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Hélio Rebello Cardoso Júnior - ICHS/UFOP

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consciência. Fechar de quando em quando as portas e janelas<br />

da consciência, permanecer insensível às ruidosas lutas do<br />

mundo subterrâneo dos nossos órgãos; fazer silêncio e tábua<br />

rasa da nossa consciência, a fim de que aí haja lugar para as<br />

funções mais nobres para governar, para prever, para<br />

pressentir (porque o nosso organismo é uma verdadeira<br />

oligarquia): eis aqui, repito, o ofício desta faculdade ativa, desta<br />

vigilante guarda encarregada de manter a ordem física, a<br />

tranqüilidade, a etiqueta. Donde se colige que nenhuma<br />

felicidade, nenhuma serenidade, nenhuma esperança, nenhum<br />

gozo poderia existir sem a faculdade do esquecimento<br />

(NIETZSCHE, 1998)<br />

Então, o paradoxo do esquecimento e da lembrança, na sua forma mais<br />

simples é o seguinte: deve haver uma imbricação entre esquecer e lembrar –<br />

imbricação esta que se embotou historicamente – onde esquecer é a condição<br />

de se viver um presente em relação ao qual o passado é um “não mais querer<br />

livrar-se” ao invés de um “não mais poder livrar-se”.<br />

Vamos, em seguida, a algumas questões e apontamentos para um<br />

suposto conceito de amizade, destacando, outra vez, o paradoxo que a envolve<br />

com o problema do sentido em nossa contemporaneidade.<br />

Por que se fica amigo de alguém?<br />

Ora, o que nos apaixona no amigo pode ser algo singular ou banal, mas<br />

é sempre um traço que nos desafia, porque foge a uma explicação totalizante.<br />

Isso nos conquista e, então, chegamos à conclusão de que passamos a ser<br />

amigos de alguém, e que é essencial que a outra parte também o seja. Cada<br />

um pode se lembrar de seus próprios amigos, de como uma amizade começou.<br />

Eu, por exemplo, um dia estava passando por um período muito triste. Sem<br />

mais nem menos, um sujeito que era apenas meu colega disse que precisava

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