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Mestres da Gravura<<strong>br</strong> />

Coleção Fundação b i b l i o t e c a nacional


a p o i o<<strong>br</strong> />

p r o j e t o p a t r o c í n i o<<strong>br</strong> />

Mestres da Gravura<<strong>br</strong> />

Coleção Fundação b i b l i o t e c a nacional


Mestres da Gravura<<strong>br</strong> />

Coleção Fundação b i b l i o t e c a nacional<<strong>br</strong> />

c u r a d o r i a Fernanda Terra<<strong>br</strong> />

Museu Nacional dos Correios, 26 de janeiro a 22 de a<strong>br</strong>il de 2012


O<<strong>br</strong> />

Museu Nacional dos Correios apresenta o catálogo Mestres<<strong>br</strong> />

da Gravura – Coleção Biblioteca Nacional. Essa exposição,<<strong>br</strong> />

apresentada quando da abertura do Museu à visitação,<<strong>br</strong> />

cele<strong>br</strong>a o encontro de duas instituições centenárias, a ect e a<<strong>br</strong> />

Fundação Biblioteca Nacional, que, ao <strong>br</strong>indarem a <strong>com</strong>unidade <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

essa coleção de gravuras, estabelecem uma ponte privilegiada entre o<<strong>br</strong> />

passado e o presente .<<strong>br</strong> />

Nesse sentido, a seleção de o<strong>br</strong>as-primas que <strong>com</strong>põe a exposição,<<strong>br</strong> />

além de traçar um recorte da arte dos séculos xv ao xviii, <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

presença de alguns dos nomes mais importantes desse período, traz<<strong>br</strong> />

à cena um momento ímpar da história <strong>br</strong>asileira, quando muitas<<strong>br</strong> />

dessas joias aqui aportaram depois de cruzar o Atlântico nas naus que<<strong>br</strong> />

trouxeram a família real portuguesa em 1808.<<strong>br</strong> />

Agora, passados mais de duzentos anos, esse legado prenhe de<<strong>br</strong> />

história, vanguardista sempre, chega à modernidade de uma metrópole<<strong>br</strong> />

projetada para o futuro, que, apesar de jovem, nem por isso vira as<<strong>br</strong> />

costas para a história.<<strong>br</strong> />

Assim, os Correios, por meio de suas Unidades Culturais, ratificam<<strong>br</strong> />

seu <strong>com</strong>promisso de promover ações, em diversas linguagens e<<strong>br</strong> />

suportes, aproximando os <strong>br</strong>asileiros dos mais variados matizes da<<strong>br</strong> />

cultura, realçando seu papel de conectar as pessoas, o Brasil e o mundo.<<strong>br</strong> />

museu nacional dos correios<<strong>br</strong> />

à esquerda<<strong>br</strong> />

frederik de wit<<strong>br</strong> />

Nova accurata totius<<strong>br</strong> />

Europae descriptio, séc. XVIII<<strong>br</strong> />

54,5 x 64 cm<<strong>br</strong> />

Preservar e permitir o acesso aos registros da cultura <strong>br</strong>asileira é<<strong>br</strong> />

missão da Fundação Biblioteca Nacional, detentora de uma das<<strong>br</strong> />

mais ricas coleções da América Latina, atualmente <strong>com</strong>posta<<strong>br</strong> />

por mais de nove milhões de peças, entre as quais livros, manuscritos,<<strong>br</strong> />

mapas, gravuras e partituras.<<strong>br</strong> />

Hoje, a instituição bicentenária enfrenta os desafios que o futuro<<strong>br</strong> />

lhe impõe, sem dar as costas para o seu passado. É importante<<strong>br</strong> />

recordar que, graças à estratégia da Coroa Portuguesa em enfrentar<<strong>br</strong> />

os mares para driblar a invasão napoleônica, trazendo na bagagem<<strong>br</strong> />

sua Real Biblioteca, a Biblioteca Nacional se tornou responsável pela<<strong>br</strong> />

preservação da memória cultural <strong>br</strong>asileira, bem <strong>com</strong>o por parcela da<<strong>br</strong> />

memória portuguesa.<<strong>br</strong> />

A cuidadosa seleção de gravuras do acervo da Biblioteca Nacional<<strong>br</strong> />

ora apresentada ao público <strong>com</strong>põe um conjunto precioso, grande<<strong>br</strong> />

parte oriunda da Real Biblioteca portuguesa. A partir desses<<strong>br</strong> />

documentos, será possível apreciar a arte da gravura e conhecer<<strong>br</strong> />

diversos artistas, bem <strong>com</strong>o as técnicas por eles empregadas.<<strong>br</strong> />

Em suma, a exposição Mestres da Gravura, uma parceria entre a<<strong>br</strong> />

Fundação Biblioteca Nacional e o Museu Nacional dos Correios,<<strong>br</strong> />

constitui-se numa oportunidade ímpar de dar ao público acesso a<<strong>br</strong> />

esse valioso acervo.<<strong>br</strong> />

fundação biblioteca nacional


Sumário<<strong>br</strong> />

Mestres da gravura 7<<strong>br</strong> />

Fernanda Terra<<strong>br</strong> />

As técnicas de gravura 9<<strong>br</strong> />

Coleção Italiana 14<<strong>br</strong> />

Coleção Alemã 44<<strong>br</strong> />

Coleção Holandesa 66<<strong>br</strong> />

Coleção Flamenga 90<<strong>br</strong> />

Coleção Francesa 104<<strong>br</strong> />

Coleção Inglesa 124<<strong>br</strong> />

Coleção Espanhola 134<<strong>br</strong> />

Coleção Portuguesa 148<<strong>br</strong> />

Referências bibliográficas 158<<strong>br</strong> />

8<<strong>br</strong> />

Mestres da Gravura, homenagem aos 200 anos da<<strong>br</strong> />

Fundação Biblioteca Nacional (fbn), reúne 170<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>as representativas da história da gravura europeia.<<strong>br</strong> />

Esse conjunto, cuja origem remonta à<<strong>br</strong> />

Real Biblioteca, trazida por ocasião da transferência da corte<<strong>br</strong> />

portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, integra o mais<<strong>br</strong> />

importante acervo de gravuras do país: a Coleção de Gravuras<<strong>br</strong> />

Avulsas da fbn, constituída por 30 mil itens. Trata-se, pois, de<<strong>br</strong> />

rara oportunidade de apreciar parte significativa desse valioso<<strong>br</strong> />

patrimônio cultural <strong>br</strong>asileiro.<<strong>br</strong> />

Encontram-se na mostra tanto xilogravuras quanto exemplares<<strong>br</strong> />

de diversas técnicas de gravação em metal surgidas do<<strong>br</strong> />

Renascimento (século xv) ao Iluminismo (século xviii). São<<strong>br</strong> />

criações de 81 gravadores que traduzem, <strong>com</strong> sensibilidade e<<strong>br</strong> />

destreza de gestos, não só a construção do pensamento religioso<<strong>br</strong> />

e filosófico, <strong>com</strong>o também ideias, ações, descobertas<<strong>br</strong> />

e costumes promovidos pela cultura europeia durante esses<<strong>br</strong> />

quatro séculos.<<strong>br</strong> />

As gravuras foram dispostas em núcleos regionais de produção,<<strong>br</strong> />

formados pelas coleções italiana, alemã, holandesa,<<strong>br</strong> />

flamenga, francesa, inglesa, espanhola e portuguesa, e por<<strong>br</strong> />

ordem cronológica de nascimento dos gravadores. Há nesses<<strong>br</strong> />

núcleos gravuras originais e gravuras de reprodução ou interpretação.<<strong>br</strong> />

Entre as gravuras originais, destacam-se autores <strong>com</strong>o Piranese,<<strong>br</strong> />

Dürer, Rem<strong>br</strong>andt, Callot, Goya e Hogarth, cujas linguagens<<strong>br</strong> />

poéticas se caracterizam por seu ineditismo, sua inventividade<<strong>br</strong> />

e sua força expressiva. Por sua vez, as gravuras de reprodução<<strong>br</strong> />

ou interpretação, realizadas por grandes gravadores <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

amplo domínio técnico, apresentam o<strong>br</strong>as-primas da pintura,<<strong>br</strong> />

da escultura e do desenho, tendo constituído, durante muito<<strong>br</strong> />

tempo, uma das mais importantes formas de difusão da arte<<strong>br</strong> />

e de divulgação dos artistas<<strong>br</strong> />

A arte da gravura<<strong>br</strong> />

Para o homem da Idade Média, é Deus que semeia a vis creativa.<<strong>br</strong> />

D’Ele provém a beleza da criação, testemunho de sua grandeza<<strong>br</strong> />

e de sua sabedoria infinita, pela qual o Belo se aproxima da<<strong>br</strong> />

Verdade. O tema religioso marca a construção do fazer artístico.<<strong>br</strong> />

Já ao longo do Quattrocento, o Belo e a natureza se fundem num<<strong>br</strong> />

só ideal. Temas documentais e mitológicos surgem no universo<<strong>br</strong> />

das gravuras, inspirados pelo humanismo crescente que afirma<<strong>br</strong> />

a dignidade do homem e o torna um investigador da natureza,<<strong>br</strong> />

numa revalorização dos ideais clássicos gregos e romanos.<<strong>br</strong> />

O homem <strong>com</strong>o centro do universo, autônomo, livre, criativo,<<strong>br</strong> />

se faz representar em proporções perfeitas e está inserido num<<strong>br</strong> />

espaço ilusório tridimensional da perspectiva linear.<<strong>br</strong> />

No século xvi, o pensamento renascentista se difunde pela Europa,<<strong>br</strong> />

ao mesmo tempo que a Reforma abala o equilí<strong>br</strong>io político<<strong>br</strong> />

e a unidade cultural e artística recém-conquistados no continente.<<strong>br</strong> />

As gravuras, sob inspiração protestante, se voltam para a natureza e<<strong>br</strong> />

personagens profanos. A iconoclastia toma o cenário da arte. Com<<strong>br</strong> />

o declínio da influência católica, elevam-se o pessimismo, a insegurança<<strong>br</strong> />

e o alheamento característicos do Maneirismo. A noção de<<strong>br</strong> />

espaço é alterada e a perspectiva se fragmenta em múltiplos pontos<<strong>br</strong> />

de vista. As proporções da figura humana se distorcem numa<<strong>br</strong> />

linguagem visual mais dinâmica, que se mostra dramática e sofisticada,<<strong>br</strong> />

refletindo os dilemas de fim do século. No século seguinte,<<strong>br</strong> />

a Contrarreforma a<strong>br</strong>e caminho para o adensamento expressivo<<strong>br</strong> />

do Barroco, <strong>com</strong> a sensualidade das formas curvas e espiraladas, a<<strong>br</strong> />

monumentalidade cenográfica e a exaltação do movimento.<<strong>br</strong> />

Ao excesso do Barroco o Neoclassicismo responde, em<<strong>br</strong> />

meados do século xviii, <strong>com</strong> uma arte mais serena, equili<strong>br</strong>ada<<strong>br</strong> />

e som<strong>br</strong>ia, que retoma o interesse pela Antiguidade clássica,<<strong>br</strong> />

valendo-se das escavações arqueológicas e das bases científicas,<<strong>br</strong> />

sistemáticas e racionais em que se inspira.


A arte de gravar<<strong>br</strong> />

Gravar é dar vida às linhas do tempo. Das tramas delicadas do<<strong>br</strong> />

desenho so<strong>br</strong>e uma superfície bordaram-se <strong>com</strong> linhas incisivas,<<strong>br</strong> />

ao longo da história, algumas das mais sutis e notáveis o<strong>br</strong>as de<<strong>br</strong> />

arte. No Ocidente, a prática da gravura em papel se inicia no<<strong>br</strong> />

final do século xiv, <strong>com</strong> as primeiras xilogravuras usadas para<<strong>br</strong> />

reproduzir imagens de santos e cartas de baralho. Seu desenvolvimento<<strong>br</strong> />

é consequência do conhecimento da técnica de fa<strong>br</strong>icação<<strong>br</strong> />

do papel, descoberta pelos chineses em 105 a.c., e que<<strong>br</strong> />

chega à Península Ibérica em meados do século xii. Apenas no<<strong>br</strong> />

século xv, no entanto, a prática da gravura em papel se desenvolve<<strong>br</strong> />

na Itália e, logo depois, nos demais países europeus, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

expressão artística e meio de divulgação e democratização do<<strong>br</strong> />

conhecimento, substituindo o manuscrito e as iluminuras.<<strong>br</strong> />

As primeiras impressões a partir da matriz de madeira são chamadas<<strong>br</strong> />

de xilogravuras (gravura em relevo). Já o emprego de matrizes<<strong>br</strong> />

em metal, antes restrito à ourivesaria, possibilitou o surgimento<<strong>br</strong> />

da gravura em talho-doce (taille-douce ou intaglio), nome empregado<<strong>br</strong> />

em referência à gravura a buril. As matrizes são preferencialmente<<strong>br</strong> />

feitas de chapas de co<strong>br</strong>e, em que o entalho produzido é entintado,<<strong>br</strong> />

permitindo maior aprimoramento e refinamento das impressões.<<strong>br</strong> />

A arte da gravura em metal é conhecida <strong>com</strong>o calcografia.<<strong>br</strong> />

Até o século xviii, eram cinco os principais procedimentos da<<strong>br</strong> />

gravura em metal: a buril, à ponta-seca e à água-forte, herdados<<strong>br</strong> />

dos ourives e armeiros medievais; à água-tinta e à maneira-negra,<<strong>br</strong> />

procedimentos inventados para a construção de matrizes reticuladas<<strong>br</strong> />

por processos manuais e mecânicos. Somam-se a esses<<strong>br</strong> />

procedimentos, de meados para o fim do século xviii, as técnicas<<strong>br</strong> />

à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado.<<strong>br</strong> />

Fernanda Terra<<strong>br</strong> />

curadora<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

O monstro marinho (ou O rapto de Amimone), c. 1498<<strong>br</strong> />

buril, 25,4 x 19,3 cm<<strong>br</strong> />

As técnicas de gravura*<<strong>br</strong> />

A xilogravura<<strong>br</strong> />

Na xilogravura, realizam-se entalhes diretos na matriz de madeira<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> ferramentas <strong>com</strong>o a goiva e o formão, deixando-se<<strong>br</strong> />

a imagem a ser impressa em relevo. Destacada do fundo, a<<strong>br</strong> />

imagem recebe a tinta de impressão, que será transferida para<<strong>br</strong> />

uma folha de papel, por meio de pressão feita pela mão diretamente<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e o papel posado na placa entintada de madeira<<strong>br</strong> />

ou <strong>com</strong> o auxílio de uma espátula ou colher de madeira.<<strong>br</strong> />

Gravura a buril<<strong>br</strong> />

Também conhecida <strong>com</strong>o talho-doce, a gravura a buril surgiu no<<strong>br</strong> />

século xv é a mais antiga técnica de gravura em metal que se conhece.<<strong>br</strong> />

O buril é um instrumento <strong>com</strong> cabo de madeira e ponta<<strong>br</strong> />

cortante de aço em formato quadrado, losângico ou redondo.<<strong>br</strong> />

O gravador pousa o buril so<strong>br</strong>e o metal, permitindo realizar encavos<<strong>br</strong> />

muito finos e profundos, que deixam marcas a serem preenchidas<<strong>br</strong> />

pela tinta de impressão. A qualidade da linha depende<<strong>br</strong> />

da profundidade e da largura das incisões, e da força empregada<<strong>br</strong> />

na gravação. A tinta é transferida para o papel <strong>com</strong> uma prensa.<<strong>br</strong> />

Foi, por excelência, a ferramenta dos primeiros gravadores.<<strong>br</strong> />

Gravura à ponta-seca<<strong>br</strong> />

Conhecida desde o século xv e também de corte direto, mas<<strong>br</strong> />

diferente do buril, que retira metal ao produzir a linha incisa,<<strong>br</strong> />

a ponta-seca somente desloca material, quando pressionada<<strong>br</strong> />

contra a superfície. Essa diferença aparentemente sutil<<strong>br</strong> />

cria dois tipos de linhas peculiares e claramente discerníveis.<<strong>br</strong> />

* Ver na p. 159 observação acerca da bibliografia utilizada nesta parte.<<strong>br</strong> />

A ponta-seca é empunhada <strong>com</strong>o um lápis e não exige conhecimentos<<strong>br</strong> />

de oficio tão elaborados quanto os do buril, sendo o<<strong>br</strong> />

tom da linha dado pela pressão produzida ao desenhar e pela<<strong>br</strong> />

quantidade de rebarbas produzidas nesses deslocamentos. As rebarbas<<strong>br</strong> />

seguram tinta, que, somada àquela contida nos sulcos, dá<<strong>br</strong> />

a característica aveludada e o contorno difuso à linha construída<<strong>br</strong> />

por essa ferramenta. Utilizam-se pontas de formatos e materiais<<strong>br</strong> />

diferentes, que geram resultados distintos no corte e na impressão.<<strong>br</strong> />

Depois de algumas dezenas de provas, as rebarbas são destruídas<<strong>br</strong> />

ou modificadas, o que cria flutuações na qualidade das imagens e<<strong>br</strong> />

não permite um grande número de impressões.<<strong>br</strong> />

Gravura à água-forte<<strong>br</strong> />

A água-forte, ao contrário do buril e da ponta-seca, é um procedimento<<strong>br</strong> />

indireto. Técnica utilizada desde o século xvi, a<<strong>br</strong> />

aqua-fortis era <strong>com</strong>o a alquimia chamava os mordentes, produtos<<strong>br</strong> />

químicos que atacavam as áreas da matriz de co<strong>br</strong>e desenhadas<<strong>br</strong> />

e não isoladas pelos vernizes resistentes a eles, criando-se<<strong>br</strong> />

assim concavidades. O desenho é feito <strong>com</strong> pontas de<<strong>br</strong> />

metal utilizadas <strong>com</strong>o lápis, de modo que o co<strong>br</strong>e seja exposto<<strong>br</strong> />

onde a ponta penetra o verniz. A chapa de co<strong>br</strong>e é imersa<<strong>br</strong> />

no ácido e as partes expostas a ele (mordente) que não estão<<strong>br</strong> />

protegidas pelo verniz, corroídas. A corrosão é determinada<<strong>br</strong> />

pelo tipo de agente químico escolhido no qual a placa será<<strong>br</strong> />

imersa e pelo tempo de exposição do metal a essa situação.<<strong>br</strong> />

Em seguida, o verniz é removido da chapa, que, limpa, é coberta<<strong>br</strong> />

de tinta; novamente limpa, deixam-se apenas os sulcos<<strong>br</strong> />

cobertos de tinta. Co<strong>br</strong>e-se a chapa <strong>com</strong> um papel umedecido<<strong>br</strong> />

e os dois passam por uma prensa; o papel absorve a tinta depositada<<strong>br</strong> />

nos sulcos, produzindo uma impressão invertida do<<strong>br</strong> />

desenho so<strong>br</strong>e a chapa. São muitos os mordentes e sistemas de<<strong>br</strong> />

aplicação empregados pelos artistas. Dessa forma, obtêm-se


em<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Autorretrato desenhando junto à janela, 1648<<strong>br</strong> />

água-forte, ponta-seca e buril<<strong>br</strong> />

16,5 x 13,1 cm<<strong>br</strong> />

página à direita<<strong>br</strong> />

giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha XL<<strong>br</strong> />

água-forte, 40,4 x 60 cm<<strong>br</strong> />

gradações de tons, que vão do mais claro a uma infinidade de<<strong>br</strong> />

texturas visuais e ao mais profundo escuro. Quase todos os<<strong>br</strong> />

água-fortistas importantes inventaram processos próprios.<<strong>br</strong> />

Gravura à maneira-negra<<strong>br</strong> />

Também chamada de mezzotinta, meia-tinta, essa técnica,<<strong>br</strong> />

criada no século xvii, consiste na construção de um tramado<<strong>br</strong> />

regular e rigoroso de pontos, por intermédio de um<<strong>br</strong> />

instrumento próprio, chamado berceau, cujo formato é parecido<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o de um pente em meia-lua, <strong>com</strong> dentes sem espaçamento<<strong>br</strong> />

entre si e pontas muito afiadas, que ferem o<<strong>br</strong> />

metal levantando rebarbas por pressão exercida diretamente<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e ele. A matriz é preparada, dispensando-se o uso<<strong>br</strong> />

de ácidos, para que o gravador trabalhe a partir do negro.<<strong>br</strong> />

A retícula de pontos regulares impressos dá um negro profundo<<strong>br</strong> />

e aveludado. Por meio de raspagens e <strong>br</strong>uniduras adequadas,<<strong>br</strong> />

se vão obtendo os tons em meias-luzes, entre o negro da<<strong>br</strong> />

malha construída e o <strong>br</strong>anco de um polimento total.<<strong>br</strong> />

Gravura à àgua-tinta<<strong>br</strong> />

À diferença dos processos lineares, a água-tinta, inventada no<<strong>br</strong> />

século xviii, permite obter superfícies regulares em meiostons.<<strong>br</strong> />

Trata-se de um meio indireto que se vale de mordentes,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o a água-forte. A matriz é pulverizada <strong>com</strong> resinas, <strong>br</strong>eu<<strong>br</strong> />

e betume, que aderem à superfície da placa pelo uso de calor.<<strong>br</strong> />

O mordente (ácido) ataca os pontos nus da matriz que não<<strong>br</strong> />

estão protegidos pela resina. Com diversos métodos de morsuras<<strong>br</strong> />

e diferentes tipos de verniz, conseguem-se valores à maneira<<strong>br</strong> />

de chapados, que podem traduzir aguadas. Traduz-se<<strong>br</strong> />

uma escala de tempo em escala de cinzas virtuais: quão mais<<strong>br</strong> />

raros os pontos corroídos, menor a reserva de tinta, e quão<<strong>br</strong> />

mais profundos, maior a reserva para a tinta na impressão.<<strong>br</strong> />

Em outras palavras, quanto menos tinta impressa, mais pontos<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>ancos no papel, e vice-versa, fazendo <strong>com</strong> que tal relação<<strong>br</strong> />

de quantidade entre pretos e <strong>br</strong>ancos gere os cinzas óticos<<strong>br</strong> />

e a consequente escala tonal.<<strong>br</strong> />

De meados para o fim do século xviii, surgem as técnicas<<strong>br</strong> />

à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado. Este,<<strong>br</strong> />

presente na exposição, é um método que utiliza a água-forte,<<strong>br</strong> />

o buril curvo ou a ponta-seca. Primeiro, faz-se uma leve gravação<<strong>br</strong> />

do contorno do desenho em água-forte; em seguida,<<strong>br</strong> />

obtêm-se os tons do trabalho, pontilhando-se a chapa <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

ponta do buril curvo ou <strong>com</strong> a ponta-seca so<strong>br</strong>e um segundo<<strong>br</strong> />

verniz, posteriormente banhado no ácido.


14 15


Coleção Italiana<<strong>br</strong> />

André Mantegna [1431–1506]<<strong>br</strong> />

Jacopo de Barbari [c.1450–c.1515]<<strong>br</strong> />

Benedetto Montagna [c.1480–1555/1558]<<strong>br</strong> />

Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534]<<strong>br</strong> />

Agostino de Musi [1490–1540]<<strong>br</strong> />

Marco Dente [1493–1527]<<strong>br</strong> />

Giovanni Battista Guisi [c.1503–c.1575]<<strong>br</strong> />

Enea Vico [1520–1570]<<strong>br</strong> />

Adamo Ghisi [c.1530–c.1585]<<strong>br</strong> />

Mestre do Dado [ativo entre 1532–1550]<<strong>br</strong> />

Lodovico Carracci [1555–1619]<<strong>br</strong> />

Agostino Carracci [1557–1602]<<strong>br</strong> />

Annibale Carracci [1560–1609]<<strong>br</strong> />

Francesco Brizzi [1574–1623]<<strong>br</strong> />

Guido Reni [1575–1642]<<strong>br</strong> />

Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664]<<strong>br</strong> />

Stefano della Bella [1610–1664]<<strong>br</strong> />

Salvatore Rosa [1615–1673]<<strong>br</strong> />

Giovanni Battista Piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Francesco Bartolozzi [1725–1815]<<strong>br</strong> />

Giovanni Volpato [1735–1803]<<strong>br</strong> />

André Mantegna<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador a buril, nasceu na ilha de Cartura, perto de<<strong>br</strong> />

Vicenza, em 1431. Foi treinado na escola clássica de Francisco<<strong>br</strong> />

Squarcione em Pádua. Em 1459, passou a viver em Mantua, onde<<strong>br</strong> />

permaneceu até sua morte em 1506. Foi protegido por Luiz de<<strong>br</strong> />

Gonzaga, duque de Mantua, que o nomeou cavaleiro, e pelo papa<<strong>br</strong> />

Inocêncio viii. Existem sete gravuras de sua autoria confirmada e<<strong>br</strong> />

outras inacabadas, que não sabemos ao certo se pertenceram ao<<strong>br</strong> />

artista. Trata-se de o<strong>br</strong>as admiradas pelo gosto e a correção dos<<strong>br</strong> />

desenhos. “A noção plástica é trazida para a gráfica e por consequência<<strong>br</strong> />

o gosto pela abstração ligada aos grafismos, ritmos e<<strong>br</strong> />

adensamentos luminosos” (Luis Cláudio Mubarac). Sua maneira<<strong>br</strong> />

de gravar característica se dava <strong>com</strong> som<strong>br</strong>as executadas por traços<<strong>br</strong> />

paralelos abertos e linhas oblíquas mais claras entre esses traços.<<strong>br</strong> />

Jacopo de Barbari, dito Mestre do Caduceu<<strong>br</strong> />

Diversos nomes são atribuídos a esse artista: Francisco de Babilônia,<<strong>br</strong> />

Jacob Walch (Italiano) ou Jacob de Veneza, Ja<strong>com</strong>etto, Jacob de<<strong>br</strong> />

Barberino, Jacob de Barbaris e Jacopo de Barbari. Foi pintor a óleo<<strong>br</strong> />

e em miniatura, nigelador, escultor e gravador a buril e em madeira.<<strong>br</strong> />

Nascido por volta de 1450, trabalhou <strong>com</strong>o pintor em Veneza e<<strong>br</strong> />

em diversos lugares, <strong>com</strong>o Nuremberg e os Países Baixos, durante<<strong>br</strong> />

a segunda metade do século. Não se sabe ao certo onde nasceu<<strong>br</strong> />

(Alemanha, Holanda, França ou Itália), nem a data de sua morte,<<strong>br</strong> />

que provavelmente se deu em 1515. As gravuras abertas em metal<<strong>br</strong> />

por ele revelam mão hábil em manejar o buril e espírito italiano,<<strong>br</strong> />

mas são desiguais. Jamais desenvolveu a regularidade nas incisões<<strong>br</strong> />

que dá à gravura especial qualidade na execução dos valores tonais.<<strong>br</strong> />

Suas impressões possuem a aparência de desenhos à caneta, transferidos<<strong>br</strong> />

para o co<strong>br</strong>e. Notam-se nelas diversas influências, de Bellini e<<strong>br</strong> />

André Mantegna à dos alemães. Muitas se aproximam da maneira<<strong>br</strong> />

jocopo de barbari [c.1450- c.1515]<<strong>br</strong> />

Sagrada Família, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 15,3 cm x 19 cm


andrea mantegna [1431–1506]<<strong>br</strong> />

Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 43 x 33,2 cm<<strong>br</strong> />

marco antonio raimondi [c.1480–c.1534]<<strong>br</strong> />

Orfeu e Eurídice, c. 1510<<strong>br</strong> />

buril, 18,3 x 14 cm<<strong>br</strong> />

Em Orfeu e Eurídice, Orfeu está nu, vestindo apenas um manto preso ao<<strong>br</strong> />

om<strong>br</strong>o. Com a cabeça coroada de louros, toca a lira. Eurídice atrás dele, quase<<strong>br</strong> />

totalmente nua, faz o gesto de co<strong>br</strong>ir-se, inspirado na Vênus Capitolina. A única<<strong>br</strong> />

inovação que traz o artista é o pano enrolado ao longo da ninfa. O corpo de Orfeu<<strong>br</strong> />

é retirado do famoso Apollo de Belvedere, descoberto em Roma no final do<<strong>br</strong> />

século xv. O casal está fora do inferno. A ninfa volta o seu olhar para a entrada da<<strong>br</strong> />

caverna, <strong>com</strong> o intuito de testemunhar o que pode acontecer, se Orfeu olhar para ela.<<strong>br</strong> />

de Al<strong>br</strong>echt Dürer, principalmente das primeiras o<strong>br</strong>as deste mestre.<<strong>br</strong> />

Sua o<strong>br</strong>a gravada <strong>com</strong>preende trinta gravuras abertas em metal.<<strong>br</strong> />

A Sagrada Família é uma raríssima gravura a buril, em que se vê a<<strong>br</strong> />

marca do gravador na parte superior, à esquerda.<<strong>br</strong> />

Benedetto Montagna<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador a buril, nasceu em Vicenza por volta de 1480, filho<<strong>br</strong> />

do pintor Bartolomeu Montagna. Trabalhou quase toda a sua<<strong>br</strong> />

vida em Veneza, tomando por modelos, na pintura, Bellini e, na<<strong>br</strong> />

gravura, Dürer. Suas gravuras são fortes, simples e muito raras.<<strong>br</strong> />

Marco Antonio Raimondi<<strong>br</strong> />

Também conhecido <strong>com</strong>o Marcantonio, foi ourives, desenhista e<<strong>br</strong> />

gravador a buril. Nasceu em 1480 em Bolonha, onde faleceu em<<strong>br</strong> />

1539. Aprendeu a desenhar <strong>com</strong> Franscisco Raibolini (o Francia),<<strong>br</strong> />

ourives e pintor, para quem trabalhou o<strong>br</strong>as de nigelo, em cujo<<strong>br</strong> />

exercício se familiarizou <strong>com</strong> o manejo do buril e os princípios<<strong>br</strong> />

e práticas de gravar a talho-doce. Iniciou a prática da chamada<<strong>br</strong> />

gravura de interpretação ou reprodução. Foi grande intérprete<<strong>br</strong> />

de Raphael e admirador da o<strong>br</strong>a de Dürer, tendo copiado<<strong>br</strong> />

em aço a Pequena Paixão, imitando a maneira das xilogravuras do<<strong>br</strong> />

mestre alemão. Sua reputação foi tão grande que atraiu diversos<<strong>br</strong> />

gravadores à sua escola. Teve <strong>com</strong>o discípulos: Agostinho<<strong>br</strong> />

de Musi, Marcos Desnte, Mestre do Dado, Enea Vico, os Ghisi,<<strong>br</strong> />

Bartholomeu Beham e Georg Pencz, entre outros.<<strong>br</strong> />

Agostino de Musi, dito O Veneziano<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril. Nasceu em Veneza em cerca de<<strong>br</strong> />

1490 e faleceu em Roma por volta de 1540. Não se sabe ao certo<<strong>br</strong> />

benedetto montagna [c.1480–1555/1558]<<strong>br</strong> />

São Paulo, o Eremita, contemplando a morte de Santo Antão, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 19,3 x 17,1 cm


agostino de musi [1490–1540]<<strong>br</strong> />

Jovem Herói ao pé do altar, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Raphael]<<strong>br</strong> />

buril, 24 x 18,4 cm<<strong>br</strong> />

agostino de musi [1490–1540]<<strong>br</strong> />

Marcha de Sileno, s/d [segundo Giulio Pippi]<<strong>br</strong> />

buril, 19,5 x 24,5 cm


giovanni battista ghizi [c.1503–c.1575]<<strong>br</strong> />

Cupido tocando cravo, 1538<<strong>br</strong> />

buril, 12,2 x 8,9 cm<<strong>br</strong> />

quais foram seus primeiros mestres. Sabe-se, no entanto, que,<<strong>br</strong> />

quando viveu em Roma, trabalhou sob a direção de Marco Antonio<<strong>br</strong> />

Raimondi. Em seus primeiros trabalhos copiava ao Mestre<<strong>br</strong> />

do Caduceu e a Giulio Campagnola, que foi sua maior influência.<<strong>br</strong> />

Foi na escola de Raimondi que Musi se associou a Marco Dente<<strong>br</strong> />

de Ravenna, <strong>com</strong> quem executou em conjunto diversas gravuras.<<strong>br</strong> />

Marco Dente<<strong>br</strong> />

Mais conhecido <strong>com</strong>o Marco Dente da Ravenna, nasceu nessa<<strong>br</strong> />

cidade em 1493 e morreu provavelmente durante o saque de<<strong>br</strong> />

Roma, em 1527. Foi discípulo de Marco Antonio Raimondi e<<strong>br</strong> />

manteve parceria <strong>com</strong> Agostino Veneziano até 1520. Após essa<<strong>br</strong> />

data, <strong>com</strong>eçou a marcar seus trabalhos <strong>com</strong> seu nome ou suas<<strong>br</strong> />

iniciais. Em certa riqueza de texturas e tons, chegou muito<<strong>br</strong> />

próximo à técnica de gravar de seu mestre. Seu som<strong>br</strong>eado é,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> largas superfícies planas de tons, simples e prazeroso.<<strong>br</strong> />

Giovanni Battista Guisi, dito O Mantuano<<strong>br</strong> />

Arquiteto, escultor, pintor, gravador a buril e chefe de uma<<strong>br</strong> />

família de artistas. Nasceu em 1503 e a data provável de sua<<strong>br</strong> />

morte é 1575. Foi responsável por uma escola de gravadores<<strong>br</strong> />

em Mantua, preservando forte individualidade, num tempo<<strong>br</strong> />

em que praticamente todos os gravadores na Itália estavam<<strong>br</strong> />

sob a influência de Marco Antonio Raimondi. O grande<<strong>br</strong> />

mestre dessa escola foi Giorgio Ghisi, enquanto os filhos de<<strong>br</strong> />

Giovanni Battista, Adamo e Diana, foram grandes imitadores<<strong>br</strong> />

de ambos. A característica peculiar de seu estilo de gravar é<<strong>br</strong> />

notada na riqueza dos pretos utilizados nas som<strong>br</strong>as, que são<<strong>br</strong> />

parcialmente obtidos pelo livre uso de pontos entre as linhas<<strong>br</strong> />

e, de certa forma, pela mistura de grossas linhas gravadas.<<strong>br</strong> />

marco dente [1493–1527]<<strong>br</strong> />

Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Raphael Sanzio]<<strong>br</strong> />

buril, 26,2 x 16,8 cm


mestre do dado [ativo entre 1532-1550]<<strong>br</strong> />

Deuses-rios consolam Peneu so<strong>br</strong>e a perda de sua filha Daphne , s/d<<strong>br</strong> />

(da série “História de Apolo e Daphne”)<<strong>br</strong> />

[segundo Baldassare Peruzzi]<<strong>br</strong> />

buril, 24,6 x 18 cm<<strong>br</strong> />

adamo ghisi [c. 1530-c.1585]<<strong>br</strong> />

A escravidão , s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Andrea Mantegna]<<strong>br</strong> />

buril, 27 x 14,3 cm<<strong>br</strong> />

Enea Vico<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador em metal, nasceu em Parma em 1520 e faleceu<<strong>br</strong> />

em Ferrara em 1570. Seu florescimento <strong>com</strong>o gravador se<<strong>br</strong> />

deu entre 1541 e 1567. Mudou-se para Roma ainda jovem, tendo<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o mestre o gravador e <strong>com</strong>erciante de estampas não muito<<strong>br</strong> />

importante Thomaz Barlacchi. As gravuras de Enea Vico anteriores<<strong>br</strong> />

a 1550 são gravadas à maneira de diferentes mestres: Julio<<strong>br</strong> />

Bonasone, Agostinho de Musi, Jacob Caraglio e Marco Antonio<<strong>br</strong> />

Raimondi. Posteriormente, Vico adquiriu uma maneira de<<strong>br</strong> />

gravar própria e característica. Foi também cultor das ciências,<<strong>br</strong> />

que estudou <strong>com</strong> particularidade, e escreveu so<strong>br</strong>e numismática.<<strong>br</strong> />

Reina grandes incertezas so<strong>br</strong>e os fatos de sua vida.<<strong>br</strong> />

Adamo Ghisi<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, filho de Giovanni Battista, nasceu<<strong>br</strong> />

em Mantua em 1530 e faleceu em 1574. Gravou segundo<<strong>br</strong> />

vários mestres italianos. Sua maneira de gravar se assemelha à<<strong>br</strong> />

de seu pai e à de seu irmão mais velho, Jorge Guisi.<<strong>br</strong> />

Mestre do Dado<<strong>br</strong> />

Pouco se sabe so<strong>br</strong>e a vida de Mestre do Dado, pintor e gravador<<strong>br</strong> />

a buril. Acredita-se que tenha nascido no princípio do<<strong>br</strong> />

século xvi e que tenha trabalhado em Roma de 1532 a 1550.<<strong>br</strong> />

Ignora-se a data de sua morte. Pertenceu à escola de Marco<<strong>br</strong> />

Antonio Raimondi. Seus trabalhos mostram pouca originalidade<<strong>br</strong> />

na maneira de gravar e forte assimilação do estilo de<<strong>br</strong> />

Raimondi. Como desenhista, realizava figuras curtas, <strong>com</strong> cabeças<<strong>br</strong> />

bem grandes e <strong>br</strong>aços e pernas reforçados. Assinava seus<<strong>br</strong> />

trabalhos <strong>com</strong> as iniciais b.v. ou, mais frequentemente, um<<strong>br</strong> />

dado <strong>com</strong> a letra b em seu centro.<<strong>br</strong> />

enea vico [1520-1570]<<strong>br</strong> />

Os amores de Marte e Vênus, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Francesco Mazzuoli, dito o Parmegiano]<<strong>br</strong> />

buril, 30 x 20,3 cm<<strong>br</strong> />

À esquerda, Vênus nua, sentada em seu leito, amamentando<<strong>br</strong> />

Cupido no seio direito, passa o <strong>br</strong>aço esquerdo so<strong>br</strong>e os om<strong>br</strong>os<<strong>br</strong> />

de Marte, que está sentado ao seu lado, vestido de armadura.<<strong>br</strong> />

Em cima, à esquerda, vê-se um Amor <strong>com</strong> o corpo coberto de<<strong>br</strong> />

plumagem, crista, cauda e pés de galo, dormindo sentado so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

uma janela, pela qual entram largos feixes de raios luminosos.<<strong>br</strong> />

No canto superior esquerdo, nota-se o monograma do gravador.


agostino carracci [1557–1602]<<strong>br</strong> />

A Sagrada Família <strong>com</strong> São João Batista,<<strong>br</strong> />

Santa Catarina e Santo Antão, 1582<<strong>br</strong> />

buril, 48,3 x 31,3 cm<<strong>br</strong> />

Lodovico Carracci<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha em<<strong>br</strong> />

1555. Teve <strong>com</strong>o primeiro mestre Prospero Fontana. Em Bolonha,<<strong>br</strong> />

fundou <strong>com</strong> seus primos e discípulos Agostino e Annibale<<strong>br</strong> />

Carracci a céle<strong>br</strong>e escola de pintura Accademia degli Incamminati.<<strong>br</strong> />

Nessa academia, incentivava-se a revitalização da gravura de linha<<strong>br</strong> />

e desencorajava-se a produção de gravar à água-forte. Ainda<<strong>br</strong> />

que inferiores às de seus primos, as gravuras de Lodovico são<<strong>br</strong> />

bastante estimadas. Faleceu em Bolonha em 1619.<<strong>br</strong> />

Agostino Carracci<<strong>br</strong> />

Pintor, gravador à água-forte e a buril, nascido em Bolonha<<strong>br</strong> />

em 1557. A princípio, exerceu a profissão de ourives. Logo após,<<strong>br</strong> />

dedicou-se ao desenho, à pintura e à gravura. Teve por mestres<<strong>br</strong> />

Prospero Fontana (pintura), Bartholomeu Passerotti (desenho)<<strong>br</strong> />

e Domingos Tibaldi, Cornélis Cort e Lodovico Carracci<<strong>br</strong> />

(gravura). Trabalhava suas gravuras <strong>com</strong> um sistema aberto<<strong>br</strong> />

de linhas. Recorreu aos fortes elementos da maneira tardia de<<strong>br</strong> />

Raimondi, acrescentando pouco, mais de maneira constante, o<<strong>br</strong> />

uso de linhas cruzadas no som<strong>br</strong>eamento e um método mais<<strong>br</strong> />

regular de riscas nas frestas das linhas. Os melhores trabalhos<<strong>br</strong> />

de Agostino são originais, mas ele também reproduziu pintores<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o Correggio, Ticiano e Veronese. Como pintor, associou-se<<strong>br</strong> />

a seu primo Lodovico para fundar a Academia degli Incamminati e<<strong>br</strong> />

colaborou <strong>com</strong> seu irmão Annibale na pintura da galeria do<<strong>br</strong> />

palácio Farnese, em Roma. Foi estudioso de diferentes ramos:<<strong>br</strong> />

de letras e ciências a filosofia, matemática, geografia, astrologia,<<strong>br</strong> />

historia, poesia, medicina e inclusive música, na qual se diz que<<strong>br</strong> />

foi hábil. Morreu em Parma em 1602.<<strong>br</strong> />

agostino carracci [1557–1602]<<strong>br</strong> />

Ecce Homo, 1587<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Correggio]<<strong>br</strong> />

buril, 37,5 x 26,6 cm<<strong>br</strong> />

lodovico carracci [1555–1619]<<strong>br</strong> />

A virgem e o menino Jesus cercados por anjos, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 16,5 x 12 cm


guido reni [1575-1642]<<strong>br</strong> />

A Sagrada Família, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 25 x 19,6 cm<<strong>br</strong> />

francesco <strong>br</strong>izzi [1574-1623]<<strong>br</strong> />

A Virgem Santíssima voltando do Egito para Judéia, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Lodovico Carracci]<<strong>br</strong> />

buril, 21,4 x 13,4 cm<<strong>br</strong> />

Annibale Carracci<<strong>br</strong> />

Irmão mais novo de Agostino, foi pintor e gravador à águaforte<<strong>br</strong> />

e a buril. Nasceu em Bolonha em 1560 e morreu em<<strong>br</strong> />

Roma em 1609. Aprendeu pintura <strong>com</strong> Lodovico Carracci, seu<<strong>br</strong> />

primo, tendo sido considerado o mais hábil pintor italiano<<strong>br</strong> />

depois de Raphael, Ticiano e Correggio. Realizou a pintura<<strong>br</strong> />

da galeria do Palácio Farnese <strong>com</strong> seu irmão Agostino. Diz-se<<strong>br</strong> />

que esse trabalho, que consumiu oito anos de sua vida, foi a<<strong>br</strong> />

causa de sua morte: Annibale teria morrido de desgosto pela<<strong>br</strong> />

ingratidão do príncipe Farnese, que o re<strong>com</strong>pensou mesquinhamente<<strong>br</strong> />

pela empreitada. Como gravador, sua o<strong>br</strong>a, embora<<strong>br</strong> />

não numerosa, é muito bem desenhada e acabada.<<strong>br</strong> />

Francesco Brizzi<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à água-forte e a buril, nascido em 1575 em<<strong>br</strong> />

Bolonha, onde morreu em 1623. Foi, inicialmente, sapateiro,<<strong>br</strong> />

largando esse ofício para aprender desenho e pintura <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Bartolomeu Passarotti e se aperfeiçoar <strong>com</strong> Luiz Carracci e<<strong>br</strong> />

Agostinno Carracci. Colaborou em algumas gravuras do último,<<strong>br</strong> />

tendo dedicado-se também à perspectiva e à arquitetura,<<strong>br</strong> />

que ensinava em curso público.<<strong>br</strong> />

Guido Reni<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Bolonha em 1575<<strong>br</strong> />

e morreu na mesma cidade em 1642. Após ter estudado arte<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> Dionisio Calvaert, passou para a escola dos Carracci,<<strong>br</strong> />

tornando-se o seu mais famoso aluno. Na <strong>com</strong>binação de linhas<<strong>br</strong> />

luminosas e pontos, produziu muitas delicadas gravuras<<strong>br</strong> />

à água-forte. Foi imitado não apenas na Itália, mas também<<strong>br</strong> />

pelos franceses. Seu desenho é puro e correto; as cabeças de<<strong>br</strong> />

annibale carracci [1560–1609]<<strong>br</strong> />

Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597<<strong>br</strong> />

água-forte retocada a buril, 12,3 cm x 16,1 cm


giovanni benedetto castiglioni [1609–1664]<<strong>br</strong> />

Grandes cabeças <strong>com</strong> toucadas a oriental, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 17,8 x 14,8 cm<<strong>br</strong> />

giovanni benedetto castiglioni [1609–1664]<<strong>br</strong> />

Grandes cabeças <strong>com</strong> toucadas a oriental, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 17,8 x 14,8 cm<<strong>br</strong> />

stefano della bella [1610–1664]<<strong>br</strong> />

Princípios de desenho, 1640–1650<<strong>br</strong> />

água-forte, 12 x 15,5 cm


suas figuras, no<strong>br</strong>es e graciosas, e as roupagens, tratadas <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

muito gosto e mestria. Foi um apaixonado pelo jogo, que lhe<<strong>br</strong> />

acarretou a perda de posses e amigos, tendo passado os últimos<<strong>br</strong> />

anos de sua vida no esquecimento e na miséria.<<strong>br</strong> />

Giovanni Benedetto Castiglione<<strong>br</strong> />

Artista do barroco italiano, Castiglione nasceu em Gênova<<strong>br</strong> />

em 1609. Era conhecido <strong>com</strong>o Il Grechetto na Itália e <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

Le Benédette na França. Sua formação inicial não é clara. Pode<<strong>br</strong> />

ter estudado <strong>com</strong> Sinibaldo Scorza, Antoon van Dyck e Peter<<strong>br</strong> />

Paul Rubens. Pintor e desenhista, pertenceu à escola genovesa,<<strong>br</strong> />

tendo vivido em Roma de 1634 a 1645. Morreu em Mântua,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o artista da corte, em 1664. Suas gravuras são notáveis<<strong>br</strong> />

pelo jogo de luz e som<strong>br</strong>a, que o levou a ganhar o apelido de<<strong>br</strong> />

segundo Rem<strong>br</strong>andt. Em 1648, inventou a monotipia, técnica<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a qual se consegue reproduzir um desenho ou mancha<<strong>br</strong> />

de cor numa prova única. Nos estudos das cabeças orientais,<<strong>br</strong> />

mostra forte conhecimento da o<strong>br</strong>a de Rem<strong>br</strong>andt.<<strong>br</strong> />

Stefano della Bella<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Florença<<strong>br</strong> />

em 1610. A princípio, dedicou-se à pintura, tendo <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

mestre Cesar Dandini. Seu mestre em gravura foi Remigio<<strong>br</strong> />

Cantagallina, cuja oficina teve também <strong>com</strong>o discípulo Jacob<<strong>br</strong> />

Callot. Com o tempo, adquiriu uma maneira própria de gravar,<<strong>br</strong> />

que se distingue pelo bom gosto, a delicadeza e a ligeireza<<strong>br</strong> />

de sua ponta. Trabalhou em Roma, em Paris e em Florença,<<strong>br</strong> />

onde morreu em 1664. Gravou assuntos históricos, caçadas,<<strong>br</strong> />

paisagens, marinhas, animais e ornatos, constando de sua<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>a mais de 1.400 gravuras.<<strong>br</strong> />

salvatore rosa [1615–1673]<<strong>br</strong> />

Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 14,5 x 9,3 cm<<strong>br</strong> />

salvatore rosa [1615–1673]<<strong>br</strong> />

Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 14,5 x 9,3 cm<<strong>br</strong> />

Salvatore Rosa<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Renella, vila perto<<strong>br</strong> />

de Nápoles, em 1615 e faleceu em Roma em 1673. Cultivou<<strong>br</strong> />

a poesia e a música, estudou em Nápoles e foi influenciado<<strong>br</strong> />

pelo realismo de Ribera. Incentivado por Giovanni Lanfranco,<<strong>br</strong> />

viajou para Roma em 1635, mas teve de retornar a Nápoles em<<strong>br</strong> />

1639, após um caso de malária. Mudou-se para Florença, onde<<strong>br</strong> />

foi contratado pela família Médici e fundou a Accademia dei<<strong>br</strong> />

Percossi para escritores e artistas. Rosa retornaria a Roma em<<strong>br</strong> />

1649 para trabalhar <strong>com</strong>o pintor histórico.


Giovanni Battista Piranesi<<strong>br</strong> />

Nascido em Veneza em 1720, filho de um construtor, Piranesi<<strong>br</strong> />

recebeu formação em cenografia e perspectiva <strong>com</strong> o gravador<<strong>br</strong> />

Carlo Zucchi. Arquiteto e amante da arqueologia, dedicou-se<<strong>br</strong> />

à gravação dos grandes monumentos da Antiguidade romana,<<strong>br</strong> />

realizando um trabalho de grande magnitude e força expressiva<<strong>br</strong> />

num estilo livre, cenográfico e impetuoso. Suas gravuras<<strong>br</strong> />

são modeladas pela luz, em perspectiva manipulada, que trasborda<<strong>br</strong> />

por vezes a quadratura das mesmas. As figuras humanas<<strong>br</strong> />

são atemporais, apenas esboços, ao estilo de Callot e de<<strong>br</strong> />

Della Bella.<<strong>br</strong> />

Piranesi produz suas primeiras vedute de Roma em pequeno<<strong>br</strong> />

formato para guias de turistas, e em 1743, publica as suas<<strong>br</strong> />

primeiras 12 águas-fortes, Prima parte di architettura e prospettive.<<strong>br</strong> />

Inicia uma carreira de cerca de quarenta anos, durante a qual<<strong>br</strong> />

produziu mais de mil pranchas publicadas em 19 o<strong>br</strong>as pela<<strong>br</strong> />

sua própria casa impressora. Seu estilo é inconfundível e sua<<strong>br</strong> />

arte aponta para a estética do sublime, deixando transparecer<<strong>br</strong> />

a tensão entre razão e sensibilidade. Faleceu em Roma<<strong>br</strong> />

em 1778.<<strong>br</strong> />

A magnífica série Le carcere d’invenzione é um exemplo fascinante<<strong>br</strong> />

da inquietação e da genialidade do artista. Nela,<<strong>br</strong> />

propõe estruturas espaciais fantásticas num espaço experimental<<strong>br</strong> />

labiríntico, no qual não existe um ponto de vista fixo<<strong>br</strong> />

e central, nem uma perspectiva linear a ser seguida. Com as<<strong>br</strong> />

emoções à flor da pele, nosso olhar, ao contemplar essa série<<strong>br</strong> />

à água-forte, flutua sem descanso, observando os arranjos<<strong>br</strong> />

espaciais na proliferação de perspectivas, nos desdo<strong>br</strong>amentos<<strong>br</strong> />

espaciais, no vaivém de escadas, pontes e passagens. Observamos,<<strong>br</strong> />

inquietos, a luz provocar e produzir escuridão, e<<strong>br</strong> />

as paredes absorverem-na sem refleti-la, assim <strong>com</strong>o notamos<<strong>br</strong> />

os raios de luz que deixam seu percurso natural para<<strong>br</strong> />

se curvarem so<strong>br</strong>e os objetos. Nessas gravuras, a noções de<<strong>br</strong> />

proximidade e de distância são abolidas, e o tempo e o espaço<<strong>br</strong> />

se fundem. Passado, presente e futuro parecem não<<strong>br</strong> />

existir. Piranesi fala de um outro lugar e de um outro tempo,<<strong>br</strong> />

levando-nos a uma interioridade pouco confortável, em que<<strong>br</strong> />

nos deparamos <strong>com</strong> nossos mais sutis temores, que não sabemos<<strong>br</strong> />

nominar.<<strong>br</strong> />

O termo veduta se aplica a pintura, desenho ou gravura<<strong>br</strong> />

que representa uma cidade, um monumento ou um lugar <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

concepção acentuadamente topográfica. As vedute têm sua origem<<strong>br</strong> />

nas peregrinações a Roma no século xviii, no tempo de<<strong>br</strong> />

redescoberta da Antiguidade: Herculano, em 1719, e Pompeia,<<strong>br</strong> />

em 1748. Seus maiores inovadores foram Canaletto, Guardi<<strong>br</strong> />

e Piranesi, que transformou a vista gravada para souvenir de<<strong>br</strong> />

turistas intelectuais e aristocratas num sofisticado meio de <strong>com</strong>unicação<<strong>br</strong> />

erudita de grande carga expressiva. Assim, pratica<<strong>br</strong> />

a veduta direta, ou de reconstituição fidedigna, segundo fontes<<strong>br</strong> />

documentais, e a veduta ideata, em que a ruína serve de matéria<<strong>br</strong> />

para sua vertente apaixonada e trágica.<<strong>br</strong> />

giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le carcere d’invenzione, 1750–3, frontispício<<strong>br</strong> />

água-forte, 72,8 x 53 cm


giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha vii<<strong>br</strong> />

água-forte, 72,8 x 53 cm<<strong>br</strong> />

giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha viii<<strong>br</strong> />

água-forte, 72,8 x 53 cm


giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le carcere d’invenzione, 1750–3, prancha x<<strong>br</strong> />

água-forte, 53 x 72,8 cm<<strong>br</strong> />

giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le carcere d’invenzione, 1750–3 prancha xiv<<strong>br</strong> />

água-forte, 53 x 72,8 cm


giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, segundo frontispício<<strong>br</strong> />

água-forte, 39,9 x 59,2 cm<<strong>br</strong> />

giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha VIII<<strong>br</strong> />

água-forte, 36,2 x 59,2 cm


giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha XVIII<<strong>br</strong> />

água-forte, 39,9 x 59,9 cm<<strong>br</strong> />

giovanni battista piranesi [1720–1778]<<strong>br</strong> />

Le Antichità romane, 1750–3, tomo III, prancha LI<<strong>br</strong> />

água-forte, 39,9 x 60,5 cm


giovanni volpato [1735–1803]<<strong>br</strong> />

Daniel Propheta, s/d<<strong>br</strong> />

[desenho de Stephanus Tofanelli, segundo Michelangelo]<<strong>br</strong> />

água-forte, 73,0 x 48,4 cm<<strong>br</strong> />

Francesco Bartolozzi<<strong>br</strong> />

Gravador italiano cujo período mais produtivo foi passado em<<strong>br</strong> />

Londres. Nascido em Florença, estudou <strong>com</strong> os artistas florentinos<<strong>br</strong> />

Ignazio Hugford e Domenico Giovanni Ferretti, que o<<strong>br</strong> />

instruiu em pintura. Após dedicar três anos à pintura, passou a<<strong>br</strong> />

estudar gravura <strong>com</strong> Joseph Wagner em Veneza. Suas primeiras<<strong>br</strong> />

produções foram no estilo de Marco Ricci e Zuccarelli, entre<<strong>br</strong> />

outros. Seguiu para Londres em 1764, onde viveu quase quarenta<<strong>br</strong> />

anos, tendo produzido enorme número de gravuras e contribuído<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> várias delas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell.<<strong>br</strong> />

Também desenhou esboços de sua autoria em crayon vermelho.<<strong>br</strong> />

Pouco depois de chegar em Londres, foi nomeado “Gravador do<<strong>br</strong> />

Rei” e eleito um dos mem<strong>br</strong>os fundadores da Royal Academy, em<<strong>br</strong> />

1768. Em 1802, tornou-se presidente fundador da Sociedade de<<strong>br</strong> />

Gravadores. No mesmo ano, aceitou o cargo de diretor da Academia<<strong>br</strong> />

Nacional de Lisboa, cidade onde morreu. Seu filho Stefano<<strong>br</strong> />

Gaetano Bartolozzi, nascido em 1757, também foi gravador.<<strong>br</strong> />

Giovanni Volpato<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador, Volpato nasceu em Bassano em 1733 e<<strong>br</strong> />

faleceu em Roma em 1803. Nos primeiros tempos de sua vida,<<strong>br</strong> />

dedicou-se à arte de bordar. Em seguida, aprendeu a gravar. Em<<strong>br</strong> />

Veneza, foi discípulo de Joseph Wagner, gravador e mercador de<<strong>br</strong> />

gravuras, e de Francisco Bartolozzi. Já em Roma, fundou uma escola<<strong>br</strong> />

de gravura e escreveu, em 1786, o livro Princípios do desenho, que<<strong>br</strong> />

contém 36 pranchas gravadas de antigas estátuas. Essas pranchas<<strong>br</strong> />

foram gravadas por ele e por Raphael Morghen, um de seus hábeis<<strong>br</strong> />

discípulos. Em Roma, gravou segundo os mais importantes<<strong>br</strong> />

artistas italianos, <strong>com</strong>o Raphael, Michelangelo, Paulo Cagliari,<<strong>br</strong> />

dito o Veronense, Leonardo da Vinci, Guercino e Tintoretto, entre<<strong>br</strong> />

outros. Suas gravuras abertas em Roma são numerosas e podem<<strong>br</strong> />

se dividir em duas espécies: não coloridas e coloridas à aquarela.<<strong>br</strong> />

francesco bartolozzi [1725–1815]<<strong>br</strong> />

Harmony, 1795<<strong>br</strong> />

[segundo John Francis Rigaud]<<strong>br</strong> />

pontilhado e água-forte, 16,6 x 13,5 cm<<strong>br</strong> />

francesco bartolozzi [1725–1815]<<strong>br</strong> />

Youth, 1795<<strong>br</strong> />

[segundo John Francis Rigaud]<<strong>br</strong> />

pontilhado e água-forte, 16,4 x 13,2 cm


Coleção Alemã<<strong>br</strong> />

Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503]<<strong>br</strong> />

Martin Schongauer [c.1450–1491]<<strong>br</strong> />

Al<strong>br</strong>echt Dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Lucas Cranach, Sênior [1472–1553]<<strong>br</strong> />

Hans Sebald Beham [1500–1550]<<strong>br</strong> />

Martin Treu [ativo em 1540–1543]<<strong>br</strong> />

Georg Pencz [c.1500–1550]<<strong>br</strong> />

Heinrich Aldegrever [c.1501/1502–c.1556/1561]<<strong>br</strong> />

Virgil Sol [1514–1562]<<strong>br</strong> />

Israel van Meckenem<<strong>br</strong> />

Gravador e ourives, era filho de Israhel van Meckenem, o<<strong>br</strong> />

Velho, também ourives, que se estabeleceu em Bocholt. Nasceu<<strong>br</strong> />

aproximadamente em 1440 e faleceu em 1503 em Bochott.<<strong>br</strong> />

Estudou <strong>com</strong> o Mestre e.s. no sul da Alemanha e produziu<<strong>br</strong> />

mais de seiscentas chapas, cuja maioria era constituída de<<strong>br</strong> />

cópias de outros artistas, <strong>com</strong>o Dürer e Martin Schongauer.<<strong>br</strong> />

Seus primeiros trabalhos foram bastante crus, mas na década<<strong>br</strong> />

de 1480 desenvolveu um estilo pessoal eficaz e fez o<strong>br</strong>as cada<<strong>br</strong> />

vez maiores e mais bem acabadas.<<strong>br</strong> />

Martin Schongauer<<strong>br</strong> />

Ourives, pintor e gravador a buril, descendente de uma família<<strong>br</strong> />

de origem no<strong>br</strong>e de Augsburgo. Nasceu em Colmar por volta<<strong>br</strong> />

de 1450 e faleceu em 1491, tendo sido o mais importante gravador<<strong>br</strong> />

alemão antes de Al<strong>br</strong>echt Dürer. Estabeleu em Colmar uma<<strong>br</strong> />

escola muito importante de gravura, na qual floresceram uma<<strong>br</strong> />

nova geração de “Pequenos Mestres” e um grande grupo de artistas<<strong>br</strong> />

de Nuremberg. Produziu grande número de gravuras, que<<strong>br</strong> />

foram amplamente vendidas não só na Alemanha, mas também<<strong>br</strong> />

na Itália e mesmo na Inglaterra e na Espanha. Vasari afirmou<<strong>br</strong> />

que Michelangelo copiou uma de suas gravuras: o Julgamento de<<strong>br</strong> />

Santo António. Seu estilo demonstra, em vez de influência italiana,<<strong>br</strong> />

um estilo gótico muito claro e organizado. Estabeleceu um<<strong>br</strong> />

sistema de criar volume, por meio de linhas cruzadas em duas<<strong>br</strong> />

direções, que lhe foi ensinado pelo Mestre das iniciais e.s. e que<<strong>br</strong> />

seria desenvolvida ao máximo por Dürer. Foi o primeiro gravador<<strong>br</strong> />

a usar linhas curvas paralelas, provavelmente girando a placa<<strong>br</strong> />

contra um buril estável. Desenvolveu ainda uma técnica a buril<<strong>br</strong> />

que produzia linhas mais profundas so<strong>br</strong>e a placa, permitindo<<strong>br</strong> />

que fossem feitas mais impressões antes de a placa se desgastar.<<strong>br</strong> />

israel van meckenem [c.1440/1445–1503]<<strong>br</strong> />

Santa Bárbara, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 16,3 x 10,9 cm<<strong>br</strong> />

martin schongauer [c.1450–1491]<<strong>br</strong> />

A morte da virgem, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 25,7 x 17 cm


Al<strong>br</strong>echt Dürer<<strong>br</strong> />

Gravador, desenhista e pintor, nasceu em Nuremberg, maior centro<<strong>br</strong> />

de produção gráfica da Alemanha, em 21 de maio de 1471. Terceiro<<strong>br</strong> />

dos 18 filhos de um ourives, demonstrou desde cedo habilidade<<strong>br</strong> />

para o desenho e o manuseio do buril. Fez experiências <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

água-forte e a ponta-seca, tornando-se aprendiz do pintor Michael<<strong>br</strong> />

Wolgemut <strong>com</strong> apenas 13 anos de idade. Estudou gravura no ateliê<<strong>br</strong> />

do importante impressor alemão Anton Koberger. Já na adolescência,<<strong>br</strong> />

demonstrou grande interesse pelas gravuras de Martin Schongauer.<<strong>br</strong> />

Foi um artista erudito, apaixonado pelo Renascimento. Possuía<<strong>br</strong> />

profundo conhecimento da matemática e da literatura clássica<<strong>br</strong> />

greco-romana, tendo demonstrado interesse também pela filosofia<<strong>br</strong> />

e a arqueologia. Após <strong>com</strong>pletar sua formação, iniciou um período<<strong>br</strong> />

de viagens. Visitou Florença, Bolonha e Veneza (1494), onde<<strong>br</strong> />

viveu durante um ano e meio (1505), entrando em contato <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

rica produção de gravuras italianas. Também viajou para os Países<<strong>br</strong> />

Baixos (1520–1), quando estudou profundamente teorias so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

proporção humana, a geometria e as fortificações, e escreveu poesia<<strong>br</strong> />

e so<strong>br</strong>e teoria da arte. Grande humanista, foi empregado pelo<<strong>br</strong> />

imperador Maximiliano i. Tinha profundo interesse pela natureza<<strong>br</strong> />

e pelos animais, retratando-os em diversas gravuras. Numa de suas<<strong>br</strong> />

viagens, contraiu malária, falecendo em sua cidade natal no dia 6 de<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>il de 1528, aos 57 anos.<<strong>br</strong> />

Sua o<strong>br</strong>a inclui sessenta telas, mais de cem gravuras em metal,<<strong>br</strong> />

cerca de 250 xilogravuras e mil desenhos, além de três livros<<strong>br</strong> />

impressos. Dois deles foram publicados em vida: Instrução para medições<<strong>br</strong> />

à régua e ao <strong>com</strong>passo, de 1525, e Tratado so<strong>br</strong>e fortificações, de 1527.<<strong>br</strong> />

O livro So<strong>br</strong>e a proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em<<strong>br</strong> />

1528. Entre as mais céle<strong>br</strong>es o<strong>br</strong>as produzidas pelo Dürer, destaca-se<<strong>br</strong> />

O apocalipse, série de 15 xilogravuras dramáticas, consideradas<<strong>br</strong> />

uma das maiores criações da arte alemã. Tal o<strong>br</strong>a trouxe ao artista<<strong>br</strong> />

de 27 anos de idade riqueza e fama em toda a Europa, tendo sido<<strong>br</strong> />

publicada em latim e alemão em Nuremberg em 1498.<<strong>br</strong> />

A publicação se mostrou inovadora, já que até então as gravuras<<strong>br</strong> />

em livros ilustrados eram pequenas e apareciam no meio dos<<strong>br</strong> />

textos. Dürer subverteu a ordem de importância das informações,<<strong>br</strong> />

tendo o trabalho do artista passado a preponderar so<strong>br</strong>e o texto,<<strong>br</strong> />

impresso no verso das gravuras. As imagens gravadas por Dürer<<strong>br</strong> />

para essa o<strong>br</strong>a, identificadas por seu monograma, baseiam-se em<<strong>br</strong> />

antigas representações do Apocalipse presentes nas versões então<<strong>br</strong> />

correntes nas bíblias impressas da época.<<strong>br</strong> />

Entre as mais <strong>com</strong>pletas gravuras realizadas por Dürer a buril,<<strong>br</strong> />

encontra-se Adão e Eva (1504), o<strong>br</strong>a em que ele, fazendo uso<<strong>br</strong> />

da medida áurea e utilizando a régua e o <strong>com</strong>passo na constituição<<strong>br</strong> />

das figuras segundo o estilo utilizado na Antiguidade clássica,<<strong>br</strong> />

traduz seu profundo interesse pelo estudo das proporções<<strong>br</strong> />

humanas. Adão e Eva foram inspirados nas esculturas de Apolo<<strong>br</strong> />

de Belvedere e Vênus, tendo sido entalhados em seus contornos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> linhas delicadas, para depois serem detalhadamente preenchidos.<<strong>br</strong> />

A gravura exibe variedade de tons e texturas, além de<<strong>br</strong> />

sutis gradações de som<strong>br</strong>a e de luz.<<strong>br</strong> />

Embora seu foco esteja nas figuras, a autêntica arte para Dürer<<strong>br</strong> />

está contida na natureza representada <strong>com</strong> maestria em seus mínimos<<strong>br</strong> />

detalhes. A inclusão de símbolos adicionais cria interesse visual<<strong>br</strong> />

por toda a gravura, a exemplo da serpente, personificação da desobediência<<strong>br</strong> />

e da provocação a Deus; do galho na mão de Adão, que<<strong>br</strong> />

representa a árvore da vida; e de vários animais, <strong>com</strong>o o papagaio, a<<strong>br</strong> />

ca<strong>br</strong>a no topo do penhasco, o rato, o gato, o coelho etc., presentes<<strong>br</strong> />

nesta belíssima gravura, sugerindo forte carga simbólica.<<strong>br</strong> />

49<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Adão e Eva, 1504<<strong>br</strong> />

buril, 25 x 19,2 cm


al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Adoração do Cordeiro divino, c. 1496<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse]<<strong>br</strong> />

buril, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse”]<<strong>br</strong> />

xilogravura, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse]<<strong>br</strong> />

buril, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Os quatro cavaleiros, c. 1497–8<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse]<<strong>br</strong> />

buril, 39 x 27 cm


al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

A mulher revestida de sol, c. 1497<<strong>br</strong> />

(da série “O Apocalipse”)<<strong>br</strong> />

xilogravura, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse”]<<strong>br</strong> />

xilogravura, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Os quatro anjos vingadores, 1496<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse]<<strong>br</strong> />

buril, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Combate de São Miguel contra o dragão, 1497<<strong>br</strong> />

[da série “O Apocalipse]<<strong>br</strong> />

buril, 39 x 27 cm


al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

A abertura do quinto e sexto selos, c. 1497–8<<strong>br</strong> />

(da série “O Apocalipse”)<<strong>br</strong> />

xilogravura, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Quatro anjos retendo os ventos, c. 1497–8<<strong>br</strong> />

(da série “O Apocalipse”)<<strong>br</strong> />

xilogravura, 39 x 27 cm<<strong>br</strong> />

página à direita<<strong>br</strong> />

As ofertas do amor, c. 1495<<strong>br</strong> />

buril, 14,4 x 13,2 cm


al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

Santo Eustáquio, c. 1501<<strong>br</strong> />

buril, 35,7 x 26,5 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

As quatro feiticeiras, 1497<<strong>br</strong> />

buril, 19,2 x 12,7 cm<<strong>br</strong> />

al<strong>br</strong>echt dürer [1471–1528]<<strong>br</strong> />

A virgem <strong>com</strong> o macaco, c. 1498<<strong>br</strong> />

buril, 17,6 x 11,6 cm


lucas cranach, sênior [1472–1553]<<strong>br</strong> />

São Jorge a cavalo vencendo o dragão. s/d<<strong>br</strong> />

xilogravura, 17,2 x 13,8 cm<<strong>br</strong> />

Lucas Cranach, Sênior<<strong>br</strong> />

Pintor renascentista de retratos de príncipes alemães e dos líderes<<strong>br</strong> />

da Reforma protestante, cuja causa a<strong>br</strong>açou <strong>com</strong> entusiasmo,<<strong>br</strong> />

tornando-se amigo próximo de Lutero. Pintou também<<strong>br</strong> />

temas religiosos, em primeiro lugar na tradição católica e, depois,<<strong>br</strong> />

buscando encontrar novas maneiras de transmitir as preocupações<<strong>br</strong> />

religiosas luteranas. Nascido em 1472, serviu por mais<<strong>br</strong> />

de sessenta anos na qualidade de pintor da corte dos duques de<<strong>br</strong> />

Saxônia, tendo sido também gravador. Suas pinturas e xilogravuras<<strong>br</strong> />

são numerosas e contrastam <strong>com</strong> o número reduzido de<<strong>br</strong> />

gravuras em co<strong>br</strong>e. A cor, a luz e a som<strong>br</strong>a não eram especialidades<<strong>br</strong> />

suas. Sempre contornava as formas em negro, em vez de<<strong>br</strong> />

utilizar o chiaroscuro. Suas xilogravuras eram abertas a partir de<<strong>br</strong> />

seu desenho por outros artistas. Dedicou-se ainda ao <strong>com</strong>ércio,<<strong>br</strong> />

possuindo uma loja de livros e papéis, e uma farmácia. Faleceu<<strong>br</strong> />

em Weimar em 1553, aos 81 anos de idade.<<strong>br</strong> />

Hans Sebald Beham<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador a buril e em madeira, nasceu em Nuremberg<<strong>br</strong> />

em 1500 e morreu em 1550. Aprendeu gravura e pintura <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Dürer, tendo integrado a plêiade dos famosos “Pequenos Mestres”<<strong>br</strong> />

da Alemanha. Suas gravuras são espirituosas e abertas <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

um buril cheio de expressão e nitidez. No fim da vida, abandonou<<strong>br</strong> />

a profissão para estabelecer-se <strong>com</strong>o <strong>com</strong>erciante de bebidas.<<strong>br</strong> />

Martin Treu<<strong>br</strong> />

Gravador a buril, de cuja vida nada se sabe, exceto ter trabalhado<<strong>br</strong> />

entre 1540 e 1543. Pertence ao grupo dos “Pequenos Mestres”<<strong>br</strong> />

da escola Alemã, tendo vivido provavelmente em Nuremberg.<<strong>br</strong> />

Ao que parece, estudou o estilo de Lucas van Leyden.<<strong>br</strong> />

lucas cranach, sênior [1472–1553]<<strong>br</strong> />

Jesus Cristo perante Caifas, s/d<<strong>br</strong> />

(da série “A paixão de Jesus Cristo”)<<strong>br</strong> />

xilogravura, 24,9 x 16,9 cm<<strong>br</strong> />

lucas cranach, sênior [1472–1553]<<strong>br</strong> />

Cristo na cruz (A crucificação). s/d<<strong>br</strong> />

[da série “A paixão de Jesus Cristo”)<<strong>br</strong> />

xilogravura, 25,9 x 18 cm


hans sebald beham [1500–1550]<<strong>br</strong> />

Mulher a<strong>com</strong>panhada da morte, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 7,6 x 5,1 cm<<strong>br</strong> />

página à direita<<strong>br</strong> />

martin treu [ativo em 1540–1543]<<strong>br</strong> />

A história do filho pródigo, 1541<<strong>br</strong> />

buril, 7,2 x 8,4 cm


virgil solis [1514–1562]<<strong>br</strong> />

O triunfo da música, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 5,8 x 23,2 cm<<strong>br</strong> />

Georg Pencz<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador nascido em Nuremberg por volta de 1500<<strong>br</strong> />

e falecido em Breslau em 1550. Depois de aprender pintura<<strong>br</strong> />

e gravura <strong>com</strong> Al<strong>br</strong>echt Dürer, seguiu para a Itália, a fim de<<strong>br</strong> />

estudar a o<strong>br</strong>a de Raphael. Gravou muitas estampas sob a<<strong>br</strong> />

direção de Raimondi, cuja maneira de trabalhar soube imitar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> suma fidelidade.<<strong>br</strong> />

Heinrich Aldegrever<<strong>br</strong> />

Ourives, pintor e gravador nascido em Paderborn por volta<<strong>br</strong> />

de 1500. Não se sabe ao certo a data de seu falecimento, ocorrido<<strong>br</strong> />

entre 1556 e 1561. Estudou pintura e gravura da escola de<<strong>br</strong> />

Al<strong>br</strong>echt Dürer. Era outro dos “Pequenos Mestres” do grupo<<strong>br</strong> />

de artista alemães e se tornou luterano. Como pintor, imitou<<strong>br</strong> />

a maneira do mestre. Nos últimos anos de vida, dedicouse<<strong>br</strong> />

inteiramente à gravura. Fez cerca de 290 gravuras, em sua<<strong>br</strong> />

maioria criações próprias. Aquelas diminutas, de desenho um<<strong>br</strong> />

tanto gótico, foram gravadas <strong>com</strong> um buril preciso e delicado.<<strong>br</strong> />

Realizou também diversas gravuras ornamentais, tendo seu<<strong>br</strong> />

estilo se aproximado tanto do de Al<strong>br</strong>echt Dürer, que algumas<<strong>br</strong> />

vezes era chamado de Albert de Westphalia.<<strong>br</strong> />

Virgil Solis<<strong>br</strong> />

Nascido em Nuremberg em 1514, foi desenhista, iluminador,<<strong>br</strong> />

pintor e gravador a buril e à água-forte. Fez parte do grupo<<strong>br</strong> />

dos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Sua maneira correta<<strong>br</strong> />

e delicada se aproxima da maneira de Hans Sebald Beham, e<<strong>br</strong> />

tanto suas estampas segundo Raphael, Lucas van Leyden<<strong>br</strong> />

e Aldegrever quanto suas criações próprias são hoje muito<<strong>br</strong> />

raras. Faleceu em sua cidade natal em 1562.<<strong>br</strong> />

georg pencz [c.1500–1550]<<strong>br</strong> />

A soberba, s/d<<strong>br</strong> />

[da série “Os sete pecados mortais”]<<strong>br</strong> />

buril, 8,2 x 5,2 cm


georg pencz [c.1500–1550]<<strong>br</strong> />

Marco Curcio, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 12,1 x 8,3 cm<<strong>br</strong> />

georg pencz [c.1500–1550]<<strong>br</strong> />

Virgínea, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 11, 9 x 7,5 cm<<strong>br</strong> />

georg pencz [c.1500–1550]<<strong>br</strong> />

O bom samaritano, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 7,7 x 11,4 cm


heinrich aldegrever [c.1501/1502–c. 1556/1561]<<strong>br</strong> />

O mestre de cerimônias, 1538<<strong>br</strong> />

[da série “Os grandes festejadores em bodas”]<<strong>br</strong> />

buril, 11,9 x 8,1 cm<<strong>br</strong> />

heinrich aldegrever [c.1501/1502–c. 1556/1561]<<strong>br</strong> />

Um casal dança, 1538<<strong>br</strong> />

[da série “Os grandes festejadores em bodas”]<<strong>br</strong> />

buril, 11,9 x 8,1 cm


Coleção Holandesa<<strong>br</strong> />

Lucas van Leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

Cornelis Cort [c.1533/1536–1578]<<strong>br</strong> />

Zacharias Dolendo [1561–c.1600]<<strong>br</strong> />

Jan Saenredam [c.1565/1570–1607]<<strong>br</strong> />

Jan Muller [1570–1625]<<strong>br</strong> />

Jacob Matham [1571–1631]<<strong>br</strong> />

Willem Jacobsz Delff [1580–1638]<<strong>br</strong> />

Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580]<<strong>br</strong> />

Hendrik Goltzius [1558–1617]<<strong>br</strong> />

Rem<strong>br</strong>andt Harmenszoon van Rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Lucas van Leyden<<strong>br</strong> />

Nascido em Leiden em 1494, foi pintor so<strong>br</strong>e vidro, a têmpera<<strong>br</strong> />

e a óleo, bem <strong>com</strong>o gravador a buril e à água-forte. Aos<<strong>br</strong> />

nove anos, já gravava, tendo aprendido a manejar o buril <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

um ourives e a gravura à água-forte <strong>com</strong> um armeiro. A<strong>br</strong>ia<<strong>br</strong> />

suas chapas <strong>com</strong> talho fino e delicado, que, portanto, não<<strong>br</strong> />

resistiam a muitas tiragens. Esmerado e perfeccionista, Lucas<<strong>br</strong> />

van Leyden inutilizava todas as chapas que apresentassem o<<strong>br</strong> />

mínimo defeito ou mancha, razão pela qual suas estampas são<<strong>br</strong> />

raríssimas. Gozava de grande reputação e Giorgio Vasari o<<strong>br</strong> />

considerava acima de Al<strong>br</strong>echt Dürer. Hoje, é universalmente<<strong>br</strong> />

considerado uma das maiores figuras da história das artes gráficas.<<strong>br</strong> />

Suas gravuras nos fornecem importantes registros dos<<strong>br</strong> />

hábitos e costumes dos Países Baixos, <strong>com</strong>o se pode atestar<<strong>br</strong> />

nas gravuras O dentista e Os músicos. Ainda em vida, suas o<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

alcançaram preços elevados, tornando-se, <strong>com</strong> o passar do<<strong>br</strong> />

tempo, cada vez mais caras. Nas xilogravuras, as chapas de<<strong>br</strong> />

madeiras eram desenhadas pelo artista, mas abertas por um<<strong>br</strong> />

hábil gravador. Morreu em 1533, aos 33 anos, em sua cidade<<strong>br</strong> />

natal.<<strong>br</strong> />

Cornelis Cort<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, nasceu em Horn, na Holanda,<<strong>br</strong> />

por volta de 1533. Já era tido <strong>com</strong>o um grande gravador<<strong>br</strong> />

quando, em Veneza, conheceu Ticiano, do qual gravou as mais<<strong>br</strong> />

belas o<strong>br</strong>as. Viveu em Roma, onde a<strong>br</strong>iu uma escola de gravuras,<<strong>br</strong> />

da qual saiu o céle<strong>br</strong>e Agostino Carracci. Suas gravuras<<strong>br</strong> />

desenvolvidas em Roma são muito apreciadas pela correção<<strong>br</strong> />

do desenho, a maneira espirituosa e o bom gosto <strong>com</strong> que<<strong>br</strong> />

foram abertas. Faleceu em Roma em 1578.<<strong>br</strong> />

lucas van leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

O dentista, 1523<<strong>br</strong> />

buril, 12,9 x 8,6 cm<<strong>br</strong> />

lucas van leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

Os músicos, 1524<<strong>br</strong> />

buril, 10,6 x 7,5 cm


lucas van leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

Jesus Cristo ultrajado no pretório, 1521<<strong>br</strong> />

buril, 12 x 8,4 cm<<strong>br</strong> />

lucas van leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

A flagelação, 1521<<strong>br</strong> />

buril, 12,2 x 8,4 cm<<strong>br</strong> />

lucas van leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

São Jerônimo, 1521<<strong>br</strong> />

buril, 10,1 x 14,5 cm


lucas van leyden [1494–1533]<<strong>br</strong> />

Retrato de um moço, 1519<<strong>br</strong> />

buril, 18,4 x 12,2 cm<<strong>br</strong> />

Lucas van Leyden realizava constantemente experiências<<strong>br</strong> />

para diferenciar superfícies e materiais. Nesta gravura,<<strong>br</strong> />

as longas linhas paralelas destacam belamente as vestes e<<strong>br</strong> />

o chapéu do jovem. A uniformidade do fundo aumenta<<strong>br</strong> />

a riqueza de seus trajes. Embora não haja nenhuma<<strong>br</strong> />

evidência direta, alguns <strong>com</strong>entaristas acreditam tratar-se<<strong>br</strong> />

de um autorretrato. Seu tema é, evidentemente, uma<<strong>br</strong> />

meditação so<strong>br</strong>e a morte. O jovem homem aponta para<<strong>br</strong> />

o crânio, um lem<strong>br</strong>ete da natureza transitória da vida.<<strong>br</strong> />

Suas vestes elegantes e seu chapéu sublinham também o<<strong>br</strong> />

tema vanitas: a alusão à insignificância da vida terrena<<strong>br</strong> />

e à efemeridade da vaidade.<<strong>br</strong> />

página à direita<<strong>br</strong> />

cornelis cort [c.1533/1536–1578]<<strong>br</strong> />

A fuga para o Egito, 1566<<strong>br</strong> />

buril, 28 x 19,9 cm<<strong>br</strong> />

73


jan saenredam [c.1565/1570–1607]<<strong>br</strong> />

Plutão e Proserpina, 1594<<strong>br</strong> />

água-forte, 32,4 x 21,5 cm<<strong>br</strong> />

Zacharias Dolendo<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril nascido em Leiden, em 1561. Foi<<strong>br</strong> />

discípulo de Jacob de Gheyn, cuja maneira imitou, burilando<<strong>br</strong> />

suas chapas <strong>com</strong> firmeza e propriedade de execução.<<strong>br</strong> />

Jan Saenredam<<strong>br</strong> />

Natural de Leiden, tornou-se desenhista, pintor e gravador<<strong>br</strong> />

a buril. Aprendeu pintura <strong>com</strong> Jacob de Gheyn e a arte de<<strong>br</strong> />

gravar <strong>com</strong> Hendrik Goltzius, a quem tomou <strong>com</strong>o modelo<<strong>br</strong> />

e imitou <strong>com</strong> tal perfeição, que algumas de suas gravuras<<strong>br</strong> />

podem ser confundidas <strong>com</strong> as de seu mestre. Gravou <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

buril firme, fácil e largo. Em suas <strong>com</strong>posições, o desenho é<<strong>br</strong> />

mais correto e menos amaneirado do que naquelas que a<strong>br</strong>iu<<strong>br</strong> />

segundo Goltzius e outros mestres.<<strong>br</strong> />

Jan Muller<<strong>br</strong> />

Gravador a buril, nasceu, segundo alguns, em Amsterdã. Pouco<<strong>br</strong> />

se sabe so<strong>br</strong>e a sua vida. Foi discípulo de Goltzius. Para<<strong>br</strong> />

Levêque, foi o gravador dotado de maior destreza no manejo<<strong>br</strong> />

do buril e aquele que empregou o menor número de talhos<<strong>br</strong> />

para representar objetos. Com imensa habilidade, o<strong>br</strong>iga o<<strong>br</strong> />

mesmo talho a servir-lhe de primeiro e de segundo para <strong>com</strong>por<<strong>br</strong> />

uma figura inteira. Raramente, faz um terceiro talho, e<<strong>br</strong> />

todos os seus planos, apesar da economia, são artisticamente<<strong>br</strong> />

variados no trabalho e no tom. Segundo Sprangers, era um<<strong>br</strong> />

exímio desenhista, porém amaneirado nas extremidades. Realizou<<strong>br</strong> />

88 gravuras.<<strong>br</strong> />

Carimbo da Real Biblioteca<<strong>br</strong> />

As gravuras da Real Biblioteca eram carimbadas<<strong>br</strong> />

no verso <strong>com</strong> o selo real.


willem jacobsz delff [1580–1638]<<strong>br</strong> />

Retrato de João Maurício, conde de Nassau, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 43,5 x 30,5 cm<<strong>br</strong> />

Jacob Matham<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, nasceu em Harlem em 1571.<<strong>br</strong> />

Hendrik Goltzius, seu padrasto, ensinou-lhe o desenho e a<<strong>br</strong> />

gravura, tornando-o um hábil artista. Passou alguns anos na<<strong>br</strong> />

Itália, a<strong>br</strong>indo muitas estampas de grandes pintores italianos.<<strong>br</strong> />

Manejava o buril <strong>com</strong> grande desembaraço. Faleceu em sua<<strong>br</strong> />

cidade natal, em 1631.<<strong>br</strong> />

Willem Jacobsz Delff<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador a buril nascido em 1580 em Delft, onde<<strong>br</strong> />

faleceu em 1638. Suas gravuras são desenhadas <strong>com</strong> correção e<<strong>br</strong> />

abertas <strong>com</strong> buril fácil, nítido e expressivo.<<strong>br</strong> />

Nicolas Ennes Visscher<<strong>br</strong> />

Desenhista, gravador à água-forte, editor e mercador de estampas,<<strong>br</strong> />

viveu em Amsterdã por volta de 1580. Produziu e<<strong>br</strong> />

executou, de forma magistral, várias águas-fortes de figuras,<<strong>br</strong> />

animais e vistas, bem <strong>com</strong>o diversos retratos.<<strong>br</strong> />

Hendrik Goltzius<<strong>br</strong> />

Pintor, desenhista e gravador a buril, nasceu em Mul<strong>br</strong>echt,<<strong>br</strong> />

no Ducado de Juliers, em 1558, falecendo em Harlem em 1617.<<strong>br</strong> />

Suas gravuras são corretamente desenhadas e gravadas a buril<<strong>br</strong> />

ora largo (em que os traços se recortam, formando ângulos),<<strong>br</strong> />

ora fino (em que o artista trabalha <strong>com</strong> traços finos e paralelos),<<strong>br</strong> />

à maneira de Dürer e de Lucas van Leyden. Levou a técnica<<strong>br</strong> />

do buril à perfeição, tendo formado discípulos notáveis,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam e Swanevelt,<<strong>br</strong> />

que se inspiraram em sua maneira de gravar.<<strong>br</strong> />

jan muller [1570–1625]<<strong>br</strong> />

O repouso no Egito, 1593<<strong>br</strong> />

buril, 23 x 20,2 cm


jacob matham [1571–1631]<<strong>br</strong> />

As estações do ano, Primavera, 1589<<strong>br</strong> />

buril, 25,5 cm (diâmetro)<<strong>br</strong> />

jacob matham [1571–1631]<<strong>br</strong> />

As estações do ano, Verão, s/d<<strong>br</strong> />

25,9 cm (diâmetro)


nicolas ennes visscher [ativo em c.1580]<<strong>br</strong> />

Um rapaz tirando passarinhos de um ninho, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 20,1 x 14,4 cm<<strong>br</strong> />

hendrik goltzius [1558–1617]<<strong>br</strong> />

A Sagrada Família, 1580<<strong>br</strong> />

[segundo Bartolomeu Spranger]<<strong>br</strong> />

buril, 28,2 x 21 cm


Rem<strong>br</strong>andt Harmenszoon van Rijn<<strong>br</strong> />

Nasceu em 15 de julho de 1606 em Leiden. Filho de um moleiro,<<strong>br</strong> />

é considerado o maior artista holandês, distinguindose<<strong>br</strong> />

não apenas na pintura, <strong>com</strong>o também no desenho e nas<<strong>br</strong> />

gravuras em água-forte. Foi <strong>com</strong>o retratista que consolidou<<strong>br</strong> />

sua fama e enriqueceu. Quando menino, frequentou a Escola<<strong>br</strong> />

Latina, tendo sido matriculado na Universidade de Leiden<<strong>br</strong> />

aos 14 anos de idade. Tornou-se aprendiz do pintor Jacob van<<strong>br</strong> />

Swanenburgh, <strong>com</strong> quem passou três anos. Depois de <strong>br</strong>eve,<<strong>br</strong> />

mas importante aprendizado de seis meses <strong>com</strong> Pieter Lastman,<<strong>br</strong> />

em Amesterdã, famoso pintor <strong>com</strong> quem Rem<strong>br</strong>andt<<strong>br</strong> />

aprendeu a técnica do claro-escuro, a<strong>br</strong>iu, <strong>com</strong> o colega Jan<<strong>br</strong> />

Lievens, estúdio em Leiden em 1624 ou 1625. Em 1627, passou<<strong>br</strong> />

a aceitar alunos. Mudou-se para Amsterdã em 1631, casandose<<strong>br</strong> />

três anos depois <strong>com</strong> Saskia van Uylenburgh, prima de um<<strong>br</strong> />

próspero negociante de arte.<<strong>br</strong> />

Em contraste <strong>com</strong> sua bem-sucedida carreira pública, a<<strong>br</strong> />

vida familiar de Rem<strong>br</strong>andt foi marcada pelo infortúnio. Entre<<strong>br</strong> />

1635 e 1641, Saskia deu à luz a quatro filhos, mas apenas o<<strong>br</strong> />

último, Titus, so<strong>br</strong>eviveu. Saskia faleceu em 1642 aos trinta<<strong>br</strong> />

anos. Hendrickje Stoffels, contratada <strong>com</strong>o empregada da<<strong>br</strong> />

casa, se tornaria esposa do artista e modelo para muitos dos<<strong>br</strong> />

seus quadros. Apesar do sucesso financeiro <strong>com</strong>o artista, professor<<strong>br</strong> />

e <strong>com</strong>erciante de arte, a propensão de Rem<strong>br</strong>andt para<<strong>br</strong> />

a vida ostentatória forçou-o a declarar falência em 1656. Sua<<strong>br</strong> />

vida pessoal continuou a ser marcada pela tristeza. Hendrickje<<strong>br</strong> />

morreu em 1663 e seu filho Tito em 1668, <strong>com</strong> apenas 27<<strong>br</strong> />

anos de idade. Onze meses depois, no dia 4 de outu<strong>br</strong>o de<<strong>br</strong> />

1669, Rem<strong>br</strong>andt morreu em Amsterdã, deixando uma tela<<strong>br</strong> />

inacabada e o modesto quarto onde vivia, <strong>com</strong>posto de uma<<strong>br</strong> />

cama simples, uma cadeira, um espelho e uma mesa.<<strong>br</strong> />

Rem<strong>br</strong>andt é considerado um dos grandes gênios da pintura<<strong>br</strong> />

do Barroco e um dos mais importantes gravadores de<<strong>br</strong> />

todos os tempos. Realizou aproximadamente 290 gravuras,<<strong>br</strong> />

em que se destacam o domínio técnico da água-forte, a originalidade,<<strong>br</strong> />

o experimentalismo e a expressividade que lhe caracterizam.<<strong>br</strong> />

Nas gravuras, evidencia-se um estilo espontâneo e<<strong>br</strong> />

livre, no qual se observa a utilização de traços fluidos em seus<<strong>br</strong> />

motivos, que se assemelham a esboços. O artista é o grande<<strong>br</strong> />

mestre do chiaroscuro e criou em muitas de suas gravuras efeitos<<strong>br</strong> />

dramáticos de luz e som<strong>br</strong>a. Em seu experimentalismo, vê-se<<strong>br</strong> />

que modificou e retrabalhou as matrizes <strong>com</strong> a intenção de<<strong>br</strong> />

obter a riqueza de efeitos que desejava.<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

O triunfo de Mardoqueu, c. 1641<<strong>br</strong> />

água-forte e ponta-seca, 17,5 x 21,5 cm


em<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

A leitora, 1634<<strong>br</strong> />

água-forte, 13,1 x 10,9 cm<<strong>br</strong> />

página à esquerda<<strong>br</strong> />

A anunciação aos pastores, 1634<<strong>br</strong> />

água-forte, buril e ponta-seca 26,1 x 22 cm<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Autorretrato <strong>com</strong> Saskia, 1636<<strong>br</strong> />

água-forte, 10,5 x 9 cm


em<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Autorretrato <strong>com</strong> boné puxado para a frente, 1629–33<<strong>br</strong> />

água-forte, 5 x 5 cm<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

O camponês e sua família, c.1652<<strong>br</strong> />

água-forte, 10,8 x 9,2 cm<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Homem velho <strong>com</strong> barba longa e manga da camisa <strong>br</strong>anca, 1628–33<<strong>br</strong> />

água-forte, 7,5 x 6,4 cm<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Mãe de Rem<strong>br</strong>andt: busto, de três quartos para a direita, 1628<<strong>br</strong> />

água-forte e ponta-seca, 6,5 x 6,3 cm


em<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Três cabeças de mulheres, uma dormindo, 1637<<strong>br</strong> />

água-forte, 16 x 11 cm<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

Autorretrato <strong>com</strong> boina e cachecol, 1633<<strong>br</strong> />

água-forte, 13,7 x 10,7 cm<<strong>br</strong> />

rem<strong>br</strong>andt hermenszoon<<strong>br</strong> />

van rijn [1606–1669]<<strong>br</strong> />

O ministro Jan Cornelis Sylvius, 1633<<strong>br</strong> />

água-forte, 15,5 x 14,2 cm


Coleção Flamenga<<strong>br</strong> />

Jacob Bos [1549–1567]<<strong>br</strong> />

Ioan Sadeler [1550–1600]<<strong>br</strong> />

Raphael Sadeler, o Velho [1560/1561–1628/1632]<<strong>br</strong> />

Cornelius Galle, Sênior [1570/1576–1641/1650]<<strong>br</strong> />

Egidius Sadeler [1570–1629]<<strong>br</strong> />

Raphael Sadeler, o Jovem [1584–1632]<<strong>br</strong> />

Antoon Van Dyck [1599–1641]<<strong>br</strong> />

Paulus Pontius [1603–1658]<<strong>br</strong> />

Peter de Jode, Junior [1604–1674]<<strong>br</strong> />

Jacob Bos<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, pouco se conhece so<strong>br</strong>e a sua<<strong>br</strong> />

vida. Sabe-se que trabalhou basicamente para Lafréri e outros<<strong>br</strong> />

editores em Roma, tendo provavelmente aprendido a gravar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> algum aluno de Raimondi.<<strong>br</strong> />

Ioan Sadeler (ou Johann, ou Jean, Jans ou Hans)<<strong>br</strong> />

Nascido em Bruxelas numa céle<strong>br</strong>e família de gravadores,<<strong>br</strong> />

morreu provavelmente em Veneza em 1600. Desenhista e gravador<<strong>br</strong> />

a buril desde os vinte anos de idade, percorreu muitas<<strong>br</strong> />

cidades da Europa para aprimorar a sua arte. Sua maneira de<<strong>br</strong> />

gravar não foi sempre a mesma, tendo passado a usar um buril<<strong>br</strong> />

mais largo depois de viagem à Itália. Interessava-se por temas<<strong>br</strong> />

históricos, retratos e paisagens.<<strong>br</strong> />

Raphael Sadeler, o Velho ou Sênior<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, nasceu por volta de 1560 em<<strong>br</strong> />

Bruxelas e morreu entre 1628 e 1632. Teve <strong>com</strong>o mestre e colaborador<<strong>br</strong> />

seu irmão Ioan Sadeler. Representava muito bem o<<strong>br</strong> />

corpo humano, cujas extremidades figurava <strong>com</strong> muito cuidado<<strong>br</strong> />

e precisão. Suas boas gravuras são buriladas <strong>com</strong> nitidez<<strong>br</strong> />

e sem dureza. Gravou muito segundo pinturas dos mestres<<strong>br</strong> />

alemães.<<strong>br</strong> />

Cornelius Galle, Sênior ou Elder<<strong>br</strong> />

Desenhista, gravador a buril e mercador de estampas, nasceu<<strong>br</strong> />

na Antuérpia por volta de 1570, morrendo na mesma cidade<<strong>br</strong> />

em aproximadamente 1641. Após aprender a gravar <strong>com</strong> seu<<strong>br</strong> />

pai, Philippe Galle, aprimorou seus conhecimentos em Roma,<<strong>br</strong> />

jacob bos [1549–1567]<<strong>br</strong> />

A velha <strong>com</strong> pretensão à mocidade, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Sofonisba Anguissola]<<strong>br</strong> />

água-forte, 33,7 x 42,2 cm


ioan sadeler [1550–1600]<<strong>br</strong> />

A adoração dos pastores, 1599<<strong>br</strong> />

[segundo Jacob da Ponte, dito Bassano, o Velho]<<strong>br</strong> />

buril, 21,9 x 29,7 cm<<strong>br</strong> />

ioan sadeler [1550–1600]<<strong>br</strong> />

O opulento guloso à mesa e o mendigo Lázaro, c. 1598<<strong>br</strong> />

(da série “As cenas de cozinha”)<<strong>br</strong> />

[segundo Jacob da Ponte, dito Bassano, o Velho]<<strong>br</strong> />

buril, 23,3 x 30 cm


aphael sadeler, o velho ou sênior [1560/1561–1628/1632]<<strong>br</strong> />

Amor, 1591<<strong>br</strong> />

(da série “As quatro idades do homem”)<<strong>br</strong> />

buril, 26,4 x 32,6 cm<<strong>br</strong> />

raphael sadeler, o velho ou sênior [1560/1561–1628/1632]<<strong>br</strong> />

Honor, 1591<<strong>br</strong> />

(da série “As quatro idades do homem”)<<strong>br</strong> />

buril, 22,2 x 25,5 cm<<strong>br</strong> />

página à direita<<strong>br</strong> />

Labor, 1591<<strong>br</strong> />

(da série “As quatro idades do homem”)<<strong>br</strong> />

buril, 22,4 x 25,5 cm


aphael sadeler, o velho ou sênior [1560/1561–1628/1632]<<strong>br</strong> />

Jesus Cristo na casa das irmãs Martha e Maria, 1584<<strong>br</strong> />

[segundo Martin de Vos]<<strong>br</strong> />

buril, 23,1 x 31 cm<<strong>br</strong> />

cornelius galle, sênior ou elder [1570/1576–1641/1650]<<strong>br</strong> />

[Obt] [emut] ecce Jesulus, formosus ille Jesulus, Diléctus ille Jesulus, <strong>com</strong>pescito labellula [O repouso no Egito], 1630-1650<<strong>br</strong> />

[segundo Peter Paul Rubens]<<strong>br</strong> />

buril, 32,8 x 42,9 cm


cornelius galle, sênior ou elder<<strong>br</strong> />

[1570/1576–1641/1650]<<strong>br</strong> />

S. Philippi Nerii vera effigies<<strong>br</strong> />

segundo Peter Paul Rubens, 1591-1650<<strong>br</strong> />

buril, 48,1 x 36,6 cm<<strong>br</strong> />

notando-se mudanças em seu estilo. Até então, havia certa<<strong>br</strong> />

dureza em seu modo de gravar; depois, o desenho se tornou<<strong>br</strong> />

correto e o buril passou a ser manejado <strong>com</strong> liberdade e bom<<strong>br</strong> />

gosto.<<strong>br</strong> />

Egidius Sadeler ou Aegidius, Egidius e Gillis<<strong>br</strong> />

Pintor, desenhista e gravador a buril e à ponta-seca. Nasceu<<strong>br</strong> />

na Antuérpia em 1570 e morreu em Praga em 1629. So<strong>br</strong>inho<<strong>br</strong> />

de Ioan e Raphael Sadeler, Sênior, que foram seus mestres.<<strong>br</strong> />

Em geral, seu desenho é correto, tendo gravado segundo <strong>com</strong>posições<<strong>br</strong> />

próprias e de outros mestres, <strong>com</strong> buril ora fino, à maneira<<strong>br</strong> />

de Dürer, ora largo, à maneira de Goltzius e Jan Muller.<<strong>br</strong> />

Seus retratos são muito afamados.<<strong>br</strong> />

Raphael Sadeler, o Jovem<<strong>br</strong> />

Nasceu na Antuérpia em 1584. Filho de Raphael Sadeler,<<strong>br</strong> />

Sênior, foi treinado <strong>com</strong>o gravador por seu pai, tendo trabalhado<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> ele em Munique entre 1604 e 1632, quando veio a<<strong>br</strong> />

falecer.<<strong>br</strong> />

Antoon Van Dyck<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido na Antuérpia<<strong>br</strong> />

em 1599. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a escola do<<strong>br</strong> />

pintor Henrique van Balen. Em 1615, entrou para a oficina de<<strong>br</strong> />

Rubens, na qual trabalhou por três anos, ajudando o mestre<<strong>br</strong> />

a terminar suas o<strong>br</strong>as e realizando cópias de seus quadros.<<strong>br</strong> />

Foi reconhecido mestre da confraria de S. Lucas. Em 1626,<<strong>br</strong> />

seguiu para a Itália, onde visitou Veneza, Gênova, Roma, Florença<<strong>br</strong> />

e Palermo. Estudou as o<strong>br</strong>as de Giorgione, de Paulo<<strong>br</strong> />

egidius sadeler [1570–1629]<<strong>br</strong> />

“Divo Matthiae Caes August Ac Germania, Hungar, Bohem: Dal Mat:<<strong>br</strong> />

Croat: Sclavon: Etc: Regl. Archiduci Austriae, Duci Bur Gundiae: etc, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Tyrol: etc. ppp.fe:” [Retrato de Matthias Imperador], 1614<<strong>br</strong> />

buril, 66,6 x .41,6 cm


aphael sadeler, o jovem [1584–1632]<<strong>br</strong> />

O julgamento de Páris, 1589<<strong>br</strong> />

[segundo Hans von Aachen]<<strong>br</strong> />

buril, 32 x 41,5 cm<<strong>br</strong> />

antoon van dyck<<strong>br</strong> />

[1599–1641]<<strong>br</strong> />

Ticiano e sua amante, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 30 x 22,6 cm


peter de jode, junior [1603–1674]<<strong>br</strong> />

Henricvs Liberti: Groeningensis Cathed. Organista<<strong>br</strong> />

[Retrato de Henrique Liberti], 1640–1650<<strong>br</strong> />

[segundo Antoon Van Dyck]<<strong>br</strong> />

buril, 26,5 x 19,7 cm<<strong>br</strong> />

Veronense e de Ticiano. Em todas as cidades onde esteve, pintou<<strong>br</strong> />

quadros e retratos. Viveu e trabalhou predominantemente<<strong>br</strong> />

na Antuérpia, onde concebeu o projeto de pintar retratos dos<<strong>br</strong> />

personagens ilustres de seu tempo. Doze chapas dessa coleção,<<strong>br</strong> />

dita Cem retratos, foram aberta pelo artista e as demais pelos<<strong>br</strong> />

mais céle<strong>br</strong>es gravadores flamengos de então. Em 1632, mudou-se<<strong>br</strong> />

para a Inglaterra, onde pintou diversos retratos do rei,<<strong>br</strong> />

da Família Real e de mem<strong>br</strong>os da corte. Faleceu em Blackfrias<<strong>br</strong> />

em 1641. Nenhum artista o excedeu no gênero do retrato.<<strong>br</strong> />

Paulus Pontius<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, nasceu na Antuérpia em 1603.<<strong>br</strong> />

Rubens dedicava-lhe particular amizade e <strong>com</strong>prazia-se em<<strong>br</strong> />

dirigir-lhe o buril, fazendo-o gravar sob sua inspeção. Assim,<<strong>br</strong> />

o desenho e a expressão de suas figuras e caracteres é correto,<<strong>br</strong> />

sua execução do claro-escuro, bela, e seu buril, perfeito. Seus<<strong>br</strong> />

retratos são admirados pela expressão que soube empregar<<strong>br</strong> />

nas cabeças. Faleceu em 1658.<<strong>br</strong> />

Peter de Jode, Junior<<strong>br</strong> />

Nascido na Antuérpia em 1604, aprendeu a gravar <strong>com</strong> seu<<strong>br</strong> />

pai. Em muitas de suas estampas, igualou-se aos melhores gravadores<<strong>br</strong> />

de seu tempo. As gravuras que realizou para a coleção<<strong>br</strong> />

dos Cem retratos, de Antoon Van Dyck, são irrepreensíveis. Faleceu<<strong>br</strong> />

em 1674.<<strong>br</strong> />

paulus pontius [1603–1658]<<strong>br</strong> />

Aubertus Miraeus Bruxellensis...<<strong>br</strong> />

[Retrato de Alberto Miraeus], 1630–1640<<strong>br</strong> />

[segundo Antoon Van Dyck]<<strong>br</strong> />

buril, 24,1 X 16,7 cm


Coleção Francesa<<strong>br</strong> />

Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544]<<strong>br</strong> />

François Perrier [1590–1650]<<strong>br</strong> />

Jacques Callot [1592–1635]<<strong>br</strong> />

Claude Mellan [1598–1688]<<strong>br</strong> />

Egidio Rousselet [1614–1686]<<strong>br</strong> />

Gérard Audran [1630–1703]<<strong>br</strong> />

Etienne Picart, dito o Romano [1631–1721]<<strong>br</strong> />

Gérard Edelinck [1640–1707]<<strong>br</strong> />

Petrus Drevet [1663–1738]<<strong>br</strong> />

Charles Dupuis [1685–1742]<<strong>br</strong> />

Henri Simon Thomassin [1687–1741]<<strong>br</strong> />

Nöel Garnier<<strong>br</strong> />

Ourives e gravador viveu no fim do século xv (c, 1470–5) até<<strong>br</strong> />

meados do século xvi (1544). É considerado um dos mais antigos<<strong>br</strong> />

gravadores franceses e suas gravuras são raríssimas. São<<strong>br</strong> />

executadas em um estilo arcaico.<<strong>br</strong> />

François Perrier<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à água-forte, filho de ourives, nasceu em<<strong>br</strong> />

Macon em 1590. Sua o<strong>br</strong>a gravada <strong>com</strong>preende 95 estampas<<strong>br</strong> />

executadas <strong>com</strong> ponta espirituosa e ligeira, ao gosto de Michel<<strong>br</strong> />

Dorigny. Foi um dos fundadores e professor da Academia de<<strong>br</strong> />

Pintura e Escultura de Paris, bem <strong>com</strong>o mestre do céle<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

Charles Le Brun. Faleceu em Paris em 1650.<<strong>br</strong> />

françois perrier [1590–1650]<<strong>br</strong> />

Minerva: cena de batalha, 1645<<strong>br</strong> />

[In: Icones et segmenta illustrium e marmore tabularum quae Romae...]<<strong>br</strong> />

[segundo Sofonisba Anguissola]<<strong>br</strong> />

água-forte, 25,3 x 38 cm


nöel garnier [c.1470/1475–post.1544]<<strong>br</strong> />

Apolo dançando <strong>com</strong> as musas, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 5,4 x 16 cm<<strong>br</strong> />

nöel garnier [c.1470/1475–post.1544]<<strong>br</strong> />

Diana, s/d<<strong>br</strong> />

[As divindades dos 7 planetas]<<strong>br</strong> />

buril, 8,4 x 5 cm<<strong>br</strong> />

nöel garnier [c.1470/1475–post.1544]<<strong>br</strong> />

Júpiter, s/d<<strong>br</strong> />

[As divindades dos 7 planetas]<<strong>br</strong> />

buril, 8,4 x 5 cm<<strong>br</strong> />

nöel garnier [c.1470/1475–post.1544]<<strong>br</strong> />

Vênus, s/d<<strong>br</strong> />

[As divindades dos 7 planetas]<<strong>br</strong> />

buril, 8,4 x 5 cm


Jacques Callot<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril e água-forte, nasceu em 1592 e<<strong>br</strong> />

morreu em 1635 em Nancy, região da Lorena, agora França.<<strong>br</strong> />

Filho de um mestre de cerimônias da corte do duque, fugiu<<strong>br</strong> />

duas vezes para a Itália aos 12 anos de idade para estudar<<strong>br</strong> />

desenho. Seus pais, vendo que não teriam <strong>com</strong>o segurá-lo,<<strong>br</strong> />

permitiram então que fosse estudar gravura em Roma <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Philippe Thomassin, <strong>com</strong> quem aprendeu a gravar <strong>com</strong> o buril.<<strong>br</strong> />

Também estudou <strong>com</strong> Antonio Tempesta, que lhe ensinou<<strong>br</strong> />

a técnica da água-forte em Florença, onde viveu de 1612 a 1621.<<strong>br</strong> />

Tornou-se um mestre independente e trabalhou para a corte<<strong>br</strong> />

dos Médici. Voltou para Nancy, onde viveu o resto de sua<<strong>br</strong> />

vida, visitando apenas Paris e a Holanda. São conhecidos mais<<strong>br</strong> />

de 2 mil desenhos e estudos preparatórios para suas impressões.<<strong>br</strong> />

Suas gravuras, sempre em pequenos formatos e grandes<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>posições, chegam a 1.405 peças atribuidas por Le Blanc, e<<strong>br</strong> />

foram amplamente distribuídas pela Europa. Rem<strong>br</strong>andt era<<strong>br</strong> />

um de seus colecionadores.<<strong>br</strong> />

As 18 gravuras à água-forte numeradas da série Les misères et<<strong>br</strong> />

les mal-heures de la guerre, realizadas em 1633, são um exemplo das<<strong>br</strong> />

inovações técnicas que Callot realizou no universo da impressões.<<strong>br</strong> />

Ele desenvolveu um instrumento conhecido <strong>com</strong>o échopper,<<strong>br</strong> />

ferramenta <strong>com</strong> uma ponta de agulha em seção oval inclinada,<<strong>br</strong> />

que o permitia criar linhas mais variadas e espessas, conforme<<strong>br</strong> />

a usasse em vários ângulos. Além disso, desco<strong>br</strong>iu um verniz<<strong>br</strong> />

mais duro que a fórmula à base de cera, ampliando o uso da<<strong>br</strong> />

água-forte. Com isso, as linhas puderam ser mais profundamente<<strong>br</strong> />

mordidas pelos ácidos, prolongando a vida da chapa<<strong>br</strong> />

na impressão. O verniz mais duro evitava também o risco de<<strong>br</strong> />

os ácidos escorrerem pela chapa, marcando-a indevidamente<<strong>br</strong> />

para além do desenho a ser impresso. Depois disso, os águafortistas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçaram a realizar trabalhos mais minuciosos e<<strong>br</strong> />

delicados, cuja execução demorava mais tempo, sem medo de<<strong>br</strong> />

perder o trabalho.<<strong>br</strong> />

Callot usou também, extensiva e sofisticadamente, múltiplos<<strong>br</strong> />

“stoppings-out”, técnica em que se deixa o ácido morder<<strong>br</strong> />

levemente toda a chapa, interrompendo-se em seguida sua<<strong>br</strong> />

ação nas partes em que se deseja manter luz e som<strong>br</strong>a, cobertas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> terra antes de a placa ser novamente banhada no ácido.<<strong>br</strong> />

Por meio do controle cuidadoso desse processo, Callot alcançou<<strong>br</strong> />

um grau de sutileza inédito na variedade de tons da linha,<<strong>br</strong> />

criando efeitos atmosféricos de distância, luz e som<strong>br</strong>a. Para<<strong>br</strong> />

acentuar a profundidade de suas gravuras, os elementos que<<strong>br</strong> />

estão em primeiro plano são executados <strong>com</strong> linhas mais espessas<<strong>br</strong> />

e, consequentemente, a impressão das mesmas se torna<<strong>br</strong> />

mais escura; à medida que os elementos se distanciam, diminuem<<strong>br</strong> />

de escala e a linha se torna mais leve e luminosa.<<strong>br</strong> />

jacques callot [1592–1635]<<strong>br</strong> />

Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633<<strong>br</strong> />

água-forte, 10 x 20 cm<<strong>br</strong> />

Frontispício


jacques callot [1592–1635]<<strong>br</strong> />

Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633<<strong>br</strong> />

água-forte, 10 x 20 cm<<strong>br</strong> />

O alistamento da tropa [pr. 2]<<strong>br</strong> />

A batalha [pr. 3]<<strong>br</strong> />

O saque [pr. 5]<<strong>br</strong> />

O suplício da Polé [pr. 10]<<strong>br</strong> />

O suplício da forca [pr. 11]<<strong>br</strong> />

A fogueira [pr. 13]


jacques callot [1592–1635]<<strong>br</strong> />

Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633<<strong>br</strong> />

água-forte, 10 x 20 cm<<strong>br</strong> />

Saque e incêncio de uma aldeia [pr. 7]<<strong>br</strong> />

página à direita<<strong>br</strong> />

O suplício da roda [pr. 14]<<strong>br</strong> />

A distribuição da roda [pr. 18]


claude mellan [1598–1688]<<strong>br</strong> />

A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649<<strong>br</strong> />

buril, 43 x 31,4 cm<<strong>br</strong> />

A Santa Verônica é muito afamada pela maneira singular <strong>com</strong> que foi executada<<strong>br</strong> />

num só talho gigante e circular, que <strong>com</strong>eça na ponta do nariz de Jesus Cristo.<<strong>br</strong> />

Claude Mellan<<strong>br</strong> />

Desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido<<strong>br</strong> />

em Abbeville em 1598. Os contornos de suas gravuras são<<strong>br</strong> />

puros e seu traço, fluente. Em suas primeiras gravuras, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

todo gravador, utilizava-se do talho cruzado; depois, veio a<<strong>br</strong> />

usar talhos ora largos, ora finos, dependendo do tom que desejava<<strong>br</strong> />

dar aos motivos que gravava. Luís xiv concedeu ao artista<<strong>br</strong> />

pensão e alojamento no Louvre. Suas gravuras chegam a 336.<<strong>br</strong> />

Faleceu em Paris em 1688.<<strong>br</strong> />

Egidio Rousselet<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, nasceu em Paris em 1614 e morreu,<<strong>br</strong> />

cego, na mesma cidade em 1686. Sua o<strong>br</strong>a <strong>com</strong>o gravador<<strong>br</strong> />

é <strong>com</strong>posta de 334 gravuras, e sua maneira de gravar se assemelha<<strong>br</strong> />

à de Cornélio Bloemaert, porém seus traços são mais<<strong>br</strong> />

largos e mais variados, e sua execução tem mais calor.<<strong>br</strong> />

Gérard Audran<<strong>br</strong> />

A céle<strong>br</strong>e família Audran contou em seu seio <strong>com</strong> numerosos<<strong>br</strong> />

artistas, principalmente gravadores que floresceram nos séculos<<strong>br</strong> />

xvii e xviii. Gérand, o mais importante deles, foi desenhista,<<strong>br</strong> />

gravador a buril e à água-forte, e editor de estampas. Nasceu<<strong>br</strong> />

em Lyon em 1630. Seu talento e sua assiduidade no estudo da<<strong>br</strong> />

gravura, principalmente <strong>com</strong> Charles Le Brun, fizeram dele<<strong>br</strong> />

um desenhista corretíssimo e o mais notável gravador da história<<strong>br</strong> />

da escola francesa. Os processos que empregou diferem<<strong>br</strong> />

dos até então usados; suas gravuras, à exceção de poucas gravadas<<strong>br</strong> />

apenas <strong>com</strong> buril, são trabalhadas à água-forte e a buril,<<strong>br</strong> />

servindo-lhe esta ferramenta apenas para aperfeiçoar o que a<<strong>br</strong> />

ponta não tinha conseguido exprimir <strong>com</strong> nitidez.<<strong>br</strong> />

egidio rousselet [1614–1686]<<strong>br</strong> />

São Miguel vitorioso do demônio,<<strong>br</strong> />

dito o Grande S. Miguel do Louvre, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Raphael Sanzio]<<strong>br</strong> />

buril, 46,6 x 25,5 cm<<strong>br</strong> />

gérard audran [1630–1703]<<strong>br</strong> />

Aenée sauvant son pére de lém<strong>br</strong>azement de Troye, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Domingos Zampieri, dito o Domenichino]<<strong>br</strong> />

buril, 53 x 39 cm


étienne picard [1631–1721]<<strong>br</strong> />

Santa Cecília cantando os louvores de Deus, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Domingos Zampieri, dito o Domenichino]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 46,5 x 29 cm<<strong>br</strong> />

Etienne Picart, dito o Romano<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nascido em Paris<<strong>br</strong> />

em 1631. Foi gravador do Rei, tendo, em 1664, ingressado<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o professor na Real Academia de Pintura, Escultura e<<strong>br</strong> />

Gravura de Paris. Gravou para coleção Le Cabinet du Roi, bem<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o pinturas de muitos mestres italianos e franceses, e retratos<<strong>br</strong> />

segundo desenhos próprios.<<strong>br</strong> />

Gérard Edelinck<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador a buril, foi o mais importante artista<<strong>br</strong> />

de uma família de gravadores de origem flamenga. Nasceu na<<strong>br</strong> />

Antuérpia em 1640 e faleceu em Paris em 1707. Discípulo de<<strong>br</strong> />

Cornelius Galle, em 1665 se mudou, a convite de Colbert, para<<strong>br</strong> />

Paris, onde viveu o restante de sua vida. Mem<strong>br</strong>o da Academia<<strong>br</strong> />

Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris, realizou 339<<strong>br</strong> />

gravuras. Seu trabalho é desembaraçado e precioso, <strong>com</strong> um<<strong>br</strong> />

buril apurado. Há calor em todas as suas o<strong>br</strong>as.<<strong>br</strong> />

Petrus Drevet<<strong>br</strong> />

Gravador a buril e editor de estampas, nasceu em Loire em<<strong>br</strong> />

1663, falecendo em Paris em 1738. Aprendeu e trabalhou na oficina<<strong>br</strong> />

de Gérard Audran. Mem<strong>br</strong>o da Academia Real de Pintura,<<strong>br</strong> />

Escultura e Gravura de Paris, foi nomeado gravador do Rei<<strong>br</strong> />

em 1696. A partir de sua relação direta <strong>com</strong> o grande pintor<<strong>br</strong> />

retratista Hyacinthe Rigaud, dedicou-se preferencialmente à<<strong>br</strong> />

gravura de retratos, sendo o retrato desse artista considerado<<strong>br</strong> />

uma de suas grandes o<strong>br</strong>as. Drevet tinha profunda ciência do<<strong>br</strong> />

desenho e se notabilizou pela pureza no uso do buril, a energia<<strong>br</strong> />

do traço, a perfeição dos mais minuciosos pormenores e a<<strong>br</strong> />

harmoniosa gradação de tons, que substituem de<<strong>br</strong> />

étienne picard [1631–1721]<<strong>br</strong> />

La Vertu Heroique victorieuse des vices..., 1672<<strong>br</strong> />

[segundo Le Corrège]<<strong>br</strong> />

buril, 53 x 39,4 cm


gérard edelinck [1640–1707]<<strong>br</strong> />

Albert Dürer Gur, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 31,2 x 20 cm<<strong>br</strong> />

gérard edelinck [1640–1707]<<strong>br</strong> />

Titien, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 31,3 x 20,5 cm<<strong>br</strong> />

gérard edelinck [1640–1707]<<strong>br</strong> />

Martinus Vanden Baugart..., s/d<<strong>br</strong> />

(segundo Hyacinthe Rigaud)<<strong>br</strong> />

buril, 62 x 45,2 cm


petrus drevet [1663–1738]<<strong>br</strong> />

Hyacinthus Rigaud Eques in Regis..., 1701<<strong>br</strong> />

[segundo Hyacinthe Rigaud]<<strong>br</strong> />

água-forte, 62,1 x 45,5 cm<<strong>br</strong> />

algum modo a cor, a ponto de suas interpretações da pintura<<strong>br</strong> />

serem praticamente inigualáveis. Conhecem-se 125 gravuras de<<strong>br</strong> />

sua autoria.<<strong>br</strong> />

Charles Dupuis<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Paris<<strong>br</strong> />

em 1685. A maioria de suas gravuras foi realizada à água-forte<<strong>br</strong> />

e acabada a buril. Profundo conhecedor da arte, gravou <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

muito gosto à sua maneira larga. Seu toque é magistral. Mem<strong>br</strong>o<<strong>br</strong> />

da Academia Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris,<<strong>br</strong> />

faleceu em 1742.<<strong>br</strong> />

Henri Simon Thomassin<<strong>br</strong> />

Nasceu em Paris em 1688 e faleceu na mesma cidade em 1741.<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador à água-forte e a buril, foi gravador do<<strong>br</strong> />

Rei e teve alojamento no Louvre. Pertenceu à Academia Real<<strong>br</strong> />

de Pintura, Escultura e Gravura de Paris. Sua maneira de gravar<<strong>br</strong> />

era livre e pitoresca.<<strong>br</strong> />

henri simon thomassin [1687–1741]<<strong>br</strong> />

Coquetes, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Watteau]<<strong>br</strong> />

buril e água-forte, 23 x 24 cm


charles dupuis [1685–1742]<<strong>br</strong> />

Leçon d’Amour – Amoris Documentum, 1734<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Watteau]<<strong>br</strong> />

água-forte, 44,4 x 60,5 cm


Coleção Inglesa<<strong>br</strong> />

William Hogarth [1697–1764]<<strong>br</strong> />

Peter Simon [c.1750–1810]<<strong>br</strong> />

Samuel Middiman [1750–1831]<<strong>br</strong> />

Benjamin Smith [1754–1833]<<strong>br</strong> />

John Ogborne [1755–1837]<<strong>br</strong> />

Robert Thew [1758–1802]<<strong>br</strong> />

Charles Gauthier Playter [c.1786–1809]<<strong>br</strong> />

william hogarth [1697–1764]<<strong>br</strong> />

The Bench, 1758<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 30,3 x 20,9 cm<<strong>br</strong> />

William Hogarth<<strong>br</strong> />

Hogarth desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte,<<strong>br</strong> />

nasceu em Londres em 1697. Aprendeu o ofício de ourives<<strong>br</strong> />

e logo entrou para a Academia de St. Martin’s Lane, a fim<<strong>br</strong> />

de estudar desenho ao natural. No início de sua carreira,<<strong>br</strong> />

ganhava o estritamente necessário para viver, a<strong>br</strong>indo em<<strong>br</strong> />

metal <strong>br</strong>asões e endereços para as chapas das portas dos<<strong>br</strong> />

negociantes, e desenhando e gravando cartuchos e rótulos.<<strong>br</strong> />

Depois, passou a gravar para livreiros, segundo os próprios<<strong>br</strong> />

desenhos. Frequentou a oficina de pintura de Jacob Thornill,<<strong>br</strong> />

pintor do Rei, a quem criticava pela maneira de pintar.<<strong>br</strong> />

Acabou por casar-se clandestinamente <strong>com</strong> a filha de seu<<strong>br</strong> />

mestre em 1730. A esse tempo, dedicava-se à pintura de retratos.<<strong>br</strong> />

Reproduzia na tela os seus modelos <strong>com</strong> absoluto<<strong>br</strong> />

rigor, sem omitir, nem corrigir nenhum detalhe do aspecto<<strong>br</strong> />

de seus retratados, o que o fez perder clientela. Em suas próprias<<strong>br</strong> />

palavras: “Estou resolvido a <strong>com</strong>por <strong>com</strong>édias na tela,<<strong>br</strong> />

a pintar não assuntos clássicos, mas retratos burgueses; não<<strong>br</strong> />

pintarei mais heróis imaginários. Serei útil”. Em nenhum<<strong>br</strong> />

outro país, a caricatura teve tanta liberdade, e Hogarth<<strong>br</strong> />

é tipicamente inglês na natureza didática de suas sátiras.<<strong>br</strong> />

Dedicou-se a retratar os defeitos e vícios do seu tempo: tudo<<strong>br</strong> />

o que lhe parecia ridículo ou repreensível foi assunto de suas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>posições. Realizou 260 gravuras, algumas inteiramente<<strong>br</strong> />

gravadas por ele e outras trabalhadas em conjunto <strong>com</strong> outros<<strong>br</strong> />

artistas sob sua direção. Faleceu aos 67 anos na vila de<<strong>br</strong> />

Chiswick, perto de Londres.<<strong>br</strong> />

Mesmo Hogarth não tendo sido um exímio técnico<<strong>br</strong> />

na arte de gravar, permanece único e especial no que concerne<<strong>br</strong> />

ao grande espírito crítico em suas sátiras de cunho<<strong>br</strong> />

político-social e de crítica aos costumes, <strong>com</strong>o podemos<<strong>br</strong> />

observar na gravura à água-forte e a buril The Brench: quatro<<strong>br</strong> />

figuras caricaturadas e burlescas, a meio-corpo, sentadas,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> as clássicas cabeleiras dos juízes ingleses, vestidas de<<strong>br</strong> />

toga de magistrado e presidindo a sessão do tribunal, à<<strong>br</strong> />

qual, <strong>com</strong>o se vê, não prestam a menor atenção. São eles:<<strong>br</strong> />

Sir John Willes, Lord Chief Justice; Hon. Wn. Noel; Hon.<<strong>br</strong> />

Mr. Bathurst; e Sir Edward Clive. Já na gravura a buril<<strong>br</strong> />

Southwark Fair, Hogarth nos mostra os tipos de entretenimento<<strong>br</strong> />

que eram oferecidos para “pessoas de todas as distinções<<strong>br</strong> />

e ambos os sexos”.


william hogarth [1697–1764]<<strong>br</strong> />

Southwark Fair, 1733<<strong>br</strong> />

buril, 44 x 54,5 cm<<strong>br</strong> />

Peter Simon<<strong>br</strong> />

Nasceu em Londres por volta de 1750 e faleceu na mesma cidade<<strong>br</strong> />

em 1810. Estudou a técnica de pontilhado <strong>com</strong> Francesco Bartolozzi.<<strong>br</strong> />

Em 1790, foi considerado um dos maiores gravadores<<strong>br</strong> />

da Inglaterra. Gravou segundo Gainsborough, Reynolds, Fuseli<<strong>br</strong> />

e Wheatley, tendo tido grande capacidade de capturar fortes<<strong>br</strong> />

valores tonais e contrastes. John Boydell, uma das mais notáveis<<strong>br</strong> />

personalidades do século xviii na Inglaterra, encarregou-o de<<strong>br</strong> />

produzir gravuras para The Shakespeare Gallery e para a série de<<strong>br</strong> />

poemas de John Milton conhecida <strong>com</strong>o The Milton Set.<<strong>br</strong> />

Samuel Middiman<<strong>br</strong> />

Nasceu em Londres em 1750 e faleceu na mesma cidade em 1831.<<strong>br</strong> />

Gravador altamente considerado, estudou técnica de gravura <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

William Byrne, finalizando seus estudos <strong>com</strong> Bartolozzi e William<<strong>br</strong> />

Wollett. Gravou segundo Joseph Wright, Gainsborough, Hearne,<<strong>br</strong> />

Berchem e Smirke, entre outros. Foi muito admirado também por<<strong>br</strong> />

suas gravuras <strong>com</strong> temas topográficos, publicadas em Select Views in<<strong>br</strong> />

Great Britain (1784–1792) e em Picturesque Views and Antiquities of Great<<strong>br</strong> />

Britain (1807–1811). Suas o<strong>br</strong>as foram expostas <strong>com</strong> frequência no<<strong>br</strong> />

Spring Gardens e na Free Society and the Royal Academy.<<strong>br</strong> />

Benjamin Smith<<strong>br</strong> />

Nascido em 1754, foi um grande gravador do século xviii e do<<strong>br</strong> />

início do século xix. Estudou a técnica do pontilhado, que permite<<strong>br</strong> />

a gradação de tons pelo adensamento de pontos, <strong>com</strong> Francesco<<strong>br</strong> />

Bartolozzi em Londres. Durante sua carreira, gravou muitas<<strong>br</strong> />

estampas segundo Hogarth, Beechey e Rommey. John Boydell<<strong>br</strong> />

convidou-o para realizar diversas gravuras para a The Shakespeare<<strong>br</strong> />

Gallery e para The Milton Set. Faleceu em Londres em 1833.<<strong>br</strong> />

John Ogborne<<strong>br</strong> />

Nasceu em Chelmsford 1755 e faleceu em Londres 1837, sendo<<strong>br</strong> />

considerado um dos maiores gravadores a pontilhado do<<strong>br</strong> />

século xviii na Inglaterra. Foi aluno de Bartolozzi e gravou<<strong>br</strong> />

principalmente segundo desenhos de Richard Westall, Kauffmann<<strong>br</strong> />

Angelica, Smirke Robert e Stothard Thomas. Participou<<strong>br</strong> />

da The Shakespeare Gallery e do The Milton Set. No início do<<strong>br</strong> />

século xix, voltou-se <strong>com</strong> sucesso para a gravura à água-forte<<strong>br</strong> />

de pontos de vista topográficos. Em algumas de suas gravuras,<<strong>br</strong> />

era ajudado por sua esposa Mary Ogborne.<<strong>br</strong> />

Robert Thew<<strong>br</strong> />

Nascido em Partington em 1758 e falecido em Stevenage, 1802,<<strong>br</strong> />

foi um dos melhores gravadores a pontilhado do final do século<<strong>br</strong> />

xviii. Soldado, serviu ao exército até 1783. Quase <strong>com</strong>pletamente<<strong>br</strong> />

autodidata, gravou retratos de muitos estadistas<<strong>br</strong> />

importantes, incluindo o rei George iii e a rainha Charlotte.<<strong>br</strong> />

Também ocupou o importante cargo de gravador do príncipe<<strong>br</strong> />

de Gales. Gravou 17 imagens para a The Shakespeare Gallery, de<<strong>br</strong> />

Boydell, incluindo a famosa cena das <strong>br</strong>uxas de Macbeth e a<<strong>br</strong> />

cena do fantasma de Hamlet.<<strong>br</strong> />

Charles Gauthier Playter<<strong>br</strong> />

Gravador a buril e pontilhado, nasceu por volta de 1786 na Inglaterra,<<strong>br</strong> />

falecendo em Lewisham em aproximadamente 1809.<<strong>br</strong> />

Foi contratado para realizar vários projetos segundo artistas<<strong>br</strong> />

contemporâneos, <strong>com</strong>o Rigaud e Hamilton. Trabalhou em<<strong>br</strong> />

diversas pranchas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell.


enjamin smith [1754–1833]<<strong>br</strong> />

The Infant Shakespeare Attended by Nature and the Passions, 1799<<strong>br</strong> />

[segundo George Romney], The Shakespeare Gallery [J. Boydell]<<strong>br</strong> />

pontilhado, 50,7 x 64,6 cm<<strong>br</strong> />

Convidado para conceber a gravura introdutória do conjunto The Shakespeare<<strong>br</strong> />

Gallery, Smith realizou esta impressionante alegoria, em que vemos o rosto<<strong>br</strong> />

da natureza desvendado acima da cabeça do pequeno Shakespeare. De ambos os<<strong>br</strong> />

lados, há figuras da alegria e da tristeza, ao passo que no agrupamento central se<<strong>br</strong> />

veem o ódio, o amor e o ciúme à esquerda, e a raiva, a inveja e o medo à direita.<<strong>br</strong> />

samuel middiman [1750–1831]<<strong>br</strong> />

First Part of King Henry the Fourth, act II, scene II, 1797<<strong>br</strong> />

[segundo Joseph Farington], The Shakespeare Gallery [J. Boydell]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 44,1 x 60 cm<<strong>br</strong> />

Nesta gravura, Middiman é muitas vezes <strong>com</strong>parado ao grande gravador William<<strong>br</strong> />

Wollett. Na primeira parte de Rei Henrique iv, Middiman emprega a técnica de<<strong>br</strong> />

gravar conhecida <strong>com</strong>o “worm line”, introduzida por Wollett, na qual, basicamente,<<strong>br</strong> />

constroem-se fortes contrastes tonais pelo emprego de uma infinidade de linhas curvas.<<strong>br</strong> />

Nota-se o alto nível técnico do artista nas variações dramáticas de luz e escuridão.


charles gauthier playter [c. 1786–1809]<<strong>br</strong> />

Third Part of King Henry the Sixth, act I, scene III, 1796<<strong>br</strong> />

[segundo James Northcote]<<strong>br</strong> />

The Shakespeare Gallery [J. Boydell]<<strong>br</strong> />

pontilhado e água-forte, 57,4 x 40,8 cm<<strong>br</strong> />

john ogborne [1755–1837]<<strong>br</strong> />

Third Part of King Henry the Sixth, act II, scene V, 1794 [segundo Josiah Boydell]<<strong>br</strong> />

The Shakespeare Gallery [J. Boydell]<<strong>br</strong> />

pontilhado, 49,5 x 63,1 cm


peter simon [c.1750–1810]<<strong>br</strong> />

Tempest, act I, scene II, 1797 [segundo Henry Fuseli]<<strong>br</strong> />

The Shakespeare Gallery [J. Boydell]<<strong>br</strong> />

pontilhado, 50,7 x 63 cm<<strong>br</strong> />

robert thew [1758–1802]<<strong>br</strong> />

King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798<<strong>br</strong> />

[segundo Richard Westall], The Shakespeare Gallery [J. Boydell]<<strong>br</strong> />

pontilhado, 44,2 x 59,5 cm<<strong>br</strong> />

Em O Rei Henrique viii, Thew utilizou a técnica do pontilhado para criar uma<<strong>br</strong> />

luz <strong>br</strong>ilhante so<strong>br</strong>e as figuras centrais do cardeal Wolsey e do abade de Leicester. Trata-se,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> todas as suas finas figuras e gestos, de uma gravura magnificamente realizada.


Coleção Espanhola<<strong>br</strong> />

José de Ribera [1591–1652]<<strong>br</strong> />

Manoel Salvador Carmona [1734–1820]<<strong>br</strong> />

Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Joaquín Ballester [1740–1808]<<strong>br</strong> />

Francisco Muntaner [1743–1805]<<strong>br</strong> />

Joaquim Fra<strong>br</strong>egat [1748–1807]<<strong>br</strong> />

Fernando Selma [c.1752–1810]<<strong>br</strong> />

José de Ribera, dito El Españoleto<<strong>br</strong> />

Famoso pintor e gravador à água-forte, nasceu em Xativa, Valencia,<<strong>br</strong> />

em 1591 e morreu em Nápoles em 1652. Foi discípulo de<<strong>br</strong> />

Francisco Ribalta. Viajou para a Itália, onde passou a maior parte<<strong>br</strong> />

de sua vida. Estudou na escola de Miguel Angelo Amerighi, dito<<strong>br</strong> />

Caravaggio, e depois <strong>com</strong> Correggio. Em Nápoles, foi nomeado<<strong>br</strong> />

pintor da Corte e agraciado <strong>com</strong> o hábito de Cristo pelo papa<<strong>br</strong> />

em 1644. Mem<strong>br</strong>o da Academia de S. Lucas de Roma, sua o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />

gravada consta de apenas 18 gravuras. Suas águas-fortes manifestam<<strong>br</strong> />

ponta fácil e cheia de bom gosto, trabalho variado, adaptado<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> inteligência aos diferentes objetos e tão pouco burilado, que<<strong>br</strong> />

se chega a duvidar se existem nelas talhos de buril.<<strong>br</strong> />

Manoel Salvador Carmona<<strong>br</strong> />

Desenhista e gravador nascido em Nava del Rey, Valladolid, em<<strong>br</strong> />

1734 e falecido em Madri em 1820. Discípulo de Dupuis, gravou<<strong>br</strong> />

segundo vários artistas, <strong>com</strong>o Velázquez, Van Dyck e Anton Raphael<<strong>br</strong> />

Mengs. Estudou desenho e escultura na Academia de São<<strong>br</strong> />

Fernando, pela qual seguiu para Paris, a fim de aprimorar seus<<strong>br</strong> />

estudos de gravura <strong>com</strong> Nicolas Ga<strong>br</strong>iel Dupuis. Mem<strong>br</strong>o da<<strong>br</strong> />

Real Academia de Pintura e Escultura de Paris, viveu nessa cidade<<strong>br</strong> />

até 1762, triunfando <strong>com</strong>o gravador intérprete ou de reprodução.<<strong>br</strong> />

Em 1783, recebeu o título de gravador do Rei. Nos últimos<<strong>br</strong> />

anos de sua vida, foi nomeado acadêmico de mérito pela Real<<strong>br</strong> />

Academia dos No<strong>br</strong>es e Belas Artes de São Luis de Zaragoza.<<strong>br</strong> />

Carmona é um dos exemplos mais representativos do gravador ilustrado,<<strong>br</strong> />

tendo alcançado grande maestria no manejo do buril. Excelente<<strong>br</strong> />

desenhista, formou um nutrido grupo de gravadores, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

Juan Antonio Carmona, Fernando Selma, José Gómez Navia, Manuel<<strong>br</strong> />

Alegre, Luis Fernández Noseret e Blas Ametller. Ilustrou trinta<<strong>br</strong> />

livros e em sua o<strong>br</strong>a se destacam os retratos, em especial o famoso<<strong>br</strong> />

retrato de seus pais, de 1780, e o de seu sogro Anton Raphael Mengs.<<strong>br</strong> />

josé de ribera [1591–1652]<<strong>br</strong> />

São jerônimo, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 31 x 23,2 cm<<strong>br</strong> />

manoel salvador carmona [1734–1820]<<strong>br</strong> />

Sancta Virgo, 1757<<strong>br</strong> />

água-forte, 47,1 x 31,3 cm


Francisco José Goya y Lucientes<<strong>br</strong> />

Considerado o maior pintor espanhol do século xviii, Goya<<strong>br</strong> />

nasceu em Fuendetodos, Aragão, Espanha, em 1746. Filho de<<strong>br</strong> />

um artesão, mudou-se aos 14 anos para Saragoça, capital do<<strong>br</strong> />

Reino de Aragão, onde se tornou aprendiz do pintor José Luzán.<<strong>br</strong> />

De 1763 a 1766, fez várias tentativas frustradas para entrar<<strong>br</strong> />

na Academia de Belas Artes de Madri. Em 1770, seguiu para a<<strong>br</strong> />

Itália, obtendo menção honrosa num concurso de pintura em<<strong>br</strong> />

Parma. De volta à Espanha no ano seguinte, foi chamado, em<<strong>br</strong> />

1774, para trabalhar na Manufatura Real de Santa Barbara, sob<<strong>br</strong> />

ordens de Anton Raphael Mengs e, depois, Francisco Bayeu.<<strong>br</strong> />

Goya realizou cartões pintados a óleo (canvas) para confecção<<strong>br</strong> />

de tapeçarias e, ao longo de cinco anos, desenhou cerca de 42<<strong>br</strong> />

padrões, muitos dos quais usados para decorar as paredes de<<strong>br</strong> />

pedra do El Escorial e do Palácio Real do Prado, residências dos<<strong>br</strong> />

monarcas espanhóis então recém-construídas perto de Madri.<<strong>br</strong> />

Com isso, seu talento chegou ao conhecimento dos monarcas<<strong>br</strong> />

espanhóis, que lhe deram acesso à Corte real, quando contava<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> trinta anos de idade. Pintou uma tela para o altar da Igreja<<strong>br</strong> />

de San Francisco El Grande, em Madri, o que levou a ser nomeado<<strong>br</strong> />

mem<strong>br</strong>o da Real Academia de Belas Artes. Cinco anos<<strong>br</strong> />

depois, pintou o retrato da duquesa de Osunã. Em 1789, tornou-se<<strong>br</strong> />

um dos pintores da câmara do Rei. A partir de então,<<strong>br</strong> />

desenvolveu retratos dos reis e da aristocracia em <strong>com</strong>posições<<strong>br</strong> />

marcadas por certa crueza e liberdade da imaginação. Goya<<strong>br</strong> />

considerava Velázquez, Rem<strong>br</strong>andt e a natureza seus únicos<<strong>br</strong> />

mestres. Em 1789, foi nomeado pintor da corte de Carlos iv.<<strong>br</strong> />

Três anos depois, contraiu uma enfermidade em decorrência<<strong>br</strong> />

do envenenamento por chumbo causado pelo uso excessivo da<<strong>br</strong> />

tinta <strong>br</strong>anca, que o levou a uma paralisia temporária, à cegueira<<strong>br</strong> />

parcial e à surdez permanente, que acentuaram no artista<<strong>br</strong> />

a sensibilidade à dor e ao sofrimento humanos, e o fizeram<<strong>br</strong> />

voltar-se para temas som<strong>br</strong>ios, sinistros e pessimistas. Goya<<strong>br</strong> />

retirou-se da vida pública em 1815, passando a trabalhar quase<<strong>br</strong> />

exclusivamente para si e para um restrito círculo de amizades.<<strong>br</strong> />

Morreu em Bordeaux em 1828, aos 82 anos de idade.<<strong>br</strong> />

As investidas de Goya no lado som<strong>br</strong>io da natureza humana<<strong>br</strong> />

aparecem em suas gravuras. Desenhou e gravou cerca de trezentas<<strong>br</strong> />

durante a sua vida. Tinha mais de cinquenta anos, quando,<<strong>br</strong> />

em 1799, realizou Os caprichos, sua primeira série de critica social<<strong>br</strong> />

que mistura a sátira aos costumes da época, às instituições e às<<strong>br</strong> />

supertições e <strong>br</strong>uxarias; Desastres da guerra, em que deixa seu testemunho<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a <strong>br</strong>utalidade e as atrocidades <strong>com</strong>etidas na Guerra<<strong>br</strong> />

Civil durante a ocupação francesa na Espanha; Tauromaquia,<<strong>br</strong> />

série so<strong>br</strong>e touradas; e os Os provérbios, parcialmente apresentada<<strong>br</strong> />

na exposição, em que o gravador utiliza de forma magistral a<<strong>br</strong> />

água-tinta e a água-forte para mostrar vários aspectos da sociedade<<strong>br</strong> />

e da loucura humana. Essa série é conhecida também <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

Disparates, que significa algo absurdo e irracional. Em qualquer<<strong>br</strong> />

tentativa de encontrar significados para as gravuras dessa série,<<strong>br</strong> />

deve-se ter em mente a terrível depressão em que Goya se encontrava<<strong>br</strong> />

e sua inquietação <strong>com</strong> o absurdo da vida, as forças do mal<<strong>br</strong> />

e do triunfo da velhice, da dor e da morte.<<strong>br</strong> />

francisco josé goya y lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Disparate feminino [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823<<strong>br</strong> />

água-tinta e água-forte <strong>com</strong> retoques<<strong>br</strong> />

de ponta-seca e <strong>br</strong>unidor, 32,2 x 49,9 cm


francisco josé goya y lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Babalicón [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823<<strong>br</strong> />

água-tinta e água-forte <strong>com</strong> retoques<<strong>br</strong> />

de ponta-seca e <strong>br</strong>unidor, 32,2 x 49,9 cm<<strong>br</strong> />

francisco josé goya y lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Disparate volante [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823<<strong>br</strong> />

água-tinta e água-forte <strong>com</strong> retoques<<strong>br</strong> />

de ponta-seca e <strong>br</strong>unidor, 32,2 x 49,9 cm


francisco josé goya y lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Disparate general [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823<<strong>br</strong> />

água-tinta e água-forte <strong>com</strong> retoques<<strong>br</strong> />

de ponta-seca e <strong>br</strong>unidor, 32,2 x 49,9 cm<<strong>br</strong> />

francisco josé goya y lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Trois majos et trois majas dansant [da série “Os provérbios”], 1815 e 1823<<strong>br</strong> />

água-tinta e água-forte <strong>com</strong> retoques<<strong>br</strong> />

de ponta-seca e <strong>br</strong>unidor, 32,2 x 49,9 cm


francisco josé goya y lucientes [1746–1828]<<strong>br</strong> />

Disparate de miedo, Disparate ridículo, Disparate matrimonial e Modo de voar<<strong>br</strong> />

[da série “Os provérbios”], 1815 e 1823<<strong>br</strong> />

água-tinta e água-forte <strong>com</strong> retoques<<strong>br</strong> />

de ponta-seca e <strong>br</strong>unidor, 32,2 x 49,9 cm<<strong>br</strong> />

fernando selma [c. 1752–1810]<<strong>br</strong> />

Herodias, 1774<<strong>br</strong> />

[segundo Guido Reni]<<strong>br</strong> />

buril, 30 x 21,6 cm


manoel salvador carmona [1734–1820]<<strong>br</strong> />

Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em<<strong>br</strong> />

El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha, 1757<<strong>br</strong> />

[segundo Joseph del Castillo]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 21,1 x 14,5 cm<<strong>br</strong> />

fernando selma [c.1752–1810]<<strong>br</strong> />

Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo<<strong>br</strong> />

Don Quixote de la Mancha (lâmina 10), 1780<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Carnicero]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 20,5 x 14,2 cm<<strong>br</strong> />

francisco muntaner [1743–1805]<<strong>br</strong> />

Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo<<strong>br</strong> />

Don Quixote de la Mancha (lâmina 22), 1777<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Carnicero]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 20,5 x 14,2 cm


joaquín ballester [1740–1808]<<strong>br</strong> />

Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo<<strong>br</strong> />

Don Quixote de la Mancha (lâmina 24), s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Carnicero]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 21,2 x 14,5 cm<<strong>br</strong> />

joaquim fra<strong>br</strong>egat [1748–1807]<<strong>br</strong> />

Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo<<strong>br</strong> />

Don Quixote de la Mancha (lâmina 30), s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Carnicero]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 20,9 x 14,3 cm<<strong>br</strong> />

Joaquín Ballester<<strong>br</strong> />

Nasceu em 1740 e morreu em 1808. Retratista e gravador a buril<<strong>br</strong> />

e à água-forte, Ballester se tornou diretor da Real Academia<<strong>br</strong> />

de Belas Artes de Valencia em 1778. Era excelente retratista.<<strong>br</strong> />

Francisco Muntaner<<strong>br</strong> />

Nasceu na Espanha em 1743 e faleceu em 1805. Foi gravador a<<strong>br</strong> />

buril e à água-forte, bem <strong>com</strong>o pintor de temas religiosos.<<strong>br</strong> />

Joaquim Fra<strong>br</strong>egat (ou José Joaquín Fa<strong>br</strong>egat)<<strong>br</strong> />

Nasceu em Torreblanca em 1748 e faleceu em Madri em 1807.<<strong>br</strong> />

Foi aluno da Real Academia de Belas Artes de São Carlos<<strong>br</strong> />

em Valencia, tendo gravado diversas gravuras segundo Luca<<strong>br</strong> />

Giordano.<<strong>br</strong> />

Fernando Selma<<strong>br</strong> />

Gravador a buril, nasceu por volta de 1750 em Valencia, morrendo<<strong>br</strong> />

na mesma cidade em 1810. Discípulo de Manoel Salvador<<strong>br</strong> />

Carmona, foi um dos mais habilidosos gravadores espanhóis.<<strong>br</strong> />

Professor da Academia de S. Fernando de Madri, cultivou,<<strong>br</strong> />

além das artes, a matemática e a poesia. Sua maneira de gravar<<strong>br</strong> />

se assemelha à de seu mestre Carmona e, logo, à de Edelinck.<<strong>br</strong> />

A<strong>br</strong>iu retratos e temas históricos, e em geral as suas gravuras<<strong>br</strong> />

fazem parte de séries e coleções, das quais a mais notável é<<strong>br</strong> />

Collección de las estampas grabadas a buril de los cuadros pertenecientes al Rey<<strong>br</strong> />

de España, realizada em colaboração <strong>com</strong> outros gravadores.<<strong>br</strong> />

fernando selma [c.1752–1810]<<strong>br</strong> />

Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo<<strong>br</strong> />

Don Quixote de la Mancha (lâmina 32), 1779<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Carnicero]<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 21 x 14,2 cm


Coleção Portuguesa<<strong>br</strong> />

Francisco Vieira de Matos [1699–1783]<<strong>br</strong> />

Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786]<<strong>br</strong> />

Antonio Joaquim Padrão [1731–1771]<<strong>br</strong> />

Manuel da Silva Godinho [c.1751–c.1809]<<strong>br</strong> />

Gregório Francisco de Queiroz [1769–1845]<<strong>br</strong> />

João Caetano Rivara [c.1770–1824]<<strong>br</strong> />

Francisco Vieira de Matos, dito Vieira Lusitano<<strong>br</strong> />

Nasceu em Lisboa em 1699. Pintor e gravador, foi discípulo de<<strong>br</strong> />

Lutti e Trevisani em Roma, bem <strong>com</strong>o mem<strong>br</strong>o da Academia de<<strong>br</strong> />

S. Lucas em Roma, cavaleiro professor da Ordem de Santiago da<<strong>br</strong> />

Espada, pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador de<<strong>br</strong> />

múltiplas o<strong>br</strong>as. Depois de ter estudado em Roma e de <strong>com</strong>plexa<<strong>br</strong> />

história amorosa, acabou por falecer no Convento do Beato Antônio,<<strong>br</strong> />

em Lisboa, em 1783. Joaquim Manuel da Rocha e Antonio<<strong>br</strong> />

Joaquim Padrão, entre outros, foram seus discípulos.<<strong>br</strong> />

Joaquim Manuel da Rocha<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1730,<<strong>br</strong> />

falecendo na mesma cidade em 1786. Foi aluno de Vieira Lusitano,<<strong>br</strong> />

de quem copiou vários desenhos. Entrou para irmandade<<strong>br</strong> />

de São Lucas em 1752. Na arte de gravar, seu forte era o<<strong>br</strong> />

claro-escuro.<<strong>br</strong> />

Antonio Joaquim Padrão<<strong>br</strong> />

Pintor e gravador à agua-forte, nascido em Lisboa em 1731.<<strong>br</strong> />

Fez os esboços que, após seguirem para França, serviram de<<strong>br</strong> />

base para o grande retrato do marquês de Pombal expulsando<<strong>br</strong> />

os jesuítas. A<strong>br</strong>ia muito bem à água-forte. Faleceu em Lisboa<<strong>br</strong> />

em 1771.<<strong>br</strong> />

Manuel da Silva Godinho<<strong>br</strong> />

Gravador à água-forte, nasceu em Lisboa por volta de 1751.<<strong>br</strong> />

Foi um prolífero gravador do final do século xviii estimado<<strong>br</strong> />

por seus temas religiosos. A maioria de suas gravuras possui<<strong>br</strong> />

bom desenho. Faleceu em aproximadamente 1809.<<strong>br</strong> />

joaquim manuel da rocha [1727–1786]<<strong>br</strong> />

Estampa representando Santo Antonio ajoelhado, tendo<<strong>br</strong> />

uma visão do menino Jesus cercado de cabeças de anjos, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 35,4 x 20,5 cm<<strong>br</strong> />

francisco vieira de matos [1699–1793]<<strong>br</strong> />

Alegoria ao escudo português, 1728<<strong>br</strong> />

água-forte e buril, 28,2 x 19,6 cm


francisco vieira de matos [1699–1783]<<strong>br</strong> />

Hecuba a Graecis (Troia exusta) rapitur, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Tempesta]<<strong>br</strong> />

buril, 10,4 x 11,6 cm<<strong>br</strong> />

francisco vieira de matos [1699–1783]<<strong>br</strong> />

Hyppolitum Dianae impulsu ad vitam<<strong>br</strong> />

revocat Aesculapius et Virbius vocatur, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Antonio Tempesta]<<strong>br</strong> />

buril, 10,5 x 11,6 cm<<strong>br</strong> />

antonio joaquim padrão [1731–1771]<<strong>br</strong> />

Diploma da Ordem Terceira da Penitência, 1754<<strong>br</strong> />

buril, 19,5 x 26,4 cm<<strong>br</strong> />

antonio joaquim padrão [1731–1771]<<strong>br</strong> />

Aparição de Jeová a Moisés, s/d<<strong>br</strong> />

buril, 27,7 x 9,6 cm


manuel da silva godinho [c.1751–c.1809]<<strong>br</strong> />

Verdadeiro retrato do servo de<<strong>br</strong> />

Deos Bento Joze La<strong>br</strong>e, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 31,1 x 21,5 cm<<strong>br</strong> />

manuel da silva godinho [c.1751–c.1809]<<strong>br</strong> />

Vista perspectiva da Cidade do Porto, tirada da margem sul do Douro,<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>angendo desde o Convento da Serra até a Torre da Marca, s/d<<strong>br</strong> />

água-forte, 29,8 x 44 cm<<strong>br</strong> />

Gregório Francisco de Queiroz<<strong>br</strong> />

Nascido em Lisboa em 1768, foi enviado pelo governo português<<strong>br</strong> />

para Londres, onde estudou <strong>com</strong> Francesco Bartolozzi,<<strong>br</strong> />

de quem se tornaria ajudante após a reativação da Aula de<<strong>br</strong> />

Gravura em Lisboa. Sua o<strong>br</strong>a gravada é vasta e diversificada,<<strong>br</strong> />

e nela se destacam as notáveis gravuras que a<strong>br</strong>iu a partir dos<<strong>br</strong> />

quadros de Domingos Sequeira. Faleceu em Lisboa em 1845.<<strong>br</strong> />

João Caetano Rivara<<strong>br</strong> />

Gravador a buril e a pontilhado. Nasceu por volta de 1770<<strong>br</strong> />

em Portugal. Mudou-se para Roma em 1788, pensionado pela<<strong>br</strong> />

Intendência, onde foi aluno de La<strong>br</strong>uzzi e, depois, de Volpato<<strong>br</strong> />

na escola de Pedro Vitali. Em Londres, estudou <strong>com</strong> Bartolozzi.<<strong>br</strong> />

Regressou a Lisboa em 1803, tornando-se professor de<<strong>br</strong> />

gravura do Jardim Botânico. Diz-se que trabalhou no Rio de<<strong>br</strong> />

Janeiro, na Imprensa Régia. Morreu em 1824.<<strong>br</strong> />

joão caetano rivara [c.1770–1824]<<strong>br</strong> />

A Sereníssima Senhora D. Carlota Joaquina Princesa do Brasil, s/d<<strong>br</strong> />

[segundo Andre Del Sarto]<<strong>br</strong> />

buril, 46,2 x 34,5 cm


joão caetano rivara [c.1770–1824]<<strong>br</strong> />

Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima, 1800<<strong>br</strong> />

buril e pontilhado, 23,5 x 15,5 cm<<strong>br</strong> />

joão caetano rivara [c.1770–1824]<<strong>br</strong> />

Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens, 1800<<strong>br</strong> />

buril e pontilhado, 23,5 x 16 cm


gregório francisco de queiroz [1768–1845]<<strong>br</strong> />

Retrato d e D. João vi numa oval so<strong>br</strong>e peanha<<strong>br</strong> />

em ato de ser coroado pela figura da Fama, 1792<<strong>br</strong> />

buril, 17,1 x 10,5 cm<<strong>br</strong> />

gregório francisco de queiroz [1768–1845]<<strong>br</strong> />

Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo<<strong>br</strong> />

o menino Jesus, <strong>com</strong> três anjos à volta e, ao lado, S. José, 1800<<strong>br</strong> />

buril, 27,9 x 22,6 cm


Referências bibliográficas<<strong>br</strong> />

fundação biblioteca nacional. Anais da Biblioteca Nacional. Volume x,<<strong>br</strong> />

Rio de Janeiro, 1882–84.<<strong>br</strong> />

___. Anais da Biblioteca Nacional. Volume 104, Rio de Janeiro, 1987.<<strong>br</strong> />

fundação biblioteca nacional & museu de belas artes. Al<strong>br</strong>echt<<strong>br</strong> />

Dürer, o apogeu do Renascimento alemão. Mostra Rio Gravura. Rio de<<strong>br</strong> />

Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1999.<<strong>br</strong> />

bartsch, Adam. Le peintre-graveur. Viena: Imp. V. Degen, 1803. 20 vols.<<strong>br</strong> />

benezit, Emmanuel. Dictionnaire critique et documentaire des peintres, sculpteurs,<<strong>br</strong> />

dessinateurs et graveurs de tous les temps et de tous les pays, par un groupe d’ecrivains<<strong>br</strong> />

specialistes francais et etrangers. Paris: Li<strong>br</strong>airie Grund, 1976, 10 vols.<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>yan, Michael. A biographical and critical dictionary of painters and engravers,<<strong>br</strong> />

from the revival of the art under Cimabue, and the alleged discovery of<<strong>br</strong> />

engraving by Finiguerra, to the present times with the ciphers, monograms, and<<strong>br</strong> />

marks, used by each engraveur. A new edition, revised, enlarged, and continued to<<strong>br</strong> />

the present time, <strong>com</strong>prising above one thousand additional memoires, and large<<strong>br</strong> />

accessions to the lists of pictures and engravings, also new plates of ciphers and<<strong>br</strong> />

monograms, by George Stanley; Londres: H. G. Bohn, York Street,<<strong>br</strong> />

Convent Garden, 1865.<<strong>br</strong> />

centro cultural banco do <strong>br</strong>asil. Rem<strong>br</strong>andt e a arte da gravura. Eva<<strong>br</strong> />

Ornstein-Van Slooten, Marijke Holtrop, Peter Schatborn. Rio de<<strong>br</strong> />

Janeiro, 2002.<<strong>br</strong> />

___. Impressões Originais: a gravura desde o século xv. Pieter Tjabbes, Valeria<<strong>br</strong> />

Piccoli, Carlos Martins. Rio de Janeiro: 2005<<strong>br</strong> />

chaves, Luís. Subsídios para a história da gravura em Portugal. Coim<strong>br</strong>a:<<strong>br</strong> />

[s. n.], 1927.<<strong>br</strong> />

hind, Arthur. A History of Engraving and Etching: from the 15 th Century to<<strong>br</strong> />

the year 1914. New York: Dover, 1963.<<strong>br</strong> />

jeffares, Neil. The Dictionary of Pastellists before 1800. London: Unicorpress,<<strong>br</strong> />

2006.<<strong>br</strong> />

le blanc, Charles. Manuel de l’amateur destampes, contenant un dictionnaire<<strong>br</strong> />

des graveurs de toutes les nations… Un répertoire des estampes don’t les noms<<strong>br</strong> />

ne sont connus que par des marques figurées…Ouvrage destiné a faire suite au<<strong>br</strong> />

Manuel du Lí<strong>br</strong>aire el de l’Amateur de Livres par M. J. Ch. Brunet. Paris: F.<<strong>br</strong> />

Viewweg [1854], 1889. 4 tomes en 7 vols.<<strong>br</strong> />

bibliothèque nationale de paris. Departament de Estampes. Catalogue<<strong>br</strong> />

sommaire des gravures et lithographies <strong>com</strong>posant la réserve, rédigé par<<strong>br</strong> />

François Courboin. Paris: G. Rapilly, 1900. 2 vols.<<strong>br</strong> />

soares, Ernesto. História da gravura artística em Portugal: os artistas e suas<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>as. Lisboa: Livraria Sam-Carlos, 1971. 2 vols..<<strong>br</strong> />

viterbo, F. M. de Sousa. A gravura em Portugal. Breves apontamentos para<<strong>br</strong> />

a sua história. Lisboa: Real Associação dos Arquitetos Civis e Arqueólogos<<strong>br</strong> />

Portugueses / Tip. da Casa da Moeda e Papel Selado, 1909.<<strong>br</strong> />

Database e catálogos online<<strong>br</strong> />

British Li<strong>br</strong>ary<<strong>br</strong> />

Bibliothèque Nationale de France<<strong>br</strong> />

Biblioteca Nacional de Lisboa<<strong>br</strong> />

Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro<<strong>br</strong> />

Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca de Arte<<strong>br</strong> />

British Museum<<strong>br</strong> />

Museu do Louvre<<strong>br</strong> />

Museu do Prado<<strong>br</strong> />

Rijksmuseum<<strong>br</strong> />

Observação: As informações do resumo so<strong>br</strong>e as técnicas de gravura<<strong>br</strong> />

foram obtidas de Notas so<strong>br</strong>e incisão, de Luiz Cláudio Mubarac [São<<strong>br</strong> />

Paulo, 1998], e do catálogo Al<strong>br</strong>echt Dürer: o apogeu do Renascimento alemão<<strong>br</strong> />

[Rio de Janeiro: MNBA/Fundação Biblioteca Nacional, 1999]


presidenta da república<<strong>br</strong> />

Dilma Rousseff<<strong>br</strong> />

ministra de estado da cultura<<strong>br</strong> />

Ana de Hollanda<<strong>br</strong> />

fundação biblioteca nacional<<strong>br</strong> />

Presidente – Galeno Amorim<<strong>br</strong> />

Diretora Executiva – Loana Maia<<strong>br</strong> />

centro de referência e difusão<<strong>br</strong> />

Diretora – Mônica Rizzo<<strong>br</strong> />

coordenadoria de acervo especial<<strong>br</strong> />

Coordenadora – Maria José Fernandes<<strong>br</strong> />

Divisão de Iconografia<<strong>br</strong> />

Chefe – Léia Pereira da Cruz<<strong>br</strong> />

Equipe – Deivid Grassini, Diana dos Santos Ramos,<<strong>br</strong> />

Eliana Bispo de Santana, Francisca Helena M. Araujo,<<strong>br</strong> />

Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, Juliana Uenojo,<<strong>br</strong> />

Késiah Pinheiro Viana, Luciana Muniz, Mônica<<strong>br</strong> />

Carneiro Alves, Paula Rosane dos Santos Coelho<<strong>br</strong> />

Pereira, Sonia Alice Monteiro, Tatiane Paiva Cova<<strong>br</strong> />

centro de processos técnicos<<strong>br</strong> />

Diretora – Liana Gomes Amadeo<<strong>br</strong> />

coordenadoria de preservação<<strong>br</strong> />

Coordenador – Jayme Spinelli<<strong>br</strong> />

Centro de Conservação e Encadernação – CCE<<strong>br</strong> />

Chefe – Gilvânia Lima (courrier)<<strong>br</strong> />

Equipe – Jandira Flaeschen (courrier)<<strong>br</strong> />

Bianca Mandarino, Daniel Caldeira,<<strong>br</strong> />

Guilherme Pimenta, Heloísa Maria,<<strong>br</strong> />

Isabella São Martinho, Ísis dos Santos Gonzalez,<<strong>br</strong> />

Leandro Veiga, Liége Sá Nascimento, Luiz Marcelo Silva,<<strong>br</strong> />

Rebeca Rodrigues, Rosimeri Rocha da Silva<<strong>br</strong> />

Laboratório de Restauração – LR<<strong>br</strong> />

Chefe – Fernando Manezes Amaro<<strong>br</strong> />

Equipe – Adriana Ferreira da Silva Amaro, Tatiana<<strong>br</strong> />

Ribeiro Christo, Thaís Helena de Almeida Slaibi<<strong>br</strong> />

museu nacional dos correios<<strong>br</strong> />

SCS, Q. 04, bloco A, Ed. Apolo, nº 256<<strong>br</strong> />

70304-915, <strong>Brasília</strong> – DF<<strong>br</strong> />

26 de janeiro a 22 de a<strong>br</strong>il de 2012<<strong>br</strong> />

terça-feira a domingo, das 10h às 19h<<strong>br</strong> />

exposição<<strong>br</strong> />

Curadoria<<strong>br</strong> />

Fernanda Terra<<strong>br</strong> />

Coordenação Geral e Produção Executiva<<strong>br</strong> />

Roberto Padilla<<strong>br</strong> />

Projeto Expositivo<<strong>br</strong> />

Cristiane João<<strong>br</strong> />

Projeto Gráfico<<strong>br</strong> />

Contra Capa<<strong>br</strong> />

Preparação do Espaço e Montagem<<strong>br</strong> />

LCR Produções<<strong>br</strong> />

EP Marcenaria<<strong>br</strong> />

LM Pinturas<<strong>br</strong> />

Iluminação<<strong>br</strong> />

LCR Produções<<strong>br</strong> />

Caco Peukert<<strong>br</strong> />

Luxvita<<strong>br</strong> />

Assistentes de Produção<<strong>br</strong> />

Antonio Roberto Vilete de Oliveira<<strong>br</strong> />

Mariana Cardoso Oscar<<strong>br</strong> />

Patrick de Oliveira Correa<<strong>br</strong> />

Assistente de Pesquisa<<strong>br</strong> />

Priscila Martins Serejo<<strong>br</strong> />

Fotografia<<strong>br</strong> />

Photo Síntese<<strong>br</strong> />

Vinil so<strong>br</strong>e Parede e Plotagem<<strong>br</strong> />

Opensigns Impressão Digital<<strong>br</strong> />

Montagem e Molduras<<strong>br</strong> />

Metara<<strong>br</strong> />

Trilha Sonora<<strong>br</strong> />

José Eduardo Sampaio<<strong>br</strong> />

a p o i o<<strong>br</strong> />

Assessoria de Imprensa<<strong>br</strong> />

Objeto Um<<strong>br</strong> />

Monitoria e Programa Educacional<<strong>br</strong> />

Vanguarda<<strong>br</strong> />

Transporte<<strong>br</strong> />

Atlantis Art<<strong>br</strong> />

Seguro<<strong>br</strong> />

Corretora Pro-Affinité | ACE Seguradora<<strong>br</strong> />

Agradecimentos<<strong>br</strong> />

Equipe da Fundação Biblioteca Nacional<<strong>br</strong> />

Equipe do Museu Nacional dos Correios<<strong>br</strong> />

catálogo<<strong>br</strong> />

Texto<<strong>br</strong> />

Fernanda Terra<<strong>br</strong> />

Coordenação Geral<<strong>br</strong> />

Roberto Padilla<<strong>br</strong> />

Projeto Gráfico<<strong>br</strong> />

Contra Capa<<strong>br</strong> />

Fotografias das O<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

Photo Síntese<<strong>br</strong> />

Fotografias da Exposição<<strong>br</strong> />

Suzzana Oliveira<<strong>br</strong> />

Impressão<<strong>br</strong> />

Gráfica Santa Marta<<strong>br</strong> />

Esta exposição teve sua primeira apresentação<<strong>br</strong> />

no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro,<<strong>br</strong> />

de 28 de julho a 18 de setem<strong>br</strong>o de 2011.<<strong>br</strong> />

p r o j e t o p a t r o c í n i o

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