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Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina

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com o pronome livre há uma relação <strong>de</strong> co-referencialida<strong>de</strong>, isto é, as expressões têm o<br />

mesmo referente, porque o pronome está ligado a um indivíduo, quer diretamente, via<br />

contexto, quer indiretamente via um outro elemento lingüístico, um nome próprio, por<br />

exemplo, ao qual ele está co-in<strong>de</strong>xado, isto é, tem o mesmo índice. No <strong>de</strong>senho<br />

representando a anáfora, usamos um mesmo índice ‘i’ para marcar que ‘ele’ é uma<br />

anáfora co-referencial <strong>de</strong> ‘João’. Como vimos, no exemplo em (17b), o pronome po<strong>de</strong><br />

ainda estabelecer um outro tipo <strong>de</strong> relação com o seu antece<strong>de</strong>nte: uma relação <strong>de</strong><br />

ligação, em que o valor da variável é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do valor atribuído anteriormente a uma<br />

outra variável, mas cujo valor não é dado através <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> referência.<br />

Consi<strong>de</strong>re o exemplo em (17) mais uma vez. O sintagma ‘todo homem’ não se refere a<br />

um indivíduo em particular. Por enquanto não vamos discutir a sua referência. Importa<br />

perceber, o que é bastante intuitivo, que ele não <strong>de</strong>nota um indivíduo particular no<br />

mundo. Se é este o caso, não é possível que a variável co-refira. Este ponto ficará mais<br />

claro quando discutirmos o sintagma quantificado.<br />

3. A Descrição Definida<br />

A Descrição Definida (DD, <strong>de</strong> agora em diante), mesmo tendo uma forma<br />

lingüística aparentemente simples, coloca problemas extremamente complexos para a<br />

lingüística e a filosofia, por isso mesmo, conta com uma extensa literatura, na qual<br />

po<strong>de</strong>mos encontrar diferentes soluções para os vários problemas colocados pela DD.<br />

Mas é possível, contudo, distinguir duas gran<strong>de</strong>s vertentes teóricas para a DD: uma cuja<br />

fonte é Frege e enten<strong>de</strong> que a DD carrega uma pressuposição – essa é a visão que<br />

iremos adotar –; e outra, cuja origem está em Russel, que enten<strong>de</strong> que a DD é, na sua<br />

forma lógica, um sintagma quantificado.Antes <strong>de</strong> apresentar os contornos <strong>de</strong>ssas<br />

vertentes, é preciso enten<strong>de</strong>r o que é uma DD.<br />

Uma DD é uma expressão complexa construída por um artigo <strong>de</strong>finido (‘o’ ou<br />

‘a’) e um nome comum (um predicado), que po<strong>de</strong> ser acompanhado por modificadores.<br />

Um exemplo do primeiro caso é ‘o menino’, do segundo, ‘o menino que está sentado<br />

ali’; neste último caso, a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>finida está acompanhada <strong>de</strong> uma sentença relativa.<br />

Não vamos tocar na semântica da sentença relativa, embora este seja um tópico muito<br />

importante. Mesmo contando com uma estrutura mais complexa, semanticamente, a<br />

DD, assim como o nome próprio e o pronome, se refere a um indivíduo específico.<br />

Consi<strong>de</strong>re a sentenças abaixo é reflita sobre a <strong>de</strong>notação da DD:<br />

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