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Hélio Rebello Cardoso Júnior - ICHS/UFOP

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esboça uma melhora ou, ao contrário, uma piora da vida humana em seu curso<br />

temporal?<br />

O presente artigo, ao invés de discutir o sentido da história em caráter<br />

geral, procura fazê-lo a partir de problemas práticos e cotidianos que se tornam<br />

urgentes devido às circunstâncias históricas em que os mesmos se<br />

apresentam e afetam nossas vidas. Por razões que se explicitarão na<br />

seqüência, alguns dos problemas em que acredito observar essa urgência<br />

quanto à determinação do sentido histórico, são o da memória, o da amizade e<br />

o de dizer a verdade. A questão geral que envolve a todos é que o sentido de<br />

cada um coloca-se numa complexa relação de continuidade com termos que<br />

supostamente os excluem, ou seja, da memória com o esquecimento; da<br />

amizade com o silêncio; e da verdade com a mudança.<br />

Para Nietzsche, o esquecimento é uma faculdade ativa que deve ser<br />

exercida, assim como a memória. O contato da história com a vida, ensina<br />

Nietzsche, envolve um difícil equilíbrio, pois circunstancial e pragmático, entre a<br />

lembrança e o esquecimento. Um primeiro aspecto desse equilíbrio é prático,<br />

pois sem o esquecimento não se poderia alcançar nenhuma felicidade, nem<br />

mesmo seria possível viver. Um segundo aspecto apresentaria diretamente o<br />

problema histórico envolvido nesse equilíbrio, pois o sentido da história<br />

humana se colocaria no estreito limite entre um esquecimento como força<br />

primeira para que seja possível à memória fazer valer as promessas<br />

contraídas. Sigamos de acordo com essa ordem.<br />

Para Nietzsche (1987) o esquecimento é um poder sem o qual não se<br />

pode alcançar nenhuma forma de felicidade. O esquecimento permite prolongar

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