Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina
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[[o menino]] = a função que tem como domínio o conjunto unitário <strong>de</strong>notado por<br />
‘menino’, dado contextualmente, e que retorna o único x tal que x tem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ser menino no contexto em questão.<br />
Sem entrar na discussão mais técnica, a primeira parte <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>finição indica a<br />
pressuposição, isto é, só há, no contexto, um único indivíduo que satisfaz o predicado<br />
‘menino’, ou seja, o conjunto <strong>de</strong>notado por ‘menino’ no contexto é unitário. O artigo<br />
<strong>de</strong>finido refere-se, então, a esse indivíduo.<br />
Se nos concentrarmos agora um pouco mais sobre as pressuposições, veremos<br />
que elas não acontecem apenas nas DDs; ao contrário, as pressuposições são disparadas<br />
por muitos elementos das línguas naturais. Consi<strong>de</strong>re as sentenças:<br />
(39) Foi Pedro quem fez o bolo.<br />
(40) João reprovou <strong>de</strong> novo.<br />
(41) Maria parou <strong>de</strong> sair com o Pedro.<br />
(42) Paula continua a não se pentear.<br />
Você consegue ver pressuposições nessas sentenças? Quais são elas?<br />
Para <strong>de</strong>tectar a pressuposição, negue a sentença e reflita sobre qual é a informação que<br />
se mantém tanto na afirmativa quanto na negativa.<br />
Como dissemos, é controverso <strong>de</strong>finir pressuposição, mas costuma-se afirmar<br />
que uma pressuposição é aquilo que é tomado como verda<strong>de</strong>iro, como certo, para que<br />
uma dada sentença possa ter um valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Mais formalmente, po<strong>de</strong>mos dizer<br />
que:<br />
A pressupõe B se para que A seja V ou F, B <strong>de</strong>ve ser V.<br />
Dizendo <strong>de</strong> outro modo: para que A tenha um valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> (seja verda<strong>de</strong>ira ou<br />
falsa) é preciso que B seja verda<strong>de</strong>iro.<br />
Dissemos acima que a pressuposição contida em uma sentença mantém-se ao<br />
longo <strong>de</strong> operações que fazemos sobre essa sentença (negar, topicalizar), constituindo<br />
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