogênio e oxigênio, Dalton pensou que, a<br />
molécula de água fosse "HO" e que, numa gota d'água, existissem muitas e_ muitas<br />
dessas moléculas , umas vizinhas das outras. Mais tarde, os trabalhos de Gay-Lussac<br />
e Avogadro, demonstraram que, numa molécula, podem existir diferentes átomos sem<br />
obedecer a proporção 1:1. É o caso da molécula de água, que como vocês sabem,<br />
possui 2 átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.<br />
Cada molécula de água, é Cada molécula de enxofre (S8), é<br />
constituída por 2 átomos de constituída por 8 átomos de<br />
hidrogênio e 1 átomo de oxigênio enxôfre.<br />
A atual concepção do átomo, está muito longe dessa idéia inicial, como<br />
veremos adiante. No entanto, por questões de comodidade de apresentação, até hoje<br />
utiliza-se muito a representação "átomo = esfera maciça", pois,deste modo, ainda é<br />
muito satisfatória para um grande número de fenômenos químicos.<br />
A introdução, da idéia de molécula, que decorreu das leis dos gases (vide livro<br />
I) veio reestruturar a teoria atômica de Dalton. A teoria "atomo=bolinha" começou a<br />
sofrer abalos violentos a medida que iam sendo descobertos novos fenômenos.<br />
Como poderíamos responder às seguintes perguntas?<br />
- Por que nem todos os átomos se combinam entre si?<br />
- Que é eletricidade?<br />
- Por que certas reações químicas absorvem ou libertam muita energia?<br />
- 0 que é radiatividade?<br />
- Por que existem ímãs?<br />
117
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
118<br />
estrutura do átomo-3<br />
Respostas com argumentos satisfatórios somente aparecem com o decorrer<br />
dos tempos. A ciência toma um impulso extraordinário no século 20 e, em<br />
conseqüência, surgiram renovações para a teoria atômica.<br />
Hoje, é incabível aceitar átomo = esfera maciça,"'mas não resta dúvida que<br />
esta idéia primitiva foi a base inicial que conduziu os cientistas a investigarem o<br />
interior do átomo.<br />
════════════════<br />
B O MODELO DE<br />
RUTHERFORD-BOHR<br />
Foi o cientista inglês Ernest Rutherford, quem apresentou "a nova face" para<br />
o átomo, discordando da indivisibilidade do mesmo.<br />
Vimos no CAPITULO 2 que Rutherford conseguiu demonstrar a existência de<br />
partículas "α", "β" e raios gama nos fenômenos radiativos.<br />
Desta vez, ele utilizou um material radiativo, o polônio, que emite raios alfa<br />
com surpreendente intensidade.<br />
Colocando o polônio radiativo dentro de um bloco de chumbo, Rutherford<br />
bombardeou uma finíssima lâmina de ouro com as partículas "a", então emitidas<br />
pelo polônio.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Rutherford estava curioso em estudar as trajetórias das partículas "α" e<br />
também os resultados das colisões dessas partículas com átomos de ouro.<br />
Para isso, colocou um anteparo de forma cilíndrica em redor da lâmina de<br />
ouro. Este anteparo é revestido com um material fluorescente (sulfeto de zinco) e<br />
quando nele há incidência de uma partícula "α" ocorre emissão de luz visível.<br />
Uma região de fluorescência constante e intensa apareceu no anteparo,<br />
exatamente na direção das emissões "α".<br />
luminosos.<br />
Em outros pontos do anteparo apareciam de tempos em tempos pontos<br />
INTERPRETAÇÃO: A maioria das partículas "α" atravessam a lâmina de<br />
ouro como se esta fosse uma peneira. Apenas algumas partículas sofrem desvios.<br />
Estas observações levaram a crer que a matéria é praticamente oca. Embora<br />
a lâmina de ouro pareça compacta é constituída de muitas camadas de átomos de<br />
ouro.<br />
Rutherford fez as seguintes proposições:<br />
A) O átomo deve ser constituído de uma parte central (caroço) e que foi<br />
denominado núcleo . Este deve ter carga POSITIVA, pois repele violentamente as<br />
partículas "α" que possuem carga positiva , quando estas passam próximo ao<br />
núcleo.<br />
119
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
120<br />
estrutura do átomo-3<br />
B) Analisando o número de<br />
partículas "α" que sofreram desvios, em<br />
relação aquelas que atravessaram<br />
normalmente a lâmina, conclui-se que<br />
o"tamanho do núcleo, deve ser<br />
extremamente pequeno em relação ao<br />
átomo'. Os cálculos probabilísticos revelam<br />
que:<br />
Raio do núcleo = do Raio do átomo<br />
Isto quer dizer que, se o núcleo tivesse 1 metro de diâmetro, o átomo teria<br />
um diâmetro de 10 Km, no mínimo.<br />
A título ilustrativo, imaginemos uma bola de tênis no centro do Estádio<br />
Maracanã. Então a bola seria o núcleo e o estádio seria o átomo, em termos<br />
proporcionais com o verdadeiro átomo.<br />
C) Se o átomo tivesse apenas<br />
núcleos positivos e nada mais, qualquer<br />
matéria, como a lâmina de ouro, seria<br />
eletricamente muito positiva!<br />
Para contornar este fato, Rutherford<br />
admitiu que a carga nuclear seria<br />
equilibrada por elétrons. Esses elétrons não<br />
poderiam estar parados, pois seriam atraídos<br />
para o núcleo e o átomo seria um sistema<br />
instável. Foi admitido um equilíbrio dinâmico<br />
ou seja: "Os elétrons devem girar em redor do<br />
núcleo, em órbitas circulares".<br />
Como o átomo é elétricamente neutro, a carga total dos elétrons deve<br />
ser igual à carga do núcleo. Pode-se comparar a estrutura atômica com o sistema<br />
planetário: o Sol atrai a Terra; como a Terra gira em redor do Sol, eles<br />
mantém um equilíbrio dinâmico.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
CONTRADIÇÃO À TEORIA DE RUTHERFORD<br />
Mal a teoria fora lançada, ela teve que vencer diversos obstáculos. Uma forte<br />
contradição apareceu imediatamente, em relação à trajetória e energia do elétron.<br />
A TEORIA DE BOHR<br />
121<br />
Segundo a teoria clássica de Maxwell, no<br />
estudo do eletromagnetismo, qualquer carga<br />
elétrica acelerada emite energia em forma de onda<br />
eletromagnética.<br />
Ora, o elétron em movimento circular está<br />
constantemente sujeito `a aceleração centrípeta<br />
(Ycp) e , continuamente deveria emitir energia.<br />
Perder energia significa perder velocidade<br />
e, para que o elétron continuasse em equilíbrio com<br />
o núcleo, seria necessário diminuir o raio da<br />
trajetória. Então, o movimento do elétron teria<br />
uma trajetória em espiral. Dentro em breve o<br />
elétron cairia no núcleo e qualquer átomo teria<br />
estrutura instável. Absurdo!!!.<br />
Foi o físico dinamarquês Niels Bohr quem introduziu a justificação energética<br />
para o elétron, aceitando-se o modelo de Rutherford.<br />
Bohr achou que nem todas as leis que eram válidas na Física Clássica<br />
(resultantes de observações experimentais) deveriam ser seguidas pelas partículas<br />
constituintes do átomo.<br />
Foi o caso do elétron girando em torno do núcleo. Para este, Bohr estabeleceu<br />
certas proposições baseadas na teoria quântica de Planck, que se tornaram<br />
conhecidas como"POSTULADOS DE BOHR" fugindo das restrições impostas pela<br />
física Clássica.<br />
Os constituintes do átomo passam a respeitar novas leis que são baseadas<br />
na mecânica quântica.<br />
Em simples palavras, os postulados de Bohr são:<br />
A) "Os elétrons giram em redor do núcleo em órbitas circulares bem<br />
definidas e, espontaneamente,ao fazê-lo, eles não irradiam energia."<br />
B) "Quando um elétron passa de uma órbita para outra, ele emite ou<br />
absorve, determinada energia dada pela expressão:<br />
∆E = h.f
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Sendo:<br />
h - constante de Planck = 6,6 x IO -27 erg x seg.<br />
f - frequência da radiação absorvida ou emitida.<br />
122<br />
estrutura do átomo -3<br />
A energia “ absorvida ou emitida por um elétron'” é sempre de"um fóton”.<br />
Embora os elétrons girem em órbitas circulares, eles não irradiam energia<br />
espontaneamente.<br />
Para afastar o elétron do núcleo, Quando um elétron "passa"<br />
ele absorve um fóton de a uma órbita mais interna, ele<br />
energia "q = h.f." emite um fóton de energia "q=h.f.“<br />
Bohr não enunciou esses postulados apenas com base intuitiva; muitos<br />
cientistas já haviam estudado os espectros de emissão do hidroqênio e seus resultados<br />
permitiram que fossem enunciados aqueles postulados.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Vamos descrever rapidamente o que é um espectro de emissão.<br />
Imagine uma lâmpada incandescente, uma lente, um prisma de vidro e<br />
um anteparo branco como indica o esquema abaixo:<br />
No anteparo serão projetadas as sete cores, numa seqüência como àquela que<br />
aparece no arco-íris. De cima para baixo: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul,<br />
anil e violeta.<br />
contínuo.<br />
As cores sofrem uma mudança gradativa e, teremos então um espectro<br />
123
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
gás hidrogênio.<br />
124<br />
estrutura do átomo-3<br />
Vamos substituir a lâmpada incandescente por um tubo de Geisller contendo<br />
Observa-se que, durante a descarga, no anteparo aparecem linhas luminosas,<br />
umas distanciadas das outras. Trata-se, portanto, de um 'espectro descontínuo ou<br />
espectro linear ou de raias"<br />
Observação:<br />
Na verdade, durante a descarga no tubo de hidrogênio, ainda são emitidos<br />
raios ultra-violetas e infra-vermelhos que são invisíveis, que seriam detectados se<br />
utilizasse prisma de quartzo e anteparo:: especiais (filmes ou materiais<br />
fluorescentes).<br />
Por que surgem estas linhas durante a descarga?<br />
Eis a explicação:<br />
Durante a descarga, elétrons saem do cátodo e dirigem-se para o ânodo (veja<br />
capítulo 1). Pode um desses elétrons colidir com um elétron do átomo de hidrogênio (I<br />
e II) e jogá-lo numa órbita mais externa (III), resultando um estado instável no átomo.<br />
O elétron tende a voltar para a órbita inicial e, na transição, ele emite uma radiação.<br />
Agora que sabemos o que é um espectro de emissão, vamos narrar como, o<br />
famoso cientista dinamarquês, conseguiu contornar a contradição à teoria de<br />
Maxwell.<br />
Bohr examinou cuidadosamente as experiências realizadas por<br />
Lyman, Balmer e Paschen.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Estes cientistas estudaram as emissões produzidas durante a descarga de<br />
um tubo de Geissler contendo hidrogênio:<br />
Lyman, preocupou-se com as emissões na região da luz ultra-violeta; Balmer<br />
na parte da luz visível e, Paschen, anotou as radiações dos infra-vermelhos.<br />
Os comprimentos de onda das diversas radiações foram anotadas, e eles<br />
encontraram as seguintes fórmulas:<br />
Os inversos de "λ' estavam assim relacionados, como indicam as fórmulas<br />
puramente empíricas. Nestas relações, "R" é a constante de Rydberg e vale:<br />
fórmula:<br />
R = 1 ,097 x 10 7 m -1 ; "n" é apenas número natural.<br />
Por exemp1o:<br />
Vejamos as anotações feitas por Balmer na região da luz visível.<br />
No filme ele encontrou os seguintes "λ":<br />
Êle mesmo verificou que, os valores de "λ" obedeciam à seguinte<br />
125
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
126<br />
estrutura do átomo-3<br />
Este resultado concorda com o maior valor de "λ" lido no espectrômetro.<br />
Quando Bohr examinou estas correlações, sugeriu que, o movimento dos<br />
elétrons obedecessem a determinadas leis energéticas. Foi assim que êle adaptou ao<br />
fenômeno a teoria quântica de Planck.<br />
no espectro?<br />
Eis agora a interpretação de Bohr:<br />
Por que apareciam diferentes valores de " λ "<br />
O átomo de hidrogênio, no estado normal,<br />
apresenta um elétron girando numa região próxima<br />
do núcleo. Aí, esse elétron tem posição estável.<br />
Quando esse elétron receba energia, êle<br />
passa a girar numa órbita mais externa, porém, a<br />
sua estabilidade é pequena. Dentro de pouco tempo,<br />
o elétron voltará à_ órbita inicial. E nessa volta que<br />
ocorrera emissão de ondas eletromagnéticas de<br />
comprimento de onda "A" (uma<br />
forma de energia).<br />
Devem existir diversas órbitas, onde os elétrons possam estacionar<br />
temporariamente.<br />
A cada órbita estacionária deve<br />
corresponder determinada energia para o elétron.<br />
Acontece que, a variação de energia , devo ser<br />
descontínua, como se fossem "degraus de uma<br />
escadaria".<br />
Vamos supor que o elétron fosse uma<br />
pequena bola. Quando ela fosse lançada, teria<br />
recebido energia e, iria atingir deter
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
minado degrau. Daí, a descida seria feita por "saltos" (não obrigatóriamente<br />
de degrau em degrau), e em cada etapa, perderia uma parcela da energia.<br />
No átomo, quando o elétron é colocado numa órbita externa, ele tende a voltar<br />
à órbita inicial, pelo processo de "saltos". Porém, esses saltos podem ser diferentes nos<br />
diversos átomos. A cada tipo de salto corresponde determinado "λ".<br />
Mas, saltos maiores significam maiores perdas de energia!<br />
Então, todo "λ" está associado a determinada variação de energia.<br />
Qual seria a relação entre o "λ" e a variação de energia?<br />
Foi aí que Bohr aplicou a teoria de Planck:<br />
Sabe-se que:<br />
λ = c f freqüência de radiação<br />
f c velocidade da luz<br />
e segundo Planck:<br />
________________________________<br />
energia do fóton = q = h.f<br />
__________________________________<br />
h = constante de Planck = 6,6 x IO -27 erg x seg<br />
onde:<br />
q = quantum<br />
Resumindo:<br />
a) Para um elétron que volta à posição normal através de saltos, em<br />
cada salto, ele só emite um fóton.<br />
b) Se os fótons emitidos possuem energias diferentes, conclui-se que<br />
existem diferentes tipos de saltos.<br />
c) Cada fóton tem energia q = h.f donde se conclui que o número de saltos<br />
diferentes corresponde ao número de diferentes frequências (ou de λ diferentes).<br />
d) Foi assim que Bohr supôs que existissem órbitas circulares bem<br />
determinadas onde os elétrons poderiam girar como esta no desenho da pagina<br />
seguinte. Cada órbita recebeu um número n inteiro.<br />
e) O número de raias que aparecem no espectro correspondem a todos os<br />
possíveis saltos dos elétrons utilizando-se apenas as n órbitas.<br />
Não existem órbitas intermediárias, pois no espectro não se constatou<br />
nenhum valor de λ que fosse compatível com essa hipótese.<br />
127
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
128<br />
estrutura do átomo-3<br />
Neste desenho esquemático, temos os correspondentes "saltos" do elétron<br />
nas séries de Lyman, Balmer e Paschen.<br />
Num gráfico energético teríamos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
No desenho esquemático vê-se que, para cada "n", corresponde determinada<br />
energia. Então, a energia do elétron não varia de modo continuo.<br />
Apenas as posições inicial e final no "salto do elétron" é que determina o "X_"<br />
do fóton emitido.<br />
Para melhor visualizar a idéia energética do elétron, imagine uma miniatura<br />
de um estádio de futebol com suas arquibancadas.<br />
campo).<br />
Suponhamos que o jogador esteja bem próximo das arquibancadas (fora do<br />
Faça de conta que a "bola" é o elétron que, chutada pelo "era que" (que<br />
fornece energia), vai para o alto e depois desce a arquibancada dando "saltos".<br />
4, ...).<br />
Vamos supor que as arquibancadas sejam indicadas por (n = 1, 2, 3,<br />
A bola recebe energia atingindo determinado "n". Ela voltará à posição inicial<br />
(n = 1), porém, os caminhos serão os mais variados.<br />
No desenho temos a volta (n = 6 n = 3 n = 1). Poderia até voltar<br />
diretamente. Para cada salto diferente, a bola perde diferente energia.<br />
Pode ainda acontecer que, com um "chute" muito forte, a bola saísse do<br />
estádio (no átomo seria a ionização).<br />
129
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
130<br />
estrutura do átomo-3<br />
Bohr achou que, cada elétron possui sua "arquibancada de estabilidade" bem<br />
determinada. Aí, o elétron gira em redor do núcleo, sem irradiar energia.<br />
Se um elétron é deslocado de sua arquibancada para outra superior, ele<br />
tende a voltar à posição inicial (diretamente ou por etapas), com irradiação de energia.<br />
Observa-se que, as energias são bem definidas para cada arquibancada.<br />
Os diversos estados energéticos do elétron,foram relacionados com regiões, de<br />
maior ou menor distância,até o núcleo. Estas regiões, são as CAMADAS<br />
ELETRÔNICAS ou NÍVEIS ELETRÔNICOS.<br />
Cada camada eletrônica pode ter um máximo de elétrons, assunto que<br />
discutiremos a seguir.<br />
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA<br />
Os átomos até hoje conhecidos apresentam seus elétrons em camadas, tendo<br />
um máximo de 7 camadas de estabilidade, denominadas: K, L, M, N, 0, P e Q.<br />
O cálculo desses máximos de elétrons será discutido adiante.<br />
Experimentalmente, constatou-se que, num átomo estável, o máximo de<br />
elétrons na camada externa é 8.<br />
Regra para a distribuição eletrônica:<br />
Vamos repetir a regra que foi dada no capítulo 2 do LIVRO I.<br />
a) Preencha as camadas na ordem:_K, L, M, N, ... etc. Nessa ordem, coloque<br />
o máximo de elétrons que aceita cada camada. Assim, K - 2, L - 8, M - 18, ... etc, até<br />
completar o total de elétrons do átomo.<br />
b) Verifique o número de elétrons na camada mais externa. Se ela<br />
tiver mais de 8 elétrons deve-se:<br />
CANCELAR esse número e deixar apenas 8 ou 18 elétrons.<br />
(Escreve 8 ou 18; aquele que for imediatamente inferior ao número<br />
a ser cancelado).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
- a_ diferença entre o número cancelado e 8 ou 18 (imediatamente<br />
inferior), deve ser escrito na camada seguinte.<br />
c) Se ainda, a nova camada tem mais de 8 elétrons, deve-se repetir<br />
a operação do item b.<br />
Então temos:<br />
externa?<br />
EXERCÍCIOS<br />
(111) Seja a configuração eletrônica do átomo de cálcio de Z = 20.<br />
(112) Seja a configuração eletrônica do átomo de iodo de Z=53.<br />
(113) Seja a configuração eletrônica do átomo de frâncio de<br />
(114) Escreva a configuração eletrônica do átomo de alumínio de<br />
Z = 13, segundo suas camadas eletrônicas.<br />
(115) Idem, para o átomo de antimônio de Z = 51.<br />
(116) Quantos elétrons possui o átomo de Z = 37 na sua camada<br />
a) 1 b) 8 c) 9 d) 5<br />
131
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
132<br />
estrutura do átomo-3<br />
(118) Quantas camadas eletrônicas possui o átomo de Z = 56?<br />
a) 5 c) 7<br />
b) 6 d) 2<br />
(119) Quantos elétrons possui a penúltima camada do átomo de<br />
germânio de Z = 32?<br />
a) 2 c) 18<br />
b) 8 d) 32<br />
Os elementos de transição<br />
═════════════════════<br />
A regra que foi citada abrange um grande número de átomos. Porém,<br />
constata-se experimentalmente que ela NÃO VALE para os ELEMENTOS DE<br />
TRANSIÇÃO.<br />
Os elementos de transição serão estudados no capitulo 5 deste livro, onde se<br />
trata da classificação periódica dos elementos.<br />
Adiantando as afirmações, podemos dizer que, os elementos de transição<br />
aparecem no 49, 59, 69 e 79 períodos da tabela e seus números atômicos estão<br />
compreendidos entre:<br />
21----------- 28<br />
39----------- 46<br />
5 7---------- 78<br />
89-----------103<br />
Dada a distribuição eletrônica desses elementos é facílimo o seu<br />
reconhecimento, porque qualquer um deles possui:<br />
a) 1 ou 2 elétrons na camada externa.<br />
b) Pelo menos uma camada interna com número de elétrons diferente<br />
de 2, 8, 18 ou 32.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(120) O átomo de ferro de Z = 26 possui a seguinte configuração
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(121) Sejam os átomos A, B, C e D cujas configurações eletrônicas<br />
estão abaixo indicadas. Aponte aquele que é de transição.<br />
Como já dissemos, a regra da distribuição eletrônica diretamente nas<br />
camadas é válida somente para elementos não de transição.<br />
Os elementos não de transição apresentam nas camadas internas, número de<br />
elétrons 2, 8, 18 e 32 enquanto aqueles de transição possuem pelo menos uma<br />
camada interna com diferente número de elétrons.<br />
══════════════<br />
C A EVOLUÇÃO<br />
DA TEORIA DE<br />
RUTHERFORD-BOHR<br />
A teoria de Rutherford-Bohr foi muito bem sucedida, quando aplicada ao<br />
átomo com apenas 1 elétron (Hidrogênio, deutério e hélio ionizado). Quando se tratava<br />
de espectros de átomos mais complexos, com diversos elétrons, surgiram dificuldades<br />
em adaptar a teoria, e houve necessidade de adaptar novas grandezas quânticas.<br />
Num sistema com diversos elétrons ocorrem interações entre esses elétrons e<br />
o espectro, ao invés de ser"espectro de linhas" aparece na forma de "espectro de raias".<br />
Estas "raias" são diversas linhas umas muito próximas das outras.<br />
133
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
134<br />
estrutura do átomo-3<br />
O exame mais minucioso é<br />
denominado "espectro fino".<br />
Se cada raia está associada a 5<br />
linhas, isto significa que ocorreram 5 saltos<br />
muito semelhantes.<br />
Esta experiência força a aceitar que<br />
elétrons com o mesmo número quântico<br />
principal possuem diferentes energias. Há<br />
necessidade de introduzir outros números<br />
quânticos para caracterizar a energia do<br />
elétron num átomo.<br />
Foi Sommerfold, quem deu o primeiro passo para a ampliação à teoria de<br />
Bohr. Ele admitiu a possibilidade de órbitas elípticas com diferentes excentricidades,<br />
para um mesmo número quântico principal n.<br />
Assim os elétrons da camada 'M" (n = 3) poderiam ter 3 tipos de elipses.<br />
Foi introduzido um 29 número quântico para caracterizar estas elipses de<br />
diferentes excentricidades. E o número quântico azimutal ℓ, também denominado<br />
número quântico secundário.<br />
Os valores que ℓ pode assumir variam de 0 até (n - 1). Por exemplo, na<br />
camada N (n = 4) , os possíveis valores são: ℓ, = 0, 1 , 2 e 3.<br />
Temos, então, 4 tipos de elipses. Quanto maior o valor de t a elipse é mais<br />
"arredondada". O máximo valor de ℓ, portanto ℓ=(n-l), no exemplo ℓ = 3, corresponde à<br />
elipse mais arredondada, ou seja, uma circunferência.<br />
Quanto maior o valor de ℓ maior é a energia do elétron.<br />
Cientificamente, ao invés de falar que os elétrons têm trajetórias de diferentes<br />
excentricidades, diz-se que, os elétrons descrevem órbitas de diferentes momentos<br />
angulares.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
135<br />
Sejam os elétrons das três órbitas<br />
desenhadas na figura anterior. A órbita<br />
circular de ℓ = (n - 1) é aquela de maior<br />
energia. Se esses elétrons "saltam" para um<br />
nível energético mais baixo, emitirão fótons<br />
com diferentes λ e portanto, teremos<br />
impressões em diferentes regiões no espectro.<br />
A trajetória de um elétron pode ser<br />
considerada uma corrente elétrica. Esta<br />
corrente cria um campo magnético<br />
perpendicular ao plano dessa trajetória (elipse<br />
ou circunferêncial .<br />
Quando colocamos um átomo numa<br />
região de intenso campo magnético, o vetor H<br />
criado pelo elétron sofre uma orientação,<br />
forçando-o a tornar paralelo ao campo<br />
magnético externo.<br />
Se efetuarmos "saltos" de elétrons,<br />
dentro de um campo magnético, observam-se<br />
novos tipos de emissões.<br />
Este fenômeno é conhecido como<br />
EFEITO ZEEMAN.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
136<br />
estrutura do átomo-3<br />
A explicação é que, como os vetores H criados pelos elétrons têm<br />
diferentes orientações, acumulam-se diferentes energias nesses elétrons, quando<br />
dentro de forte campo magnético.<br />
efeito Zeeman.<br />
Para cada orientação de H, será produzida uma linha espectral no<br />
Numa linguagem científica dizemos que, o elétron tem um momento<br />
magnético (ao invés de dizer que a sua trajetória cria um campo magnético).<br />
Para determinado momento magnético, podemos associar um vetor que<br />
apresenta determinada orientação espacial e recebe um terceiro número quântico<br />
denominado número quântico magnético (m ℓ ).<br />
Verificou-se que esse número quântico magnético pode ter valores inteiros<br />
no intervalo: -ℓ, ..., 0, ..., +ℓ.<br />
Assim, os elétrons de ℓ = 3, podem ter m ℓ -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3.<br />
Por enquanto, estamos admitindo o elétron como uma partícula elementar<br />
que gira em redor do núcleo, em órbitas elípticas ou circulares, tendo trajetórias em<br />
planos bem definidos.<br />
Examinando os espectros com maior precisão,<br />
ou seja, obtendo-se o "espectro fino" vê-se que cada<br />
raia espectral tem diversas linhas.<br />
A primeira raia da série de Balmer é, na<br />
verdade, constituída de 2 linhas muito próximas, com<br />
uma diferença de 0,14 Ǻ no comprimento.<br />
Como poderia ser explicada a "estrutura fina"<br />
das raias espectrais?<br />
Em 1925 foi sugerido que isso o corria porque o elétron pode ser considerado<br />
como uma carga esférica que gira em torno do eixo axial, ou seja, teria também um
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
movimento de rotação próprio.<br />
Em outras palavras, o elétron é considerado como um pequeno eletro-<br />
imã. Este imã vai se orientar dentro do campo magnético criado pelo seu<br />
movimento de translação em redor do núcleo. Existem dois tipos de<br />
orientação: paralelo e anti-paralelo.<br />
Estes dois tipos de orientação dos elétrons forçaram a introduzir o 4º.<br />
número quântico denominado número quântico de spin ms .<br />
Os valores de ms podem ser: - 1/2 e + 1/2.<br />
Para caracterizar determinado elétron de um átomo, são necessários 4<br />
números quânticos:<br />
a) número quântico principal n<br />
b) número quântico azimutal ℓ<br />
c) número quântico magnético mℓ<br />
d) número quântico de spin ms<br />
Esses números quânticos podem ter os seguintes valores:<br />
══════════════════<br />
137
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
138<br />
estrutura do átomo-3<br />
D PRINCÍPIO DE<br />
EXCLUSÃO DE PAULI<br />
Após examinar cuidadosamente os espectros de diversos átomos,<br />
Wolfgang Pauli enunciou o conhecido princípio da exclusão.<br />
Num átomo nunca existem 2 elétrons com seus 4<br />
números quânticos iguais.<br />
Para você entender melhor, imagine um sistema telefônico que utiliza 4<br />
números. Será preciso discar 4 números para determinar um aparelho. No elétron<br />
precisamos de 4 números quânticos para determiná-lo.<br />
Por outro lado, neste sistema telefônico não existem 2 aparelhos com os 4<br />
números iguais, limitando-se o número de aparelhos que o sistema comporta.<br />
O principio da exclusão de Pauli limita também o número de elétrons que<br />
cada camada pode admitir.<br />
Por exemplo: Na camada L (n = 2) teremos os valores de ℓ = 0 e 1 pois, o<br />
máximo é (n - 1) . Ainda mℓ tem suas limitações desde -ℓ a + ℓ.<br />
Teremos então estes elétrons:<br />
Conclusão:<br />
A camada "L",admite no máximo 8 elétrons.<br />
Os detalhes sobre as conseqüências do principio da exclusão são de Pauli<br />
serão estudadas adiante, neste mesmo capítulo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
E A MECÂNICA<br />
139<br />
ONDULATÓRIA<br />
Em 1924, o físico francês Louis de Broglie sugeriu que o elétron<br />
também pudesse ser encarado como uma onda.<br />
Quando um fóton colide com um elétron, este adquire mais energia e, o fóton<br />
resultante, após o choque, perde parte da energia. Esse fenômeno e denominado efeito<br />
Compton.<br />
A proposição de "de Broglie" era simples:<br />
Se os fótons.que comumente afirmamos serem ondas, podem algumas<br />
vezes apresentar propriedades de corpúsculos (como no efeito Compton), por que<br />
os elétrons não poderiam apresentar propriedades ondulatórias?<br />
Inicialmente, a proposição recebeu diversas criticas, mas logo<br />
apareceram provas que corroboravam a teoria.<br />
Experiências de Germer e Davisson vieram provar que, elétrons podem sofrer<br />
difração obedecendo as leis ondulatórias como se fossem ondas sonoras, luminosas,<br />
etc.<br />
Vejamos uma comparação como recurso didático:<br />
Um "cara" metralha a esmo, próximo a uma esquina.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
140<br />
estrutura do átomo-3<br />
As balas caminham praticamente em linha reta. No entanto, o "som" da<br />
rajada sofre difração na quina da parede e o indivíduo agachado, protegido das balas,<br />
pode ouvir a rajada. Isto quer dizer que o som "dobra a esquina", que é uma das<br />
características na propagação ondulatória.<br />
Se a metralhadora atirasse elétrons, estes sofreriam difração na quina e iriam<br />
atingir o indivíduo, caracterizando a sua própriodade ondulatória.<br />
Esse fato levou a crer que, poderia associar ao elétron uma onda de<br />
determinado comprimento de onda λ.<br />
De Broglie propôs que, qualquer partícula material em movimento teria<br />
uma onda associada com o comprimento de onda.<br />
onde;<br />
λ comprimento de onda associada<br />
h constante de Planck<br />
m massa da partícula<br />
v velocidade da partícula<br />
Reparem na equação<br />
Um corpúsculo que tem massa elevada teria um λ muito pequeno. Por<br />
exemplo, uma bola de tênis em movimento possui um λ, porém é tão pequeno o seu<br />
valor que, torna-se imperceptível na prática.<br />
Física denomina do "Mecânica Ondulatória".<br />
Um elétron, segundo Bohr,<br />
descreve uma órbita circular. Segundo De<br />
Broglie, a trajetória do elétron é a de uma<br />
onda, como indica a figura ao lado. E ainda,<br />
a trajetória devo conter um número inteiro<br />
de λ.<br />
Neste caso, o elétron não é<br />
considerado como uma partícula; ele é<br />
considerado como um conjunto do ondas<br />
que vibram em redor do núcleo.<br />
Criou-se, então, um novo ramo na
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O princípio das incertezas<br />
É difícil aceitar certas teorias, quando elas fogem dos aspectos de fenômenos<br />
cotidianos. Antes cientistas pensavam em átomos = esfera, elétron = satélite, etc.<br />
Na verdade, quando vamos ao mundo subatômico, as teorias clássicas<br />
perdem sua validade e necessitamos de novos conceitos. - Como este por exemplo,<br />
do elétron ser encarado como uma onda.<br />
Às vezes, esses novos conceitos entram em choque com a nossa mente<br />
intuitiva, sendo difícil sua aceitação. É o que está acontecendo com a teoria matéria<br />
------- onda e também acontecerá com o princípio das incertezas.<br />
O princípio das incertezas diz que:<br />
_______________________________________________________________<br />
Jamais poderemos determinar simultâneamente a posição<br />
de uma partícula e a sua velocidade num dado instante.<br />
______________________________________________________________<br />
Em outras palavras: quanto mais exata for a determinação da posição de uma<br />
partícula., em determinado instante, maior incerteza te remos na sua velocidade, e<br />
vice-versa.<br />
Para um elétron em movimento em redor do núcleo, pode-se determinar sua<br />
energia, mas há indeterminação na velocidade e posição desse elétron, num dado<br />
instante.<br />
Torna-se absurdo falar na trajetória de um elétron em redor do núcleo (como<br />
supôs Bohr), para um elétron com energia e momento angular determinados.<br />
Pode-se falar numa região de máxima probabilidade de se encontrar<br />
determinado elétron.<br />
Um físico austríaco Erwin Schrodinger conseguiu adaptar ao elétron as<br />
teorias de Heisenberb e De Groglie.<br />
Utilizando-se equações do movimento de ondas, em coordenadas cartezianas,<br />
ele conseguiu deduzir equações matemáticas que deter minam regiões no espaço, onde<br />
temos a máxima probabilidade de se encontrar determinado elétron.<br />
Esta região é denominada ORBITAL do elétron.<br />
141<br />
A figura ao lado é a visualização do<br />
orbital do elétron do átomo de hidrogênio,<br />
no estado normal .
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
142<br />
estrutura do átomo-3<br />
ORBITAL é a região do espaço onde se tem a máxima<br />
probabilidade de se encontrar determinado elétron.<br />
Apenas para efeito ilustrativo, vamos imaginar um beija-flor, seu ninho e<br />
suas vizinhanças. Tudo está imóvel exceto o beija-flor.<br />
Lancemos mão de uma câmara fotográfica e vamos bater chapas de 10 em 10<br />
segundos. Assim, as posições do beija-flor serão dadas em cada 10 segundos e vamos<br />
registrá-las num mapa (figura).<br />
No mapa vê-se que, com maior freqüência, o beija-flor esteve perto do ninho<br />
(núcleo). O conjunto de todos os pontos por onde o beija-flor esteve, é denominado do<br />
ORBITAL desse pássaro.<br />
circular fosse:<br />
══════════════════<br />
F NÍVEIS<br />
SUBNÍVEIS<br />
E ORBITAIS<br />
Quando Bohr enunciou os postulados, sugeriu que o raio da órbita
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
sendo:<br />
h - constante de Planck = 6,6 x 10 -27 erg x seg<br />
π - 3,1416<br />
m - massa do elétron<br />
v - velocidade do elétron<br />
n - número inteiro<br />
Para os átomos estáveis os valores de "n" podem ser:<br />
1 < n < 7<br />
143<br />
2<br />
Hoje, não tem mais sentido falar em raio da órbita e a interpretação de "R"<br />
seria: a distância mais provável do elétron ao núcleo.<br />
Conforme o "n" adquira valores 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, dizemos que o elétron<br />
pertence às camadas ou níveis K, L, M, N, O, P e Q respectivamente.<br />
Pela equação de Bohr vê-se que, quanto maior o "n", o elétron encontra-se<br />
mais afastado do núcleo.<br />
Na camada "K", existe apenas 1 tipo de orbital.<br />
Esse orbital é chamado "ls" e tem forma esférica.<br />
Na verdade, o orbital não possui um limite nítido, porém, representaremos<br />
com figuras geométricas com a finalidade de facilitar a visualização espacial.<br />
Na camada L, ou seja, para o número quântico principal "2" , existem duas<br />
formas de orbitais: "s" e "p".<br />
Chamaremos de orbitais "2s" e "2p". Reparem que a letra do orbital é sempre<br />
precedida pelo número quântico principal que no caso é "2".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
0 orbital "2s" é uma corôa esférica que envolve "ls".<br />
144<br />
estrutura do átomo-3<br />
Os orbitais "2p" são três, denominados: "2px ", "2py " e "2pz ", que se orientam<br />
em 3 eixos triortogonais "x", "y e "z" respectivamente.<br />
Cada orbital "p" tem formato de halteres.<br />
Os orbitais "2px", "2py", e "2pz" constituem<br />
um conjunto de orbitais que é denominado<br />
SUBNÍVEL. Este é o subnível 2p que e o conjunto<br />
de todos os orbitais 2p (2px, 2py e 2pz).<br />
O conjunto dos subníveis de mesmo<br />
número quântico principal definem a camada<br />
ou nível eletrônico.<br />
Neste caso temos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ORBITAIS.<br />
Resumindo :<br />
Os elétrons de mesmo número quântico principal podem estar em diversos<br />
Os orbitais formam agrupamentos que são chamados de SUBNÍVEIS.<br />
Esses subníveis é que constituem os conjuntos denominados de CAMADAS.<br />
É como num prédio de apartamentos, por analogia!<br />
Os habitantes (elétrons) se encontram nos cômodos (orbitais); os cômodos<br />
constituem o apartamento (subnível); um conjunto de apartamentos determinam um<br />
andar (camada) e o conjunto de andares constituem o prédio (eletrosfera).<br />
145<br />
Vamos à camada "M".<br />
Esta camada apresenta os se guintes<br />
subníveis: 3s, 3p e 3d.<br />
- 0 subnível "3s" é constituído apenas<br />
pelo orbital "3s"que ê uma coroa esférica<br />
envolvendo "2s".<br />
- O subnível "3p" é constituído pelos<br />
orbitais 3px , 3py e 3pz dispostos em 3 eixos<br />
triortogonais.<br />
- 0 subnível "3d" é constituído de 5 orbitais assim denominados:<br />
"3dxy", "3dyz", "3dxz," "3dx2-y2" e "3dz2".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Eis as formas geométricas que representam esses orbitais:<br />
146<br />
estrutura do átomo-3<br />
Mas como poderemos prever o número de orbitais numa camada?<br />
A mecânica quântica ê quem pode dar esta resposta. As discussões das<br />
equações que nos poderiam responder ficarão em suspenso por estarem fora do<br />
nível deste curso.<br />
Teoricamente, pode-se dizer que, um átomo possui camadas K, L, M, N, ...<br />
onde os elétrons teriam seus números quânticos principais n = 1, 2, 3, 4, ...<br />
respectivamente.<br />
Logo, um elétron da camada "P" tem: n = 6.<br />
Cada camada é constituída de subníveis. Cada subnível tem um número<br />
quântico secundário ou,também chamado, número quântico azimutal, indicado por<br />
ℓ (inteiro).
M?<br />
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Os valores de ℓ são: 0, 1, 2, 3, ... (n - 1).<br />
Por exemplo:<br />
A camada "M" tem no. quântico principal n = 3.<br />
Então, os subníveis possíveis serão com valores de ℓ = 0, l e 2.<br />
Conclusão: a camada "M" possui 3 subníveis.<br />
147<br />
Cada subnível recebeu letras do alfabeto<br />
conforme seja o seu número quântico azimutal ℓ<br />
(veja a correspondência ao lado) .<br />
Na prática só se conhecem valores de ℓ ≤ 3<br />
para os átomos estáveis.<br />
Portanto os subníveis g, h, i, j, etc são<br />
puramente teóricos.<br />
As letras "s", "p", "d" e "f" foram<br />
extraídas do inglês: sharp, principal, diffuse e<br />
fundamental, respectivamente.<br />
Estas palavras estão relacionadas com os espectros de emissão.<br />
EXERCÍCIOS<br />
Quais os subníveis que apresenta a camada N?<br />
Temos:<br />
então:<br />
e os subníveis são:<br />
camada N n = 4<br />
ℓ = 0, 1, 2 e 3<br />
s, p, d e f<br />
Resposta: os subníveis são 4s, .4p, 4d e 4f.<br />
(123) Quantos subníveis tem o átomo normal que possui as camadas K. L e<br />
Cada subnível é constituído de orbitais. Cada orbital recebe um número que é<br />
chamado número quântico magnético (mℓ). A mecânica quântica garante que os<br />
valores de mℓ so podem ser - ℓ, ..., -1, 0, +1, ..., + ℓ (todos inteiros).<br />
Então, o subnível d cujo valor de ℓ. = 2 possui orbitais cujos números<br />
quânticos magnéticos são:<br />
-2, -1, 0, +1, +2.<br />
0 subnível d possui 5 orbitais.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Pauli.<br />
(124) Quantos orbitais possui a camada "L"?<br />
Sendo camada L:<br />
Então:<br />
n = 2 ; ℓ = 0 e ℓ =1<br />
Para ℓ = 0 { m ℓ = 0<br />
Para ℓ = 1<br />
A camada "L" possui 4 orbitais.<br />
(125) Quantos orbitais possui o subnível 4f ?<br />
a) 4 c) 6 e) 10<br />
b) 28 d) 7<br />
(126) Quantos orbitais possui a camada M ?<br />
a) 9 c) 3 e) 7<br />
b) 5 d) 6<br />
E em cada orbital, quantos elétrons podem existir?<br />
148<br />
estrutura do átomo-3<br />
A resposta a esta pergunta pode ser dada pelo Princípio da exclusão de<br />
Vimos que, este princípio_assegura que num átomo não pode existir 2<br />
elétrons com seus 4 números quânticos iguais. Dois elétrons do mesmo orbital já<br />
possuem 3 números quânticos iguais (n, ℓ e mℓ), pois esses elétrons são da mesma<br />
camada (n), do mesmo sub nível (ℓ) , e do mesmo orbital (mℓ) .<br />
Por outro lado, o número quântico de spin só pode ser -1/2 e +1/2. Então, a<br />
outra forma de enunciar o principio da exclusão é:<br />
___________________________________________________________________________<br />
Num orbital, encontram-se no máximo 2 elétrons e eles<br />
possuem spins opostos.<br />
_______________________________________________________________<br />
Conclusão:<br />
Num orbital teremos apenas 2 elétrons, no máximo._ A mecânica quântica<br />
deduz que o primeiro_elétron do orbital tem número quântico de spin -1/2. 0<br />
segundo elétron terá ms = + 1/2.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
(127) Quais são os números quânticos dos 2 elétrons externos do<br />
átomo de mercúrio sabendo-se que eles pertencem ao subnível 6s?<br />
Resolução:<br />
pois :<br />
subnível 6s -> camada com n = 6<br />
Logo:<br />
mℓ = 0<br />
-ℓ < mℓ < + ℓÍ<br />
como os valores de ms são:<br />
-1/2 e +1/2<br />
subnível com ℓ = 0<br />
Os conjuntos dos números quânticos são:<br />
6, 0, 0, -1/2<br />
6, 0, 0, +1/2<br />
(128) Dar o conjunto dos números quânticos do elétron externo do<br />
átomo de potássio cujo Z = 19.<br />
cada camada.<br />
a) 1, 0, 0, -1/2 c) 4, 0, 0, -1/2<br />
b) 3, 0, 1, -1/2 d) 4, 0, 0, +1/2<br />
════════════════════<br />
Diante do que foi estudado podemos prever o máximo de elétrons em<br />
Em primeiro lugar vamos determinar o número de orbitais nos<br />
diferentes subníveis.<br />
149
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
11, ...orbitais.<br />
150<br />
estrutura do átomo-3<br />
Anàlogamente os subníveis teóricos g, h, ... teriam o máximo de 9,<br />
Observe que o número de ORBITAIS num SUBNÍVEL é sempre ÍMPAR.<br />
Como em cada orbital só cabem no máximo 2 elétrons.<br />
subníveis orbitais elétrons<br />
s ------------------------ 1 ----------------------- 2<br />
p ------------------------ 3 ----------------------- 6<br />
d ------------------------ 5 ----------------------- 10<br />
f ------------------------- 7 ----------------------- 14<br />
Temos aí os máximos de elétrons em cada subnível.<br />
Vejamos agora os subníveis em cada camada:<br />
Lembremos que ℓ = 0, 1, 2, 3, ... até (n - 1).<br />
Nas camadas O, P e Q deveriam existir novos tipos de subníveis (g, h, i, j ,<br />
etc). Na realidade essas camadas não apresentam todos os subníveis teoricamente<br />
admissíveis.<br />
então, o 5g) .<br />
experimentais.<br />
Na camada O existem os subníveis 5s, 5p, 5d e 5f (deveria aparecer,<br />
Na camada P temos os subníveis 6s, 6p e 6d.<br />
Na camada Q temos apenas o subnível 7s.<br />
Estas conclusões foram levantadas de trabalhos puramente
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Temos, num resumo geral:<br />
(Obs.: Na prática, para a camada "P" só foi encontrado o átomo com<br />
um máximo de 10 elétrons).<br />
════════════════════<br />
G REPRESENTAÇÃO<br />
151<br />
GRÁFICA E<br />
REGRA DE HUND<br />
Vimos que um subnível é um conjunto de orbitais. Lembremos que os<br />
subníveis s, p, d e f, apresentam respectivamente 1, 3, 5 e 7 orbitais.<br />
Cada orbital será representado por um quadrado (gaiola) em cujo<br />
interior representaremos os elétrons.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
152<br />
estrutura do átomo-3<br />
Cada orbital possui um número quântico magnético mℓ, que recebeu a<br />
seguinte convenção: sempre o orbital central tem: mℓ = 0; à esquerda temos mℓ<br />
negativos e à direita mℓ positivos.<br />
Exemplo:<br />
d<br />
-2 -1 0 +1 +2<br />
Evidentemente o orbital do subnível s tem mℓ = 0<br />
EXERCÍCIO<br />
(129) Qual o valor de mℓ do orbital colocado na extremidade direita,<br />
quando se representa o subnível f ?<br />
a) 0<br />
b) -3 d) +3<br />
c) +2 e) -1<br />
Os elétrons que irão ocupar os orbitais serão indicados por setas para cima<br />
↑ ou para baixo ↓ .<br />
A seta para cima (↑) representará o 1º. elétron a ocupar determinado orbital; a<br />
seta para baixo (↓) indicará o 2º. elétron que se encontra num orbital.<br />
Sabe-se ainda que:<br />
no. quântico de spin<br />
↑ —► 1º. elétron -------------------► - 1/2<br />
↓ —►2º. elétron -------------------► + 1/2<br />
Exemplos:<br />
Seja o subnível ls com 1 elétron --------<br />
Seja o subnível ls com 2 elétrons --------<br />
Regra para preenchimento de elétrons num subnível<br />
Experimentalmente constata-se que os primeiros elétrons, a ocupar um<br />
subnível apresentam valores de mℓ e ms menores possíveis. Por exemplo: no subnível<br />
d inicia-se com mℓ = -3 e ms = -1/2. Isto significa que, deve-se colocar setas para cima<br />
da esquerda para a direita. Ainda todos os orbitais receberão 1 elétron ↑(-1/2) e, só<br />
depois, é que completaremos os orbitais da esquerda para a direita (ordem crescente<br />
de mℓ ) com os elétrons↓ (+1/2).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Exemplo:<br />
Dar a representação gráfica do subnível 3d que possui 7 elétrons .<br />
O preenchimento dessas "gaiolas", é conhecido como regra de Hund<br />
que assim é enunciado:<br />
______________________________________________________________<br />
Num subnível, enquanto todos os orbitais não<br />
receberem o 1º. elétron, nenhum deles receberá o 2º. elétron.<br />
_______________________________________________________________<br />
EXERCÍCIOS<br />
(130) Dar os 4 números quânticos do ultimo elétron representado (seguindo a<br />
regra do Hund), quando efetuamos a representação gráfica de 9 elétrons no<br />
subnível 4f.<br />
(131) Idem no caso de 4 elétrons no subnível 6p.<br />
(132) Seja o subnível da camada 0.<br />
Indique os 4 números quânticos do elétron assinalado.<br />
(133) Qual a representação gráfica do elétron que possui os números<br />
quânticos: 2, 0, 0, -1/2.<br />
153
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
154<br />
estrutura do átomo-3<br />
Vamos analisar agora o aspecto energético dos elétrons. Jamais 2 elétrons de<br />
um mesmo átomo possuem exatamente a mesma energia. No entanto, as diferenças de<br />
energia notórias estão entre elétrons de subníveis diferentes. É o que vamos<br />
apreciar.<br />
Tem-se o seguinte gráfico energético:<br />
DIAGRAMA ENERGÉTICO DOS SUBNÍVEIS
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O que se nota nitidamente é que, certos subníveis de camadas mais externas,<br />
são energèticamente inferiores que alguns subníveis mais internos. É o caso da<br />
energia do 4s ser menor que a energia do 3d.<br />
A ordem energética é portanto:<br />
Is, 2s, 2p,3s, 3p, 4s, 3d, 4p, 5s, 4d, 5p, 6s, 4f, 5d, 6p , 7s, 5f, 6d (que é a<br />
leitura vertical de_ baixo para cima no diagrama energético).<br />
O cientista Linus Pauling (prêmio Nobel da Química - 1954 - e prêmio Nobel<br />
da Paz - 1963) idealizou um dispositivo prático que permite dar, imediatamente, a<br />
ordem energética dos subníveis e que é conhecida como Diagrama de Pauling.<br />
Ei-lo:<br />
No preenchimento de elétrons num átomo, eles vão ocupando os orbitais de<br />
menor energia. Portanto, o diagrama de Pauling mostra nos como devemos<br />
preencher os subníveis dos átomos.<br />
Lembra-se da regra elementar que foi puramente informada sem nenhuma<br />
explicação e, ainda não valia para os elementos de transição?<br />
Agora temos uma regra com base energética e vale também para muitos<br />
elementos de transição.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(134) Dar a configuração eletrônica para o átomo de cálcio de Z = 20.<br />
155
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Resposta: a configuração é. ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 4s 2 .<br />
156<br />
estrutura do átomo-3<br />
(135) Dar a configuração eletrônica do átomo de ferro de Z=26.<br />
(136) Idem, para o tungstênio de Z = 74.<br />
Atualmente, a distribuição eletrônica deve ser feita respeitando-se o<br />
diagrama energético, ou seja, o diagrama de Pauling.<br />
Ao tentar aplicar o diagrama para todos os elementos, alguns deles,<br />
principalmente os de transição, fogem do esquema. Isto se verifica porque, para esses<br />
átomos, o diagrama energético não é igual àquele da página 159. Por exemplo, para o<br />
átomo de cobre, os subníveis 3d e 4s possuem praticamente a mesma energia,<br />
podendo ser encarados como 1 único subnível. Porém, essas discussões não cabem<br />
neste curso.<br />
═══════════════<br />
H MEMORIZAÇÃO<br />
ATRAVÉS DO<br />
ESTUDO COMPARATIVO<br />
Dissemos que o átomo poderia ser comparado com um prédio de<br />
apartamentos. Se você encontrou dificuldade em memorizar o esquema da estrutura<br />
atômica, veja se consegue associá-lo com a seguinte idéia:<br />
Vamos supor que elétrons são "pensionistas" que moram nos cômodos, de um<br />
prédio de apartamentos. Ainda suponhamos que, num cômodo, cabem no máximo um<br />
casal de elétrons. Um conjunto de cômodos constitui um apartamento. Um conjunto<br />
de apartamentos constitui um andar. O conjunto dos andares compõe a estrutura<br />
do prédio.<br />
O nosso prédio tem 7 andares chamados K, L, M, N, O, P e Q.<br />
Existem também, apenas, 4 tipos de apartamentos denominados: s, p, de f<br />
onde o número de cômodos é, respectivamente, 1,3, 5 e 7 (ímpares consecutivos).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Em cada cômodo cabem no máximo 2 elétrons (1 par com spins<br />
opostos); então, teremos as seguintes lotações nos apartamentos:<br />
_______________________________________________<br />
s -> 2 p -> 6 d -> 10 f -> 14<br />
_______________________________________________<br />
Vejamos, ainda, os tipos de apartamentos que existem em cada andar.<br />
157
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
158<br />
estrutura do átomo-3<br />
Com a finalidade de distinguir os apartamentos, vamos colocar diante de cada<br />
um o número correspondente ao andar, como se faz nos apartamentos reais. Por<br />
exemplo, os apartamentos 51, 52, ...etc., são aqueles do 5º. andar.<br />
Sendo assim, os apartamentos serão:<br />
K --------- ls<br />
L --------- 2s , 2p<br />
M ---------- 3s, 3p, 3d<br />
N ---------- 4s, 4p, 4d, 4f<br />
O ---------- 5s, 5p, 5d, 5f<br />
P --------- 6s, 6p, 6d<br />
Q --------- 7S<br />
pode comportar.<br />
Diante de tudo isso pode-se comparar:<br />
"inquilino" ------------- elétron<br />
"cômodo" --------------- orbital<br />
"apartamento" --------- subnível<br />
" andar" ---------------- camada<br />
"prédio" ----------------- eletrosfera<br />
Você poderia agora calcular o máximo de elétrons que cada camada
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Dividimos o prédio também em faixas verticais que chamaremos de setores 0,<br />
1, 2 e 3 que correspondem ao número quântico azimutal do elétron.<br />
Reparem ainda como foi numerado cada cômodo. Em qualquer apartamento,<br />
o cômodo central recebeu o número zero; os apartamentos da direita os POSITIVOS<br />
e os da esquerda os NEGATIVOS.<br />
Estes nos. correspondem ao número quântico magnético, (mℓ) no átomo.<br />
Cada elétron será localizado através do seu "endereço" que é expresso<br />
com 4 números, denominados números quânticos.<br />
São eles:<br />
n°. quântico principal ------------► ANDAR-------------------► n<br />
n° quântico azimutal -------------► SETOR--------------------► ℓ<br />
n°. quântico magnético ----------► CÔMODO ---------------► mℓ<br />
n°. quântico de spin --------------► SPIN DO ELETRÓN-----►ms<br />
Reparem ainda que até o 4º. andar, para determinado n, temos as<br />
seguintes limitações.<br />
0 < ℓ < (n – 1 )<br />
Por exemplo, no andar M (n = 3), o máximo valor do número quântico<br />
azimutal é ℓ = 2 (não atinge o setor 3).<br />
Ainda em cada setor observe que:<br />
Por exemplo:<br />
- ℓ ≤ mℓ ≤ + ℓ<br />
No setor 2, os cômodos têm as numerações: -2, -1, 0, +1, +2.<br />
Sabemos que em cada cômodo vivem no máximo_2 elétrons e se existirem<br />
dois, eles terão spins opostos, que serão representados assim:<br />
A colocação do elétron nos cômodos obedece rigorosamente a regra de Hund<br />
(primeiro entra o elétron de ms = - 1/2 em todos os orbitais) .<br />
159
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Finalizando a comparação, devemos lembrar que:<br />
160<br />
estrutura do átomo-3<br />
Como já dissemos, poderíamos comparar os 4 números quânticos com<br />
números de um telefone. Cada elétron teria então um aparelho telefônico.<br />
Assim, cada elétron estaria associado a um conjunto de 4 números que<br />
indicariam, respectivamente: o andar, o setor do apartamento, a posição do cômodo e<br />
o tipo de spin do elétron. (Cada número telefônico chama uma pessoa de um bairro,<br />
numa rua, em determinada casa) .<br />
Seja o elétron com os números quânticos: 4, 1, 0, -1/2.<br />
Trata-se de um elétron que reside:<br />
n = 4 -------- 4º. andar<br />
ℓ = 1 --------- setor 1 ou seja no subnível "p"<br />
mℓ = 0-------- no orbital central<br />
m = -1/2----- é o elétron ↑<br />
Sua representação gráfica seria:<br />
═════════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
161<br />
I HIBRIDAÇÃO<br />
A palavra hibridar ou hibridizar faz lembrar o fenômeno genético: Duas<br />
espécies diferentes cruzam-se e nasce uma nova espécie, com características<br />
diferentes das anteriores.<br />
Exemplo: O burro é um produto híbrido que resultou do cruzamento da<br />
égua com o jumento.<br />
Vimos que os orbitais atômicos podem ter diversas formas, conforme seja o<br />
subnível desse orbital.<br />
Às vezes podem 2 ou mais orbitais fundirem-se, surgindo novos orbitais<br />
diferentes das anteriores. Dizemos então que ocorreu a hibridação ou hibridização<br />
desses orbitais.<br />
Exemplo: 1 orbital s e um orbital p, podem fundir-se, resultando dois<br />
orbitais híbridos.<br />
hibridação.<br />
Cada orbital híbrido é chamado "sp" que faz lembrar a origem da
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Por que os átomos sofrem hibridação?<br />
162<br />
estrutura do átomo-3<br />
Veremos no próximo capítulo que os átomos adquirem estabilidade quando<br />
todos seus orbitais ficam com 2 ELÉTRONS, ou seja, cada orbital fica com UM<br />
PAR de elétrons de spins opostos.<br />
A maioria dos átomos apresentam pelo menos 1 orbital com apenas 1<br />
ELÉTRON e diremos que se trata de ORBITAL com elétron desemparelhado, ou<br />
orbital incompleto.<br />
Uma das formas de completar o orbital é a do átomo se associar com outro<br />
átomo que possua também elétrons desemparelhados. Por exemplo, citemos o caso<br />
do flúor:<br />
Fluor Z = 9<br />
A configuração eletrônica será: ls 2 , 2s 2 , 2p 5<br />
Examinemos o subnível 2p 5 .<br />
O orbital 2pz está com elétron desemparelhado. Por outro lado sabemos que o<br />
hidrogênio tem orbital ls com apenas 1 ELÉTRON. Então, o flúor e o hidrogênio podem<br />
ligar-se, produzindo o HF (fluoridreto).<br />
Esta representação é apenas esquemática, supondo o átomo como<br />
"esferas" tal qual Dalton havia imaginado.<br />
Vejamos o que está ocorrendo com os orbitais.<br />
Para simplificar, desenhemos o orbital ls do hidrogênio e apenas os orbitais<br />
px, py e pz do flúor (deixaremos de desenhar ls e 2s desse átomo). Destes apenas ls<br />
e pz estão incompletos !
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Os orbitais ls e 2pz unem-se, dando lugar a um orbital chamado orbital<br />
MOLECULAR que ficará com 2 elétrons de spins opostos.<br />
De modo mais esquemático, indicaremos a união de hidrogênio ao flúor<br />
através de um TRAÇO e diremos que se estabeleceu uma ligação COVALENTE.<br />
Portanto, cada covalência representa uma ligeira interpenetração de orbitais<br />
e, consequentemente, um emparelhamento de elétrons (par de elétrons de spins<br />
opostos).<br />
163<br />
Vejamos agora o carbono de Z = 6.<br />
A configuração é: ls 2 , 2s 2 , 2p 2<br />
Os orbitais incompletos são 2py e 2px<br />
Teoricamente, o carbono teria apenas 2 elétrons desemparelhados e deveria<br />
produzir apenas 2 covalências, ou seja, precisaria de apenas 2 átomos de hidrogênio<br />
para emparelhar todos os elétrons.<br />
No entanto, o mais simples composto de<br />
carbono e hidrogênio é o metano que possui um átomo<br />
de carbono e 4 átomos de hidrogênio.<br />
Isto quer dizer que temos 4 covalências e eram<br />
4 ELÉTRONS DESEMPARELHADOS no átomo de<br />
carbono.<br />
As verificações experimentais começaram a<br />
contradizer as previsões calculadas pela teoria da estrutura atômica. Para contornar<br />
casos como este, foi necessária a aceitação da teoria de hibridação, introduzida por<br />
Linus Pauling.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
164<br />
estrutura do átomo 3<br />
Vejamos como o carbono ficará com 4 elétrons desemparelhados.<br />
Inicialmente, lembremos que os elétrons do subnível 2s possuem energia<br />
mais baixa que os do 2p. (Vide diagrama energético dos orbitais na página 159). Um<br />
elétron do 2s recebe energia e "pula" para o orbital 2pz, que estava "vazio".<br />
Teremos o carbono no ESTADO ATIVADO ou EXCITADO e, a<br />
configuração será ls 2 , 2s, 2px, 2py, 2pz.<br />
Admite-se que os orbitais 2a e 2p sofram<br />
"fusão", dando origem a 4 orbitais novos. Como neste<br />
processo houve associação de 1 orbital "s" e 3 orbitais<br />
"p", diremos que os novos orbitais são do tipo "sp 3 " c n<br />
hibridação ê do tipo "sp 3 ".<br />
Os orbitais híbridos distribuem-se no espaço<br />
de maneira mais simétrica possível. Neste caso, com 4<br />
orbitais, teremos uma estrutura tetraédrica e cada<br />
orbital possui uma forma geométrica como indica a figura ao lado.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Vamos esquematizar a sequência da hibridação:<br />
Os ângulos entre os orbitais híbridos é de 109°28' (estrutura tetraédrica). Por<br />
isso, essa hibridação é denominada TETRAÉDRICA ou TETRAGONAL. Os 4 orbitais<br />
híbridos estão incompletos, ou seja, com apenas 1 elétron.<br />
Cada orbital desses, pode emparelhar seu elétron com o elétron do<br />
hidrogênio, resultando um orbital molecular, ligação de "s" do hidrogênio com "sp 3 " do<br />
carbono. Teremos então, o CH4 com 4 orbitais moleculares do tipo ﯕs-sp 3 (ﯕ lê-se<br />
sigma).<br />
165
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
166<br />
estrutura do átomo-3<br />
Diz-se que, o carbono combina-se com o hidrogênio formando orbitais<br />
moleculares, segundo direções apontadas do centro para vértices de um tetraedro<br />
regular.<br />
Outras representações para o metano.<br />
Isto que ocorreu para o átomo<br />
de carbono ocorre para outros átomos<br />
que possuem 1 elétrons na camada<br />
externa, como são os casos de silício é<br />
germânio. Eles formam hidretos SiH4,<br />
e GeH4, com hibridações de orbitais na<br />
forma tetraédrica.<br />
A hibridação também ocorre com átomos que possuem 3 elétrons na camada<br />
externa, quando esse átomo vai se ligar a outro com interpenetração de seus<br />
orbitais.<br />
É o caso do boro quando se liga ao flúor.<br />
Este átomo possui no estado normal apenas 1 elétron desemparelhado. Mas<br />
na realidade os compostos de Boro possuem 3 1igações. Então, deve ter ocorrido<br />
uma hibridação.<br />
Observou-se que a hibridação ocorre com os orbitais da camada<br />
externa. 0 estado ativado ou excitado é quando um elétron de orbital completo<br />
"pula" para um orbital vazio.<br />
Para o boro excitado teremos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Finalmente, o orbital "s" e os 2 orbitais "p" da camada externa fundem-se,<br />
dando origem a 3 orbitais, então, denominados "sp 2 " (lembrando os orbitais<br />
originais).<br />
Vejamos o aspecto geométrico dessa hibridação.<br />
Já havíamos dito que a disposição dos orbitais híbridos é a mais simétrica<br />
possível no espaço. Os três orbitais híbridos "sp 2 " apresentarão eixos coplanares,<br />
sendo o ângulo de 120° entre 2 eixos quaisquer. Diz-se que e uma hibridação<br />
TRIGONAL. Como o átomo apresenta 3 orbitais incompletos, poderá efetuar 3 ligações<br />
e nesta estrutura o boro e trivalente.<br />
Vejamos as ligações do átomo de boro com 3 átomos de flúor.<br />
O átomo de flúor - apresenta apenas um orbital "p" incompleto e este será o<br />
orbital de ligação.<br />
167
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Esquematicamente:<br />
168<br />
estrutura do átomo-3<br />
Geometricamente, os orbitais "p" sofrem uma deformação na parte<br />
oposta àquela que faz a ligação.<br />
0 átomo de flúor ficará com 3 orbitais<br />
moleculares denominados ﯕp-sp 2 e, portanto, com 6<br />
elétrons na camada externa.<br />
Vejamos, ainda, um caso especial de um átomo com apenas 2 elétrons na<br />
camada externa e que apresenta hibridação. É o caso do berílio, cuja configuração<br />
eletrônica é:<br />
Se não ocorresse hibridação, o Berílio seria um átomo estável.<br />
Realmente, este átomo sofrerá hibridação e, teremos 2 orbitais<br />
incompletos o que tornará o Berílio bivalente.<br />
No estado ativado teremos:<br />
Dar-se-á uma hibridação do tipo "sp".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Geometricamente, os orbitais híbridos situam-se diametralmente opostos,<br />
ou seja, a 180° e, então, teremos uma hibridação LINEAR.<br />
Quando o berílio se liga ao hidrogênio temos uma hibridação "sp" com 2<br />
orbitais híbridos incompletos. Portanto, podem-se ligar 2 átomos de hidrogênio<br />
formando-se a molécula BeH2.<br />
O átomo de berílio ficará com 4 elétrons na camada externa, após as<br />
ligações com os átomos de hidrogênio.<br />
Vamos fazer um resumo sobre a hibridação.<br />
a) Pelo que foi visto, os átomos com 2 ,3 ou 4 elétrons na camada externa<br />
sofrem hibridações quando eles vão 1igar-se a_ outros átomos através da covalência.<br />
b) Os orbitais que se hibridam pertencem a camada externa.<br />
169
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
170<br />
estrutura do átomo-3<br />
c) Antes de ocorrer a hibridação o átomo fica excitado. Este estado<br />
corresponde nos exemplos anteriores à passagem de um elétron 2s para um orbital<br />
2p. Nesta passagem é aumentada a energia desse elétron.<br />
d) 0 número de orbitais híbridos que se formam é igual ao número<br />
de orbitais daquela camada, no estado ativado.<br />
possível.<br />
e) Os orbitais híbridos orientam-se no espaço de modo mais simétrico<br />
f) Temos então as seguintes características:<br />
n° elétrons<br />
número ângulos entre os<br />
na<br />
de orbitais híbridos<br />
camada exemplos tipos de orbitais<br />
externa<br />
hibridação híbridos<br />
2 Berílio sp (linear) dois 180°<br />
3 Boro sp2(trigonal) três 120°<br />
4 Carbono,<br />
Silício,<br />
Germãnio<br />
Graficamente:<br />
sp3 (tetraédrica)<br />
quatro 109°28'<br />
Existem outros casos de hibridações que serão estudadas no capítulo<br />
das ligações químicas.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
(137) Cloro tem número atômico 17 e peso atômico 35,5. Os<br />
números de massa dos dois isótopos do cloro que ocorrem na natureza são<br />
35 e 37. Em vista destas informações, qual das afirmações abaixo é falsa:<br />
a) todos os núcleos do cloro tem a mesma carga.<br />
b) os núcleos dos átomos de cloro tem um diâmetro aproximadamente<br />
10.000 vezes menor que o diâmetro dos átomos de cloro completos.<br />
c) praticamente, toda massa do átomo de cloro se concentra no núcleo.<br />
d) alguns átomos naturais de cloro contém 18 prótons no núcleo.<br />
e) alguns átomos naturais de cloro contém 20 nêutrons no núcleo.<br />
(138) Ainda, tendo em vista as informações sobre o cloro, dadas na<br />
questão anterior, qual das afirmações abaixo e falsa?<br />
químicas.<br />
isótopo Cl-37.<br />
a) os dois isótopos de cloro têm essencialmente as mesmas propriedades<br />
b) a abundância do Cl-35 é aproximadamente três vezes maior do que a do<br />
c) a abundância relativa dos dois isótopos do cloro é praticamente a mesma<br />
em todos os compostos de cloro que ocorrem na natureza.<br />
d) 6,02 x I0 23 moléculas de Cl2 pesam 71,0 gramas.<br />
e) o átomo de cloro possui 17 prótons, 17 elétrons e 18,5 nêutrons.<br />
171<br />
Questões 139 a 142<br />
0 gráfico ao lado é um<br />
diagrama de níveis de energia<br />
para o elétron no átomo de<br />
hidrogênio.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
172<br />
estrutura do átomo-3<br />
(139) A energia mínima necessária para ionizar o átomo de hidrogênio<br />
do seu estado normal é em eV de:<br />
a) -3,38 c) zero<br />
b) +13,5í d) não se pode prever com apenas esses dados<br />
(140) Quando o elétron passa da camada M para a K ele:<br />
a) absorve 12 eV d) emite um fóton de 1,58 eV<br />
b) emite um fóton de 12 eV e) nenhuma das anteriores<br />
c) absorve 1,58 eV<br />
(141) Para um elétron passar do nível n = 2 para n = 3 e<br />
necessário um fóton de energia:<br />
a) 1,58 eV c) 1,8 eV<br />
b) 3,38 eV d) jamais passará nesse átomo<br />
(142) Quando o elétron "pular" de n = 6 para n = 2 haverá emissão<br />
de luz (fóton) de A correspondente a:<br />
a) violeta d) vermelho<br />
b) ultra-violeta e) infra-vermelho<br />
c) verde<br />
Dados: λ = c<br />
f<br />
ultra-violeta Ι visível Ι infra-vermelho<br />
E = h . f<br />
4.000 7.000<br />
h = 6,6 x I0 -27 erg x seg<br />
c = 3 x 10'° cm/seg<br />
1 eV = 1,6 x 10 -12 ergs<br />
(143) Quem introduziu na estrutura eletrônica a possibilidade de órbitas<br />
elípticas para os elétrons e consequentemente, o segundo número quântico<br />
(azimutal) foi:<br />
a) Planck d) Germer e Davisson<br />
b) Bohr e) Einstein<br />
c) Sommerfeld<br />
As questões 144 a 148 são do tipo associação:<br />
a) "Qualquer partícula material (massa m) em movimento (velo-
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
cidade v) está associada a um movimento ondulatório , de comprimento de<br />
onda dado por λ = h/m . v , sendo h a constante de Planck".<br />
b) "Nunca será possível conhecer-se com exatidão a posição e a<br />
velocidade de um elétron simultaneamente".<br />
c) "Não mais do que 2 elétrons podem ocupar um orbital e isto<br />
somente se eles tiverem spins opostos".<br />
d) "No preenchimento eletrônico dos orbitais de um mesmo sub-<br />
nível, o elétron entrará de preferência no orbital vazio"<br />
e) "Existem equações deduzidas do comportamento de ondas que<br />
determinam a probabilidade de se encontrar o elétron em de terminada<br />
região".<br />
(144) Hund<br />
(145) Heisenberg<br />
(146) Schrodinger<br />
(147) Pauli<br />
(148) de Broglie<br />
As questões 149 a 152 são do tipo associação:<br />
a) número quântico principal<br />
b) número quântico secundário<br />
c) número quântico magnético<br />
d) número quântico de spin<br />
(149) forma do orbital<br />
(150) rotação do elétron em torno de seu eixo<br />
(151) orientação do orbital no espaço<br />
(152) distância de maior probabilidade do elétron ao núcleo<br />
(153) A representação eletrônica correta do átomo de Z = 7 é:<br />
173
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
e) nenhuma das anteriores<br />
(154) Seja o elétron assinado no subnível 4f.<br />
0 conjunto de seus 4 números quânticos é:<br />
a) -3, 4, 3, -1/2 d) 4, 7, -3, -1/2<br />
174<br />
estrutura do átomo-3<br />
b) 4, 3, -3, -1/2 e) nenhuma das respostas citadas<br />
c) 7, -3, -1, -1/2<br />
(155) 0 efeito Compton confirma:<br />
a) 0 caráter ondulatório dos fótons<br />
b) 0 caráter corpuscular dos fótons<br />
c) 0 caráter corpuscular do elétron<br />
d) 0 caráter ondulatório do elétron<br />
e) que fótons e elétrons são partículas semelhantes<br />
(156) Sejam os átomos de números atômicos 5, 6, 11 e 14. Os<br />
atomos capazes de sofrer hibridação sp 3 são os de números atômicos:<br />
a) 5 e 6<br />
b) 6 e 11 d) 6 e 14<br />
c) 11 e 14 e) apenas 6<br />
As questões 157 a 159 referem-se ao mesmo átomo:<br />
(157) Quantos elétrons tem um átomo que, no estado normal ,apresenta os<br />
seguintes orbitais?<br />
a) 4 d) 8<br />
b) 5 e) 6, 7 ou 8<br />
c) 6<br />
179
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(158) Se o átomo da questão anterior conseguir hibridar-se, teremos<br />
uma hibridação do tipo:<br />
a) sp c ) s p 3<br />
b) sp 2 d) nenhuma das respostas anteriores<br />
(159) Se a estrutura daquele átomo fosse de um estado ativado,<br />
Hibridação, quando ocorresse, seria do tipo:<br />
a) sp c) sp 3<br />
b) sp 2 d) dsp 3<br />
(160) 0 ângulo entre 2 orbitais híbridos do tipo "sp 2 " é:<br />
a) 120° d) 105°<br />
b) 100° e) nenhuma das mencionadas<br />
c) 109°28'<br />
(161) 0 átomo de Germânio (Z = 32.) forma o hidreto GeH4 .<br />
Pode se dizer que o germânio tem os orbitais numa estrutura:<br />
externa.<br />
é, a 180°.<br />
a) quadrangular d) trigonal<br />
b) retangular e) tetraédrica<br />
c) linear<br />
(162) Indique a afirmação errada:<br />
a) A hibridação linear pode ocorrer num átomo com 2 elétrons na camada<br />
b) A hibridação linear terá orbitais no espaço diametralmente opostos, isto<br />
c) Um átomo com a configuração s 2 , p 1 na camada externa pode sofrer uma<br />
hibridação trigonal com os orbitais dispostos a 120°.<br />
d) Todos os átomos que se hibridam ficarão estáveis somente se na última<br />
camada-completarem 8 elétrons.<br />
e) Nem todos os átomos poderão sofrer hibridação.<br />
(163) 0 hélio, 2He 4 , possui dois elétrons no orbital ls. Quando perde um<br />
elétron ele se ioniza formando o íon He + . Qual das seguintes afirmações a respeito<br />
deste íon é verdadeira?<br />
hidrogênio<br />
a) o seu espectro assemelha-se ao espectro do átomo de<br />
b) o elétron remanescente é agora mais fácil de remover<br />
c) a sua carga nuclear decresce de uma unidade<br />
d) o elétron remanescente passou ao nível quântico n = 2<br />
e) ele perdeu uma unidade de massa atômica<br />
175<br />
(CESCEM-67)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
176<br />
estrutura do átomo-3<br />
(164) Em relação ao esquema abaixo, referente a um orbital do tipo p.<br />
qual das seguintes afirmações é a mais correta?<br />
a) o ∞ da figura representa a trajetória em forma de 8 de um elétron<br />
b) a parte 1 da figura corresponde à região onde se encontra um e apenas<br />
um dos dois elétrons que podem existir no orbital.<br />
c) o volume da figura de revolução resultante da rotação do elétron ao redor<br />
do eixo x corresponde à região do espaço onde se tem certeza da existência do<br />
elétron.<br />
d) o volume da figura de revolução citada na alternativa (c) corresponde à<br />
região do espaço onde é maior a probabilidade se encontrar o elétron<br />
e) o volume da figura de revolução citada na alternativa (c) corresponde ao<br />
volume que um elétron ocupa no espaço<br />
tendência de:<br />
nobre<br />
Questões 165 a 167<br />
a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 3<br />
b) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 4 Dados:<br />
c) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 P Z = 15<br />
d) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 4s Ca Z = 20<br />
e) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 Ar Z = 18<br />
(165) Configuração eletrônica do átomo de P.<br />
(166) Configuração eletrônica do íon Ca 2+ .<br />
(167) Configuração eletrônica do átomo de Ar.<br />
(CESCEM-69)<br />
(CESCEM-69)<br />
(168) Nas ligações covalentes os átomos participantes tem a<br />
a) trocar elétrons de spins semelhantes<br />
b) partilhar elétrons de maneira a adquirir a estrutura de algum gás<br />
c) desobedecer ao princípio de exclusão de Pauli<br />
(MEDICINA-Santa Casa-67)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(169) A existência dos átomos é justificada:<br />
I - por experiências com microscópios eletrônicos<br />
II - pelas leis das proporções definidas edas proporções multiplas<br />
III - pela estrutura cristalina<br />
177<br />
(MEDICINA-Santa Casa-68)<br />
(170) I - Os elétrons não estão distribuídos ao acaso em torno<br />
do núcleo, mas sim em localizações determinadas como orbitais.<br />
II - Os orbitais são designados K. L, M, N, etc, a partir do núcleo<br />
para a periferia dos átomos.<br />
cada orbital.<br />
III - Dois ou mais elétrons de "spins" contrários se localizam em<br />
(MEDICINA-Santa Casa-63)<br />
(171) A configuração eletrônica correta do átomo de manganês, no<br />
estado normal e a seguinte: Mn Z = 25<br />
a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 5 4s 2<br />
b) ls 2 2p 2 2p 6 3s 2 3p 5 3d 6 4s 2 d) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 4 3d 7 4s 2<br />
c) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 7 e ) ls 2 2s 2 2p 6 3s 3 3p 4 3d 8 4s<br />
(MEDICINA-Santos-68)<br />
As questões de número 172 a 174 referem-se aos átomos dos<br />
seguintes elementos:<br />
Elemento No. atômico No. de massa<br />
S ......... 16 .......... 32<br />
Ar ......... 18 .......... 39<br />
K ......... 19 .......... 40<br />
Ti ......... 22 .......... 48<br />
Cu ......... 29 .......... 63<br />
Zn ......... 30 .......... 65<br />
(172) A configuração eletrônica dos átomos de Ti é:<br />
a) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 4s 2 , 3d 2<br />
b) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 3d 4<br />
c) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 2 3d 5<br />
d) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 4S 1 , 3d 3<br />
e) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 3 , 3p 6 , 4s 2 , 3d l<br />
(173) São isoeletrônicos os íons:<br />
a) K + e Cu + b) S = , Zn + + e Ti<br />
c) Cu ++ , Zn ++ e Ti ++ d) Cu ++ e Zn ++ e) S = e K +<br />
+ +
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(174) Assinale a afirmativa verdadeira:<br />
178<br />
estrutura do átomo-3<br />
a) Entre os elementos dados, o argônio apresenta o maior raio<br />
atômico porque tem todos seus níveis completos.<br />
b) Os átomos de titânio, cobre e zinco apresentara seus elétrons<br />
diferenciadores em orbitais "p".<br />
c) Os átomos de argonio e potássio na relação acima tem igual<br />
número de neutrons no núcleo.<br />
d) Os elementos de número atômico 16, 18 e 19 tem todos os<br />
seus elétrons diferenciadores no mesmo nível principal.<br />
e) Os elementos de número atômico 19, 22, 29, 30, são<br />
elementos de transição.<br />
(MEDICINA-Santos-69)<br />
(175) Se houvesse um composto formado por um átomo do elemento de<br />
número atômico 14 com quatro átomos de elemento de número atômico 17, deve-se<br />
esperar que a molécula resultante seja:<br />
a) plana<br />
b) octaédrica d) trigonal<br />
c) linear e) tetraédrica<br />
(FE Mogi das Cruzes-68)<br />
(176) Com respeito ã questão anterior (um átomo de elemento de número<br />
atômico 14 e 4 átomos do elemento de número atômico 17), pode-se dizer que a<br />
geometria da molécula resultante é determinada pelo fato de:<br />
a) o elemento 17 sofrer hibridação sp 2<br />
b) o elemento 17 sofrer hibridação sp 3<br />
c) o elemento 17 sofrer hibridação sp 4<br />
d) o elemento 14 sofrer hibridação sp 3<br />
e) o elemento 14 sofrer hibridação sp<br />
FE Mogi das Cruzes-68)<br />
(177) Quais são os quatro números quânticos dos dois elétrons mais<br />
externos do átomo de cálcio (massa atômica 40)?<br />
(EPUSP-68)<br />
(178) Qual a carga que possui um íon de escândio (o escândio tem número<br />
atômico 21) com a estrutura eletrônica do gás nobre precedente?<br />
(EPUSP-68)<br />
(179) Escrever a estrutura eletrônica do átomo de fósforo (número atômico<br />
15), indicando a distribuição dos elétrons nos dife-
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
rentes orbitais p.<br />
179<br />
(EPUSP-68)<br />
(180) Os elementos de números atômicos, 2, 10, 18, 36, 54 e<br />
86 constituem o grupo de:<br />
a) elementos inertes<br />
b) metais das terras raras<br />
c) metais alcalinos<br />
(181) 0 que caracteriza os chamados elementos de transição?<br />
(EE MAUÁ-64)<br />
(EE MAUÁl-68)<br />
(182) Um elemento tem, respectivamente, 2, 8, 9, 2 elétrons nas<br />
camadas K, L, M, N. É portanto:<br />
a) metal alcalino-terroso<br />
b) elemento de transição c) semi-metal<br />
(FEI-67)<br />
(183) Qual das séries de números atômicos seria representativa de<br />
elementos da família dos metais alcalinos terrosos?<br />
a) 4, 22, 40, 72<br />
b) 8, 16, 34, 52 d) 12, 20, 38, 56<br />
c) 14, 32, 50, 82 e) nenhuma das respostas anteriores<br />
(EES CARLOS-68)<br />
(184) Qual dos símbolos abaixo está relacionado com orbitais de<br />
simetria esférica?<br />
a) s<br />
b) p d) f<br />
c) d e) g<br />
(ITA-64)<br />
(185) Nos modelos atômicos atualmente aceitos, o número máximo<br />
de elétrons presentes num mesmo orbital é:<br />
a) 2 com spins contrários d) 8 com spins no mesmo<br />
b) 2 com spins no mesmo sentido sentido<br />
c) 8 com spins contrários e) 18 com spins variados<br />
(ITA-66)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
180<br />
estrutura do átomo-3<br />
(186) Um determinado elemento possui em sua configuração eletrônica um<br />
nível energético com 32 elétrons e um outro com 3 elétrons. 0 número atômico<br />
desse elemento e:<br />
a) 72<br />
b) 81 d) 90<br />
c) 89 e) 103<br />
(UFMG-68)<br />
(187) 0 bombardeio da folha de ouro muito delgada com raios alfa de rádio<br />
mostra que alguns deles sofrem desvio acentuado do seu trajeto ao atravessar a<br />
lâmina, o que é devido a:<br />
a) as partículas alfa chocam-se com as moléculas de ouro e tem<br />
seu trajeto modificado.<br />
b) as partículas alfa têm carga negativa e são repelidas pelo núcleo<br />
do átomo de ouro.<br />
c) as partículas alfa são muito lentas e qualquer obstáculo as<br />
desvia do seu trajeto.<br />
d) as partículas alfa tem carga positiva e são repelidas pelo núcleo<br />
do átomo de ouro, que também tem carga positiva.<br />
refletidas.<br />
e) as partículas alfa não podem atravessar a lâmina de ouro a são<br />
(MEDICINA-GB-66)<br />
(188) 0 elemento cuja distribuição de elétrons é ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 10<br />
4s 2 4p 6 4d l0 4f 14 5s 2 5p 6 5d 10 6s 2 6p 6 7S 1 :<br />
a) é halogênio<br />
b) é metal alcalino d) é gás nobre<br />
c) é metal alcalino-terroso e) é actinídeo<br />
Questões 189 a 191.<br />
Associe:<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
a) número quântico que representa aproximadamente a distância do<br />
elétron ao núcleo.<br />
b) número quântico que descreve a forma do orbital.<br />
c) número quântico que descreve a orientação do orbital no espaço.<br />
d) número quântico que descreve o momento angular do elétron<br />
(rotação do elétron em torno do seu eixo).<br />
e) número que traduz a perda ou ganho de elétrons por um átomo<br />
(189) Número quântico secundário.<br />
(190) Número quântico principal.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
núcleo?<br />
(191) Número de oxidação.<br />
(192) Spin.<br />
(1S3) Número quântico magnético.<br />
181<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
(194) 0 elemento de número atômico 21 tem a estrutura eletrônica<br />
a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 3a 1<br />
b) ls 2 2S 4 2p 6 3S 4 3p 4 3a 1<br />
c) ls 2 2s 2 2P 4 3s 2 3p 6 3d 5<br />
d) ls 2 2s 2 2p 4 3s 5 3p 6 3d 1<br />
e) ls 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 3 4s 2<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
(195) Qual a relação entre o diâmetro de um átomo e o diâmetro do<br />
a) 10.000 vezes maior<br />
b) 2.000 vezes maior d) 1.000.000.000.000 vezes maior<br />
c) 500.000.000 vezes maior e) 10.000.000 vezes maior<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
(196) A molécula do metano tem uma configuração tetraédrica, o que decorre<br />
do fato do átomo de carbono apresentar seus elétrons de valência em orbitais<br />
híbridos do tipo:<br />
a) sp 2<br />
b) sp d) s 2 p<br />
c) sp 3 e) s 3 p<br />
(197) 0 deutério difere do hidrogênio comum por ter:<br />
a) 2 elétrons a mais d) 1 nêutron a mais<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
b) 1 próton e um nêutron a mais e) 1 partícula alfa como núcleo<br />
c) 1 elétron e 1 próton a mais<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
(198) De acordo com o Princípio da Exclusão de Pauli, o número<br />
máximo de elétrons que um orbital pode conter é:<br />
a) 1<br />
b) 2<br />
c) 8<br />
d) 18<br />
e) 32<br />
(MEDICINA-GB-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
182<br />
estrutura do átomo-3<br />
(199) Quando um elétron de um átomo passa de orbital 2s para 2p,<br />
podemos dizer que:<br />
a) houve emissão de energia d) um outro elétron pas-<br />
b) houve absorção de energia sou de 2p para 2s<br />
c) não houve variação de energia e) houve emissão de luz<br />
(MEDICINA-GB-68)<br />
(200) Um átomo possui o número atômico 15 e número de massa 31, o<br />
número de elétrons na sua camada mais externa é:<br />
halogênio?<br />
a) um c) cinco<br />
b) três d) sete<br />
(Ciências Biológicas USP-68)<br />
(201) Qual das seguintes representações eletrônicas representa um<br />
a) ls 2 2s c) ls 2 2s 2 2p 5<br />
b) ls 2 2s 2 2p 3 d) ls 2 2s 2 2p 6<br />
(Ciências Biológicas USP-68)<br />
(202) A configuração eletrônica correta para o elemento K (número atômico<br />
19) no estado normal é:<br />
a) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 1 c) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 3d 4s 1<br />
b) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 4s 2 d) ls 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3a 1<br />
(203) Em cada camada eletrônica só existe um orbital s porque:<br />
a) só existe um orbital híbrido c) os orbitais s apre-<br />
(FFCLUSP-67).<br />
b) em torno de um ponto só existe sentam ressonância<br />
uma única esfera com um raio dado d) trata-se de orbital<br />
ligante<br />
(EE Lins-67)<br />
(204) Sabendo-se que a estrutura eletrônica do átomo de boro no estado<br />
fundamental é ls 2 2s 2 2p 1 , qual deveria ser a fórmula do seu fluoreto supondo não<br />
haver hibridação do átomo de boro?<br />
a) BF<br />
b) BF2 d) BF4<br />
c) BF3 e) BF5<br />
═══════════════<br />
(MEDICINA-Valença-69)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ATOMÍSTICA<br />
183<br />
Capítulo 4
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
os átomos, que se aproximam.<br />
LIGAÇÕES<br />
QUÍMICAS<br />
Imagine dois imãs em forma de ferradura,<br />
exercendo entre si forças de atração, como indica a<br />
figura ao lado.<br />
sistema estável.<br />
As duas peças irão unir-se formando um<br />
Imagine agora, dois átomos aproximando-se.<br />
Suponhamos que apareçam entre eles forças de atração<br />
como no exemplo dos imãs, pois, a eletrosfera de um<br />
átomo atrai o núcleo de outro átomo. Entretanto, à<br />
medida que os átomos vão se aproximando, surgirá uma<br />
repulsão entre os núcleos, pois estes possuem<br />
cargas positivas,<br />
Em determinada posição, estabelecer-se-á um<br />
equilíbrio entre as atrações e repulsões.<br />
Se o equi1íbrio for ESTÁVEL, diremos que se<br />
estabeleceu uma LIGAÇÃO QUÍMICA entre esses<br />
átomos.<br />
Existem 4 tipos de ligações:<br />
As ligações químicas recebem diferentes nomes<br />
conforme o tipo das forças de atração que aparecem entre<br />
-"Ligação eletrovalente, iônica ou heteropolar."<br />
-"Ligação covalente ou molecular. "<br />
-"Ligação metálica."<br />
-"Ligação intermolecular. "<br />
que serão estudadas a seguir).<br />
184
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
185<br />
A LIGAÇÃO<br />
ELETROVALENTE<br />
A descoberta dos gases nobres e o exame de suas configurações eletrônicas<br />
fizeram com que os cientistas Lewis, Langmuir e Kossel sugerissem que:<br />
Os átomos adquirem ESTABILIDADE, quando suas<br />
configurações eletrônicas assemelham-se àquelas dos GASES<br />
NOBRES.<br />
Esta sugestão é de fato confirmada na grande maioria dos casos. De modo<br />
geral, os átomos dos gases nobres distinguem-se dos demais, porque na camada<br />
externa possuem 8 elétrons (exceto o gás hélio - vide tabela abaixo).<br />
Eis a configuração eletrônica dos gases nobres:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
186<br />
ligações químicas-4<br />
O átomo procura "reagir" , quimicamente, para passar de uma configuração<br />
instável para outra mais estável. Uma das formas de estabilizar-se é "ganhando" ou<br />
"perdendo" elétrons.<br />
Entre os gases nobres, o hélio é o único que possui 2 elétrons na<br />
camada periférica. Alguns átomos podem adquirir estabilidade quando ficam<br />
com configuração semelhante ao hélio.<br />
RESUMINDO:<br />
____________________________________________________________________________<br />
Um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na camada<br />
periférica. Também será estável o átomo que possuir apenas 2 elétrons na<br />
camada K.<br />
____________________________________________________________________________<br />
Na formação de diversos compostos, os átomos procuram ganhar uma dessas<br />
configurações estáveis. Esta é a "REGRA DO OCTETO", para os átomos.<br />
Esta regra é comprovada num grande número de observações, mas apresenta<br />
exceções. Sendo assim, pedimos ao leitor não criar a obrigatoriedade da regra do octeto<br />
para todos os átomos. Existem compostos onde os átomos tornam-se estáveis,<br />
apresentando na camada externa 4, 6, 12, 18 elétrons e assim por diante, como<br />
veremos ainda neste capítulo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Para que o leitor tenha uma fixação melhor dessa "regra do octeto",<br />
examinemos os seguintes átomos:<br />
sódio:<br />
Vamos ilustrar o encontro de um átomo de cloro com um átomo de<br />
187
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
188<br />
ligações químicas – 4<br />
Quando o átomo de sódio perde um elétron, ele se torna um íon<br />
positivo ou "CÀTION' (e o diâmetro do átomo DIMINUI). 0 átomo de cloro que<br />
recebe o elétron, torna-se um íon negativo ou ÂNION" (e o diâmetro do átomo<br />
AUMENTA).<br />
Tanto o câtion como o ãnion adquirem configurações de gases nobres e<br />
tornam-se estáveis. No entanto, suas cargas são opostas e, esses íons passam a atrair-<br />
se mutuamente até que eles fiquem encostados . Dizemos que entre estes íons,<br />
apareceu a ligação ".ELETROVALENTE" ou "IÕNICA"<br />
A equação que representa o fenômeno é:<br />
Na0 + C10 ---------- Na +C1- Na prática, quando se efetua uma reação entre sódio e cloro, participam da<br />
reação um grande número de átomos. Se o sódio está no estado sólido, temos uma<br />
"pilha" de átomos de sódio.<br />
Se empregamos cloro gasoso, temos moléculas de cloro Cl 2 (bi.i tÔmicas) que,<br />
colidindo com o sódio, formam o cloreto de sódio, que será então uma pilha de íons<br />
Na + e Cl -<br />
A ligação eletrovalente é aquela que caracteriza os compostos iônicos. Esta<br />
ligação aparece sempre que alguns átomos perdem elétrons , transformando-se em<br />
cátions, enquanto outros átomos ganham esses elétrons, transformando-se em<br />
ânions. As forças, que mantêm
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
os cátions unidos aos ânions, são de caráter puramente eletrostático.<br />
No estado sólido, cada íon fica encostado a diversos íons de carga oposta. No<br />
caso do cloreto de sódio, cada íon Na + está ligado (encostado)a seis íons Cl - por outro<br />
lado, cada íon Cl - está ligado (encostado) a seis íons Na + . Mas, a proporção de íons Na +<br />
e Cl - é de 1:1.<br />
Para se determinar a proporção dos íons que se combinam, é preciso<br />
examinar as configurações eletrônicas dos átomos que se ligam.<br />
De modo geral:<br />
- PERDEM ELÉTRONS os átomos com menos de 4 elétrons na última<br />
camada. São os metais que apresentam estas configurações eletrônicas.<br />
- GANHAM ELÉTRONS os átomos com mais de 4 elétrons na última camada.<br />
São os não metais que possuem esta configuração eletrônica.<br />
NÃO METAL '.'<br />
Resumindo:<br />
"A LIGAÇÃO IÔNICA aparece quando se liga um METAL com um<br />
189
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Para completar os octetos, parece mais fácil:<br />
o Cálcio perder 2 elétrons<br />
o Bromo ganhar 1 elétron<br />
190<br />
ligações químicas-4<br />
0 número de átomos de cada elemento é inversamente proporcional à<br />
capacidade de perder ou ganhar elétrons.<br />
Então:<br />
A proporção entre os átomos que se combinam, ou seja, a<br />
FÓRMULA do composto será Ca ++ Br2 _ .<br />
e 15 Y .<br />
terá fórmula:<br />
Sejam os elementos Alumínio e Enxofre.<br />
De modo mais simplificado:<br />
EXERCÍCIOS<br />
(205) Escrever a fórmula do composto constituído pelos elementos 11 X<br />
(206) Sejam os elementos 56X e 34Y. Se eles combinarem, o composto<br />
a) X2Y d) X2Y2<br />
b) XY2 e) não se combinarão<br />
c) XY<br />
(207) Com qual dos seguintes elementos o íon Cr +++ pode formar<br />
um composto iônico?<br />
a) 10 X d) 14 T<br />
b) 12 Y e) nenhum deles<br />
c) 17 Z
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(208) Quando o elemento X, que possui 10 prótons e 10 nêutrons, é<br />
colocado diante do sódio, forma-se um composto cuja fórmula é:<br />
a) NaX<br />
b) NaX2<br />
c) Na2X<br />
d) Na2X2<br />
e) não se forma nenhum composto<br />
Estrutura do cloreto de sódio<br />
Estudaremos o cloreto de sódio que é um composto tipicamente iônico.<br />
Temos os seguintes raios para os átomos,antes e após as ligações :<br />
191<br />
Os ânions cloro e cátions sódio se<br />
agregam para formar o cloreto de sódio sólido. As<br />
forças que mantém os íons agrupados são do tipo<br />
e1etrostático. Esta pilha de ÍONS é denominada<br />
CRISTAL de cloreto de sódio.<br />
Vamos discutir a estrutura do cristal. Para isso, imaginemos que os íons<br />
estão mais afastados entre si. Seria apenas uma "visualização didática",porém já<br />
longe da realidade.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
192<br />
ligações químicas-4<br />
Assim, podemos apreciar melhor a distribuição geométrica espacial dos<br />
íons,que constituem o cloreto de sódio.<br />
Acabamos de desenhar a grade, a rede ou o RETÍCULO CRISTALINO"<br />
do cloreto de sódio.<br />
Retirando-se a mínima amostra do cristal, temos a CÉLULA UNITÁRIA<br />
do cristal. No desenho corresponde á porção "hachuriada".<br />
Agora, vamos desenhar um pedaço do cristal e, analisar as estruturas<br />
dos íons Cl - e dos íons Na + separadamente.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Tanto os íons cloro como os íons sódio constituem estruturas "CÚBICAS DE<br />
FACE CENTRADA"(C.F.C.) .<br />
Dizemos que o cloreto de sódio é constituído pela interpenetração de duas<br />
estruturas C.F.C.<br />
Voltemos ao cristal real e examinemos um<br />
íon cloro. Em seu redor, estão 6 íons Na + que se<br />
situam em três eixos triortogonais.<br />
Dizemos que, o número de coordenação do<br />
Cl- isto é, o número de cátions ligados ao Cl - é 6.<br />
Da mesma forma, o número de coordenação<br />
do Na + é 6 porque em seu redor estão 6 anions Cl - .<br />
Em outras palavras, cada cloro liga-se a 6 Na+ e, cada sódio liga-se a 6 Cl - .<br />
Mas, a proporção entre Na + e Cl - é 1:1. Por isso, a fórmula do cloreto de sódio é Na + Cl -<br />
.<br />
macromolécula.<br />
Então, o que é aquele minúsculo "grãozinho"<br />
constituinte do sal?<br />
É um cristal de cloreto de sódio, ou seja, uma<br />
"pilha" formada por um_número monstruoso de íons<br />
Na + e Cl - , ordenados no sistema C.F.C. e<br />
interpenetrados.<br />
Por isso é que dizemos que não existe molécula de NaCl.<br />
Impropriamente, poderíamos dizer que um cristal desses seria uma<br />
Estrutura dos cristais iônicos<br />
Todos os compostos iônicos formam, no estado sólido, estruturas bem<br />
definidas. O tipo de estrutura cristalina depende de 2 fatores:<br />
a) Proporção entre números de cátions e ânions no cristal.<br />
b) Relação dos tamanhos dos cátions e ânions.<br />
193
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Exemplos:<br />
194<br />
ligações químicas-4<br />
(209) O cloreto de cálcio Ca++ Cl2 não tem estrutura igual à do Na+ Cl - porque<br />
a proporção cátion-ânion é 1:2.<br />
0 cloreto de césio Cs + Cl - tem a mesma proporção de íons do Na+ Cl - (1:1).<br />
À primeira vista, era de se esperar que o Cs + Cl - tivesse estrutura C.F.C.<br />
interpenetradas.<br />
Na realidade, como íon Cs + tem tamanho aproximadamente igual do Cl - ,<br />
resulta um outro tipo de empilhamento, chamado cúbico de corpo centrado (C.C.C.).<br />
gases nobres.<br />
Estrutura eletrônica dos íons<br />
Os ânios , sem exceção, adquirem nos compostos iônicos confígurações de<br />
Quanto aos cátions : Se for alcalino ou alcalino terroso apresentará 8 elétrons<br />
na camada externa. Sendo outros metais, as configurações são diversificadas.<br />
periférica.<br />
Os íons Ag + , Cu ++ e Au + também se estabilizam com 18 elétrons na camada<br />
Vejamos o caso do Ferro que apresenta os íons Fe ++ e Fe +++ .<br />
Muito bem. Estamos apresentando algumas estruturas " SEM OCTETO" para<br />
que o leitor apenas LEMBRE: "Nem sempre os átomos 8 elétrons na camada externa<br />
para se tornarem estáveis".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
195<br />
B LIGAÇÃO<br />
COVALENTE<br />
Esta ligação é responsável pela formação das substâncias ” MOLECULARES.” '<br />
Substâncias dessa classe, quando no estado líquido, não conduzem corrente elétrica.<br />
Esta é a principal característica de diferenciação em relação a um composto<br />
iônico.<br />
Numa ligação iônica , vimos que<br />
um átomo cede totalmente um ou mais<br />
elétrons ao outro "átomo e, daí, o<br />
aparecimento de íons de cargas opostas.<br />
Na ligação covalente, nenhum<br />
átomo cede e nem recebe o elétron, de<br />
forma integral.<br />
Esta ligação surge quando um par<br />
de elétrons de spins opostos . torna-se<br />
comum aos átomos que se ligam.<br />
No exemplo, cada átomo de<br />
hidrogênio possuía seu elétron. Após a<br />
ligação, não se reconhece mais qual é o<br />
elétron que pertence a determinado átomo.<br />
Agora, os 2 elétrons pertencem a ambos os<br />
átomos. É uma "sociedade".<br />
Dizemos que houve um emparelhamento de elétrons e, esta ligação será<br />
representada por um traço ou um par de pontos.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
196<br />
ligações químicas-4<br />
Foi Lewis quem sugeriu que a ligação covalente é resultante do<br />
emparelhamento de elétrons. Lewis observou que quase todos os compostos<br />
moleculares apresentam todos os seus elétrons em pares. Sugeriu que os átomos»que<br />
tivessem orbitais com 1 elétron pudessem emparelhar esse elétron com outro de spin<br />
oposto, atribuindo que o emparelhamento resultaria um sistema de mais estabilidade.<br />
Do mesmo modo que os elétrons procuram se emparelhar nos orbitais atômicos, eles<br />
também procuram um parceiro na formação da ligação covalente.<br />
________________________________<br />
Teoria de Heitler-London<br />
________________________________<br />
O primeiro tratamento teórico, para justificar a ligação covalente foi exposta<br />
por Heitler e London em 1927.<br />
Imaginemos 2 átomos de hidrogênio aproximando-se e examinemos as forças<br />
que aparecem no sistema.<br />
Os elétrons estão em movimento em redor do núcleo mas, a cada instante,<br />
aparecem 4 forças de atração (elétron—núcleo) e 2 forças de repulsão (núoleo-núcleo e<br />
elétron-elétron).<br />
Variando-se a distância internuclear "d" , iremos notar que existirá uma<br />
posição "dH",onde o sistema terá maior estabilidade.<br />
Heitler e London calcularam as energias do sistema para diversas distâncias<br />
internucleares que, transportadas para um gráfico cartesiano, se apresentam:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
mínima energia.<br />
Verifica-se que a posição de equilíbrio " dH " é aquela na qual o sistema possui<br />
Em outras palavras; para se ter uma distância inter-nuclear maior que "dH" é<br />
preciso fornecer energia ao sistema; para diminuir a distância, o sistema também<br />
requer energia do exterior.<br />
No gráfico vê-se que o valor ZERO de energia foi adotado arbitráriamente para<br />
o átomo isolado de hidrogênio.<br />
A quantidade de energia AB corresponde a energia de ligação H-H.<br />
197<br />
Podemos fazer analogia com um<br />
sistema imãs-molas.<br />
Vamos supor que os Imãs estejam<br />
presos a molas e colocadas num plano sem<br />
atrito.<br />
As molas se encontram comprimidas e empurram os Imãs. Estas não se<br />
aproximam mais porque defrontam-se pólos de mesmo nome.<br />
Haverá uma posição de equilíbrio onde a distância entre os centros dos ímãs<br />
será."dH". Esta posição apresenta mínima energia pois, tanto para afastar como para<br />
aproximar os imãs, necessita-se de energia.<br />
Resumindo:<br />
Os átomos tendem a emparelhar os elétrons porque poderão constituir um<br />
sistema com menor energia,que significa maior estabilidade.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
198<br />
ligações químicas-4<br />
Que acontece aos orbitais "1s"<br />
do hidrogênio, quando 3 átomos se<br />
ligam por covalência?<br />
Estudos efetuados na<br />
mecânica ondulatória concluem que os<br />
orbitais atômicos "ls" sofrem<br />
inicialmente uma superposição parcial<br />
e, em seguida, deformam-se dando<br />
lugar ao novo orbital. Conterá os 2<br />
elétrons de spins opostos e este<br />
abrangerá os 2 átomos em ligação. É o<br />
orbital molecular.<br />
O orbital molecular que surge<br />
pela superposição ("overlap" em inglês)<br />
parcial de orbitais atômicos, é<br />
denominado orbital sigma (ﯕ) e tem<br />
como índices os orbitais atômicos de<br />
origem. No caso da molécula de<br />
hidrogênio, temos o orbital molecular<br />
ﯕs-s-<br />
Pode-se medir a distância<br />
internuclear e, no caso da molécula de<br />
H2 xtemos 2,4 Ǻ. A metade dessa<br />
distância, ou seja l,2 Ǻ é denominada<br />
ralocovalente.<br />
Embora haja completa<br />
deformação dos orbitais atômicos após<br />
uma ligação, numa representação<br />
segundo átomo = bolinha costuma-se<br />
indicar que houve apenas ligeira interpenetração dos átomos,como indica a figura aõ<br />
lado.<br />
A equação do fenômeno é:<br />
H (g) + H (g)------ H2 (g)<br />
(g) - gasoso
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Vejamos a ligação covalente entre os orbitais "s" e "p". O exemplo tomado será<br />
a formação do "HF".<br />
O átomo de flúor tem 9 elétrons e a seguinte configuração eletrônica:<br />
O orbital "pz" está com o elétron desemparelhado e pronto para ligar-se ao<br />
orbital "ls" do hidrogênio.<br />
0 orbital molecular que surge, pela superposição ou interpenetração dos<br />
orbitais atômicos "s" do hidrogênio e "p" do flúor, chama-se orbital molecular ﯕ (sigma)<br />
ou melhor , ﯕs-p.<br />
Como conseqüência da ligação molecular, haverá uma "contração" do orbital<br />
atômico "p", no lado oposto à ligação.<br />
Observemos mais uma vez apenas a formação do orbital molecular ﯕs-p:<br />
Quando desaparece certa parte do orbital, significa que naquela região, o<br />
elétron se ausenta.<br />
199
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
A representação esquemática da formação da molécula "HF" é:<br />
200<br />
ligações químicas-4<br />
Na covalência, também se observa a regra do octeta. O flúor, tem na última<br />
camada "8" elétrons, enquanto o hidrogênio tem "2". Lembremos que, na ligação<br />
covalente, o par de elétrons pertence a ambos os átomos.<br />
Examinemos mais uma ligação importante que é a p-p-<br />
É aquela que está presente, por exemplo, na molécula de flúor "F2".<br />
Observando apenas os orbitais "p2" dos átomos de flúor, temos:<br />
Também, costuma-se representar apenas os elétrons da última camada nas<br />
ligações covalentes.<br />
Observe, mais uma vez, a obediência à regra do octeto.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Orientação das ligações covalentes no espaço<br />
Quando um átomo liga-se a 2 ou mais átomos deve-se levar em conta o<br />
ângulo entre as ligações.<br />
Linus Pauling e Slater desenvolveram o assunto,<br />
cuja importância já havia sido apontada por Van't Hoff<br />
(1874) quando admitiu teoricamente que as 4 valências do<br />
carbono eram dirigidas para os vértices de um tetraedro<br />
regular.<br />
Vejamos então, as ligações na formação da molécula de água.<br />
O oxigênio tem 8 elétrons e possui a seguinte configuração eletrônica:<br />
201
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
202<br />
ligações químicas-4<br />
Lembrando que os orbitais "p"<br />
formam entre si um ângulo de 90°, era de se<br />
esperar que na molécula de água, fosse de<br />
90° o ângulo entre as duas ligações ﯕ s-p.<br />
Medidas reais, calculadas através de<br />
espectroscopia e do momento magnético,<br />
indicam porém, que as ligações da molécula<br />
da água formam um ângulo de 104° e 30'.<br />
Tenta-se justificar esta ligeira fuga angular, admitindo-se que os átomos de<br />
hidrogênio ficam suavemente positivos, em face da grande atração de elétrons pelo<br />
oxigênio. Dizemos que os átomos de hidrogênio estão polarizados positivamente e<br />
portanto, há uma repulsão entre eles que os afasta e aumenta o ângulo de 90° para<br />
104° 30'.<br />
Outro exemplo interessante é a formação da amônia "NH3".<br />
O nitrogênio tem 7 prótons e 7 nêutrons.<br />
então:<br />
Os orbitais incompletos são: 2px 1 , 2py 1 e 2pz 1 . Cada um desses orbitais<br />
aceita um átomo de "H", que apresenta "ls 1 ".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
é de 106 .<br />
Formam-se três orbitais moleculares s-p e o ângulo entre as ligações<br />
O ângulo deveria ser de 90° mas, aparecerá um pequeno desvio, como<br />
no caso do H20.<br />
Quando o H liga-se a átomos maiores como S, Se, P, As, Sb , os<br />
átomos de H ficam mais distantes entre si e menos polarizados.<br />
Daí, os seguintes valores para os ângulos, nas ligações em:<br />
repe1indo-se, portanto, com menores intensidades.<br />
Covalência Coordenada<br />
As vezes, um átomo já está com seu octeto completo e, portanto, todos os<br />
seus orbitais com elétrons emparelhados. No entanto, este átomo pode ligar-se a outro<br />
"emprestando-lhe" (em base da coparticipação ou "condomínio") um par de elétrons, e<br />
formar um orbital molecular.<br />
Seja a molécula de água diante da molécula de<br />
HC1, o oxigênio da água poderá atrair o hidrogênio do<br />
HC1.<br />
Como o cloro é mais eletronegativo que o<br />
hidrogênio, este pode libertar-se do cloro,deixando-lhe o<br />
seu elétron. Deveriam-se formar os íons H + e Cl - .<br />
O íon Cl - tem configuração estável (octeto), mas<br />
o H+ teria ficado sem nenhum elétron!<br />
Então, este H + pode-se ligar ao oxigênio que<br />
lhe "empresta" 2 elétrons.<br />
Dizemos que o oxigênio efetuou uma ligação covalente coordenada ou,<br />
simplesmente, "coordenada" ou "dativa" com o cátion hidrogênio. Esta ligação é<br />
indicada com uma seta no sentido de quem está sendo "beneficiado"com os elétrons.<br />
H - 0 + H - Cl ----- H – 0 H + + Cl -<br />
H H<br />
Teremos então, cátion H30 + , chamado "hidrônio" ou "hidroxônio" ' e ânion "cloreto".<br />
203
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
204<br />
ligações químicas-4<br />
Encarando o fenômeno de modo mais concreto, uma molécula de água colide<br />
com uma molécula de "HCl", resultando aqueles íons.<br />
Se examinarmos sob o aspecto real, temos que verificar o que acontece aos<br />
orbitais dos átomos.<br />
O orbital "2px" do oxigênio já possui um par de elétrons e recebe um cátion<br />
"H+" através de uma ligação coordenada, chamada também semi-polar ou dativa.<br />
Forma-se o orbital molecular g-p, idêntico às ligações já existentes entre o<br />
oxigênio e hidrogênio, na molécula de água.<br />
Depois de efetuadas as ligações, geometricamente, não se nota diferença<br />
alguma entre a ligação covalente normal e a dativa. Elas se diferem quanto à origem<br />
dos elétrons que, formarão o orbital molecular.<br />
Esta é a razão pela qual muitos autores confundem as notações das ligações<br />
covalente normal e dativa.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
estrutural:<br />
Então, em muitos compêndios, aparece o íon hidrônio com a fórmula<br />
Não podemos saber qual é a ligação dativa, mas temos a certeza de que uma<br />
destas covalências é coordenada.<br />
Em outras palavras: o íon hidrônio é constituído de 3 ligações: duas<br />
covalentes normais e uma coordenada.<br />
Resumindo:<br />
- Numa ligação covalente normal, aproximam-se dois átomos, cada um com<br />
orbital contendo um elétron. Forma-se assim, um orbital contendo elétrons com spins<br />
anti-parale1os, denominado orbital molecular (sigma). Será indicada por um traço.<br />
Na ligação covalente coordenada,aproximam-se dois átomos, um com orbital<br />
completo (2 elétrons) e outro com orbital "vazio". Forma-se o orbital molecular<br />
denominado , geometricamente análogo ao orbital da ligação covalente normal.. Esta<br />
ligação será representada por uma seta mas em muitos compêndios, está indicado por<br />
traço, em vista à analogia geométrica com a ligação covalente normal.<br />
Fórmulas estruturais<br />
Quando se indicam as ligações entre todos os átomos de uma molécula,<br />
dizemos que estamos apresentando a sua fórmula estrutural.<br />
A fórmula estrutural permite deduzir muito do comportamento dessa<br />
molécula numa reação química, razão pela qual é frequentemente utilizada,<br />
principalmente na química orgânica.<br />
205
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
206<br />
ligações químicas-4<br />
Neste capítulo,vamos treinar o seguinte tipo de exemplo: Dada a fórmula<br />
molecular de um composto - inorgânico, escrever a sua fórmula estrutural.<br />
Para isso, existem regras que exigem conhecimentos sobre:<br />
- ELÉTRONS NA CAMADA EXTERNA<br />
- CONTAGEM DE ELÉTRONS NAS LIGAÇÕES<br />
A) Principais elementos e números<br />
de elétrons na camada externa.<br />
Inicialmente, vamos desenhar uma parte da tabela periódica:<br />
Os algarismos romanos indicam "os grupos" da tabela periódica que, para os<br />
elementos presentes, é o número de elétrons na camada externa.<br />
Assim, o "N" tem 5 elétrons na camada externa, o "Si" tem 4, o "Br" tem 7<br />
elétrons, etc. Reparem que o hidrogênio, embora tenha apenas 1 elétron, está na<br />
coluna VII porque, ele "precisa" de apenas mais um elétron, como os demais elementos<br />
desse grupo, para estabilizar-se. O hidrogênio estabiliza - se com 2 elétrons na<br />
camada K.<br />
QUAIS SÃO OS ELEMENTOS QUE EFETUAM LIGAÇÕES COVALENTES?<br />
Todos aqueles que estão à direita da linha tracejada, quando ligam-se entre<br />
si, pois eles possuem tendência a tomar elétrons de outros átomos. Quando 2 átomos<br />
apresentam essa tendência, eles irão "compartilhar" elétrons. Por exemplo: no "PCI3",<br />
temos três ligações (P-Cl) covalentes. O "H" também pertence a esta classe de átomos,<br />
compartilhando 1 elétron.<br />
Às vezes, o "Be", "Mg" e "Al" efetuam ligações covalentes, mas sofrem<br />
hibridações e são considerados casos especiais.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
B) Contagem dos elétrons<br />
na camada externa<br />
agora tem 8_.<br />
2.<br />
CONCLUSÃO:<br />
Seja a molécula de água:<br />
O oxigênio, tinha 6 elétrons na camada externa e,<br />
Cada hidrogênio, tinha apenas 1 elétron e, agora tem<br />
Na contagem dos elétrons da última camada, cada covalência<br />
normal (representada por um traço) aumenta um elétron em cada<br />
átomo que participa da ligação.<br />
De modo geral, os átomos se estabilizam quando completam o octeto.<br />
Vejamos,então, algumas estruturas estáveis.<br />
O nitrogênio é do grupo "V" e,portanto, tem 5 elétrons na cama da externa.<br />
Três covalências o farão mais estável.<br />
Então:<br />
Examinemos agora a, ozona 03:<br />
Todos os átomos de oxigênio (A, B e C) ficaram<br />
com 8 elétrons na camada externa.<br />
Veja a ligação dativa (B-C). 0 átomo "B" empresta<br />
2 elétrons para "C".<br />
Consequentemente,"B" não sofreu aumento de<br />
elétrons por causa da ligação dativa e "C" tem um<br />
aumento de 2 unidades.<br />
207
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
208<br />
ligações químicas – 4<br />
Na contagem de elétrons de última camada, uma ligação coordenada<br />
produz um aumento de 2 e1étrons para o átomo" favorecido (ponta da seta) e<br />
nenhum elétron para o átomo que "empresta" o par de elétrons.<br />
____________________________________________________________________________<br />
Nesse exemplo da ozona:<br />
Oxigênio A Tem um aumento de 2 elétrons por causa de 2 covalências com<br />
"B".<br />
normal (H-).<br />
Oxigênio B Tem um aumento de 2 elétrons por causa de 2 covalências com<br />
"A" e nenhuma alteração por causa da ligação coordenada.<br />
Oxigênio C Tem_um aumento de 2 elétrons por causa de uma ligação<br />
coordenada com "B".<br />
C) Estruturas de Hidretos moleculares<br />
Os hidretos são compostos do tipo "EHX".<br />
0 átomo de hidrogênio tem 1 elétron e, portanto, aceita uma ligação covalente<br />
0 elemento "E" aceita tantas ligações covalentes quantao sejam necessárias<br />
para completar o octeto.<br />
N do grupo V________precisa de 3 covalências - N -<br />
Se do grupo VI______precisa de 2 covalências____Se –<br />
Lembre-se de que o número do grupo (da Tabela Periódica) representa o<br />
número de elétrons na camada externa e cada traço produz um aumento de um<br />
elétron.<br />
Então, pode-se aceitar a seguinte regra para escrever as estruturas de<br />
hidretos moleculares:<br />
______________________________________________________________________<br />
1) Escrever o elemento "E" com (8 – no. do grupo) traços.<br />
2) Em cada traço ligar H-.<br />
_____________________________________________________________________<br />
════════════════
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Exemplo:<br />
(211) Hidreto de fósforo:<br />
P é do grupo V..........(8 - V) - 3 traços.<br />
EXERCÍCIOS<br />
H - P - H<br />
A fórmula estrutural é <br />
H<br />
Exemplo:<br />
(212) Hidreto de silício:<br />
Si é do grupo IV......... (8 - IV) = 4 traços.<br />
H<br />
<br />
Logo H - Si – H<br />
<br />
H<br />
Escreva as fórmulas estruturais dos seguintes compostos:<br />
(213) Hidreto de arsênio<br />
(214) Hidreto de telúrio<br />
(215) Hidreto de germânio<br />
(216) Hidreto de iodo<br />
════════════════<br />
A regra não e válida para elementos que possuem 2 ou 3 elétrons na camada<br />
externa. São os casos como o Berílio e Boro principalmente e que trataremos como<br />
casos especiais.<br />
HIDRETO DE BERÍLIO<br />
O'Be" tem 2 elétrons na camada externa e,antes de ligar-se ao H, sofre uma<br />
hibridação do tipo "sp". Isto já foi estudado no capítulo de hibridação.<br />
0 Berílio fica com 2 orbitais híbridos "sp", formando um ângulo de 180°.<br />
209
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210<br />
ligações químicas-4<br />
Reparem que o berílio ficou estável com 4 elétrons na sua camada externa.<br />
HIDRETO DE BORO<br />
O Boro tem 3 elétrons na camada periférica e sofre uma hibridação do tipo<br />
sp 2 . Aparecem 3 orbitais híbridos com ângulo entre as ligações de 120°.<br />
e, a formula do hidreto, deveria ser: BH3.<br />
Na prática constata-se que essas moléculas de "BH3" reunem-se duas a duas,<br />
resultando moléculas do tipo "B2H6".<br />
simplificada).<br />
C) Estruturas dos óxidos moleculares<br />
Os óxidos moleculares apresentam fórmulas do tipo "E2Ox" ou "EOx/2" (forma<br />
Recordamos que o átomo de oxigênio tem 6 elétrons na camada periférica e<br />
aceita mais 2 elétrons. As possíveis formas de ganhar mais 2 elétrons são:<br />
= 0........ duas ligações covalentes normais.<br />
0......... uma 1igação coordenada.<br />
O átomo "E" admite tantas covalências normais (traços) quantas sejam<br />
necessárias para completar o octeto.<br />
Por exemplo, o nitrogênio:<br />
"N" tem 5 elétrons periféricos e admite 3 covalências normais.<br />
Além disso, o elemento "E" pode efetuar ligações<br />
coordenadas com os elétrons não emparelhados. No caso do<br />
nitrogênio, após ele efetuar três ligações covalentes ainda é<br />
capaz de fazer uma ligação coordenada, se necessário, sem<br />
prejudicar o octeto.
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Eis a regra para a estruturação de 5xidos moleculares:<br />
1) Escrever o elemento "E" com (8 – no. de grupo) traços.<br />
2) Cada 2 traços de "E" recebe um átomo de oxigênio.<br />
3) Os restantes oxigênios serão ligados com ligações coordenadas na forma<br />
[ ->- 0 ] .<br />
4) NO caso de moléculas do tipo E20X, admite-se uma simetria estrutural.<br />
(217) Seja o SO2 - anidrido sulfuroso.<br />
(8 – no. do grupo) = (8 - VI) = 2 traços.<br />
<br />
S -<br />
EXERCÍCIOS<br />
1º. exemplo:<br />
Coloca-se um átomo de oxigênio que utiliza 2 traços.<br />
S = 0<br />
Tem ainda mais um átomo de oxigênio. Este se liga por coordenada.<br />
S = 0<br />
↓<br />
0<br />
(218) Seja o CO2 - anidrido carbônico.<br />
2º. exemplo:<br />
no. de traços . . . ( - IV) = 4<br />
Cada 2 traços recebe um átomo de oxigênio;<br />
então, cabem os 2 átomos de oxigênio .<br />
coordenada.<br />
Não houve necessidade de ligação<br />
211
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
3º. exemplo:<br />
212<br />
ligações químicas-4<br />
(219) Sejam N2O4, e N2O5. Agora estamos no caso E20x e temos que admitir<br />
simetria estrutural. É preciso fazer esta consideração para ficar o mesmo número de<br />
átomos de oxigênio em cada átomo de nitrogênio na molécula (simetria).<br />
E preciso examinar se o número de oxigênio é par ou ímpar. Se o número de<br />
oxigênio for par, não pode ter oxigênio no eixo de simetria; se for impar, deve o<br />
oxigênio estar entre os 2 átomos de Ne, portanto, no eixo de simetria.<br />
moleculares.<br />
Agora,seguem-se as regras normais para a estruturação de óxidos<br />
Em cada átomo, vão (8 - n° de grupo) traços. No caso do nitrogênio, são 3<br />
traços em cada átomo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Escrever as estruturas dos seguintes óxidos;<br />
(220) SO3 - anidrído sulfúrico<br />
(221) N2O3 - anídrido nitroso<br />
(222) C12O6 - anídrido clórico-perclórico<br />
(223) CI2O7 - anídrido perclórico<br />
(224) AS2O5 - anídrido arsênico<br />
E) Estruturas de ácidos oxigenados<br />
A maioria dos ácidos oxigenados apresentam a fórmula HxEO y.<br />
Nesses ácidos, os hidrogênios ionizáveis ligam-se ao oxigênio por uma<br />
covalência normal. (H - 0 -) .<br />
O elemento "E" fica no centro da molécula e procura, também, a estabilidade<br />
através de covalências normais ou coordenadas.<br />
Temos uma regra de estruturação semelhante a dos óxidos:<br />
1) Escrever o elemento "E" com (8 – no. do grupo) traços.<br />
2) Todos os hidrogênios ionizáveis deverão ser ligados ao "E" juntamente com<br />
o oxigênio, na forma H - 0 -.<br />
um átomo "0".<br />
3) Os restantes oxigênios serão ligados ao "E"; cada 2 traços de "E" admite<br />
4) Se ainda existem átomos de "0" e não existem traços suficientes, devem-se<br />
ligar os oxigênios restantes por 1igações coordenadas, na forma 0.<br />
5) Se a molécula do ácido for do tipo HxE20y, esta molécula admite uma<br />
simetria estrutural.<br />
1º. exemplo:<br />
(225) Seja o HN03 - ácido nítrico.<br />
EXERCÍCIOS<br />
0 nitrogênio é do grupo V . . . (8 - V) = 3 traços.<br />
213
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
2º. exemplo:<br />
214<br />
ligações químicas-4<br />
O átomo de "N" estará com seu octeto, se<br />
efetuar 3 covalências.<br />
forma H - 0 -.<br />
oxigênio.<br />
0 hidrogênio ionízavel será ligado na<br />
Cada 2 traços admite um átomo de<br />
Ainda falta mais um átomo de oxigênio.<br />
Este, será unido ao N por uma ligação<br />
coordenada.<br />
(226) Seja o H2CO3 - ácido carbônico.<br />
0 carbono é do grupo IV ... (8 - IV) = 4 traços.<br />
Seguindo um raciocínio análogo ao 1º. exemplo:<br />
3º. exemplo:<br />
(227) Seja o H2C2 O4 - ácido oxálico.<br />
Neste caso, a molécula é do tipo HxE20y e, vamos então admitir uma simetria<br />
estrutural. Análogo ao caso do óxido, examinemos o numero de átomos de oxigênio - é<br />
par; logo "C" será ligado direto ao C.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
de oxigênio.<br />
4º. exemplo:<br />
Daqui para frente, a regra e a mesma:<br />
coloca-se (8 – no. do grupo) traços em cada átomo.<br />
Todos os "H" ionizáveis na forma H - 0 -,<br />
mas sempre respeitando a simetria.<br />
covalências.<br />
ligação dativa.<br />
(228) Seja o H4P2O7 - ácido pirofosfórico.<br />
Os restantes oxigênios serão ligados por 2<br />
Neste caso, não houve necessidade da<br />
0 número de oxigênio é ímpar . . . "então, entre os átomos de P irá um átomo<br />
0 fósforo é do grupo V - . . (8 - V) = 3 traços.<br />
215
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Escrever as fórmulas estruturais dos seguintes ácidos:<br />
(229) HC10 - ácido hipocloroso<br />
(230) HC102 - ácido cloroso<br />
(231) HCl04, - ácido perclórico<br />
(232) HI03 - ácido iódico<br />
(233) H2SO3 - ácido sulfuroso<br />
(234) H2SO4 - ácido sulfúrico<br />
(235) HPO3 - ácido metafosfórico<br />
(236) H3AsO3 - ácido ortofosfórico<br />
(237) H3ASO3 - ácido arsenioso<br />
(238) HNO2 - ácido nitroso<br />
(239) H2SIO3 - ácido metassilícico<br />
(240) H4SiO4, - ácido ortossilícico<br />
(241) H2S2O7 - ácido pirossulfúrico<br />
(242) H6Si207 - ácido pirossilícico<br />
F) Estruturas dos sais<br />
Os sais são compostos iônicos e,portanto, possuem CÃTIONS e<br />
216<br />
ligações químicas – 4<br />
ANIONS. Pode acontecer desses cátions ou ânions serem um agrupamento<br />
de átomos contendo ligações covalentes.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Para escrever as estruturas desses sais, lança-se uma forma mista: a parte<br />
que possui covalências é apresentada dentro de um "colchete" e, ao mesmo tempo,<br />
indica-se as ligações iônicas.<br />
1º. exemplo:<br />
(243) Seja o Na2SO4 = 2 Na + . SO4 = .<br />
EXERCÍCIOS<br />
Para escrever a estrutura do ânion SO4 = , comece estruturando o ácido<br />
correspondente; tirando H ionizáveis,restará o ânion com os elétrons responsáveis<br />
pela carga negativa.<br />
Procede-se analogamente,quando o cátion possui covalências.<br />
2º. exemplo:<br />
(244) Seja o NH4Cl = NH4 + Cl - .<br />
Escrever as fórmulas estruturais dos seguintes sais:<br />
(245) KCIO3 - clorato de potássio<br />
(246) CaCO3 - carbonato de cálcio<br />
217
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(247) Na3PO4 - fosfato de sódio<br />
(248) NH4NO3 - nitrato de amôneo<br />
════════════════<br />
CASOS ESPECIAIS DE FÓRMULAS ESTRUTURAIS<br />
1º. caso: Ácidos com hidrogênios não ionizáveis<br />
218<br />
ligações químicas-4<br />
Na química inorgânica, destacam-se 2 ácidos de fósforo que apresentam "H"<br />
não ionizáveis. Neste caso, o "H" não ionizável fica diretamente ligado ao "P".<br />
H3PO3 - ácido fosforoso - tem 1 "H" não ionizável.<br />
Sua fórmula estrutural é:<br />
H3PO2 _ ácido hipofosforoso - tem 2 "H" não ionizáveis.<br />
Sua formula estrutural é:<br />
2º. caso: Peroxi-ácidos<br />
Nos peroxi-compostos sempre está presente a forma [- 0 - 0 -].<br />
ExempIo:<br />
EXERCÍCIOS<br />
(249) H2SO5 - ácido peroxissulfúrico
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(250) H2S208 - ácido peroxidissulfúrico<br />
0 0<br />
↑ ↑<br />
H – O - S - O – O – S – O - H<br />
Sugestão:<br />
↓ ↓<br />
O O<br />
Para maior facilidade, escreva o ácido sem o prefixo peroxi:<br />
peroxissulfúrico ácido sulfúrico<br />
peroxidissulfúrico ácido dissulfúrico<br />
Em seguida,procure encaixar o O para formar o grupo peroxi.<br />
(251) Escrever a fórmula do ácido pirofosfórico.<br />
(252) Escrever a fórmula do peróxido de oxigênio ou água oxigenada.<br />
3º. caso: Estruturas por tentativas<br />
Os casos que não caem naqueles já estudados podem ser deduzidos<br />
lembrando-se que:<br />
se ligam.<br />
aponta.<br />
elétrons.<br />
para C.<br />
- cada covalência normal "aumenta" um elétron para ambos os átomos que<br />
- cada coordenada "aumenta" 2 elétrons apenas no átomo para o qual a seta<br />
Por outro lado, sabemos que os átomos tornam-se estáveis com o octeto de<br />
Exemplos:<br />
EXERCÍCIOS<br />
(253) Seja o CO - monóxido de carbono.<br />
C - tem 4 elétrons periféricos O - tem 6 elétrons periféricos<br />
Solução :<br />
2 covalências e uma coordenada do O<br />
219
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(254) Seja o HCN - ácido cianídrico<br />
Escrever as estruturas dos seguintes compostos:<br />
Sugestão:<br />
Nunca o oxigênio será átomo central.<br />
(255) COC12 - cloreto de carbonila ou gás fosgênio<br />
(256) HNC - ácido isocianídrico<br />
(257) POCI3 - cloreto de fosforila<br />
(258) SOC12 - cloreto de sulfurila<br />
(259) N2H4 – hidrazina<br />
_________________<br />
Ligação π (pi)<br />
_______________<br />
220<br />
══════<br />
Imaginemos 2 átomos de nitrogênio se aproximando.<br />
ligações químicas-4<br />
Cada um tem 5 elétrons periféricos e pretendem completar o octeto, através<br />
de ligações covalentes. Serão 3 covalências normais.<br />
Temos a molécula N2, onde os átomos completaram seus octetos.<br />
À primeira vista, tem-se a impressão de que as 3 ligações covalentes são<br />
iguais. Se examinarmos os orbitais numa representação espacial, veremos que uma<br />
dessas ligações é diferente das demais.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O átomo de nitrogênio apresenta os orbitais "2p" incompletos:<br />
ZPx 1 , 2py 1 e 2pz 1<br />
Quando os 2 átomos se aproximam, em primeiro lugar, os orbitais pxx irão<br />
fundir-se, formando o orbital molecular p-p. Recordemos que este processo de fusão<br />
de orbitais por uma aproximação dos mesmos é denominada de sobreposição ou<br />
"overlap", característica das ligações
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
internuclear.<br />
O "par" das regiões espaciais é que constituem um orbital "π_".<br />
222<br />
ligações químicas -4<br />
Reparem mais uma vez que a ligação "π" faz diminuir a distância<br />
Assim, nos carbonos, numa ligação simples "C-C" onde se tem apenas ligação<br />
"", a distância internuclear é de 1,54 Ǻ.<br />
Quando esses átomos possuem uma dupla ligação "C=C", uma das ligações é<br />
""" e a outra é" π ". A distância internuclear neste caso é de 1,34 Â.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Voltemos ao caso do nitrogênio "N2". Nesta molécula, cada átomo possui 2<br />
orbitais "p" incompletos, então, surgirão 2 ligações π.<br />
O desenho acima, já inicia com os 2 átomos de nitrogênio ligados por . A<br />
seguir virão os orbitais π.<br />
Reparem mais uma vez que, à medida que aparecem as ligações π ,os átomos<br />
vão se aproximando.<br />
223
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
224<br />
ligações químicas -4<br />
Por uma questão de comodidade didática, a ligação π será artificiosamente<br />
indicada, esquematicamente, como a figura acima.<br />
No caso da molécula de "N2" vê-se perfeitamente uma ligação e duas π. As<br />
ligações π determinam planos que são perpendiculares entre si.<br />
Finalmente, de modo resumido, as ligações π surgem quando existem duplas<br />
ou triplas ligações entre os átomos.<br />
EXERCÍCIOS<br />
Contar o número de ligações e π nos seguintes compostos<br />
(260 )<br />
(261) H - C = N - ácido cianídrico
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(262) O = C = O - gás carbônico<br />
(263) H - C = C - H - acetileno<br />
(264) H – O – N ≡ N – O - H - ácido hiponitroso<br />
(265) H - N - H - amônia<br />
Ι<br />
H<br />
═════════════<br />
E quando aparecer uma ligação coordenada?<br />
Neste caso, adote a notação moderna, ou seja: substitua a seta por um traço.<br />
Isto pode ser feito na representação porque a ligação coordenada difere da covalente<br />
normal apenas pela origem dos elétrons que contribuem na ligação.<br />
Então:<br />
será<br />
CO --► C ≡ O ---------------------- C ≡ O<br />
representada<br />
Sendo uma tripla, uma ligação é e duas serão π.<br />
EXERCÍCIOS<br />
Contar o número de ligações "" e "π", nos seguintes compostos .<br />
(266) ácido nítrico - HNO 3<br />
(267) ácido oxálico – H2C2O4<br />
(268) ozona - O3<br />
(269) ácido sulfúrico - H2SO4<br />
(270) carbonato de sódio - Na2CO3<br />
(271) ácido bórico - H3BO3<br />
225
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
somente dois orbitais "p"<br />
226<br />
Hibridações parciais<br />
ligações químicas-4<br />
Examinemos as ligações entre os<br />
átomos de carbono na molécula de etileno.<br />
Existem duas covalências sendo uma ligação<br />
"" e uma ligação π.<br />
Se existe uma ligação " π " é porque<br />
cada átomo de carbono reservou um orbital<br />
"p" incompleto afim de formar o orbital<br />
molecular "ir".<br />
Recorda-se que o carbono é um<br />
átomo com 4 elétrons na camada externa;<br />
normalmente, ele hibrida seus orbitais<br />
atômicos "2s" e "2p" originando um átomo de<br />
carbono "sp 3 " (hibridação tetraédrica),<br />
utilizando-se um orbital "s" e três orbitais<br />
"p".<br />
Agora, no etileno, o carbono precisa<br />
guardar um "p". Então, a hibridação será do<br />
tipo "sp 2 ", pois vai utilizar 1 orbital "s' ! e<br />
Abaixo está a seqüência da hibridação do carbono na forma sp2.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Como se vê, o átomo de carbono continua tetravalente: três orbitais "sp 2 " para<br />
as ligações "" e 1 orbital "p" para a ligação π.<br />
A figura acima mostra as ligações na molécula de etileno.<br />
0 ângulo entre as ligações é de 120°.<br />
Na ligação "C=C" uma delas é:<br />
sp 2 -sp 2<br />
e a outra é π.<br />
Em H-C as ligações são do tipo:<br />
s - sp 2 .<br />
227
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Numa representação geométrica teremos:<br />
228<br />
ligações químicas-4<br />
Examinemos agora a molécula de<br />
acetileno. Existem duas ligações π e as<br />
restantes são "". Mais uma vez<br />
lembremos que, para ocorrer ligação "π" é<br />
necessário que haja um par de orbitais "p"<br />
incompletos.<br />
Então, na molécula de acetileno,<br />
cada átomo de carbono reservou 2<br />
orbitais "p" para as ligações " π ".<br />
Consequentemente, a hibridação<br />
será feita por 1 orbital "s" com 1 orbital<br />
"p" do tipo "sp"
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O átomo de carbono continua tetravalente: 2 orbitais "sp" para as ligações ""<br />
e 2 orbitais "p" para as ligações "π".<br />
acetileno.<br />
A figura acima mostra, esquematicamente, as ligações na molécula de<br />
Observa-se que a molécula é linear.<br />
Nas ligações C≡C, uma é do tipo " Sp-Sp" e duas são do tipo "p".<br />
A ligação "H-C" é do tipo " p-Sp" .<br />
229
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
dois orbitais "p".<br />
Examinemos agora a molécula de "CO 2 " (gás carbônico).<br />
Entre o "C" e "O" existem duas ligações: uma é "" e a outra é "π".<br />
230<br />
ligações químicas-4<br />
Então, o átomo de carbono tem duas ligações "π" e, naturalmente, reservou<br />
A hibridação do carbono foi igual aquela do acetileno, ou seja, do tipo "sp".<br />
0 oxigênio possui 2 orbitais incompletos "py" e "pz". O orbital "py" fará<br />
ligação "" com o orbital "sp" do carbono; o orbital "pz" fará ligação "π".<br />
A molécula de CO2 apresenta duas ligações " p-sp" e duas ligações "π".<br />
A molécula é linear.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
triplas ligações.<br />
O átomo de carbono sofre hibridações parciais quando apresenta duplas e<br />
Abaixo está o quadro que indica as hibridações e os ângulos entre as<br />
valências num átomo de carbono.<br />
EXERCÍCIOS<br />
No hidrocarboneto acima, os ângulos formados pelas ligações entre os<br />
carbonos 1-2-3 e 3-4-5 são, respectivamente:<br />
que:<br />
(273) Com relação ao composto citado na questão anterior podemos afirmar<br />
a) o carbono 2 forma apenas três ligações sigma.<br />
b) o carbono 4 forma apenas quatro ligações sigma.<br />
c) o carbono 5 forma duas ligações sigma e duas ligações pi.<br />
d) o carbono 3 forma duas ligações pi e duas ligações sigma.<br />
e) o carbono 1 forma apenas duas ligações pi.<br />
231
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
232<br />
ligações químicas – 4<br />
(274) Ainda com referência ao hidrocarboneto citado nas questões anteriores,<br />
podemos afirmar que:<br />
carbonos 3 e 4.<br />
carbonos 2 e 3.<br />
carbonos 1 e 2.<br />
a) A distância entre os carbonos 1 e 2 é maior que a distância entre os<br />
b) A distância entre os carbonos 4 e 5 é maior que a distância entre os<br />
c) A distância entre os carbonos 4 e 5 é menor que a distância entre os<br />
d) As distâncias entre os carbonos 1 e 2 e entre os carbonos 2 e 3 são iguais.<br />
e) Todas as distâncias entre os carbonos são iguais.<br />
(275) Qual é o tipo de hibridação do carbono no ácido carbônico "H2C03"?<br />
a) sp<br />
b) sp 2<br />
c) sp 3<br />
d) sp 4<br />
e) nenhum dos anteriores<br />
_______________________<br />
Hibridações especiais<br />
____________________________<br />
═════════════════════<br />
Vimos no capítulo da hibridação que os átomos que possuem 2, 3 ou 4_<br />
elétrons na camada externa e se dispõem a efetuar covalências sofrem hibridações<br />
entre seus orbitais "s" e "p".<br />
Lembremos,ainda que os átomos com tais características eletrônicas possuem<br />
na camada externa 1 orbital completo e pelo menos 1 "orbital vazio" .<br />
Quando o átomo normal passava ao estado excitado, um elétron do orbital<br />
completo passava a constituir outro orbital, preenchendo o espaço que antes era<br />
indicado como orbital vazio. Em seguida, os orbitais hibridizavam-se.<br />
Existem átomos que não apresentam tais características, as vezes nem<br />
passam pelo estado ativado e mesmo assim, produzem estruturas que somente<br />
podemos aceitá-las justificadas, admitindo-se as hibridações de seus orbitais. Alguns<br />
desses casos especiais serão tratados neste capítulo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
1º. caso: Hibridação sp 3 do N no íon NH 4<br />
O átomo de N tem a seguinte configuração eletrônica.<br />
N K - 2 . . . ls2<br />
Z = 7<br />
L – 5 . . . 2s 2 ,2p 3 .<br />
Eis a representação eletrôca na camada externa.<br />
233<br />
Quando o "N" efetua apenas 3<br />
covalências normais, não ocorre<br />
hibridação e teremos 3 ligações através<br />
de seus orbitais "p".<br />
ligações " s-p"<br />
É o caso do "NH3" que possui 3<br />
0 átomo de nitrogênio possui ainda um par de elétrons e poderá efetuar uma<br />
ligação coordenada. Isto realmente ocorrerá quando o NH3 passar a íon NH4 + onde um<br />
dos hidrogênios está ligado através de uma covalência coordenada.<br />
Qual seria a explicação desse fato através de seus orbitais?<br />
ligação coordenada.<br />
Admite-se que haja uma<br />
hibridação dos orbitais do N, sem que o<br />
átomo passa pelo estado ativado.<br />
Trata-se de uma hibridação do<br />
tipo sp 3 e portanto, no espaço, a<br />
distribuição será em forma tetragonal.<br />
Um dos orbitais híbridos já<br />
está completo e somente aceitará
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
234<br />
ligações químicas-4<br />
No íon " NH4 + " temos 4 ligações "s-Sp 3 ". Reparem que na representação<br />
geométrica, a ligação coordenada confunde-se com a covalente normal.<br />
É por este motivo que muitos autores admitem que, na molécula de "NH 3 ", o<br />
N já está hibridizado .<br />
Seria uma hibridação do tipo "sp 3 " com 1 orbital completo, como indica<br />
a figura (antes de efetuar ligações). 0 angulo teórico seria de 109 0 28',<br />
enquanto que na realidade e de 106°.<br />
Analogamente, este raciocínio é também aplicável a molécula de água. O<br />
oxigênio teria sofrido uma hibridação do tipo "sp 3 ", com 2 orbitais completos e<br />
2 orbitais que efetuariam as ligações com os átomos de hidrogênio.<br />
Nesta diferente interpretação de hibridação para os casos da amônea e<br />
água, teremos respectivamente os nomes: hibridação de pirámide trigonal e de<br />
configuração em "V".<br />
Para facilitar as visualizações espaciais, eis as moléculas de CH4,""NH3"<br />
"H20", admitidas hibridações "sp 3 ".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
2º. caso: Hibridação dsp 3 do P no PCI 5<br />
0 átomo de "P" tem a seguinte configuração eletrônica:<br />
Hormalmente o "P" comporta-se semelhante ao "N"; por exemplo, na formação<br />
da fosfina ou fosfamina "PH3", as ligações são análogas às do "NH3".<br />
No entanto, o átomo de "P" poderá produzir hibridações de todos os orbitais<br />
da camada externa, em determinadas ligações como no "PC15", "PF5" e "PBr5".<br />
Vejamos a seguir, a seqüência da hibridação denominada "dsp 3 ", porque irão<br />
participar: 1 orbital "d", 1 orbital "s" e 3 orbitais "p".<br />
Átomo de fósforo - camada M<br />
Teremos 5 orbitais híbridos incompletos, destinados às ligações sigma. A<br />
estrutura geométrica dos orbitais "dsp 3 " é de uma bi pirâmide triangular.<br />
235
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
236<br />
ligações químicas – 4<br />
A molécula de "PCI5" possui 5 covalências do tipo " p-dsp 3 " > pois o cloro<br />
efetua ligações pelos orbitais "p". Reparem que, nesta molécula, o fósforo não respeita<br />
a regra do octeto, ele compartilha 10 elétrons na camada externa.<br />
pz".<br />
3º. Caso: Hibridação "d 2 sp 3 " do "S" na molécula "SF6" .<br />
0 enxofre tem a seguinte configuração:<br />
Normalmente, suas ligações serão através de seus orbitais incompletos "py e<br />
Análogo ao caso do fósforo; o enxofre poderá hibridar seus orbitais como no<br />
"SF6" - (hexafluoreto de enxofre).<br />
Teremos então, para a camada M:<br />
Os orbitais híbridos "d 2 sp 3 "<br />
distribuem-se no espaço numa estrutura<br />
tetraédrica.<br />
Reparem que o enxofre efetuara<br />
6 covalências do tipo " p-d 2 sp 3 " na<br />
formação da molécula de "SF6".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Na molécula de "SF6", o enxofre ficará com 12 elétrons na camada periférica,<br />
Mais uma vez, estamos presenciando uma exceção à regra do octeto.<br />
A) Eletronegatividade<br />
C LIGAÇÃO POLAR<br />
E MOLÉCULA POLAR<br />
Chama-se eletronegatividade a tendência do átomo em atrair elétron para a<br />
sua camada eletrônica. De modo geral, quanto mais elétron na periferia e quanto<br />
menor o átomo, ele será mais eletro negativo. A medida da eletronegatividade será<br />
descrita no capitulo da Classificação Periódica dos Elementos.<br />
237
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
238<br />
ligações químicas-4<br />
Apareceram diversos critérios para medir a eletronegatividade. Um deles,<br />
talvez o mais aceito, é o da escala de "Linus Pauling", onde os principais elementos<br />
eletronegativos são:<br />
Nesta escala, o flúor é o mais eletronegativo, tendo-lhe sido atribuído o valor<br />
4; os demais valores foram calculador em relação ao valor adotado àquele elemento.<br />
Em resumo, esses números são como "notas" que os professores atribuem aos<br />
seus alunos, para avaliar seu grau de conhecimento; no caso, é para avaliar a<br />
tendência em atrair elétrons, quando um átomo está ligado a outro.<br />
B ) Ligação polar<br />
Quando se ligam dois átomos de<br />
diferente eletronegatividade produzindo ligação<br />
molecular (formação de orbital molecular), o<br />
núcleo do átomo mais eletronegativo irá atrair<br />
mais os elétrons do orbital molecular. Ocorrerá<br />
uma deslocalização das cargas e, diremos que<br />
a ligação é polarizada.<br />
flúor.<br />
Seja a ligação entre o hidrogênio e o<br />
Os orbitais incompletos são: "ls" e"2pz"<br />
que efetuam a ligação " s-p"<br />
Nesse orbital molecular, os elétrons<br />
terão maior probabilidade de se encontrarem<br />
mais próximo do núcleo de flúor. Dizemos que,<br />
nessa região, e maior a densidade eletronica e<br />
teremos uma ligação polar. A molécula é também denominada molécula polar que se<br />
comporta como um minúsculo DIPOLO. A polarização é indicada por "σ + " e "σ"".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
A ligação H-F é fortemente polar, o que se podia prever em vista da<br />
grande diferença de eletronegatividade desses elementos.<br />
∆ = 4,0 - 2,1 = 1,9<br />
Numa ligação do tipo Br-Cl a diferença de eletronegatividade<br />
é:<br />
∆ = 3,0 - 2,8 = 0,2<br />
tem-se então, uma ligação fracamente polar.<br />
Na ligação Cl-Cl temos ∆ = 3,0 - 3,0 = 0, então é uma ligação totalmente<br />
apolar e dizemos que a molécula CI2 é uma mo1écula apolar. Isto é aceitável, pois se<br />
os átomos possuem a mesma eletronegatividade, as atrações de elétrons são<br />
equivalentes. Disso se conclui que quase todas as substâncias simples moleculares<br />
possuem moléculas apolares.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(276) Qual das ligações é a mais polar?<br />
a) C - F<br />
b) C - Cl<br />
c) C - Br<br />
d) C - I<br />
e) H - F<br />
(277) Qual das ligações é a menos polar?<br />
a) C - F<br />
b) C - Cl<br />
c) C - Br<br />
d) C - I<br />
e) C – H<br />
(278) Qual das ligações é a menos polar?<br />
a) P - F<br />
b) O - C<br />
c) O - H<br />
d) Br - Cl<br />
e) C - H<br />
OBSERVAÇÕES:<br />
- A ligação iônica surge quando a diferença de eletronegatividade entre os<br />
átomos é muito grande. Poderíamos até conceber a ligação iônica como um caso de<br />
excessiva polarização. De modo geral, excetuando casos do "H", pode-se dizer que as<br />
ligações são predominantemente iônicas quando: ∆ > 1,7<br />
239
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Na molécula de "03" (ozona) temos uma ligação polar.<br />
240<br />
ligações químicas-4<br />
E que a ligação dativa entre átomos iguais produz uma ligeira<br />
polarização.<br />
C) Momento polar<br />
Então, esta molécula é polarizada.<br />
Vamos imaginar duas placas<br />
metálicas, inicialmente descarregadas,<br />
como indica a figura.<br />
Agora imaginemos uma molécula<br />
polar inclinada, em relação as paredes da<br />
placa.<br />
Ligando os terminais das placas a<br />
uma fonte elétrica, aparecerão nestas<br />
placas cargas positivas e negativas. A<br />
molécula, imediatamente, será orientada<br />
desviando-se da posição inicial.<br />
Esta tendência, maior ou menor,<br />
em se orientar diante dessa eletrização das<br />
placas, é que denominamos de MOMENTO<br />
DIPOLAR (µ).<br />
Trata-se de uma grandeza vetorial<br />
(que tem intensidade, direção e sentido),<br />
sendo que a sua intensidade é diretamente<br />
proporcional à carga elétrica efetiva de um<br />
dos pólos e à distância entre essas<br />
cargas.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Num orbital não se pode dizer que as cargas elétricas estão concentradas em<br />
apenas 2 pontos; existe a região negativa e a região positiva.<br />
No entanto, podemos imaginar hipoteticamente que as cargas positivas e as<br />
cargas negativas estão concentradas nos pontos ocupa dos pelos núcleos dos átomos<br />
em ligação. Estas cargas, iguais e de sinais contrários (+q) e (-q) seriam as cargas<br />
efetivas da ligação polar. Evidentemente, a distância internuclear será, então, o " ℓ"<br />
(distância entre as cargas).<br />
Definição de vetor momento dipolar: µ →<br />
Trata-se de vetor que possui as seguintes características:<br />
1) Módulo: |µ → | = q . ℓ<br />
onde:<br />
q - valor absoluto da carga elétrica efetiva<br />
ℓ - distância internuclear<br />
2) Direção: É aquela que passa pelos núcleos dos átomos em ligação.<br />
3) Sentido: Por convenção é do positivo para o negativo, ou seja, de um<br />
núcleo para o outro núcleo que mais atrai os elétrons.<br />
A unidade para medir a polarização de uma ligação é o Debye (D)<br />
Por definição, o Debye é o momento produzido por uma molécula hipotética<br />
que teria uma distância internuclear de 1 Ǻ (Angstron) e uma carga efetiva igual em<br />
valor absoluto a 10- 10 unidades eletrostáticas em cada pólo.<br />
Apenas para exemplificar:<br />
De quantos "D" (Debyes) seria o momento dipolar de uma molécula hipotética,<br />
que tivesse a carga efetiva igual de 1 elétron no polo negativo e uma distancia de 1 Ǻ?<br />
q (1 elétron) = 4,8 x 10 -10 unidades eletrostáticas<br />
ℓ = 1 Ǻ<br />
µ = q x ℓ, = 4,8 x 10 -10 = 4,8 D<br />
O momento dessa molécula seria de 4,8 Debyes.<br />
241
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Exemplos de alguns valores de µ;<br />
D) Molécula Polar<br />
242<br />
ligações químicas-4<br />
Vimos que átomos de diferentes<br />
eletronegatividades produzem ligações<br />
polares. A cada ligação polar associa-se um<br />
vetor momento polar.<br />
Uma molécula pode ter mais de<br />
uma ligação polar. É o caso da molécula de<br />
água, cuja estrutura é angular.<br />
A ligação "H-O" é polar e pode-se<br />
associar o vetor (µ → ).<br />
Os vetores (µ → ) produzem um vetor<br />
soma, (µ → r) que vale aproximadamente 1,8<br />
D, confirmando que se trata de molécula<br />
polar.<br />
O que se faz na prática é o inverso.<br />
Pode-se de terminar o valor de (µ → ) por<br />
meios experimentais e concluir-se que a<br />
molécula de água é angular. Se a molécula<br />
fosse linear (H-O-H), os vetores iriam se<br />
anular e ela não seria polar o que iria contradizer os fatos experimentais.<br />
bastante polar.<br />
Vejamos agora o CO2 (gás carbônico)<br />
Nesta molécula, cada átomo de oxigênio liga-se ao carbono. Esta ligação é
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Num orbital não se pode dizer que as cargas elétricas estão concentradas em<br />
apenas 2 pontos; existe a região negativa e a região positiva.<br />
No entanto, podemos imaginar hipoteticamente que as cargas positivas e as<br />
cargas negativas estão concentradas nos pontos ocupa dos pelos núcleos dos átomos<br />
em ligação. Estas cargas, iguais e de sinais contrários (+q) e (-q) seriam as cargas<br />
efetivas da ligação polar. Evidentemente, a distância internuclear será, então, o " ℓ"<br />
(distância entre as cargas).<br />
Definição de vetor momento dipolar: µ →<br />
Trata-se de vetor que possui as seguintes características:<br />
1) Módulo: ן µ → ן = q . ℓ<br />
onde:<br />
q - valor absoluto da carga elétrica efetiva<br />
ℓ - distância internuclear<br />
2) Direção: é aquela que passa pelos núcleos dos átomos em ligação.<br />
3) Sentido: Por convenção é do positivo para o negativo, ou seja, de um<br />
núcleo para o outro núcleo que mais atrai os elétrons.<br />
A unidade para medir a polarização de uma ligação é o Debye (D)<br />
Por definição, o Debye é o momento produzido por uma molécula hipotética<br />
que teria uma distância internuclear de 1 Ǻ (Angstron) e uma carga efetiva igual em<br />
valor absoluto a 10" 10 unidades eletrostáticas em cada pólo.<br />
Apenas para exemplificar:<br />
De quantos "D" (Debyes) seria o momento dipolar de uma molécula hipotética,<br />
que tivesse a carga efetiva igual de 1 elétron no póIo negativo e uma distância de<br />
1 Ǻ?<br />
q (1 elétron) = 4,8 x 10 -10 unidades eletrostáticas<br />
ℓ = l Ǻ<br />
µ = q x ℓ, = 4,8 x 10" 10 = 4,8 D<br />
0 momento dessa molécula seria de 4,8 Debyes.<br />
243
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Exemplos de alguns valores de y;<br />
D) Molécula Polar<br />
244<br />
ligações químicas-4<br />
Vimos que átomos de diferentes<br />
eletronegatividades produzem ligações<br />
polares. A cada ligação polar associa-se<br />
um vetor momento polar.<br />
Uma molécula pode ter mais<br />
de uma ligação polar. É o caso da<br />
molécula de água, cuja estrutura é<br />
angular.<br />
A ligação "H-0" é polar e pode-se<br />
associar o vetor (µ → ).<br />
Os vetores (µ → ) produzem<br />
um vetor soma, (µ → r) que vale<br />
aproximadamente 1,8 D, confirmando<br />
que se trata de molécula polar.<br />
O que se faz na prática é o<br />
inverso. Pode-se de terminar o valor de<br />
(µ → ) por meios experimentais e concluir-<br />
se que a molécula de água é angular. Se<br />
a molécula fosse linear (H-O-H), os vetores iriam se anular e ela não seria polar o que<br />
iria contradizer os fatos experimentais.<br />
Vejamos agora o CO2 (gás carbônico)<br />
Nesta molécula, cada átomo de oxigênio liga-se ao carbono. Esta ligação<br />
é bastante polar.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
180°.<br />
245<br />
Experimentalmente,verifica-se que a<br />
molécula de " CO2," é APOLAR.<br />
Conclusão:<br />
A molécula de "CO2" De fato, deve<br />
ser linear, essa conclusão pode ser aceita<br />
desde que se admita que o carbono nessa<br />
molécula sofra uma hibridação do tipo "sp".<br />
Aí, os vetores se anulam pois, o<br />
ângulo entre 2 ligações no carbono "sp" é de<br />
Examinemos agora a molécula de CC14 (tetracloreto de carbono).<br />
Podemos prever, através de um<br />
estudo teórico, se a molécula é polar ou<br />
apolar.<br />
O carbono tem 4 ligações polares<br />
e, a disposição espacial é tetraédrica<br />
(hibridação sp 3 ).<br />
Cada ligação C-Cl admite um vetor<br />
(µ → ) . Somando esses vetores 2 a 2 teremos<br />
2 vetores resultantes parciais (µ → ) e<br />
(µ → 2).<br />
Acontece, que eles estão num<br />
mesmo eixo direcional possuem a mesma<br />
intensidade e sentidos opostos.<br />
Conclusão:<br />
0 (µ → ) resultante final é ZERO e a<br />
molécula é APOLAR, o que de fato é<br />
comprovado por medidas experimentais.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
RESUMO:<br />
246<br />
ligações químicas-4<br />
1) Se uma molécula não possui ligação polar, evidentemente, a<br />
molécula será APOLAR.<br />
APOLAR.<br />
Exemplos : F2, H2, P 4, etc.<br />
2) Se a molécula tiver ligações polares então, poderá ser P0LAR ou<br />
Como sabemos se a molécula é polar?<br />
___________________________________________________________________________<br />
a) Escreva a fórmula estrutural espacial da molécula, respeitando os<br />
ângulos entre as ligações.<br />
é APOLAR.<br />
b) Assinale os vetores (µ → ) para todas as ligações polares.<br />
c) Efetue a soma dos (µ → ).<br />
____________________________________________________________________________<br />
Somente se a Σµ → for igual a ZERO, pode-se confirmar que a molécula<br />
A observação prática leva-nos a reparar que moléculas simétricas são<br />
apolares e moléculas assimétricas são polares.<br />
EXERCÍCIOS<br />
Verificar se a molécula é polar ou apolar:<br />
(279) HC1 (280) S8<br />
(281) CH 4 , (282) BF3<br />
(283) CS2 (284) HCC13<br />
(285) NH3 (286) N2<br />
E) Constante dielétrica - Є<br />
O dispositivo desenhado ao lado é um<br />
condensador constituído de duas placas planas<br />
que recebem cargas elétricas porque as mesmas<br />
estão submetidas a uma tensão "U".
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Entre as placas encontra-se uma substância isolante que constitui o<br />
"meio" do condensador.<br />
Este dispositivo serve para armazenar energia elétrica.<br />
A energia armazenada também depende do "meio" desse condensador.<br />
247<br />
Quanto mais polar e mais<br />
moléculas tiver o "meio", maior será a<br />
energia acumulada.<br />
A explicação é a seguinte: as<br />
moléculas polares ocupam o espaço<br />
entre as placas mas, não possuem uma<br />
orientação direcional enquanto as<br />
placas estão descarregadas.<br />
No momento que aparecem as<br />
cargas nas placas, as moléculas<br />
polares exigem uma energia para sua<br />
orientação. Isto significa maior<br />
acúmulo de energia no sistema e,<br />
dizemos que esse meio possui uma<br />
constante dielétrica (Є) elevada.<br />
Em outras palavras : Se a<br />
substância colocada entre as placas for<br />
polar, diremos que se trata de um material de elevada constante dielétrica (Є).<br />
No sistema eletro-estático (C.G.S.) foi tomado convencionalmente (Є = 1) para<br />
o vácuo. Os valores de (Є) para outras substâncias foram calculados em relação ao<br />
do vácuo.<br />
De modo geral, se o material entre as placas é gasoso, temos poucas<br />
moléculas, a energia acumulada nessas moléculas é muito pequena e teremos uma<br />
constante dielétrica próxima do vácuo (E =1).<br />
Exemplos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
248<br />
ligações químicas – 4<br />
Para as substâncias no estado líquido é que se observa uma grande<br />
diferença entre moléculas POLARES e APOLARES.<br />
Vê-se que as moléculas polares apresentam (Є) elevados. Isto quer dizer que<br />
esses materiais são capazes de armazenar maior energia elétrica num condensador.<br />
Teoricamente, as moléculas apolares deveriam ter (Є≈1) pois, não se orientam<br />
dentro de placas eletrizadas. Na verdade, as cargas das placas acabam polarizando<br />
ligeiramente essas moléculas (e uma polarização induzida, ou seja, provocada). Esta é<br />
a razão do benzeno e do "CCl4' possuírem (Є ≈ 2) .<br />
EXERCÍCIOS<br />
(287) Dentre as seguintes substâncias no estado líquido, qual delas<br />
apresenta maior constante dielétrica?<br />
a) HCC13 c) CCl4<br />
b) CH4 d) CS2<br />
_______________________________<br />
F) Ponte de Hidrogênio<br />
_______________________________<br />
Vimos que o "HF" é uma molécula polar. Quando a polarização é muito<br />
intensa como no "HF" , as moléculas passam a se atrair. Dai resultam moléculas<br />
"H2F2" , _"H3F3" e até "HnFn ", dependendo da tempe ratura. Acima de 88°C, só existem<br />
moléculas " HnFn ", pois a agitação térmica é muito forte.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
249<br />
Pois bem, as ligações entre<br />
moléculas polares, onde um dos pólos e o<br />
hidrogênio , são denominadas pontes de<br />
hidrogênio,sendo indicadas por pontos<br />
(...).<br />
intermolecular.<br />
Trata-se de um tipo de ligação<br />
As pontes de hidrogênio aparecem<br />
normalmente nos estados sólido e<br />
líquido<br />
Somente o H2F2 é que apresenta<br />
pontes de hidrogênio no estado gasoso.<br />
Outro caso interessante de pontes de hidrogênio é na água.<br />
O vapor de água não possui pontes de hidrogênio.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
250<br />
ligações químicas-4<br />
A água líquida já apresenta aglomeração de moléculas através das<br />
pontes de hidrogênio.<br />
O gelo é um sistema ordenado de moléculas de água que se ligam<br />
através das pontes de hidrogênio. Como as moléculas de "H2O" possuem<br />
dipolos localizados, forma-se uma estrutura que deixa muitos "vazios" entre as<br />
moléculas. Daí, o fenômeno da expansão de volume quando a água liquida<br />
transforma-se em gelo.<br />
As moléculas de água, no gelo, formam hexágonos reversos. É por esse motivo<br />
que, ao analisar neve ao microscópio, encontra-se sempre cristais com 6 pontas.<br />
As pontes de hidrogênio aumentam as forças de coesão entre as<br />
moléculas. Isto explica a maior dificuldade dessas moléculas passarem ao<br />
estado gasoso. Em outras palavras, explica o elevado ponto de ebulição de<br />
substâncias que possuem pontes de hidrogênio.<br />
(éter comum).<br />
1º. exemplo: Comparemos o álcool etílico (álcool comum) e éter etílico
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Como já explicamos no LIVRO I, passar uma substância ao estado gasoso é<br />
fazer com que suas moléculas "voem". Ora, moléculas de pesos moleculares baixos<br />
teriam maior facilidade em sofrer ebulição. Por que então, o éter que tem peso<br />
molecular maior (P.M. = 74) tem ponto de ebulição menor que o álcool etílico<br />
(P.M. = 46)?<br />
A resposta é simples: somente no álcool etílico existe hidrogênio ligado ao<br />
oxigênio. Este hidrogênio é polarizado e consegue atrair o oxigênio de outra molécula<br />
formando ponte de hidrogênio. Desta forma, moléculas são atraídas entre si pelas<br />
pontes de hidrogênio, que causam a dificuldade em separá-las e se tornarem<br />
gases.<br />
2º. exemplo: Sejam as moléculas de orto-clorofenol e para-clorofenol:<br />
A forma orto apresenta uma ponte de hidrogênio intramolecular, isto é,<br />
entre o "H" do grupo "OH" e o cloro da própria molécula.<br />
Já a forma para de mesmo peso molecular apresenta pontes de hidrogênio<br />
com moléculas vizinhas, uma vez que o "H" do grupo "OH" está agora, muito "longe"<br />
do cloro da mesma molécula.<br />
Então, qual deles terá maior ponto de ebulição?<br />
Experimentalmente, tem-se verificado que a forma orto tem P.E. = 176 °C e<br />
a forma para P.E. = 217 °C.<br />
251
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
252<br />
ligações químicas-4<br />
(283) Qual das substâncias abaixo, no estado líquido apresenta<br />
pontes de hidrogênio?<br />
a) HC1 d) SiH4<br />
b ) CH 4 e) BeH2<br />
C) H2<br />
mais forte?<br />
ebulição?<br />
(289) Qual das substâncias abaixo apresenta ponte de hidrogênio<br />
a) HC1 gasoso c) H2O gasoso<br />
b) NH 3 líquido d) H2S líquido<br />
(290) Qual das substâncias abaixo apresenta maior ponto de<br />
a) CO2 c) H2S<br />
b) NH3 d) CH4<br />
______________________________________<br />
Ligação de Van der Waals<br />
______________________________________<br />
Sejam os átomos dos elementos nobres: Hélio, Neônio, Argônio, Criptônio,<br />
Xenônio e Radônio. Eles são átomos de grande estabilidade e no estado gasoso são<br />
realmente monoatômicos. Será que existe alguma força de atração entre os átomos<br />
de um desses elementos?<br />
átomos unidos.<br />
Seja o Neônio, por exemplo; se não<br />
existisse nenhuma atração atômica, esse<br />
elemento deveria passar diretamente do<br />
estado gasoso para o sólido quando a energia<br />
cinética fosse nula, ou seja, exatamente o O 0<br />
Kelvin. Mas isso não é verdade: o gás passa ao<br />
estado líquido e depois ao estado sólido antes<br />
do ZERO ABSOLUTO, quando os átomos<br />
ainda possuem energia cinética. Então,<br />
embora eles queiram movimentar-se<br />
livremente, existem forças que mantêm esses<br />
Acima está o gráfico dos pontos de ebulição desses elementos nobres. No eixo<br />
das abcissas foi escolhido o número atômico.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Como os átomos se atraem entre si?<br />
A resposta foi sugerida pelo físico holandês Johannes Diderik Van der<br />
Waals, com a teoria da polarização temporária e induzida.<br />
253<br />
Segundo Van der Waals, à<br />
medida que os átomos vão sendo<br />
aglomerados , eles não apresentarão seus<br />
elétrons distribuídos simétricamente a<br />
todo instante. A deslocalização de certos<br />
elétrons num átomo já causa uma<br />
pequena polarização neste átomo.<br />
Por outro lado, elétrons de um<br />
átomo repelem elétrons de outros átomos e atraem núcleos vizinhos. Um átomo já<br />
"deformado" eletricamente causa induções elétricas mais sensíveis nos átomos<br />
vizinhos. Dizemos que os átomos sofreram uma polarização induzida. Em outras<br />
palavras: Se um átomo apresentar distribuição eletrônica"deformada", este<br />
desencadeia uma seqüência de polarizações por indução.<br />
Os átomos, mesmo no estado sólido, estão em vibração, razão pela qual essa<br />
polarização fica sujeita a alterações. Evidentemente, no estado líquido, esta<br />
polarização sofre mudanças mais rápidas, pois a todo instante, átomos rolam uns<br />
sobre outros. No estado gasoso, a polarização é praticamente desprezível, em face da<br />
grande distância entre os átomos. Como a polarização pode aumentar ou diminuir de<br />
intensidade, diz-se também que é temporária.<br />
As forças,que unem os átomos através dessas polarizações induzidas, são<br />
chamadas ligações de Van der Waals.<br />
Os elementos nobres quando liqüefeitos ou solidificados apresentam apenas<br />
ligações de Van der Waals. A polarização induzida e muito fraca, mesmo nos sólidos, o<br />
que resulta que as ligações de Van der Waals são as mais fracas entre todas as<br />
ligações.<br />
antes de 0°C.<br />
Por este motivo, os átomos dos elementos nobres entram em ebulição muito<br />
A ligação de Van der<br />
Waals é também a responsável<br />
pelas atrações intermoleculares<br />
nos líquidos e sólidos constituídos<br />
de moléculas apolares. Por<br />
exemplo, no cloro sólido, a ligação<br />
que une Cl-Cl para formar a<br />
molécula é a ligação covalente<br />
normal.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
254<br />
ligações químicas – 4<br />
Aquelas que mantêm as moléculas unidas entre si, por exemplo, no<br />
estado sólido, são as ligações de Van der Waals.<br />
Vamos exemplificar líquidos, onde as coesões entre as moléculas são<br />
mantidas apenas pelas ligações de Van der Waals.<br />
Examinemos algumas substâncias desse tipo e seus pontos de ebulição.<br />
São dois os fatores que explicam a diferença desses pontos de ebulição:<br />
a) Número de elétrons em cada molécula<br />
Quanto mais elétrons tiver a molécula maior será a intensidade de<br />
polarização induzida e mais acentuadas serão as forças de Van der Waals.<br />
b) Peso molecular<br />
Para que moléculas passem ao estado gasoso, não basta apenas separá-las,<br />
mas, é preciso fornecer-lhes energia cinética suficiente para que se movam<br />
rapidamente, e consigam "fugir” do estado líquido. Ora, quanto maior o peso<br />
molecular maior será a energia cinética necessária o que se traduz em maior<br />
temperatura.<br />
No exemplo já citado, comparemos os pontos de ebulição com os pesos<br />
moleculares e números de elétrons por molécula.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Moléculas isoeletrônicas e pontos de ebulição<br />
Examinemos agora algumas séries de hidretos com mesmo número de<br />
elétrons ou também denominadas MOLÉCULAS ISOELETRÔNICAS.<br />
a) com 10 elétrons:<br />
HF - H20 - NH3 - CH4<br />
P.M. 20 18 17 16<br />
P.E. 292 373 240 112 (°K)<br />
b) com 18 elétrons<br />
HC1 - H2S - PH3 - SiH4<br />
P.M. 36,5 34 34 32<br />
P.E. 188 213 188 161 (°K)<br />
c) com 36_ elétrons<br />
HBr - H2Se - AsH3 -G eH4<br />
P.M. 81 81 78 76,5<br />
P.E. 206 231 218 183 (°K)<br />
Os elementos em foco, ligados ao hidrogênio, pertencem<br />
respectivamente aos grupos VII, VI, V e IV.<br />
Coloquemos num gráfico, os pontos de ebulição nas ordenadas e os<br />
grupos dos elementos nas abcissas.<br />
255<br />
Em cada série, as moléculas<br />
são isoeletrônicas e os pesos moleculares<br />
não se apresentam muito diferentes.<br />
Então, os pontos de ebulição deveriam<br />
ser bastante próximos.<br />
Explicação:<br />
Agora não podemos levar em<br />
conta apenas as forças de Van der<br />
Waals na união dessas moléculas no<br />
estado liquido. Muitas delas são<br />
moléculas polares e apresentam pontes<br />
de hidrogênio.<br />
As moléculas que apresentam<br />
pontes de hidrogênio possuem uma<br />
polarização permanente. Em cada serie, quanto maior for o ponto de ebulição,<br />
significa que existem pontes de hidrogênio mais fortes.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
256<br />
ligações químicas-4<br />
O CH4, SiH4 eGeH4 são<br />
moléculas apolares e não apresentam<br />
pontes de hidrogênio.<br />
0 exagerado ponto de ebulição<br />
da água deve-se ao fato de, além do<br />
oxigênio ser muito eletronegativo, cada<br />
molécula de H2O apresentar 2 (duas)<br />
pontes de hidrogênio no átomo de oxi<br />
gênio. Já no NH3 e HF, tanto o N como o<br />
F só apresentam uma ponte de<br />
hidrogênio.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(291) Quando temos Argônio líquido, as ligações que unem os<br />
átomos é do tipo:<br />
a) covalente c) iõnica<br />
b) ponte de hidrogênio d) Van der Waals<br />
(292) Na amônia líquida encontram-se predominantemente as ligações<br />
a) apenas covalente<br />
b) covalente e Van der Waals<br />
c) covalente e ponte de hidrogênio<br />
d) iônica e Van der Waals
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
rompidas:<br />
mais elevado?<br />
(293) Quando o hidrogênio líquido passa para o estado gasoso são<br />
a) pontes de hidrogênio<br />
b) ligações covalentes<br />
c) covalentes e pontes de hidrogênio<br />
d) apenas ligações de Van der Waals<br />
(294) Qual dessas ligações é mais fraca?<br />
a) eletrovalente c) ponte de hidrogênio<br />
b) covalente d) Van der Waals<br />
(295) Qual das seguintes substancias apresenta ponto de ebuliçao<br />
a) O2<br />
b) CI2 CI – 35,5 F - 19<br />
c) N2 O-16 N - 14<br />
d) F2<br />
(296) A água de P.M. = 18 apresenta ponto de ebulição maior do que<br />
o H2S de P.M. = 34. Isto se deve:<br />
a) às ligações de Van der Waals mais fortes na água<br />
b) às ligações covalentes mais fortes na água<br />
c) às pontes de hidrogênio mais fortes na égua<br />
d) nenhuma das respostas anteriores<br />
(297) Entre os hidretos: CH4, SiH4, GeH4 e SnH4, qual deles<br />
apresenta ponto de ebulição mais elevado?<br />
a) CH4 c) GeH4<br />
b) SiH4 d) SnH4<br />
(298) Na questão anterior, a explicação é devida:<br />
a) a ponte de hidrogênio mais forte<br />
b) ao maior peso molecular e mais elétrons por molécula<br />
c) ser não metal, semi-metal e metal<br />
d) à diferentes tipos estruturais das moléculas<br />
257
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
_________________________________<br />
Fusão e dissolução de um sal<br />
________________________________________<br />
258<br />
ligações químicas-4<br />
Já foi revisto no início deste capítulo que os sais são compostos iònicos e que<br />
no estado sólido eles constituem retículos cristalinos bem definidos, ou seja, possuem<br />
empilhamentos ordenados de íons.<br />
Vejamos as causas capazes de destruir o empilhamento desses íons. Pode-se<br />
dar por 2 processos: fusão e dissolução do sal.<br />
A) Fusão<br />
durante a fusão. Esta será a temperatura de fusão (P.F.).<br />
Fundir um sal é agitar<br />
termicamente a pilha de íons<br />
ordenados até provocar o<br />
desmoronamento.<br />
Provocada a fusão, os íons<br />
passam a rolar uns sobre os outros.<br />
Durante a fusão, toda<br />
energia é gasta apenas para libertar<br />
os íons do retículo cristalino. A.<br />
temperatura mantém-se constante<br />
A temperatura de fusão de sais está ligada diretamente à distância<br />
internuclear e à carga do íon.<br />
Para íons de mesma carga, quanto maior a distância internuclear menores<br />
serão as forças de atração e então MENOR será a temperatura de fusão:<br />
Exemplos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Com relação à carga do íon quanto maior for essa carga maior será a atração<br />
entre os tons e, teremos ponto de fusão MAIOR. Comparem os "P.F." do quadro abaixo<br />
com os "P.F." do quadro anterior, para substâncias que apresentam distâncias<br />
internucleares próximas.<br />
B) Dissolução em líquido polar<br />
A dissolução de um sal é uma outra forma de romper o retículo cristalino.<br />
Trata-se de um fenômeno superficial, ou seja; os íons superficiais do cristal sofrem<br />
uma interação com as moléculas do solvente"". É necessário que essas moléculas<br />
sejam POLARES.<br />
259<br />
Suponhamos que o<br />
solvente seja a água e o sal o<br />
"NaCl".<br />
Diante de um íon Na +<br />
a molécula de água volta a sua<br />
face negativa para a aquele<br />
íon.<br />
Eles se atraem<br />
mutuamente e realmente a<br />
molécula de água acaba<br />
"colando" no íon Na+.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
260<br />
ligações químicas-4<br />
Dizemos que o íon está "solvatado" e, em particular, no caso da água,<br />
dizemos que o íon está "hidratado".<br />
Cada íon solvata-se com determinado número de moléculas, dependendo do<br />
tamanho e carga desse íon. Esse número é chamado de número de coordenação de<br />
solvatação e no caso da água é geralmente 4 ou 6.<br />
O Na + hidrata-se com 6 moléculas de água e diremos que se trata de<br />
uma solvatação octaédrica.<br />
0 mesmo acontece para o íon Cl - neste caso as moléculas de água ficam com<br />
os hidrogênions (positivos) voltados para o Cl - . O Cl - hidrata-se com 4 moléculas de<br />
água e temos uma hidratação tetraédrica.<br />
equação:<br />
Na realidade, a dissolução de um sal (A + B - ) na água é dada pela
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Vejamos de modo global o fenômeno da dissolução do "NaCI".<br />
As moléculas de água bombardeiam a superfície do cristal "NaCl",<br />
conseguindo interpenetrar-se entre os íons.<br />
Na eletrostática, quando duas cargas elétricas opostas (Q e q) se atraem,<br />
temos a fórmula de Coulomb, que relaciona a força de atração com essas cargas.<br />
(Є) é a constante dielétrica do meio (material entre as<br />
cargas).<br />
(d) é a distância entre as cargas.<br />
A figura acima representa as moléculas de água bombardeando a superfície<br />
do cristal e interpenetrando entre os íons Na + e Cl".<br />
A água é uma molécula muito polar e apresenta constante dielêtrica<br />
"Є = 80".<br />
261
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
262<br />
ligações químicas -4<br />
Isto quer dizer que a atração entre Na + e CI ‾ diminui de 80 vezes, razão pela<br />
qual esses íons se separam, ocasionando a solubilidade do sal na água.<br />
Isto não aconteceria se a molécula do solvente fosse APOLAR, pois de modo<br />
geral, os líquidos apolares (principalmente orgânicos) apresentam (Є ≈ 2). A força de<br />
atração iônica é ainda suficientemente grande e mantém os íons unidos. O (Na + Cl ‾ ) é<br />
insolúvel na gasolina porque esse liquido é um solvente apolar.<br />
Em outras palavras:<br />
"Substancias iônicas são solúveis apenas em solventes polares".<br />
Por outro lado, a naftalina (molécula apoiar) é insolúvel na água e solúvel<br />
em solvente apolar como na gasolina.<br />
A sacarose (açúcar) é solúvel na água, pois as moléculas de sacarose<br />
possuem hidrogênio polarizado (-OH).<br />
o semelhante.<br />
Em relação ã solubilidade vale a lei do Similis-similis: o semelhante dissolve<br />
Substâncias iônicas e polares são solúveis em solventes POLARES e<br />
substancias apolares são solúveis em solventes apolares.<br />
Quando a molécula é relativamente grande e possui parte polar e parte<br />
apolar, será uma molécula parcialmente solúvel tanto na substância polar como na<br />
apolar.<br />
Substâncias desse tipo são, por exemplo, os detergentes. Os detergentes mais<br />
antigos são os próprios sabões comuns. Eles possuem moléculas com 16, 17 ou 18<br />
carbonos e radical polar. Uma de suas moléculas é:<br />
Representaremos<br />
assim: ☼ “ parte polar “<br />
Geralmente, um tecido fica<br />
impregnado com moléculas orgânicas<br />
apolares, que são insolúveis na água. As<br />
moléculas do sabão, através da parte apolar,<br />
conseguem dissolver essas impregnações. Por<br />
fim, esta solução, sabão-impregnação,pode<br />
ser emulsionada na água já que as moléculas<br />
do sabão possuem o radical -COO] ‾ que é<br />
polar. Sendo capaz de solvatar-se com<br />
moléculas de água.<br />
O que se acaba de concluir é que a<br />
operação "lavar roupa com sabão" não é um fenômeno químico, mas sim, apenas uma<br />
estratégica dissolução das impregnações, ou seja, um fenômeno físico.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
D ESTRUTURAS<br />
DAS MOLÉCULAS<br />
Nas representações que seguem vamos utilizar a concepção (átomo =_bolinha<br />
de Dalton). Poderemos visualizar melhor a disposição dos átomos nas moléculas,<br />
teremos um modelo mais real e inclusive, poderemos prever, aproximadamente, o<br />
ângulo entre as ligações nessa molécula.<br />
encontrar:<br />
1 a. parte:<br />
_______________________________________________________________<br />
Átomos que obedecem à regra do octeto<br />
_____________________________________________<br />
Lembremos inicialmente que um par de elétrons (spins opostos) pode-se<br />
a) Num orbital atômico (não é ligação)<br />
b) formando uma ligação covalente normal<br />
c) formando uma ligação dativa<br />
Exemplo: No íon H30 + o oxigênio apresenta esses tipos de ligações.<br />
Recordemos que, uma vez efetuada a ligação dativa, ela adquire todas as<br />
características da ligação covalente normal, razão pela qual substituímos a seta ()<br />
por um traço ( — ).<br />
263
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
das moléculas.<br />
Como podemos prever o ângulo entre 2 ligações?<br />
264<br />
ligações químicas-4<br />
As respostas aparecerão ã medida que formos estudando as estruturas<br />
__________________________________________________________________________<br />
I) O octeto só tem simples ligações - ESTRUTURA TETRAÈDRICA<br />
__________________________________________________________________________<br />
Sejam as moléculas, onde o átomo central efetua apenas ligações simples<br />
(normais ou dativas) e tem 8 elétrons periféricos.<br />
Teremos 4 pares de elétrons, podendo ou não constituir ligações químicas.<br />
Esses pares de elétrons localizam-se no átomo segundo as posições dos<br />
vértices de um tetraedro regular, tendo o núcleo como centro desse tetraedro.<br />
Admite-se que o átomo sofreu uma hibridação sp 3.<br />
ROTEIRO PARA DESENHAR A ESTEREOESTRUTURA DA MOLÉCULA.<br />
1) Escrever a fórmula estrutural plana.<br />
2) Substituir as setas da ligação dativa por traços.<br />
3) Desenhar o tetraedro com os pares de elétrons nos vértices.<br />
4) Desenhar os átomos esféricos.<br />
Exemplos:<br />
- Seja o HC103<br />
Para que o assunto fique mais racionalizado vamos dividir em 3<br />
casos:<br />
simples.<br />
lado.<br />
1º. caso:<br />
Existem 4 radicais com 1igações<br />
A estrutura é esta desenhada ao
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
De fato, aplicando a regra, existem 4 átomos ligados nas posições dos<br />
vértices de um tetraedro regular.<br />
semelhantes:<br />
Seja o metano CH4.<br />
Se os 4 radicais são iguais, o ângulo entre 2 ligações quaisquer é de<br />
Analogamente para o H2SC4,<br />
109°28".<br />
265<br />
No HC1O4 os 4 radicais não são<br />
iguais. As repulsões entre os radicais são<br />
diferentes e teremos pequenas alterações.<br />
Porém, o ângulo é bem próximo a 109°28'.<br />
Exemplos de outras moléculas ou íons que apresentam estruturas<br />
NH 4 + , PO4≡ , SIH4, GeH4, H3ASO4, etc.<br />
Se o SiF4, tem estrutura tetraêdrica, terá também o XeF4 (tetrafluoreto<br />
de xenônio)? Resposta: NÃO.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Por que?<br />
266<br />
ligações químicas-4<br />
Se o leitor observar, o SiF4 obedece à regra do octeto. Já no XeF4, o<br />
xenônio é um gás nobre e já tem oito elétrons periféricos.<br />
do octeto.<br />
tetraédrica?<br />
Lembre-se:<br />
Se existem 4 ligações covalentes, o xenônio tem mais 4<br />
elétrons de ligação totalizando 12 elétrons periféricos.<br />
A estrutura tetraédrica é somente para átomos que obedecem à regra<br />
EXERCÍCIOS<br />
(299) Qual das seguintes moléculas ou íons não apresenta estrutura<br />
a) GeCl4 c) BF4<br />
b) CCl4 d) SeCI4<br />
2º. caso:<br />
Existem 3 radicais com 1igações simples<br />
Seja a molécula de amônia NH3<br />
Evidentemente, se obedece a regra do<br />
octeto, existe um par de elétrons num orbital<br />
atômico. A estrutura ê tetraédrica, mais<br />
precisamente, uma pirâmide trigonal.<br />
O ângulo entre 2 ligações deve ser de<br />
109°28', provávelmente, com pequena<br />
variação.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O ângulo real da ligação "H - N - H" é 106°45', verificado experimentalmente.<br />
Estruturas semelhantes temos para PCI3, NC13, PH3, AsH3, etc, pois, nessas<br />
moléculas existem átomos que tem 5 elétrons periféricos e que com 3 ligações<br />
covalentes completam o octeto.<br />
Não é necessário que os três radicais sejam iguais.<br />
Exemplo: HC103.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(300) Das moléculas abaixo indicadas, assinale aquela que não possui<br />
estrutura de pirâmide trigonal.<br />
a) PBr3 c) HBr03<br />
b) CIF3 d) HIO3<br />
3º. caso:<br />
Existem 2 radicais com simples ligações<br />
267<br />
Agora existem 2 pares de elétrons<br />
periféricos sem ligações. Os pares de elétrons<br />
ainda ocupam vértices de um tetraedro<br />
regular.<br />
O ângulo teórico é109°28', porém na<br />
realidade ocorrem desvios e agora mais<br />
acentuados que nos casos anteriores.<br />
É também denominada estrutura V.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Seja a molécula de água:<br />
vimos na página.<br />
268<br />
ligações químicas-4<br />
Na molécula de água o<br />
ângulo entre as ligações é de<br />
104°30'.<br />
No H2S já é de 92°. Por<br />
causa desses desvios apreciáveis,<br />
prefere-se justificar essas ligações<br />
através de orbitais "s" e "p" como<br />
Analogamente aos casos anteriores, os radicais podem ser diferentes.<br />
Exemplo: HC102.<br />
______________________________________________________________________<br />
II) 0 octeto tem uma dupla ligação - ESTRUTURA TRIGONAL<br />
________________________________________________________________<br />
Trata-se da hibridação sp 2 . O átomo central tem 8 elétrons periféricos onde<br />
um par constitui a ligação π. A ligação π efetua-se na direção de uma ligação .<br />
Temos, então, 3 pares de elétrons que ocupam os vértices de um triângulo equilátero.<br />
0 núcleo do átomo ocupa o centro do triângulo.<br />
Exemplo: S03.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Possuem ângulos entre as ligações de 120°. É verdade que se os radicais<br />
forem diferentes poderá ocorrer pequeno desvio angular.<br />
Estruturas trigonais aparecem também nos ácidos HN03, H2C03, etc.<br />
Quando um átomo possui uma dupla ligação, pode ocorrer que só exista mais<br />
um radical. O outro par de elétrons estará num orbital atômico.<br />
Exemplo: S02<br />
O ângulo entre as 2 ligações é próximo de 120°.<br />
_______________________________________________________________________<br />
III) O octeto tem 2 duplas ou 1 tripla ligação - ESTRUTURA LINEAR<br />
__________________________________________________________________<br />
Trata-se agora de uma hibridação "sp". Existem 2 ligações u e restam 2 pares<br />
de elétrons que se localizam em posições diametralmente opostas. Dizemos que a<br />
molécula é LINEAR.<br />
Exemplo: CO2.<br />
269
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
É também o caso do acetileno: H - C ≡ C - H.<br />
2a. parte<br />
________________________________________<br />
Átomos que não obedecem<br />
a regra do octeto<br />
__________________________________________<br />
270<br />
ligações químicas-4<br />
Estudando as estruturas de um modo mais geral, pode-se prever a geometria<br />
molecular através do número de elétrons na camada periférica.<br />
A regra abaixo vale para átomos que sigam ou não a regra do octeto.<br />
Dada uma molécula:<br />
a) deve-se "Contar" o total de elétrons periféricos.<br />
b) deve-se para cada ligação π subtrair 2 elétrons.<br />
c) 0 número de pares de elétrons restantes (ligados ou não ligados)<br />
determinam a estrutura.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
2 pares........... estrutura linear.<br />
3 pares ........... estrutura triangular ou trigonal.<br />
4 pares ........... tetraédrica.<br />
5 pares ........... pirâmide trigonal.<br />
6 pares ........... octaédrica.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
d) Os átomos ocupam no espaço a disposição mais simétrica possível.<br />
Exemplos:<br />
BF3 - O boro tem aqui 6 elétrons.<br />
- nenhuma ligação π; então, são 3 pares de<br />
elétrons.<br />
Logo a estrutura é trigonal.<br />
Seja o CIF3.<br />
- O Cloro já tinha 7 elétrons.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
com 3 ligações covalentes teremos 10 elétrons, ou se ja,<br />
5 pares.<br />
Será,então, uma estrutura de bipirâmide trigonal.<br />
Considerando apenas os átomos ligados, podemos dizer que temos<br />
uma estrutura triangular.<br />
Seja o SF6.<br />
- S já tinha 6 elétrons.<br />
- com_mais 6 elétrons de ligação totalizam 12 elétrons.<br />
- Serão 6 pares e teremos uma estrutura octaédrica.<br />
Seja o XeF4.<br />
- Xe já tinha 8 elétrons.<br />
- Surgiram mais 4 elétrons.<br />
- Totalizaram 12 elétrons ou seja 6 pares.<br />
- A estrutura é octaédrica.<br />
(Deve-se dispor os átomos de forma mais simétrica possível)<br />
271
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
quadrangular.<br />
272<br />
ligações químicas-4<br />
Considerando apenas os átomos ligados, teremos uma estrutura plana<br />
Seja o XeF2.<br />
carbono (CCl4)?<br />
- Xe já tinha 8 elétrons.<br />
- Surgiram mais 2 elétrons.<br />
- teremos 5 pares de elétrons.<br />
- A estrutura é bipirâmide trigonal.<br />
- Colocando os átomos na posição mais simétrica possível.<br />
Considerando apenas os átomos ligados temos uma estrutura LINEAR.<br />
EXERCÍCIOS<br />
(301) Qual é o ângulo entre a ligação Cl-C-Cl, no tetracloreto de<br />
a) 90° d) 180°<br />
b) 60° e) 109°28'<br />
c) 120°
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
benzeno?<br />
(302) Qual é o ângulo entre a ligação 0 - N - 0 no íon NO3 ‾ ?<br />
a) 90°<br />
b) 60° d) 180°<br />
c) 120º e) 109°28'<br />
(303) Qual é o ângulo entre C=C - C nas ligações da molécula de<br />
(304) Na molécula de benzeno é de se esperar que os núcleos de<br />
todos os átomos determine:<br />
semelhante?<br />
a) 1 plano<br />
b) 2 planos d) 4 planos<br />
c) 3 planos e) infinitos planos<br />
(305) Qual o par de compostos que apresentam estereoestrutura<br />
a) NH3 e BF3<br />
b) H2S e BeH2 d) S03 e BF3<br />
c) C02 e S02 e) CH4 e XeF4<br />
3a. parte:<br />
______________________________<br />
Estruturas macromoleculares<br />
______________________________<br />
Ao analisar um cristal é preciso verificar se se trata de:<br />
a) cristal iônico<br />
b) cristal metálico<br />
c) cristal molecular<br />
d) cristal covalente ou macromolecular<br />
No cristal iônico os íons ocupam determinadas posições do retículo cristalino.<br />
As forças de atração entre esses íons são do ti o eletrostático, através da ligação<br />
eletrovalente.<br />
273
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
274<br />
ligações químicas -4<br />
No cristal metálico, como veremos adiante, a ligação metálica é que garante<br />
a estabilidade dos átomos nesse cristal.<br />
Num cristal molecular existem moléculas bem definidas que se atraem<br />
através de forças intermoleculares (pontes de hidrogênio ou ligações de Van der<br />
Waals).<br />
covalência.<br />
Exemplos:<br />
No gelo as moléculas de água constituem um cristal molecular.<br />
No cloro sólido, as moléculas de CI2 constituem um cristal molecular.<br />
No KCI sólido, os íons K + e CI2 constituem um cristal iônico.<br />
No ferro sólido, os átomos de Fe constituem um cristal metálico.<br />
Que vem a ser um cristal covalente ou macromolecular?<br />
É um cristal que já é a própria macromolécula com os átomos ligados por<br />
Por exemplo, o diamante. Num cristal de diamante, todos os átomos de<br />
carbono são interligados através de ligações ς sp-sp 3 (covalentes).<br />
Temos, então, a estrutura como Cada átomo de carbono está ligado<br />
indica a figura. a 4 outros carbonos por covalências.<br />
. diamante.<br />
figura.<br />
O silício e o germânio apresentam<br />
estruturas semelhantes ao<br />
Os átomos de carbono podem apresentar outra disposição espacial como na
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Temos, então, a grafite, Agora, cada átomo de carbono possui 3 carbonos<br />
vizinhos, sendo 2 ligações simples e uma dupla em deter minada camada de átomos.<br />
macromolécula.<br />
Em cada camada, os átomos se unem muito fortemente, formando uma<br />
As camadas ficam acumuladas umas sobre as outras, já mais distanciadas e<br />
a atração entre essas camadas já é bastante fraca.<br />
Estas camadas podem deslizar uma sobre as outras; portanto a grafite é uma<br />
substância mole usada até como lubrificante seco. Através da região entre as<br />
camadas, os elétrons podem mover-se facilmente, o que justifica a boa<br />
condutividade elétrica da grafite.<br />
275<br />
Outro exemplo de macromolécula<br />
é a sílica que é o (Si02)n mais vulgarmente<br />
conhecida como areia.<br />
Cada átomo de silício liga-se a 4<br />
átomos de oxigênio; cada átomo de<br />
oxigênio liga-se a 2 átomos de silício.<br />
Outros exemplos de macromoléculas são os polímeros, conhecidíssimos na<br />
atualidade da química orgânica.<br />
São macromoléculas obtidas a partir de moléculas simples. Por exemplo, o<br />
polietileno é uma macromolécula obtida pela polimerização do etileno (C2H4) . A<br />
fórmula do polietileno é (C2H4)n.<br />
Todos os plásticos como polietileno, P.V.C., baquelite, etc, são polímeros e<br />
portanto são macromoléculas.<br />
Pode-se obter polímeros de estrutura linear como nylon , dacron, etc, que são<br />
utilizados como fios sintéticos de elevadíssima resistência.<br />
Esses compostos serão estudados na química orgânica.<br />
═══════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
276<br />
ligações químicas-4<br />
E PARAMAGNETISMO<br />
Façamos a seguinte experiência : fixemos um imã evamos aproximar<br />
na região dos pólos materiais diferentes.<br />
Se a substância for repelida diremos que<br />
se trata de material diamagnético.<br />
Se a substância for atraída diremos que<br />
se trata de material paramagnético.<br />
Se a atração for muito forte capaz de<br />
até provocar imantação permanente nesse<br />
material diremos que se trata de um material<br />
ferromagnético.<br />
Essa propriedade se manifesta de modos diferentes conforme o número de<br />
elétrons não emparelhados que o material apresenta.<br />
As substâncias diamagnéticas possuem todos os elétrons emparelhados. Em<br />
outras palavras, os elétrons sempre se encontram 2 a 2 em orbitais atômicos ou<br />
moleculares.<br />
As substâncias paramagnéticas possuem elétrons desemparelhados, ou<br />
seja, orbitais com apenas 1 elétron.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
São paramagnéticos a maioria dos metais de transição e algumas moléculas<br />
que não obedecem as regras normais nas ligações e que ficam com elétrons isolados<br />
em orbitais.<br />
paramagnetismo.<br />
Quanto mais elétrons desemparelhados mais acentuado será o<br />
Um caso particular é quando a força de atração for muito acentuada. É o<br />
ferromagnetismo que apresenta atração milhares de vezes superior que o<br />
paramagnetismo.<br />
a estrutura:<br />
Examinemos agora a estrutura do oxigênio. Normalmente era de se esperar<br />
Verificou-se experimentalmente que o oxigênio é uma substância<br />
paramagnética. Então, ele deve apresentar elétrons desemparelhados e a estrutura<br />
proposta é:<br />
Observação:<br />
277<br />
Vê-se que a ligação entre os átomos de<br />
oxigênio não obedece a regra do octeto.<br />
A ligação simples é muito fraca e, experimentalmente, verificou-se que<br />
a energia de ligação entre os átomos de oxigênio no 02 é muito maior que na<br />
água oxigenada "H-O-O-H". Para contornar o fenômeno admite-se atualmente<br />
que entre os átomos de oxigênio exista uma ligação covalente normal e duas<br />
ligações de 3 elétrons.<br />
A ligação de três elétrons contraria até o princípio de exclusão de<br />
Pauli, pois admite 3 elétrons num orbital.<br />
Esta é a melhor forma de apresentar a estrutura sem<br />
haver contradição à energia de ligação e também ao<br />
paramagnetismo, pois em cada ligação de 3 elétrons existe um<br />
elétron desemparelhado.<br />
0 estado de orbitais com 3 elétrons está fora do nível desse curso.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
278<br />
ligações químicas-4<br />
Existem algumas moléculas com numero ímpar de elétrons. Evidentemente<br />
estas moléculas apresentarão elétrons desemparelhados e teremos propriedades<br />
paramagnéticas.<br />
São poucas as moléculas ímpares à temperatura ambiente; podemos citar<br />
como principais NO, N02 e Cl02.<br />
Os elementos de transição apresentam subnível d com elétrons não<br />
emparelhados. Disso resulta que quase todos os elementos de transição são<br />
paramagnéticos. O ferro, o cobalto e o níquel são metais ferromagnéticos, pois<br />
apresentam elevado número de elétrons desemparelhados num cristal metálico.<br />
Os íons dos metais de transição continuam apresentando elétrons<br />
desemparelhados.<br />
Quando um íon possui elétrons não emparelhados, a dissolução desse íon<br />
origina soluções coloridas. Daí, a propriedade de quase todos os íons de metais de<br />
transição apresentarem colorações características.<br />
De um modo geral, pode-se dizer que se um sal apresentar solução colorida,<br />
esse sal, no estado sólido, apresentará propriedade paramagnética.<br />
════════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
F RESSONÂNCIA<br />
Seja a molécula de SO2. A fórmula estrutural será:<br />
Se utilizarmos diferentes isótopos de oxigênio<br />
teremos, teoricamente, 2 compostos de fórmula S02- Na<br />
prática verifica-se que existe apenas um tipo de<br />
molécula SO2.<br />
A explicação desse fato e possível<br />
admitindo-se que a dupla ligação não é fixa entre o S<br />
e de terminado oxigênio. Dizemos, então, que as<br />
duas estruturas são ressonantes, ou seja, uma se<br />
transforma na outra e vice-versa pela mudança da dupla ligação.<br />
279<br />
Numa interpretação mais real, a mudança<br />
da dupla ligação corresponde a uma<br />
deslocalização de elétrons. No caso exemplificado<br />
corresponde à deslocalização dos elétrons do<br />
orbital П .<br />
Uma visualização mais real da molécula<br />
seria manter a dupla deslocalizada.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
280<br />
ligações químicas-4<br />
Diremos que o S tem duas ligações<br />
covalentes com os átomos de oxigênio. A<br />
ligação П é deslocalizada e essa nuvem de<br />
elétrons П aparece em redor dos 3 átomos da<br />
molécula.<br />
Como essa representação é incômoda<br />
para desenhar, continuaremos desenhando as<br />
duas estruturas com uma dupla-seta e<br />
subentendemos que a verdadeira estrutura é<br />
aquela obtida pela superposição das duas<br />
estruturas também chama da estrutura híbrida de ressonância.<br />
átomo vizinho.<br />
Assim, a estrutura da ozona O3 é:<br />
Quando é que se pode "prever" que a estrutura é ressonante?<br />
________________________________________________________________________<br />
A primeira condição é que haja ligação П.<br />
Além, disso é necessário que essa ligação Пr possa "saltar" para um<br />
________________________________________________________________________<br />
Reparem no seguinte exemplo :<br />
a) No etileno, o carbono tem uma ligação П que é fixa. Ela está entre os<br />
átomos de carbono e não pode "saltar" para o átomo de hidrogênio.<br />
b) já no HNO3, a ligação П do nitrogênio não é fixa, podendo passar para o<br />
outro átomo de oxigênio. Temos um caso de ressonância.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ressonância.<br />
A estrutura do HN03 é o híbrido das estruturas abaixo desenhadas.<br />
Os íons CO3 ≈ e NO3 ‾ apresentam também o fenômeno da<br />
A estrutura real e aquela que é a superposição das três desenhadas onde a<br />
ligação 71 está deslocalizada.<br />
benzeno.<br />
Um caso muito importante de ressonância é aquela observada no<br />
281<br />
O benzeno possui uma cadeia<br />
cíclica de 6 carbonos que trocam<br />
alternadamente simples e duplas ligações.<br />
O carbono sofreu hibridação sp 2 e o<br />
ângulo entre as ligações é de 120°.<br />
As duplas ligações apresentam o<br />
orbital П ressonante.<br />
ressonantes e a representação real e um híbrido de ressonância.<br />
Temos duas estruturas
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
282<br />
ligações químicas-4<br />
Como a estrutura real é um híbrido<br />
das duas estruturas acima, prefere-se<br />
desenhar um círculo dentro do hexágono para<br />
representar a nuvem dos orbitais П<br />
deslocalizados.<br />
A estrutura híbrida de ressonância é<br />
bastante estável. Isto justifica porque as<br />
duplas do benzeno não possuem a mesma<br />
reatividade que as duplas do etileno.<br />
Outro exemplo interessante é no butadieno-1,3.<br />
Os orbitais П não são fixos e cobrem todos os átomos de carbono formando-se<br />
uma estrutura híbrida muito semelhante ao benzeno.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Neste caso as formas ressonantes são:<br />
Na grafite, os átomos de carbono situados no mesmo plano molecular<br />
apresentam duplas ligações ressonantes.<br />
Quando 2 átomos apresentam ligações ressonantes a distância internuclear<br />
entre esses átomos é intermediária entre a ligação simples e a ligação dupla.<br />
Vejamos no caso C↔C<br />
na ligação C - C do etano ------------------► d = 1 ,54 Ǻ<br />
na ligação C = C do etileno -----------------► d = 1,35 Ǻ<br />
na ligação entre os C do núcleo benzênico—► d = 1,40 Ǻ<br />
Tratando-se de moléculas ímpares (paramagnéticas) ocorre também uma<br />
ressonância. Desta vez a ressonância não é da ligação П , mas sim do elétron não<br />
emparelhado.<br />
Exemplos:<br />
Mais uma vez repetimos que uma estrutura ressonante é mais estável.<br />
283
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
284<br />
ligações químicas-4<br />
(306) A estrutura do S03 é um híbrido de ressonância que é<br />
superposição de:<br />
ressonante?<br />
a) 1 estrutura<br />
b) 2 estruturas d) 4 estruturas<br />
c) 3 estruturas e) não é ressonante<br />
(307) Qual das seguintes moléculas ou íons apresenta estrutura não<br />
(308) Quantas estruturas ressonantes apresenta o íon NO3 ‾ ?<br />
a) duas<br />
b) três d) cinco<br />
c) quatro e) não é ressonante<br />
(309) Idem para o íon PO4 ≡<br />
a) duas<br />
b) três d) cinco<br />
c) quatro e) não é ressonante<br />
════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
285<br />
G LIGAÇÃO<br />
METÁLICA<br />
Quando se examina um metal, por exemplo, uma lâmina de canivete,<br />
tem-se a impressão que existe uma homogeneidade no material.<br />
perfeitamente ordenados.<br />
Conclusão:<br />
Se atacarmos a superfície metálica<br />
com um reagente adequado e auxiliado por um<br />
microscópio, vemos que o material é<br />
constituído por diversos domínios que mais se<br />
assemelham a células de tecido vivo. Estas<br />
minúsculas regiões são chamadas "grãos"ou<br />
também cristais do metal. Em muitos<br />
materiais metálicos, estes grãos chegam até a<br />
serem visíveis a olho nu.<br />
Quando se analisa um desses cristais<br />
através de raios X, verifica-se que ele é<br />
constituído de um empilhado de átomos<br />
Um pedaço de metal é constituído de cristais e cada cristal é um agregado<br />
ordenado de muitos e muitos átomos.<br />
0 estado metálico é caracterizado pela presença de muitos e muitos átomos<br />
agregados; portanto é errado dizer que um metal é monoatõmico. Por exemplo,<br />
escreve-se: o cobalto metálico Co e só por esse motivo pensa-se que é monoatômico. O<br />
cobalto no estado sólido é um empilhado de diversos átomos de cobalto que<br />
constituem um cristal; então, deveria-se escrever Cooo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
escreve:<br />
Uma reação de cobalto com oxigênio deveria ser escrita:<br />
Cooo + O2 -----► Co2O3<br />
286<br />
ligações químicas-4<br />
O que iria dificultar o ajustamento de coeficientes e por isso se<br />
4 Co + 3 02 -----► 2 Co2O3<br />
Assim, pode-se expressar a<br />
proporção correta de átomos de cobalto e<br />
oxigênio que reagem.<br />
Utilizando-se o mesmo artifício, muitas substâncias simples poliatômicas são<br />
representadas como se fossem monoatômicas, como por exemplo:<br />
S ao invés de S8 (enxofre sólido)<br />
P ao invés de P4 (fósforo branco)<br />
C ao invés de Coo (diamante ou grafite)<br />
Lembremos que um cristal sólido é constituído de átomos, moléculas ou íons,<br />
ordenados, os quais se mantêm imóveis e unidos por determinadas ligações.<br />
Num cristal de NaCl os íons são ligados por forças iônicas ; num cristal de<br />
diamante os átomos são ligados por covalência; no iodo sólido as moléculas são<br />
unidas umas às outras por forças de Van der Waals.<br />
metálica.<br />
Num cristal metálico como o de cobalto, os átomos são unidos pela ligação<br />
Passaremos a estudar primeiramente a ligação metálica do ponto de vista<br />
eletrônico para depois discutirmos os tipos de empilhamento de átomos com<br />
ligações metálicas.<br />
____________________________________________<br />
A) Teoria da "nuvem eletrônica"<br />
ou "gás eletrônico"<br />
________________________________________<br />
A primeira idéia de ligação metálica foi apresentada por Dru-de-Lorentz.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
libertação dos mesmos da camada M.<br />
287<br />
Sejam os átomos de sódio<br />
constituindo sódio metálico.<br />
Cada átomo de sódio possui<br />
eletrosfera com a configuração 2, 8, 1.<br />
Segundo a teoria, quando se<br />
agrupam muitos átomos de metal, certos<br />
elétrons periféricos libertam-se de seus<br />
átomos e adquirem uma grande liberdade<br />
de movimentação.<br />
No átomo de sódio, o elétron da<br />
camada M tornar-se-ia um elétron livre<br />
que poderia se locomover de um átomo<br />
para o outro com um mínimo de energia.<br />
Num pedaço de sódio metálico teríamos<br />
muitos íons Na + mergulhados numa<br />
nuvem de elétrons e originados pela<br />
Esses elétrons que rodeiam os íons Na + são considerados também como "gás<br />
eletrônico" que se comporta como uma "cola" para unir os íons Na + .<br />
Esta apresentação teórica de ligação metálica era muito cômoda para<br />
justificar a boa condutividade elétrica e térmica nos metais.<br />
0 gás eletrônico deveria comportar-se como gás real:<br />
Eis um esquema comparativo:<br />
Se num tubo colocarmos um gás (fig. A) e estabelecermos uma diferença de<br />
pressão nas suas extremidades, o gás se desloca.<br />
Se numa barra metálica estabelecermos uma diferença de potencial ∆V (fig. B)<br />
os elétrons deslocam-se sem alterar a constituição da barra.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
288<br />
ligações químicas-4<br />
A teoria da nuvem eletrônica explica diversas propriedades dos metais. No<br />
entanto, começaram a ser observados fenômenos impossíveis de serem explicados com<br />
essa teoria como, por exemplo, o espectro eletrônico de um metal.<br />
Surgiu, então, uma nova teoria sobre ligação metálica, era a teoria das faixas<br />
eletrônicas que possibilitou a descoberta dos transistores. Eis um exemplo típico de<br />
descoberta, não ao acaso, mas que, baseando-se em fundamentos teóricos produziu<br />
tal dispositivo mundialmente explorado no campo da eletrônica.<br />
______________________________________<br />
B) Teoria das faixas eletrônicas<br />
ou bandas eletrônicas<br />
______________________________________<br />
Vimos no capítulo da estrutura atômica que, quando um elétron salta de uma<br />
camada para outra mais interna há emissão de um fóton com determinado λ. Esta<br />
emissão pode ser detectada num filme onde se podem calcular as freqüências das<br />
emissões. Em outras palavras, trata-se de um espectro de emissão. Os átomos<br />
isolados produzem espectros descontínuos.<br />
Agora, vamos obter o espectro de elétrons do alumínio no esta do<br />
sólido, ou seja, de uma barra de alumínio.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Obtém-se no espectro algumas linhas, mas o importante é observar que<br />
aparece uma "faixa". Isto vem informar que existe um número muito grande de<br />
estados energéticos muito próximos.<br />
Foi então que Fermi e Dirac supuseram que os elétrons num metal deveriam<br />
possuir energias quantizadas, integrando-se o comportamento desses elétrons à<br />
Mecânica Quântica.<br />
Aqueles elétrons que foram imaginados como "livres" possuem, segundo a<br />
nova teoria, energias bem qualificadas e esses elétrons obedecem ao princípio da<br />
exclusão de Pauli: "em determinado nível energético só podem existir, no máximo, 2<br />
elétrons de spíns opostos"<br />
A teoria das bandas eletrônicas baseia-se no seguinte princípio:<br />
________________________________________________________________________<br />
Quando "N" átomos se agrupam em 1igações, cada nível energético<br />
desdobra-se em "N" novos estados energéticos.<br />
________________________________________________________________________<br />
Exemplifiquemos este princípio com átomos de sódio.<br />
289<br />
Quando se tem um átomo isolado<br />
de sódio temos a seguinte configuração<br />
eletrõnica: ls 2 , 2s 2 , 2p6, 3S 1 já que o<br />
sódio tem 11 elétrons.<br />
Quando 2 átomos de sódio se<br />
"encostam" cada um desses subníveis<br />
desdobra-se em 2 novos subníveis.<br />
Agora os 2 átomos começam a comportar-se como um único sistema.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
290<br />
ligações químicas-4<br />
No subnível ls, por exemplo, existem 2 estados energéticos para o sistema de<br />
átomos; então, esse sistema comportará no máximo 4 elétrons.<br />
Vamos supor que, no átomo A, os_ 2 elétrons ls estejam ocupando o nível<br />
inferior, e no átomo B os 2 elétrons ls o nível superior.<br />
À primeira vista tem-se a impressão<br />
que existem níveis vazios em A e B. Mas não<br />
esqueçamos que, agora, os átomos unidos<br />
constituem um sistema e portanto os estados<br />
energéticos estão lotados de elétrons.<br />
Nem em A ou em B cabem mais<br />
elétrons ls (veja o esquema energético).<br />
Agora vamos supor um número bastante elevado de átomos.<br />
Seja um cristal de sódio metálico contendo N átomos ligados.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
como aparece no filme ao lado.<br />
de elétrons.<br />
291<br />
Na verdade, as diferenças entre as<br />
energias num subnível são tão pequenas que<br />
os N estados constituem uma verdadeira<br />
faixa.<br />
Lembre-se que N é muito grande; 23<br />
gramas de sódio (1 átomo-grama) tem 6,02 x<br />
10 23 átomos!<br />
Então, cada átomo de só fio, quando<br />
em ligação metálica, possui subníveis<br />
constituindo faixas ou bandas eletrônicas.<br />
intuição.<br />
Esta teoria não é produto de<br />
Se realmente as faixas existem, um<br />
elétron/excitado para um subnível superior<br />
voltará à faixa emitindo um fóton.<br />
Se fizermos isso com mui tos elétrons,<br />
nem todos voltarão para o mesmo nível<br />
energético da faixa; os fótons emitidos terão<br />
energias muito próximas e consequentemente<br />
no filme do espectro aparecerá uma faixa<br />
Agora vamos examinar se as faixas dos átomos de sódio estão ou não lotadas<br />
Examinemos o subnível ls agora transformado em faixa ls.<br />
Sendo N átomos teremos N estados energéticos.<br />
Cada átomo de sódio contribuiu com 2 elétrons; são N átomos e portanto 2N<br />
elétrons para a faixa com N estados energéticos.<br />
Conclusão:<br />
faixas 2s e 2p.<br />
A faixa ls está lotada e não admite mais elétrons. 0 mesmo se sucede com as<br />
Numa faixa lotada os elétrons não conseguem locomover-se.<br />
A explicação desta dificuldade de movimentação dos elétrons seria muito<br />
complicada para este curso e, portanto, faremos uma simples analogia com um fato<br />
prático.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
292<br />
ligações químicas - 4<br />
Imaginemos uma avenida com um trânsito totalmente congestionado.<br />
Embora os carros de trás queiram movimentar-se, isto é impossível, pois a<br />
avenida está lotada!<br />
Fazendo-se a analogia de avenida = faixa eletrônica e carro = = elétron,é<br />
aproximadamente este o problema da movimentação de elétrons.<br />
Agora vamos ã faixa 3s. Cada átomo de sódio tem apenas 1 elétron no<br />
subnível 3s. Sendo N átomos, teremos que distribuir N elétrons na faixa 3s.<br />
ficará vazia.<br />
Por outro lado, sendo N átomos,<br />
formam-se N estados energéticos que<br />
admitirão 2N elétrons no máximo. Os<br />
elétrons tendem a ocupar os níveis de<br />
energia mais baixos. Então, teremos um<br />
preenchimento da metade inferior dos<br />
níveis da faixa 3s. A metade superior<br />
Quando se liga o metal aos terminais de uma fonte elétrica, alguns elétrons<br />
"saltam" para os estados superiores desocupados. Isto permite que os elétrons se<br />
movimentem dentro da faixa e dizemos que esta ê uma faixa de condução.<br />
Fazendo a analogia com os automóveis teríamos agora uma aveni da onde<br />
apenas meia pista está lotada de automóveis.
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O trânsito estava "engarrafado". Porém um guarda grita:"Podem utilizar a<br />
pista da esquerda". Alguns carros saem para a outra pista e em toda avenida<br />
haverá tráfego dos carros.<br />
Para haver condução elétrica é preciso que existam faixas com estados<br />
energéticos vazios; as faixas desse tipo denominamos de faixas permitidas.<br />
Por outro lado, uma faixa lotada é também chamada faixa permitida ocupada<br />
ou faixa de valência.<br />
ele um bom condutor elétrico.<br />
Como se explica tal comportamento?<br />
293<br />
A região energética que se situa<br />
entre as faixas permitidas e denominada<br />
faixa proibida.<br />
No átomo de sódio metálico temos as<br />
faixas como indica a figura ao lado.<br />
Resumindo:<br />
0 sódio metálico e um condutor<br />
elétrico porque apresenta a faixa 3s com<br />
metade de estados "vazios" o que a torna<br />
uma faixa de condução.<br />
Examinemos agora o magnésio<br />
metálico. Ele possui todos os subníveis<br />
lotados: ls 2 , 2s 2 , 2p G , 3s 2 . Quando os átomos<br />
de magnésio se ligam, aparecem as faixas<br />
como no caso do sódio.<br />
Na faixa 3s aparecem 2N elétrons<br />
para N átomos de magnésio (pois o Mg tem 2<br />
elétrons externos) o que significa que esta<br />
faixa está lotada. Então,o magnésio deveria<br />
ser um isolante! Na prática constata-se ser<br />
É que no magnésio, o subnível 3p (situado logo acima do 3s) , totalmente<br />
vazio, também subdivide-se em N estados energéticos. Porém a parte 3p superpõe-se à<br />
parte superior da faixa 3s resultando uma nova faixa 3s + 3p com muitos estados<br />
energéticos vazios. Então,não existe faixa proibida entre 3s e 3p. Temos, assim, uma<br />
faixa de condução 3s + 3p.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
294<br />
ligações químicas-4<br />
Diante de um potencial elétrico,<br />
muitos elétrons inferiores “pulam” para os<br />
estados superiores, permitindo a<br />
movimentação dos elétrons.<br />
Suponhamos agora um exemplo hipotético. Se no átomo de magnésio não<br />
ocorresse superposição de 3s e 3p e se estas faixas estiverem suficientemente<br />
afastadas teríamos um material isolante.<br />
Teríamos a faixa lotada superior e a<br />
faixa vazia separada pela faixa proibida de<br />
modo que um elétron para saltar a faixa<br />
proibida necessitaria de uma tensão<br />
absurdamente elevada!<br />
elétrica.<br />
Neste caso não há condução<br />
Um caso desse tipo seria por exemplo<br />
o diamante.<br />
Existem certos materiais, principalmente os semi-metais (Silício e Germânio),<br />
que apresentam a faixa proibida muito estreita em temperatura ambiente. Em outras<br />
palavras, o nível inferior da faixa vazia quase toca no nível superior da faixa<br />
lotada.<br />
Em temperaturas baixas, a faixa proibida desses materiais é relativamente<br />
larga e eles comportam-se como isolantes. Porém, em temperatura ambiente, por<br />
causa da aproximação das faixas vazia e lotada, esses materiais tornam-se<br />
condutores.<br />
São eles denominados de semi-condutores e suas principais aplicações são<br />
como retificadores e amplificadores de sinais (transistores) .
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Num semi-condutor à temperatura ambiente, a agitação térmica faz com que<br />
muitos elétrons da faixa de valência (que era completa) passem para a faixa de<br />
condução.<br />
Reparem então que aumentando-se a temperatura, mais elétrons saltarão<br />
para a faixa de condução e teremos melhor condutividade ao contrário da condução<br />
metálica.<br />
A condutividade dos semi-condutores pode ser modificada pela presença de<br />
pequenas adições de impurezas no material.<br />
Quando o semi-condutor é puro (por exemplo, Germânio puro) temos o<br />
chamado semi-condutor intrínseco.<br />
Se aparecem impurezas, teremos o semi-condutor dopado.<br />
Existem duas espécies de semi-condutores dopados, conforme o número de<br />
elétrons periféricos da impureza associada.<br />
1º. TIPO: SEMI-CONDUTOR DO TIPO "n"<br />
Os semi-condutores usuais Si e Ge possuem na camada externa 4 elétrons.<br />
Eles constituem macromoléculas no estado sólido.<br />
Suponhamos um cristal de Germânio "dopado" com pequenas quantidades<br />
(traços) de Antimônio. Esta impureza possui átomos com 5 elétrons na última<br />
camada, porém o átomo de Sb amolda-se à estrutura do Germânio, deixando um<br />
elétron em excesso. Teremos a estrutura eletrônica abaixo:<br />
295<br />
Os átomos de Germânio já apresentam<br />
alguns elétrons na faixa de condução.<br />
Os elétrons de excesso vindos do<br />
Antimônio têm muito mais facilidade para passar<br />
a faixa de condução. Aumentando-se o número<br />
de elétrons na faixa de condução teremos maior condutibilidade.
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OBS. :<br />
296<br />
ligações químicas-4<br />
Os elétrons da faixa de condução correspondem aos elétrons livres da<br />
teoria de Drude-Lorentz.<br />
Este aumento de cargas negativas de condução sugeriu o nome de semi-<br />
condutor de tipo-n (n de negativo).<br />
Neste tipo de semi-condutor, a corrente elétrica é feita pelo movimento<br />
de elétrons na faixa de condução.<br />
2º. TIPO: SEMI-CONDUTOR DO TIPO "p"<br />
Suponhamos um cristal de Silício "dopado" com impurezas de Gálio.<br />
Os átomos do Gálio tendem a moldar-se ã estrutura do Silício. Mas, como o<br />
Gálio só possui 3 elétrons na camada externa, deixará um "buraco" disponível para<br />
um elétron.<br />
Um buraco pode ser preenchido<br />
por um elétron de átomo vizinho, Germânio;<br />
porém fica um buraco no Germânio que<br />
poderá ser preenchido por um outro elétron<br />
de um outro átomo. Enfim, podemos dizer<br />
que os buracos é que estão se<br />
movimentando; evidentemente eles se<br />
movimentam para o polo (─) (a esquerda na<br />
figura) até receber o elétron do pólo<br />
negativo. Mas no polo positivo surgem novos<br />
buracos (pela sucção de elétrons) que caminharão para o polo negativo.<br />
O movimento de buracos pode ser interpretado como movimento de<br />
cargas positivas (ausência de elétrons).<br />
Então, o semi-condutor é do tipo-p, pois a corrente elétrica<br />
responsável se deve ás cargas positivas.<br />
Para melhor compreensão<br />
podemos imaginar os buracos como<br />
"vagas" que aparecem num trânsito<br />
congestionado.<br />
Um carro virá ocupar a vaga<br />
surgida, porém deixa em seu lugar uma<br />
outra vaga que provavelmente será<br />
ocupada por outro carro de trás.<br />
Enfim, enquanto os carros, pouco a<br />
pouco, caminham para a frente, as vagas<br />
caminham para trás.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
RETIFICADOR DE CORRENTE<br />
Associação de semi-condutores "dopados" originaram importantes<br />
dispositivos eletrônicos.<br />
Um deles é o retificador de corrente que transforma corrente alternada<br />
em corrente contínua.<br />
mais elétrons.<br />
Trata-se da junção de semi-condutores do tipo-p e do tipo-n.<br />
297<br />
Quando o dispositivo não está<br />
ligado a nenhuma fonte, teremos um<br />
equilíbrio de buracos no tipo-p e<br />
elétrons em excesso no tipo-n.<br />
Agora liguemos as extremidades p ao<br />
polo negativo e n ao polo positivo. Veja no<br />
estudo do semi-condutor tipo p como os<br />
buracos dirigem-se para o polo (─) e aí<br />
eles desaparecem. Agora não aparecem<br />
novos buracos, pois p está em junção<br />
com n e não ligado ao pólo (+).<br />
Fato análogo está acontecendo com o semi-condutor do tipo-n.<br />
Aí os elétrons dirigem-se para o polo (+) mas não existe polo (─) para liberar<br />
Conclusão:<br />
Esta ligação faz com que desapareçam buracos e elétrons e, instantes após a<br />
ligação, nos pólos (+) e (─) não sairão nem entrarão, elétrons. Então, pela junção NÃO<br />
PASSARÃO ELÉTRONS, comportando-se _o dispositivo como um isolante. Dizemos<br />
que ocorreu uma polarização inversa, ou seja, quando p liga-se a (─) e n liga-se a<br />
(+).<br />
Agora vamos inverter os pólos. O<br />
polo (+) vai criando mais buracos enquanto o<br />
polo negativo vai liberando mais elétrons.<br />
Buracos e elétrons caminham em sentido<br />
oposto e encontram-se na junção<br />
"desaparecendo" os buracos e elétrons que se<br />
combinam. Enfim, do polo (─) saem elétrons e<br />
o polo positivo está "sugando" elétrons que<br />
criam novos buracos. Então, há uma forte migração de elétrons do polo (─) para o polo<br />
(+) através dos semi-condutores em junção. Dizemos que nos semi-condutores ocorreu<br />
uma polarização direta ou seja, p ligado a (+) e n ligado a (─).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
298<br />
ligações químicas - 4<br />
O dispositivo que acabamos de descrever é um retificador de corrente<br />
alternada em corrente contínua. Tal dispositivo só deixa passar corrente elétrica num<br />
único sentido, ou seja, do semi-condutor "p" para o "n".<br />
_______________________<br />
TRANSISTORES<br />
_______________________<br />
São dispositivos que vieram substituir válvulas eletrônicas. Uma das funções<br />
da válvula eletrônica é a de amplificar impulsos (sinais) de um circuito. Por exemplo,<br />
as ondas eletromagnéticas que se propagam no espaço produzem impulsos elétricos<br />
numa antena que faz parte do circuito de rádio.<br />
Dentro do aparelho, estes impulsos são amplificados até que possam fazer<br />
vibrar uma membrana do altofalante e transformar-se em ondas sonoras.<br />
Lembremos que:<br />
Um dispositivo que tem a mesma<br />
função da válvula é o transistor. Vamos<br />
descrever aquele que é constituído pela<br />
junção de semi-condutores dopados n-p-n<br />
que são respectivamente chamados de<br />
emissor (E) , base (B) e coletor (C) .<br />
a] POLARIZAÇÃO DIRETA - deixa passar corrente elétrica e a ligação e<br />
"n" ao polo (─) (negativo) e "p" ao polo (+) (positivo).<br />
b) POLARIZAÇÃO INVERSA - não passa corrente e a ligação é "n" ao polo (+)<br />
e "p" ao polo (─)<br />
direta.<br />
base B.<br />
A base B sempre atua como um polo (+) em relação a E que é (─).<br />
A junção EB comporta-se como condutor porque apresenta uma polarização<br />
A base B sempre atua como um polo (─) em relação a C que é (+) .<br />
Então, a junção BC é um isolante, pois trata-se de uma polarização inversa.<br />
Quando o circuito está ligado, elétrons atravessam do emissor E para a<br />
Se a base B é um material de pequeníssima espessura (milésimo de polegada)<br />
não dá tempo de B criar suficiente número de buracos para unir-se com os elétrons<br />
vindos de E.<br />
Então, esses elétrons, na maioria, atravessam a base caindo no coletor.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Aí eles serão atraídos para o pólo (+) . Lembremos que a corrente<br />
elétrica tem sentido contrário do movimento dos elétrons.<br />
Conclusão:<br />
A corrente IB (originada pela união de elétrons e buracos emB) é tão pequena<br />
que praticamente a corrente IE do emissor é igual à corrente Ic do coletor. Em outras<br />
palavras: quase todos os elétrons que vem do emissor atravessam a base e caem<br />
no coletor.<br />
299<br />
Se produzirmos uma pequena<br />
variação ∆I na corrente IE, praticamente a<br />
mesma variação surgirá em IC..<br />
Acontece que IE está num circuito<br />
de baixa tensão, enquanto Ic está num<br />
circuito cerca de 100 vezes a tensão do<br />
emissor. A variação de potência, na<br />
eletricidade, é dada pela fórmula |∆I. U| ;<br />
então, o "sinal" imputado no IE terá uma<br />
potência cerca de 100 vezes mais em IC.<br />
Ha prática utiliza-se um circuito<br />
como indica o esquema.<br />
Existem transistores também do tipo p-n-<br />
p, de funcionamento análogo.<br />
Os transistores vieram substituir as válvulas eletrônicas, por que<br />
apresentavam inúmeras vantagens: pequeno consumo de energia, ai ta eficiência,<br />
minúsculo tamanho e durabilidade quase eterna.<br />
No entanto, não puderam substituir todas as aplicações, pois um transistor<br />
possui uma estreita faixa de temperatura de trabalho e não suporta elevadas<br />
correntes ou tensões.<br />
═══════════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
____________________________________<br />
CÉLULA FOTOELÉTRICA<br />
____________________________________<br />
300<br />
ligações químicas-4<br />
Suponhamos uma junção p-n em polarização inversa. O dispositivo está<br />
intercalado num circuito, mas não há passagem de corrente elétrica.<br />
Lembremos que a luz visível é<br />
constituída de fótons, portadores de<br />
energia. Estes fótons podem incidir sobre<br />
elétrons dos átomos de junção e criar<br />
buracos e elétrons de condução.<br />
0 fenômeno é chamado<br />
fotoelétrico e,enquanto estiver incidindo<br />
luz na junção, buracos caminham ao polo<br />
(─) e elétrons para o polo (+) . Teremos,<br />
então, uma corrente elétrica que somente<br />
cessará quando não houver mais<br />
incidência de luz. Tal dispositivo é muito<br />
usado hoje em dia para ligar lâmpadas de iluminação nas avenidas (somente na<br />
ausência da luz) e abrir portas de estabelecimentos como indica a figura.<br />
Quando o indivíduo passa pelo<br />
corredor, ele "corta" a incidência da luz na<br />
célula fotoelétrica.<br />
Então, existe um dispositivo<br />
elétrico capaz de abrir a porta.<br />
Enfim, existem ainda muitas<br />
aplicações de células fotoelétricas como em<br />
elevadores, máquinas fotográficas , etc.<br />
Não resta dúvida que os semi-condutores vieram revolucionar o campo da<br />
eletrônica. Mais importante é lembrar que não foi uma simples "descoberta" ao acaso<br />
como a de muitos elementos químicos; foi produto de perseverante pesquisa pelo<br />
desenvolvimento de uma teoria que conseguiu prever a possibilidade da construção<br />
dos dispositivos que relatamos, os quais surgiram fundamentados em dados teóricos.<br />
═══════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
301<br />
H CRISTAIS<br />
METÁLICOS<br />
Os átomos dos metais empilham-se para formar o cristal metálico. A ligação<br />
metálica é a responsável pela conservação desses átomos unidos.<br />
para os metais:<br />
Na prática constata-se que existem 3 tipos principais de empilhamentos<br />
A) cúbico de corpo centrado (C.C.C.)<br />
B) cúbico de face centrada (C.F.C.)<br />
C) hexagonal denso (H.C.)<br />
_______________________________________________________________<br />
1. SISTEMA CÚBICO DE CORPO CENTRADO C.C.C.<br />
________________________________________________________________<br />
Examinando um cristal, podemos observar que existe uma posição mínima<br />
que vai se repetindo e constitui o cristal. Essa posição mínima e chamada célula<br />
unitária.<br />
Pedimos ao leitor não comparar a célula unitária de um cristal com célula de<br />
tecido vivo. Enquanto a célula viva é uma porção limitada e real, a célula de um cristal<br />
não existe isoladamente, é a penas uma porção retirada de um cristal, só por<br />
conveniência, para entendermos os diferentes tipos de estruturas cristalinas.<br />
0 sistema cúbico de corpo centrado<br />
é constituído de diversas camadas de<br />
átomos.<br />
Seja a camada A de átomos<br />
Os átomos dessa camada não são<br />
ligados entre si; em outras palavras, eles<br />
não se tocam. No entanto, esses átomos<br />
estão dispostos segundo as posições dos vértices de quadrados.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
letra X.<br />
302<br />
ligações químicas-4<br />
Teremos diversos centros de quadrados imaginários, indicados pela<br />
Vamos agora colocar uma nova<br />
camada de átomos com a mesma disposição<br />
que a cama da já desenhada.<br />
Façamos, porém, com que os novos<br />
átomos fiquem na vertical passando por X.<br />
Chamaremos essa de camada B.<br />
Cada átomo da camada B toca em 4<br />
átomos da camada A e vice-versa. Onde os<br />
átomos se tocam, diremos que ocorre uma<br />
ligação metálica. Na camada B teremos<br />
quadrados , onde os átomos ocupam os<br />
vértices e os centros desses quadrados estão<br />
assinalados por Y.<br />
Colocando-se uma nova camada C<br />
sobre a camada B de modo que os átomos<br />
ocupem a vertical que passa por Y, teremos<br />
uma disposição que coincide com a 1a.<br />
camada (A), situada no plano inferior.<br />
Em outras palavras; os átomos<br />
da camada C estão na mesma vertical dos<br />
átomos da camada A.<br />
Para o leitor visualizar melhor a<br />
estrutura, tente fazer o empilhamento<br />
utilizando-se botões em sua casa.<br />
Cada átomo da camada C encosta-se<br />
a 4 átomos da camada B e vice-versa.<br />
A célula unitária é uma porção<br />
mínima que, repetida em todas as direções espaciais, reproduz o cristal em questão.<br />
átomos<br />
A célula unitária tem:<br />
a) um átomo central inteiro<br />
b) 1/8 de átomo em cada vértice do cubo.<br />
Equivale a dizer que o volume da célula unitária é ocupado por 2
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
apareceu o nome desse sistema.<br />
Para tornar-se mais explícito no estudo das<br />
estruturas cristalinas, desenha-se o retículo<br />
cristalino. São figuras geométricas espaciais onde,<br />
nos vértices, estão os centros dos átomos no cristal<br />
verdadeiro.<br />
Para o sistema em estudo C.C.C., pode-se<br />
imaginar que a célula unitária é um cubo com<br />
átomos nos vértices e no centro. Por essa razão,<br />
Se o leitor fez o empilhamento de botões, percebeu que todos os botões<br />
ocupam posições equivalentes. Pode-se considerar que o botão está no centro ou<br />
no vértice do cubo imaginário.<br />
Assim, todos os átomos possuem posições equivalentes. Cada átomo do<br />
C.C.C. está encostado em 8 átomos; quatro do plano superior e 4 do plano inferior.<br />
de coordenação.<br />
Dizemos que o número de coordenação é 8, nesse sistema.<br />
0 número de átomos que se encosta num átomo genérico é chamado número<br />
Cristalizam-se nesse sistema os metais alcalinos , Ba, Cr, Mo, etc. Os não<br />
metais não se cristalizam nesse sistema.<br />
________________________________________________________________<br />
2. SISTEMA CÚBICO DE FACE CENTRADA (C.F.C.)<br />
_________________________________________________________________<br />
303<br />
Já vimos este sistema quando<br />
estudamos o cristal de NaCl.<br />
Muitos metais cristalizam-se nesse<br />
sistema. No retículo cristalino desse sistema,<br />
os átomos ocupam os vértices e os centros das<br />
faces do cubo.<br />
Vejamos quantos átomos ocupam o<br />
volume da célula unitária.<br />
a) Átomos das faces = 1/2 átomo 6 x 1/2 = 3 átomos.<br />
b) Átomos dos vértices =1/8 átomo 8 x 1/8 = 1 átomo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Então, o volume da célula unitária é ocupado por 4 átomos.<br />
304<br />
ligações químicas-4<br />
Ao lado esta desenhada a célula<br />
unitária real do sistema C. F. C.<br />
Veja o átomo X da face superior. Está<br />
desenhado apenas "meio átomo". Se<br />
imaginarmos o átomo X inteiro, podemos<br />
concluir que existem nele encostados:<br />
C.F.C. é 12.<br />
a) 4 átomos inferiores<br />
b) 4 átomos da mesma camada<br />
c) 4 átomos superiores<br />
O número de coordenação do sistema<br />
Cristalizam-se neste sistema Ca, Sr,<br />
Cu, Ag, Pd, etc. Dos não metais, apenas os gases nobres com 8 elétrons periféricos<br />
cristalizam-se neste sistema.<br />
_________________________________________________________<br />
2. SISTEMA HEXAGONAL COMPACTO - H.C.<br />
_________________________________________________<br />
É também denominado hexagonal<br />
denso, estando os átomos numa disposição a<br />
mais compacta possível.<br />
Não desenharemos a célula unitária,<br />
pois difícil seria a sua visualização no cristal.<br />
desse sistema.<br />
Vamos examinar o retículo cristalino<br />
À primeira vista tem-se a impressão<br />
que existem átomos em diferentes posições<br />
espaciais. Logo, o leitor perceberá que qualquer<br />
átomo ocupa uma posição equivalente dos<br />
outros.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
305<br />
Para se entender melhor esse<br />
sistema, vamos imaginar que estamos<br />
empilhando laranjas de modo que a 1ª.<br />
camada tenha laranjas na mesma vertical que<br />
a 3a., 5a., 7a., etc e também que a 2a. cama<br />
da seja "paralela" ã 4a., 6a., 8a., etc.<br />
Desenhemos apenas a 1ªa., 2a. e 3a.<br />
camadas numa vista lateral.<br />
Seccionemos a 2a. camada num<br />
plano horizontal e olhemos apenas 3 desses<br />
átomos seccionados, da posição vertical.<br />
Veremos, assim, os 3 átomos<br />
seccionados, do topo (foi excluída a 3a.<br />
camada).<br />
Um átomo da 1ª. camada encosta-se<br />
a 3 átomos seccionados. O mesmo átomo (da<br />
1ª. camada) encosta-se a 6 átomos vizinhos<br />
dessa camada . 0 mesmo átomo ainda deve<br />
estar encostado a 3 outros átomos da camada abaixo da 1ª. camada, num cristal<br />
real.<br />
Então, cada átomo encosta-se a:<br />
- 6 átomos da mesma camada<br />
- 3 átomos de camada anterior<br />
- 3 átomos da camada posterior<br />
O número de coordenação do sistema HC é 12.<br />
Cristalizam-se nesse sistema: Be, Mg, Zn, Cd, Sc, etc. Alguns não metais<br />
como: Se, Te, cristalizam-se nesse sistema.<br />
Quando os átomos se "encostam" para formar os cristais é que surgem as<br />
ligações metálicas onde o elétron pode locomover-se de átomo para átomo com um<br />
mínimo de energia.<br />
Portanto, o estado metálico só se encontra em sólidos e líquidos (quando os<br />
átomos se encostam).<br />
Isto equivale afirmar que o vapor de mercúrio, de sódio ou de qualquer<br />
"metal" não apresenta ligação metálica.<br />
Atualmente, prefere-se perguntar se o elemento está ou não no ESTADO<br />
METÁLICO a perguntar se é ou não um metal.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
coordenada?<br />
acentuado?<br />
EXERCÍCIOS<br />
306<br />
ligações químicas-4<br />
(310) Qual das seguintes substâncias possui ligação covalente<br />
a) hidrogênio c) cloreto de potássio<br />
b) cloreto de amônio d) argônio<br />
(Poli-66)<br />
(311) Qual das seguintes substâncias apresenta caráter iônico mais<br />
a) H - H<br />
b) H - F d) H2S<br />
c) H - I e) H2Se<br />
(Poli-68)<br />
(312) 0 oxido de magnésio e o fluoreto de sódio possuem a mesma estrutura<br />
cristalina. A dureza e o ponto de fusão do oxido de magnésio são, no entanto, mais<br />
elevados do que os do fluoreto de sódio. Quais os fatores que justificam tais<br />
diferenças?<br />
(Poli-68)<br />
(313) Sabe-se que a molécula da água S polar. Citar dois fatores<br />
responsáveis por essa polaridade.<br />
solução iônica.<br />
(Poli-68)<br />
(314) Uma substância covalente, por dissolução em água, nunca produz<br />
(EE Mauá-68)<br />
(315) 0 ácido fluorídrico não se encontra completamente dissociado em<br />
solução aquosa. Esse comportamento:<br />
a) é devido a grande volatilidade do flúor<br />
b) e explicado pela existência da molécula (HF)n<br />
c) está relacionado com a grande reatividade do flúor<br />
d) não pode ser explicado<br />
(FEI-68)<br />
(316) É característica de todos os sólidos o fato de apresentarem<br />
a) densidade maior do que a dos líquidos<br />
b) grade cristalina<br />
c) pressão de vapor menor do que a dos líquidos<br />
d) temperatura de fusão maior do que a da água<br />
(FEI-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(317) São solúveis em sulfato de carbono:<br />
a) fósforo branco e carbono<br />
b) enxofre e fósforo vermelho<br />
c) iodo e fósforo branco<br />
d) iodo e silício<br />
307<br />
(FEI-68)<br />
(318) Sabe-se que as moléculas de NH3 tem a forma de uma pirâmide<br />
trigonal, sendo a base constituída pelos três átomos de hidrogênio; sabe-se também<br />
que o ângulo entre as ligações H-N-H é de aproximadamente 106° e que a temperatura<br />
de ebulição da amônia é de -33,4°C. Considerando a trietilamina, composto derivado<br />
da amônia pela substituição dos átomos H por radicais etila, indicar qual de verá ser a<br />
forma geométrica das moléculas da trietí1amina , o ângulo aproximado entre as<br />
ligações C-N-C, bem como a temperatura provável de ebulição da trietilamina. Uma<br />
das possibilidades abaixo e a correta. Qual é?<br />
a) tetraedro regular, 106°, -60°C<br />
b) pirâmide trigonal, 106°, 89,5°C d) tetraedro regular,109°29', 89,5°C<br />
c) triangular plana, 120°, 89,5°C e) pirâmide trigonal, 106°, -60°C<br />
(CESCEM-66)<br />
(319) Os compostos H2S, H2Se, H2Te são gasosos nas condições normais de<br />
pressão e temperatura. A água, H2O, ferve a 100°C. Este ponto de ebulição anormal da<br />
água em relação aos demais hidretos dos elementos da mesma família que o<br />
oxigênio, é uma conseqüência:<br />
a) do baixo peso molecular da água<br />
b) da baixa condutividade elétrica da água<br />
c) das ligações covalentes existentes na molécula da água<br />
d) da estabilidade das ligações da molécula da água<br />
e) das pontes de hidrogênio existentes entre as moléculas de água<br />
(CESCEM-66)<br />
(320) Uma maneira de provar experimentalmente que uma substância é<br />
iônica consiste em:<br />
a) mostrar que seu ponto de fusão é elevado<br />
b) mostrar que ela não dissolve em solventes polares<br />
c) mostrar que, quando dissolvida em água, ela irá abaixar o ponto<br />
de congelação do solvente puro<br />
d) mostrar que ela conduz a corrente elétrica se dissolvida em<br />
água ou no estado fundido<br />
e) mostrar que ela e solúvel em solventes polares<br />
(CESCEM-68)<br />
(321) A molécula de água tem uma configuração linear H - 0 -H PORQUE na<br />
formação da molécula da água participam os orbitais 2p.do átomo de oxigênio<br />
(CESCEM-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
308<br />
ligações químicas -4<br />
(322) Em virtude da posição do bromo e do cloro na Tabela Periódica, qual<br />
seria a melhor representação da distribuição de cargas na molécula do composto<br />
BrCl? (observação: bromo à esquerda e cloro à direita).<br />
(CESCEM-68)<br />
(323) Cloreto de hidrogênio liquefeito conduz a corrente elétrica PORQUE o<br />
cloreto de hidrogênio liquefeito forma uma molécula polar.<br />
(CESCEM-68)<br />
(324) Sejam os compostos: C2H5.NH2, C2H5.OH e NH2CH2.CH2.OH. Os pontos<br />
de ebulição destes três compostos crescem na seguinte sequência:<br />
coincidentes.<br />
a) NH2.CH2.CH2.0H / C2H5.NH2 / C2H5.0H<br />
b) NH2.CH2.CH2.0H / C2H5.OH / C2H5.NH2<br />
c) C2H5.0H / C2H5.NH2 / NH2.CH2.CH2.OH<br />
d) C2H5.NH2 / C2H5.OH / NH2.CH2.CH2.OH<br />
e) os três compostos devem ter pontos de ebulição praticamente<br />
(CESCEM-68)<br />
(325) Para que um solvente provoque a ionização dos compostos nele<br />
dissolvidos, a característica mais importante do solvente seria:<br />
a) existir como um liquido nas condições ambientes<br />
b) possuir um alto momento dipolar<br />
c) ter uma baixa constante dielétrica<br />
d) ser um bom condutor de eletricidade<br />
e) possuir uma densidade elevada<br />
(CESCEM-68)<br />
As questões 326 e 327 são precedidas de uma afirmação. Escolha a<br />
melhor explicação experimental e a melhor explicação teórica para esta<br />
afirmação.<br />
Afirmação - Embora o tetracloreto de carbono, composto covalente,<br />
seja formado por dois elementos de eletronegatividades diferentes, sua<br />
molécula não é polar.<br />
gorduras<br />
(326) A melhor evidência experimental para esta afirmação é:<br />
a) o tetracloreto de carbono é um líquido que dissolve graxas e<br />
b) o átomo de carbono possui, na última camada, uma estrutura<br />
eletrônica do tipo s 2 p 2 e o de cloro possui, na última ca-
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
mada, uma estrutura eletrônica do tipo s 2 p 5<br />
c) as moléculas do tetracloreto de carbono não se orientam , quando<br />
colocadas no meio de um campo elétrico.<br />
d) a estrutura do tetracloreto de carbono é do tipo sp 3 e, consequentemente,<br />
os dipolos existentes se anulam por ser a molécula simétrica.<br />
e) a estrutura do tetracloreto de carbono é plana, estando os quatro átomos<br />
de cloro situados nos vértices de um quadrado e, consequentemente, sendo a<br />
molécula simétrica, os dipolos das ligações C-Cl se anulam<br />
(327) A melhor evidencia teórica para esta afirmação é:<br />
309<br />
CESCEM-68)<br />
a) o tetracloreto de carbono é um liquido que dissolve graxas e gorduras<br />
b) o átomo de carbono possui, na ultima camada, uma estrutura eletrônica<br />
do tipo s 2 p 2 e o de cloro possui, na última camada, uma estrutura eletrônica do<br />
tipo s 2 p<br />
c) as moléculas do tetracloreto de carbono não se orientam , quando<br />
colocadas no meio de um campo elétrico<br />
d) a estrutura do tetracloreto de carbono é do tipo sp 3 e,consequentemente,<br />
os dipolos existentes se anulam por ser a molécula simétrica.<br />
e) a estrutura do tetracloreto de carbono é plana, estando os quatro átomos<br />
de cloro situados nos vértices de um quadrado e, consequentemente, sendo a<br />
molécula simétrica, os dipolos das ligações C-Cl se anulam.<br />
(CESCEM-68)<br />
As questões de nos. 328 a 333 estão relacionadas com os cinco tipos de<br />
ligação abaixo mencionados. Em cada questão, escolha um dos tipos de ligação que<br />
apresente maior relação com a mesma. Cada tipo de ligação pode ser usado uma vez,<br />
mais de uma vez ou nenhuma vez.<br />
gelo?<br />
hidrogênio?<br />
magnésio?<br />
a) ligação covalente polar<br />
b) ligação covalente pura<br />
c) ligação metálica<br />
d) ligação iônica<br />
e) ligação através de pontes de hidrogênio<br />
(328) Qual a ligação existente entre os átomos de uma molécula de bromo?<br />
(329) Qual a ligação existente entre as moléculas de água num cristal de<br />
(330) Qual a ligação existente entre os átomos da molécula de iodeto de<br />
(331) Qual a ligação existente entre os átomos de magnésio num cristal de
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
magnésio?<br />
fósforo , P4?<br />
310<br />
ligações químicas-4<br />
(332) Qual a ligação existente entre os átomos num cristal de oxido de<br />
(333) Qual a ligação existente entre os átomos numa molécula , de<br />
(CESCEM-68)<br />
(334) Quando se acrescentam alguns cristais de iodo a um tubo de ensaio<br />
que contém água e tetracloreto de carbono, depois de estabelecido o equilíbrio nota-<br />
se que:<br />
solução<br />
a) o iodo permanece insolúvel no fundo do tubo<br />
b) o iodo, a água e o tetracloreto de carbono formam uma única<br />
c) o iodo dissolveu-se exclusivamente na água<br />
d) o iodo dissolveu-se exclusivamente no tetracloreto de carbono<br />
e) o iodo distribui-se entre a água e o tetracloreto de carbono .<br />
(CESCEM-68)<br />
(335) A ligação existente entre as moléculas de iodo é devida a forças de Van<br />
der Waals PORQUE o iodo é um sólido à temperatura ambiente.<br />
(CESCEM-69)<br />
(336) Sabendo-se que as distâncias interatômicas de CI2 e de H2 são,<br />
respectivamente, 1,988 Angstrons e 0,746 Angstrons, podemos prever que a<br />
distância interatomica na molécula de HC1 será:<br />
a) exatamente 2,734 Angstrons<br />
b) aproximadamente 2,734 Angstrons<br />
c) exatamente 1,367 Angstrons<br />
d) aproximadamente 1,367 Angstrons<br />
e) é impossível fazer qualquer previsão<br />
(CESCEM-69)<br />
(337) Qual dos seguintes cloretos é provavelmente o mais volátil?<br />
a) CCl4 d) SnCl4<br />
b) SiCI4 e) PbCl4<br />
c) GeCl4<br />
(CESCEM-69)<br />
Associar as alternativas abaixo com as questões de 338 a 341.<br />
a) molécula polar, linear<br />
b) molécula não polar, linear<br />
c) molécula polar, angular<br />
d) molécula tetraédrica, não polar<br />
e) nenhuma das alternativas anteriores
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(338) Dióxido de carbono.<br />
(339) Sulfeto de hidrogênio.<br />
(340) Trifluoreto de boro.<br />
(341) Iodeto de hidrogênio.<br />
311<br />
(CESCEM-69)<br />
As duas questões seguintes estão relacionadas com o esquema abaixo que<br />
representa, em escala, a posição relativa dos centros dos átomos de iodo situados num<br />
mesmo plano dentro de um cristal de iodo elementar sólido (I2).<br />
distancia:<br />
(342) 0 raio de Van der Waals do átomo de iodo corresponde à<br />
a) X<br />
b) X/2 d) Y/2<br />
c) Y e) Z/2<br />
(343) 0 raio covalente do átomo de iodo corresponde à distância:<br />
a) X<br />
b) X/2 d) Y/2<br />
c) Y e) Z/2<br />
(CESCEM-69)<br />
(344) O esquema abaixo representa a posição relativa dos centros dos íons<br />
Na + e Cl - situados no mesmo plano dentro do cristal de NaCl.<br />
Considerando-se as dimensões X e Y (assinaladas no esquema) , são<br />
corretas as seguintes afirmações:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
1) X corresponde `a soma dos raios do cátion e do ânion<br />
2) Y corresponde ao dobro do raio do ânion<br />
3) Y é maior que o dobro do raio do cátion<br />
4) X corresponde ao dobro do raio do ânion<br />
312<br />
(CESCEM-69)<br />
(345) Sabe-se que as distâncias carbono-carbono valem, na molécula de<br />
etano, 1,54 Angstrons, na molécula de etileno, 1,34 Angstrons e na do acetileno 1,20<br />
Angstrons. Com base nestes dados e levando em conta a distribuição dos átomos de<br />
carbono na estrutura atualmente aceita do anel benzênico, pode-se estimar que as<br />
distâncias carbono-carbono na molécula de benzeno são as seguintes:<br />
Questões 346 a 349.<br />
Nos compostos acima representados, entre os átomos de carbono<br />
assinalados X e Y, existem exclusivamente ligações.<br />
(346) sp 3 - sp 3<br />
(347) sp 2 - sp 3<br />
(348) sp - sp 2<br />
(349) sp - sp 3<br />
(350) São moléculas polares:<br />
a) HC1 e CH4 c) O2 e HCC13<br />
b) H20 e NH3 d) CO2 e H202<br />
(CESCEM-69)<br />
(FM Santa Casa-66)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(351) O cloro é elemento mais eletronegativo que o carbono; assim o<br />
tetracloreto de carbono e molécula que se caracteriza por:<br />
a) ter grande momento dipolar<br />
b) não ter momento dipolar<br />
c) ter momento dipolar médio<br />
313<br />
(FM Santa Casa-67)<br />
(352) A substância líquida X tem maior momento dipolar que a substância<br />
líquida Y. 0 ponto de ebulição de X é:<br />
a) igual ao ponto de ebulição de Y<br />
b) maior que o ponto de ebulição de Y<br />
c) menor que o ponto de ebulição de Y<br />
(FM Santa Casa-67)<br />
0 ácido desoxirribonucleico (DNA é componente essencial de todas as células.<br />
Ele é constituído por duas "filas" formadas cada uma, de muitas unidades<br />
denominadas nucleotídeos. No desenho abaixo está esquematizado um trecho das 2<br />
"filas" unidas uma à outra por um tipo de ligação química importante em<br />
bioquímica:<br />
denominada:<br />
(353) Esta ligação, representada no desenho por linhas pontilhadas, é<br />
a) covalência dativa<br />
b) forças de Van der Waals c) pontes de hidrogênio<br />
(FM Santa Casa-67)<br />
(354) As moléculas de N≡N e HC≡CH são isoeletrônicas e ambas incorporam<br />
uma tríplice ligação. Pelo conhecimento de estrutura eletrônica do nitrogênio<br />
assinale qual a geometria do acetileno?<br />
a) tetraédrica regular<br />
b) bipirâmide trigonal d) linear<br />
c) octaédrica e) triangular equilateral<br />
(FM Santa Casa-68)<br />
(355) Na molécula da água as ligações entre os hidrogênios e o oxigênio<br />
........... totalmente covalentes. Isto porque o oxigênio é ........... do que o<br />
hidrogênio; assim sendo a água e molécula .............<br />
a) não são; mais eletronegativo; polar d) não são; maior; polar<br />
b) são; menos eletronegativo; polar<br />
c) não são; maior; não polar e) são; menor; não polar<br />
(FM Santa Casa-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
314<br />
ligações químicas-4<br />
(356) Nos compostos de fórmula geral R-NO2, onde R é um radical<br />
alcoila ou arila, podemos dizer que:<br />
a) o nitrogênio se liga a um oxigênio por covalência e ao outro por<br />
eletrovalência<br />
b) os 2 oxigênios se unem ao nitrogênio por eletrovalência<br />
c) um dos oxigênios se une por ligação covalente e o outro por ligação<br />
semi-polar ou dativa<br />
d) uma das ligações com o oxigênio é feita através de 2 elétrons do<br />
átomo de nitrogênio<br />
e) as alternativas c e d estão corretas<br />
(FM Santa Casa-68)<br />
(357) Indicar a ordem crescente de polaridade das ligações entre os<br />
dois átomos dos seguintes grupos:<br />
H-F H-C H-0 H-Br<br />
I II III IV<br />
a) I, II, III, IV<br />
b) I, III, IV, II d) II, III, I, IV<br />
c) IV, III, II, I e) II, IV, III, I<br />
(FM Santa Casa-68)<br />
(358) Compostos formados por ligações. . ... . são, em geral, sólidos de<br />
elevado ponto de fusão, insolúveis em solventes orgânico e que conduzem a corrente<br />
elétrica quando fundidos ou em solução.<br />
Ao contrário, as substâncias que contem somente ligações .......<br />
são,usualmente, gases, líquidos ou sólidos de baixo ponto de fusão, solúveis<br />
em solventes orgânicos e não conduzem a eletricidade no estado liquido ou em<br />
solução:<br />
a) covalentes; eletrovalentes<br />
b) covalentes; íonicas d) íonicos; eletrovalentes<br />
c) eletrovalentes; covalentes e) eletrovalentes; íonicas<br />
(FM Santa Casa-68)<br />
(359) Se um determinado sal for adicionado a um solvente cuja constante<br />
dielétrica a 18 graus centígrados é igual a 80, a ionização do sal será<br />
aproximadamente igual a 40%. Se o dobro do mesmo soluto for adicionado a um<br />
solvente cuja constante dielétrica é igual a 22, a 18 graus centígrados, podemos<br />
afirmar que a porcentagem do sal a sofrer ionização será:<br />
a) igual a 80% d) menor do que 40%<br />
b) maior do que 40% e) maior do que 80%<br />
c) cerca de 20%<br />
(FM Santa Casa-69)<br />
(360) Quais dos fatos abaixo indicam que o arsênío é elemento mais<br />
eletropositivo que o fósforo.<br />
a) ASH3 é menos estável que PH3<br />
b) ASH3 é um agente redutor mais forte que o PH3<br />
c) o composto As(OH)3 pode ser convertido em íons positivos por<br />
ácido forte. Tal fato não acontece com o composto P(OH)3<br />
d) todos acima<br />
e) apenas os citados em a e c.<br />
(FM Santa Casa-69)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
dizer:<br />
(361) Em relação ao ponto de fusão dos compostos abaixo, podemos<br />
a) A e B apresentam o mesmo peso molecular, portanto possuem ponto de<br />
fusão iguais<br />
b) A tem maior ponto de fusão porque ocorre ponte de hidrogênio nos<br />
radicais oxidrila e ácido<br />
c) A tem maior ponto de fusão porque forma polímeros por pontes de<br />
hidrogênio entre as moléculas<br />
d) B tem maior ponto de fusão porque forma polímeros por pontes de<br />
hidrogênio entre suas moléculas<br />
e) B tem maior ponto de fusão porque seu radical ácido, por estar<br />
distanciado da oxidrila, é muito ativo e apresenta-se sob forma iônica.<br />
(362) Apresentam propriedades para-magnéticas os átomos:<br />
315<br />
(FM Santa Casa-69)<br />
a) que são atraídos por um campo magnético possuem elétrons<br />
não pareados<br />
b) repelidos por um campo magnético possuem elétrons não pareados<br />
c) repelidos por um campo magnético possuem todos os elétrons pareados<br />
d) que não formam íons complexos<br />
e) que são atraídos por um campo magnético por terem elétrons pareados<br />
(FM Santa Casa-69)<br />
(363) 0 fósforo branco não conduz a corrente elétrica PORQUE é formado de<br />
moléculas Pi, tetraédricas, cujos átomos ligam-se entre si por intermédio de<br />
ligações covalentes.<br />
(MEDICINA Santos-68)<br />
(364) 0 líquido Q é um solvente polar e o líquido R e um solvente não polar.<br />
Devemos esperar que:<br />
a) ambos sejam miscíveis com um outro liquido T<br />
b) o líquido Q seja miscível com água<br />
c) ambos sejam miscíveis entre si<br />
d) nenhum deles seja miscível com CCl4,<br />
e) NaCl seja solúvel tanto em Q como em R<br />
(MEDICINA Santos-68)<br />
(365) Os elementos Q e T estão bastante separados na escala de<br />
eletronegatividade. Isto indica que no composto QT:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
316<br />
ligações químicas-4<br />
a) Q e T são elementos cujos números atômicos estão muito afastados<br />
b) o calor de formação tem um valor muito baixo<br />
c) a ligação ê do tipo covalente coordenado<br />
d) a ligação é predominantemente do tipo covalente pura<br />
e) a ligação S do tipo iônico<br />
(366-A) A questão seguinte refere-se à seguinte tabela:<br />
a) iônica<br />
b) devida, exclusivamente, a forças de Van der Waals<br />
(MEDICINA Santos-68)<br />
c) molecular, com pares de átomos ligados covalentemente, mas as<br />
moléculas ligadas entre si por forças intermoleculares fracas<br />
d) idêntica à existente no diamante, com os átomos ligados por<br />
covalência para formar uma molécula gigante<br />
e) nenhuma das respostas anteriores<br />
A questão seguinte refere-se à seguinte tabela:<br />
(MEDICINA Santos-68)<br />
O gráfico que exprime corretamente a variação dos pontos de ebulição dos<br />
hidretos da família do nitrogênio e no qual as abscissas representam os hidretos em<br />
número crescente de número atômico e as ordenadas a temperatura em graus<br />
centígrados é:<br />
(367) 0 ponto de ebulição da amônia é anômalo em relação ao dos demais<br />
hidretos da família do nitrogênio e esse comportamento e devido ao seguinte fato:<br />
a) a amônia se decompõe termicamente com muita dificuldade<br />
b) existem pontes de hidrogênio entre as moléculas de amônia<br />
c) as ligações na molécula de amônia são muito estáveis<br />
d) a amônia tem baixa condutividade elétrica<br />
e) a amônia possui pares eletrônicos não compartilhados<br />
(MEDICINA Santos-68)<br />
(368) No CH4, (ligação sp 3) os ângulos H-C-H valem 109°28' PORQUE este<br />
valor corresponde a deixar cada par eletrônico o mais afastado possível dos outros<br />
elétrons.<br />
(MOGI-69)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(369) Considerando-se os cloretos, KC1 , BaCl2, BiCl3 e HgCl2 pode-<br />
se dizer que do KC1 ao HgCl2 tem-se:<br />
a) a energia interna, a estabilidade e o caráter molecular crescem<br />
b) a estabilidade e o caráter iônico diminuem e a energia interna aumenta<br />
c) o calor de formação, a energia interna e o caráter molecular diminuem<br />
d) a energia interna, o calor de formação e a estabilidade aumentam<br />
e) nenhuma das afirmações acima<br />
317<br />
(MOGI-69)<br />
(370) Considerando-se os calcogenetos de hidrogênio H20 , H2S e<br />
H2Set, pode-se dizer que do H20 ao H2Se tem-se:<br />
a) momento dipolar, calor de formação e estabilidade diminuem<br />
b) reatividade e poder redutor aumentam e ionização diminui<br />
c) peso molecular, densidade aumenta e caráter molecular diminui<br />
d) polarização, caráter iônico e energia interna aumentam<br />
e) nenhuma das respostas acima<br />
(MOGI-69)<br />
(371) A tabela abaixo apresenta algumas características dos<br />
cristais sólidos A, B, C e D, baseados nas quais pode-se afirmar:<br />
a) metal, covalente, molecular, iônico<br />
b) iônico, molecular, covalente, metal<br />
c) molecular, iônico, covalente, metal<br />
d) molecular, iônico, metal, covalente<br />
e) covalente, iônico, molecular, metal<br />
(MOGI-69)<br />
(372) Entre as placas de um condensador há hidrogênio que é retirado e<br />
substituído por oxigênio. Nesta operação pode-se dizer que a constante dielétrica:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
a) permanece inalterável, praticamente<br />
b) diminui<br />
c) aumenta<br />
d) nada se pode afirmar<br />
e) nenhuma das respostas acima<br />
318<br />
ligações químicas-4<br />
(MOGI-69)<br />
(373) 0 ponto de ebulição do criptônio é superior ao do argônio PORQUE as<br />
forças de Van der Waals no criptônio são maiores.<br />
(MOGI-69)<br />
(374) Qual dos compostos abaixo é o melhor exemplo de sólido constituído<br />
de pequenas moléculas que se atraem por forças do tipo Van der Waals?<br />
a) CaO<br />
b) H20 d) SiO2<br />
c) Na20 e) CO2<br />
(ITA-64)<br />
(375) Qual dos compostos abaixo é o melhor exemplo de sólido onde todo<br />
cristal pode ser considerado uma simples molécula?<br />
a) C02 (gelo seco) d) CaO (cal viva)<br />
b) Si02 quartzo) e) S8 (enxofre sólido)<br />
c) NaCl (sal gema)<br />
(ITA-64)<br />
(376) Qual das afirmações abaixo relativas à natureza das ligações<br />
químicas é FALSA?<br />
a) todas as ligações químicas têm em comum que elétrons são<br />
atraídos simultaneamente por dois núcleos positivos<br />
b) ligações químicas em geral tem um caráter intermediário entre a<br />
ligação covalente pura e a ligação iônica pura<br />
c) uma ligação química representa um compromisso entre forças<br />
atrativas e repulsivas<br />
espaço<br />
d) ligações metálicas são ligações covalentes fortemente orientadas no<br />
e) uma ligação covalente implica no "condomínio" de um par da<br />
elétrons por dois átomos<br />
(ITA-64)<br />
(377) Qual dos compostos abaixo é o melhor exemplo de substância<br />
com "pontes de hidrogênio" na fase líquida?<br />
a) H20 d) H2S<br />
b) CH4 e) PH3<br />
c) HI (ITA-64)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(378) Qual das seguintes afirmações, referentes à substância pura<br />
CaCl2, é FALSA?<br />
íons de cloro<br />
a) é pouco solúvel em benzeno<br />
b) é um sólido cristalino<br />
c) no estado sólido é mau condutor da eletricidade<br />
d) em solução aquosa contem igual número de íons de cálcio e<br />
e) conduz a eletricidade em solução aquosa devido ao movimento dos<br />
íons positivos de cálcio e íons negativos de cloro<br />
dativa)<br />
ambientes:<br />
(379) A estrutura do anidrido sulfuroso é:<br />
319<br />
(ITA-66)<br />
(cada traço equivale a um par de elétrons e a seta a uma ligação<br />
(380) Na grade cristalina de ferricianeto de potássio<br />
K3[ Fe(CN)6] existem:<br />
a) cátions K + , cátions Fe + + + e ânions CN ‾<br />
b) cátions K + , cátions Fe ++ e ânions CN‾<br />
c) cátions K + e ânions [Fe(CN)6]‾ ‾ ‾<br />
d) cátions K + , cátions Fe + + + e moléculas (CN)2<br />
e) moléculas K3[Fe(CN)6]<br />
(381) Qual das seguintes fórmulas eletrônicas é incorreta?<br />
a) cloridreto, HC1<br />
b) amoníaco, NH3<br />
c) trifluoreto de boro, BF3<br />
d) água, H20<br />
e) ácido hipocloroso, HC10 (ITA-67)<br />
(ITA-66)<br />
(ITA-66)<br />
(382) Usualmente os compostos iônicos se apresentam em condições<br />
a) no estado liquido<br />
b) no estado gasoso d) nos três estados de agregação<br />
c) no estado sólido (EEU Mackenzie-64)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
320<br />
ligações químicas-4<br />
(383) Dois elementos A c B separados por grande distância na série de<br />
reatividade química e de números atômicos 11 e 16, respectivamente se combinam<br />
dando:<br />
a) composto molecular e de fórmula AB2<br />
b) composto molecular e de fórmula A2B<br />
c) composto iônico e de fórmula A2B<br />
d) composto iônico e de fórmula A2B3<br />
(EE S.Carlos-67)<br />
(384) Classifique, entre as substâncias abaixo, as que têm caráter covalente<br />
e as que têm caráter iônico:<br />
(385) Um elemento metálico M forma um óxido de fórmula M2O. A<br />
fórmula do seu cloreto será provavelmente:<br />
a) MCI3 c) M2C1<br />
b) MCI2 d) MCI<br />
(Filosofia USP-67)<br />
(386) A ligação química existente entre os átomos de iodo e<br />
hidrogênio no iodeto de hidrogênio é, predominantemente:<br />
a) iônica c) metálica<br />
b) covalente d) dativa<br />
(Geologia USP-67)<br />
(387) Um elemento metálico M forma um óxido de fórmula M2O3.A<br />
fórmula do seu cloreto será provavelmente:<br />
a) MC12 c) M2 Cl3<br />
b) MCI3 d) M3 Cl<br />
(388) Dos elementos abaixo, o mais eletronegativo é:<br />
a) B c) O<br />
b) S d) He e) N<br />
(389) Considerando as seguintes substâncias:<br />
(Geologia USP-67)<br />
(Campinas-67)<br />
a) CHH b) HF c) SiH4 d) NaH e) H2S<br />
a que apresenta em todos os estados físicos um número considerável<br />
de pontes de hidrogênio é ..........
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
tabela :<br />
As questões 390, 391 e 392 utilizam as informações da seguinte<br />
SUBSTÂNCIA P.F. °C P.E. °C<br />
a) argônio -189,4 -185,9<br />
b) CC14 -22,9 -76,7<br />
c) NH3 77,7 -33,38<br />
d) RbBr 681 1351<br />
e) C diamante acima de 3500 cerca de 4300<br />
(390) A substância que forma ligação predominantemente iônica é.......<br />
(391) A substância que apresenta forças de atração intermolecular<br />
do tipo de Van der Waals mais fracas é ...........<br />
(392) A substancia que apresenta fórmulas gigantes é ......<br />
321<br />
(Campinas-67)<br />
(393) 0 tipo de ligação formado quando dois átomos compartilham<br />
um par de elétrons é chamado de:<br />
porque:<br />
a) iônica c) eletrovalente<br />
b) covalente d) dupla<br />
(Ciências Biológicas USP-68)<br />
(394) A água é um melhor solvente para sais do que o benzeno<br />
a) água forma Tons H3O + quando adicionada a ácidos<br />
b) a polaridade das moléculas da água tende a suplantar as<br />
atrações entre os íons do sal.<br />
benzeno<br />
ligação:<br />
c) as moléculas da água possuem maior energia que as moléculas do<br />
(Ciências Biológicas USP-68)<br />
(395) Nas moléculas H2, HF e HI apresenta maior caráter covalente a<br />
a) H - F<br />
b) H - H<br />
c) H - I<br />
(396) A molécula do cloreto de amônio contêm:<br />
a) 4 covalências e 2 coordenações<br />
b) 2 eletrovalências e 3 covalências<br />
(FEF Armando Álvares Penteado-68)<br />
c) 3 covalências, 2 coordenações e 1 eletrovalência<br />
d) 3 covalências, 1 coordenação e 1 eletrovalência<br />
e) 3 covalências e 1 eletrovalência<br />
(UFRJ-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
322<br />
ligações químicas-4<br />
(397) A ponte de hidrogênio é uma ligação tão forte quanto a<br />
covalência PORQUE ambas se produzem do mesmo modo.<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(398) Qual o momento dipolar de uma molécula cuja distancia entre os<br />
centros de carga é de 2 Angstrons, sendo as cargas iguais a 4,8.10‾ 10 unidades<br />
eletrostáticas C.G.S.?<br />
a) 9,6 D<br />
b) 9, 6xl0‾ 18 D d) 9,6x10‾ 10 D<br />
c) 4,8x10‾ 10 D e) nenhuma das respostas citadas<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(399) Nos grupamentos abaixo qual não apresenta o tipo de<br />
ligação indicado?<br />
naftaleno?<br />
a) NaCl ... iônica<br />
b) CH4 ...... covalente d) Cu-Cu ........ metálica<br />
c) H30 + ...... iônica e) NaF ........ iônica<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(400) A partir das solubilidades em n-hexano e água dadas abaixo:<br />
COMPOSTO SOLUBILIDADE (g/100 g de solvente a 20 0 C)<br />
n-hexano água<br />
1 29,6 0,0<br />
2 0,0 30,1<br />
3 3,4 4,2<br />
4 14,1 0,0<br />
5 0,0 46,2<br />
Coloque os 5 elementos na ordem decrescente de polaridade:<br />
a) 5, 2, 3, 1, 4 d) 1, 4, 3, 5, 2<br />
b) 1, 4, 3, 2, 5 e) 3 , 4, 2, 1, 5<br />
c) 5, 2, 3, 4, 1 (MEDICINA GB-68)<br />
(401) As pontes de hidrogênio explicam:<br />
a) o funcionamento dos transistores<br />
b) as propriedades magnéticas do oxigênio liquido<br />
c) a expansão da água quando se congela<br />
d) as propriedades especiais do Freon<br />
e) a radioatividade do H-3<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(402) Qual dos seguintes solventes você escolheria para dissolver o<br />
a) água c) solução aquosa de d) heptano<br />
b) amônia cloreto de sódio e) nenhum deles
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
dependendo:<br />
(403) A ligação química entre dois átomos será iônica ou covalente,<br />
a) dos números de elétrons dos átomos<br />
b) dos números de níveis energéticos dos átomos<br />
c) das eletronegatividades dos átomos<br />
d) da hibridaçao dos orbitais<br />
e) de nenhum dos fatores acima<br />
323<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(404) A afirmação de um orbital molecular possuir dois elétrons de spins<br />
contrários e provenientes de dois átomos é uma característica da:<br />
a) ligação iônica d) ligação de Van der Waals<br />
b) ligação covalente e) ponte de hidrogênio<br />
c) ligação metálica<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(405) 0 ponto de ebulição da H2O a uma atmosfera de pressão é 100°C, o do<br />
H2S nas mesmas condições é -55°C. A diferença se explica:<br />
a) pela existência de ponte de hidrogênio na água<br />
b) pela existência de pequenas quantidades de deutério na água<br />
c) pela existência de ligações covalentes entre o átomo de oxigênio e<br />
os de hidrogênio<br />
d) pela diferença entre os pesos moleculares das duas substâncias<br />
e) por nenhuma das explicações acima<br />
(MEDICINA GB-68)<br />
(406) Um elemento A, de número atômico 13, combina-se com um<br />
elemento B, de um número atômico 17, a fórmula do composto é:<br />
a) A3B<br />
b) AB d) AB5<br />
c) AB3 e) AB7<br />
(ENGENHARIA GB-67)<br />
(407) 0 ácido fluorídrico tem um ponto de ebulição mais alto do que o<br />
ácido clorídrico porque:<br />
a) o flúor e um gás<br />
b) o flúor tem um número atômico menor que o cloro<br />
c) o HF forma pontes de hidrogênio mais fortes<br />
d) o HC1 tem um peso molecular maior<br />
e) o cloro é um gás<br />
(408) Há três tipos de valência que tem uma sinonímia extensa:<br />
- eletrovalente, iônica, heteropolar ou polar<br />
(UFMG-67)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
- covalente, homopolar, não polar<br />
- coordenada-coiônica, covalente dativa, semi-polar<br />
Assinalar o composto que possui os três tipos de valência:<br />
a) (C6H5)3C + C1 ‾<br />
b) NaOC6H5<br />
c) Cl-C6H4-NH2<br />
d) K4Fe(CN)6<br />
e) SO3<br />
══════════════<br />
324<br />
ligações químicas-4<br />
(UFMG-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ATOMÍSTICA<br />
325<br />
capítulo 5
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
______________________<br />
A) HISTÓRICO<br />
_______________________<br />
326<br />
classificação periódica dos elementos -5<br />
A HISTÓRICO<br />
À medida que os elementos químicos foram sendo descobertos, observaram-<br />
se semelhanças entre as propriedades físicas e químicas em determinados grupos<br />
desses elementos.<br />
Procurava-se ,então, uma maneira de selecionar os elementos em conjuntos<br />
de propriedades semelhantes ou mesmo de ordenar certos elementos onde suas<br />
propriedades variassem gradativamente. Diversas tentativas foram realizadas, todas<br />
baseadas no "bom senso", após investigações puramente experimentais.<br />
Em 1817, o cientista Dõbereiner chamou a atenção para a existência de<br />
diversos grupos de três elementos com propriedades químicas semelhantes. Em cada<br />
grupo, colocando-se os elementos na ordem crescente de suas massas atômicas,<br />
observou-se que a massa atômica do elemento intermediário era aproximadamente a<br />
média aritmética das outras massas atômicas.<br />
Exemplos:<br />
Os grupos tornaram-se conhecidos como"Tríades de Dõbereiner". No entanto,<br />
começaram a surgir elementos de propriedades químicas semelhantes cujas massas<br />
atômicas desrespeitaram a regra para as tríades.<br />
Em 1862, Chancõurtois imaginou a seguinte disposição para os elementos<br />
químicos: colocou-os ha ordem crescente de suas MASSAS ATÔMICAS sobre uma<br />
espiral traçada na superfície de um cilindro.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Notava-se que os elementos colocados na mesma vertical apresentavam<br />
propriedades químicas semelhantes. Ao lado do cilindro esta a sua superfície<br />
planificada com os respectivos elementos. A espiral tinha uma inclinação de 45º. e<br />
foi denominada espiral telúrica.<br />
ã regra.<br />
Para massas atômicas mais elevadas não se observava nenhuma obediência<br />
Em 1864, Newlands observou que, colocando-se os elementos na ordem<br />
crescente de suas massas atômicas, o oitavo elemento era semelhante ao primeiro; o<br />
nono era semelhante ao segundo, e assim por diante.<br />
H Li Be B C N O<br />
F Na Mg Al Si P S<br />
Cl K Ca Cr Ti etc.<br />
A correlação foi chamada lei das oitavas por causa da semelhança com as<br />
notas musicais. Os químicos daquela época qualificaram-na como uma "classificação<br />
ridícula"; mas, na verdade, estava lançada a idéia da periodicidade das propriedades<br />
dos elementos em função de suas massas atômicas.<br />
O passo decisivo da classificação foi dado em 1869 com os trabalhos de<br />
Lothar Meyer e Dimitri Ivanovich Mendeleyev que fizeram pesquisas<br />
independentemente e lançaram, no mesmo ano classifições quase idênticas.<br />
Lothar Meyer construiu uma tabela baseando-se fundamentalmente nas<br />
propriedades físicas dos elementos (densidade, pontos de fusão, pontos de ebulição,<br />
etc). Uma dessas propriedades que muito o auxiliou na confecção da tabela foi o<br />
volume atômico. Essa propriedade será descrita mais adiante.<br />
Mendeleyev dedicou-se mais ao estudo das propriedades químicas desses<br />
elementos como reação com oxigênio, valência, hidretos, etc; para a construção da<br />
tabela periódica e chegou a uma conclusão análoga.<br />
327
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
328<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
O grande mérito desses cientistas foi o de terem descoberto que, observando<br />
os elementos na ordem crescente de suas massas atômicas, de tempos em tempos,<br />
repetiam-se muitas propriedades físicas e químicas.<br />
Estava, assim lançada a lei da Periodicidade dos Elementos:<br />
"Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos são funções periódicas<br />
de nuas massas atômicas".<br />
Mendeleyev colocou os elementos químicos na ordem crescente do suas<br />
massas atômicas dispondo-os em colunas e fileiras, mas tomou O cuidado de manter<br />
na mesma vertical os elementos de propriedades químicas semelhantes.<br />
Tomou a liberdade de deixar muitos vazios dizendo que seriam mais tarde<br />
ocupados por elementos até então desconhecidos.<br />
Deixaremos de apresentar a tabela original de Mendeleyev por ser muito<br />
semelhante à 2a. tabela lançada 3 anos depois e que está adiante reconstituída.<br />
Considerando que naquela época só se conheciam cerca de 60 elementos e<br />
que os elementos de elevadas massas atômicas eram mal conhecidos, somos<br />
obrigados a aceitar que, apesar de muito incompleta, a Tabela Periódica de<br />
Mendeleyev foi um grandioso trabalho.<br />
Indiscutivelmente foram impressionantes as previsões das propriedades<br />
químicas e físicas de elementos até então desconhecidos.<br />
Baseado exclusivamente na posição do elemento na tabela, Mendeleyev<br />
corrigiu pesos atômicos de diversos elementos.<br />
A 2a. tabela de Mendeleyev apresentava 8 colunas verticais denominadas<br />
GRUPOS e 12 fileiras horizontais denominadas SÉRIES.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Cada grupo, de I a VII, ficou subdividido em 2 subgrupos: da série par<br />
abrangendo as séries 2, 4, 6, 8, 10 e 12 (pares) e os sub grupos da série Impar<br />
abrangendo as séries 1, 3, 5, 7 , 9 e 11 (ímpares) .<br />
Esta classificação foi preferida porque as propriedades químicas eram mais<br />
semelhantes entre os elementos do mesmo subgrupo par ou subgrupo ímpar.<br />
Localizemos alguns subgrupos e seus elementos:<br />
- elementos do subgrupo I ímpar - Li, K, Rb e Cs<br />
- elementos do subgrupo I par - Na, Cu, Ag e Au<br />
- elementos do subgrupo VII ímpar - Cl , Br e I<br />
Particularmente brilhantes e ousadas foram duas idéias de Mendeleyev:<br />
1º.) Deixar alguns vazios na tabela dizendo que eles seriam pre nchidos por<br />
elementos futuramente a serem descobertos, já antecipando suas massas atômicas<br />
e muitas de suas propriedades.<br />
Na tabela estão assinaladas com asteriscos (*, **, ***) as três célebres<br />
previsões de Mendeleyev:<br />
NOME DADO POR MENDELEYV NOME ATUAL<br />
* eka-bovo ------------------------------------ Escâncio (Sc)<br />
** eka-alumínio --------------------------------- Gálio (Ga)<br />
*** eka-silício ------------------------------------- Germânio (Ge)<br />
A palavra eka quer dizer o primeiro. De fato, o eka-Boro é o primeiro elemento<br />
que vem depois do Boro na coluna do subgrupo III-par; o eka-Alumínio vem depois do<br />
Alumínio no subgrupo III-ímpar; e o eka-Silício vem após o Silício no subgrupo<br />
IV-ímpar.<br />
Esses três elementos foram descobertos alguns anos mais tarde:<br />
- o Gálio foi descoberto por Boisbaudran em 1875<br />
- o Escândio foi descoberto por Nilson em 1879<br />
- o Germânio foi descoberto por Winkler em 1886<br />
Em particular, foram assombrosas as coincidências das propriedades do<br />
Germânio (eka-Silício) que tinham sido previstas por Mendeleyev quinze anos antes<br />
do seu descobrimento.<br />
Eis a seguir o quadro comparativo:<br />
329
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
330<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
2º.) Desrespeitou a "ordem das massas atômicas" para as posições de Telúrio<br />
e Iodo de modo que esses elementos caissem em colunas verticais onde já houvesse<br />
outros elementos semelhantes.<br />
Esta inversão foi mantida na tabela periódica como uma exceção; entretanto,<br />
mais tarde verificou-se que essas posições dos elementos estavam corretas porque<br />
descobriu-se que os elementos da tabela periódica estavam na ordem crescente de<br />
seus números atômicos.<br />
═══════════════<br />
B A MODERNA<br />
CLASSIFICAÇÃO<br />
PERIÓDICA<br />
Com o passar dos anos, foram sendo descobertos novos elementos químicos e<br />
as "lacunas" da tabela de Mendeleyev foram sendo preenchidas.<br />
Em particular, a descoberta dos gases nobres em 1894 obrigou a introdução<br />
de uma nova coluna na tabela primitiva e que foi denominada grupo zero.<br />
Quanto aos gases nobres temos o seguinte histórico: Lord Rayleigh e Sir<br />
William Ramsay verificaram que havia uma diferença de densidade entre o ar<br />
atmosférico e a simples mistura de N2 e O2 que era a suposta composição do ar<br />
atmosférico naquela época.<br />
Eles conseguiram isolar um "resíduo gasoso" extraindo N2 e O2 do ar<br />
atmosférico e, através da análise espectral, verificaram que se tratava de uma<br />
mistura de novos elementos.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Na Terra, os gases nobres hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio<br />
são praticamente encontrados apenas no ar atmosférico; deles, o argônio é o mais<br />
abundante (quase 1%). 0 hélio é um gás que envolve o Sol e absorve certas radiações<br />
solares. Essa absorção produz linhas espectrais que foram observadas no espectro<br />
solar, muito antes da sua descoberta aqui na Terra.<br />
O fato mais importante para a perfeita compreensão da tabela periódica foi<br />
lançado em 1911 quando van der Broek sugeriu que a carga nuclear do elemento<br />
(atual número atômico) seria o número de ordenação do elemento na tabela.<br />
Por exemplo, o hidrogênio, que tem apenas 1 próton no núcleo (uma unidade<br />
de carga atômica), seria o 19 elemento; o sódio, por ter 11 prótons, seria o 119<br />
elemento; e assim sucessivamente.<br />
Realmente, essa sugestão foi confirmada por Moseley.<br />
Este jovem cientista (que faleceu apenas com 28 anos de idade) obteve<br />
espectros de emissão de diversos elementos. Ele usou esses elementos como anteparos<br />
no tubo de raios-X. Verificou que cada elemento produzia raios-X de diferentes<br />
comprimentos de onda.<br />
Com os λ dos raios-X assim obtidos, pode-se determinar as cargas nucleares<br />
e verificou-se que a ordem dos elementos na tabela periódica é exatamente a ordem<br />
crescente das cargas nucleares.<br />
lei de Moseley:<br />
Por isso, hoje em dia, a lei da periodicidade é reenunciada e conhecida como<br />
Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos são<br />
funções periódicas de seus números atômicos.<br />
Reparem: números atômicos e não massas atômicas como diziam Lothar<br />
Meyer e Mendeleyev.<br />
Na atual tabela existem algumas inversões de massas atômicas mas os<br />
elementos químicos estão exatamente na ordem de seus números atômicos.<br />
331
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
332<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Com a descoberta das configurações eletrônicas dos átomos, a tabela<br />
periódica recebeu uma nova interpretação através do estudo do número de elétrons.<br />
Este estudo foi iniciado por Bohr em 1922 e será discutido logo adiante.<br />
Existem diversas formas de apresentação para periódica moderna porém,<br />
todas são equivalentes.<br />
Uma das mais usadas é a forma longa. A seqüência dos elementos é disposta<br />
na ordem crescente de seus números atômicos, em linhas horizontais, denominadas<br />
períodos. Tomou-se o cuidado de deixar na mesma coluna, elementos de propriedades<br />
químicas semelhantes. Em ou trás palavras: "elementos da mesma coluna vertical<br />
formam compostos semelhantes".<br />
A) OS SETE PERÍODOS (linhas horizontais)<br />
- o primeiro muito curto com 2 elementos: H eHe (a po<br />
sição do H é discutível!<br />
- o segundo curto com 8 elementos: do Li ao Ne<br />
- o terceiro curto com 8 elementos: do Na ao Ar<br />
- o quarto longo com 18 elementos: do K ao Kr<br />
- o quinto longo com 18 elementos: do Rb ao Xe<br />
- o sexto muito longo com 32 elementos: do Cs ao Rn<br />
- o sétimo incompleto com 17 elementos: do Fr ao Lw<br />
B) AS DUAS SÉRIES OU FAMÍLIAS DE "TERRAS RARAS"<br />
- os Lantanídios com 15 elementos: do La ao Lu<br />
Esses quinze elementos deveriam ficar todos na"3a. casa" do 6º. periódo; por<br />
comodidade, foram escritos numa linha fora da tabela.<br />
- os Actinídios com 15 elementos: do Ac ao Lw<br />
Esses quinze elementos (a maioria deles artificiais) deveriam estar na "3a.<br />
casa" do 7º. periódo, mas também costuma-se colocá-los numa linha à parte.<br />
C) AS DEZOITO COLUNAS<br />
Cada coluna reúne os elementos químicos que mais se assemelham<br />
entre si e na formação de compostos.<br />
As dezoito colunas formam nove grupos de famílias de elementos.<br />
- os grupos 1 a 7 formam os sub-grupos A e B
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
333
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
334<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
- o grupo 8 (ou melhor 8B) abrange três colunas, com as tríades<br />
Fe - Co - Ni / Ru - Rh - Pd / Os - Ir - Pt<br />
- o grupo zero compreende os gases raros ou nobres.<br />
Alguns subgrupos recebem nomes especiais:<br />
1A - metais alcalinos<br />
2A - Metais alcalinos-terrosos<br />
6A - chalcogênios (geradores de calor)<br />
7A - halogênios (geradores de sais)<br />
OBSERVAÇÕES:<br />
As colunas 1A, 2A, 3A, 4A, 5A, 6A, 7 A e zero representam, de certa forma, a<br />
parte mais importante da Tabela Periódica, pois aí estão os elementos químicos cujas<br />
propriedades variam mais regularmente -"são os elementos típicos", "elementos<br />
normais" ou "elementos caracteíisticos".<br />
transição".<br />
Nas colunas 3B, 4B, 5B, 6B, 7B e 8B (coluna tripla) estão os "elementos de<br />
═════════════<br />
C AS ESTRUTURAS<br />
ELETRÔNICAS<br />
DOS ELEMENTOS<br />
Recapitulemos, rapidamente, as regras fundamentais do preenchimento dos<br />
níveis eletrônicos dos elementos químicos.<br />
que estão vagos.<br />
- Os elétrons tendem a ocupar, de preferência, os orbitais de menor energia<br />
- Cada orbital pode conter no máximo dois elétrons de spins contrários.<br />
- Quando existem vários orbitais num mesmo nível energético, entrará<br />
inicialmente apenas um elétron em cada orbital e só depois esses orbitais serão<br />
completados com o segundo elétron (Hund).<br />
subníveis.<br />
Recordemos que existe o diagrama de Linus Pauling para preenchimento de<br />
Como se pode verificar, existem alguns elementos cujas distribuições<br />
eletrônicas não obedecem ao diagrama de Pauling. As explicações desses casos não<br />
serão discutidas neste livro.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Observando-se as configurações eletrônicas dos elementos da Tabela<br />
Periódica verifica-se:<br />
a) O numero de camadas eletrônicas de um elemento é a ordem do período<br />
a que pertence esse elemento.<br />
eletrônicas.<br />
eletrônicas.<br />
de transição.<br />
EXEMPLOS:<br />
- o iôdo (I) é do 5º.período; logo, possui 5 camadas eletrônicas.<br />
- o tungstênio (W) é do 6º. período; logo, possui 6 camadas<br />
- o urânio (U) é um Actinídio é do 7º. período e possui 7 camadas<br />
b) Elétrons na camada externa<br />
O número de elétrons periféricos depende do elemento ser ou não elemento<br />
b-l)Os elementos não de transição, ou seja, dos subgrupos 1A, 2A, 3A, 4A, 5A,<br />
6A, 7A e também 1B, 2B possuem na camada externa o número de elétrons igual<br />
ao número deste subgrupo.<br />
EXEMPLOS:<br />
- o selênio (Se) e do subgrupo 6A; logo, possui 6 elétrons na<br />
camada periférica.<br />
elétrons.<br />
- o gálio (Ga) I do subgrupo 3A; na sua camada externa possui 3<br />
- o ouro (Au) é do subgrupo 1B; logo, tem 1 elétron periférico.<br />
b-2) Os elementos de transição, ou seja, dos subgrupos 3B, 4B, 5B, 6B, 7B<br />
e 8B possuem na camada externa 1 ou 2 elétrons.<br />
externa.<br />
EXEMPLOS:<br />
camada externa.<br />
- o manganês (Mn) édo subgrupo 7B e tem 2 elétrons periféricos.<br />
- o háfnio (Hf) e do subgrupo 4B e tem 2 elétrons na camada<br />
- o molibdênio (Mo) é do subgrupo 6B e tem 1 elétron na<br />
Em particular, os Lantanídios e os Actinídios possuem na camada externa 2<br />
elétrons. Os elementos dessas famílias apresentam propriedades físicas e químicas<br />
muito semelhantes. São denominados elementos de transição interna.<br />
c) Estudo das camadas internas a partir do 4º. período<br />
A partir do 4º. período aparecem os elementos de transição.<br />
Seja n o número de camadas de um átomo. Evidentemente pertencem ao<br />
nésimo período. Por exemplo, o tungstênio (W) possui a configuração 2-8-18-32-12-2;<br />
possui 6 camadas e pertence ao 6º. período<br />
Assim podemos concluir que, sendo n a ordem do período, teremos:<br />
335
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
camada externa ---------- número quântico principal n<br />
penúltima camada --------- número quântico « (n - 1)<br />
ante-penúltima camada---- número quântico » (n - 2)<br />
No exemplo do tungstênio:<br />
elétrons na camada n ------- 2<br />
elétrons na camada (n - 1)----- 12<br />
elétrons na camada (n- 2) ----- 32<br />
Em outras palavras: um subnível (n - 1)d quer dizer: subnível d da penúltima<br />
camada; (n - 2)f significa subnível f da ante-penúltima camada.<br />
Os elementos não de transição apresentam nas camadas internas todos<br />
subníveis completos. Se uma camada interna possui apenas o subnível s (camada K)<br />
então terá 2 elétrons nessa camada, ou seja, a configuração s 2 ; se a camada possui<br />
subnível s e p, então terá configuração s 2 , p 6 , e assim sucessivamente. Isto quer dizer<br />
que um elemento não de transição possui nas camadas internas 2, 8, 18 ou 32<br />
elétrons.<br />
Reconhece-se um elemento de transição porque, neste, uma das camadas<br />
(penúltima ou ante-penúltima) possui subnível incompleto.<br />
Exemplos:<br />
A 2-8-18-18-7 ........ elemento não de transição<br />
B 2-8-18-14-1 ........ elemento de transição<br />
Os elementos de transição podem ser classificados em:<br />
- transição simples e<br />
- transição interna<br />
Os elementos de transição simples caracterizam-se por apresentarem<br />
subnível (n - l)d incompleto.<br />
No exemplo anterior, o átomo B é elemento de transição simples, pois<br />
apresenta na penúltima camada a configuração s 2 ,p 6 ,d 6 . 0 subnível d está<br />
incompleto, pois comporta um máximo de 10 elétrons.<br />
Apresentar subnível d incompleto significa ter nessa camada x elétrons de<br />
modo que 8
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Os elementos de transição interna são os Lantanídios e os Actínídios, ambos<br />
do subgrupo 3B e respectivamente dos 6º. e7o. períodos.<br />
Nos Lantanídios, o subnível incompleto é o 4f; e nos Actinídios, é o 5f. Para<br />
ambos, vê-se que os subníveis incompletos correspondem ao (n - 2)f.<br />
EXEMPLOS:<br />
Seja o Térbio (Tb) de configuração 2-8-18-27-8-2 (n = 6)<br />
Na ante-penúltima camada temos a configuração<br />
4s 2 , 4p 6 , 4d 10 , 4f 9<br />
0 subnível 4f está incompleto, pois comporta um máximo de 14 elétrons.<br />
Graficamente:<br />
Examinando-se a configuração eletrônica, imediatamente pode-se concluir se<br />
o elemento é ou não de transição. Podemos ainda "enxergar" se o elemento não de<br />
transição está à direita ou á esquerda da faixa de transição.<br />
A faixa de transição corresponde aos elementos dos grupos 3B, 4B,<br />
5B, 6B, 7B e 8B.<br />
A partir do 4º. Período temos para os elementos não de transição:<br />
- à esquerda da faixa de transição { possuem 8 elétrons na<br />
(IA e 2A) { penúltima camada<br />
- à direita da faixa de transição {possuem 18 elétrons na<br />
(3A,4A,5A,6A,7A,zero, 1B, 2B) { penúltima camada<br />
EXEMPLOS:<br />
Podemos esquematizar um estudo eletrônico característico para os<br />
elementos da tabela periódica.<br />
337
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Reprisemos os seguintes fatos:<br />
338<br />
Classificação periódica dos elementos -5<br />
a) Os elementos dos subgrupos 1A e 1B possuem na última camada o<br />
subnível s com 1 elétron. Diferencia-se o subgrupo porque os elementos de 1A<br />
possuem 8 elétrons na penúltima camada enquanto que os elementos do 1B<br />
possuem 18 elétrons na penúltima camada.<br />
b) Os elementos dos subgrupos 2A e 2B possuem na camada externa o<br />
subnível s com 2 elétrons. Diferencia-se o subgrupo de modo análogo ao caso<br />
anterior ou seja, pela penúltima camada.<br />
Nessa camada os elementos do 2A possuem 8 elétrons enquanto que do 2B<br />
possuem 18 elétrons.<br />
c) Os elementos dos subgrupos 3A, 4A, 5A, 6A, 7A e zero vão completando o<br />
subnível p da última camada.<br />
d) Os elementos de transição possuem na última camada o subnível s com<br />
1 ou 2 elétrons.<br />
e) Os elementos de transição simples possuem o subnível d da penúltima<br />
camada de modo incompleto.<br />
f) Os elementos de transição interna possuem o subível f da ante-penúltima<br />
camada de modo incompleto.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
339
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
eletrônicas:<br />
340<br />
classificação periódica dos elementos -5<br />
EXERCÍCIOS<br />
Fazer as associações com as letras, dadas as configurações<br />
(409) 2, 8, 18, 1 a) elemento de transição<br />
(410) 2, 8, 8, 1 b) metal alcalino<br />
(411) 2, 8, 18, 6 c) metal do grupo 1B<br />
(412) 2, 8, 14, 2 d) chalcogênio<br />
Fazer as associações:<br />
(413) 2, 8, 18, 23, 8, 2 a) metal de transição simples<br />
(414) 2, 8, 18, 32, 14, 2 b) Lantanídio<br />
(415) 2, 8, 18, 32, 21, 9, 2 c) Actinídio<br />
(416) 2, 8, 18, 32, 18, 8, 1 d) metal alcalino<br />
Efetuar as associações
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
D PROPRIEDADES<br />
341<br />
PERIÓDICAS<br />
E APERIÓDICAS<br />
Se examinarmos as propriedades físicas e químicas dos elementos, à medida<br />
que seus números atômicos vão crescendo, concluiremos que existem:<br />
- PROPRIEDADES PERIÓDICAS: são propriedades que variam<br />
periodicamente e atingem valores máximos e mínimos em colunas bem deter minadas<br />
na Tabela Periódica.<br />
- PROPRIEDADES APERIODICAS: são aquelas que vão sempre<br />
aumentando ou sempre diminuindo a medida que crescem os números atômicos.<br />
atômico.<br />
Dentre as propriedades aperiódicas podemos citar:<br />
1) A massa atômica que aumenta juntamente com o número atômico.<br />
2) 0 calor específico que diminui 5 medida que aumenta o número<br />
3) A quantidade de raias no espectro de raios-X que cresce com o<br />
número atômico.<br />
Dentre as propriedades periódicas, aquelas que repetem valores<br />
sistematicamente e as mais importantes serão estudadas adiante.<br />
_________________<br />
1) DENSIDADE<br />
________________________<br />
Por definição:<br />
Densidade = massa<br />
volume<br />
Vamos estudar apenas as variações de densidades dos elementos no<br />
estado sólido, na Tabela Periódica.<br />
A densidade de um sólido depende:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
a) da massa do átomo<br />
b) do tamanho do átomo<br />
342<br />
classificação periódica dos elementos -5<br />
c) da maior ou menor compactação no empi1hamento desses átomos.<br />
Examinando-se os elementos na ordem crescente de seus números<br />
atômicos, temos o seguinte gráfico para as densidades.<br />
Conclusão:<br />
A densidade dos elementos aumenta das extremidades para o centro e<br />
de cima para baixo.<br />
Os elementos mais densos situam-se ao centro, na parte inferior da Tabela.<br />
São eles: ósmio e irídio.<br />
_________________________________<br />
2) VOLUME ATÔMICO<br />
________________________<br />
Por definição, volume atômico é o volume ocupado por um átomo-<br />
gráma do elemento (6,02 x IO 23 átomos) considerado no estado sólido.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Equivale a:<br />
volume atômico = massa de um átomo-grama<br />
densidade no estado sólido<br />
Reparem que o volume atômico não_depende da massa do atômo , pois a<br />
densidade já está relacionada a massa.<br />
O volume atômico depende:<br />
a) do tamanho do átomo<br />
b) da maior ou menor compactação no empilhamento desses átomos.<br />
O leitor deverá imaginar um "pacote" contendo 1 dúzia de limões e outro<br />
1 dúzia de maçãs.<br />
dúzia.<br />
temos:<br />
No caso de átomos deveremos ter 6,02 x 10 23 átomos ao invés de 1<br />
Examinando-se os volumes atômicos dos elementos na Tabela Periódica,<br />
Conclusão:<br />
Vê-se que os volumes atômicos crescem do centro para as<br />
extremidades e de cima para baixo.<br />
343
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
classificação periódica dos elementos – 5<br />
De um modo esquemático, supondo que a área dos círculos abaixo<br />
representados sejam proporcionais aos volumes atômicos teremos:<br />
_____________________________________<br />
3) PONTOS DE FUSÃO<br />
______________________________________<br />
Definição:<br />
Ponto de fusão é a temperatura na qual o elemento passa do estado<br />
sólido para o estado líquido, sob determinada pressão.<br />
A pressão normal (1 atmosfera) temos o seguinte gráfico:<br />
344
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Conclusão:<br />
O ponto de fusão aumenta:<br />
- das extremidades para o centro em cada período.<br />
- de cima para baixo nas colunas do centro e da direita<br />
- de baixo para cima nas colunas da esquerda.<br />
Esquematicamente<br />
o tungstênio. (P.F= 3410°C e P.E = 5.930 0 C)<br />
345<br />
Os pontos de ebulição<br />
(temperatura de passagem do liquido<br />
para vapor), à pressão normal,<br />
também possuem uma variação<br />
semelhante.<br />
O elemento que apresenta<br />
maior ponto de fusão e de ebulição é<br />
Em temperatura e pressão ambiente (25°C e 1 atmosfera) encontram-se:<br />
- no estado gasoso: gases nobres, F2 , Cl2 , 02 , 03 , N2 e H2<br />
- no estado líquido: Br2, Hg e Fr<br />
- no estado sólido: restantes elementos<br />
________________________________________________________<br />
4) RAIOS: ATÔMICOS, COVALENTE,<br />
IÔNICO E DE VAN DER WAALS<br />
_________________________________________<br />
É impossível determinar o<br />
tamanho exato de um átomo isolado.<br />
Um dos recursos para se<br />
medir o tamanho aparente de um<br />
átomo é medir, através dos raios-X, a<br />
distância internuclear de átomos<br />
ligados.<br />
Exemplo:<br />
Sejam dois átomos de<br />
hidrogênio formando a molécula H2 .
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
346<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Os raios-X medem a distância internuclear "d" entre os dois átomos.<br />
Embora saibamos que houve uma interpenetração das nuvens eletrônicas,<br />
vamos supor que o raio aparente do átomo de hidrogênio é d/2.<br />
No exemplo citado a ligação entre os átomos é do tipo covalente.<br />
Se a ligação entre 2 átomos quaisquer fosse metálica teríamos uma<br />
interpenetração menor da nuvem eletrônica.<br />
de ligação.<br />
Resolveu-se dar nomes específicos para os raios aparentes conforme o tipo<br />
Temos, então:<br />
- Ligação metálica------------------- raios atômicos<br />
- Ligação covalente----------------- raio covalente<br />
- Ligação iônica ------------------ raio iônico<br />
- Ligação de Van der Waals ---- raio de Van der Waals<br />
Para os elementos do subgrupo(A)a variação dos raios aparentes é:<br />
temos em relação aos raios atômico e covalente:<br />
a) Para metais:<br />
Num período --- aumentam<br />
da direita para a esquerda.<br />
Numa coluna -- aumentam<br />
de cima para baixo.<br />
No esquema foram considerados<br />
raios atômicos (para ligações metálicas) e<br />
raios covalentes (para ligações<br />
covalentes).<br />
Considerando-se os raios iônicos<br />
o raio iônico é menor que o raio atômico, pois o metal perde elétron<br />
transformando-se em cátion.<br />
b) Para não metais:<br />
o raio iônico é maior que o raio covalente, pois o átomo ganha elétron para se<br />
transformar em ânion.<br />
Como exemplo ilustrativo citemos os metais alcalinos e os halogênios.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Waals.<br />
Falemos agora no raio de Van der Waals.<br />
É a semi-distância entre 2 átomos que apresenta a ligação de Van der<br />
Exemplifiquemos o cloro sólido.<br />
Na realidade, uma molécula "encosta-se" à outra no estado sólido. Podemos<br />
esquematizar as moléculas desenhando átomos com raios aparentes.<br />
347
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
348<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Então, tem-se a impressão de que uma molécula está distanciada da outra. A<br />
metade da distância entre os átomos de cloro que "se encostam" e pertencem a<br />
moléculas diferentes é denominada raio de Van der Waals.<br />
Como se vê, o raio de Van der Waals é sempre maior que o raio covalente.<br />
Quanto maior o raio covalente, maior será o raio de Van der Waals.<br />
Evidentemente podemos falar no raio de Van der Waals para elementos<br />
nobres no estado sólido.<br />
Vejamos alguns exemplos de raios de Van der Waals.<br />
SUBSTÂNCIA RAIO DE VAN DER WAALS (Å)<br />
Ne 1 ,60<br />
Resumindo:<br />
Xe 2,17<br />
F2 1 ,35<br />
O2 1 ,40<br />
Cl2 1 ,80<br />
a) Para ligações entre metais<br />
Nestes casos só aparecem ligações metálicas e falaremos que a metade da<br />
distância internuclear é o raio atômico.<br />
b) Para ligações entre metal e não metal<br />
Nestes casos temos ligações iônicas e teremos raios iônicos. Evidentemente,<br />
existem métodos para se terminar o raio do cátion e o raio do ânion que somados dá a<br />
distância internuclear entre os íons.<br />
c) Para ligações entre não metal - não metal<br />
Agora a ligação é covalente e teremos o raio covalente. Simultaneamente<br />
pode-se falar em raio de Van der Waals para as ligações molécula-molécula.<br />
d) Para elementos nobres no estado sólido<br />
Nestes casos só poderemos falar em ligação de Van der Waals.<br />
Obs. :<br />
Atualmente, com a descoberta de compostos contendo elementos<br />
nobres, pode-se falar em raio covalente para os elementos nobres.<br />
══════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
349<br />
E POTENCIAL<br />
DE IONIZAÇÃO<br />
__________________________________________________________<br />
1) DEFINIÇÃO DE ELÉTRON-VOLT (eV)<br />
__________________________________________________________<br />
Sejam 2 pontos de espaço<br />
onde a diferença de potencial é de 1<br />
volt. Vamos supor que um elétron<br />
encontra-se no ponto de potencial<br />
menor. Para transportá-lo ao ponto de<br />
maior potencial é necessário fornecer<br />
ao elétron a energia de 1 elétron volt<br />
(1 eV) .<br />
____________________________________________________________________________<br />
Elétron-volt (eV) é a energia necessária para levar o elétron de um<br />
ponto a outro onde a diferença de potencial é 1 volt.<br />
____________________________________________________________________________<br />
Relacionemos eV e joule.<br />
Sabemos que 1 joule = 1 coulomb x 1 volt<br />
Dimensionalmente: [energia] = [carga] x [tensão]
volt.<br />
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
350<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Para a energia de 1 eV a carga é de 1 elétron (1,6 x 10 -19 ) e a tensão será de 1<br />
Então:<br />
1 eV = (1,6 x 10 -19 )x (1) = 1,6 x 10 -19 coul. X volt<br />
Teremos, então.<br />
coul. volt joule<br />
1 eV = 1,6 x 10 -19 joules<br />
ou, ainda, em calorias, usando as relações da termodinâmica:<br />
1 eV = 3,84 x 10 -20 cal<br />
_______________________________________________<br />
2) DEFINIÇÃO DE POTENCIAL DE IONIZAÇÃO<br />
__________________________________________________________________<br />
Chama-se primeiro potencial de ionização a energia necessária pura arrancar<br />
um elétron da camada mais externa de um átomo isolado no estado gasoso.<br />
(A grandeza é geralmente expressa em eV).<br />
Exemplos:<br />
Para o Lítio o primeiro potencial de ionização é 5,4 eV. Isto significa que, para<br />
tirar o elétron da última camada do Lítio (2s), é necessária a energia de 5,4 eV.<br />
Definem-se também segundo, terceiro, quarto, etc. potenciais de ionização<br />
que se referem respectivamente a extrações do segundo, terceiro, quarto, ... elétrons<br />
de um átomo.<br />
Na prática verifica-se que à medida que vão sendo arrancados mais elétrons,<br />
maior dificuldade aparecerá para arrancar novos elétrons em virtude da diminuição do<br />
tamanho dos átomos e da aproximação dos elétrons aos seus núcleos.<br />
Exemplos:<br />
1) Para o cálcio de Z = 20.<br />
1º. elétron ------ 6 eV<br />
3º. elétron ------- 20 eV<br />
9º. elétron ------ 43 eV<br />
11º. elétron ------ 320 eV<br />
†<br />
20º. Elétron ------3600eV
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ionização.<br />
2) Para o Lítio de Z = 3<br />
1º. elétron------ 5 eV<br />
3º. elétron----— 65 eV<br />
___________________________________________________________________<br />
3) VARIAÇÃO DOS POTENCIAIS DE IONIZAÇÃO<br />
________________________________________________<br />
Neste curso haverá interesse de estudarmos apenas o primeiro potencial de<br />
Chamaremos o primeiro potencial de ionização simplesmente de potencial de<br />
ionização. Para se extrairem elétrons, a energia necessária será tanto maior quanto<br />
mais próximo do núcleo estiver o elétron. Assim, o potencial de ionização será tanto<br />
menor quanto maior for o número de camadas do átomo.<br />
Por outro lado, para átomos com mesmo número de camadas eletrônicas<br />
potencial de ionização será tanto maior quanto maior o número de elétrons na camada<br />
mais externa, pois estes apresentam maior capacidade de atrair elétrons.<br />
Logo, entre os halogênios: F, Cl, Br, I e At, todos com 7 elétrons na camada<br />
mais externa, o flúor com apenas 2 camadas apresenta o maior potencial de ionização.<br />
Entre Li, Be, B, C, N, 0, F, todos com apenas 2 camadas eletrônicas, o flúor<br />
apresenta maior potencial de ionização porque tem 7 elétrons na última camada.<br />
Já percebemos que os potenciais de ionização apresentam variações<br />
concordantes com a eletronegatividade.<br />
nobres.<br />
Devemos lembrar que se pode falar em potencial de ionização para os gases<br />
_ Como os gases nobres já são estáveis, é difícil arrancar os elétrons desses<br />
átomos. Desta forma, os gases nobres apresentam os maiores potenciais de ionização<br />
dentro de cada período. O elemento de maior potencial de ionização é o Hélio.<br />
- Na tabela, temos valores decrescentes de cima para baixo porque os átomos<br />
aumentam de tamanho.<br />
Num período, os potenciais de ionização diminuem da direita para a esquerda<br />
já que diminui o número de elétrons da camada periférica.<br />
eV.<br />
Eis uma parte da tabela onde temos os potenciais de ionização expressos em<br />
351
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
352<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Num gráfico cartesiano, colocando-se nas abcissas o número atômico e nas<br />
ordenadas os potenciais de ionização teremos o seguinte aspecto:<br />
Obs.:<br />
O potencial de ionização foi expresso em Kcal/mol. Se você quer calcular o<br />
valor em eV basta lembrar:<br />
1 eV = 3,84 x 10 ‾23 Kcal<br />
1 mol = 6,02 x 10 23 átomos<br />
══════════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
F ELETRONEGATIVIDADE<br />
____________<br />
DEFINIÇÃO<br />
____________<br />
Eletronegatividade é a "força" com a qual um átomo atrai um elétron para si,<br />
no instante da formação de uma ligação química com outro átomo..<br />
Seja a reação:<br />
A o + • B -----<br />
No composto AB podemos imaginar duas hipóteses:<br />
- "A" e B atraem igualmente os elétrons; então, o par eletrônico ficará a meia<br />
distância entre A e B e diremos que A e B tem a mesma eletronegatividade.<br />
Aqui a ligação é covalente pura.<br />
- "A" atrai os elétrons mais que B; então o par eletrônico fi cará "mais perto"<br />
de A |A ° B| e diremos que A é mais eletronegativo que B (ou B mais eletropositivo que<br />
A). Neste caso, a ligação será covalente polarizada, podendo ir até o caso extremo de<br />
ligação iônica, quando um dos átomos ficar "dono" exclusivo dos elétrons.<br />
Esta é a noção elementar de eletronegatividade.<br />
Para uma noção mais detalhada de eletronegatividade é preciso acrescentar<br />
as grandezas denominadas potencial de ionização (Pj_) e afinidade eletrônica (Af).<br />
Vimos no item anterior o que é potencial de ionização e que a unidade mais<br />
utilizada é o eV (eletronvolt).<br />
Vamos definir a afinidade eletrônica:<br />
353
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
354<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Seja o átomo de flúor isolado no estado gasoso; ele aceita um elétron e a<br />
energia libertada nessa associação é chamada "Afinidade eletrônica".<br />
Logo:<br />
____________________________________________________________________________<br />
Afinidade eletrônica e a energia libertada quando adicionamos 1<br />
elétron ao átomo isolado, no estado gasoso.<br />
_____________________________________________________________________<br />
Muitas vezes, para adicionarmos um elétron ao átomo ocorre uma absorção<br />
de energia; neste caso, teremos valores de Af negativos.<br />
EXEMPLOS:<br />
Então, nos casos do oxigênio e enxofre, a adição de elétrons é acompanhada<br />
de absorção de energia.<br />
do F‾.<br />
Evidentemente, a afinidade eletrônica do F°é igual ao potencial
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Agora que já sabemos o que é potencial de ionização (Pi) e afinidade eletrônica<br />
(Af) poderemos definir a eletronegatividade segundo o critério de Millikan:<br />
Sejam os átomos A e B de diferentes elementos. Vamos supor que eles<br />
tivessem a mesma eletronegatividade e teríamos o par eletrônico da ligação A - B<br />
perfeitamente em equilíbrio central A : B. Agora vamos separar estes átomos e vamos<br />
supor que o par eletrônico da ligação fique somente em A ou somente em B.<br />
Duas coisas podem acontecer:<br />
ou formam ions A + e B ‾ ou,então,íons A - e B + , se os elétrons inicialmente não<br />
pendem para nenhum deles, podemos dizer que temos inicialmente A° e B°.<br />
Você percebe que:<br />
O sinal menos antes de Af é porque se trata de energia necessária e não<br />
libertada como é na definição de Af.<br />
355
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
356<br />
classificação periódica dos elementos -5<br />
A energia total (∆E) utilizada na dissociação da molécula A-B será:<br />
1º. modo: ∆E = Pi(B) + [-Af(A)]<br />
2º. modo: ∆E = Pi(A) + [-Af(B)]<br />
No entanto, essas energias devem ser iguais desde que eles possuam a<br />
mesma eletronegatividade.<br />
Então:<br />
Pi (B) - Af(A) = Pi-(A) - Af(B)<br />
[Pi(B) + Af(B)]=[Pi(A) + Af(A)]<br />
Por definição chamamos de:<br />
X B e XA serão eletronegatividades de B e A.<br />
O quociente 5,6 foi utilizado por Millikan para que os valores de X<br />
coincidissem com os valores de eletronegatividade na escala de Pauling (a ser dada<br />
depois).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Então:<br />
se XA = XB A e B tem mesma eletronegatividade<br />
se XB > XA B é mais eletronegativo que A<br />
se XB < XA B é mais eletropositivo que A<br />
EXERCÍCIO<br />
421- Sabendo-se que o potencial de ionização do cloro é 13,0 eV e a afinidade<br />
eletrônica e 4,0 eV, determine a eletronegatividade do cloro .<br />
Assim foram determinadas as eletronegatividades de diversos elementos.<br />
Porém, o processo foi muito limitado porque a afinidade eletrônica é conhecida apenas<br />
para alguns elementos. O cálculo de Af é bastante complicado na prática e não será<br />
discutido aqui.<br />
Outro processo foi proposto por Pauling baseado em energia de ligação.<br />
Que é energia de ligação?<br />
Seja a molécula H2; vamos dissociá-la em 2 átomos H. Para isso, precisamos<br />
de uma energia para romper a ligação H-H que é denominada energia de ligação E H-H.<br />
No caso, EH-H = 104 Kcal/mol quer dizer: "é necessário 104 kilocalorias<br />
para romper 6 x IO 23 ligações H-H",<br />
A energia de ligação do Cl2 é Eci-ci = 58 Kcal/mol.<br />
Nas moléculas H-H e Cl-Cl o par eletrônico está realmente em equilíbrio<br />
central (covalência pura) em cada uma delas.<br />
357
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
358<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
Vamos supor que o H e o Cl tivessem a mesma eletronegatividade. Isto<br />
significa que para formar a molécula de HCl bastaria associar H O e Cl 0 e não haveria<br />
variação de energia nessa associação.<br />
Então, para romper a ligação H-Cl seria necessário:<br />
Na prática constata-se que a energia de ligação do H-Cl é 103 Kcal/mol.<br />
Pauling admitiu que essa diferença fosse causada pela redistribuição de<br />
elétrons quando o H ligasse ao Cl.<br />
Sugeriu que haveria um ∆H-CI de energia, ou seja, uma energia extra devida<br />
à diferença de eletronegatividade entre o H e Cl que causou a nova redistribuição de<br />
elétrons.<br />
Então, a fórmula real para calcular a energia de ligação real do H-Cl seria:<br />
ou genericamente:<br />
Chamando de XA e XB as eletronegatividades de A e B,respectivamente,<br />
Pauling sugeriu que:<br />
O número 23 foi tomado arbitrariamente para que resultasse valores de X e<br />
X mais expressivos (menos complicados)<br />
Assim encontramos as eletronegatividades:<br />
F = 4,0, 0 = 3,5, Cl = 3,0, B = 2,8, H = 2,1, etc.<br />
Eis a tabela de eletronegatividade:
que:<br />
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIO<br />
(422) - Utilizando a tabela, calcular a energia de ligação do H-F sabendo-se<br />
EF-F = 37 Kcal/mol<br />
EH-H = 104 Kcal/mol<br />
Estudando a variação das eletronegatividades na tabela temos:<br />
Num grupo: aumenta de baixo para cima.<br />
Num período: aumenta da esquerda para a direita.<br />
O flúor é o elemento de maior eletronegatividade. A propriedade oposta é<br />
chamada eletropositividade e sua variação é exatamente inversa.<br />
De modo geral pode-se dizer que um elemento é MAIS ELETRONEGATIVO :<br />
a) Quanto mais elétrons periféricos tiver (mais próximo de 8)<br />
b) Quanto menor for o tamanho do átomo<br />
Examinando a tabela periódica, podemos classificar os elementos em<br />
METAIS, NÃO METAIS e SEMI-METAIS conforme as suas eletronegatividades.<br />
Os semi-metais são B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po com eletronegatividade<br />
aproximadamente ,2,0.<br />
Os elementos situados à direita dos semi-metais possuem eletronegatividade<br />
acima de 2,0 e são denominados NÃO METAIS.<br />
Aqueles situados à esquerda dos semi-metais possuem eletronegatividade<br />
menor que 2,0 e são denominados METAIS.<br />
Quando um metal combina-se com um não metal temos uma ligação iônica.<br />
De modo geral, esse tipo de ligação aparece quando a diferença entre as<br />
eletronegatividades dos elementos é ∆>1,7.<br />
359
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Por exemplo<br />
o NaCl apresenta ∆ = 3,0 - 0,9 ,= 2,1<br />
360<br />
classificação periódica dos elementos - 5<br />
Entre não metais a ligação é do tipo covalente e de modo geral A < 1,7.<br />
Como exemplo temos: H-Cl; SC12 ; etc.<br />
HC1- ∆ = 3,0 - 2,1 = 0,9<br />
SC12 ∆ = 3,0 - 2,5 = 0,5<br />
Na verdade, não há uma distinção nítida entre uma ligação iônica e uma<br />
ligação covalente. Os compostos apresentam caráter iônico ou covalente mais<br />
acentuados.<br />
O NaCl tem caráter iônico muito mais acentuado que o caráter covalente.<br />
Assim, quanto maior a diferença ∆ de eletronegatividade mais se acentua o caráter<br />
iônico.<br />
Portanto, a ligação covalente pura é somente quando temos ∆ =0, ou seja,<br />
como em H2 , Cl2 , Br2 , etc.<br />
Para ligações com átomos diferentes podemos até dizer se um com ponto tem<br />
caráter mais iônico que o outro.<br />
Por exemplo:<br />
o KC.l tem caráter mais iônico que o MgCl2 porque:<br />
KC1 ∆ =3,0 - 0,8 =2,2<br />
MgCl2 ∆ = 3,0 - 1,2 = 1,8<br />
Examinando as ligações iônica, covalente e metálica podemos esquematizar<br />
um triângulo onde se indica também o caráter intermediário das ligações para HF,<br />
Ag2F e Cu3Sn
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
De modo geral:<br />
a) Ligação iônica - entre metal e não metal<br />
b) Ligação covalente - entre não metais (podendo incluir os semi -<br />
metais)<br />
c) Ligação metálica - entre metais<br />
═══════════════<br />
G PROPRIEDADES<br />
361<br />
QUÍMICAS<br />
Os elementos da mesma coluna apresentam propriedades químicas<br />
semelhantes de acordo com a construção da Tabela Periódica".<br />
___________________________________________<br />
1) NATUREZA DAS LIGAÇÕES<br />
____________________________________________<br />
Poderemos observar na Tabela os metais, semi-metais e os não metais em<br />
áreas bem nítidas.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
temos:<br />
Observação:<br />
O hidrogênio deve ser colocado no grupo dos não metais.<br />
362<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
a) Quando encontramos esses elementos sob forma de substâncias simples<br />
metais ------ átomos unidos por ligação metálica<br />
não metais ------ átomos unidos por ligação covalente constituindo<br />
moléculas<br />
b) Quando um metal combina-se com não metal forma-se geralmente um<br />
composto de ligação iônica (diferença de eletronegatividade maior que 1,7).<br />
Exemplos:<br />
NaCl, KF, CaCl2 , etc.<br />
Para os elementos do subgrupo A,temos a seguinte proporção de combinações<br />
nos compostos iônicos.<br />
Exemplos:<br />
I) Fluoreto de cálcio<br />
II) Sulfeto de estanho<br />
III) Oxido de alumínio<br />
Observação:<br />
Às vezes, um metal pode combinar-se com um não-metal dando compostos<br />
covalentes, mas são raríssimas exceções.<br />
Exemplos:<br />
BeH2 , Al2Cl6 , etc. cujas estruturas se explicam pela hibridização de orbitais.<br />
c) Quando dois não-metais se combinam ou,ainda, ocorre ligação entre não-<br />
metal e semi-metal a ligação será sempre covalente.<br />
Exemplos:<br />
C1F, F20 , HF, N205 , AsH3 , etc.<br />
Nestes casos as proporções dependem dos tipos de ligação.<br />
══════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
_____________________<br />
2) HIDRETOS<br />
_____________________<br />
São compostos do tipo EHX onde x corresponde em valor absoluto à valência<br />
de E. De modo geral, são hidretos iônicos os metálicos e são hidretos moleculares<br />
aqueles de não-metais e semi-metais.<br />
Exemplos:<br />
Hidreto de sódio Na + H Hidreto de arsênio AsH3<br />
Hidreto de cálcio Ca ++ H2‾ Hidreto de enxofre H2 S<br />
Observações:<br />
a) É de costume escrever o H em primeiro lugar para os hidretos de<br />
halogênios e chalcogênios. Para os demais hidretos o H é escrito depois. Exemplos:<br />
H2Se,HF, CH4,, NH3 , etc.<br />
b) Alguns hidretos fogem a regra geral de serem moleculares ou iônicos mas<br />
são casos de mínima importância.<br />
BeH2 - hidreto molecular<br />
B2H6 - hidreto molecular ao invés de (BH3)<br />
_______________<br />
3) ÓXIDOS<br />
________________<br />
══════════════<br />
São compostos do tipo E2 Ox, podendo simplificar-se por EOy (y=x/2) .<br />
x é a valência de E.<br />
Os óxidos podem ser classificados em moleculares e iônicos.<br />
363
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
364<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
O valor de x ,para os óxidos máximos do subgrupo A, é o número do grupo.<br />
Assim:<br />
Na ------------ grupo I<br />
Ca ------------ grupo II<br />
Al ------------ grupo III<br />
C ------------ grupo IV<br />
N ------------ grupo V<br />
S ------------ grupo VI<br />
Cl ------------ grupo VII formam os seguintes óxidos máximos<br />
Na2O ------------ iônico<br />
CaO ------------ iônico<br />
A12O3 ------------ iônico<br />
C02 ------------ molecular<br />
N2O5 ------------ molecular<br />
S03 ------------ molecular<br />
C1207------------ molecular<br />
═════════════
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS E TESTES<br />
(423) A tabela apresenta números de períodos e grupos, respectivamente:<br />
a) 9 e 8 d) depende da fileira<br />
b) 7 e 18 e) nenhuma das respostas<br />
c) 7 e 9<br />
(424) Elementos do mesmo período apresentam mesmo número de:<br />
a) elétrons d) massas iguais<br />
b) camadas eletrônicas e) nenhuma das anteriores<br />
c) elétrons na última camada<br />
(425) Elementos do mesmo subgrupo A apresentam mesmo número de:<br />
a) elétrons d) elétrons na última camada<br />
b) cargas e) nenhuma das respostas anteriores<br />
c) massas<br />
As questões 426 a 435 referem-se ã seguinte tabela esquemática. As letras<br />
foram escolhidas arbitrariamente para representar os elementos químicos:<br />
(426) Dentre os elementos presentes, pode-se afirmar que apresentam 2<br />
elétrons na camada mais externa somente pela posição na tabela:<br />
a) A, B e K c) B, C, D, H e) B, L, M, N<br />
b) B, C, D, E d) J, A, K<br />
365
é:<br />
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(427) Estão em ordem crescente de volumes atômicos:<br />
a) B, C, D d) X, V, J<br />
b) B, E, X, F e) D, E, X<br />
c) X, F, Q<br />
366<br />
classificação periódica dos elementos - 5<br />
(428) Estão em ordem decrescente de eletronegatividade:<br />
a) A, B, C, D, J d) G, E, D, C, B, K<br />
b) H, X, F, G e) nenhuma das respostas<br />
c) J, P, X<br />
(429) Dentre os elementos presentes o mais denso é:<br />
a) D d) X<br />
b) K e) J<br />
c) M<br />
(430) Dentre os elementos presentes aquele de maior potencial de ionização<br />
a) K d) J<br />
b) H e) M<br />
c) D<br />
(431) Combinando o elemento C e H forma-se um composto de ligação:<br />
a) eletrovalente d) Van der Waals<br />
b) covalente e) não forma tal composto<br />
c) metálica<br />
(432) Um hidreto do elemento B tem fórmula e ligação, respectivamente:<br />
a) HB e covalente d) BH2 e covalente<br />
b) BH2 e eletrovalente e) nenhuma das respostas anteriores<br />
c) BH6 e eletrovalente<br />
(433) Um hidreto do elemento G reage com a seguinte substância:<br />
a) KOH d) H20<br />
b) CaCO3 e) todas as anteriores<br />
c) Na2O<br />
(434) Os óxidos máximos dos elementos B e G são, respectivamente:<br />
a) BO e G2O c) B2O e G2O 7 e) BO e G2O7<br />
b) BO e GO2 d) BO2 e GO 2
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(435) São elementos radiativos naturais:<br />
a) L e C d) M, K e X<br />
b) L e M e) nenhuma das anteriores<br />
c) D e J<br />
"A seguir apresentamos algumas questões propostas em vestibulares.<br />
Nos exames do CESCEM, sempre, uma tabela periódica completa acompanhou<br />
o caderno de questões".<br />
(436) Elementos de transição são aqueles em que os elétrons de<br />
diferenciação se colocam:<br />
a) somente em orbitais s d) em orbitais s, p ou d<br />
b) somente em orbitais p e) somente em orbitais d<br />
c) em orbitais s ou p<br />
(437) Os potenciais de ionização dos elementos alcalinos:<br />
a) decrescem regularmente com número atômico crescente<br />
b) crescem regularmente com número atômico crescente<br />
c) são todos iguais<br />
d) crescem até o potássio e decrescem, em seguida, até o césio<br />
e) decrescem até o potássio e crescem, em seguida, até o césio<br />
367<br />
(CESCEM-67)<br />
(CESCEM-67)<br />
(438) As eletronegatividades do oxigênio e do bário (escala de Pauling)<br />
são,respectivamente 3,5 e 0,9. O óxido de bário deverá ser provavelmente um:<br />
a) sólido de alto ponto de fusão d) líquido colorido<br />
b) sólido de baixo ponto de fusão e) gás<br />
c) líquido incolor<br />
(CESCEM-67)<br />
(439) 0 raio atômico do césio é menor do que o do sódio PORQUE o césio e o<br />
sódio estão situados na mesma família da tabela periódica.<br />
(CESCEM-67)<br />
As questões 440 a 442 são baseadas na seguinte informação a respeito de<br />
quatro íons isolados:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
368<br />
classificação periódica dos elementos - 5<br />
ÍON No. ATÔMICO MASSA ATÔMICA<br />
F ‾ 9 19,0 unidades de massa atômica<br />
Na + 11 23,0 unidades de massa atômica<br />
Mg ++ 12 24,2 unidades de massa atômica<br />
Al 3+ 13 27,0 unidades de massa atômica<br />
(440) Qual das afirmações seguintes é verdadeira para os quatro íons?<br />
a) O número de nêutrons por núcleo é o mesmo nos quatro casos.<br />
b) A massa atômica é a mesma nos quatro casos.<br />
c) São todos membros do mesmo período do sistema periódico.<br />
d) São todos membros da mesma família do sistema periódico.<br />
e) São todos isoeletrônicos.<br />
(441) Qual dos íons terá o maior raio?<br />
a) Al3 +<br />
b) Mg +<br />
c) Na + e) Todos os quatro íons tem o mesmo raio.<br />
d) F ‾<br />
idéia de que:<br />
(442) A sua resposta correta para a questão anterior (441) foi baseada na<br />
a) O íon com a maior carga nuclear terá o raio maior<br />
b) O raio iônico aumenta à medida que o número atômico aumenta.<br />
c) Somente no caso do F‾ o número de elétrons excede a carga<br />
nuclear.<br />
d) Como todos os quatro íons são isoeletrônicos, devem ter o mesmo raio.<br />
e) 0 íon que possui o maior número de orbitais é o maior.<br />
(CESCEM-67)<br />
As questões 443 a 447 referem-se às seguintes configurações eletrônicas das<br />
camadas mais externas de cinco elementos diferentes:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(443) Qual ou quais dos elementos abaixo, se for o caso, poderia ou poderiam<br />
ser certamente gasosos à temperatura ambiente.<br />
a) A e C d) C e E<br />
b) A e D e) nenhum deles<br />
c) C<br />
de eletricidade:<br />
(444) Qual dos elementos abaixo, na forma sólida, seria o melhor condutor<br />
a) A d) D<br />
b) B e) E<br />
c) C<br />
(445) Qual ou quais dos elementos abaixo, se for o caso, deveria ou deveriam<br />
reagir com o elemento D para formar provavelmente um composto salino:<br />
a) A d) B e C<br />
b) A e E e) nenhum deles<br />
c) A e B<br />
(446) Qual elemento teria o maior ponto de ebulição?<br />
a) A d) D<br />
b) B e) E<br />
c) C<br />
(447) Qual ou quais dos elementos abaixo, se for o caso, poderia ou poderiam<br />
formar um fluoreto de formula XF, no qual X representa um dos seguintes<br />
elementos?<br />
a) A d) B e E<br />
b) B e D e) nenhum deles<br />
c) B e C<br />
369<br />
(CESCEM-67)<br />
(448) Os pontos de fusão e de ebulição dos halogênios aumentam<br />
regularmente com o número atômico crescente PORQUE as moléculas dos halogênios<br />
são diatômicas.<br />
(449) 0 elemento germânio foi descoberto:<br />
a) Antes do elemento silício d) Por Gay-Lussac<br />
b) Depois do elemento silício e) Por Mendelejeff<br />
c) Simultaneamente com o elemento silício (CESCEM-69)<br />
(CESCEM-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
fusão?<br />
370<br />
classificação periódica dos elementos -5<br />
(450) Qual dos elementos abaixo provavelmente possui o menor ponto de<br />
a) Na d) Sr<br />
b) K e) Rb<br />
c) Cs<br />
(451) Na classificação periódica atual, os elementos químicos são colocados<br />
em ordem crescente de:<br />
a) Pesos atômicos d) Volumes atômicos<br />
b) Massas atômicas<br />
c) Números atômicos<br />
FM Santa Casa-66<br />
(452) A fórmula do hidreto de um elemento E pertencente ao 2º. grupo da<br />
tabela periódica é:<br />
a) EH d) EH6<br />
b) E2H<br />
c) EH2<br />
(453) 0 halogênio de ponto de fusão mais elevado e:<br />
a) O flúor d) O iôdo<br />
b) O cloro<br />
c) O bromo<br />
FM Santa Casa-66<br />
FM Santa Casa-66<br />
(454) Num mesmo grupo da tabela periódica, o caráter eletronegativo cresce:<br />
a) De cima para baixo d) Das extremidades para o centro<br />
b) De baixo para cima<br />
c) Do centro para as extremidades<br />
FM Santa Casa-66<br />
(455) Num mesmo período da tabela periódica, o caráter eletronegativo cresce:<br />
a) Da direita para a esquerda c) Do centro para as extremidades<br />
b) Da esquerda para a direita d) Das extremidades para o centro<br />
FM Santa Casa-66
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
átomos?<br />
(456) Qual dos seguintes fatores não está ligado à eletronegatividade dos<br />
a) No. de neutrons no núcleo<br />
b) No. de elétrons na cerne da eletrosfera<br />
c) No. de elétrons no último nível energético<br />
d) No. de prótons no núcleo<br />
e) Distância entre os elétrons do último nível energético e o núcleo<br />
371<br />
FM Santa Casa-68<br />
(457) Átomos que ocupam a penúltima posição de seu período na tabela<br />
periódica (da esquerda para a direita) terão tendência para:<br />
a) Dar ou receber um elétron da acordo com as condições experimentais<br />
b) Doar 2 elétrons tornando-se cátion bivalente<br />
c) Doar 1 elétron tornando-se cátion monovalente<br />
d) Receber 1 elétron tornando-se anion monovalente<br />
e) Receber 2 elétrons tornando-se anion bivalente<br />
FM Santa Casa-68<br />
(458) Átomos que perdem um elétron para atingir, em seu último nível<br />
energético, a estrutura de gás nobre, se transformam em...... e se localizam no grupo<br />
......na tabela periódica dos elementos.<br />
a) Cátions; II-A d) Prótons; I-A<br />
b) Ânions; I-B e) cátions; II-B<br />
c) Cátions; I-A<br />
FM Santa Casa-68<br />
(459) Cobre, prata e ouro ocupam, respectivamente, posições nos períodos 4,<br />
5 e 6 e pertencem ao grupo B da Tabela Periódica dos Elementos. 0 cobre tem no.<br />
atômico igual a 29. Quantos níveis energéticos e quantos elétrons no último nível seus<br />
ato nos possuem, respectivamente?<br />
a) 4, 5 e 6: 1, 1 e 1 elétron no último nível energético<br />
b) 4, 4 e 4: 2, 3 e 4 elétrons no último nível energético<br />
c) 5, 5 e 5: 4, 5 e 6 elétrons no último nível energético<br />
d) 6, 6 e 6: 2, 2 e 2 elétrons no último nível energético<br />
e) 4, 5 e 6: 2, 2 e 3 elétrons no último nível energético<br />
FM Santa Casa-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
classificação periódica dos elementos – 5<br />
(460) O potássio (no. atômico 19, peso atômico 39) tem volume atômico mais<br />
de 7 vezes superior ao do níquel (no. atômico 28, peso atômico 59). Esse fato se deve<br />
a:<br />
a) Os elétrons no átomo de níquel se agrupam em orbitais interiores<br />
b) O número de orbitais no níquel e menor que no potássio<br />
c) O volume atômico depende da densidade<br />
d) A força nuclear dada pelos prótons é operativa o que diminui o tamanho<br />
do átomo de níquel<br />
e) Qualquer das respostas é verdadeira<br />
372<br />
MED-SANTA CASA-69<br />
(461) Qual dos átomos abaixo requer o menor fornecimento de energia para<br />
que perca um elétron?<br />
a) Cs d) F<br />
b) Ba e) Br<br />
c) Ne<br />
ITA-64<br />
(462) Qual dos compostos abaixo tem uma fórmula que não corresponde bem<br />
à posição dos elementos constituintes na classificação periódica?<br />
iônico.<br />
a) K2S d) AsH3<br />
b) CaBr2 e) SICI4<br />
c) Mg2P3<br />
ITA-64<br />
(463) Qual dos compostos abaixo é melhor exemplo de sólido<br />
a) CaCl2 d) SICI4<br />
b) BF3 e) SnCl4<br />
c) CCl4<br />
(464) Qual das partículas abaixo tem o maior diâmetro?<br />
a) F‾ d) Mg ++<br />
b) Ne° e) Al +++<br />
c) Na +<br />
ITA-64<br />
ITA-65
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(465) A retirada de um segundo elétron de um átomo ionizado requer<br />
mais energia porque:<br />
a) O núcleo passa a atrair mais os elétrons restantes<br />
b) O núcleo do átomo ionizado passa a ter diâmetro menor<br />
c) Esse elétron esta sempre colocado em nível quântico mais interno<br />
d) O átomo ionizado passa a ter diâmetro maior<br />
e) Todas as respostas estão certas<br />
373<br />
(ITA-66)<br />
(466) Analisando a tabela da classificação periódica dos elementos,<br />
da esquerda para a direita e de cima para baixo, verificar-se-á que:<br />
a) O raio atômico cresce num mesmo período<br />
b) A eletronegatividade cresce num mesmo período<br />
c) O raio atômico decresce numa mesma família<br />
d) A eletronegatividade cresce numa mesma família<br />
e) O numero de oxidação permanece constante num mesmo período<br />
(ITA-66)<br />
(467) As letras a, b, c, d, e estão,respectivamente , relacionadas<br />
com os números:<br />
a) alcalinos (1) Na, K, Cs<br />
b) alcalino terrosos (2) F, Br, I<br />
c) halogênios (3) Mg, Ba, Ra<br />
d) terras raras (4) Fe, Co, Ni<br />
e) transição (5) Ce, Er, Tm<br />
Teremos:<br />
a) 1, 2, 3, 4, 5 d) 3, 1, 2, 4, 5<br />
b) 1, 3, 2, 5, 4 e) 3, 2, 4, 5, 1<br />
c) 1, 5, 2, 3, 4 (ITA-67)<br />
As cinco questões seguintes referem-se à classificação periódica dos elementos,<br />
esquematizada abaixo. Os símbolos dos elementos foram substituídos por letras<br />
ARBITRARIAMENTE escolhidas. A letra T representa o símbolo de um gás<br />
nobre.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
374<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
(ITA-67)<br />
(468) Um elemento cujo HIDRETO gasoso se dissolve em água para formar<br />
um ácido forte S representado pela letra:<br />
a) X d) L<br />
b) R e) G<br />
c) J<br />
(469) Que elemento ou grupo de elementos tem o esquema abaixo<br />
(470)<br />
para representar a disposição de seus elétrons de VALÊNCIA?<br />
a) só L d) W, R e Z<br />
b) M e Y e) G, J, L e R<br />
c) J e Q<br />
(470) Quantos elementos ficam situados na fila HORIZONTAL em branco<br />
entre os elementos Y e U?<br />
a) 3 d) 14<br />
b) 6 e) 18<br />
c) 10<br />
(471) Baseado na posição dos elementos mencionados na tabela periódica<br />
acima, diga qual das fórmulas seguintes deve ser FALSA:<br />
a) X2L<br />
b) YW2<br />
c) M2J3<br />
d) QV3<br />
e) GR4
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(472) Dos elementos assinalados, aquele que irá requerer MENOR energia<br />
para se transformar em cátion monovalente, quando na forma de gás, é o:<br />
a) X d) W<br />
b) V e) T<br />
375<br />
C) U<br />
(ITA-67)<br />
(473) A classificação periódica dos elementos é fundamentada na variação<br />
periódica das propriedades desses elementos em função dos valores crescentes:<br />
a) Do átomo-grama d) Do número de nêutrons<br />
b) Da massa atômica e) Do número de prótons<br />
c) Do número atômico f) Do número de massa<br />
(EPUSP-65)<br />
(474) Qual das seguintes substâncias possui ponto de fusão mais elevado?<br />
a) Sn c) W<br />
b) Fe d) Pb<br />
(475) São propriedades periódicas:<br />
a) Volume atômico e fusibilidade<br />
b) Volatibilidade e calor específico<br />
c) Massa atômica e densidade<br />
(476) 0 lantânio pode ser classificado como:<br />
a) Um elemento de transição interna<br />
b) Um elemento de não transição<br />
c) Um elemento de transição<br />
d) Nenhuma das respostas anteriores<br />
(EPUSP-66)<br />
(FEI-67)<br />
(FEI-67)<br />
(477) Na primitiva classificação de Mendelejew os elementos químicos foram<br />
colocados em ordem crescente de:<br />
a) Volumes atômicos c) Massas atômicas<br />
b) Números atômicos d) Valência<br />
(FEI-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(478) O halogênio de ponto de fusão mais alto é:<br />
a) Bromo<br />
b) Cloro<br />
c) Iodo<br />
376<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
(FEI-68)<br />
(479) Num mesmo período da tabela periódica, o caráter eletropositivo cresce:<br />
a) Da direita para a esquerda<br />
b) Da esquerda para a direita<br />
c) Do centro para as extremidades<br />
(FEI-68)<br />
(480) Os íons F‾ , Na + , Mg ++ e Al +++ possuem todos o mesmo número de<br />
elétrons. Qual é o maior?<br />
a 6:<br />
Números atômicos: F = 9; Na = 11; Mg = 12; Al = 13<br />
(481) Através da lei de Moseley torna-se possível identificar:<br />
(MACKENZIE-66)<br />
a) O número atômico de um elemento a partir do seu espectro de raios-X<br />
b) As variedades alotrópicas de um elemento<br />
c) Os vários isótopos de um elemento<br />
(ALVARES PENTEADO-68)<br />
(482) Estão situados no centro do quadro periódico e tem densidade superior<br />
a) Os não metais d) Os halogênios<br />
b) Os metais leves e) Os semi-metais<br />
c) Os metais pesados<br />
(483) Os elementos Ca, Ba, Sr, Ra, Be e Mg são:<br />
a) Alcalinos d) Semi-metais<br />
b) Alcalinos-terrosos e) Nenhuma das alternativas<br />
c) Sólidos<br />
(MOGI-68)<br />
(MOGI-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
As quatro questões seguintes estão relacionadas com as configurações<br />
eletrônicas dos átomos dos elementos a, b, c, d e e, pertencentes ao mesmo período da<br />
tabela periódica:<br />
a) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 1 d) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 5<br />
b) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3S 2 , 3p 1 e) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6<br />
c) ls 2 , 2s 2 , , 2p 6 , 3s 2 , 3P 4<br />
(484) Baseados nas quais deve-se esperar:<br />
a) 0 raio atômico e o primeiro potencial de ionização crescem de a a e<br />
b) Nada se pode afirmar<br />
c) Ambos decrescem de a a e<br />
d) O raio atômico decresce e o 1º. potencial de ionização cresce de a a e<br />
e) 0 raio atômico cresce e o 1º. potencial de ionização decresce de a a e<br />
(485) a) O elemento a é metal, d halogênio e e gas nobre<br />
b) O elemento a é não metal, b metal e c halogênio<br />
c) O elemento a é metal, c não metal e d gás nobre<br />
d) O elemento b é metal, c halogênio e d gás nobre<br />
e) O elemento c é não metal, d e e halogênios<br />
(486) 0 elemento que apresenta o segundo potencial de ionização maior é:<br />
a) a d) d<br />
b) b e) e<br />
c) c<br />
(487) 0 elemento mais eletropositivo é:<br />
a) a d) d<br />
b) b e) e<br />
c) c<br />
377<br />
(MOGI-69)<br />
(488) Se um elemento pertencer ao 49 período da classificação periódica, que<br />
tipo de orbitais pode este apresentar:<br />
a)s, p, d, f c)s, p, d e) s, d, f<br />
b) s, p d) s, p, f<br />
(EE S.CARLOS-68)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
378<br />
classificação periódica dos elementos-5<br />
(489) Dos compostos abaixo, qual apresenta fórmula que não corresponde<br />
bem a posição dos elementos constituintes na classificação periódica:<br />
a) Cl2O7 d) KC13<br />
b) CCl4 e) PCI5<br />
c) Na2S<br />
(490) São propriedades aperiódicas e periódicas, respectivamente:<br />
a) O estado de agregação e calor específico<br />
b) A massa atômica e a massa específica<br />
c) O volume atômico e o ponto de fusão<br />
(EE S.CARLOS-68)<br />
(E-E-MAUÁ-66)<br />
(491) Qual das seguintes propriedades é mais característica do grupo VII<br />
A(halogênios) da Tabela Periódica?<br />
série<br />
muito internos<br />
a) Tendência de perder elétrons<br />
b) Configuração eletrônica mais externa do tipo ns 2 np 5<br />
c) Baixo potencial de ionização<br />
d) Afinidade eletrônica nula<br />
(FILOSOFIA USP - 67)<br />
(492) Os lantanídeos tem propriedades químicas muito semelhantes por que:<br />
a) O número atômico não varia muito do primeiro ao último elemento da<br />
b) As diferenças entre suas configurações eletrônicas ocorrem em orbitais<br />
c) Possuem massas atômicas próximas<br />
d) Todos possuem o orbital 4s preenchido<br />
e) Todos possuem peso atômico elevado<br />
As cinco questões seguintes são do tipo associação:<br />
a) Elemento de maior eletronegatividade<br />
b) Configuração eletrônica ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3S 2 , 3p 5<br />
(UFMG-67)<br />
c) Elemento cujos átomos possuem elétrons num nível de numero quântico<br />
maior envolvendo um nível parcialmente preenchido, de número quântico menor
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
d) Elemento que se distingue do de número atômico imediatamente inferior<br />
por um elétron no nível 4f<br />
e) Elemento de maior tamanho atômico<br />
(493) Halogênio<br />
(494) Frâncio<br />
(495) Flúor<br />
(496) Lantanídeo<br />
(497) Elemento de transição<br />
379<br />
(MED GB-68)<br />
(498) A eletronegatividade dos elementos exprimem em última análise :<br />
a) Seu número de valência<br />
b) O diâmetro do seu átomo<br />
c) A avidez por elétrons<br />
d) A diferença entre o número de prótons e elétrons<br />
e) Nenhuma das anteriores<br />
(499) 0 enxôfre é circundado na Tabela Periódica pelo O, Se, Pe Cl.<br />
Então:<br />
a) P, S e Cl pertencem a um mesmo período<br />
b) S, O e Cl pertencem a um mesmo grupo<br />
c) S, Se e O formam uma tríada<br />
═════════════════<br />
(LINS-67)<br />
(MAUÁ-65)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ATOMÍSTICA<br />
380<br />
capítulo 6
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
A CONCEITOS DE<br />
OXIDAÇÃO E REDUÇÃO<br />
A palavra oxidação nasceu do fenômeno químico "combinar-se com o oxigênio".<br />
Até hoje costuma-se dizer: "este parafuso oxidou-se" o que significa que o metal<br />
combinou-se com o oxigênio.<br />
Seja o átomo de cálcio combinando-se com o átomo de oxigênio.<br />
Ca + [O] --- Cao<br />
Como houve uma combinação com o oxigênio, diria-se: o cálcio oxidou-se.<br />
Com a descoberta da estrutura eletrônica, verificou-se que, quando um<br />
elemento combina-se com o oxigênio, aquele acaba perdendo elétrons para o oxigênio.<br />
De fato, na reação mencionada temos:<br />
381
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
adquirir:<br />
Como o leitor pode perceber, o cálcio perdeu 2 elétrons para o oxigênio.<br />
Dizemos que o cálcio oxidou-se e o oxigênio reduziu-se.<br />
Generalizando pode-se dizer:<br />
OXIDAR-SE é perder elétrons<br />
REDUZIR-SE e ganhar elétrons<br />
Vamos agora equacionar o fenômeno e reparem as cargas que os átomos irão<br />
Ca0 + [O] 0 ------ Ca ++O =<br />
Numa observação isolada para cada átomo temos:<br />
Reparem que, quando um átomo perde elétron,ele fica mais positivo.<br />
Chamemos, provisoriamente, a carga do átomo de NÚMERO DE OXIDAÇÃO (Nox.).<br />
Então, quando um átomo oxida-se ocorre aumento no seu número de oxidação.<br />
Analogamente para o oxigênio:<br />
Ocorrendo uma redução verifica-se diminuição do número de oxidação:<br />
Podemos dizer então que:<br />
O X I D A R - S E é perder e l é t r o n s ou aumentar o número de<br />
oxidação<br />
R E D U Z I R - S E é g a n h a r e l é t r o n s ou d i m i n u i r o número de<br />
oxidação<br />
382
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Num esquema gráfico,podemos representar do seguinte modo:<br />
(redução) o Nox do outro está aumentando (oxidação) .<br />
EXERCÍCIOS<br />
383<br />
óxido-redução - 6<br />
Quando um átomo<br />
oxida-se, existe outro que se<br />
reduz porque, óxido-redução<br />
é uma reação de transferência<br />
de elétrons.<br />
É como um sistema<br />
de recipientes interligados<br />
contendo água, como mostra<br />
a figura. Se o nível de um<br />
está abaixando, o nível do<br />
outro está subindo.<br />
(500) Quando o Fe++ passa a Fe+++ ocorreu uma:<br />
a) oxidação<br />
b) redução<br />
Se o Nox de um<br />
átomo está diminuindo<br />
(501) Existem reações de Óxido-redução na ausência de oxigênio?<br />
a) sim<br />
b) não<br />
(502) Quando o flúor gasoso F2 transforma-se em íon estável ocorre:<br />
a) oxidação<br />
b) redução<br />
c) nem oxidação nem redução
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
384<br />
B OXIDANTES<br />
E REDUTORES<br />
O que se observou no item anterior é que uma reação de óxido-redução não é<br />
nada mais que uma transferência de elétrons.<br />
elétrons.<br />
Realmente, um átomo cede elétrons ao outro porque este quer receber esses<br />
Aquele,que quer receber os elétrons, é quem provoca a oxidação. Então, o<br />
receptor de elétrons é chamado OXIDANTE.<br />
Da mesma forma podemos falar em REDUTOR.<br />
O redutor deve provocar a redução de um átomo.<br />
O redutor deve perder elétrons para o outro átomo.<br />
Aquele que se oxida é o REDUTOR.<br />
Aquele que se reduz é o OXIDANTE.<br />
Isto ocorre porque a oxidação e a redução são simultâneas.<br />
0 fenômeno tem uma boa semelhança com o seguinte quadro humorístico:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
385<br />
óxido-redução-6<br />
Seja um assalto: Aquele que perde a "gaita" é quem foi assaltado. O<br />
assaltante é quem "recheou-se" com a "bolada". Então:<br />
elemento.<br />
Agora torna-se necessária uma generalização:<br />
Oxidam-se ou reduzem-se (perdem ou ganham elétrons) átomos de um<br />
Entretanto, quando se fala em oxidantes e redutores refere-se não só aos<br />
átomos dos elementos que perdem ou ganham elétrons, mas sim às moléculas e íons<br />
das SUBSTÂNCIAS que possuem esses átomos.<br />
Por exemplo:<br />
No KMnO4 , o manganês é capaz de ganhar elétrons. Então, o Mn é quem<br />
sofre a redução. Porém, por extensão, dizemos que o oxidante é o permanganato de<br />
potássio.<br />
jogo é o "time".<br />
É como num jogo de futebol. É o "jogador" quem marca o gol e quem ganha o<br />
É o átomo que perde ou ganha elétrons. Mas, o redutor ou oxidante é o "time"<br />
de átomos presentes na reação.<br />
Seja a reação abaixo onde já mencionamos os números de oxidação:<br />
oxidou-se: Fe<br />
reduziu-se: H<br />
oxidante: H2SO4 (por causa do H)<br />
redutor: Fe
o:<br />
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(503) Seja a reação:<br />
Qual átomo ou substância:<br />
a) oxidou-se<br />
b) reduziu-se<br />
c) oxidante<br />
d) redutor<br />
EXERCÍCIOS<br />
(504) Se a reação anterior fosse reversível, no sentido inverso, o oxidante seria<br />
a) Cl‾<br />
b) NaCl<br />
c) Br2<br />
d) Na +<br />
══════════════<br />
C NÚMERO DE<br />
OXIDAÇÃO (Nox)<br />
Suponhamos que um grupo de rapazes vão jogar "poker". Eles estão numa<br />
sala e cada um tem determinadas quantias no bolso.<br />
Por convenção, anotemos a quantia de cada um e atribuamos valor ZERO<br />
para todas, embora sejam quantias diferentes.<br />
Então, os indivíduos A, B, C, etc:<br />
A possui R$ 20,00 ... seu Nox = 0<br />
B possui R$ 8,00 ... seu Nox = 0 e assim sucessivamente.<br />
386
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
387<br />
oxido-redução-6<br />
Agora eles já jogaram e uns "perderam" (oxidação) e outros "ganharam"<br />
(redução) . Cada "real lucrado ou perdido será contabilizado como uma unidade de<br />
Nox. Só que iremos adotar a seguinte convenção para os sinais de Nox: se alguém<br />
"ganha" o Nox será" negativo (-) e quando "perde" o seu Nox será positivo; isto porque<br />
os "reais" estão sendo comparados com elétrons. Estamos usando uma convenção<br />
contrária da habitual para contabilizar reais.<br />
com R$ 18,00.<br />
Suponhamos que um indivíduo "A" entrasse no jogo com R$20,00 a saísse<br />
A entra com R$ 20,00------ Nox = zero<br />
sai com R$ 18,00 ------ Nox = (+2)<br />
Suponhamos que o indivíduo "B" entrasse no jogo com R$8,00 saísse com<br />
R$ 10,00.<br />
B entra com R$ 8,00 ------ Nox = zero<br />
sai com R$ 10,00 ----- Nox = (-2)<br />
O que se percebe é que Nox representa o verdadeiro lucro ou perda, com uma<br />
convenção de sinais contrária da usual.<br />
Para os átomos, Nox representa lucros ou perdas de elétrons. Quando um<br />
átomo perde elétrons, ele fica eletricamente mais positivo e, teremos Nox positivo; se o<br />
átomo ganha elétrons terá Nox negativo.<br />
importante:<br />
a zero.<br />
No exemplo do cálcio combinando-se com oxigênio:<br />
Cálcio tinha 20 elétrons ------ Nox = zero<br />
ficou com 18 elétrons ------ Nox = (+2)<br />
Oxigênio tinha 8 elétrons ------ Nox = zero<br />
ficou com 10 elétrons ------ Nox = (-2)<br />
O Nox representa lucros e perdas de elétrons e, surge uma propriedade muito<br />
A soma algébrica dos Nox de todos os átomos de uma molécula é igual<br />
ΣNox = 0<br />
Isto decorre porque nenhum elétron pode ser criado ou destruido. Tivemos a<br />
primeira idéia de Nox. Para termos um conceito mais amplo de Nox iremos defini-lo<br />
em duas espécies de compostos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
__________________<br />
1º.) Nox de íons<br />
______________________<br />
Como já vimos, Nox é 1ucro ou perda de elétrons e será, no caso de<br />
íons exatamente a carga do íon.<br />
Exemplos:<br />
(505) CaCl2<br />
(506) Al2(So4)3<br />
(507) PtS2<br />
═════════════<br />
EXERCÍCIOS<br />
Ca ++ ---- Nox = +2<br />
Cl ---- Nox = -1<br />
Al ---- Nox = +3<br />
So ---- Nox = -2<br />
Pt ---- Nox = +4<br />
S ---- Nox = -2<br />
Lembre-se que Nox é carga de apenas um íon e não a soma das cargas. Por<br />
exemplo, no CrI3 o Nox do iodo é -1 e não -3.<br />
Determine o Nox dos elementos abaixo assinalados:<br />
══════════════<br />
388
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
_________________________________<br />
3b) Nox de átomos nas moléculas<br />
_______________________________________________<br />
389<br />
óxido-reducão – 6<br />
Quando se ligam 2 átomos de diferentes<br />
eletronegatividades por covalência, a nuvem de<br />
elétrons fica deslocada para o lado do átomo mais<br />
eletronegativo.<br />
No exemplo ao lado, o flúor atrairá mais<br />
o par eletrônico da ligação e, teremos uma<br />
polarização negativa para o flúor.<br />
Neste caso, embora haja maior domínio<br />
do par eletrônico pelo flúor, o hidrogênio não<br />
cedeu totalmente seu elétron.<br />
O número de oxidação, será calculado<br />
em base puramente hipotética.<br />
Suponhamos que haja separação desses<br />
átomos. Então, o flúor ficará com o par eletrônico<br />
de ligação, tornando-se "F‾", enquanto teremos<br />
"H + " do outro lado. Isto realmente irá acontecer<br />
quando, "HF" tomar parte nessa reação, por<br />
exemplo, com a água.<br />
Entretanto, mesmo antes da separação<br />
desses átomos, diremos que o número de<br />
oxidação do flúor é "-1" e, o do hidrogênio é "+1",<br />
pois estas seriam as cargas a serem adquiridas.<br />
Normalmente, esses Nox são calculados<br />
na própria fórmula estrutural, evitando-se a<br />
complexa representação eletrônica. Cada traço representa um par eletrônico de<br />
ligação.<br />
Escrita a fórmula estrutural, risca-se um limite entre os átomos, ficando com<br />
o par eletrônico da ligação (traço) o átomo mais eletronegativo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Na questão em foco, a separação do HF é feita com um limite de modo que o<br />
par de elétrons (traço) fique na região do flúor.<br />
Cada traço ganho por um átomo representa lucro de 1 elétron; cada traço<br />
ganho será uma unidade negativa de Nox.<br />
Ao contrário, cada traço perdido será um elétron a menos para o átomo e isto<br />
representará uma unidade positiva de Nox.<br />
elétrons.<br />
Nos outros casos, quem ficaria com o par eletrônico (traço)?<br />
Evidentemente o átomo mais eletronegativo dentre os que disputam os<br />
Lembremos da fila de eletronegatividade segundo Pauling:<br />
F O N, Cl Br S, I, C H<br />
4,0 3,5 3,0 2,8 2,5 2,1<br />
Vejamos alguns exemplos de cálculo de Nox.<br />
- Seja o Nox do carbono no clorofórmio (HCCI3).<br />
- Seja o Nox do cloro no Cl2.<br />
C1 ▬▬▬ C1<br />
Quando eles possuem mesma eletronegatividade, nenhum dos átomos sai<br />
1ucrando ou perdendo elétrons. Então o Nox será zero.<br />
Disso decorre imediatamente que:<br />
SUBSTÂNCIAS SIMPLES TÊM NÚMERO DE OXIDAÇÃO ZERO<br />
Seja o Nox do C ligado ao OH, no álcool abaixo:<br />
390
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
dativa.<br />
normais.<br />
EXERCÍCIOS<br />
391<br />
óxido-redução – 6<br />
(512) Determine os Nox dos átomos assinalados nos seguintes compostos:<br />
(513) Quando o número de oxidação do oxigênio não é -2?<br />
a) O ligado ao hidrogênio<br />
b) O ligado ao flúor<br />
c) O ligado ao cloro<br />
d) O na forma de íon O =<br />
Examinemos agora o número de oxidação de um átomo que possui ligação<br />
Seja a molécula de SO2, onde temos uma ligação dativa e duas covalentes<br />
Na separação dos átomos, o oxigênio ficará<br />
com os elétrons das ligações.<br />
Então, o enxofre perderá 4 elétrons e seu<br />
Nox será +4, enquanto cada oxigênio terá Nox igual<br />
a -2.<br />
Observe que uma ligação dativa tem um<br />
par de elétrons só de um átomo. Em outras<br />
palavras, a "seta" vale por 2 elétrons. No desenho ao<br />
lado, o enxofre perdeu 2 "traços" (2 elétrons) e 1<br />
"seta" (2 elétrons).
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
392<br />
Seja agora o monóxido de carbono que<br />
possui duas covalentes normais e uma dativa do<br />
oxigênio para o carbono.<br />
Na separação dos átomos o oxigênio ficará<br />
com os elétrons. Vê-se que o carbono perde 2<br />
elétrons por causa das ligações covalentes normais<br />
e nada perde por causa da dativa.<br />
Colocando agora num caso mais geral,<br />
para uma ligação dativa entre A e B,pode ou A ou<br />
B ficar com o par eletrônico da ligação dativa.<br />
De acordo com a representação ao lado, o<br />
par de elétrons é do átomo A.<br />
1º. caso:<br />
Se B for mais eletronegativo que A então B<br />
ficará com a"seta" e terá ganho 2 elétrons de A.<br />
2º. caso:<br />
elétrons. Neste caso, nenhum deles perde ou ganha elétrons.<br />
Se A for mais eletronegativo que B então A<br />
ficará com a"seta" e terá recuperado o par de<br />
Para visualizar de um modo mais prático, pense assim:<br />
O limite é a referência para sabermos se algum dos átomos está ganhando ou<br />
perdendo elétrons. Se a seta que era de A (2E de A) atravessou o limite, temos o 1º.<br />
caso e, realmente, A perdeu 2E, enquanto B ganhou 2E. Se a "seta" não atravessou o<br />
limite, não teremos nem ganho nem perda de elétrons.<br />
molécula.<br />
Agora já podemos dizer o que é número de oxidação de um átomo numa<br />
___________________________________________________________________________<br />
Número de oxidação de um átomo ligado por covalências normais ou<br />
dativas é a carga que este átomo deveria adquirir se ocorresse a separação de<br />
todos os átomos a ele ligados, ficando com os elementos mais eletronegativos<br />
os pares eletrônicos da ligação.<br />
____________________________________________________________________________
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
(514) Calcular o Nox do enxofre no ácido sulfúrico.<br />
elétron.<br />
elétrons.<br />
393<br />
óxído-redução – 6<br />
- Na ligação O - S o enxofre perde 1<br />
- Na ligação S - O o enxofre perde 2<br />
O Nox do S será +6 (perda de 6<br />
elétrons). Reparem que isto não significa ter o<br />
S perdido realmente seis elétrons; significa<br />
apenas que os seis elétrons do enxofre estão mais no campo de influência do oxigênio<br />
que do próprio enxofre.<br />
Calcular os Nox dos elementos abaixo indicados:<br />
Nos exercícios procura-se calcular o Nox dos elementos por um processo mais<br />
rápido. Existem determinados elementos que possuem Nox característicos. Por<br />
exemplo, o oxigênio quando se liga a qual quer elemento (exceto F ou outro O) terá<br />
Nox_ = -2 pois, sendo mais eletronegativo que o outro, irá atrair os elétrons das<br />
ligações.<br />
Temos a seguir uma lista de elementos com Nox característicos.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
a) substância simples O2, O3, N2, Na 0 , etc zero<br />
b) Alcalinos e H +1<br />
c) Alcalinos terrosos +2<br />
d) Halogênios (colocados na ponta direita) -1<br />
e) Chalcogênios (colocados na ponta direita) -2<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
Se num composto existe apenas 1 elemento de Nox desconhecido e, os<br />
restantes são elementos do quadro acima, então, pode-se aplicar aquela propriedade<br />
importante:<br />
Exemplo:<br />
Σ Nox = ZERO<br />
(520) No KMnO4, vamos calcular o Nox do Mn. O K é alcalino e Nox = +1. O<br />
O é chalcogênio,que na ponta direita vale -2.<br />
regra.<br />
(521) Seja o K2Cr207.<br />
Antes de prosseguirmos com os exercícios, vamos falar em alguns detalhes da<br />
Por que o halogênio ou chalcogênio precisa estar na "ponta direita" para ter<br />
números de oxidação -1 e -2 Respectivamente?<br />
Exemplo:<br />
394
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
395<br />
óxido-redução-6<br />
É que, quando um halogênio está na "ponta direita", ele é o mais<br />
eletronegativo do agrupamento. No Na2PtCl6, o cloro é mais eletronegativo que o sódio<br />
e platina. Então, cada cloro ganha um elétron do átomo a ele ligado e terá Nox = -1.<br />
Se o cloro não aparecer na "ponta direita" é porgue existe algum átomo ainda<br />
mais eletronegativo. No NaC103 , o oxigênio é mais eletronegativo que o cloro e sódio,<br />
vê-se,então,que o oxigênio terá Nox = -2, pois cada átomo de oxigênio receberá 2<br />
elétrons.<br />
Confirmando:<br />
Os elementos F, Cl, Br e I terão Nox = -1 quando aparecerem<br />
na "ponta direita".<br />
Os elementos O, S, Se e Te terão Nox = -2 quando apareceram<br />
na "ponta direita".<br />
Uma particularidade muito importante é o Nox do hidrogênio. O número de<br />
oxidação do hidrogênio é +1 pois ele perde o elétron para o outro átomo que se liga.<br />
Somente nos hidretos de alcalinos e de alcalinos terrosos ele se transforma em íon H‾e<br />
tem Nox = -1.<br />
Exemplos:<br />
(522) NH3 NH4 + OH ‾ NA + H‾<br />
+1 +1 +1 -1<br />
EXERCÍCIOS<br />
Uma vez observadas as particularidades, vamos aos cálculos de Nox de<br />
elementos, aplicando a propriedade: ΣNox = O.<br />
Poderemos calcular de um modo mais simples.<br />
(523)<br />
Sabemos que o lado direito é negativo,<br />
enquanto o esquerdo é positivo. Examinando apenas as extremidades, vemos que o<br />
número de cargas negativas é maior, resultando Nox positivo para o elemento central<br />
(no caso Mn) .<br />
Abandonemos um pouco os sinais e, efetuemos as seguintes operações :
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
iônicos.<br />
iônico.<br />
(524) Seja no K2Cr2O7.<br />
7x2 = 14 ... (menos 2) = 12 dividido por 2 . . . Nox=+6<br />
oxigênio k Cr2 Cr<br />
Calcule o Nox dos elementos assinalados por um círculo.<br />
(525) KNO3 (526) Na2SO4 (527) Na2S2O3<br />
О О О<br />
(528) CaSO3 (529) Ba2P2O7 (530) Na2B4O7<br />
О О О<br />
(531) Na2S4O6 (532) Fe 3O4 (533) Na3BO3<br />
О О О<br />
═══════════<br />
Vamos agora calcular o número de oxidação de átomos em agrupamentos<br />
1º. método:<br />
Baseia-se no cálculo direto do Nox.<br />
Seja o CIO3 - e calculemos o Nox do cloro.<br />
Agora a Σ Nox = carga do agrupamento<br />
De fato, o CIO3‾ vem do HCIO3.<br />
O Cl tem Nox +5 e o oxigênio -2.<br />
No íon C103 temos +5 + 3 x (-2) = -1 que é a carga do agrupamento<br />
(534)<br />
(535)<br />
EXERCÍCIOS<br />
396
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(536)<br />
2º. método:<br />
Calcula-se o Nox do ácido correspondente.<br />
Seja o CO3 = . Qual a diferença entre este íon e o H2CO3?<br />
397<br />
óxido-redução - 6<br />
Reparem que o Nox do elemento central não se altera quando se retiram<br />
apenas os H ionizáveis do ácido pois não mudou os átomos vizinhos do carbono.<br />
Então, calculando-se o Nox no ácido, teremos o solução.<br />
Exemplos<br />
EXERCÍCIOS<br />
Notem ainda que o número de traços (que representam cargas negativas) é o<br />
número de H ionizáveis do ácido correspondente.<br />
Para ânions oxigenados bastam:<br />
a) multiplicar o número de átomos de oxigênio por 2.<br />
b) subtrair o número de traços (que seriam átomos de H) que representa a<br />
carga negativa do ânion.<br />
Assim dispensa-se escrever o ácido correspondente.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Nos exemplos anteriores:<br />
Se o ânion aparece com um cátion formando um sal, procede-se do<br />
mesmo modo. Antes devemos assinalar a carga do ânion.<br />
Exemplo:<br />
(543) Al2(SO4)3<br />
O<br />
EXERCÍCIOS<br />
Basta calcular S no SO4 = .<br />
2 x 4 = 8 menos . . . 2 ----- +6<br />
O carga<br />
Calcular os Nox assinalados:<br />
Se algum caso não se enquadra nestes particulares, então calcule o<br />
Nox pela definição.<br />
398
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(549) Seja o C no HCN.<br />
(550) Seja N numa amina primária.<br />
(556) Quando o íon sódio passa a sódio metálico houve uma:<br />
a) oxidação do íon<br />
b) redução do íon<br />
c) oxi-redução do íon<br />
d) auto oxi-redução<br />
(557) Na reação<br />
Cl2 + H2S---------- 2 HCI + S<br />
a) o Cl oxidou-se<br />
b) o S reduziu-se<br />
c) o H reduziu-se<br />
d) o Cl reduziu-se<br />
(558) Na reação anterior, o redutor é:<br />
a) Cl2 c) H2S<br />
b) H d) HC1<br />
399<br />
óxido-redução - 6
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(559) Não é reação de oxi-redução:<br />
a) CO + 1/2 O2 --- CO2<br />
b) NH3 + H20 --- NH4OH<br />
c) Fe + 2 HC1 --- FeCl2 + H2<br />
d) 2 KC1O3 --- 2 KC1 + 3 O2<br />
═════════<br />
Agora já temos uma noção geral de número de oxidação conceituado para<br />
íons e para átomos nas moléculas.<br />
Para os_átomos que obedecem a regra do octeto, o máximo número de<br />
oxidação é +7 , pois, no máximo, um átomo perderia 7 elétrons. Por outro lado, o<br />
menor número de oxidaçao é -7, quando o átomo ganha 7 elétrons.<br />
Normalmente, quando um átomo tem número de oxidação elevado +7, +6, por<br />
exemplo, este átomo tende a recuperar seus elétrons e facilmente recebe elétrons.<br />
Dizemos que este átomo sofre fácil redução e, portanto, o composto que possui aquele<br />
átomo é um bom oxidante.<br />
oxidante.<br />
Exemplos:<br />
No KMnO4 o Mn tem número de oxidação +7.<br />
Logo o permanganato de potássio é um ótimo oxidante.<br />
No K2Cr207o Cr tem número de oxidação +6 e o composto é também um bom<br />
EXERCÍCIOS<br />
(560) Entre os compostos abaixo, assinale o melhor oxidante:<br />
a) HCl<br />
b) NaClO<br />
c) HClO4<br />
d) Mn02<br />
Na prática, um bom oxidante ou bom redutor é reconhecido através dos seus<br />
potenciais de óxido-redução, que serão estudados no livro 3.<br />
══════════<br />
400
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
401<br />
óxido-redução - 6<br />
D AJUSTAMENTO<br />
DE COEFICIENTES<br />
PELO MÉTODO DE<br />
ÓXIDO REDUÇÃO<br />
Avisamos aos alunos que, antes de estudar este item, é melhor recapitular o<br />
ajustamento de coeficientes pelo método das tentativas, apresentado no livro<br />
Química-Geral volume 1.<br />
O método de óxido-redução fundamenta-se em:<br />
NUMERO TOTAL DE NÚMERO TOTAL DE<br />
=<br />
ELÉTRONS CEDIDOS ELÉTRONS RECEBIDOS<br />
Primeiro, vamos apresentar a regra prática para o ajustamento de<br />
coeficientes. A seguir, discutiremos porque podemos efetuar esses cálculos.<br />
1º. exemplo:<br />
Seja a equação:<br />
K2Cr2O7 + HBr -------- KBr + CrBr3 + H20 + Br2<br />
1 a. operação:<br />
Descobrir todos os elementos que sofreram oxidação ou redução, isto é,<br />
mudaram de Nox. Olhando a equação consegue-se "desconfiar" de certos elementos,<br />
pois aqueles que variam o Nox quase sempre mudam de posição.<br />
fato:<br />
Por exemplo:<br />
Não precisamos "desconfiar" do K, pois ele sempre está do lado esquerdo.<br />
Mas deve-se reparar que o Cr passou da posição central para a esquerda. De
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Outro elemento é o Br, pois aparece na forma de substância simples.<br />
Calculemos agora as variações de Nox desses elementos e que chamaremos<br />
de A. Teremos 2 ramais: oxi e red.<br />
A seguir desenham-se 2 quadros onde devemos colocar uma substância do<br />
ramal oxi e uma substância do ramal red.<br />
- para o red K2Cr2O7 ou CrBr3<br />
- para o oxi HBr ou Br2<br />
Mas, nem sempre a substância pode ser colocada no quadro. Deve-se fazer a<br />
seguinte pergunta:<br />
SERVIRÁ..<br />
a) Para o ramal red:<br />
O elemento deste ramal é o Cr. Pergunte: tem algum cromo fora do ramal?<br />
- NÃO - então, tanto o K2Cr207 como o CrBr3 podem ser colocados no quadro.<br />
b) Para o ramal oxi:<br />
Os candidatos para o ramal oxi são: HBr com Br = (-1) e Br2 com Br = (0) .<br />
Tem algum Br fora do ramal oxi? - SIM - então apenas um dos candidatos<br />
Qual é o Nox do Br fora do ramal oxi? É (-1) , pois o são em KBr e em CrBr3.<br />
Então, o candidato que tem Br=(-1) NÃO PODE ser colocado no quadro.<br />
402
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Conclusão:<br />
Apenas o Br2 pode ir no quadro.<br />
Os quadros, após receberem as substâncias, ficam assim:<br />
403<br />
óxido redução-6<br />
Uma vez colocadas as substâncias nos quadros, deve-se multiplicar o ∆ pela<br />
atomicidade do elemento que está no quadro.<br />
A seguir, dá-se uma INVERSÃO dos resultados obtidos e simplifica-se<br />
quando possível. Teremos os coeficientes das substâncias colocadas nos quadros.<br />
Agora, colocam-se os coeficientes na equação e ajustam-se outros<br />
coeficientes pelo método das tentativas.<br />
2º. exemplo: Seja a equação:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Para colocar nos quadros:<br />
a) Do ramal oxi: Cu ou Cu(NO3)2<br />
b) Do ramal red: somente o NO. Não podemos colocar HNO3, porque N com<br />
Nox = +5 repete fora do ramal (exatamente no Cu(NO3)2).<br />
A seguir, ajustando-se pelo método das tentativas:<br />
8 HNO3 + 3 Cu--- 3 Cu(N03)2 2 NO + 4 H20<br />
As regras para o ajustamento de coeficientes pelo método oxi-redução são:<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
a) Descobrir todas as mudanças de números de oxidação.<br />
b) Traçar os ramais oxi e red e calcular as variações ∆.<br />
c) Escolher uma substância do ramal oxi e uma substância do ramal<br />
red para colocá-las nos quadros. É necessário que os Nox dos elementos<br />
colocados nos quadros não repitam em nenhum lugar na equação. São Nox<br />
exclusivos para cada elemento.<br />
d) Multiplicar o ∆ de cada elemento pela respectiva atomicidade que se<br />
encontra dentro do quadro.<br />
e) Dar a inversão dos resultados para se determinar os coeficientes.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
3º. exemplo:<br />
Agora iremos ajustar os coeficientes de uma equação e logo em seguida<br />
justificaremos o método.<br />
404
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
red nos ramais.<br />
perdidos.<br />
Para KMnO4 - serve<br />
os MnCI2 - serve<br />
405<br />
óxido-redução – 6<br />
quadros HCl - não serve porque Cl com (-1) repete fora do ramal oxi.<br />
C12 - serve<br />
JUSTIFICAÇÃO DA REGRA PRÁTICA<br />
Vamos colocar incógnitas nas substâncias da equação e traduzir o que é oxi e<br />
Vamos calcular, em função dessas incógnitas, o total de elétrons recebidos e<br />
a) elétrons recebidos<br />
Pode ser calculado no x KMnO4, ou b MnCl2.<br />
No x KMNO4:<br />
Cada Mn perdeu 5(E); são x átomos ---—> 5 x elétrons<br />
No b MnCI2;<br />
Cada Mn perdeu 5(E); são b átomos---—> 5 b elétrons<br />
b) elétrons perdidos<br />
Tentaremos calcular no y HC1.<br />
Cada Cl perdeu 1 (E); mas não são "y" átomos que perdem elétrons; apenas<br />
uma parcela de "y", que não sabemos, é que perde:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Como se vê, não se pode calcular o total de elétrons em função de "y",<br />
exatamente porque existem aí Cl com (-1) que nada sofrem e irão repetir seu Nox fora<br />
do ramal.<br />
Calculemos no d CI2<br />
Cada Cl perdeu 1 (E) ; são 2d átomos ----- 2d elétrons.<br />
Já que calculamos o total de elétrons ganhos e elétrons perdidos em função<br />
das incógnitas, podemos igualar estas quantidades pois o princípio básico do método<br />
é:<br />
elétrons perdidos = elétrons ganhos<br />
Igualando os elétrons calculados no xKMnO4 e no dCI2 temos:<br />
x KMnO4 ---------- 5x elétrons<br />
d Cl2 ---------- 2d elétrons<br />
Como 5x = 2d<br />
Examinemos o dispositivo prático do ajustamento:<br />
Para o KMnO4<br />
0 significado real é:<br />
∆ = 5 elétrons ganhos x 1 átomo de Mn = 5 elétrons ganhos por molécula<br />
Sendo x moléculas temos:<br />
Analogamente:<br />
Total de elétrons ganhos = 5x<br />
∆ = 1 elétron perdido x 2 átomos de Cl = 2 elétrons perdidos por molécula<br />
Sendo d moléculas temos:<br />
Total de elétrons perdidos 2d.<br />
406
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
407<br />
óxido-redução-6<br />
Como já vimos, igualando elétrons ganhos = elétrons perdidos teremos<br />
X = 2 e d = 5.<br />
Os valores de x e d são inversamente proporcionais aos números de elétrons<br />
transferidos em cada molécula.<br />
Acompanhemos novamente o esquema prático:<br />
0 que justifica o dispositivo utilizado para o ajustamento por oxi-redução.<br />
4º. exemplo:<br />
Examinemos a seguinte equação:<br />
Cl2 + NaOH -- NaCl + NaC1O3 + H2O<br />
Para se descobrir as mudanças de Nox, observe os elementos que mudaram<br />
de posição. Não resta dúvida de que o cloro, de Nox = zero, tomou posições de<br />
diferentes Nox.<br />
Observação:<br />
0 "H" é o único elemento que não respeita posições de eletro-negatividade<br />
numa fórmula. Então, mesmo que ele mude de posição, suponha que nada tenha<br />
acontecido ao "H" e que seu Nox é igual a (+1).<br />
Trata-se de uma auto-oxiredução e o Cl2 é um auto-oxidante-redutor. Neste<br />
caso, deve-se colocar nos quadros o NaCl e o NaClO3 Tente justificar porque o Cl2 não<br />
pode ser colocado em nenhum dos quadros!<br />
Então:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
redução.<br />
oxidam.<br />
A seguir, aplicando o método das tentativas temos:<br />
3 C12 + 6 NaOH ------- 5 NaCl + 1 NaC1O3 + 3 H2O<br />
EXERCÍCIOS<br />
Ajustar os coeficientes das seguintes equações pelo método de oxi-<br />
(561) P + HNO3 + H2O H3PO4 + NO<br />
(562) As2S5 + HNO3 + H20 H2S04 + HaAsO4 + NO<br />
(563) KMnO4, + FeSO4 + H2SO4 Fe2(SO4)3 + K2SO4 + MnSO4 + H2O<br />
(564) CrCl3 + NaC103 + NaOH Na2CrO4 + NaCl + H20<br />
(565) K2Cr207 + H2S + H 3PO4 K3P04 + CrPO4 + S + H2O<br />
(566) CuS + HNO3 Cu(NO3)2 + S + NO + H2O<br />
(567) KMnO4, + H2S03 MnSO4 + K2SO4 + H2SO4 + H2O<br />
(568) N2H4 + KIO3 + HC1 N2 + IC1 + KC1 + H2O<br />
(569) KCIO3 + H2SO4 HCIO4 + C102 + K2SO4 + H2O<br />
(570) Bi2O3 + NaClO + NaOH NaBiO3 + NaCl + H2O<br />
(571) KC103 + As2O3 + K2CO3 KCl + K3AsO4 + CO2<br />
______________________________________________________<br />
4ª. Óxido Redução com 3 elementos<br />
______________________________________________________<br />
Existem substâncias que apresentam simultaneamente 2 elementos que se<br />
408
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Exemplos:<br />
409<br />
óxido-redução-6<br />
Quando aparecem substâncias desse tipo num ajustamento de coeficientes,<br />
devemos considerar os 2 elementos que se oxidaram somando o total de elétrons<br />
perdidos pela molécula.<br />
5º. exemplo:<br />
Um dos quadros é somente para substância contendo elemento oxi e o outro<br />
quadro i para red. Então, pelo dispositivo:<br />
coeficientes:<br />
Prosseguindo o ajustamento pelo método das tentativas encontraremos os<br />
3, 28, 4 9, 6, 28<br />
Resolveremos a mesma equação aplicando diretamente:<br />
elétrons perdidos = elétrons recebidos<br />
Admitindo os coeficientes x, y, z a, b, c
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Átomos de As: 2x ou b<br />
Átomos de S : 3x ou a<br />
Átomos de N : y ou c<br />
Então podemos escrever 2b + 8a = 3c. Mas esta igualdade possui 3<br />
incógnitas e não poderemos calcular a proporção entre elas.<br />
Procuremos escrever a igualdade que usa somente 2 incógnitas.<br />
4x + 24 x = 3y<br />
28 x = 3y<br />
Donde para x = 3 teremos y = 28.<br />
Esta resolução foi exatamente reproduzida pelo dispositivo prático.<br />
Resumindo:<br />
Quando aparecer 3 elementos com mudanças de Nox, coloque num quadro a<br />
substância que já apresenta 2 elementos. Contabilize os elétrons para os 2 elementos<br />
e some-os para calcular o coeficiente.<br />
EXERCÍCIOS<br />
Ajustar os coeficientes das seguintes equações:<br />
(572) Crl3 + KOH + Cl2 K2CrO4 + KIO4 + KCl + H2O<br />
(573) KMnO4, + FeC2O4 + H2SO4 K2SO4 + MnSO4, + Fe2 (SO4) 3 + CO2+H2O<br />
410
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(574) KMnO4 + Fe (NO2) 2+H2SO4 K2SO4+MnSO4+Fe2 (SO4) 3+HNO 3+H2O<br />
(575) Cu2S + HNO3 CuSO4 + Cu(NO3)2 + H2O + NO<br />
______________________________________________________<br />
4b) Presença da água oxigenada - H2O2<br />
_____________________________________________________________<br />
A água oxigenada tem a versatilidade de atuar como oxidante ou como<br />
redutor, dependendo dos outros reagentes.<br />
O oxigênio do H2O2 tem Nox = (-1). Quando aparecer O2 (zero) como produto é<br />
porque houve oxidação do oxigênio. Se não aparecer O2 provavelmente, o oxigênio<br />
aparece entre os produtos da reação na forma de H2O com oxigênio (-2) e então,<br />
ocorreu uma redução.<br />
Para saber se o oxigênio do H2O2 sofreu oxi ou red, verifique o outro elemento.<br />
Existem duas alternativas para traçar os ramais:<br />
a) Um outro elemento na reação sofreu redução.<br />
Então, o oxigênio será oxi e puxaremos o ramal de H2O2 para O2.<br />
b) Um outro elemento sofreu oxidação.<br />
Agora o oxigênio será red e o ramal será de H2O2 para H2O.<br />
Na hora de escolher as substâncias para colocá-las nos quadros,<br />
411
O2.<br />
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
sempre deve-se colocar H2O2 num dos quadros.<br />
Isto porque o oxigênio (-1) não repete nunca nas reações de oxi redução.<br />
6º. exemplo:<br />
Como o Mn sofreu red devemos puxar um ramal oxi, ou seja, do H2O para o<br />
Continuando o ajustamento pelo método das tentativas,teremos:<br />
2, 5, 3 1, 2, 8, 5<br />
══════════════<br />
EXERCÍCIOS<br />
(576) K2Cr2O7 + H2O2 + H2SO4 K2SO4 + Cr2(SO4)3 + H2O + O2<br />
(577) CrCl3 + H2O2 + NaOH Ha2CrO4 + NaCl + H2O<br />
(578) As2S5 + H2O2 + NH4OH (NH4)2SO4 + (NH41)3 AsO4 + H2O<br />
(579) As2S3 + H2O + NH4OH (NH4)2SO4 + (NH4)3AsO4 + H2O<br />
412
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
4c) Equações iônicas<br />
Quando as reações se efetuam em soluções aquosas, as equações iônicas<br />
possuem um sentido mais real.<br />
Por exemplo, a reação de NaOH (aquoso) com HCl (aq) é:<br />
OH ‾ + H + H2O<br />
Desde antes da reação, o Na + e Cl ‾ estavam livres e continuam livres, portanto<br />
não participam diretamente da reação.<br />
Para ajustar os coeficientes das equações iônicas, procede-se do mesmo modo<br />
que nos casos anteriores. A seguir aplica-se o método das tentativas e, no final,<br />
somente para conferir, deve-se verificar se as CARGAS também estão balanceadas.<br />
AVISO AOS ESTUDANTES:<br />
É bom recapitular o cálculo de Nox nos agrupamentos iônicos.<br />
7º. exemplo:<br />
Ajustando,agora; pelo método das tentativas:<br />
1 Cr2O7 = + 6 Cl‾ + 14 H + 2 Cr +++ + 7 H2O + 3C12<br />
Vamos ver se as cargas conferem:<br />
Se, por acaso, durante o ajustamento por tentativas aparecer dificuldades<br />
413
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
em continuar, coloque x (uma incógnita) como coeficiente de um íon ainda<br />
não ajustado. Calcula-se x pelas cargas e prossegue-se o ajustamento por tentativas.<br />
Exemplo:<br />
Ajustando pelo método das tentativas:<br />
1 Cr2O7 = + 3 H2O2 + H+ 2 Cr +++ + H2O + O 2<br />
Faltam os coeficientes de H + , H2O e O2.<br />
Coloque x para o H + e calcule x pelas cargas:<br />
Substituindo x = 8 teremos 7 H2O e 3 O2.<br />
═════════════<br />
EXERCÍCIOS<br />
Ajustar, pelo método de oxi-redução, as seguintes equações iônicas:<br />
(580) MnO4‾ + S03 = + H + Mn ++ + SO 4 + H 2 O<br />
(581) NO3 ‾ + I2 + H + IO3 ‾ + NO2 + H20<br />
(582) Zn. + N03 ‾ + H + Zn + + + NH4 + + H20<br />
414
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(583) AsO4 = + Zn + H + Zn ++ + H20 + AsH3<br />
(584) Bi +++ + SnO 2 + OH ‾ SnO3 = + H20 + Bi<br />
(585) Co + + + BrO - + H + Co +++ + Br2 + H2O<br />
415<br />
óxido-redução – 6<br />
(586) [Fe(CN)6] ≡ + H2O2 + OH - [Fe(CN)6] == + H2O + O2<br />
═══════════════════<br />
E MONTAGEM<br />
DE EQUAÇÕES<br />
DE ÓXIDO – REDUÇÃO<br />
Para escrever diretamente uma equação de oxi-redução seria muito<br />
complicado e praticamente teríamos que "decorar" todas as reações.<br />
Foi idealizado um processo totalmente teórico admitindo-se que numa oxi-<br />
redução existem as seguintes "partes" da reação:<br />
a) Decomposição do oxidante<br />
b) Reação do redutor<br />
c) Reações complementares<br />
Por exemplo, seja a reação:<br />
KMnO4, + HC1 <br />
Embora na prática não se observem as "partes" da reação, pode-se imaginar<br />
que ocorreram as seguintes etapas:<br />
a) Decomposição do oxidante:<br />
2 KMnO 4 K2O + 2 MnO + 5 [O]<br />
b) Reação do redutor com [O]<br />
2 HC1 + [O] H2O + Cl2
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
que multiplicado por 5 para "aproveitar" os 5 [O] vindos da primeira reação:<br />
10 HC1 + 5 [O] 5 H2O + 5 Cl2<br />
c) Reações complementares<br />
São as reações que acompanham a oxi-reduçao. No caso, os óxidos K2O e<br />
MnO reagem com HC1.<br />
real.<br />
2 HC1 + K2O 2 KC1 + H2O<br />
2 HC1 + MnO MnCl2 + H2O<br />
É preciso ainda acertar os coeficientes.<br />
Podemos montar as equações para depois somá-las e determinar a equação<br />
Vamos seguir a regra:<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
a) Escrever a decomposição do oxidante.<br />
b) Escrever a equação do redutor + [O].<br />
c) Assinalar todos os óxidos metálicos que reagirão com ácidos e produzirão<br />
sal + água.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
No caso anterior:<br />
Para ajustar os coeficientes procure:<br />
1) Ajustar primeiro cada equação parcial.<br />
2) Só depois é que devemos ajustar a substância que surgiu numa equação e<br />
que será consumida na outra.<br />
por 2.<br />
Por exemplo: a última equação foi assim começada:<br />
2 HC1 + MnO MnCl2 + H2O<br />
Como existem 2 MnO na 1a. equação, então, foi multiplicada to da equação<br />
416
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
4 HC1 + 2 MnO 2 MnC12 + 2 H2O<br />
Vejamos outro exemplo:<br />
K2Cr2O7 + NaBr + H2SO4 <br />
417<br />
óxido-redução - 6<br />
OBS : O H2SO4 somente atua como oxidante quando concentrado e a<br />
quente e se não existir nenhum outro oxidante para a reação. Trata-se de um<br />
ácido muito fixo e geralmente sua função é:<br />
Existem outras formas de interpretar reações de oxido-redução. Esta é<br />
apenas uma dessas formas; todas são formas teóricas.<br />
Para que o leitor possa "montar" equações de óxido-redução é preciso saber<br />
uma lista de decomposição de oxidantes e outra lista de redutores reagindo com [oj.<br />
Os principais oxidantes e suas respectivas decomposições são:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
temperatura.<br />
básico.<br />
8) 2 KMnO4 meio ácido K2O + 2 MnO + 5 [O]<br />
9) 2 KMnO4 meio básico K2O + 2MnO2 + 3 [O]<br />
10) K2Cr2O7 ácido K2O + Cr2O3 + 3 [O]<br />
11) 2 Na3BiO4 3 Na2O + Bi2O3 + 2 [O]<br />
12) KC103 KC1 + 3 [O]<br />
13) NaClO NaCl + [O]<br />
14) NaN03 NaNO2 + [O]<br />
Observe que a maioria dos oxidantes produzem óxidos ± [O].<br />
O HN03 possui decomposições diferentes conforme a concentração e<br />
O KMnO4, possui decomposições diferentes conforme o meio seja ácido ou<br />
Sugerimos "decorar" apenas as equações: 4, 5, 7, 8, 9 e 10. Essas<br />
decompõem-se em óxido + óxido + [O] .<br />
Os principais redutores e suas reações com [O] são:<br />
1) H2S + [O] H2O + S<br />
2) H2O2 + [O] H2O + O2<br />
3) 2 HX + [O] H2O + X2 (X = Cl, Br e I)<br />
4) 2 NaX + [O] Na2O + X2<br />
5) H2S + 4 [O] H2SO4<br />
6) SO2 + [O] SO3<br />
7) PbCl2 + [O] + 2 HC1 PbC14 + H2O<br />
8) 2 FeSO4 + [O] + H2SO4 Fe2(SO4)3 + H2O<br />
9) H2C2O4 (oxálico) + [O] 2 CO2 + H2O<br />
10) Me (metal) + [O] Me2O (Me monovalente)<br />
11) Na2C2O4 + [O] Na2O + 2 CO2<br />
418
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
419<br />
óxido-redução-6<br />
A seguir, resolveremos algumas montagens. Em seguida, pediremos aos<br />
alunos que tentem "montar" de novo as equações já apresentadas aqui para depois<br />
enfrentar os exercícios propostos.<br />
(589) K2Cr2O7 + HBr <br />
EXERCÍCIOS<br />
(590) KMnO4 + H2SO4 + Kl <br />
(591) K2Cr207 + H2SO4 + NaCl <br />
(592) MnO2 + H2SO4 + FeSO4 <br />
(593) KMNO4 + H2SO4 + H2O2 <br />
(594) K2Cr207 + H2SO4 + Na2C2O4 <br />
(595) HNO3 + Hg - COnC. <br />
(596) HN03 + Zn muito diluído <br />
(597) H2SO4 + Ag COnC. <br />
∆<br />
∆
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(598) Quantos elétrons são recebidos por uma fórmula-grama de<br />
permanganato de potássio ao agir como oxidante em meio alcalino?<br />
redução?<br />
a) 6,02 x 10 23 d) 12,04 x 10 22<br />
b) 180,6 x 10 22 e) 20,06 x 10 22<br />
c) 30,1 x 10 23<br />
(599) 0 cloro apresenta número de oxidação cinco nos:<br />
a) Cloretos d) Cloratos<br />
b) Hipocloritos e) Percloratos<br />
c) Cloritos<br />
(600) Qual dos seguintes ânions apresenta o maior poder redutor?<br />
a) F‾ c) Br‾<br />
b) Cl‾ d) I‾<br />
420<br />
POL1-68<br />
POLI-68<br />
POLI-66<br />
(601) Qual das afirmações abaixo é FALSA em relação a reações de Óxido-<br />
a) O número de elétrons perdidos pelos átomos "redutores" é igual ao número<br />
de elétrons ganhos pelos átomos "oxidantes"<br />
b) O oxidante se reduz e o redutor se oxida<br />
c) Um bom oxidante é também um bom redutor<br />
d) Na eletrólise, num elétrodo ocorre uma redução enquanto que no outro se<br />
processa uma oxidação<br />
e) Um bom oxidante depois de reduzido torna-se um mau redutor<br />
(602) Qual das reações abaixo equacionadas não é de Óxido-redução:<br />
a) HC1 + LiOH LiCl + H20<br />
b) Mg + 2 HC1 MgCl2 + H2<br />
c) Zn + CuCl2 ZnCl2 + Cu<br />
d) SO2 + 1/2 O2 SO3<br />
e) SnCl2 + 2 FeCl3 SnCl4 + 2 FeCl2<br />
ITA-64<br />
ITA-66
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
421<br />
óxido-redução - 6<br />
(603) A equação química: 5 SO3 - - + 2 MnO4‾ + X 5 SO4 - - + 2 Mn + Y<br />
está correta se:<br />
a) X = 6 H + ; Y = 3 H2O d) X = 6 H + ; Y = 3 0H‾+ 3/2 H2<br />
b) X = 3 H2; Y = 3 H2O e) X = 3 H2O ; Y = 3 0H ‾<br />
c) X = 2 OH‾; Y = H2O + 2 O2<br />
ITA-68<br />
Acerte os coeficientes de cada uma das equações abaixo, correspondentes às<br />
questões 604, 605 e 606, reduzindo-os aos menores números inteiros possíveis.<br />
Selecione, entre os cinco números abaixo relacionados, aquele que corresponde ao<br />
coeficiente da substância cuja fórmula está sublinhada.<br />
a) 1 d) 4<br />
b) 2 e) 5<br />
c) 3<br />
(604) Fe + H2O Fe3O4 + H2<br />
(605) Na + H2O NaOH + H2<br />
(606) MnO4‾ + H + + Cl‾ Mn ++ Cl2 + H2O<br />
CESCEM-68<br />
As questões 607 e 608 relacionam-se com a seguinte informação: sejam<br />
quatro metais A, B, C e D e seus cátions respectivos A + , B + e D + . Mergulham-se,<br />
sucessivamente, lâminas de cada um dos metais acima em tubos de ensaio contendo<br />
cada um uma solução de um sal cujo cátion é um dos citados: Os resultados<br />
observados se acham reunidos na tabela abaixo:<br />
- não se observa nenhuma reação<br />
d ocorre deslocamento de tipo análogo ao que se observa quando uma lâmina<br />
de cobre e mergulhada numa solução de nitrato de prata (ou uma lâmina de zinco é<br />
mergulhada numa solução de sulfato de cobre)
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(607) Qual é o melhor oxidante?<br />
a) Metal A d) Íon B +<br />
b) Íon A + e) Metal C<br />
c) Metal B<br />
(608) Qual é o melhor redutor?<br />
a) Metal A d) Metal D<br />
b) Íon A + e) Íon D +<br />
c) Metal C<br />
(609) Na equação de óxido-redução abaixo indicada:<br />
Cl2 + OH‾ Cl ‾ + 1 C1O3‾ + H2O<br />
422<br />
CESCEM-68<br />
sendo mantido o coeficiente 1 para íon C103 ‾, qual será a soma<br />
de todos os coeficientes para a equação balanceada?<br />
a) 5 d) 12<br />
b) 6 e) 18<br />
c) 9<br />
CESCEM-68<br />
(610) Os números de oxidação corretos dos elementos sublinhados em cada<br />
um dos compostos e íons relacionados abaixo<br />
MgSiO3 , BrF3 , NaClO2 , UO3 , HSO3 ‾ , HSO4‾," Mno4 2 ‾ ,<br />
KBrO3 são respectivamente:<br />
a) +1, + 4, +5, +6, +2, + 4, +7, +5<br />
b) +2, +3, +4, +5, +4, +6, +6, +5<br />
c) +2, +3, +3, +6, +4, +6, +6, +5<br />
d) +4, +3, +3, +6, +5, +7, +8, +5<br />
e) +3, +3, +6, +7, +4, +6, +7, +7<br />
CESCEM-69<br />
(611) Na reação abaixo indicada, sendo mantido o coeficiente<br />
1 (um) para o íon IO3 , qual será a soma de todos os coeficientes<br />
para a equação balanceada:<br />
Cr(OH)3+ 1 I03 ‾ + 0H‾ CrO4 ‾ ‾+ I‾ + H2O<br />
a) 8 d) 15<br />
b) 10 e) 20<br />
c) 12<br />
CESCEM-69
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
423<br />
óxido-redução – 6<br />
(612) A reação de carbono com ácido nítrico dá-se de acordo com a equação<br />
C + HNO3 CO2 + NO2 + H20<br />
ainda não balanceada. Acertando-se os coeficientes da equação com os<br />
menores números inteiros possíveis, a soma de todos os coeficientes da equação será:<br />
a) 5 d) 12<br />
b) 7 e) 16<br />
c) 9<br />
carbono (C2F4)<br />
SANTOS-68<br />
(613) Qual o número de oxidação do carbono na molécula de tetra-flúor-<br />
a) -2 c) + 4<br />
b) +2 d) nenhum citado<br />
(614) Na reação:<br />
FEI-67<br />
AS2S3+ 14 H2O + 12 NH4OH 2 (NH4 )3AsO4 + 3 (NH4)2SO4+ 20 H20<br />
pergunta-se quais sâo os doadores de elétrons:<br />
a) Os átomos de arsênio c) Átomos de arsênio e enxofre<br />
b) Os átomos de oxigênio d) Nenhuma das respostas citadas<br />
(615) Na reação Ag2O + H2O2 2 Ag + H2O + O2, a água oxigenada<br />
a) Tem ação oxidante<br />
FEI-67<br />
b) Tem ação redutora c) Não tem ação oxidante nem redutora<br />
(616) Na óxido-redução:<br />
a) O oxidante é a substância que cede elétrons<br />
b) O redutor é a substância que cede elétrons<br />
c) O oxidante sofre aumento do número de valência<br />
d) O redutor é a substância que se reduz<br />
FEI-68<br />
FM SANTA CASA-64
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(617) Em qual dos compostos abaixo não tem o oxigênio um estado ou<br />
número de oxidação de -2?<br />
a) ZnO d) H2O2<br />
b) NO e) Nenhuma resposta anterior<br />
c) CIO‾<br />
424<br />
FM SANTA CASA-68<br />
(618) Qual dos seguintes agentes oxidantes incorpora maior número de<br />
elétrons por átomo, em meio ácido?<br />
a) CH2O d) MnO4‾<br />
b) Cr207 = e) Nenhuma resposta anterior<br />
c) Fe +3<br />
(619) Dada a equação sob a forma iônica:<br />
MnO4 ‾ + H2C2O4 + H + Mn 2+ + CO2 + H2O<br />
Qual o valor dos coeficientes de: H+ e CO2 ?<br />
a) 3 e 5 d) 16 e 10<br />
b) 16 e 5 e) 22 e 15<br />
c) 6 e 10<br />
FM SANTA CASA-68<br />
EE S.CARLOS-68<br />
(620) Quais os mais prováveis números de oxidação do bromo nos<br />
compostos: mono-cloreto de mono-bromo e pentóxido de di-bromo?<br />
a) -1 e +1 d) -1 e +10<br />
b) -1 e +5 e) sempre -1<br />
c) +1 e +5<br />
(621) Dos elementos abaixo qual será o melhor redutor:<br />
a) K d) Ag<br />
b) Fe e) Pt<br />
c) Zn<br />
(622) Na reação esquematizada pela equação<br />
3 Cl2 + 8 NH3 6 NH4,Cl + N2<br />
EE S.CARLOS-68<br />
EE S.CARLOS-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
a) CI2 e NH3 agem,respectivamente, como oxidante e redutor<br />
b) O CI2 funciona como redutor e o NH3 como oxidante<br />
c) É impossível distinguir um oxidante e um redutor<br />
(623) Os coeficientes para a equação<br />
425<br />
óxido-redução – 6<br />
ÁLVARES PENTEADO-68<br />
MnO4‾ + Fe 2+ + H + Mn 2+ + Fe 3+ + H2O são:<br />
a) 1, 3, 8, 1, 3, 4 d) 1, 3, 6, 1, 3, 3<br />
b) 2, 5, 8, 2, 5, 4 e) 2, 4, 8, 2, 4, 4<br />
c) 1, 5, 8, 1, 5, 4<br />
(624) 0 número de oxidação do manganês no composto Al2 (MnO4)3 é:<br />
a) +3 c) +6<br />
b) +4 d) +7<br />
CAMPINAS-67.<br />
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA USP-68<br />
(625) Qual das seguintes equações representa a oxidação do íon<br />
a) Cu + + e‾ Cu° c) Cu° Cu + + e‾<br />
b) Cu + + e‾ Cu ++ d) Cu + Cu ++ + e‾<br />
(626) Na equação corretamente balanceada<br />
MnO2 + HCl MnCl2 + Cl2 + H2O<br />
a soma de todos os coeficientes é igual a:<br />
a) 5 c) 11<br />
b) 9 d) 12<br />
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA USP-68<br />
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA USP-68<br />
(627) Qual das seguintes reações não é nem uma oxidação nem uma redução:<br />
a) Formação de dióxido de enxofre a partir de enxofre<br />
b) Reação de ferro com enxofre<br />
c) Formação de sulfato de ferro (II) pela reação de ferro com uma solução<br />
de sulfato de cobre<br />
d) Formação de água pela reação de hidróxido de sódio com<br />
ácido nítrico<br />
FILOSOFIA USP-67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(628) Qual o número de oxidação do bromo no KBrO3?<br />
a) +4 c) +1<br />
b) -5 d) +5<br />
(629) Redutor é o agente que<br />
a) Cede eletrontes d) Cede oxigênio<br />
b) Capta eletrontes e) Capta hidrogênio<br />
c) Cede protontes<br />
426<br />
GEOLOGIA USP-64<br />
MED GB-66<br />
(630) Um elemento X age sobre um elemento Z. O elemento Z passa<br />
da valência -3 para a valência -1. Desta maneira:<br />
a) Z captou elétrons de X d) X e Z trocam elétrons<br />
b) X captou elétrons de Z e) X e Z captam elétrons<br />
c) X e Z cedem elétrons<br />
(631) Diz-se que um elemento se oxida quando ele perde elétrons<br />
PORQUE a perda de elétrons aumenta a carga do núcleo.<br />
(632) Os números de oxidação do cloro nos compostos, NaCl,<br />
NaClO, NaC103 , NaClO4 são respectivamente:<br />
a) -1, +1, +5, +7 d) -1, +3, +5, + 7<br />
b) -1, +1, +3, +5 e) -1, +1, +3, +7<br />
c) +1, -1, -3, -5<br />
MED GB-68<br />
MED GB-68<br />
MED GB-68<br />
(633)Adicionando-se um excesso de SO2 gasoso a uma solução de<br />
permanganto de potássio (violeta), esta é descorada porque:<br />
a) O íon MnO4‾, se transforma em Mn +2 incolor<br />
b) O permanganto de potássio passa a manganato<br />
c) O SO2 se combina com o permanganato dando um composto in<br />
color<br />
d) O permanganto de potássio se oxidou<br />
e) Nenhuma das respostas<br />
MED GB-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
427<br />
óxido-redução - 6<br />
(634) Das equações abaixo a única que representa uma reação de oxi-<br />
redução é:<br />
a) NaCl + AgNO3 AgCl + NaNO3<br />
b) NH3 + HC1 NH4Cl<br />
c) CdSO4 + H2S CdS + H2SO4<br />
d) 2 Na + Cl2 2 NaCl<br />
═══════════════════<br />
1<br />
ENGENHARIA GB-67<br />
1 Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a intenção de<br />
facilitar o acesso ao conhecimento a quem não pode pagar e também proporcionar aos Deficientes<br />
Visuais a oportunidade de conhecerem novas obras.<br />
Se quiser outros títulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, será um prazer<br />
recebê-lo em nosso grupo.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ATOMÍSTICA<br />
428<br />
capítulo 7
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
429<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
A CONCEITOS DE<br />
LOWRY-BRONSTED<br />
No livro 1,descrevemos as funções ÁCIDO e BASE dando-lhes conceitos<br />
clássicos, ou seja, os conceitos de Arrhenius (1884).<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
ÁCIDOS - substâncias que em solução aquosa libertam cations H +<br />
BASES - substâncias que em solução aquosa libertam ânions OH‾<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
Quando foram observadas determinadas reações em soluções não aquosas,<br />
os químicos sentiram a necessidade de ampliar os conceitos clássicos. Surgiram,<br />
então, novos conceitos baseados nas estruturas moleculares e eletrônicas das<br />
substâncias.<br />
___________________<br />
DEFINIÇÕES<br />
___________________<br />
Observando que todos os ácidos de Arrhenius continham hidrogênios<br />
ionizáveis, J.N. Bronsted e T.M. Lowry propuseram, independentemente,que:<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
ÁCIDO - é toda espécie química (molécula ou íon) capaz de ceder-<br />
PRÓTONS<br />
BASE - é toda espécie química (molécula ou íon) capaz de receber<br />
PRÓTONS<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXEMPLOS:<br />
Sua equação é:<br />
Sua equação é:<br />
H2O + NH3 OH‾ + NH +<br />
(H+)<br />
Pelos exemplos acima, vê-se que não podemos mais afirmar que determinada<br />
substância (no caso a água) é ácido ou base. Ela será um ácido se conseguir doar<br />
próton, se conseguir receber próton será uma base.<br />
De acordo com o novo conceito, a água (e muitas outras substãncias) poderá<br />
ser ácido ou base dependendo do outro reagente.<br />
Por outro lado, não é necessária a presença de água para que um composto<br />
seja ácido ou base.<br />
430
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXEMPLO :<br />
Sua equação é:<br />
HC1 + NH3 Cl‾ + NH4 +<br />
(H+)<br />
____________________________________________________<br />
2) ÁCIDOS E BASES CONJUGADAS<br />
_____________________________________________________<br />
Seja um ácido HA que se dissocia:<br />
__________________<br />
HA H + + A‾<br />
________________<br />
conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />
Esta reação liberta o próton H e ânion A . Vamos supor que<br />
simultaneamente ocorra a reação inversa:<br />
HA H + + A‾<br />
Nesta reação inversa A se associa com o próton. Logo A‾ é uma base.<br />
Dizemos então que: A‾ é a BASE CONJUGADA do ácido HA.<br />
Na prática, todas as dissociações são reversíveis; logo todo ÁCIDO possui<br />
sua BASE CONJUGADA.<br />
431
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXEMPLO:<br />
_____________________________________<br />
HC1 H + + Cl‾<br />
ácido base conjugada<br />
______________________________________<br />
Da mesma forma toda Base possui seu ÁCIDO CONJUGADO<br />
____________________________________<br />
NH3 + H + ↔ NH4 +<br />
base ácido conjugado<br />
_____________________________________<br />
Sejam agora dois ácidos 1 e 2 que libertam prótons e transformam-se em<br />
bases conjugadas 1 e 2 , respectivamente:<br />
1a.) Ácido1 ↔ H + + Base1<br />
2a.) Ácido2 ↔ H + + Base2<br />
Vamos supor que, colocando-se os sistemas em contacto o ácido forneça<br />
prótons à Base2. Então, a 2a. equação terá o sentido inverso:<br />
EXEMPLO:<br />
HC1 + NH3 Cl‾ + NH4 +<br />
Pode-se raciocinar assim:<br />
Em outras palavras:<br />
Cl ‾ é Base conjugada do ácido HC1<br />
NH4 + é Ácido conjugado da base NH3<br />
432
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
salificação.<br />
reação:<br />
(635) Na reação:<br />
433<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
EXERCÍCIOS<br />
HCO3 _ + H2O ↔ H2CO3 + OH‾<br />
a) HCO3 _ é ácido conjugado de H2CO3<br />
b) HCO3 _ é base conjugada de OH‾<br />
c) H2O é ácido conjugado de OH‾<br />
d) H20 é base conjugada de H2C0 3<br />
(636) Na reação que ocorre na amonia líquida:<br />
NH3 + NH3 ↔ NH4 + + NH2‾<br />
indique a afirmação errada<br />
a) NH3 pode ser tanto ácido como base<br />
b) NH4 + é ácido conjugado de NH3<br />
c) NH2‾ é base conjugada de NH3<br />
d) NH3 é base conjugada de NH2‾<br />
Num caso particular, a reação de ácido + base (de Arrhenius) é chamada<br />
Que é uma reação de salificação, na realidade?<br />
Seja o HCl + NaOH:<br />
O HCl é molecular; o NaOH é constituído de íons Na+ e OH‾ .<br />
A reação pode ser assim considerada:<br />
Se o HCl estivesse em solução aquosa, teríamos H3O + e Cl‾ por causa da<br />
HCl + H2O H3O + + Cl‾<br />
Substituindo HCl por (H3O + Cl‾) teremos:
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Os íons Cl‾ e Na + apenas presenciaram a reação.<br />
CONCLUSÃO:<br />
a reação de HCl ((aq) + NaOH(aq) é realmente:<br />
__________________________<br />
H3O + + OH‾ 2H2O<br />
__________________________<br />
que, de modo simplificado, é escrito assim:<br />
___________________<br />
H + + OH‾ H2O<br />
___________________<br />
Determinadas reações, que não eram consideradas como de ácido e base<br />
segundo as antigas teorias, tornam-se agora ácidos e bases de Bronsted-Lowry.<br />
ÁCIDO BASE<br />
(HO)2SO2 + C2H5OH C2H5OH2 + + HOSO3 ‾<br />
ác.sulfúrico álcool etílico<br />
HC1 + CH3COOH CH3COOH2+ + Cl‾<br />
ác.clorídrico ác.acético<br />
(HO)2SO2 + HONO 2 H2ONO2+ + HOSO3 ‾<br />
ác.sulfúrico ác.nítrico<br />
Reparem que, nas reações acima, os ácidos acético e nítrico desempenham as<br />
funções de BASE do Bronsted-Lowry..<br />
De acordo com o novo conceito, do ponto de vista da capacidade de doar ou<br />
fixar prótons, os solventes podem ser classificados em quatro tipos:<br />
a) ácidos ou protogênios - capazes de doar prótons: HF, H2SO4,<br />
HCN, etc.<br />
434
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
conceitos modernos de ácidos e bases - 7<br />
b) básicos ou protofílicos - capazes de fixar prótons: NH3 , aminas, etc.<br />
c) anfipróticos - podem tanto doar como fixar prótons: H2O , C2H5OH,<br />
etc.<br />
d) apróticos - não doam e nem fixam prótons: C6H6 , CHC13 , etc.<br />
════════════════<br />
435<br />
B TEORIA<br />
DE LEWIS<br />
Mantendo os conceitos de ácidos e bases segundo Lowry e Bronsted,<br />
G.N.Lewis apresentou uma nova ampliação desses conceitos, baseando-se em<br />
estruturas eletrônicas.<br />
Segundo Lewis:<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
BASE é a espécie química (íon ou molécula) que possui um ou mais pares de<br />
elétrons periféricos capazes de efetuar ligações coordenadas.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
ÁCIDO é a espécie química (íon ou molécula) capaz de efetuar uma ligação<br />
coordenada com um par eletrônico, ainda não compartilhado, de outra espécie<br />
química.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Resumindo:<br />
Na reação:<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
Ácido - é a espécie química capaz de efetuar a ligação<br />
coordenada.<br />
Base - é a espécie química capaz de oferecer o par<br />
eletrônico para a l i g a ç ã o coordenada.<br />
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬<br />
O HC1 é:<br />
a) Ácido de Bronsted porque cede H +<br />
b) Ácido de Lewis porque cede H + que efetua ligação coordenada<br />
0 NH3 é:<br />
a) Base de Bronsted porque recebe H +<br />
b) Base de Lewis porque forma ligação coordenada com H +<br />
EXERCÍCIOS<br />
Sejam as reações:<br />
1) H + + ----------H2O H3O +<br />
436
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
2) H2O + NH3 NH4+ + OH‾<br />
3)<br />
4) Mg + + + 6H2O [Mg.(OH2)6] + +<br />
(637) São reações de ácido-base de Bronsted<br />
a) 1 e 2 d) somente 1<br />
conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />
b) 1, 2 e 3 e) nenhuma das respostas anteriores<br />
c) 3 e 4<br />
(638) São reações de ácido-base de Lewis<br />
a) 3 e 4 d) 1 e 2<br />
b) 1, 2, 3 e 4 e) nenhuma das reações<br />
c) somente 3<br />
____________________<br />
DEFINIÇÕES<br />
E COMPARAÇÕES<br />
_____________________________<br />
══════════════════<br />
437<br />
C FORÇAS DE<br />
ÁCIDOS E BASES<br />
Um ácido pode ter maior ou menor facilidade em ceder prótons. Quanto mais<br />
facilmente libertar prótons, dizemos que o ácido é mais forte.<br />
Sejam os ácidos HC1 e HBr<br />
HC1 ↔ H + + Cl‾<br />
HBr ↔ H + + Br‾
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
O tamanho das setas indica o grau de deslocamento da reação. Vemos que<br />
as reações inversas têm baixas intensidades.<br />
moles/litro.<br />
Pode-se definir K, (constante de dissociação) do ácido.<br />
Onde os "colchetes" indicam as concentrações dos íons ou moléculas em<br />
Evidentemente, quanto maior for o valor de K mais dissociado estará o ácido<br />
e diremos que o ácido é mais forte.<br />
Se KA(HBr) > KA (HCl) significa que o HBr está muito mais dissociado que o<br />
HC1. Logo, HBr é um ácido mais forte que o HCl.<br />
cologarítmo<br />
CONCLUSÃO:<br />
_______________________________________________________________<br />
Quanto mais forte o ácido maior será o KA desse ácido<br />
________________________________________________________________<br />
De um modo geral, se KA > 1 para solução aquosa O,1N, o ácido é forte.<br />
Muitas vezes, é apresentado o pKA do ácido. Em química, "p" significa<br />
pKA = cologKA = -logKA<br />
Para o HBr de KA = 10 9<br />
pKA = -log.10 9 = - 9<br />
EXERCÍCIOS<br />
Sejam os ácidos abaixo e seus respectivos KA :<br />
HAc ↔ H + + Ac‾ KA = 1,8 x 10 ‾4<br />
(ác. acético)<br />
HSO ‾4 ↔ H + + SO =4 KA = 1,2 x 10 ‾2<br />
438
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(639) O ácido mais forte é:<br />
a) HAc d) Ac‾<br />
b) HSO -4 e) SO4 =<br />
c) H +<br />
(640) 0 ácido mais fraco é:<br />
a) HAc d) Ac‾<br />
b) HSO -4 e) SO4 =<br />
c) H +<br />
439<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
É evidente que , se um ácido liberta prótons facilmente (ácido forte), a<br />
reação inversa será mais difícil.<br />
HC1 ↔ H + + Cl‾<br />
O HC1 numa solução aquosa tem grande facilidade em libertar H+ e<br />
Cl‾ . A reação inversa, aquela de associação de H + com CI‾, será difícil. Isto<br />
quer dizer que o HC1 é um ácido forte e terá uma base conjugada Cl‾<br />
bastante fraca.<br />
Conclusão:<br />
Se um ácido é forte, sua base conjugada será fraca e viceversa<br />
Examinando os KA dos ácidos podemos comparar as forças das suas<br />
bases conjugadas.<br />
Então:<br />
Quanto menor o valor de KA do ácido mais forte será a sua<br />
base conjugada.<br />
Sejam as dissociações:<br />
HNO2 ↔ H + + NO2 ‾ KA = 4 x 10‾ 10<br />
H2PO‾4 ↔ H + + HPO = 4<br />
KA = 6,2 x 10 -8
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
base:<br />
(641) O ácido mais forte é:<br />
a) HNO2 d) NO2 ‾<br />
b) H2PO‾4 e) HPO = 4<br />
c) H +<br />
(642) A base mais forte é:<br />
a) HNO2 d) NO2 ‾<br />
b) H2PO4 e) HPO = 4<br />
c) H +<br />
(643) A base mais fraca é:<br />
a) HNO2 d) NO2 ‾<br />
b) H2PO4 e) HPO = 4<br />
c) H +<br />
Eis uma tabela de alguns ácidos e suas respectivas bases<br />
A tabela anterior informa quando será possível ocorrer uma reação ácido +<br />
440
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
441<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
____________________________________________________________________________<br />
Uma reação de transferência de pótons é possível desde que haja<br />
formação de ácido e base mais fracas.<br />
_____________________________________________________________________<br />
Exemplos:<br />
2H3C — COOH + CO3 = 2H3C▬COO‾ + H2CO3<br />
OH + CO3 = <br />
O ácido acético ataca um carbonato produzindo H2CO3 que se decompõe em<br />
seguida, em H20 + CO2 . Isto é possível porque o H2CO3 é mais fraco que o ácido<br />
acético. Já o fenol não reage com carbonato, pois o H2CO3 é mais forte que o fenol.<br />
(644) Utilizando a tabela, responda qual das reações abaixo é impossível?<br />
(645) Das reações acima, qual delas se realizará com maior fácil idade?<br />
____________________________________<br />
2 FATORES INFLUENTES<br />
____________________________________<br />
Uma substância é realmente considerada um ácido quando apresentar um<br />
hidrogênio apreciavelmente polarizado. Quanto mais polar for o hidrogênio, mais ele<br />
será atraído pela base fixadora de prótons. Examinando os elementos de um período<br />
da tabela periódica, quanto mais à direita se situa o elemento, ele poderá ter<br />
hidrogênio mais polarizado e a sua força ácida será maior.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
ao hidrogênio.<br />
Outro fator que determina a força de um ácido é o tamanho do átomo ligado<br />
Quanto maior o átomo menor será a atração do hidrogênio polarizado e<br />
teremos um ácido mais forte pois o próton H + poderá sair mais facilmente.<br />
Exemplo:<br />
HF , HC1 , HBr , HI<br />
aumenta o tamanho do átomo<br />
__________________________________ <br />
maior a força ácida<br />
Comparando-se HF e HI temos:<br />
A atração H ↔ F é bem maior que a atração H↔ I; neste último o próton sai<br />
com maior facilidade.<br />
_____________________________________<br />
3 EFEITOS DE INDUÇÃO<br />
___________________________<br />
Nos compostos orgânicos,é muito importante o tipo do radical ligado<br />
ao carbono que possui o -0H.<br />
Por que um carboxilácido é um ácido mais forte que um álcool, se<br />
ambos possuem o radical -0H?<br />
442
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />
No carboxilácido o oxigênio (=O) desloca os elétrons do carbono, este desloca<br />
os elétrons do oxigênio (do OH) que por sua vez polariza mais o H.<br />
De modo geral, a força de um ácido carboxílico depende ainda dos radicais<br />
ligados à carboxila.<br />
Seja a fórmula geral do ácido:<br />
Se X atrai elétrons, X é considerado radical elétron-atraente e aumentará a<br />
força do ácido. Quanto mais elementos eletronegativoa tiver em X mais elétron-<br />
atraente será o átomo e teremos o carboxilácido mais forte.<br />
Exemplos:<br />
H3C — COOH KA = 1,8 x 10- 5<br />
C1CH2 — COOH KA = 1,4 x 10- 3<br />
C12CH —COOH KA = 5 x 10 -2<br />
C13C — COOH KA ≈ 2<br />
Por outro lado, se X repele elétrons,teremos um radical elétron-repelente e o<br />
ácido será mais fraco. Podemos agora classificar os radicais em: ELÉTRON-<br />
ATRAENTES e ELÉTRON-REPELENTES.<br />
RADICAIS ELETRON-ATRAENTES:<br />
-Cl, -Br, -I, -COOH, -OH, -NO2 , -C6H5<br />
RADICAIS ELETRON-REPELENTES:<br />
Por este motivo,o ácido fórmico H-COOH é mais forte que o ácido acético H3C<br />
— COOH,pois o -CH3 é mais elétron-repelente que o -H.<br />
443
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
NH4+<br />
EXERCÍCIOS<br />
(646) Qual dos compostos abaixo tem maior força ácida?<br />
(647) Qual dos compostos anteriores tem caráter ácido mais fraco?<br />
(648) Coloque os compostos abaixo em ordem decrescente de força ácida:<br />
____________________________________<br />
4 CARÁTER BÁSICO<br />
DAS AMINAS<br />
____________________________________<br />
Vimos que o NH3 pode comportar-se como uma base, transformando-se em<br />
Da mesma forma uma amina poderá receber elétrons:<br />
Como se vê, as aminas são compostos que possuem radicais orgânicos pela<br />
substituição H do NH3. Se houver substituição de apenas um H teremos uma amina<br />
primária; sendo substituídos 2H teremos uma amina secundária; com todos H<br />
substituídos teremos uma amina terciária.<br />
444
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
445<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
Sejam o NH3 e CH3 - NH2 . Qual deles é base mais forte?<br />
O radical -CH3 é mais elétron-repelente que o H. Então o par de elétrons está<br />
mais disponível para_receber o próton na amina. A metilamina é base mais forte que a<br />
amônia.<br />
Com 2 radicais -CH3 teremos a dimetilamina que é base mais forte que a<br />
metilamina. O segundo -CH3 reforça o efeito elétron-repelente sobre o nitrogênio.<br />
Era de se esperar que a trimetil amina fosse uma base mais forte ainda.<br />
Porém ela é mais fraca que a metilamina e a dimetilamina devido a um impedimento<br />
espacial que é denominado EFEITO ESTÉRICO e que dificulta a aproximação do<br />
próton.<br />
Os três grupos -CH3 dificultam o ataque do próton ao par eletrônico do<br />
nitrogênio. É útil observar que a força de um ácido ou de uma base depende não só da<br />
natureza dos radicais , mas também da disposição espacial dos mesmos (efeito<br />
estérico).<br />
Na anilina (fenilamina) temos ligado ao Nitrogênio o grupo C6H5 - que é<br />
elétron-atraente. Logo, a fenilamina é uma base mais fraca que a amônia.<br />
Se o nitrogênio está ligado a um radical elétron-atraente, dificulta-se a<br />
aproximação de prótons para receber o par eletrônico.
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
EXERCÍCIOS<br />
(649) A constante de ionização do ácido tricloro acético é maior que a do<br />
ácido aéetico, PORQUE o peso molecular do ácido tri-cloroacético e maior que o do<br />
ácido acético.<br />
446<br />
CESCEM-65<br />
(650) Na reação NH3 + HBr NH4 + + Br‾, HBr é um ácido de Bronsted<br />
PORQUE HBr doa um próton ao NH3 .<br />
CESCEM-65<br />
(651) Na reação NH3 + H + NH4 + , NH 3 é um ácido de Lewis, PORQUE NH3<br />
doa prótons ao íon hidrogênio.<br />
CESCEM-65<br />
(652) Quando se junta acetato de sódio às solugões 0,1 M das substâncias<br />
relacionadas abaixo, os íons acetato irão atrair prótons de um ácido que se encontra<br />
presente. De que substância o íon acetato irá atrair o maior número de prótons:<br />
indicio de que:<br />
a) NaHSO4 d) HCN<br />
b) HNO2 e) NaHS<br />
c) HC2H3O2<br />
Consulte a tabela da questão 655<br />
CESCEM-66<br />
(653) 0 fato de a água pura ter uma condutividade elétrica muito baixa é um<br />
a) água é um solvente puro<br />
b) água tem caráter ácido<br />
c) água é muito ionizada<br />
d) água é muito pouco ionizada<br />
e) o número de íons H3O + e 0H é o mesmo<br />
(654) Éter etílico é uma base porque:<br />
a) não reage com hidróxido de sódio<br />
b) tem sabor peculiar<br />
c) possui um par de elétrons não compartilhado disponível para reagir<br />
d) ioniza-se para formar um íon carbônico<br />
e) torna azul o papel vermelho de tornassol<br />
CESCEM-66<br />
CESCEM-66
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
conceitos modernos de ácidos e bases – 7<br />
(655) Para responder às questões 656, 657 consulte a seguinte tabela de<br />
ácidos, de sua bases conjugadas e de suas constantes ionização.<br />
Ácido Base conjugada K, (constante de ionização do ácido)<br />
HCl Cl‾ 100% ionizado<br />
HSO4- SO4 ‾ ‾ 1,2 x 10- 2<br />
HF F‾ 7,2 x 10 -4<br />
HNO2 NO2 ‾ 1,8 x 10 -5<br />
HC2H3O2(ác.acético) C2H3O2‾ 1,8 x 10 -5<br />
H2S HS ‾ 5,7 x 10- 8<br />
HCN CN~ 7,2 x 10- 10<br />
HS- S -- 1,2 x I0- 13<br />
(656) A base mais fraca das acima mencionadas é:<br />
a) Cl‾ b) CN‾ c) HS‾ d) S ‾ ‾ e) SO4, ‾ ‾<br />
447<br />
CESCEM-66<br />
(657) A concentração de íons hidrogênio numa solução 0,1 M de ácido<br />
acético, HC 2 H3O2 será maior que de uma solução<br />
a) 0,1 M HF d) 0,1 M NaHS<br />
b) 0,1 M HNO2 e) 0,2 M HC2H302<br />
c) 0,1 M NaHSO4<br />
(650) Dadas as seguintes equações:<br />
pergunta-se:<br />
2 H3O + + O 2‾ 3 H2O<br />
BF3 + F‾ BF4‾<br />
Mg + + + 6H2O Mg(H2O) 2 6 +<br />
a) as três equações representam reações ácido-base de Lewis<br />
b) somente as duas últimas representam reações ácido-base de Lewis<br />
c) as três equações representam reações ácido-base de Bronsted<br />
d) nenhuma das equações representa reações ácido-base de Lewis<br />
e) nenhuma das equações representa reações ácido-base de Bronsted<br />
CESCEM-66<br />
CESCEM-67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(659) Assinalar a resposta correta entre as afirmações abaixo:<br />
a) ácido acético é mais forte do que o ácido fórmico<br />
b) ácido acético tem acidez comparável à do ácido monofluoracético<br />
c) o ácido acético é mais forte do que o ácido 2 metil propanóico<br />
d) o ácido acético é mais forte do que o ácido monobromoacético<br />
e) o ácido acético é o ácido orgânico mais fraco que se conhece<br />
448<br />
CESCEM-67<br />
(660) Assinalar abaixo a indicação correta em relação à ordem de basicidade<br />
entre as seguintes aminas: dimetilamina (D), metilamina (MI), N-metil anilina (MA) e<br />
anilina (A)<br />
a) D = M = MA = A d) D > M > MA > A<br />
b) D = M>MA MA = A<br />
CESCEM-67<br />
As questões 661 e 662 se relacionam com a seguinte tabela que apresenta as<br />
constantes de ionização de alguns ácidos em solução aquosa:<br />
Ácido K íon<br />
fluorídrico 6,7 x 10 ‾4<br />
acético 1,8 x 10 ‾5<br />
cianídrico 4 X 10 ‾10<br />
sulfuroso (1º. degrau) 1,7 x 10 ‾2<br />
carbônico (1º. degrau) 4,4 x 10 ‾7<br />
(661) Qual dos ácidos abaixo é o mais fraco?<br />
a) fluorídrico d) sulfuroso<br />
b) acético e) carbônico<br />
c) cianídrico<br />
662) Sejam as seguintes reações<br />
Mg + + + 6 H2O Mg (H2O)6 + +<br />
BF3 + F‾ BF4 -<br />
HCl + F‾ HF + CI‾<br />
CESCEM-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
2 HC1 + MgO MgCl2 + H2O<br />
Ag + + 2 CN‾ Ag (CN)2‾<br />
São todas:<br />
a) reações ácido-base segundo Arrhenius<br />
b) reações ácido-base segundo Bronsted<br />
c) reações ácido-base segundo Lewis<br />
d) reações ácido-base segundo Lewis e Bronsted<br />
e) reações ácido-base segundo Bronsted e Arrhenius<br />
449<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
CESCEM-68<br />
(663) Quando dizemos que um íon ou molécula é um ácido, isto significa que<br />
eles terão uma tendência de:<br />
a) se combinarem com prótons<br />
b) cederem pares eletrônicos<br />
c) libertarem íons hidróxido como único ânion<br />
d) combinarem-se com íons hidróxido presentes num solvente qualquer<br />
e) nenhuma das respostas acima<br />
(664) Esta questão esta relacionada com a seguinte tabela:<br />
CESCEM-68<br />
Na série de reações apresentadas, podemos fazer a seguinte generalização:<br />
a) são ácidos somente as substâncias da coluna A<br />
b) são ácidos somente as substâncias da coluna B<br />
c) são ácidos as substancias da coluna A e C<br />
d) são ácidos as substâncias das colunas A e D<br />
e) nenhuma das generalizações acima é correta<br />
Questões 665 a 667<br />
a) NO(OH) PO(OH)3 CO(OH)2 ;<br />
b) LiOH C10H Be(OH)2 ;<br />
CESCEM-69
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
c) SO(OH)2 NO2 (OH) Ba(OH)2 ;<br />
d) C6H5.NH2 KOH Sr(OH) 2 ;<br />
e) C6H5.OH HaOH P(OH)3 .<br />
(665) Em solução aquosa todos são bases<br />
(666)Em solução aquosa todos são ácidos<br />
(667)Em solução aquosa temos um ácido e duas bases<br />
450<br />
CESCEM-69<br />
(668) 0 ácido tricloroacético e mais forte do que o ácido acético<br />
PORQUE os átomos de cloro no ácido tricloroacético atraem elétrons mais fortemente<br />
do que os átomos de hidrogênio no ácido acético.<br />
CESCEM-69<br />
(669) Para a nitração dos compostos aromáticos usa-se uma mistura<br />
de ácido sulfúrico e ácido nítrico concentrado. Quando se misturam os dois<br />
ácidos ocorre a seguinte reação:<br />
2H2S04 + HN03 NO2+ + H2O + + 2 HSO4 -<br />
Nesta reação, o ácido nítrico funciona como:<br />
a) oxidante d) base<br />
b) redutor e) desidratante<br />
c) ácido<br />
CESCEM-69<br />
(670) De acordo com a conceituação de ácidos e de bases, segundo<br />
BRONSTED e LOWRY, o anion HCO3‾<br />
a) sempre age como ácido<br />
b) sempre age como base<br />
c) nunca é ácido nem base<br />
d) pode agir como ácido ou como base<br />
e) só pode agir como base ao reagir com cátions<br />
(671) De acordo com a teoria de Bronsted o íon amônio é:<br />
a) um ácido<br />
b) um íon anfótero<br />
c) uma base<br />
CESCEM-70<br />
STA.CASA-67
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
451<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
(672) A introdução de um átomo de cloro no carbono alfa do ácido acético irã:<br />
a) reduzir a ionização da carboxila<br />
b) manter o mesmo grau de ionização da carboxila<br />
c) aumentar a ionização da carboxila<br />
STA.CASA-67<br />
(673) HC1 dissolvido em água origina íons hidroxônio e cloreto. Esse processo<br />
recebe o nome de:<br />
a) eletroforese<br />
b) eletrólise<br />
c) ionização<br />
d) as alternativas a, b e c estão corretas<br />
e) as alternativas a, b e c estão erradas<br />
STA.CASA-68<br />
(674) Qual das substâncias abaixo pode ser classificada como ácido e como<br />
base de Bronsted?<br />
a) NH4+ d) Cl‾<br />
b) BF3 e) não existe uma substância desse tipo<br />
c) HSO4<br />
SANTOS-68<br />
(675) Os íon NH4+, HC03 e Cu(H2O)4 ++ , são sempre ácidos segundo o<br />
conceito de Bronsted-Lowry, PORQUE todos podem ceder prótons .<br />
SANTOS-69<br />
(676) As substâncias HC1, HNO3 e HClO4, em solução aquosa tem suas<br />
forças igualadas PORQUE, segundo a teoria de Bronsted-Lowry, o ácido mais forte que<br />
pode existir em solução aquosa é o H3O +<br />
abaixo:<br />
SANTOS-69<br />
(677) Assinalar a seqüência que indica basicidade decrescente das estruturas
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
a) V , II , I , III , IV<br />
b) I, V , II , III , IV<br />
c) IV , III , I , II , V<br />
d) IV , III , II , V , I<br />
e) I, V , IV , IV , III<br />
452<br />
CIÊNCIAS HEDICAS-MINAS-69<br />
(678) Nas reações abaixo, certos reagentes podem ser considerados como<br />
bases e outros como ácidos de acordo com a teoria de Bronsted-Lowry:<br />
: NH3 + H20 ↔ NH4+ + OH‾<br />
: NH3 + HC1 ↔ NH4+ + Cl‾<br />
: 0H2 + HC1 ↔ H3O + + Cl‾<br />
Desta maneira qual das afirmações está certa?<br />
a) NH3 e NH4+ são bases<br />
b) HC1 e 0H‾ são ácidos<br />
c) H2O e NH4+ são bases<br />
d) NH4+ e H3O são ácidos<br />
e) HC1 e Cl‾ são ácidos<br />
CIÊNCIAS HÉDICAS-MINAS-68<br />
(679) De acordo com a teoria eletrônica de Lewis, de ácidos e bases, nós<br />
definimos ácido como sendo:<br />
base<br />
a) toda substância capaz de receber prótons<br />
b) toda substância capaz de coordenar um par de elétrons cedidos por uma<br />
c) toda substância que em solução liberta íons hidrônio<br />
d) toda substância polar<br />
e) nenhuma das respostas<br />
CIÊNCIAS MÉDICAS-MINAS-68<br />
(680) Consultando os valores das constantes de ionização dos ácidos abaixo:<br />
ÁCIDO Ki<br />
CH3COOH 1,8 x 10- 5<br />
C1CH2COOH 1,4 x 10- 3<br />
C12CHCOOH 5,0 x 10- 2
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
cloro aumenta<br />
CI3CCOOH 2,0 x 10 -1<br />
Verificamos que:<br />
a) o ácido acético é o mais forte de todos<br />
b) o ácido tricloroacético é o mais forte de todos<br />
c) o cloro não influencia a força dos ácidos<br />
453<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
d) a constante de ionização diminui à medida que o numero de átomos de<br />
e) o cloro diminui a força dos ácidos<br />
CIÊNCIAS MÉDICAS-MINAS-68<br />
(681) Uma solução de ácido fraco HC10 foi analisada, verificando-se no<br />
equilíbrio, a existência das seguintes concentrações:<br />
H3O + = 1,78x10 -4 íon g/l<br />
C10 - = 1,78 x 10- 4 íon g/l<br />
HC10 = 1,00 moles/l<br />
Qual a constante Ki do ácido? 1<br />
a) 3,56 x I0 -4 d) 1.78 x 10- 4<br />
b) 3,56 x 10- 8 e) 3,17 x 10- 9<br />
c) 3,17 x 10-8<br />
CIÊNCIAS MÉDICAS-MINAS-68<br />
(682) ) 0 carbonato ácido de sódio (NaHCO3) em solução aquosa, dá reação:<br />
a) fortemente ácida d) alcalina<br />
b) fracamente ácida e) anfotera<br />
c) neutra<br />
(683) Na reação abaixo:<br />
F3B + :NH3 F3BNH3<br />
0 fluoreto de boro é um:<br />
a) ácido de Lewis d) conjugado de base<br />
b) base de Lewis e) nenhuma delas<br />
c) conjugado de ácido<br />
MEDICINA-GB-68<br />
MEDICINA-GB-68
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
(684) Segundo a teoria deBronsted-Lowry, bases são substâncias:<br />
a) doadoras de elétrons<br />
b) aceptoras de elétrons<br />
c) doadoras de prótons<br />
d) aceptoras de prótons<br />
e) que tem disponível um par de elétrons<br />
454<br />
MEDICINA-GB-68<br />
(685) A anilína é praticamente insolúvel em água, mas extremamente solúvel<br />
no benzeno. Ela pode, porém, ser facilmente separada deste último composto<br />
tratando-se a mistura com ácido clorídrico diluido. Isto se dá porque:<br />
a) a anilina sofre decomposição<br />
b) o benzeno e atacado pelo ácido clorídrico diluído<br />
c) a anilina possui grupamentos polares eclipsados que sãoo ativados nas<br />
condições descritas acima<br />
d) há formação de um sal de anilina que, por sua natureza polar e solúvel em<br />
água e insolúvel no benzeno<br />
e) forma-se cloridrato de anilina que, sendo extremamente volátil, pode ser<br />
separado por destilação<br />
MEDICINA-GB-69<br />
(686) Assinale a seqüência que corresponda à acidez crescente dos<br />
compostos abaixo:<br />
a) II , I , V , III , IV<br />
b) I , V , II , III , IV<br />
c) II , I , V , IV , III<br />
d) II , V , I , III , IV<br />
e) I , V , III , IV , II<br />
(687) As soluções abaixo estão na concentração molar de 0,1 M.<br />
UF-RJ-69<br />
Conhecendo-se a constante de dissociação (K) assinale aquela que apresenta<br />
concentração de MI mais elevada.<br />
a) CH3COOH K H2S = 1 x 10 -7
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
b) NaHCO3 KNH4 + = 5,7 x 10 -10<br />
c) H2S KHSO4- = 1,3 x 10-2 d) NH4Cl KCH3COOH = 1,8 x 10-5 e) KHSO4 KHCO3‾ = 4,7 x 10-11 455<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
PARANÁ-67<br />
(688) Sendo o ácido acético mais fraco que o ácido fórmico, podemos dizer que<br />
o grupo metil tem:<br />
a) menos atração por elétrons do que o átomo de hidrogênio<br />
b) mais atração por elétrons do que o átomo de hidrogênio<br />
c) mais eletro-atração do que o átomo de hidrogênio<br />
d) igual eletro-atraçao do que o átomo de hidrogênio<br />
e) nenhuma resposta é correta<br />
PARANA-67<br />
(689) Dadas as constantes de dissociação dos ácidos (K) abaixo enumeradas,<br />
qual o ácido mais fraco?<br />
Ácido Orgânico K<br />
a) úrico 1,30 x 10 -4<br />
b) acético 1,76 x 10 -5<br />
c) fórmico 1,77 x 10 -4<br />
d) propiônico 1,34 x 10 -5<br />
e) láctico 8,40 x 10 -4<br />
PARANÁ-67<br />
(690) A sulfonação do benzeno produz ácido benzeno-sulfônico de acordo com<br />
as equações químicas:<br />
como:<br />
Na fase I, o oxido de enxofre (VI) e o benzeno funcionam, respectivamente,
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
a) ácido e base de Arrhenius d) base e ácido de Lewis<br />
b) ácido e base de Bronsted e) base e ácido de Bronsted<br />
c) ácido e base de Lewis<br />
456<br />
MEDICINA-STO ANDRÉ-69<br />
(691) Qual dos itens abaixo indica, corretamente,a ordem<br />
decrescente da acidez das estruturas<br />
base de Lewis?<br />
CH3COOH , FCH2COOH , ICH2COOH , C12CHC00H , BrCH2COOH<br />
A B C D E<br />
a) A D B E A<br />
b) B D E C A<br />
c) E B D C A<br />
d) D B E C A<br />
e) A B C D E<br />
POUSO ALEGRE-69<br />
(692) Qual dos compostos abaixo possui maior acidez?<br />
POUSO ALEGRE-69<br />
(693) Qual das espécies químicas abaixo funciona como uma<br />
a) S04- 2 b) H30 + c) BF3 d) Na + e) H2<br />
POUSO ALEGRE-69<br />
(694) Considerando-se as constantes de dissociação dos ácidos<br />
HA, HB, HC, e HD a 25°C:<br />
KHA = 4,4 x 10- 7 KHB = 4,7 x 10 -11<br />
KHD = 0,5 x 10 -10 KHC = 8,6 x 10 -8
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Podemos concluir que:<br />
457<br />
conceitos modernos de ácidos e bases-7<br />
a) os ácidos HA e HB possuem praticamente a mesma força<br />
b) o ácido HD é dez vezes mais fraco do que o ácido HB<br />
c) o ácido HC possui exatamente 10 3 vezes mais força do que o ácido HB<br />
d) o ácido HA é o mais fraco<br />
e) o ácido HA é o mais forte<br />
(695) São dadas as equações:<br />
POUSO ALEGRE-69<br />
Qual (ou quais) reações (das reações) acima é (são) reação (reações) ácido-<br />
base conforme a teoria de Bronsted-Lowry?<br />
a) somente (1)<br />
b) somente (1) e (2)<br />
c) somente (1) , (2) e (4)<br />
d) nenhuma delas<br />
e) todas as quatro<br />
VASS0URAS-69<br />
(696) De acordo com o conceito de Lewis, as aminas são bases mais fortes que<br />
a água PORQUE o nitrogênio é mais eletronegativo que o oxigênio.<br />
MARILIA-60<br />
(697) Um ácido mais fraco conjuga com a base mais forte e o ácido mais forte<br />
com a base mais fraca PORQUE isto se dá de acordo com a teoria de Bronsted.<br />
MARÍLIA-68<br />
(698) Considerando dois ácidos e duas bases, cujos valores para "K" são:<br />
1º. ácido Ka = 4,5 x 10 -5 2º. ácido K'a = 8,5 x 10 -6<br />
1a. base Kb = 1,4 x 10 -4 2a. base K'b= 8,3 x 10 _4
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
Podemos dizer que o ácido e a base mais forte de cada par são:<br />
a) 1º. ácido e 2a. base<br />
b) 2º. ácido e 2a. base<br />
c) 2º. ácido e 1a. base<br />
d) 1º. ácido e 1.a. base<br />
e) os dados são insuficientes para responder<br />
458<br />
MARÍLIA-68<br />
(699) No fim de uma experiência é necessário lavar a aparelhagem<br />
dos restos de anilina. Pode-se usar com maior eficiência:<br />
a) água<br />
b) solução diluída de soda<br />
c) água acidulada com ácido clorídrico<br />
d) nenhuma das alternativas convém<br />
e) não é possível remover os restos de anilina<br />
MARÍLIA-69<br />
(700) A diminuição das propriedades básicas das aminas terciárias e<br />
devido com maior probabilidade:<br />
a) ao aumento da densidade eletrônica em volta do átomo de nitrogênio<br />
como conseqüência do efeito indutivo dos radicais alquila que repelem elétrons<br />
b) à diminuição da densidade eletrônica em volta do átomo de nitrogênio<br />
como conseqüência do efeito indutivo dos radicais alquila que atraem elétrons<br />
c) a um efeito estérico que aumenta com o tamanho dos radicais<br />
alquila ligados ao nitrogênio<br />
d) às aminas terciárias que possuem maior basicidade do que as<br />
primárias e secundárias<br />
e) nenhuma das alternativas anteriores<br />
═══════════════<br />
MARÍLIA-69
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES<br />
As respostas cujos números tem asterisco, (por exemplo - *9) possuem<br />
enunciados que necessitam de consulta à ERRATA.<br />
1) 300 m<br />
2) 150 Mhz<br />
3) a<br />
4) 49,5 x 10- 13 ergs<br />
5) 1,9 8 x 10- 8 ergs<br />
6) resolvido<br />
7) resolvido<br />
8) 40, 41, 42<br />
9) 77, 78, 79<br />
10) b<br />
11) d<br />
12) a<br />
13) 1 cm<br />
14) 6 x 10 14 hertz<br />
15) 1,98 x 10 -12 ergs<br />
16) a<br />
17) resolvido<br />
18) 134<br />
19) 6α e 3β<br />
20) resolvido<br />
21) 13<br />
22) 4 α e 3β<br />
23) resolvido<br />
24) resolvido<br />
25) resolvido<br />
26) c<br />
27) 42 dias<br />
28) 6,25 8<br />
29) resolvido<br />
30) 5.830 anos<br />
31) resolvido<br />
32) e<br />
33) 91 h e 273 h<br />
34) 90.000 e 12,6 anos<br />
35) d<br />
36) resolvido<br />
37) c<br />
38) b<br />
39) d<br />
40) resolvido<br />
41) n<br />
42) d<br />
43) p<br />
44) p<br />
45) p<br />
46) a<br />
47) Y<br />
48) a<br />
49) c<br />
50) d<br />
51) e<br />
52) d<br />
53) alfa → +<br />
459
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
beta → -<br />
gama → o<br />
54) duas β<br />
55) I) 66,6 horas II)<br />
56) errado<br />
57) b<br />
58) menos os Eu e Ge (errado)<br />
59) certo<br />
60) d<br />
61) e<br />
62) b<br />
63) b<br />
64) b<br />
65) c<br />
66) c<br />
67) d<br />
68) c<br />
69) a<br />
70) a<br />
71) b<br />
72) a<br />
73) c<br />
74) b<br />
75) II<br />
76) a<br />
77) d<br />
78) a<br />
79) b<br />
80) e<br />
81) d<br />
82) a<br />
83) a<br />
84) c<br />
85) c<br />
86) a<br />
87) b<br />
88) b<br />
89) certo<br />
90) capaz de emitir partículas e radiações<br />
91) idem ao 90<br />
92) alfa e beta desviam-se em sentidos opostos. Gama não sofre<br />
desvio.<br />
93) a<br />
94) c<br />
95) 1 e 3<br />
96) d<br />
97) b<br />
98) d<br />
99) d<br />
100) e<br />
101) b<br />
102) b<br />
103) c<br />
104) e<br />
105) d<br />
106) d, e<br />
107) e<br />
108) a<br />
460
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
109) e<br />
110) b<br />
111) resolvido<br />
112) resolvido<br />
113) resolvido<br />
114) 2, 8, 3<br />
115) 2, 8, 18, 18, 5<br />
116) a<br />
117) não<br />
118) b<br />
119) c<br />
120) resolvido<br />
121) D<br />
122) resolvido<br />
123) resolvido<br />
124) resolvido<br />
125) d<br />
126) 9<br />
127) resolvido<br />
128) c<br />
129) d<br />
130) 4, 3, -2, +1/2<br />
131) 6, 1, -1, +1/2<br />
132) 5, 3, -2, -1/2<br />
133) b<br />
134) resolvido<br />
135) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 3d 6 , 4s 2<br />
136) ls 2 , 2s 2 , 2p 6 , 3s 2 , 3p 6 , 3d 10 , 4s 2 , 4p 6 , 4d 10 4f 14 ; 5s 2 , 5p 6 , 5d 4 , 6s 2<br />
137) d<br />
138) e<br />
139) b<br />
140) b<br />
141) c<br />
142) a<br />
143) c<br />
144) d<br />
145) b<br />
146) e<br />
147) c<br />
148) a<br />
149) b<br />
150) d<br />
151) c<br />
152) a<br />
153) d<br />
154) b<br />
155) b<br />
156) d<br />
157) c<br />
158) c<br />
159) b<br />
160) a<br />
161) e<br />
162) d<br />
163) a<br />
164) d<br />
165) a<br />
166) c<br />
167) c<br />
461
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
168) b<br />
169) II<br />
170) I e III<br />
171) a<br />
172) a<br />
173) e<br />
174) c<br />
175) e<br />
176) d<br />
177) 4, 0, 0, -1/2<br />
4, 0, 0, +1/2<br />
178) Sc +++<br />
179) ls 2 , 2s 2 , 2px 2 , 2py 2 , 2pz 2<br />
3s 2 , 3px 1 , 3py 1 , 3pz 1<br />
180) a<br />
181) elétrons na camada interna<br />
182) b<br />
183) d<br />
184) a<br />
185) a<br />
186) b<br />
187) d<br />
188) b<br />
189) b<br />
190) a<br />
191) e<br />
192) d<br />
193) c<br />
194) a<br />
195) a<br />
196) c<br />
197) d<br />
198) b<br />
199) b<br />
200) c<br />
201) c<br />
202) a<br />
203) b<br />
204) c (supondo eletrovalente)<br />
205) X3 + Y ≡<br />
206) c<br />
207) c<br />
208) e<br />
209) resolvido<br />
210) resolvido<br />
211) resolvido<br />
212) resolvido<br />
213) H - As - H<br />
H<br />
214) H - Te<br />
H<br />
H<br />
215) H - Ge - H<br />
H<br />
216) H - I<br />
217) resolvido<br />
218) resolvido<br />
219) resolvido<br />
462
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
225) resolvido<br />
226) resolvido<br />
227) resolvido<br />
228) resolvido<br />
229) H - O - Cl<br />
230) H - 0 - Cl → 0<br />
463
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
260) resolvido<br />
261) resolvido<br />
262) 2α e 2n<br />
263) 3α e 2П<br />
264) 5α e 1n<br />
265) 3σ<br />
266) 4σ e 1n<br />
267) 7 σ e 2n<br />
268) 2 σ e 1n<br />
269) 6σ<br />
270) 3σ e 1n<br />
271) 6σ<br />
272) b<br />
273) c<br />
274) c<br />
275) b<br />
276) e<br />
277) d<br />
278) d<br />
279) polar<br />
280) apolar<br />
281) apolar<br />
282) apolar<br />
283) apolar<br />
284) polar<br />
285) polar<br />
286) apolar<br />
287) a<br />
464
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
288) a<br />
289) c<br />
290) b<br />
291) d<br />
292) c<br />
293) d<br />
294) d<br />
295) b<br />
296) c<br />
297) d<br />
298) b<br />
*299) d<br />
*300) b<br />
301) e<br />
302) c<br />
303) c<br />
304) a<br />
305) d<br />
306) c<br />
307) b<br />
308) b<br />
309) e<br />
310) b<br />
311) b<br />
312) tamanho e carga dos íons<br />
313) diferença de eletronegatividade e estrutura angular<br />
314) errado<br />
315) c<br />
316) b<br />
317) c<br />
318) b<br />
319) e<br />
320) d<br />
321) errada, certa<br />
322) b<br />
323) errada, certa<br />
324) d<br />
325) b<br />
326) c<br />
327) d<br />
328) b<br />
329) e<br />
330) a<br />
331) c<br />
332) d<br />
333) b<br />
334) d<br />
335) certa, certa (não justifica)<br />
336) d<br />
337) a<br />
338) b<br />
339) c<br />
340) e<br />
341) a<br />
342) e<br />
343) b<br />
344) 1, 2 e 3<br />
345) c<br />
346) a<br />
465
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
347) c<br />
348) e<br />
349) d<br />
350) b<br />
351) b<br />
352) b<br />
353) c<br />
354) d<br />
355) a<br />
356) e<br />
357) e<br />
358) c<br />
359) d<br />
360) c<br />
361) d<br />
362) a<br />
363) certa, certa (justifica)<br />
364) b<br />
365) e<br />
366) e<br />
366-A) d<br />
367) b<br />
368) certa, certa (justifica)<br />
369) b<br />
370) a<br />
371) c<br />
372) a<br />
373) certa, certa (justifica)<br />
374) e<br />
375) b<br />
376) d<br />
377) a<br />
378) d<br />
379) c<br />
380) c<br />
381) b<br />
382) c<br />
383) c<br />
384) iônicos: Kl, HgCl, Ca(OH)2, K2S04 . Al2(SO4)3. 24H2O,<br />
(NH4)2SO4, CaO e K2 O<br />
385) d<br />
386) b<br />
387) b<br />
388) c<br />
389) b<br />
390) d<br />
391) a<br />
392) e<br />
393) b<br />
394) b<br />
395) b<br />
396) d<br />
397) errada, errada<br />
398) a<br />
399) c<br />
400) b<br />
401) c<br />
402) d<br />
403) c<br />
466
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
404) b<br />
405) a<br />
406) c<br />
407) c<br />
408) d<br />
409) c<br />
410) b<br />
411) d<br />
412) a<br />
413) b<br />
414) a<br />
415) c<br />
416) d<br />
417) b<br />
418) c<br />
419) a<br />
420) d<br />
421) -3,0<br />
422) 153,5 Kcal/mol<br />
423) c<br />
424) b<br />
425) d<br />
426) e<br />
427) e<br />
428) d<br />
429) e<br />
430) b<br />
431) e<br />
432) b<br />
433) e<br />
434) e<br />
435) d<br />
436) e<br />
437) a<br />
438) a<br />
439) errada, certa<br />
440) e<br />
441) d<br />
442) c<br />
443) b<br />
444) c<br />
445) d<br />
446) c<br />
447) b<br />
448) certa, certa (não justifica)<br />
449) b<br />
450) c<br />
451) c<br />
452) c<br />
453) d<br />
454) b<br />
455) b<br />
456) a<br />
457) d<br />
458) c<br />
459) a<br />
460) c<br />
461) a<br />
462) c<br />
467
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
463) a<br />
464) a<br />
465) b<br />
466) b<br />
467) b<br />
468) b<br />
469) c<br />
470) c<br />
471) c<br />
472) a<br />
473) c<br />
474) c<br />
475) a<br />
476) a<br />
477) c<br />
478) c<br />
479) a<br />
480) F‾<br />
481) a<br />
482) c<br />
483) b e c<br />
484) d<br />
485) a<br />
486) e<br />
487) a<br />
488) c<br />
489) d<br />
490) b<br />
491) b<br />
492) b<br />
493) b<br />
494) e<br />
495) a<br />
496) d<br />
497) c<br />
498) c<br />
499) a<br />
500) a<br />
501) a<br />
502) b<br />
503) a) Br b)CI c) Cl2 d) NaBr<br />
504) c<br />
505) resolvido<br />
506) resolvido<br />
507) resolvido<br />
508) +3 e -2<br />
509) +1<br />
510) +2<br />
511) +2<br />
512) -2, -1, +1<br />
513) b<br />
514) resolvido<br />
515) +5<br />
516) +5<br />
517) -3<br />
518) +3<br />
519) -3<br />
520) resolvido<br />
521) resolvido<br />
468
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
522) resolvido<br />
523) resolvido<br />
524) resolvido<br />
525) +5<br />
526) +6<br />
527) +2<br />
528) +4<br />
529) +5<br />
530) +3<br />
531) +2,5 (médio)<br />
532) +8/3 (médio)<br />
533) +3<br />
534) resolvido<br />
535) resolvido<br />
536) resolvido<br />
537) resolvido<br />
538) resolvido<br />
539) +6<br />
540) +2<br />
541) +7<br />
542) +5<br />
543) resolvido<br />
544) +3<br />
545) +5<br />
546) +5<br />
547) +4<br />
548) +6<br />
549) resolvido<br />
550) resolvido<br />
551) resolvido<br />
552) -3<br />
553) -3<br />
554) +3<br />
555) +3<br />
556) b<br />
557) d<br />
558) c<br />
559) b<br />
560) c<br />
561) 3, 5, 2 ▬ 3, 5<br />
562) 3, 40, 4 ▬ 15, 6, 40<br />
563) 2, 10, 8 ▬ 5, 1, 2, 8<br />
564) 2, 1 ,10 ▬ 2, 7, 5<br />
565) 3, 9 , 8 ▬ 2, 6, 9, 21<br />
566) 3, 8 ▬ 3, 3, 2, 4<br />
567) 2, 5 ▬ 2, 1, 2, 3<br />
568) 1, 1, 2 ▬ 1, 1, 1, 3<br />
569) 6, 3 ▬ 2, 4, 3, 2<br />
570) 1, 2, 2 ▬ 2, 2, 1<br />
571) 2, 3, 9 ▬ 2, 6, 9<br />
572) 2, 64, 27▬ 2, 6, 54, 32<br />
573) 6, 10, 24 ▬ 3, 6, 5, 20, 24<br />
574) 2, 2, 6 ▬ 1,2 , 1, 4, 4<br />
575) 3, 16 ▬ 3, 3, 8, 10<br />
576) 1, 3, 4 ▬ 1, 1, 7, 3<br />
577) 2, 3, 10 ▬ 2, 6, 8<br />
578) 1, 20, 16 ▬ 5, 2, 28<br />
579) 1, 14, 12 ▬ 3, 2, 20<br />
580) 2, 5, 6 ▬ 2, 5, 3<br />
469
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
581) 10, 1, 8 ▬ 2, 10, 4<br />
582) 4, 1, 10 ▬ 4, 1, 3<br />
583) 1, 4, 11 ▬ 4, 4, 1<br />
584) 2, 3, 6 ▬ 3, 3, 2<br />
585) 2,2,4 ▬ 2, 1, 2<br />
586) 2, 1, 2 ▬ 2, 2, 1<br />
587) resolvido<br />
588) resolvido<br />
589) K,Cr2O7 + 14HBr → 2KBr + 2CrBr3 + 7H2O + 3Br2<br />
590) 2KMnO4, + 8H2SO4 + 10KI → 6K2SO4, + 2MnSO4 + 8H2O + 5I2<br />
591) K2Cr207 + 7H2SO4, + 6NaCl → K2SO4, + Cr2 (SO4)3 +<br />
3Na2SO4, + 7H2 O + 3C12<br />
592) MnO2 + 2H2SO4, + 2FeSO4 -> Fe2 (SO4)3 + MnSO4, + 2H2O<br />
593) 2KMnO4, + 3H2 SO4, + 5H2 O2 → K2SO4 + 2MnSO4, +<br />
8H20 + 502<br />
594) K2Cr207 + 7H2S04 + 3Na2C204 → K2SO4, + Cr2(SO4)3 +<br />
3Na2SO4, + 6CO2 + 7H20<br />
595) 4HN03 + Hg c °"°-» Hg(NO3)2 + 2N02 + + 2H20<br />
596) 10HNO3 + 4Zn → 4Zn(NO3)2 + NH4 NO3 + 3H2O<br />
597) 2H2 SO4 + Ag → Ag2 SO4, + SO2 + 2H2O<br />
598) b<br />
599) d<br />
600) d<br />
601) c<br />
602) a<br />
603) a<br />
604) d<br />
605) b<br />
606) b<br />
607) d<br />
608) e<br />
609) e<br />
610) c<br />
611) d<br />
612) d<br />
613) b<br />
614) c<br />
615) b<br />
616) b<br />
617) d<br />
618) d<br />
619) c<br />
620) c<br />
621) a<br />
622) a<br />
623) c<br />
624) c<br />
625) d<br />
626) b<br />
627) d<br />
628) d<br />
470
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
629) a<br />
630) b<br />
631) certa, errada<br />
632) a<br />
633) a<br />
634) d<br />
635) c<br />
636) d<br />
637) a<br />
638) b<br />
639) b<br />
640) a<br />
641) a<br />
642) e<br />
643) d<br />
644) d<br />
645) e<br />
646) b<br />
647) d<br />
648) d, c, b, a<br />
649) certa, certa (não justifica)<br />
650) certa, certa (justifica)<br />
651) errada, errada<br />
652) a<br />
653) d<br />
654) c<br />
655) não<br />
656) a<br />
657) d<br />
658) a<br />
659) c<br />
660) d<br />
661) c<br />
662) c<br />
663) e<br />
664) d<br />
665) d<br />
666) a<br />
667) e<br />
668) certa, certa (justifica)<br />
669) d<br />
670) d<br />
671) a<br />
672) c<br />
673) c<br />
674) c<br />
675) errada, errada<br />
676) certa, certa (justifica)<br />
677) a<br />
678) d<br />
679) b<br />
680) b<br />
681) c<br />
682) d<br />
683) a<br />
684) d<br />
685) d<br />
686) e<br />
687) e<br />
471
ATOMÍSTICA <strong>Ricardo</strong> <strong>Feltre</strong> • <strong>Setsuo</strong> <strong>Yoshinaga</strong><br />
688) a<br />
689) d<br />
690) b<br />
691) d<br />
692) e<br />
693) a<br />
694) e<br />
695) b<br />
696) certa, certa (não justifica)<br />
697) certa, certa (justifica)<br />
698) a<br />
699) c<br />
700) c<br />
<br />
n<br />
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472