12.04.2013 Views

Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina

Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina

Semântica - CCE - Universidade Federal de Santa Catarina

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

objeto no mundo, enquanto que o sentido é o modo <strong>de</strong> apresentação do objeto, como<br />

conhecemos esse objeto, o caminho que nos leva até ele. Um mesmo objeto po<strong>de</strong> ser<br />

apresentado <strong>de</strong> diferentes maneiras, por caminhos diversos. Quando nos <strong>de</strong>paramos com<br />

um novo “caminho”, um novo sentido, apren<strong>de</strong>mos algo a mais sobre o objeto. Em (26)<br />

temos dois caminhos, ‘Estrela da Manhã’ e ‘Estrela da Tar<strong>de</strong>’, para uma única<br />

referência, o planeta Vênus, como mostra o <strong>de</strong>senho abaixo, enquanto em (25) temos<br />

um único caminho, ‘Estrela da Manhã’, para a referência:<br />

Sentença (25) Sentença (26)<br />

Estrela da Manhã Estrela da Manhã<br />

Estrela da Tar<strong>de</strong><br />

Como dissemos, quanto mais sentidos temos para chegar a um objeto, mais<br />

sabemos sobre esse objeto; po<strong>de</strong>mos abordá-lo através <strong>de</strong> mais entradas. Consi<strong>de</strong>re o<br />

seguinte exemplo. Suponha que o objeto do qual queremos falar é o indivíduo Hitler,<br />

esse indivíduo é alcançado pelo nome próprio ‘Adolf Hitler’. Mas po<strong>de</strong>mos alcançá-lo<br />

usando outras expressões que funcionam como um nome próprio, isto é, que permitem<br />

alcançar um e apenas um indivíduo. As <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>finidas cumprem essa função, por<br />

isso mesmo Frege também as <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> nomes próprios. Eis algumas <strong>de</strong>scrições<br />

<strong>de</strong>finidas que alcançam Hitler, o indivíduo: ‘o marido <strong>de</strong> Eva Brown’, ‘o autor <strong>de</strong> Mein<br />

Kampf’, ‘o Führer’. Se, por exemplo, você não sabia que Hitler havia escrito Mein<br />

Kampf, ao interpretar a sentença ‘Hitler é o autor <strong>de</strong> Mein Kampf’ você apren<strong>de</strong>u algo a<br />

mais sobre Hitler; agora você tem mais um caminho para chegar até ele. Apren<strong>de</strong>mos<br />

sobre o mundo através <strong>de</strong> sentenças sintéticas.<br />

Cuidado! Não confunda o caso <strong>de</strong> (26) com a sinonímia! Em (26), NÃO temos<br />

um exemplo <strong>de</strong> sinonímia, porque há dois sentidos que são i<strong>de</strong>ntificados, i.e., há duas<br />

representações para o mesmo objeto. Na sinonímia temos um único sentido (um único<br />

caminho) veiculado por expressões distintas, por isso sinonímias são sentenças<br />

analíticas; veja o <strong>de</strong>senho para a sinônima acima. Eis um outro exemplo:<br />

23

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!