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Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina

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necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um MR po<strong>de</strong> ser confirmada através do seguinte exemplo: uma pessoa<br />

ao iniciar uma conversa, dificilmente apontaria para um mapa e diria algo como (34),<br />

preferencialmente à (35), pois não há nenhum<br />

MR em (34) para o tempo composto e<br />

nenhum<br />

contexto a partir do qual ele po<strong>de</strong> ser retomado:<br />

(34) (?) Olhe! Essa é a cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> eu tinha cursado o primário.<br />

(35) Olhe! Essa é a cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> eu cursei o primário.<br />

A sentença (34), no entanto, seria perfeitamente natural se precedida <strong>de</strong> algo que possa<br />

servir <strong>de</strong> MR. Imaginemos a mesma situação, porém<br />

agora quando alguém diz algo<br />

como (36):<br />

(36) Lembra<br />

do que eu disse ontem?. . . Olhe! Essa é a cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> eu tinha cursado o<br />

primário.<br />

De fato, no trabalho <strong>de</strong> Reichenbach, os 3 momentos estão presentes em todas as<br />

<strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> referências temporais, e o MR ora está junto ao ME, ora ao MF, sendo<br />

portanto um ponto <strong>de</strong> disputa e controvérsia. Alguns autores apontam nessa diferença <strong>de</strong><br />

distribuição referências<br />

temporais diferentes, outros a mantêm, mas não se pronunciam<br />

em<br />

relação ao seu papel. O trabalho já citado <strong>de</strong> Hornstein (1991), por exemplo, propõe<br />

que as estruturas <strong>de</strong> referência temporal sejam articuladas em dois momentos, sendo que<br />

o MR <strong>de</strong>ve relacionar-se com o ME e o MF in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente, para que <strong>de</strong>pois<br />

possamos obter uma única fórmula final. De uma forma ou <strong>de</strong> outra, há também autores<br />

que afirmam que o MR está presente<br />

apenas e em todos os tempos compostos. Talvez<br />

seja <strong>de</strong>mais concordar que o MR está presente em todos os tempos compostos; antes<br />

preferimos, mais mo<strong>de</strong>stamente, apontar sua necessida<strong>de</strong> (obrigatorieda<strong>de</strong>) em tempos<br />

como o “futuro perfeito” e o pretérito-mais-perfeito, assumindo que as referências<br />

temporais estabelecidas por esses tempos são complexas, no sentido <strong>de</strong> assumirem<br />

(necessariamente)<br />

dois pontos <strong>de</strong> referência, MF e MR.<br />

Dê as fórmulas temporais, utilizando o que apresentamos até aqui, das sentenças abaixo:<br />

(a) João comeu o bolo todo ontem, à meia-noite.<br />

(b) Maria vai ver o filme só amanhã.<br />

(c) Pedro e Tiago estão brigando na minha frente!<br />

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