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REVISTA LPH Nº 2. pdf - ICHS/UFOP

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MESA REDONDA<br />

ALGUMAS NOTAS SOBRE A HISTORICIDADE DO<br />

REGISTRO FOTOGRÁFICO<br />

1) A FOTOGRAFIA DEVIDAMENTE HISTORICIZADA<br />

<strong>LPH</strong> – Revista de História, v. 2, n 1, p. 05-16, 1991<br />

Maurício Lissovsky<br />

O tema do presente painel - fontes - nos força a deixar de lado as "aplicações"<br />

historiográficas da fotografia: que tipo de história ela ajuda a construir ou quais objetos lhe são mais<br />

apropriados. Assumo portanto apenas a tarefa de empreender a uma pequena revisão critica das soluções<br />

mais ou menos consensuais a que conduziu, nos últimos anos, a reflexão sobre "a fotografia como fonte" e<br />

aponto para algumas questões que, na minha opinião, situam-se no horizonte de especulação mais<br />

imediato.<br />

Grande parte dessa discussão despendeu-se na constituição de uma metodologia adequada a utilização<br />

da fotografia e no estabelecimento de uma "critica" eficaz. O primeiro inimigo a ser enfrentado pareceu ser a<br />

"objetividade" do registro fotográfico - ou seu ilusionismo "homológico" Esta "batalha teórica" inicial parece ter<br />

perdido seu apelo, pois bem pouca gente, hoje em dia, sustentaria, diante da parcialidade das outras fontes, o<br />

caráter objetivo do testemunho fotográfico.<br />

A elaboração de uma "metodologia" de tratamento da fotografia visava ainda, creio, sua legitimação<br />

enquanto "documento histórico" - afinal, o status de sua historicidade não lhe seria concedido gratuitamente.<br />

Intervenções diversas convergiram para uma espécie de consenso, um entendimento de base de que a "critica"<br />

do registro fotográfico deveria fundar-se nos três elementos que se associam no seu processo de produção. O<br />

objeto do registro (o conteúdo da imagem, ou o seu "assunto"), o sujeito do processo (o fotografo), o medium (o<br />

aparelho, a tecnologia). Considerar estes três elementos significava, em alguma medida, admitir que o registro<br />

fotográfico era o efeito de uma interação do olho do fotografo com o olho da câmera, e que não poderia ser<br />

trabalhado sem considerar estes dois olhares e sua articulação.<br />

A associação dos três elementos alguém um dia chamou "tripé" da produção do registro fotográfico e o<br />

apelido pegou, seja por seu efeito didático ou pela analogia que lhe garantia a propriedade. Dar conta destes<br />

elementos equivaleria a empreender plenamente a critica da fonte e, naturalmente, também a sua classificação<br />

exaustiva.<br />

Em torno do objeto, ou da cena (como prefiro designar o assunto da imagem fotográfica), as<br />

investigações deveriam conduzir a "contextualização": no processo, na conjuntura, no<br />

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