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Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina

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eavivada por Kripke, argumenta que o nome próprio se liga ao indivíduo no mundo<br />

através <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> batismo (na analogia da pesca, esta é a teoria do arpão: o<br />

objeto no mundo é alvejado pelo nome próprio), ou seja, não há mediação entre o nome<br />

próprio e o indivíduo, po<strong>de</strong>mos, grosso modo, dizer que o nome atinge diretamente o<br />

indivíduo nomeado; a outra maneira argumenta que o objeto no mundo é<br />

individualizado através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>finidas (é a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pescar), ou<br />

seja, uma expressão lingüística como um nome próprio, <strong>de</strong> algum modo, atribuiu a um<br />

dado indivíduo certas características que o individualizam, assim, diferentemente da<br />

primeira maneira <strong>de</strong> pensar, essa segunda maneira diz que chegamos aos indivíduos<br />

indiretamente, via características que eles possuem. O assunto é interessante, mas não<br />

vamos nos <strong>de</strong>ter nele. O que importa para nós é que o NP (nome próprio) se refere a um<br />

indivíduo em particular.<br />

[[João]] = João<br />

[[Maria]] = Maria<br />

2. Os pronomes<br />

Consi<strong>de</strong>re agora a sentença:<br />

(14) Ele ronca.<br />

Não é possível atribuirmos um valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> a esta sentença sem sabermos <strong>de</strong> quem<br />

é que se está falando, isto é, sem atribuirmos um valor a ‘ele’, i<strong>de</strong>ntificando a quem<br />

‘ele’ se refere – em outras palavras, sem maiores informações contextuais, através do<br />

pronome ‘ele’ não sabemos do que se está falando, o pronome sozinho não po<strong>de</strong><br />

estabelecer um referente. Sabemos, contudo, por causa da morfologia do PB, que se<br />

trata <strong>de</strong> um único indivíduo (singular), que não é nem o falante nem o ouvinte (3ª.<br />

pessoa), do gênero masculino. Mas continua sendo impossível “pescar” o indivíduo ao<br />

qual se faz referência se não tivermos mais informações. Note ainda que, diferentemente<br />

do nome próprio, a referência do pronome é variável. Consi<strong>de</strong>re as seguintes situações;<br />

em cada uma há um único indivíduo saliente:<br />

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