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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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a partir <strong>da</strong> ideia de transdisciplinari<strong>da</strong>de 3 . Nesse mesmo texto, afirmava<br />

que a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> comunicação como campo de saber (como qual-<br />

quer outro campo de conhecimento científico) deveria considerar dois<br />

aspectos: a trajetória histórica de constituição do próprio campo e as<br />

lutas e embates claros ou sub-reptícios travados ao longo deste percurso.<br />

Considerando a comunicação como uma relação de natureza social,<br />

em consonância com o lugar onde ela se dá, com a história <strong>da</strong>quela so-<br />

cie<strong>da</strong>de, com os mecanismos de constituição <strong>da</strong>s visões de mundo <strong>da</strong>quele<br />

espaço social, com os modelos mais interiores de percepção de um mundo<br />

igualmente social ou de uma sociabili<strong>da</strong>de mais abrangente, que visualiza um<br />

processo complexo, enfatizamos o fato que essa relação perpassa vários saberes.<br />

A comunicação diz respeito a um ato comunicativo, a uma lingua-<br />

gem, a uma construção, a um sujeito e a uma história, com to<strong>da</strong>s as im-<br />

plicações – culturais e políticas – que estas correlações produzem. Uma<br />

linguagem que não é suporte de mera representação do mundo, mas de<br />

compreensão de um mundo e repleto de sujeitos, que pensam, agem, têm<br />

sentimentos e relacionam-se entre si.<br />

Nesse sentido, hoje, não mais negamos que a Comunicação é um<br />

saber que se vale de outros objetos, outros métodos, novas abor<strong>da</strong>gens<br />

e, sobretudo, novos olhares, em um campo em permanente processo de<br />

mutabili<strong>da</strong>de. Em relação a esse saber, podemos afirmar que já se conso-<br />

lidou como campo de teórico e de conhecimento próprio, deixando de<br />

ser considerado como mero suporte de conhecimento e de ação para ou-<br />

tras disciplinas. Hoje, reconhecemos esse campo sem ter <strong>medo</strong> do contá-<br />

gio e isso privilegia a ideia de síntese, sem, entretanto, perder a natureza<br />

transdisciplinar, numa visão que considera a complexi<strong>da</strong>de social.<br />

3. Sobre a questão <strong>da</strong> transdisciplinari<strong>da</strong>de e suas diferenças em relação à in-<br />

terdisciplinari<strong>da</strong>de cf. MORIN, Edgar. “Sur la transciplinarité”. In: Guerre et<br />

Paix entre les sciences. Disciplinarité, inter-et-transdisciplinarité Paris: La Dé-<br />

couverte/MAUSS, 1997.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 87

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